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AULA 1 1. APRESENTAÇÃO Como único ser vivo dotado da capacidade racional, o ser humano age conforme o que aprende durante a vida, estando muitas vezes fadado ao erro principalmente por não possuir noções básicas sobre a ciência ÉTICA. Este módulo tem como objetivo trazer algumas informações básicas sobre a disciplina, mostrando ao aluno um pouco da história da ética e alguns problemas fundamentais e gerais sobre comportamentos humanos, sendo certo que o saber consciente sobre o tema contribuirá para o seu futuro sucesso profissional, especialmente em suas relações interpessoais. Esperamos que, ao final deste estudo, estejamos aptos a uma atuação profissional mais ética, escolhendo dentre as opções que hão de surgir durante nossas vidas, sempre, voluntariamente, por aquela que tenderá a gerar somente e tão somente o bem. Ética: Conceito: “Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto. ” (g.n.) - Disciplina filosófica que tem por objeto de estudo os julgamentos de valor na medida em que estes se relacionam com a distinção entre o bem e o mal. A ética é a teoria ou ciência que estuda o comportamento moral dos homens em sociedade, e tem como finalidade o bem. Conceito de Bem: “Qualidade atribuída a ações e a obras humanas que lhes confere um caráter moral. Tudo o que é bom, justo, agradável e conforme a moral. Aquilo que é “bem feito”. Esta qualidade se anuncia através de fatores subjetivos (o sentimento de aprovação, o sentimento de dever) que levam à busca e à definição de um fundamento que os possa explicar. ” (g.n.) 1. 1 História da ética A vida ética na antiguidade sempre teve como principal fundamento o predomínio das tradições e a ideia de que a religião comanda a vida das pessoas, do nascimento à morte, exercendo um domínio sobre tudo e sobre todos. Parte-se do pressuposto que os vínculos sociais derivam não da natureza, mas sim, fundamentalmente de uma força coativa da religião. Os antigos sempre tiveram seus olhares voltados para o passado, observando os atos de seus antepassados, ressaltando suas atitudes como heróicas ou mitológicas. Extraímos daí a importância dos costumes sociais e da religião como principais guiadores das atitudes sociais da época. De certa forma, como particular, o indivíduo acaba por ser um dos grandes desafios da sociedade contemporânea e saber lidar e limitar o entendimento e o alcance do que é a ética e sua aplicabilidade em junção a moral. De certa forma, como particular, o indivíduo acaba por ser consumido pelo grupo social, pois não lhe restava opção senão a observância criteriosa destas regras, impostas de forma severa pela própria sociedade. Aquele que as desobedecesse seria punido, conforme os costumes, pela própria sociedade. Ao mesmo tempo, relatos demonstram a soberania dos indivíduos com relação à maioria dos assuntos públicos, cabendo aos cidadãos, em assembleias populares a decisão sobre a paz ou a guerra, por exemplo. Vale observar ainda que a sociedade da época se apresentava de forma hostil àqueles que exerciam ofícios mecânicos ou comerciais, sendo este um dos aspectos diferenciadores da sociedade contemporânea, pautada na supremacia do capital e no consumo. · Ética – Sócrates, Aristóteles e Platão; · Ética – Moral, usos e costumes; 1.1.1 Regras de Comportamento Humano: Usos, costumes, moral e leis. Nem sempre o que a nossa consciência nos diz sobre como devemos agir está correto. Por isso, em todas as sociedades existem quatro princípios que servem como diretrizes, para a manutenção da ordem da vida em grupo, nos traçando as regras comportamentais que devemos obedecer no intuito de obtermos a respeitabilidade perante a sociedade em que vivemos. São eles: Usos, costumes, moral e leis. Ter conhecimento sobre estas regras ajuda o ser humano nas suas decisões do dia a dia, corroborando para sua melhor aceitação social. 1.1.2 Usos Os usos são padrões não obrigatórios de comportamento social. Na maioria das vezes, constituem modos coletivos de conduta, considerada como normal e aceitável pela maioria da sociedade. Quando reconhecidos e aceitos pela sociedade, regem a maior parte da nossa vida, sem serem impostos por quem quer que seja, nos indicando o que é adequado no dia a dia. No entanto, quase nunca o desrespeito do que é usual numa sociedade gera uma punição ao infrator. A pessoa que os infringe poderá ser chamada de excêntrica, esquisita, extravagante, por se comportar de forma diferente da maioria. Talvez por que não haja uma ameaça séria ao grupo pela desobediência destas regras. As sanções geralmente são despercebidas, como o riso, o ridículo, o deboche. Os usos podem ser convencionais ou espontâneos. Exemplos de regras usuais: convenções, regras de etiqueta, rituais, rotinas de trabalho e lazer, maneiras de cortejar, de se vestir, etc. A palavra ética e de origem grega derivada de ethos, que diz respeito ao costume, aos hábitos dos homens vivendo em sociedade, no entanto a difícil missão e saber como avaliar o comportamento do ser humano nesta “sociedade”. Sabemos que no mundo todo existem várias sociedades agindo e convivendo de forma diferente, com costumes, religiões, regras de sobrevivência, dentre outros aspectos diversos; e avaliar o que e correto vai além da forma como fomos educados, e necessário saber avaliar que cada sociedade está ligada as suas origens e história. Se analisarmos a forma como a mulher e tratada em algumas sociedades islâmicas, certamente sob o olhar da nossa sociedade ocidental não poderemos compreender os regramentos islã; porém, quando analisado pelo lado deles, dentro dos seus preceitos religiosos, legais e comportamentais, entenderemos certamente aqueles tratamentos. A ética serve para qualificar as organizações (empresa ética), as pessoas (sujeito ético) e os comportamentos (conduta ética), dentro de uma sociedade. Ricardo Vargas, em seu livro Os Meios Justificam os Fins (2005), indica que “a ética de um indivíduo, grupo, organização ou comunidade seria a manifestação visível, através de comportamentos, hábitos, práticas e costumes, de um conjunto de princípios, normas, pressupostos e valores que regem a sua relação com o mundo”. Uma condição fundamental para que o homem atinja seus objetivos e, sem dúvida nenhuma, que ele se associe. Sozinho o homem e incapaz de atingir grande parte de seus bens, objetivos, finalidades e interesses. Portanto a sociedade e uma comunidade, uma comunhão, uma organização, na qual uns suprem o que aos outros falta e na qual todos, em conjunto, realizam o que nenhum, isoladamente, seria capaz de conseguir. 1.2 Conceito de moral e justiça Se a ética pode ser entendida como a forma pela qual o indivíduo se comporta em sociedade, a moral pode ser definida como a forma com que a sociedade enxerga este “ser” e seus atos perante ela. O conceito de justiça, ou seja, o conceito do indivíduo sobre o que ele considera justo ou injusto está diretamente ligado as suas convicções pessoais, intimas, sobre o que ele entende por certo ou errado, dentro daquilo que mais lhe convém. Um exemplo clássico que mistura o entendimento e a praticidade dos dois conceitos e dado na seguinte situação: um pai que entende por justo matar o homem que assassinou o seu filho. Esta situação e proibida (ilegal) e imoral dentro da sociedade brasileira, que não permite o “fazer justiça com as próprias mãos”, mas esse tipo de atitude, dentro do espaço íntimo de um pai que se encontra nessa situação, pode ser porele considerada “justa”. A própria expressão “fazer justiça com as próprias mãos” já traz em seu contexto o conceito de justiça, aqui descrito. Podemos identificar padrões morais estabelecidos em épocas diferentes na mesma sociedade. A medida que a sociedade evolui, ou até mesmo se globaliza, ela modifica os seus conceitos morais. Há algumas décadas, na sociedade brasileira, como em outras culturas, era totalmente imoral perante a comunidade uma mulher ser mãe ou engravidar sem ter, anteriormente, feito os votos do matrimônio, bem como era totalmente imoral casar sem ser virgem; inclusive, em determinada época, era quase obrigatório estender o lençol sujo de sangue na varanda das casas para provar o defloramento da esposa. Atualmente, a sociedade em geral entende como normal esse tipo de acontecimento, sendo um assunto apenas discutido no seio de cada família. O comportamento moral não se baseia em uma reflexão, mas nos costumes de determinada sociedade em determinado lugar, em um preciso tempo histórico. A moral e habitualmente um meio mais poderoso do que a lei para reger o comportamento humano. Muitas vezes e mais fácil infringir a lei para agir de acordo com a moral do que infringir a moral para agir de acordo com a lei. Embasando qualquer decisão que tomamos, na vida profissional ou privada, estarão sempre os nossos valores morais como orientação. Diante do conceito de ética descrito no tópico anterior e do conceito de moral disposto, podemos concluir que a moral baseia‑se no comportamento da sociedade, e que a ética, a partir da reflexão desse comportamento, criara normas universais com a finalidade de estabelecer as melhores ações. 1.3 Ética empresarial A ética empresarial pode ser definida como o comportamento da pessoa jurídica de Direito Público (empresas públicas) ou Direito Privado, quando estas agem de conformidade com os princípios morais e éticos aceitos pela sociedade, ou seja, quando elas agem em conformidade com as regras éticas provindas do senso comum de uma sociedade. Se uma empresa, como espaço social que e, produz e reproduz esses valores, ela se torna importante em qualquer processo de mudança de perspectiva das pessoas que a compõem; tanto das que nela convivem e participam diretamente quanto daquelas com as quais essas pessoas se relacionam (indiretamente). Assim, quanto mais empresas tiveram preocupações éticas, mais a sociedade na qual essas empresas estão inseridas tendera a melhorar no sentido de constituir um espaço agradável onde as pessoas vivam realizadas, seguras, satisfeitas e felizes. Este comportamento ético e moral e o que espera toda a sociedade na qual a pessoa jurídica está inserida, pouco importando se for pessoa jurídica de Direito Público ou Privado, devendo a empresa agir com ética em todos os seus relacionamentos, especialmente com clientes, fornecedores, empregados, concorrentes e governo. É importante ressaltar que toda empresa tem o dever ético de cumprir a lei e os costumes. O problema e que, embora a empresa como organização possa ser um agente moral, na verdade quem tem ou deixa de ter comportamento ético são as pessoas que a dirigem e que nela trabalham. É difícil separar a pessoa da instituição, principalmente as pessoas jurídicas de Direito Público. O exemplo mais banal é a participação das empresas em entidades de qualquer natureza. O representante da empresa nessas entidades e tomado como se fosse a própria empresa, e assim são consideradas suas declarações e opiniões. Por uma manifestação infeliz, ninguém diz que alguém e um mau representante da empresa. A referência, no caso, e sempre a empresa representada. Bons dirigentes e funcionários, por outro lado, difundem a imagem de sua empresa como boa. Por isso há uma preocupação cada vez maior das empresas quando designam aqueles que devam representá‑las externamente. O problema pode ser maior ainda quando os gestores ou dirigentes agem de má-fé e confundem o patrimônio público com o seu particular, cometendo os mais diversos crimes contra a economia popular, como os casos de corrupção e desvios de valores em simulação de contratos ou contratações de serviços que nunca se efetivaram, ou entre os mais diversos crimes que são apresentados a mídia todos os dias; um ato destes pode levar uma empresa pública ou até as empresas particulares a quebra ou a falência, dependendo do rombo em seus cofres ou do alcance dos efeitos dos crimes cometidos. Segundo o autor Joaquim Manhães Moreira (apud COTRIM, 2008, p. 228), são razoes para a empresa ser ética: • Custos menores, pois não faz pagamentos irregulares ou imorais, por exemplo, o “suborno”. • Possibilidade de avaliar com precisão o desempenho da sua estrutura. • Legitimidade moral para exigir comportamento ético dos empregados. • Geração de lucro livre de contingências, por exemplo, condenações por procedimentos indevidos. • Obtenção de respeito dos parceiros comerciais. • Cumprimento do dever inerente à responsabilidade social da organização. 1.4 Responsabilidade social Podemos conceituar a responsabilidade social como um processo instrutivo e dinâmico baseado na ciência do dever humano e na ética, envolvendo ações governamentais e não governamentais pelos direitos fundamentais para a vida, as relações sociais e o equilíbrio ambiental. Estas manifestações, além de regras de ordem moral, estão disciplinadas em códigos e instrumentos pátrios como as leis de proteção ao consumidor, das crianças e adolescentes, das mulheres e dos idosos, e, no âmbito internacional, temos a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Declaração Universal dos Direitos da Criança, as Convenções sobre as Condições de Trabalho, dentre outros. Dentro das sociedades podemos encontrar diversas formas de manifestação de responsabilidade social que podem ser exercidas pelo governo municipal através de políticas públicas, e pelos cidadãos através de desenvolvimento social com ações individuais, coletivas ou empresariais, junto a órgãos públicos ou entidades privadas, com a execução de trabalhos voluntários. Com o passar do tempo, tal concepção originou algumas variantes ou nuances. Assim, conceitos novos– muitas vezes complementares, distintos ou redundantes – são usados para definir responsabilidade social, dentre eles: responsabilidade social corporativa (RSC), responsabilidade social empresarial (RSE) e responsabilidade social ambiental (RSA). A chamada RSC e, na maioria dos casos, conceito usado na literatura especializada sobretudo para empresas, principalmente de grande porte, com preocupações sociais voltadas ao seu ambiente de negócios ou ao seu quadro de funcionários. O conceito de RSE, ainda que muitos vejam como sinônimo de RSC, tende a envolver um espectro mais amplo de beneficiários (stakeholders), envolvendo aí a qualidade de vida e bem‑estar do público interno da empresa, mas também a redução de impactos negativos de sua atividade na comunidade e no meio ambiente. Na maioria das vezes, tais ações são acompanhadas pela adoção de uma mudança comportamental e de gestão que envolve maior transparência, ética e valores na relação com seus parceiros. Por fim, o conceito de responsabilidade social ambiental (RSA), talvez mais atual e abrangente, ilustra não apenas o compromisso de empresas com pessoas e valores humanos, mas também preocupações genuínas com o meio ambiente. Independentemente de que linha ou conceituação utilizar, fica evidente que empresas variam bastante – o que muitas vezes e natural e reflete sua vocação como negócio – na prioridade a ser dada a questões socioambientais, as vezes focando certos públicos em detrimento de outras ações sociaisigualmente relevantes. A responsabilidade empresarial, seguindo os ensinamentos de Robert Henry Srour (2008), adquire o caráter social em função da adoção de um conjunto de práticas: • Conjuga o desenvolvimento profissional dos colaboradores e sua coparticipação em decisões técnicas, estimula investimentos em segurança e melhores condições de trabalho, concede participação nos lucros e nos resultados, assim como outros benefícios sociais. Seus impactos imediatos são maior produtividade, mais eficiência nos processos, incremento do capital intelectual, maior assiduidade do pessoal e menor rotatividade. • Valoriza a diversidade interna da empresa, por meio do combate às discriminações – no recrutamento, no acesso ao treinamento, na remuneração, na avaliação do desempenho e na promoção das “minorias políticas”, como e o caso de uma política de emprego para portadores de deficiência física, da adaptação do ambiente de trabalho as suas necessidades e da previsão de vagas para jovens de pouca qualificação que recebem formação e capacitação adequadas. • Exige dos prestadores de serviços que seus trabalhadores desfrutem de condições de trabalho semelhantes às dos próprios funcionários da empresa contratante. • Constitui parcerias entre clientes e fornecedores para gerar produtos e serviços de qualidade, garantir preços competitivos, estabelecer um fluxo de informações precisas e tempestivas e para assegurar relações confiáveis e duradouras. • Contribui para o desenvolvimento da comunidade local e, por extensão, da sociedade inclusiva, através da implantação de projetos que aumentem o bem‑estar coletivo. • Inclui investimentos em pesquisa tecnológica para inovar processos e produtos, além de melhor satisfazer os clientes ou usuários. • Exige a conservação e a restauração do meio ambiente através de intervenções não predatórias (consciência da vulnerabilidade do planeta) e através de medidas que evitem externalidades negativas. • Implica a publicação de um “balanço social”. No ano de 1998 o Conselho Empresarial Mundial, em convenção na Holanda, institui as bases para o conceito de Responsabilidade Social Corporativa (empresarial), estabelecendo o comprometimento permanente dos empresários com comportamentos eticamente orientados e com o desenvolvimento econômico, no intuito de melhorar a qualidade de vida dos empregados e de suas famílias, bem como da comunidade local e da sociedade em geral. As consequências trazidas, para as empresas que adotam dentre as suas estratégias a responsabilidade social, podem ser resumidas da seguinte forma: • Contribuição decisivamente para a perenidade das empresas, uma vez que diminui sua vulnerabilidade ao reduzir desvios de conduta, processos judiciais e possíveis retaliações por parte dos stakeholders. • Promoção da reputação das empresas, sobretudo junto aos clientes e às comunidades locais em que suas sedes estão implantadas. • Conciliação da eficácia econômica com preocupações sociais. • Fortalecimento interno à empresa, conquistando e retendo talentos, além de cultivar um relacionamento duradouro com clientes e fornecedores. • Faz os projetos sociais serem agregados como valor aos produtos ou serviços prestados. • Opera como fator inovador para alcançar o sucesso empresarial. Neste sentido, as empresas têm a missão de competir não somente pela conquista do mercado, para auferir lucros, mas também para conquistar um capital de reputação, de prestigio; querem dispor de uma reserva de credibilidade que lhe confira a “licenca para operar” e, por conseguinte, o benefício da dúvida em situação de crise. Procuram obter, sobretudo, um credito de confiança que lhes outorgue uma vantagem competitiva para incrementar sua rentabilidade (SROUR, 2008, p. 232). 1.5 Certificações socioambientais As certificações socioambientais surgiram com o objetivo de ser um dos mecanismos de promoção e incentivo as mudanças de qualidade na agricultura em direção a sustentabilidade. Porém, a certificação não deve ser encarada como uma solução, embora possa cumprir interessante papel no sentido de promover transformações em segmentos produtivos, como tem ocorrido nos setores florestal e agrícola. Esses processos de transformação devem ser acompanhados de políticas públicas, pesquisas e outros instrumentos complementares. As empresas certificadoras, através dos seus certificadores, avaliam o desempenho da operação auditada diante de padrões mínimos existentes. E importante salientar a predominância de diferentes tipos de avaliação de desempenho em relação as avaliações de procedimentos, principalmente no sistema de certificação Internacional Organization for Standartization (ISO). A seguir, alguns exemplos de certificações ambientais: • Selo Empresa Amiga da Criança: selo criado pela Fundação Abrinq para empresas que não utilizem mão de obra infantil e contribuam para a melhoria das condições de vida de crianças e adolescentes. • ISO 14000: e apenas mais uma das certificações criadas pela International Organization for Standardization (ISO). O ISO 14000, parente do ISO 9000, dá destaque as ações ambientais da empresa merecedora da certificação. • AA1000: foi criada em 1996 pelo Institute of Social and Ethical Accountability. Esta certificação de cunho social enfoca principalmente a relação da empresa com seus diversos parceiros, ou stakeholders. Uma de suas principais características e o caráter evolutivo, já que é uma avaliação regular (anual). • SA8000: a “Social Accountability 8000” e uma das normas internacionais mais conhecidas. Criada em 1997 pelo Council on Economic Priorities Accreditation Agency (CEPAA), o SA8000 enfoca, primordialmente, relações trabalhistas e visa assegurar que não existam ações antissociais ao longo da cadeia produtiva, como trabalho infantil, trabalho escravo ou discriminação. • ABNT‑ISO 26000: no dia 1o de novembro de 2010, foi publicada a Norma Internacional ISO 26000 – Diretrizes sobre Responsabilidade Social, cujo lançamento foi em Genebra, Suíça. No Brasil, no dia 8 de dezembro de 2010, a versão em português da norma, a ABNT NBR ISO 26000, foi lançada em São Paulo. A norma e de grande utilidade a empresas interessadas em adotar programas de ser, uma vez que oferece orientações relacionadas a sete princípios norteadores de responsabilidade social: — Accountability: ato de responsabilizar‑se pelas consequências de suas ações e decisões, respondendo pelos seus impactos na sociedade, na economia e no meio ambiente, prestando contas aos órgãos de governança e demais partes interessadas declarando os seus erros e as medidas cabíveis para remediá‑los. — Transparência: fornecer as partes interessadas de forma acessível, clara, compreensível e em prazos adequados todas as informações sobre os fatos que possam afetá‑las. — Comportamento ético: agir de modo aceito como correto pela sociedade – com base nos valores da honestidade, equidade e integridade, perante as pessoas e a natureza – e de forma consistente com as normas internacionais de comportamento. — Respeito pelos interesses das partes interessadas (stakeholders): ouvir, considerar e responder aos interesses das pessoas ou grupos que tenham interesse nas atividades da organização ou que por ela possam ser afetados. — Respeito pelo Estado de Direito: o ponto de partida mínimo da responsabilidade social e cumprir integralmente as leis do local onde está operando. — Respeito pelas Normas Internacionais de Comportamento: adotar prescrições de tratados e acordos internacionais favoráveis a responsabilidade social, mesmo que nao haja obrigação legal. — Direito aos humanos: reconhecer a importância e a universalidadedos direitos humanos, cuidando para que as atividades da organização não os agridam direta ou indiretamente, zelando pelo ambiente econômico, social e natural que requerem. 1.6 Código de conduta ética O código de ética e um instrumento que busca a realização e a satisfação dos princípios, visão e missão da empresa. Serve para orientar e disciplinar as ações de seus colaboradores e explicitar a postura social da empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage, como clientes, fornecedores e público em geral. E da máxima importância que seu conteúdo seja refletido nas atitudes das pessoas a que se dirige e encontre respaldo na alta administração da empresa, tanto quanto o ultimo empregado contratado tem a responsabilidade de vivenciá‑lo e praticá‑lo. O código de ética formaliza um padrão de conduta, considerado adequado para uma organização. Quando uma empresa decide adotar uma postura ética em seus relacionamentos, e muito importante que essa resolução conste num documento interno que será chamado de código de ética ou código de conduta. Sabemos que as pessoas que integram uma organização possuem formações culturais, intelectuais e científicas diferentes, experiências sociais diferentes e opiniões diferentes sobre os fatos da vida. Contudo, o código de ética tem a missão de padronizar e formalizar o entendimento da organização empresarial, incluindo seus colaboradores em seus diversos relacionamentos e operações. A existência do código de ética evita que os julgamentos subjetivos deturpem, impeçam ou restrinjam a aplicação plena dos princípios. Alguns doutrinadores defendem que os códigos de ética e a lista de proibições, por mais bem-elaborados que sejam, não conseguem melhorar o comportamento dos funcionários, até porque trazem uma imagem negativa e não construtiva da ética, que é seu verdadeiro propósito. Dizem ainda que a experiência já demonstrou que a mudança de padrões de conduta ética e necessariamente um processo complexo, lento, dentro do qual o código escrito tem um papel limitado. Entendem que resta as empresas assumirem que mudar o comportamento ético no Brasil e um desafio que precisa ser enfrentado corretamente, que é difícil e trabalhoso, mas que vale a pena. Soluções prontas não conseguem levar a uma melhoria ética da empresa. E preciso desenvolver uma nova perspectiva capaz de habilitar dirigentes e funcionários a lidarem com as questões de natureza ética. Por outro lado, a corrente majoritária entende que, se aplicados da forma correta, os resultados são práticos e visíveis. Podem ser doutrinados através de algumas metas, alguns exemplos de práticas, dentre outros apresentados a seguir: • Treinamento dos conceitos constantes do código. • Sistema de revisão e verificação do efetivo cumprimento das normas do código de ética. • Criação de um canal de comunicação destinado a receber e a processar relatos sobre eventuais violações as normas traçadas no código de ética. A consciência ética das empresas manifestada através de seus gestores cresce a cada dia, como se pode perceber pelo grande número de causas submetidas a justiça. Essas causas revelam que, em todos os relacionamentos da empresa, a sociedade deseja obediência a legislação e a ética. O profissional da atualidade, no Brasil, está vivendo uma experiência impar ao integrar o mundo dos negócios nessa “Era Ética”. O código de ética, como já ressaltado, ira formalizar em uma espécie de documento da empresa seus padrões éticos e morais, criando assim regras de conduta. O autor Robert Henry Srour (2008, p. 232), em sua obra Ética Empresarial, apresenta uma lista de alguns temas recorrentes nos códigos de ética no Brasil: • Relacionamento com clientes, acionistas, colaboradores, fornecedores e prestadores de serviços, distribuidores, autoridades governamentais, órgãos reguladores, mídia, concorrentes, sindicatos, comunidades locais, terceiro setor, associações empresariais. • Conflitos de interesse entre os vários públicos de interesse. • Regulamentação da troca de presentes, gratificações, favores, cortesias, brindes, convites de fornecedores ou clientes. • Observância das leis vigentes. • Segurança e confidencialidade das informações não públicas, em especial das informações privilegiadas. • Teor dos balanços, das demonstrações financeiras e dos relatórios da diretoria endereçados aos acionistas, e seu nível de transparência. • Propriedade intelectual dos bens simbólicos, patentes ou marcas. • Espionagem econômica ou industrial versus pesquisas tecnológicas e uso do benchmarking e da inteligência competitiva. • Postura diante do trabalho infantil e do trabalho forçado. • Formação de lobbies ou tráfico de influência. • Formação de cartéis e participação em associações empresariais. • Contribuição para campanhas eleitorais. • Prestação de serviços profissionais por parte dos colaboradores a fornecedores, prestadores de serviços, clientes ou concorrentes. • Respeito aos direitos do consumidor. • Relação com o meio ambiente: uso de energia, água e papel; consumo de recursos naturais; poluição do ar; disposição final de resíduos. • Uso do tempo de trabalho para assuntos pessoais. • Uso do nome da empresa para obter vantagens pessoais. • Discriminação das pessoas em função de gênero, etnia, raça, religião, classe social, idade, orientação sexual, incapacidade física ou qualquer outro atributo e regulação de sua seleção e promoção (questão da diversidade social). • Assédio moral e assédio sexual. • Segurança no trabalho com adequação dos locais de trabalho e dos equipamentos para preveniracidentes de trabalho e doencas ocupacionais. • Uso de drogas ilícitas, ingestão de bebidas alcoólicas e prática de jogos de azar. • Porte de armas. • Relações de apadrinhamento (nepotismo, favoritismo, paternalismo, compadrio, amizade) e contratação de parentes ou amigos como colaboradores ou como terceiros. • Troca de informações com concorrentes, fornecedores e clientes. • Adoção de critérios objetivos e justos na contratação e no pagamento dos fornecedores ou prestadores de serviços, para afastar qualquer favorecimento. • Existência de interesses financeiros ou vínculos de qualquer espécie com empresas que mantenham negócios com a empresa para não ensejar suspeita de favorecimento. • Posicionamento com relação à concorrência desleal. • Difusão interna de fofocas ou rumores maliciosos. • Privacidade dos colaboradores. • Direito de associação dos colaboradores a sindicatos, igrejas, associações, partidos políticos ou organizações voluntarias. • Restrição do fumo a locais ao ar livre ou a áreas reservadas. • Proibição da comercialização interna de produtos ou serviços por colaboradores. • Uso dos bens e recursos da empresa para que não ocorram danos, manejos inadequados, desperdícios, perdas, furtos ou retiradas sem previa autorização. • Utilização dos equipamentos e das instalações da empresa para uso pessoal dos colaboradores ou para assuntos políticos, sindicais ou religiosos. • Proteção da confidencialidade dos registros pessoais que ficam restritos a quem tem necessidade funcional de conhece‑los, salvo exceções legais. Neste sentido, pode‑se dizer que administrar a ética dentro de uma empresa e gerir o alinhamento do comportamento dos seus colaboradores com um conjunto de normas que consideramos indispensáveis e que formam a base da cultura desejada para a corporação. O que se procura com essa “Era Ética”, assim denominada por vários doutrinadores, e estabelecer para sempre o orgulho de ser honesto, o qual será ostentado por empresários, acionistas, administradores, empregados, parceiros e agentesdas organizações empresariais. O respeito aos códigos de ética depende da determinação de cada um dos envolvidos na organização empresarial, de conhecer, seguir e disseminar os princípios éticos, assim como de exigir a sua observância por parte de todos. Observação O código de ética e um instrumento que busca a realização e a satisfação dos princípios, visão e missão da empresa. Lembrete A ética serve para qualificar as organizações (empresa ética), as pessoas (sujeito ético) e os comportamentos (conduta ética), dentro de uma sociedade. Saiba mais Os filmes a seguir podem propiciar uma inter-relação com os conteúdos da unidade: - WALL Street. Dir. Oliver Stone. EUA: Twentieth Century Fox Film Corporation, 1987. 126 minutos. - UMA SECRETARIA de futuro. Dir. Mike Nichols. EUA: Twentieth Century Fox Film Corporation, 1988. 113 minutos.
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