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Etica_cidadania-PED_1_12_v2

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ÉTICA E CIDADANIA
Antonio Marcos Feliciano
2019
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IA Presidente 
Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM
 
Diretor Geral 
Jorge Apóstolos Siarcos 
Reitor 
Frei Gilberto Gonçalves Garcia, OFM 
Vice-Reitor 
Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM
 
Pró-Reitor de Administração e Planejamento 
Adriel de Moura Cabral 
Pró-Reitor de Ensino, Pesquisa e Extensão 
Dilnei Giseli Lorenzi 
Coordenador do Núcleo de Educação a Distância 
(NEAD) 
Renato Adriano Pezenti
 
Revisão
Lindsay Viola (Vozes)
Desenhista Instrucional 
Leonora Gerardino
Patricia Sponhardi
Projeto Gráfico e Diagramação
Studio 28
© 2019 Universidade São Francisco
Avenida São Francisco de Assis, 218
CEP 12916-900 – Bragança Paulista/SP
CASA NOSSA SENHORA DA PAZ – AÇÃO SOCIAL 
FRANCISCANA, PROVÍNCIA FRANCISCANA DA 
IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL – ORDEM 
DOS FRADES MENORES
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Doutor e Mestre em Engenharia 
e Gestão do Conhecimento pelo 
Programa de Pós-graduação em 
Engenharia e Gestão do Conhecimento 
da UFSC (PPGEGC/UFSC).
PROF. DR. 
ANTONIO 
MARCOS 
FELICIANO
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SUMÁRIO
Caixas de Destaque ....................................................................... 05
Informações Gerais da Disciplina ................................................. 06
Apresentações das Unidades ........................................................07
Unidade 1: 
1.1 Moral e Ética: A abordagem conceitual ................................... 10
1.2 Formação e trajetória da Ética ................................................ 16
Unidade 2:
2.1 Moral e Ética: Tipologia e conduta ética ................................. 18
2.2 Ética e Sociedade: Valores e códigos de conduta social ......24
Unidade 3: 
3.1 Ética e Sociedade: Ética individual e Ética coletiva no âmbito 
organizacional ................................................................................. 31
3.2 Ética e Sociedade: Ética aplicada: conduta humana em grupo 
36
Unidade 4: 
4.1 Ética e Profissão: O ser humano nas organizações ...............42
4.2 Ética e Profissão: Ética e profissão ........................................ 51
Unidade 5:
5.1 Ética e Profissão: Valores, responsabilidade e deveres individu-
ais e coletivos nas organizações ...................................................54
5.2 Ética e profissional: Valor social das profissões .....................59
Unidade 6:
6.1 Ética profissional: Ética nas organizações ............................ 64
6.2 Ética profissional: Tendências da Ética profissional ...............71
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IMPORTANTE 
ENTENDER!
PARA 
REFLETIR
EXEMPLO
PESQUISE
GLOSSÁRIO
LEIS
LEITURA
FUNDAMENTAL
SUGESTÃO 
DE LEITURA
RELEMBRE
CURIOSIDADES
É U M E S P A Ç O D E D I C A D O A E N T E N D E R O S 
C O N C E I T O S C E N T R A I S D O C O N T E Ú D O .
E S P A Ç O P A R A Q U E S T I O N A M E N T O S O B R E 
O A S S U N T O . S I T U A Ç Ã O H I P O T É T I C A P A R A 
R E F L E X Ã O E C O M P R E E N S Ã O S O B R E O 
T E M A E S T U D A D O .
M O M E N T O P A R A S E A P R E S E N T A R U M A S I -
T U A Ç Ã O R E A L D O A S S U N T O T R A B A L H A D O
A P R E S E N T A Ç Ã O D E F O N T E S P A R A Q U E 
O A L U N O E X P L O R E M A I S O C O N T E Ú D O 
A B O R D A D O . S E R Ã O A P R E S E N T A D O S : L I -
V R O S , S I T E S , R E P O R T A G E N S , D I S S E R T A -
Ç Õ E S , V Í D E O S , R E V I S T A S E T C .
T E R M O S E S I G L A S E S P E C Í F I C A S S O B R E O 
T E M A T R A T A D O N A U N I D A D E .
L E I O U A R T I G O D E E X T R E M A I M P O R T Â N -
C I A P A R A A P R O F U N D A M E N T O D O A L U N O .
L I V R O S E T E X T O S I M P R E S C I N D Í V E I S P A R A 
O D E S E N V O L V I M E N T O D A A P R E N D I Z A G E M 
D O A L U N O .
A P R E S E N T A Ç Ã O D E L E I T U R A S I N T E R E S -
S A N T E S P A R A O A L U N O , R E L A C I O N A D A S 
A O T E M A .
P O N T O S F U N D A M E N TA I S Q U E G U I A R Ã O O 
A L U N O . S Ã O N O R T E S Q U E A J U D A R Ã O A I N -
T E R P R E TA R O T E X T O .
F A T O , A C O N T E C I M E N T O H I S T Ó R I C O O U 
P O N T O C U R I O S O R E L A C I O N A D O A O T E M A 
A B O R D A D O .
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INFORMAÇÕES
GERAIS DA DISCIPLINA
ÉTICA E CIDADANIA
Objetivo geral
Apresentar a ética como valor fundamental da conduta individual e 
coletiva e como prática social desejada no âmbito da família, das em-
presas e da sociedade moderna.
OBJETIVOS específicos de aprendizagem
•	 Situar moral e ética nas perspectivas histórica, filosófica e política.
• Promover a reflexão e a crítica sobre a natureza e os fundamentos
da moral e da ética.
• Apresentar a ética a partir de uma perspectiva classificatória.
• Apresentar regras e valores sociais como determinantes para o
comportamento ético.
• Apresentar aspectos definidores da ética individual e coletiva no
ambiente organizacional.
• Apresentar a ética como elemento basilar do comportamento hu-
mano das organizações.
• Identificar aspectos que determinam o comportamento das pesso-
as no ambiente de trabalho.
• Identificar aspectos éticos no campo das profissões como nortea-
dores da conduta profissional.
• Apresentar tendências para a ética no âmbito das organizações.
CARGA HORÁRIA: 72 H
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Unidade de Estudo 1 – Moral e ética na sociedade
A ação humana é repleta de conexões feitas de conhecimentos, experiên-
cias, insights, impulsos, valores, crenças, amor, carinho, capricho, entre ou-
tros aspectos que tornam sua compreensão complexa, mas essencial para o 
entendimento do desenvolvimento da conduta das pessoas. 
Os estudos sobre a ética e a moral têm suas origens antes mesmo de 
Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), que ainda hoje é considerado um dos 
principais pensadores do tema, cujas contribuições teóricas e práticas são 
significativas na configuração de qualquer iniciativa que busque o entendi-
mento do assunto.
Desde o período aristotélico, a sociedade muda intensa e continuamen-
te. Assim, a compreensão do comportamento humano se faz necessária 
para que se entenda a extensão conceitual e prática da ética e da moral nas 
relações pessoais e profissionais no âmbito da sociedade.
No seio dessa sociedade, temos grupos, países, nações, comunidades, 
famílias, classes, enfim, pessoas que se conectam em torno de diversos as-
pectos, entre outros, os valores. O alicerce valorativo da sociedade é mais 
amplo do que o de um grupo social, por isso dizemos que os valores de uma 
sociedade refletem e influenciam os valores de suas células menores, gru-
pos sociais, famílias e outros. 
Os valores são percebidos diferentemente pelos grupos sociais, entre-
tanto, é a ética e a moral que têm o papel de limitar a interpretação e con-
duta das pessoas e dos grupos sociais, por isso seu caráter é amplo. Os 
valores sofrem modificações a partir do desenvolvimento da sociedade; 
embora essas mudanças não sejam radicais, são perceptíveis de uma ge-
ração para outra.
Nesta unidade, abordaremos a ética e a moral a partir de uma perspec-
tiva teórico-conceitual, objetivando oferecer a você elementos suficientes 
para a compreensão ampla do significado das situações que você vive em 
seu cotidiano, seja na família, na igreja, na instituição educacional, na rua, 
enfim, em qualquer lugar, pois a ética e a moral são onipresentes.
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
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MORAL E ÉTICA NA SOCIEDADE
1UNIDADE
ABORDAGEM CONCEITUAL 
Uma pequena e inocente fofocanão faz mal a ninguém, aliás, 
quem nunca fez isso? Levar uma vantagenzinha no trânsito maluco 
das cidades e rodovias, quem nunca fez isso? Usar equipamentos 
e outros recursos da empresa para realizar um trabalho particular, 
quem nunca fez isso? Contar uma mentirinha, quem nunca fez isso? 
Parece mesmo difícil pensar em um mundo perfeito, em que todos 
tenham comportamento ético, reto, sem verdadeiramente levar 
vantagens sobre os demais.
As contradições e incertezas apresentadas no contexto da socie-
dade, faz com que a humanidade busque cada vez mais explicar sua 
realidade por meio de atributos éticos e morais, que fazem parte de 
qualquer grupo social, da vida de qualquer pessoa, em qualquer si-
tuação. Os valores sociais comumente limitam as pessoas em suas 
ações, pois todo valor social apresenta consigo uma sanção, por 
isso seu caráter limitador ao comportamento humano. 
A figura seguinte apresenta a incerteza como elemento perma-
nentemente presente na vida humana.
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Figura 1.1: Incerteza humana
Fonte: Pixabay (2019). 
A incerteza acompanha o homem desde os primórdios, fazendo 
parte da evolução da espécie e do domínio humano sobre a natu-
reza. Foi por meio da capacidade humana que os recursos naturais 
foram gradativamente sendo utilizados para garantir sua sobrevi-
vência, que ocorreu desde a geração de energia elétrica, passando 
pela moradia, alimentação, segurança, criação de medicamentos, 
entre outros usos.
Não devemos perder de vista que, de fato, o homem travou ba-
talhas homéricas contra a natureza, pelo menos em um passado 
recente. Devemos destacar que, durante toda a sua história, o 
grande inimigo do homem sempre foi ele mesmo, por isso a incer-
teza de continuidade da espécie se mantém presente até os dias 
atuais. 
Até certo período da humanidade, a virtude pessoal significava 
um verdadeiro atestado de segurança relativa à honra individual, 
garantindo prestígio social aos virtuosos. O resgate da ética para 
resolver questões sociais, que causam grandes incertezas, depende 
de pessoas virtuosas, com ampla capacidade de refletir e agir com 
espírito coletivo, isto é, visando ao bem-estar comum, atentando 
para a pluralidade que é o mundo.
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VITRINE, MORAL E ÉTICA
Nesse contexto, convém destacar que Passos (2006, p. 22) ar-
gumenta que nos dias atuais, “[...] a palavra virtude está em desuso, 
enquanto a palavra moral foi substituída por ética, por ser mais geral 
e menos identificada com a religião”. Apesar de isso ter acontecido, 
você deve compreender que o comportamento humano é constituí-
do primeiramente pela moral, pois é esta que contém a estrutura de 
valores que nos afasta das ações animalescas. 
A realidade mundial muda rapidamente. Comparando a socieda-
de mundial e brasileira na década de 50 com a atual, por exemplo, 
vemos que, embora diferentes, ambas têm em comum muitos as-
pectos da ética. Nesse sentido, podemos afirmar que a evolução da 
sociedade tem por base seu código de conduta, que é definido pela 
ética, a qual define valores, comportamentos, enfim, está no cerne 
da virtude social.
No plano conceitual, Sá (2010, p. 3) afirma que “[...] a Ética tem 
sido entendida como a ciência da conduta humana perante o ser e 
seus semelhantes”.
Em momentos de crises, quando a sociedade percebe o potencial 
risco ao seu equilíbrio, a ética é resgatada pelos virtuosos. Desse 
modo, podemos reconhecer seu papel fundamental para o equilí-
brio harmônico nas relações humanas.
A competição é inerente a todas as espécies, fazendo parte do 
comportamento de cada indivíduo e, com o ser humano, não é dife-
rente. A virtude e os códigos éticos e morais, por outro lado, impe-
dem que as competições sejam desleais ao ponto de serem violen-
tas. Portanto, sem esses aspectos, a convivência dos homens seria 
impossível. 
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VOCÊ JÁ IMAGINOU O AMBIENTE FAMI-
LIAR, SOCIAL OU DO TRABALHO SEM CÓ-
DIGOS ÉTICOS? 
A disputa violenta pela alimentação e propriedade de qualquer 
objeto poderia tornar insustentável qualquer espaço ocupado por 
mais de uma pessoa.
Passos (2006) admite que a virtude não é um elemento relevante 
para o status social dos indivíduos. Apesar disso, é possível perce-
ber que as pessoas fundamentam seus projetos de vida em valores 
sociais morais. Em outras palavras, o comportamento individual é 
parametrizado pelos valores morais coletivos.
A amplitude dos valores morais é sintetizada por Passos (2006, 
p. 22), ao considerar que os valores estão presentes em todas as 
ações e relações humanas, possuindo aspectos “[...] estéticos, po-
líticos, jurídicos ou morais”. A materialidade da ética é evidenciada 
nesse tipo de relação a partir de vários pontos de vista. 
Você pode pensar que é possível haver razoabilidade na taxa de 
lucro em uma relação econômica, ou, também, que não é ético en-
ganar as pessoas no contexto econômico. Por isso, relembramos 
Passos (2006) ao considerar que toda ação humana possui algum 
valor moral que fundamenta o comportamento.
Nessa direção, Sá (2010, p. 3) aponta que a ética “[...] envolve 
os estudos de aprovação e desaprovação da ação dos homens”. O 
autor ainda complementa que a ética também envolve a análise da 
vontade e o desempenho virtuoso das pessoas a partir das suas in-
tenções e atuações, seja do ponto de vista individual, ou sob o pris-
ma das normas coletivas.
Na direção conceitual, Cortina e Martinez (2005, p. 9) eviden-
ciam que a ética “[...] é um tipo de saber normativo, isto é, um saber 
que pretende orientar as ações dos seres humanos”. Nesse sentido, 
por meio da ética é possível propor soluções concretas para proble-
mas concretos.
A ética pode ser considerada como um braço operacional da mo-
ral, que, por sua vez, na visão de Cortina e Martinez (2005, p. 9) 
orienta a ação humana de forma indireta e “[...] no máximo, pode 
indicar qual concepção moral é mais razoável para que, a partir dela, 
possamos orientar nossos comportamentos”.
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Figura 1.2: Equilíbrio entre a ética e a moral
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
Entenda que ambas, ética e moral, são definidas a partir de mo-
delos teóricos, no entanto, é na ação prática humana que podemos 
identificar com maior facilidade os aspectos éticos.
Cortina e Martinez (2005, p. 11) indicam que a ética é:
[...] entendida à maneira aristotélica como 
saber orientado para o esclarecimento da vida 
boa, com o olhar posto na realização da felici-
dade individual e comunitária [...] Se a pergunta 
ética para Aristóteles era, “quais virtudes mo-
rais temos de praticar para conseguir uma vida 
feliz, tanto individual como comunitariamente”, 
na era moderna, em contrapartida, a pergunta 
ética seria esta outra: “quais deveres morais 
básicos têm de reger a vida dos homens para 
que seja possível uma convivência justa, em 
paz e em liberdade, dado o pluralismo existente 
quanto às maneiras de ser feliz”.
Essa passagem deixa claro que pode haver múltiplos entendi-
mentos e práticas para alcançar a felicidade, entretanto, as ações 
humanas são limitadas para que não se constituam em práticas 
desleais que atentem à moral coletiva. Dessa forma, podemos afir-
mar que, com a evolução da sociedade, surgem novas necessida-
des, como novos códigos éticos, os quais visam a orientar as ações 
das pessoas em busca da felicidade.
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De acordo com Cunha (2012), a moral tem relação com as deci-
sões humanas – não somente as consequências de uma decisão em 
relação ao coletivo, mas também no que diz respeito ao tomador da 
decisão, pois uma decisão precede uma ação.
Dessa forma, você deve perceber que há limites entre a moral e a éti-
ca, os quais podemos descrever da seguinte forma:posso me beneficiar 
muito com minha ação que, mesmo sendo legal, pode ser imoral e, a 
partir dessa noção de moralidade/imoralidade, surge a Ética como uma 
forma de corrigir as distorções morais no plano prático.
Apesar de aparentemente possuir o mesmo significado, e é justa-
mente no emprego dos termos que se percebe as diferenças, a ética 
é uma espécie de “examinadora da moral” para manter o caráter 
civilizador às nossas ações. Isso ocorre, segundo Passos (2006), 
porque a Ética permite a reflexão e a teorização da conduta humana, 
tendo função fundamental nas nossas atitudes diárias, corriqueiras, 
pois ela regula o comportamento humano.
Com isso, você aprende que a ética e a moral são mutantes no 
sentido de mudar conforme o contexto social. Se o Brasil da década 
de 1950 era muito diferente do Brasil de hoje, então a ética e a moral 
sofreram mudanças. Como se trata de comportamento associado a 
valores culturais e a outros aspectos sociais, você deve pensar que 
as mudanças não são estanques, isto é, não há um rompimento defi-
nitivo entre os padrões éticos e morais de um período em relação ao 
momento subsequente, pois se trata, na verdade, de um processo 
permanente de construção. 
Nesse sentido, é correto afirmar que a ética e a moral se confor-
mam com a função de facilitar a convivência em sociedade. Assim, 
Aristóteles e outros pensadores que se debruçaram sobre o tema 
ainda estão muito presentes na sociedade atual.
Por exemplo, um indivíduo pode não perceber que há problemas 
em usar os recursos da empresa onde trabalha para realizar ativida-
des de caráter particular. Outro, é capaz de utilizar um veículo pú-
blico para ir ao supermercado fazer suas compras pessoais. Enfim, 
a partir da materialidade da ética, você pode promover reflexões, 
adaptando o conceito à sua realidade.
Convém lembrar que a coletividade procura, diante das contradições 
sociais, agir para que se mantenha harmonia entre as pessoas. Portanto, 
não se trata de moldar a ética e a moral a interesses específicos, mas 
tornar os níveis de convivência idealmente equilibrados. 
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1.2. FORMAÇÃO E TRAJETÓRIA 
EVOLUTIVA DA ÉTICA
Desde os tempos mais remotos, a Ética tem sido alvo de estudos 
e pesquisas, ampliando o escopo de análise para todos os campos 
da ciência e da sociedade. Muitos autores investem esforços sobre o 
assunto, tecendo contribuições que se complementam aos escritos 
de outros, possibilitando o melhor entendimento do comportamen-
to humano. Sem dúvida alguma, os escritos de filósofos que vive-
ram na Antiguidade, como Aristóteles (384 a. C. – 322 a. C.), Platão 
(428 a. C – 347 a. C) e Sócrates (470 a. C – 399 a. C) ainda balizam 
novas pesquisas, tamanha a influência das teorias elaboradas por 
esses pensadores.
Na sequência, apresentamos alguns importantes filósofos, cujas 
contribuições para a ciência e para o desenvolvimento do tema da 
ética são reconhecidas em todo o mundo.
Diagrama 1.1: Autores com contribuições no campo da Ética
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
ÉTICA
Aristóteles
384 a. C – 322 a. C
Karl Marx
1818 – 1883
Sócrates
470 a. C – 399 a. C
Martin Heidegger
Hugo Grotius
1583 – 1645
René Descartes
1596 – 1650
Hannah Arent
1906 – 1975
Immanuel Kant
1724 – 1804
Jürgen Habermas
1929 – Ainda vivo
Hans-Georg Gadamer
1900 – 2002
Platão
428 a. C – 347 a. C
David Hume
1711 – 1776
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A complexidade da sociedade aumenta quanto mais seu desen-
volvimento se acentua. Após a Segunda Guerra Mundial, a socieda-
de clamava por paz e justiça social, demandando também um novo 
modelo de desenvolvimento e padrões inovadores de relacionamen-
tos entre pessoas, empresas e países. Surgiram, então, preocupa-
ções ecológicas e a necessidade de atender às necessidades das 
minorias, com o entendimento, cada vez mais forte, de que a socie-
dade é plural. Desse modo, a ética é novamente chamada a fim de 
trazer uma melhor compreensão desse universo.
Nesse último aspecto, você deve considerar tanto as formas de 
relação entre os homens e os recursos naturais, quanto o homem 
em suas relações no âmbito familiar, no trabalho, na vida social, en-
fim, em qualquer espaço da sociedade. 
A seguir, vejamos o ambiente da ação e conduta humanas e onde 
ocorrem seus relacionamentos (Figura 1.3).
Figura 1.3: Ambiente da ação humana
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
Saiba que mesmo os pensadores contemporâneos que se debru-
çam sobre a ética como campo de estudos, partem dos aspectos 
apontados pelos autores clássicos para tecer suas análises. 
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2.1 TIPOLOGIA E CONDUTA ÉTICA
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A ética nunca sai de moda, o que ocorre é que, em alguns períodos, 
a humanidade parece esquecê-la ou ignorá-la. Portanto, em alguns mo-
mentos, há a necessidade em redescobri-la. Essa necessidade deriva das 
barbáries que a espécie humana é capaz de cometer, gerando grandes 
incertezas e contradições sociais, fazendo com que a virtude moral da 
sociedade se manifeste para retomar o curso da história, equilibrando as 
relações, mantendo níveis de convivência minimamente aceitáveis.
Passos (2006, p. 21) considera que as situações de contradições so-
ciais não ocorrem ao acaso, elas tomam maiores proporções quando a 
“[...] sociedade passa por graves crises de valores, identificada pelo sen-
so comum como falta de decoro, de respeito pelos outros e de limites”.
Existem situações inerentemente inaceitáveis, como a omissão em re-
lação às pessoas em condição de vulnerabilidade social, a fome, as guer-
ras e situações comumente identificadas como injustiça social. Esses 
aspectos comovem, emocionam e fazem a sociedade se movimentar em 
busca da resolução ou mitigação desses tipos de problemas.
O levante social ocorre geralmente pela explícita falta de condições 
mínimas para a sobrevivência dos atingidos pelas injustiças sociais. Nes-
se momento, mais do que coletivamente, é a união dos indivíduos que faz 
movimentar a sociedade. A ética individual e a ética coletiva são influen-
ciadas pela injustiça social.
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Passos (2006, p. 23) afirma que uma brusca ruptura nas normas 
sociais influencia o modo de agir das pessoas, que, “[...] a princí-
pio podem parecer absolutamente individuais, por consistir em 
uma ação praticada por um sujeito, a partir de um posicionamento 
no mundo e de uma decisão por ele tomada”. O fato, considera a 
autora, é que a sociedade possui níveis de tolerância para atos de 
injustiça social. No entanto, quando ameaçadas a sobrevivência da 
espécie ou as condições mínimas de convivência, a sociedade res-
gata a moral e a ética como formas de redirecionar as ações e exigir 
a resolução dos problemas.
Quando falamos no resgate da ética e da moral, estamos falando 
claramente que a sociedade evolui, que o conhecimento humano é 
cumulativo e complementar. Assim, a sociedade se desenvolve de 
acordo com padrões aceitáveis e, mesmo individualmente ou cole-
tivamente, a exclusão social e o progresso científico e tecnológico 
possuem níveis de aceitação por parte da sociedade.
Dessa forma, podemos falar em liberdade individual e ética 
individual sob uma configuração social estabelecida, posto que 
a ética coletiva, impregnada pelos valores morais, é superior ao 
desejo individual que, de alguma forma, manifesta algum tipo de 
injustiça social.
Pelo apresentado, fica fácil compreender que a ética individual 
é severamente limitada pela ética coletiva. No dizer de Passos 
(2006, p. 25):
Os valores morais dominantes não são decididos voluntariamen-
te por sujeitos individuais; eles emergem da própria experiência do 
grupo humano [...]. Ao serem socializados, vão-se tornando consen-
so entre os membros da sociedade.
Por isso, é possível comparar a ética e a moral ao comportamen-
to das pessoas em relaçãoao código penal, em que a ação individual 
está de acordo com a lei ou fora dela.
Na figura 2.1 observamos a representação do código de ética no 
meio organizacional a ser seguido pelos indivíduos que ali atuam 
profissionalmente.
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Figura 2.1: Código de ética
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
A aplicação da ética por meio da ação humana em qualquer am-
biente, pressupõe a liberdade, que, de forma geral, pode ser compre-
endida como o melhor remédio contra a coação e o poder arbitrário.
O fato é que, atualmente, estamos vivenciando um período no 
qual o individualismo parece se configurar em uma tendência para 
o comportamento humano. Sá (2010) afirma que a conduta estri-
tamente individualista é pouco recomendável às pessoas, pois os 
interesses pessoais não podem, em hipótese alguma, subjugar os 
coletivos, sob pena de as pessoas assumirem seus próprios pontos 
de vista como únicos corretos.
Em ambiente organizacional, a ética é fundamental para a sus-
tentabilidade do negócio, pois as empresas dependem das equipes 
de trabalho e, mesmo havendo níveis de competição entre os mem-
bros de qualquer equipe, as empresas devem buscar o equilíbrio 
harmônico entre seus colaboradores. Para isso, institui-se códigos 
de conduta para os relacionamentos profissionais e institucionais.
Todo código de ética, seja no interior de uma empresa ou de uma 
categoria profissional, como advogados, médicos, enfermeiros, 
entre outros, objetiva aculturar as pessoas para a consciência de 
grupo. Atualmente, os gestores organizacionais sabem que pessoas 
motivadas e focadas no negócio, produzem com muita efetividade, 
são criativas, proativas, inovadoras e costumam agir dentro das re-
gras éticas.
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Os códigos de ética são importantes instrumentos norteadores 
e condutores dos comportamentos na sociedade. A figura 5 ilustra 
uma equipe de trabalho coesa, cujo comportamento de grupo revela 
a influência do código de comportamento organizacional, que tem 
em seus precursores, o código de ética.
Figura 2.2: Equipe de trabalho
Fonte: Pixabay (2019).
As equipes em que a consciência de grupo predomina, facilmente re-
solvem problemas de convivência e diferenças de visão de mundo.
Para manter os valores organizacionais sempre presentes nas 
relações no seu ambiente, as empresas precisam concentrar muitos 
esforços, sobretudo quando o contingente de pessoas é expressivo. 
Mas não devemos pensar que é fácil manter os indivíduos no centro 
dos valores organizacionais quando a empresa possui poucos cola-
boradores.
Bennett (2014, p. 11), por sua vez, argumenta que “A maioria das 
pessoas tem uma noção geral do que é certo ou errado, em especial 
no ambiente de trabalho”. Por isso, as empresas devem criar con-
dições para que seus valores e suas práticas éticas se mantenham 
presentes entre as pessoas.
Conhecer a história dos códigos de ética possibilita compreender a evolução 
da conduta profissional.
Descubra um pouco sobre a história dos Códigos de ética médica. Disponível 
na bilioteca virtual da USF. Acesso em: 21 jul. 2019.
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As empresas precisam monitorar a conduta ou os relacionamen-
tos internos e externos de seus colaboradores, afinal de contas, sua 
imagem está presente no comportamento deles. 
Segundo Bennett (2014), as empresas precisam observar alguns 
aspectos na conduta de seus colaboradores, para se certificar da 
presença de seus valores no comportamento de quem a representa 
nas relações com o mercado:
CONFLITO DE 
INTERESSES
O grande problema existen-
te é quando uma pessoa priori-
za seus interesses individuais, 
relegando ao segundo plano 
os interesses ou as necessida-
des do grupo.
HONESTIDADE E JUSTIÇA
Esse aspecto tem relação com honestidade e transparência nos 
relacionamentos entre as pessoas e atos institucionais, que devem 
priorizar o justo.
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COMUNICAÇÃO
Esse aspecto trata da ca-
pacidade de informar cor-
retamente os atores que 
mantém algum tipo de rela-
cionamento com a empresa. 
Uma marca pode ser reco-
nhecida pela honestidade 
que transmite ao mercado.
RELACIONAMENTO ORGANIZACIONAL
Cada colaborador possui grande responsabilidade em seus re-
lacionamentos internos e externos, pois é portador de uma marca. 
Empresas que praticam atos antiéticos, como o plágio, enfrentam 
dificuldades em todos os níveis do mercado.
A ética e a moral podem ser facilmente identificadas nos códigos 
de conduta de classes. Esses documentos reúnem valores e orien-
tações práticas para as ações profissionais. Apesar de toda conduta 
profissional se fundamentar na ética e moral social, devemos desta-
car que existem peculiaridades nas profissões que requerem aten-
ção dos conselhos profissionais.
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A ética pode ser dividida em campos de análise para melhor 
entendimento do comportamento humano no seu âmbito profis-
sional. Dessa forma, temos a Ética do trabalho, a Ética ecológica, 
a Ética familiar, a Ética na educação, a Ética nas classes profis-
sionais etc. Se o objeto de análise é a conduta humana, então, 
onde há ação humana, faz-se necessário analisar os parâmetros 
de relacionamentos éticos.
2.2 VALORES E CÓDIGOS DE CONDUTA 
SOCIAL
Quando estamos em família, partilhamos de valores comuns e 
aceitos por todos, pois é com base nesses valores que os indivíduos 
são educados. Entretanto, na medida em que as pessoas crescem 
e ampliam seus relacionamentos com outras pessoas e grupos so-
ciais, seus valores passam por mudanças – sua visão de mundo se 
amplia, sofrendo modificações e, em muitos momentos, acontecem 
conflitos com os valores familiares. Por isso, é ainda no âmbito fa-
miliar que a pessoa deve ser preparada para enfrentar diferentes 
valores sociais.
A figura a seguir representa a fase inicial de qualquer pessoa: a 
infância, quando valores familiares são absorvidos.
Figura 2.3: Família como fonte de valores individuais
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
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A família é uma importante unidade social, pois, independente-
mente do seu tamanho, incorpora os valores da sociedade, configu-
rando-se, portanto, em um importante mecanismo da capilaridade 
da cultura da sociedade. 
Apesar de certos exageros, ao se comparar a empresa com a família, 
você deve compreender que ambas são configuradas em unidades so-
ciais diferentes e que cumprem papéis distintos na sociedade.
A empresa é, sem qualquer dúvida, uma importante unidade 
social, pois possui no seu escopo valores, cultura, crenças, metas, 
objetivos, visão de mundo, pessoas, enfim, todos os atributos pre-
sentes na unidade social denominada família (Figura 2.4). Podemos 
afirmar que as empresas são mais racionais em sua forma de fun-
cionar e em seus relacionamentos do que as famílias.
Figura 2.4: Empresa possui valores
Fonte: Plataforma Deduca (2019)
Passos (2006, p. 52), informa que “[...] como as organizações 
em geral, e as empresas em específico, são microestruturas sociais, 
partícipes da sociedade, também criam valores, escolhem cami-
nhos, optam por uma forma de ser e de agir consciente ou incons-
cientemente”. De forma geral, os valores orientam a conduta institu-
cional e individual no âmbito das empresas.
Você sabe que é difícil manter a harmonia familiar, então imagine 
o quão complexo pode ser em um ambiente de trabalho. Na família, 
comumente uma conversa entre irmãos ou pais e filhos serve para 
resolver os problemas de relacionamento, principalmente até o final 
da adolescência.
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Como nas empresas há uma gama de pessoas diferentes com 
objetivos distintos, há necessidade de sefazer a gestão dos confli-
tos, para que o negócio não seja afetado por disputas internas. 
O conflito de valores é mais comum do que você imagina, por 
isso, na visão de Bennett (2014), as pessoas buscam vagas de em-
prego em empresas cujos valores são convergentes com os seus.
Evidentemente, as pessoas devem ter a clara noção de que o 
mundo não é perfeito, portanto, será inevitável haver algumas di-
ferenças entre os valores organizacionais e individuais, cabendo 
às pessoas se adaptarem, pois, de outra forma, dificilmente en-
contrarão a vaga de trabalho ideal. Lembre-se que a família deve 
ter a preocupação em preparar seus membros para o conflito de 
valores quando esses mantiverem relações com outras pessoas 
ou grupos sociais.
Você se imagina trabalhando em uma empresa cujos valores são 
completamente opostos aos seus? Pois é, sabemos que há diferen-
ça entre o mundo ideal e o real e, em ambos, você pode fazer suas 
escolhas. Adaptar-se a um ambiente em que há algumas diferenças 
entre os valores, convenhamos, não seria nada difícil, pois as pesso-
as possuem capacidade de adaptação. Porém, ter que sair de casa 
diariamente para um ambiente que provoca significativo descon-
forto, certamente, além de desagradável, leva a pessoa ao limite da 
tolerância.
Evitar situações como essa é fundamental para ambos. O cola-
borador, ao perceber a convergência de valores, atua proativamente 
com motivação, ajudando a empresa, que vê seus resultados am-
pliarem sua capacidade competitiva.
O conflito é inerente às pessoas, por isso as empresas sabem que em algum 
momento o conflito entre colaboradores ocorrerá. Na literatura, alguns 
fatores geradores de conflito no ambiente corporativo são conhecidos, entre 
outros, competição, acomodação, colaboração. Aprofunde seus conhecimen-
tos sobre o assunto gestão de conflitos. Disponível na biblioteca virtual da 
USF. Acesso em: 21 jul. 2019.
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Não se iluda, os valores influenciam a capacidade de trabalho das 
pessoas e o ambiente de trabalho. Por isso as empresas atuam nes-
sa área com o objetivo de evitar fuga de esforços, conflitos internos 
e tantos outros malefícios que a distorção ou a interpretação, ou 
mesmo o distanciamento entre os valores organizações e individu-
ais podem acarretar no seu ambiente.
Dessa forma, a união entre as pessoas no ambiente de trabalho é 
muito importante para os resultados das empresas.
Figura 2.5: Resultado positivo com a união
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
Vamos deixar mais claro: você pode se adaptar aos valores or-
ganizacionais, afinal de contas, dentro do razoável, isso é perfeita-
mente factível. Difícil e complexo é atuar em empresas que atuam 
de forma antiética. Nesses casos, Bennett (2014, p. 17) afirma que o 
indivíduo tem três opções:
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Primeira opção
Aceitar o modo como a empresa faz negócios e tentar se adaptar, 
sem ficar pessoalmente envolvido em decisões antiéticas;
Segunda opção
Procurar emprego em outro lugar e deixar a organização;
Terceira opção
Aprender a ficar sozinho significa ser a pessoa que tenta mudar de 
dentro a organização antiética. Esse papel é extremamente estressante 
e, com frequência, exige uma boa dose de coragem pessoal.
De forma geral, as escolhas apresentadas por Bennett (2014) po-
dem ser resumidas da seguinte forma: 
Diagrama 2.1: Escolhas
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Aceitar a
situação
Deixar a
empresa
Fazer algo
a respeito
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Tudo inicia pela satisfação pessoal com o trabalho, em pertencer 
ao grupo social a partir de relacionamentos que têm por fundamen-
tos valores.
A questão dos valores, da ética no ambiente de trabalho, não se 
trata apenas de uma questão individual, afinal, atualmente as em-
presas estão atuando no sentido de formalizar seus códigos de con-
duta, isto é, definem diretrizes para os comportamentos desejáveis 
no âmbito da empresa e fora dela.
Bennett (2014, p. 21) apresenta alguns valores comumente iden-
tificados nas empresas que se preocupam com sua imagem no mer-
cado, principalmente em relação ao seu público-alvo.
1. Demonstrar honestidade e justiça
•	 Seguir todas as regras e regulamentos. Procurar orientação 
sempre que estiver em dúvida.
•	 Apresentar as informações com precisão, sem enganos nem 
exageros.
•	 Comunicar-se com clareza e honestidade.
•	 Tratar os outros com justiça e honestidade.
•	
2. Respeitar os outros
•	 Colocar sempre a segurança em primeiro lugar.
•	 Proteger o meio ambiente ao fazer seu trabalho.
•	 Tratar todos com civilidade e respeito.
•	
3. Assumir responsabilidades
•	 Ser responsável pelo que diz e faz.
•	 Obter confiança atendendo aos compromissos.
•	 Seguir políticas, padrões e procedimentos.
•	 Procurar orientação sempre que estiver inseguro.
Agora chegamos ao ponto de você ter claro que os valores indivi-
duais e coletivos podem ser facilmente acompanhados e percebidos 
na conduta das pessoas, tanto no ambiente das empresas, como na 
sociedade.
Mas, afinal de contas, o que é valor? Passos (2006, p. 52) afirma 
que a palavra valor, “[...] do latim valore, é a qualidade pela qual nós 
escolhemos alguma coisa em detrimento de outra”.
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Ainda no sentido conceitual, Cortina e Martinez (2005, p. 43) en-
tendem que os valores estão amplamente inseridos nos costumes 
dos grupos sociais e “[...] são uma parte indispensável da identidade 
de um povo em cada momento de sua história”.
Cunha (2012, p. 53) identifica que, superficialmente ou inicial-
mente, as pessoas associam a palavra valor a uma “[...] qualidade 
das coisas ou ações [...] percebemos, depois, que não há coisas (ou 
ações) que sejam valiosas em si mesmas”.
Isso significa que o valor às coisas ou objetivos e ações é atribu-
ído pelas pessoas, em graus e de maneiras diferentes. Isso decorre 
do sentido de ética e do entendimento da moral social do indivíduo e 
do grupo social ao qual pertence ou está inserido.
Tamayo e Godin (1996, p. 64 apud Passos 2006, p. 53) indicam 
que “[...] uma das funções dos valores organizacionais compartilha-
dos entre os membros da empresa é criar neles modelos mentais 
semelhantes relativos ao funcionamento e missão da organização”.
O valor pode ser objetivo, entretanto, como elemento que está no 
plano de análise do comportamento social das pessoas, gera apren-
dizados, por isso contribui com o desenvolvimento do comporta-
mento social, claramente percebido nas famílias, grupos sociais e 
empresas. 
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3.1 ÉTICA INDIVIDUAL E ÉTICA COLETIVA 
NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL
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O que uma empresa é ou pretende ser, o que o mercado pode esperar 
do comportamento de uma empresa, entre outros aspectos, podem ser 
visualizados em documentos institucionais, como o planejamento estra-
tégico e o estatuto da empresa, que apresentam visão, missão, valores e 
objetivos. 
Figura 3.1: Estatuto da empresa
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
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Entre outros aspectos, facilitam a identificação de informações 
relevantes sobre a empresa, permitindo um melhor posicionamento 
do mercado sobre o papel que pretende cumprir.
Mas o que a empresa espera de um colaborador, de um funcioná-
rio, normalmente não está descrito nos documentos mencionados, 
mas sim em documentos que tratam do desempenho esperado pe-
las pessoas, do papel das pessoas na empresa, enfim, que retratam 
as relações entre empresa e pessoas.
O código de conduta ou de ética é um dos documentos que 
identificam as expectativas da empresa em relação à conduta do 
colaborador, oferecendo, inclusive, a descrição de procedimentos 
adotados em diversas situações, como em reuniões com parceiros, 
relações entrelíderes e liderados, relacionamentos entre membros 
de equipes, responsabilidades e aspectos que retratam a conduta 
das pessoas no ambiente de trabalho.
O valor costuma atribuir utilidade ao seu objeto, que pode ser, 
de fato, um produto ou serviço, ou um comportamento. O impor-
tante é perceber o sentido de utilidade, isto é, se um compor-
tamento possui valor por um grupo social, possivelmente, esse 
é útil para manter a coesão, a harmonia, o desenvolvimento do 
grupo, ou outra utilidade por ele percebida. Nesse sentido, Cunha 
(2012, p. 53) se apropria de Kluckhohl (1968) ao afirmar que “[...] 
um valor não é somente uma preferência, mas uma preferência 
que se sente ou que se considera justificada”.
No âmbito das organizações, sendo compreendidas como um 
microambiente social, portanto, uma coletividade de interesses, 
há necessidade em se definir condutas, comportamentos, para 
que os objetivos organizacionais sejam materializados no suces-
so do seu negócio, isto é, o ambiente organizacional jamais pode 
ser como um cabo de guerra em que os interesses são disputados 
entre grupos.
Cortina e Martinez (2005, p. 44) observam que as regras de 
conduta institucionais precisam ser claras para que sua obser-
vância seja constante, possibilitando a aproximação de valores 
individuais e coletivos em torno de objetivos comuns, “[...] manei-
ras de se vestir, de se pentear, de cumprimentar etc., embora, em 
princípio, sejam assuntos alheios a toda concepção moral, podem 
assumir certa ‘carga moral’ em determinadas circunstâncias”.
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Os comportamentos das pessoas variam em ambientes diver-
sos, no relacionamento com pessoas diferentes daquelas em que 
habitualmente estão acostumadas, em situações de maior ou me-
nor pressão, entre outros. Para evitar problemas a sua imagem, as 
empresas criam procedimentos que devem ser seguidos por todos 
os seus colaboradores. 
Dessa forma, estabelece padrões na conduta dos seus colabo-
radores a partir dos seus objetivos, dos objetivos negociais institu-
cionais. Nesse sentido, Sá (2010) assevera que as organizações ou 
grupos sociais criam seus códigos de conduta ou de procedimentos 
éticos, justamente para evitar com que o individualismo deturpe a 
ética, e, portanto, tenhamos relações estabelecidas em interesses 
momentâneos, fragmentados pela visão individual, pessoal, em de-
trimento do bem coletivo. Na sociedade e nas empresas, o coletivo 
deve estar permanentemente atento ao individual, para que este 
são se sobreponha ao primeiro.
Nesse sentido, Sá (2010, p. 53) destaca alguns aspectos que de-
vem ser de responsabilidade de cada um, evitando que práticas in-
dividuais se sobrepunham ao interesse coletivo: 
Para evitar que práticas individuais se sobreponham ao interes-
se coletivo é preciso:
Compreender a necessidade de limitar a liberdade individual a 
uma disciplina de convivência harmoniosa com seus semelhan-
tes.
Ser menos fantasioso e mais prático.
Harmonizar saber, crença, inteligência e sentimento.
Agir racionalmente controlando a emoção, a fé e a crença.
Considerar que o interesse econômico é relevante, mas não o 
preponderante sobre o interesse humano.
Fonte: Elaborada pelo autor (2019).
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Esses aspectos dizem respeito diretamente à ideia de que os va-
lores consagrados pela coletividade devem ser sistematicamente 
comunicados para não caírem no esquecimento dos indivíduos ou 
grupos menores, pois, vieses egoísticos na conduta pessoal ou de 
pequenos grupos podem criar desarmonias sociais graves.
No diagrama 1.3, você confere um código de ética universal, co-
nhecido, reconhecido e legitimado pela coletividade mundial, con-
tendo ações condenáveis pela sociedade, tanto do ponto de vista 
moral como criminal.
Diagrama 3.1: Dez mandamentos
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
1
2
3
4
5
6
7
8
nonummy nibh euismod tinci
9
10
Amar a Deus sobre todas as coisas.
Não tomar seu santo nome em vão.
Guardar domingos e festas.
Honrar Pai e Mãe.
Não matar.
Não pecar contra a castidade.
Não roubar.
Não levantar falso testemunho.
Não desejar a mulher do próximo.
Não cobiçar as coisas alheias.
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Independente do credo religioso ou mesmo para o ateu, alguns 
aspectos abordados nos 10 mandamentos, quando cometidos, são 
reprovados pela coletividade e por isso algumas condutas assumem 
valores culturais que não necessariamente seriam passíveis de for-
malização ou sistematização. Todos nós sabemos que ninguém tem 
o direito de tirar a vida de outrem, nem mesmo de roubar ou pegar 
bens de outra pessoa sem autorização.
Por exemplo, atos de corrupção, que são completamente an-
tiéticos, têm sua legislação punitiva, além de os códigos morais 
condenarem esse tipo de ação. Quando se aborda esse assunto, 
devemos ter claro que atos de corrupção fazem parte da história 
humana, pois as pequenas ou grandes ações de corrupção são 
desdobramentos da conduta meramente antiética. Em alguns 
países, ao serem descobertos, os corruptos cometem suicídio, 
pois sabem que a moral coletiva condenará não somente o cor-
rupto, mas também seus familiares. Em outros locais, os corrup-
tos, mesmo depois de pegos, declaram inocência. Nesses casos, 
certamente a moral social não é rígida e consistente o suficiente 
para condenar o corrupto. Também nesses casos a própria legis-
lação criminal costuma ser branda com os antiéticos.
As regras de conduta têm um papel importante no controle 
do comportamento individual, pois é da natureza humana pensar 
primeiro no bem-estar pessoal, para depois agir em benefício co-
mum e por isso as pessoas faltam com a verdade, desrespeitam 
os valores sociais estabelecidos, manipulam regras de convivên-
cia, estabelecem alianças por interesses particulares. A capaci-
dade de raciocínio humana pode ser empregada para ações boas 
ou más. Dessa forma, o coletivo atua sempre sobre o individual, 
limitando sua ação.
Convenhamos, é bastante simples raciocinar sobre o papel do 
que chamamos de hierarquia ética ou controle da conduta ética 
coletiva sobre comportamento individual, pois já tivemos muitos 
exemplos de indivíduos ou grupos que tentaram fazer com que a so-
ciedade ou a coletividade tornasse legítimas suas práticas. Em resu-
mo, objetivavam subjugar interesses coletivos, criando um perigoso 
cenário de ruptura de relacionamentos sociais, portanto, colocando 
em risco a harmonia coletiva.
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Então, podemos agora claramente entender o dito popular “a liber-
dade de uma pessoa termina quando começa a liberdade de outra pes-
soa”. Ultrapassar essa fronteira é muito perigoso, por isso a sociedade 
ou a coletividade limita nossas liberdades individuais.
Agora chegamos a mais uma materialidade da ética, facilmente 
percebida no nosso cotidiano. A liberdade e a conduta das pessoas 
são definidas formalmente por meio de regras, normas, leis, que são 
socialmente ou coletivamente aceitas, consagradas, legitimas, pre-
vendo punições aos que as descumprirem.
3.2 ÉTICA APLICADA: CONDUTA 
HUMANA EM GRUPOS
Pelo apresentado, você deve perceber no seu cotidiano atos 
éticos e antiéticos, deve testemunhar diariamente o desrespeito a 
valores sociais e organizacionais. Isso ocorre porque nem o mundo 
e nem as pessoas são perfeitas. Somos suscetíveis a erros, alguns 
reconhecemos e com outros não fazemos o mesmo.
Certamente a maioria das pessoas que está em uma fila no trân-
sito de uma autoestrada se indigna com os motoristas que cortam 
caminho pelo acostamento, que, além de ser um ato passível de pu-
nição no rigor da lei, é imoral. A pessoa que comete tal conduta o faz 
para levar vantagem em relação aos demais, que estão cumprindo 
com a lei e que reconhecem a prática da vantagem como antiética, 
portanto, moralmente condenável.Mesmo condenável, o exemplo acima é corriqueiro, pelo menos 
no trânsito brasileiro, e tanto faz, pode ser em uma autoestrada, em 
uma metrópole, ou mesmo em um pequeno vilarejo. Se for possível, 
o motorista brasileiro vai tentar levar vantagem de alguma situação.
Há diversos fatores que levam as pessoas a cometerem atos an-
tiéticos, mas, o que não devemos pensar é que todas as ações antié-
ticas são tomadas de forma involuntária, inconsciente.
A seguir, verificamos um grande problema que a sociedade co-
meça a enfrentar como um ato que, de involuntário, passou a cons-
ciente, pois já dispomos de legislação que proíbe o uso de aparelhos 
celulares em certos ambientes ou situações.
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Figura 3.2: Dirigindo e usando o celular
Fonte: Pixabay (2019).
Só uma olhadinha! Essa é uma expressão conhecida quando 
as pessoas fazem uso do aparelho de celular em situações em 
que não deveria cometer tal ato. No trabalho, no lazer, na igreja, 
na escola, no volante, no restaurante, enfim, as situações são di-
versas. Como dissemos, algumas são proibidas por lei, e outras, 
convenhamos, constrangedoras, isto é, condenadas pela moral, 
mesmo assim, as pessoas simplesmente o fazem. Quer dizer, a 
vontade individual suplanta a moral coletiva, entretanto, a con-
denação não é somente velada, pois as demais pessoas podem 
também executar a mesma ação.
Você sabia que empregados norte-americanos perdem 5 horas de 
trabalho por semana usando o celular para fins particulares? Usar ce-
lular no trabalho pode gerar demissão, e mais, por justa causa. Aces-
se o endereço e confira novidades e curiosidades sobre o assunto: 
http://economia.uol.com.br/empregos-e-carreiras/noticias/reda-
cao/2017/08/07/celular-no-trabalho-pode-gerar-demissao-numero-
de-casos-deve-aumentar.htm. Acesso em: 27 jul. 2019.
No trabalho, especificamente, o coletivo não reprova explicita-
mente, pois todos podem se deparar com a mesma situação, entre-
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tanto, não é desejável pelas empresas que constantemente seus co-
laboradores tenham que interromper suas atividades para atender 
alguma necessidade familiar.
De fato, todos podem se ver envolvidos em situações imprevistas 
com a família, que inevitavelmente influencia o desempenho no traba-
lho. Por isso Bennett (2014, p. 29) destaca alguns aspectos que a pes-
soa deve atentar para manter o controle das atividades no trabalho, 
sem descuidar das necessidades familiares, e vice-versa:
VOCÊ TEM O CONTROLE DE SUA VIDA 
Se desejar fazer mudanças, você é quem deve efetuá-las.
Avalie suas prioridades 
O que é mais importante – seu trabalho ou a família?
Seja realista 
Seja realista quanto às expectativas que estabelece para si.
Converse 
Converse com os membros da família a respeito de seus de-
safios profissionais.
Converse também com seu supervisor, mas tente não trans-
formar os comentários em exigências.
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Foco
Permaneça focado no ambiente em que se encontrar. 
Lembre-se que a empresa e seus colegas de trabalho, as pessoas 
de convívio, os familiares, enfim, todos que você se relaciona pos-
suem alguma expectativa em relação à sua conduta. De fato, apesar 
de as pessoas desempenharem diferentes papéis, profissional, pai, 
mãe, estudante, esposo, esposa, entre outros, que fazem parte do 
dia a dia de qualquer indivíduo, tudo isso é feito por apenas uma 
pessoa, que é influenciada por eventos múltiplos que ocorrem em 
seu cotidiano.
Apesar dessa complexidade, as pessoas interiorizam os valores 
familiares, profissionais, sociais, que definem sua conduta e limitam 
que seu comportamento se torne completamente diverso ao dos 
demais membros da sua família, trabalho ou grupo social.
É importante observar que toda sociedade, por mais rudimentar 
e simples que seja, transfere seus valores por meio das suas insti-
tuições sociais, como a escola, a família, a igreja, entre outras. As 
instituições sociais assumem papel fundamental na disseminação e 
configuração do comportamento individual socialmente aceito, por 
isso você dificilmente vai perceber grandes discrepâncias entre os 
valores que você aprende na família, com os valores existentes em 
outras instituições sociais, até mesmo nas empresas privadas.
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CONCLUSÃO
Olá estudante, nessa unidade vimos que a ética, a moral e os va-
lores são importantes elementos ordenadores do comportamento 
das pessoas em empresas, grupos sociais, famílias e em qualquer 
parte ou setor da sociedade. 
Para isso, faz-se uso de instituições sociais como a escola, a igre-
ja, as entidades de classes, os partidos políticos, instituições oficiais 
do Estado ou da sociedade civil.
Vimos também que as empresas possuem valores que visam a 
facilitar a inserção das pessoas em seu ambiente, o trabalho em 
equipe, entre outros elementos que possibilitam a identificação éti-
ca e moral em um ambiente controlado, como o das empresas. Por 
isso, as organizações procuram criar as condições para que as pes-
soas melhor se adaptem ao seu ambiente, fazendo a gestão dos ine-
vitáveis conflitos entre pessoas no seu espaço. Esses conflitos são 
comumente originados em disputas por espaços ou por diferenças 
nas visões de mundo individuais. 
Assim compreendemos que são as pessoas que devem se adap-
tar aos valores organizacionais, mesmo que esses sofram mudan-
ças ao longo do tempo. 
Além disso, observamos que há como materializar os valores e o 
comportamento ético desejado, por meio de códigos, leis e normas. 
Mecanismos que sistematizam regras de conduta, por isso a ética 
coletiva limita o comportamento individual.
Conheça um pouco mais sobre as convergências dos valo-
res individuais e organizacionais. Disponível na biblioteca vir-
tual da USF
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REFERÊNCIAS
BENNET, C. Ética profissional. São Paulo: Senac, 2014.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. A história dos códigos de 
ética médica. Pensar e dizer, Brasília, maio-jun. 2009. Disponível na 
biblioteca virtual da USF. Acesso em: 26 jul. 2019.
CORTINA, A.; MARTINEZ, E. Ética. São Paulo: Loyola, 2005.
CUNHA, S. S. Ética. São Paulo: Saraiva, 2012.
FRIEDRICH, T. L.; WEBER, M. A. L. Gestão de conflitos: trans-
formando conflitos organizacionais em oportunidades. CRAS-RS, 
Porto Alegre, 14 jan. 2014. Disponível na biblioteca virtual da USF. 
Acesso em: 26 jul. 2019.
PASSOS, E. Ética nas organizações. São Paulo: Atlas, 2006.
SÁ, A. L. de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
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ÉTICA PROFISSIONAL
4.1 O SER HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES
4UNIDADE
Desde sempre as pessoas são fundamentais para o desenvolvimento 
das empresas, pois aprendem, agregam, contribuem com suas 
competências, habilidades e atitudes, ampliando as capacidades 
competitivas das organizações.
Dessa forma, você deve partir da ideia de que, sem as pessoas, as or-
ganizações não alcançam a almejada sustentabilidade, ou, para ser mais 
claro, não conseguem sobreviver.
As pessoas devem compreender que ao adentrarem em uma empre-
sa para desenvolver suas atividades profissionais, devem se comportar 
conforme o elemento social, empresa, concebe como necessário e cor-
reto. Por isso é que as empresas definem atividades, procedimentos e 
processos, para que cada pessoa saiba qual seu papel nessa estrutura e 
o que a empresa espera da sua conduta.
Enquanto estrutura social, Sá (2010, p. 169) considera que “[...] to-
das as capacidades necessárias ou exigíveis para o desempenho efi-
caz da profissão são deveres éticos”. Nesse sentido, surge aqui a com-
binação entre necessidades individuais e deveres e responsabilidades 
institucionais.
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PÁGINAAlém do conflito de valores, as pessoas precisam compreender 
que todas as ações no âmbito organizacional precisam convergir 
com o negócio, portanto, são racionais, objetivas e com propósitos 
definidos. Não queremos dizer com isso que não existe subjetivida-
de nas tomadas de decisão, mas, convenhamos, se o negócio é que 
gera sustentabilidade à organização, então, por que ela agiria dis-
tante do seu negócio?
A figura 4.1 apresenta o símbolo máximo da racionalidade e ca-
pacidade subjetiva humana, o cérebro, que representa ao mesmo 
tempo, a razão e a emoção.
Figura 4.1: Cérebro Humano: razão e emoção
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
O cérebro nos dá a capacidade de distinguir entre certo e erra-
do, bom e mau, entre outros aspectos ligados à ética e à moral que 
são amplamente trabalhados pelas empresas, visando manter seus 
colaboradores focados e contribuindo continuamente para a expan-
são do negócio.
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Na posição de colaborador de uma empresa, possivelmente você 
não perceberá mal algum em usar o computador e a impressora 
para elaborar e imprimir um trabalho da faculdade. Mas inverta os 
papéis, e imagine você na figura de proprietário da empresa, será 
que a percepção se manteria? Lembre-se que a Ética não deve ser 
aplicada convenientemente, mas ela deve estar à frente de todas as 
ações do cotidiano. 
Imprimir um trabalho particular na impressora da empresa, usar 
o tempo do trabalho para se dedicar às atividades de foro privado, 
são muitas as ações que podem ser vistas por diferentes atores 
como éticas ou antiéticas. Isso depende também do papel que cum-
pre na empresa, da sua visão de mundo, e outros fatores.
Para evitar situações constrangedoras, as empresas costumam 
elaborar manuais de procedimentos e condutas, objetivando nivelar 
o comportamento das pessoas no ambiente de trabalho, tornando 
coletivo o conhecimento sobre os valores e as práticas éticas, pre-
servando a empresa.
Dentre as diversas responsabilidades das empresas, uma delas 
é a de oferecer totais condições para que seu colaborador desem-
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penhe ao máximo suas atividades. Dessa forma, disponibiliza com-
putador, impressora, caneta, lápis, veículo, telefone, mesa, e outros 
instrumentos usados diariamente nas atividades laborais. Do seu 
lado, os colaboradores devem ou deveriam saber que tais materiais 
devem ser utilizados somente em suas atividades laborais.
Bennett (2014, p. 43) considera que “[...] o aumento do uso da 
tecnologia no local de trabalho nos últimos vinte anos trouxe novas 
preocupações e exige que decisões éticas sejam tomadas”.
A mesa ou estação de trabalho é reconhecida como o espaço re-
servado do profissional, sendo considerada, desde que guardadas 
as devidas proporções, como o seu espaço íntimo na organização, o 
lugar da empresa com o qual ele melhor se identifica. Espera-se que 
nenhum colega vasculhe as gavetas a procura de algo, mesmo um 
documento importante para a empresa. Nas gavetas, além de mate-
riais relativos ao trabalho, as pessoas costumam guardar materiais 
de uso pessoal e, em muitos casos, documentos pessoais. 
Isso ilustra bem a noção de ética no ambiente de trabalho. A em-
presa tem, por direito, abrir as gavetas de qualquer mesa sua e em 
suas dependências, mas é o bom senso, a moral, a ética, uma re-
gra precípua da boa convivência que faz com que as pessoas não 
mexam no espaço dos colegas. Convém destacar que o profissional 
deve ter a visão muito clara de que aquele espaço que ocupa, de 
fato, não é seu, é da empresa.
Veja esse caso de como uma pessoa pode tomar para si algo 
que não é seu, fazendo uso incorreto de um instrumento destina-
do apenas para suas atividades profissionais. Um deputado fede-
ral brasileiro foi flagrado no plenário, em plena sessão legislativa, 
com um aparelho celular da Câmara dos Deputados, assistindo 
um vídeo pornográfico. Tudo indica um ato, no mínimo, antiético, 
mas a autoridade parlamentar não sofreu punição, nem mesmo 
teve sua atenção chamada pela instituição, e, com base no seu 
comportamento, não se sentiu constrangido. 
Entretanto, sabemos que eticamente sua atitude deveria ser re-
provada pela instituição, cabendo uma advertência formal, para que 
esse tipo de comportamento não volte a se repetir, por encontrar-
se distante dos princípios organizacionais. Além disso, por ser uma 
figura pública e estar de posse de um bem público, deveria também 
pedir desculpas ao contribuinte pelo erro cometido.
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A imagem de uma empresa é influenciada pela conduta de seus co-
laboradores, por isso, o uso de instrumentos de comunicação institu-
cional, somente pode ser utilizado para fins laborais, como exemplo, o 
e-mail institucional, o telefone e todos os demais instrumentos dispo-
nibilizados pela empresa para o exercício da profissão.
O telefone é um dos importantes canais de comunicação para 
qualquer empresa, por isso, assim como os demais, deve ficar cla-
ro para todos os colaboradores os procedimentos de uso. Você vai 
concordar que alguns procedimentos são básicos ao se usar um 
telefone, por exemplo, ao atender fazer uma saudação cordial e 
identificar-se pelo nome e local de trabalho. Essa postura deve ser 
adotada para ligações externas ou internas, pois, especialmente em 
empresas de grande porte, em que corriqueiramente os colabora-
dores não se conhecem, sendo reconhecidos pelo número da ma-
trícula e departamento em que atua, esse tipo de procedimento se 
faz necessário.
A máxima respeite para ser respeitado é fundamental ser seguida 
nesses casos, afinal de contas, a chance de um colaborador manter 
contato, seja por e-mail ou telefone, com alguém do ambiente interno 
ou externo que não conheça é grande. Por isso, ser cordial, atender as 
pessoas com respeito e ética, ser claro e objetivo na informação são 
essenciais para qualquer pessoa ou empresa.
Para evitar problemas maiores na comunicação interna e exter-
na, é comum que as empresas criem seus planos de comunicação, 
indicando formas de redigir documentos, postura em reuniões, uso 
da internet, e-mail, telefone, 
uso de documentos institu-
cionais etc.
As regras de conduta nas 
empresas são importantes, 
para que se evite ao máximo 
os efeitos das fofocas, boatos, 
enfim, a ação das pessoas 
que sempre enxergam os as-
pectos negativos mais que os 
positivos em qualquer evento. 
Você sabe que toda empresa 
possui uma rádio peão, e é 
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comum também que as empresas ou equipes de trabalho tenham 
o que se chama de sabotadores silenciosos, que atuam sempre, vi-
sando desagregar, confundir e semear a discórdia, fazer oposição a 
qualquer comunicação da empresa, boicotar pessoas, entre outros. 
As empresas se configuram como um ambiente controlável, di-
nâmico, competitivo, em que a competição é real e está presente 
em muitas relações, por isso, esse é um ambiente complexo, como 
ilustra a figura a seguir.
Figura 4.2: Complexidade do ambiente organizacional
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
A complexidade é inerente ao ambiente organizacional, contu-
do, por vezes se assevera, principalmente quando a equipe está di-
vidida, está insatisfeita com atitudes dos principais executivos da 
empresa ou quando há entre os colaboradores, sabotadores. Para 
Bennett (2014, p. 63), “[...] um sabotador silencioso é aquele cujos 
jogos sutis e subversivos podem de fato prejudicar os relaciona-
mentos de trabalho, a produtividade, a satisfação com o emprego 
e a confiança nos colegas”. 
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Bennett (2014) adiciona que os sabotadores silenciosos comu-
mente agem da seguinte forma:
Ações dos sabotadores silenciosos
Guardam consigo informações úteis ao trabalho.
Assumem o crédito por algofeito por outra pessoa.
Não expressam reconhecimento e apreciação aos colegas 
quando fazem algum trabalho diferenciado.
Perdem tempo em atividades não produtivas para os projetos.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Os sabotadores silenciosos são mais comuns do que se imagina, 
poucas empresas não têm os seus. Sob o ponto de vista ético, evi-
dentemente que as ações dos sabotadores silenciosos são conde-
náveis, por isso, dependendo do perfil da empresa, não prosperam, 
e, quando descobertos, são demitidos.
Os planos de comunicação e outros documentos institucionais 
costumam apresentar diversos aspectos das relações entre as pes-
soas nas empresas, em especial, àquelas que envolvem os relaciona-
mentos entre líderes e liderados ou supervisores e empregados. Es-
ses são colaboradores que possuem relações de trabalho, mas estão 
posicionados hierarquicamente em níveis diferentes.
Gerentes, chefes e supervisores que praticam atos antiéticos 
costumam tentar de alguma forma corromper alguns dos seus co-
mandados. Uma das formas mais comuns de perceber isso tem re-
lação com o tratamento diferenciado do chefe para com seus co-
mandados. Nesse caso, é possível perceber que com alguns são 
aplicadas as regras institucionais, com até certo grau de autoritaris-
mo, enquanto que para poucos há regalias.
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A figura 4.3 ilustra a postura antiética e autoritária de um chefe 
em relação ao colaborador.
Figura 4.3: Chefe autoritário
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
A pior coisa que pode acontecer a uma equipe de trabalho é ter 
alguém que atua como leva-e-traz para o chefe. Esse tipo de ati-
tude gera desconfiança, chegando à revolta da equipe, costuma 
desagregar, desmotivar, enfim, comprometer a produtividade da 
equipe e da empresa.
Outra prática recorrente, mas absolutamente condenada pe-
las empresas, é o assédio sexual. Muitas pessoas investidas em 
cargos fazem uso da sua posição hierárquica para se aproveitar 
desse tipo de situação. Além de fazer parte dos códigos de con-
duta das empresas, o assédio sexual é crime, especificado no có-
digo penal brasileiro.
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As diferenças entre essas normativas expõem claramente a evo-
lução da sociedade em relação ao tema, requerendo, no atual mo-
mento, novas condutas de empresas e de seus colaboradores.
Relações íntimas ou romances no local de trabalho são indese-
jados pelas empresas, pois, pessoas que mantêm relações afetivas 
no local de trabalho tendem a se proteger, podendo esse sentimento 
de proteção prejudicar o desempenho, alterando negativamente a 
conduta dos envolvidos.
A figura 4.4 ilustra uma atitude pouco convencional para os pa-
drões éticos no ambiente de trabalho.
Figura 4.4: Atitude antiética
Fonte: Plataforma Deduca (2019). 
A Lei Federal nº 10.224, de 14 de maio de 2001, versa sobre o crime de 
assédio sexual, em seu artigo 216 A e dispõe que constranger alguém com 
o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o 
agente da sua condição se superior hierárquico ou ascendência inerentes ao 
exercício de emprego, cargo ou função. Pena: detenção de um a dois anos. 
A lei nº 10.224 altera o decreto-lei 2.848 de 7 de dezembro de 1940. Leia 
ambos e observe as alterações, pois elas refletem a evolução da percepção da 
sociedade em relação ao tema.
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As empresas investem para que as pessoas tenham, no seu local 
de trabalho, relações positivas, éticas, iguais e capazes de solidificar 
o ambiente organizacional. 
Por isso, atualmente, as empresas procuram eliminar proble-
mas como esses, criando processos institucionais que, depen-
dendo da situação, são tratados somente pela cúpula da empre-
sa, sem a participação da gerência média. Um exemplo disso são 
os canais de reclamação dos empregados em relação à conduta 
dos chefes. Após encaminhados, os relatos são apreciados e de-
batidos entre os principais executivos. Deve-se destacar que as 
reclamações dos colaboradores em relação aos seus superiores, 
não se limitam ao campo do assédio sexual, mas, pode estar re-
lacionado à falta de comprometimento, atitudes antiéticas, entre 
outras, que, sob o ponto de vista empresarial, comprometem o 
desempenho do negócio.
Bennett (2014, p. 94) argumenta com muita propriedade que, “[...] a 
mais inocente das intenções pode dar origem a situações complicadas, 
que exigem processos legais para serem resolvidas”.
O que se percebe, é que atualmente as ações individuais podem, 
de fato, comprometer a imagem organizacional, criar rupturas in-
ternas, enfim, influenciar negativamente no comportamento das 
equipes, afetando o resultado da empresa. Por isso, normatizar o 
comportamento das pessoas no ambiente organizacional ainda 
continua a ser uma das estratégias mais utilizadas para coibir con-
dutas antiéticas.
4.2 ÉTICA E PROFISSÃO
Antes de evoluirmos no tópico, você deve ter claro que cada pro-
fissão requer habilidades e conhecimentos próprios, pois cada qual 
possui atividades específicas.
Sá (2010, p. 155) considera que: 
A profissão, como a prática habitual de um tra-
balho, oferece uma relação entre necessidade 
e utilidade, no âmbito humano, que exige uma 
conduta específica para o sucesso de todas 
as partes envolvidas, quer sejam os indivíduos 
diretamente ligados ao trabalho, quer sejam os 
grupos maiores ou menores onde tal relação se 
insere.
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As empresas têm em seu escopo ético o padrão de conduta de-
sejado pela sociedade, por isso alguns comportamentos são consi-
derados e facilmente reconhecidos por toda a sociedade como éti-
cos ou antiéticos, por possuírem um caráter universal. Apesar disso, 
as especificidades dos comportamentos dos profissionais são tipifi-
cadas em instrumentos normativos, comumente conhecidos como 
códigos de ética.
Em uma relação comercial, há necessidade de haver confiança 
entre as partes. Essa relação tem início quando ocorre uma deman-
da por parte do consumidor, que, via de regra, deposita fé no profis-
sional que atende seu chamado. 
Segundo Sá (2010, p. 228), no relacionamento comercial ético, 
especialmente por parte do profissional, há necessidade da obser-
vância de alguns aspectos:
Diagrama 2.1: Aspectos para o relacionamento comercial ético
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
A não observância desses aspectos pode levar à dissolução da 
relação por meio do rompimento contratual, evidentemente, após a 
constatação de práticas antiéticas.
Ser respeitoso com os pares de trabalho, com os colegas de 
profissão, é fundamental para que qualquer profissional, pois é por 
meio da ética que as equipes de trabalho se mantêm coesas e moti-
vadas, além de fortalecer as relações profissionais no ambiente de 
trabalho, é salutar para as relações pessoais.
A figura 4.5 ilustra a harmonia entre os membros de uma equipe 
de trabalho, cujos resultados para a empresa certamente estarão 
dentro das expectativas.
O uso de 
franqueza 
com o cliente
Ouvir 
atentamente 
o cliente, 
estabelecendo 
uma comunicação 
resolutiva
Usar de 
objetividade e 
transparência 
nas respostas 
às dúvidas ou 
demandas do 
cliente
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PÁGINAFigura 4.5: Equipe em harmonia
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
Parece óbvio, mas esses são aspectos que as pessoas aprendem 
desde cedo, pois o respeito ao outro faz parte da cultura, da moral so-
cial, portanto, trata-se de uma prática ética universal. Mesmo assim, 
comumente os códigos de ética profissionais reforçam esses elemen-
tos, fazendo o profissional perceber com clareza que não está sozinho 
em seu negócio ou em uma empresa, mas sim, que seu trabalho inte-
rage com outros ou mesmo que seus clientes dependem dos serviços 
prestados e da confiança depositada.
Sá (2010, p. 238) consideraque:
objetivamente, perante sua comunidade, o pro-
fissional tem deveres diversos, mas basicamen-
te o de sustentar a estrutura de organização 
da comunidade à qual se vincula, protegendo o 
conceito desta e o mantendo sempre elevado e 
protegido.
Por isso os códigos de ética e os comitês de ética profissional atuam 
visando manter os aspectos legais e éticos dentro dos padrões estabele-
cidos, mas, também, para que a classe profissional tenha uma boa ima-
gem perante a sociedade, merecendo seu respeito.
Havemos de concordar que todo profissional ingressa em uma car-
reira com expectativas, planos e interesses sociais, e esses são aspectos 
legitimados e reconhecidos pelas classes, por isso o entendimento geral, 
estampado nos códigos de ética profissional, considera essas possibili-
dades, não permitindo que apenas os interesses pessoais se posicionem 
acima da ética do profissional ou do coletivo.
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IA 5.1 VALORES, RESPONSABILIDADES E 
DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS NAS 
ORGANIZAÇÕES
5UNIDADE
O local de trabalho é um ambiente social, isto é, não se configura em 
um espaço em que as pessoas apenas exercem atividades de produção 
de bens materiais ou serviços. Sendo assim, nesse ambiente há múlti-
plas relações e sentimentos que afloram diariamente, dependendo das 
situações. 
No diagrama 5.1, são apresentadas dicotomias de sentimentos pre-
sentes no espaço de trabalho.
Diagrama 5.1: Dicotomias de sentimentos presentes no espaço de trabalho
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Sentimentos
Frustração
X
SatisfaçãoAmor
X
Ódio
Esperança
X
Descrença
Alegria
X
Tristeza Pertencimento
X
Isolamento
Medo
X
Coragem
Desejo de
vingança
X
Amizade
Egoísmo
X
Solidariedade
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A dimensão da complexidade do ambiente social, que é o es-
paço de trabalho, pode ser claramente percebida na variação de 
sentimentos individuais e, por vezes, coletivos, afinal de contas, 
nesse ambiente há pessoas de origem em diferentes ambientes 
sociais, mas que precisam manter intensas e continuadas rela-
ções, provocando mudanças comportamentais, ampliando a 
complexidade do ambiente.
O relacionamento entre as pessoas e as organizações ocorre de 
várias formas, sob o ponto de vista da ética e da moral. Esses ocor-
rem formal e objetivamente, até informal e subjetivamente, haven-
do, sobretudo, uma relação de troca e compartilhamento, constan-
tes e continuados.
A troca ocorre também no ato de compra e venda de um produto 
ou serviço, ou também na prestação de serviços de um funcionário, 
que deposita seus esforços e habilidades na empresa, em troca de 
uma remuneração. 
O compartilhamento pode ocorrer de várias formas, como elogios 
aos produtos e serviços feitos pelos clientes, pelo uso comum de logís-
tica entre a empresa e um fornecedor, ou ainda pelo uso de conheci-
mentos dos colaboradores no processo produtivo, consultivo, criador, 
enfim, em vários processos do negócio da empresa.
Independentemente do tipo de relacionamento que uma empre-
sa possui com as outras pessoas, todos possuem responsabilidades 
e deveres. As pessoas que são contratadas para atuar em uma em-
presa devem ter, por dever, conhecimento técnico sobre as ativida-
des que irá executar, mas deve também ter ciência dos valores que 
guiarão sua conduta no ambiente organizacional.
Você sabe que as organizações são diferentes umas das ou-
tras, e que as profissões também o são. Seria muito simples para 
qualquer pessoa fazer a escolha por uma profissão, seja um enge-
nheiro químico, cientista social, contador, economista, adminis-
trador de empresas, enfim, qualquer uma delas, mas a complexi-
dade reside em que a pessoa precisa saber que há peculiaridades 
nas atividades, e é seu dever conhecê-las. As frustrações com as 
profissões iniciam justamente em função de a pessoa não conhe-
cer amplamente o escopo de tarefas da profissão escolhida, com 
isso, não ocorre a relação prazerosa com o ofício da profissão.
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Sá (2010, p. 169), afirma que: 
A profissão não deve ser um meio, apenas, de 
ganhar a vida, mas de ganhar pela vida que ela 
proporciona, representando um propósito de fé. 
Seus deveres, nesta acepção, não são imposi-
ções, mas vontades espontâneas. Isto exige, 
portanto, que a seleção da profissão passe pela 
vocação, pelo amor ao que faz, como condição 
essencial de uma opção.
Essa afirmação de Sá (2010) é relevante, sobretudo do ponto de 
vista ético, na medida em que ao atuar em uma profissão com von-
tade, motivação e amor, certamente a pessoa estará atuando com 
zelo, procurando o conhecimento sobre as tarefas da profissão, 
evitando erros nas atividades, que se configuram como o mais per-
nicioso problema que uma pessoa ou empresa pode ter. Trabalhos 
mal feitos mancham a imagem de um profissional ou de uma em-
presa, acarretando problemas maiores como: processos judiciais, 
perda de clientes, perda de espaço no mercado, falta de confiança 
na marca, entre outros.
Para evitar problemas, as empresas procuram profissionais que 
demonstram possuir capacidades básicas para o exercício profis-
sional. Sá (2010), destaca algumas dessas capacidades: abnegação, 
aptidão, caráter, coerência, criatividade, determinação, disciplina, 
eficácia, eficiência, empenho, espontaneidade, fidelidade, firme-
za, honestidade, lealdade, objetividade, parcimônia, perseverança, 
pontualidade, prudência, receptividade, sensibilidade, sinceridade, 
temperança, tolerância e zelo.
Evidentemente que cada uma dessas capacidades requer 
deveres a serem cumpridos pelas pessoas em relação aos seus 
múltiplos relacionamentos e responsabilidades no âmbito da vida 
profissional.
Para Cunha (2014, p.138), “[...] só é dever o que aparece como ne-
cessitante perante a consciência pessoal”. Por isso, na visão desse 
autor, existe uma diferença determinante entre dever e obrigação. O 
dever satisfaz, enquanto a obrigação é executada por força externa, 
e muitas vezes não satisfaz, nem mesmo motiva, por implicar em 
uma relação de subordinação. Cunha (2017, p. 137), ainda destaca 
que, “[...] não existe sentimento de obrigação, enquanto é muito co-
mum falar-se em sentimento de dever”.
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A confusão entre dever e obrigação é bastante comum, mas quando 
você compreende que existe esferas do dever, percebendo-as em suas 
práticas diárias, fica mais fácil de entender as sutis diferenças entre es-
ses termos. Na visão de Cunha (2014, p.140), existem duas esperas dos 
deveres, os particulares e os corporativos.
Particulares 
Os particulares possuem relação com a expressão “lição de 
casa”, isto é, são as tarefas que cumprimos em nossa vida pri-
vada, como exemplo, fazer os trabalhos escolares. 
Corporativos 
Os deveres corporativos estão no plano profissional, como os 
relativos ao cargo de presidente de uma empresa ou entidade 
de classe.
Entender e saber a amplitude e a profundidade, isto é, a com-
plexidade das tarefas de uma profissão, torna a obrigação menos 
pesada e o dever mais prazeroso. 
Por certo, todas as pessoas que escolhem bem sua profissão, isto 
é, estão convictos da sua vocação, tendem a ser felizes, realizadas, 
enfim, pessoas mais produtivas do que aquelas que não souberam 
explorar suas virtudes.
Cortina e Martinez (2013, p. 60) classificam as virtudes em 
dois grupos:
Virtudes intelectuais Virtudes éticas
Inteligência Justiça
Ciência Veracidade
Sabedoria Amabilidade
Magnificência
Fonte: Elaborada pelo autor (2019).
Essas virtudes estão presentes nas pessoas, entretanto, algu-
mas sabem potencializá-las e isso é possível, na medida em que 
cada indivíduo amplia sua visão de mundo, seus relacionamentos 
sociais, e, até mesmo os conflitos de valores contribuem para que 
isso aconteça.
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