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241ied---direito-moral-e-normas-sociais

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
EMENTA
Conceito, importância e objeto da disciplina. Introdução à epistemologia jurídica: do conhecimento científico; Empirismo, racionalismo e pensamento dialético no Direito. Relação Jurídica: conceito e elementos. Introdução a normatividade jurídica. Validade, legitimidade, eficácia. Princípios gerais do Direito. Relações do Direito com outras áreas do saber. Breve História do Direito e instituições jurídicas. Codificação no direito brasileiro. Tendências do direito brasileiro contemporâneo. Moral e Direito. Normas de Uso Social. Justiça e Equidade. Ramos do Direito: Direito Público e Direito Privado. Criação do Direito: fontes formais e materiais. Direito objetivo e direito subjetivo. Ato e fato jurídico. Organização Judiciária. Conhecimento jurídico. Técnica Jurídica. Teoria do Ordenamento Jurídico. Escolas do Pensamento Jurídico: Jusnaturalismo, Contratualismo e Escola da Exegese. Historicismo. Orientação sociológica. Positivismo. Realismo. Teoria da norma jurídica. Teoria do ordenamento jurídico e pensamento sistemático. Conceitos operacionais. Grandes sistemas jurídicos.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. 21ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2001.
NUNES, Luiz Antônio Rizzato. Manual de Introdução ao Estudo do Direito. 3ªEd. São Paulo, Saraiva, 2000.
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao Estudo do Direito. 29ª Ed. Rio de Janeiro, Forense, 2001.
KUMPEL, Vitor Frederico. Introdução ao Estudo do Direito. 2ªEd. São Paulo, Método, 2009.
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Direito e Moral:
Ulpiano definiu o conteúdo mínimo do direito: os preceitos do direito são: viver honestamente, não causar dano a ninguém, dar a cada um o que é seu.
Egípcios, babilônicos, chineses e gregos não distinguem o direito da moral e da religião, confundindo-os com os costumes sociais.
Nos sistemas antigos a severidade e os costumes obtinham espontaneamente o que o direito conseguiu mais tarde através da coercibilidade.
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
No direito romano, Paulo sustentou que o permitido pelo direito nem sempre está de acordo com a moral.
Os deveres morais são incoercíveis.
Os deveres jurídicos são coercíveis.
Para Kant a moral julga os motivos, a intenção, a consciência; O direito disciplina a conduta exterior e as manifestações de vontade.
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
A visão kantiana passa a ser vista com alguma reserva pois a evolução do direito penal, por exemplo, demonstra que a intenção do agente é levada em conta.
No direito civil os contratos e testamentos são interpretados em função da vontade declarada.
Del Vecchio sustentou que a coercibilidade, que é específica do direito, e a bilateralidade são elementos que o distinguem da moral
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Há incompatibilidade entre a moral e o constrangimento porque o dever moral deve ser observado voluntariamente.
O dever moral se reduz a um dever de consciência.
O dever jurídico deve ser cumprido sob pena das sanções organizadas pela sociedade.
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
O direito é heterônomo enquanto pode ser imposto ou garantido pela autoridade competente, mesmo contra a vontade de seus destinatários.
A moral é autônoma porque é imposta pela consciência.
É fácil perceber a infiltração da moral no direito: não matar, não furtar, respeitar os túmulos, o culto, os símbolos sagrados.
No direito obrigacional: proibição de dano injusto a outrem, a obrigação prescrita, a dívida de jogo. A própria noção de boa-fé antes de jurídica é moral.m
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
O direito é heterônomo, bilateral e coercível.
A moral é autônoma, unilateral e incoercível.
Iluminismo: doutrina do foro interno e externo.
A doutrina de Christian Thomasius cria distinção na qual preceitos jurídicos tenham natureza proibitiva: Não faças a outrem o que não queres que te façam. As regras morais são preceptivas: faze a ti mesmo o que queres que os outros a si mesmos façam.
O direito tem por princípio o justo. (foro externo)
A moral tem por princípio o honesto.(foro interno)
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Kant criou um apriori normativo da razão pratica, ou seja, buscou um conceito fornecido pela razão independente da experiência: imperativo categórico.
A moral se refere as ações internas: age sempre de modo tal que o motivo de tua ação possa valer em qualquer tempo como princípio de uma legislação universal.
O direito se refere ao aspecto externo dos atos: conduz-te de modo tal que teu arbítrio possa coexistir com o arbítrio de todos, segundo uma lei universal de liberdade.
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
As concepções de Thomasius e Kant foram superadas em parte quando a doutrina passou a considerar a intenção e a vontade para validação dos atos jurídicos.
É o mínimo ético proposto por Jellinek.
O direito seria parte da moral, conjunto de normas éticas necessárias à vida social e dotadas de certas características formais. O direito seria espécie dentro do gênero moral.
Kant e Jellinek: dois extremos: a separação absoluta entre a ordem ética e a jurídica e a absorção total da segunda pela primeira.
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
A ordem estabelecida pela moral é interna e organiza os atos humanos visando o bem individual. A ordem estabelecida pelas normas jurídicas é externa e ordena os atos com vistas ao bem comum.
As normas de direito recebem uma sanção mais enérgica que as normas morais porque os órgãos representativos da coletividade impõe a observância coercitivamente.
Normas jurídicas têm certas características formais: criação e aplicação. Tal tecnicismo falta às normais morais.
Normais morais estão relacionadas com as normas morais porque ambas tem por objeto atos humanos, ora prevalecendo o aspecto interno ou externo numa ou noutra já que o direito não deixa de se interessar pela formação da vontade individual e a moral se interessa pela prática exterior das ações humanas.
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Teoria dos Círculos Concêntricos: Jeremy Bentham (1748-1832)
A ordem jurídica estaria totalmente incluída no campo da moral. O campo da moral é maior que o direito, que se subordina à moral.
Teoria dos Círculos Secantes: Du Pasquier
Direito e moral possuiriam uma faixa de competência comum e ao mesmo tempo uma faixa particular independente.
Hans Kelsen:
Concebeu a separação total do direito e da moral. A validade das normas jurídicas não depende de conteúdo moral
Mínimo ético: Jellinek:
O Direito representa o mínimo de preceitos morais necessários ao bem-estar da coletividade. Idêntica a teoria dos círculos concêntricos.
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Direito e as Regras de Trato Social: normais sociais, normas convencionais, usos sociais, costumes sociais ou convencionalismos sociais.
Paulo Nader: São padrões de conduta social, elaboradas pela sociedade e que, não resguardando os interesses de segurança do homem, visam tornar o ambiente social mais ameno, sob pressão da própria sociedade.
Regras de cortesia, etiqueta, protocolo, cerimonial, moda, linguagem, decoro, educação.
Paulo Dourado de Gusmão: O Direito é um dos controles sociais, mas não o único, porque ao lado dele estão as demais normais de conduta como a norma moral, os costumes e as normas sociais. As normais sociais são heterônomas por serem impostas pela sociedade, provêm de fora da consciência. São unilaterais porque impõem obrigações mas não admitem a faculdade de exigi-las. 
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Características das normas sociais:
Aspecto social: as normas constituem a maneira de se apresentar perante o outro. Finalidade é o aperfeiçoamento do convívio social.
Exterioridade: Não representa o querer do indivíduo. São normas de aparência.
Unilateralidade: Não apresentam um titular capaz de reclamar o cumprimento de uma obrigação. Estrutura imperativa, não atributiva.
Heteronomia: Os padrões de conduta não nascem na consciência do indivíduo.
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Incoercibilidade: Não sofrem intervenção do Estado, não são impostas coercitivamente.
Sanção Difusa: as regras sociais fornecem sanção incerta: reprovação, censura, crítica, rompimento relações, expulsão do grupo.
Isonomia por classes: as obrigações não irradiam na sociedade. A imposição varia em função da classe social e nível de cultura.
Natureza: 
Corrente Negativista: contesta a especificidade das RTS. Pertencem ao campo do direito ou a setor da moral. Em maior parte, as normas sociais são subespécies da moral;
Corrente Positiva: distinção entre Direito e Convencionalismo baseia-se nos graus de pretensão de efetividade. O Direito é imposto coercitivamente e as RTS são orientações para o comportamento acompanhadas apenas de pressão psicológica
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Justiça e Equidade
É a justiça adaptada a um tipo de fato concreto. O julgamento de equidade vai ocorrer toda vez que em função do julgamento se chegar numa situação injusta. Então, o Juiz coloca a norma que mais se convém naquele caso.
Justiça Comutativa: própria das relações de troca. O indivíduo deverá receber, no mesmo valor, aquilo que troca por aquilo que dá.
Justiça Distributiva: pressupõe relação entre o Estado e o Indivíduo. Diz respeito ao que o Estado deverá dar a cada indivíduo de acordo com seu merecimento. 
Justiça Social: implica também nas relações entre Estado x Individuo, mas refere ao que o indivíduo pode oferecer ao Estado. Quem tem capacidade econômica maior oferece mais.
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Para os Romanos é sempre o que é bom e equitativo. A equidade é identificada com o direito natural.
Windscheid: a equidade é a adaptação do direito ao fato, aproximando da noção aristotélica que a vê como forma de corrigir a lei, aplicando com justiça ao caso concreto.
Existem outros entendimentos:
 como o sentimento do justo provocado no Juiz pelo caso sub judice.
Noções de humanidade, clemência, moderação, mitigação.
A Equidade conforme a lei é a justa concretização do preceito legal.
A Equidade contra a lei conflita com o direito positivo, correspondendo a novos ideais históricos da Justiça. A Equidade é adaptação do ideal de Justiça de uma época ao caso concreto.
No caso Brasileiro: 
Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito.
Art. 127. O juiz só decidirá por eqüidade nos casos previstos em lei.
Art. 128. O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte.

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