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* * * INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Regras técnicas de interpretação representam o instrumental utilizado pelo estudioso do Direito para por em funcionamento seu trabalho de interprete e o meio pelo qual ele apreende e compreende o sistema jurídico e seu funcionamento. Linguagem própria de cada ciência: eliminação de ambiguidades da linguagem natural de uso comum. Conhecimento geral da lei X linguagem técnica * * * INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Gramatical: funda-se nas regras de lingüística. O primeiro contato é através da norma jurídica em sua função semântica e linguistica. Inter-relacionamento entre palavras, termos, expressões e proposições corresponde a função sintática. Quando as palavras, termos, expressões e proposições apontam significados corresponde a função semântica. Quando as palavras, termos, expressões e proposições são usados por pessoas e para pessoas num contexto social é a função pragmática. Lógica: busca apreciar o conteúdo da norma através de raciocínios lógicos, levando em consideração os instrumentos que a própria lógica oferece para o ato de intelecção (art. 282, II CPC) ex: quem pode o mais pode o menos; exceções são interpretadas estritamente. Sistemática: considera o sistema em que se insere a norma avaliando-lhe dentro do ordenamento jurídico. O interprete não poderá isolar um artigo, inciso ou parágrafo na interpretação de norma jurídica. Hierarquia, coesão e unidade são pressupostos. Histórica: averiguação dos precedentes da lei: como surgiu, por que surgiu, condições sociais do momento da edição, justificativas do projeto, motivos políticos, etc. Teleológica: leva em consideração os fins a que se destina a norma. A finalidade da norma passa a ser o parâmetro no qual deve se enquadrar a interpretação(art. 5º CC). Alguns doutrinadores também denominam de axiológica quando são evidenciados princípios maiores, como na fixação do sentido de justiça, bem comum, fim social. Esses termos possuem carga valorativa e buscam pensar e adaptar a norma às necessidades sociais vigentes à época da interpretação. * * * INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Efeitos da Interpretação Interpretação declarativa/especificadora: se limita ao sentido da norma interpretada, sem ampliar ou restringir seu alcance. Sentido é tautológico e o resultado da interpretação confunde com o texto da própria norma; Restritiva: o sentido e o alcance apresentado pela expressão literal da norma é restringido Extensiva: amplia o sentido e o alcance da norma em relação ao que dispõe literalmente. * * * INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Critérios de interpretação: Interpretação pública: realizada pelos agentes do Poder Público. Legislativa (autêntica): Judicial: Administrativa: Interpretação privada: a cargo de particulares. Própria: Doutrinária: jurisconsultos Casuística:profissionais do direito Imprópria: o agente não está oficialmente autorizado a realizar o trabalho interpretativo. Costumeira: pública e privada porque advém do grupo social como um todo. Inconsciente coletivo Orientação Filosófica: Dogmática: Legalista; Conceptualista; Analítica Zetética: teleológica, sociológica, axiológica, realista Crítica: sociológica, política, epistemológica * * * INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Hermenêutica X Interpretação A interpretação corresponde aos procedimentos intelectuais voltados para a compreensão das leis, a consideração dos fatos aos quais se aplicam e a efetiva aplicação. A hermenêutica tem sido conceituada como parte da ciência jurídica que estuda os processos de interpretação da lei em sentido amplo. Para Vicente Ráo (O Direito e a vida dos Direitos) o que distingue a hermenêutica da interpretação e da aplicação é a diferença que vai da teoria ciência a sua prática. Interpretação e aplicação correspondem à técnica, enquanto que a hermenêutica corresponde é a ciência. * * * INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO In claris non fit interpretatio: não se faz interpretação para o que está claro. Por este princípio deve-se evitar a busca inútil de sentidos que a norma não tem. Clara ou não sempre há a necessidade de determinar o sentido da lei, pois as palavras são plurívocas, ou seja, nunca têm um só sentido. Ainda que as palavras continuem as mesmas, as condições da própria vida se modificam.
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