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HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO JURÍDICA APOSTILA

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Prévia do material em texto

Curso de Bacharelado em Direito 
Campus Recife 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Recife – PE 
2016 
 
 
SUMÁRIO 
PLANO DE AULA GERAL 2016.2 .......................................................................................................................... 2 
PLANO DE AULA ANALÍTICO 2016.2 ................................................................................................................... 3 
1. HERMENÊUTICA JURÍDICA E CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM ................................................................... 4 
1.1. LINGUA E LINGUAGEM .............................................................................................................................. 4 
1.2. SÍMBOLOS E LINGUAGEM ........................................................................................................................ 4 
1.3. OS SIGNOS E A MENTE (PIERCE, SEMIÓTICA, ED. PERSPECTIVA, 2010, P. 260.) ............................ 4 
2. REALIDADE E LINGUAGEM .............................................................................................................................. 4 
2.1. RELAÇÃO ENTRE “REALIDADE” E LINGUAGEM ................................................................................... 4 
2.1.1. O ABISMO DO CONHECIMENTO ENTRE ESSENCIALISMO E CONVENCIONALISMO ................ 4 
2.1.2. LINGUAGEM E O ABISMO GNOSIOLÓGICO .................................................................................... 5 
3.1.2.1. O ABISMO GNOSIOLÓGICO ............................................................................................................. 5 
3. LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA ........................................................................................................... 5 
3.1. LINGUAGEM ................................................................................................................................................ 5 
3.2. LINGUAGEM JURÍDICA .............................................................................................................................. 6 
3.3. OS PROBLEMAS DA LINGUAGEM ........................................................................................................... 6 
3.3.1. VAGUESA ............................................................................................................................................. 6 
3.3.2. AMBIGUIDADE ..................................................................................................................................... 6 
3.3.3. POROSIDADE ...................................................................................................................................... 6 
4. HERMENÊUTICA JURÍDICA ............................................................................................................................... 6 
4.1. ORIGEM DA HERMENÊUTICA ................................................................................................................... 6 
4.2. HERMENÊUTICA JURÍDICA NO BRASIL .................................................................................................. 7 
5. DIFERENÇAS ENTRE HERMENÊUTICA JURÍDICA E INTERPRETAÇÃO JURÍDICA ................................... 7 
5.1. ORIGEM DO TERMO HERMENÊUTICA ..................................................................................................... 7 
5.2. CONCEITO DE HERMENÊUTICA ............................................................................................................... 7 
5.3. INTERPRETAÇÃO ....................................................................................................................................... 7 
5.3.1. INTERPRETAÇÃO KELSENIANA ........................................................................................................ 7 
6. A HERMENÊUTICA JURÍDICA E O CONTROLE DE SIGNIFICADOS ............................................................. 8 
6.1. POSITIVISTAS X MORALISTAS ................................................................................................................. 8 
7. HERMENÊUTICA E DOGMÁTICA JURÍDICA .................................................................................................... 8 
7.1. PRESSUPOSTOS DA DOGMÁTICA JURÍDICA ........................................................................................ 8 
7.2. TEORIAS (ESCOLAS) DA INTERPRETAÇÃO JURÍDICA ........................................................................ 8 
7.2.1. LEGALISMO EXEGÉTICO ................................................................................................................... 8 
7.2.1.1. AS PREOCUPAÇÕES DA EXEGESE ............................................................................................. 8 
7.2.1.2. CONCEITO ....................................................................................................................................... 9 
7.2.1.3. REPRESENTANTES DA ESCOLA EXEGESE ................................................................................ 9 
7.2.1.4. ESCOLA DA EXEGESE FRANCESA – ANTECEDENTES DA ESCOLA DA EXEGESE ............... 9 
7.2.1.5. A ESCOLA DA EXEGESE ................................................................................................................ 9 
7.2.1.6. O MÉTODO INTERPRETATIVO DA ESCOLA DA EXEGESE ........................................................ 9 
7.2.2. HISTÓRIA HISTÓRICA DE SAVIGNY ............................................................................................... 10 
7.2.2.1. REPRESENTANTES DA ESCOLA HISTÓRICA ........................................................................... 10 
7.2.2.2. CARACTERÍSTICAS DA ESCOLA HISTÓRICA ALEMÃ .............................................................. 10 
7.2.2.3. IMPORTÂNCIA DA ESCOLA HISTÓRICA .................................................................................... 10 
7.2.3. ESCOLAS FORMALÍSTAS ................................................................................................................ 10 
7.2.3.1. HANS KELSEN (1881 – 1973) ....................................................................................................... 11 
7.2.3.2. TEORIA PURA DO DIREITO (REINE RECHTSLEHRE). .............................................................. 11 
7.2.3.3. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA KELSENIANO ................................................. 11 
7.2.3.4. TEORIA DA MOLDURA DE KELSEN ............................................................................................ 11 
7.2.4. O PRAGMATISMO OU REALISMO ................................................................................................... 12 
7.2.4.1. CONCEITO ..................................................................................................................................... 12 
7.2.4.2. CARACTERÍSTICAS ...................................................................................................................... 12 
7.2.4.3. CORRENTES DO PENSAMENTO REALISTA .............................................................................. 12 
7.2.4.4. PRAGMATISMO JURÍDICO NORTE-AMERICANO ...................................................................... 13 
7.3. DIREITO E MORAL .................................................................................................................................... 13 
8. CLASSIFICAÇÃO DOGMÁTICA DOS MÉTODOS E EFEITOS DA INTERPRETAÇÃO JURÍDICA .............. 13 
8.1. MÉTODOS HERMENÊUTICOS DOGMÁTICOS DA INTERPRETAÇÃO JURÍDICA .............................. 13 
8.2. EFEITOS DA INTERPRETAÇÃO JURÍDICA ............................................................................................ 14 
8.3. INTEGRAÇÃO E APLICAÇÃO DO DIREITO PERANTE ANTINOMIAS E LACUNAS ........................... 15 
8.3.1. APLICAÇÃO .......................................................................................................................................15 
8.3.1.1. PRESSUPOSTOS PARA APLICAÇÃO.......................................................................................... 15 
8.3.2. INTEGRAÇÃO .................................................................................................................................... 15 
8.3.2.1. ESPÉCIES DE INTEGRAÇÃO ....................................................................................................... 15 
8.3.2.2. MEIOS DE CONTROLE DE INTEGRAÇÃO INTERPRETATIVA .................................................. 16 
8.3.3. ANTINOMIAS JURÍDICAS ................................................................................................................. 16 
8.3.3.1. CRITÉRIOS ELEMENTARES DE SOLUÇÃO DAS ANTINOMIAS ................................................ 16 
8.3.3.2. CLASSIFICAÇÃO DAS ANTINOMIAS A PARTIR DOS CRITÉRIOS DE SOLUÇÃO ................... 16 
8.3.3.3. LOCALIZAÇÃO DO PROBLEMA DAS ANTINOMIAS ................................................................... 16 
 
 
8.3.3.4. CONFLITO DE NORMAS SUPRANACIONAIS ............................................................................. 16 
8.3.4. ANALOGIA .......................................................................................................................................... 17 
8.3.4.1. FUNÇÕES DA ANALOGIA NO ÂMBITO JURÍDICO ..................................................................... 17 
8.3.4.2. APLICAÇÃO DA ANALOGIA .......................................................................................................... 17 
8.3.5. EQUIDADE ......................................................................................................................................... 17 
8.3.6. COSTUMES ........................................................................................................................................ 18 
8.3.7. PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO .................................................................................................. 18 
8.3.7.1. APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO NA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS .... 19 
8.3.7.2. CRITÉRIOS ORIENTADORES NO CASO DE “CHOQUE” DE PRINCÍPIOS ............................... 20 
8.3.8. HERMENÊUTICA E JUSRISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ................................................................. 20 
8.3.8.1. INTERPRETAÇÃO JURÍDICA X INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL ................................... 20 
8.3.8.2. CARACTERÍSTICAS DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS .......................................................... 20 
8.3.8.3. FASES DA INTERPRETAÇÃO (VICENTE RÁO) .......................................................................... 21 
8.3.8.4. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL ............................................................... 21 
8.3.8.5. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇAO CONSTITUCIONAL ............................................................ 22 
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO ................................................................................................................................. 23 
9. ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA .......................................................................................................................... 27 
9.1. PROBLEMAS NA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA .................................................................................... 27 
9.1.1. DIALÉTICA ......................................................................................................................................... 27 
9.1.1.1. DIALÉTICA E O PRIMADO DA RAZÃO ......................................................................................... 27 
9.1.2. RETÓRICA ......................................................................................................................................... 27 
9.1.3. OS SOFISTAS NA GRÉCIA ANTIGA VI A,C, (SOFÍSTICA E PERSUASÃO)................................... 28 
9.1.3.1. O ENSINAMENTO DOS SOFISTAS .............................................................................................. 28 
9.1.3.2. OS FILÓSOFOS CLÁSSICOS E SUAS INFLUÊNCIAS ................................................................ 28 
9.1.3.3. TIPOS DOS DISCURSOS SEGUNDO ARISTÓTELES................................................................. 29 
9.1.3.4. PARTES DO DISCURSO RETÓRICO EM ARISTÓTELES........................................................... 30 
9.1.3.5. MEIOS TÉCNICOS ARISTOTÉLICOS ........................................................................................... 30 
9.1.3.6. CLASSIFICAÇÃO ARISTOTÉLICA DA TÉCNICA RETÓRICA ..................................................... 31 
9.1.3.7. RETÓRICA E DECISÃO JUDICIAL ................................................................................................ 31 
9.2. REGRAS EM RELAÇÃO AO TEXTO DA NORMA ................................................................................... 32 
9.2.1. SINTAXE ............................................................................................................................................. 32 
9.2.2. SEMÂNTICA ....................................................................................................................................... 32 
9.2.3. PRAGMÁTICA .................................................................................................................................... 32 
9.3. FORMAS E FUNÇÕES DO DISCURSO REFERENTE AO TEXTO DA NORMA JURÍDICA .................. 33 
9.3.1. FORMAS E FUNÇÕES DO DISCURSO NORMATIVO ..................................................................... 33 
9.3.1.1. PROPOSIÇÕES LINGUÍSTICAS ................................................................................................... 33 
9.4. ARGUMENTAÇÃO COMO DECISÃO, APLICAÇÃO E PROVA JURÍDICA ............................................ 34 
9.4.1. ARGUMENTAÇÃO E APLICAÇÃO DA PROVA JURÍDICA .............................................................. 34 
9.4.1.1. APLICAÇÃO DA PROVA JURÍDICA .............................................................................................. 34 
9.4.1.2. CIÊNCIA JURÍDICA E VALORES .................................................................................................. 34 
9.4.1.3. LÓGICA E SUBSUNÇÃO NO DIREITO ......................................................................................... 35 
9.4.1.4. LÓGICA E DIREITO ....................................................................................................................... 35 
9.4.1.5. REGRAS DA LÓGICA DIALÉTICA ................................................................................................ 35 
9.4.1.6. PROVAS ÉTICAS, PATÉTICAS E REAIS NO PROCEDIMENTO DOGMÁTICO ......................... 35 
9.5. ARGUMENTOS E SOFISMAS ................................................................................................................... 36 
9.5.1. PRINCIPAIS TIPOS DE ARGUMENTOS JURÍDICOS ...................................................................... 36 
9.5.2. MODALIDADES DE ARGUMENTAÇÕES RETÓRICAS ................................................................... 38 
9.6. TÓPICA ...................................................................................................................................................... 41 
9.6.1. CONCEITO ......................................................................................................................................... 41 
9.6.2. TÓPICA E TÓPICA JURÍDICA ........................................................................................................... 41 
9.6.3. TÓPICA – ANTECEDENTES ............................................................................................................. 41 
9.6.4. TÓPICA – MÉTODO ........................................................................................................................... 41 
9.6.5. TÓPICA E JURISPRUDÊNCIA ..........................................................................................................41 
9.6.6. CLASSIFICAÇÃO DOS TOPOI .......................................................................................................... 42 
9.6.7. CLASSIFICAÇÃO TÓPICA DO DIREITO (FERRAZ JR.) .................................................................. 44 
9.6.8. PRINCIPAIS EXEMPLOS DE TOPOI DO DIREITO ......................................................................... 44 
9.6.9. TOPOI ARISTOTÉLICOS COMO ARGUMENTOS ............................................................................ 44 
REVISÃO ................................................................................................................................................................ 46 
1. O USO DE RECURSOS RETÓRICOS DE PERSUASÃO NA DECISÃO JURÍDICA .................................. 46 
2. OS SOFISTAS NA GRÉCIA ANTIGA (VI A.C) ............................................................................................. 46 
2.1. OS FILÓSOFOS CLÁSSICOS E SUAS INFLUÊNCIAS ........................................................................ 46 
3. RETÓRICA ..................................................................................................................................................... 47 
3.1. CLASSIFICAÇÃO ARISTOTÉLICA DA TÉCNICA RETÓRICA ............................................................. 47 
3.2. ESTRUTURAS RETÓRICAS ARISTOTÉLICAS .................................................................................... 47 
4. ARGUMENTAÇÃO ........................................................................................................................................ 47 
4.1. PRINCIPAIS TIPOS DE ARGUMENTOS JURÍDICOS .......................................................................... 47 
4.2. MODALIDADE DE ARGUMENTAÇÃO RETÓRICA .............................................................................. 47 
 
 
4.3. ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS NO DIREITO .............................................................................. 48 
4.4. SILOGISMO E ENTIMEMA .................................................................................................................... 49 
4.5. OUTROS TIPOS DE ENTIMEMAS ........................................................................................................ 49 
4.6. SOFISMAS E PARALOGISMOS ............................................................................................................ 49 
5. TÓPICA JURÍDICA E TOPOI ......................................................................................................................... 49 
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO ................................................................................................................................. 50 
TEXTOS COMPLEMENTARES ............................................................................................................................. 55 
TEXTO 01 ............................................................................................................................................................... 55 
1. UMA INICIAÇÃO À HERMENÊUTICA, INTERPRETAÇÃO E ARGUMENTAÇÃO NO DIREITO 
– LINGUAGEM HUMANA E LINGUAGEM JURÍDICA ....................................................................................... 55 
TEXTO 02 ............................................................................................................................................................... 58 
2. MÉTODOS E TIPOS DOGMÁTICOS DE INTERPRETAÇÃO ................................................................... 58 
TEXTO 03 ............................................................................................................................................................... 63 
3. INTERPRETAÇÃO - CAP. VI, TEORIA PURA DO DIREITO – HANS KELSEN ....................................... 63 
TEXTO 04 ............................................................................................................................................................... 68 
4. PERDEMOS A NOÇÃO DE RESERVA LEGAL DIANTE DA APLICAÇÃO DA ANALOGIA ‘IN MALEM 
PARTEM’ PELO STJ (RE 1420.960) ................................................................................................................. 68 
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO DO TEXTO .......................................................................................................... 69 
EXERCÍCIO 1 ......................................................................................................................................................... 70 
EXERCÍCIO 2 ......................................................................................................................................................... 71 
EXERCÍCIO 3 ......................................................................................................................................................... 72 
EXERCÍCIO 4 ......................................................................................................................................................... 73 
EXERCÍCIO 5 ......................................................................................................................................................... 74 
 
 
 
 
FACULDADE JOAQUIM NABUCO – FJN HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
2 
 
PLANO DE AULA GERAL 2016.2 
 
AGOSTO Curso: Bacharelado em Direito 
S T Q Q S S D Turma: 6º NB 
1 2 3 4 5 6 7 Matéria: Hermenêutica e Argumentação Jurídica 
8 9 10 11 12 13 14 Professor: Lourenço Torres 
15 16 17 18 19 20 21 E-mail: proflourencotorres@yahoo.com.br 
22 23 24 25 26 27 28 
29 30 31 QUADRO DE HORÁRIO DE AULAS 
 Horário Seg Ter Qua Qui Sex 
SETEMBRO 1º X 
S T Q Q S S D 2º X 
 1 2 3 4 
5 6 7 8 9 10 11 DATA DAS PROVAS 
12 13 14 15 16 17 18 Prova 1ª 2ª 2ª Ch. Final 
19 20 21 22 23 24 25 DATA 10/10/2016 05/12/2016 19/12/2016 26/12/2016 
26 27 28 29 30 
 1. EMENTA 
OUTUBRO Hermenêutica e interpretação; Hermenêutica e dogmática jurídica; 
Classificação das interpretações; Métodos hermenêuticos; Escolas 
hermenêuticas; Antinomias; Lacunas; Integração; Hermenêutica e 
jurisdição constitucional; O problema da comunicação humana; 
Funções pragmáticas do discurso; Noções de retórica e dialética; 
Problemas centrais da retórica no Direito; Conceito de argumento; 
Critérios da argumentação; Tipos de argumentos jurídicos; 
Argumentação como decisão. 
2. Metodologia de Avaliação da Disciplina 
1ª avaliação: Prova escrita com questões objetivas e subjetivas do 
conteúdo da unidade I – (9,0). 
Exercícios (1, 2 e 3 entregues na data) – (1,0). 
Resumo palestra – (1,0) 
2ª avaliação: Prova escrita com questões objetivas – Prova 
COLEGIADA 
2ª Chamada: Prova escrita com questões objetivas e subjetivas do 
conteúdo das unidades I e II – (9,0). 
Entrega das tarefas 4, 5 e 6 – (1,0). 
Prova FINAL: Prova escrita com questões objetivas e subjetivas do 
conteúdo das unidades I e II – (10,0). 
3. BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
Livros-Texto: 
MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e aplicação do direito. 20. 
ed. Rio de Janeiro: Forense, 2011. ADEODATO, João Maurício. 
Ética e Retórica – Para uma teoria da dogmática jurídica. São Paulo: 
Saraiva, 2009. 
FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do 
direito: técnica, decisão, dominação. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008 
MONTORO, André Franco. Introdução a Ciência do Direito. São 
Paulo: RT, 2008. 
VALVERDE, Alda da Graça Marques. Lições de argumentação 
jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 2008 
S T Q Q S S D 
 1 2 
3 4 5 6 7 8 9 
10 11 12 13 14 15 16 
17 18 19 20 21 22 23 
24 25 26 27 28 29 30 
31 
 
NOVEMBRO 
S T Q Q S S D 
 1 2 3 4 5 6 
7 8 9 10 11 12 13 
14 15 16 17 18 19 20 
21 22 23 24 25 26 27 
28 29 30 
 
DEZEMBRO 
S T Q Q S S D 
 1 2 3 4 
5 6 7 8 9 10 11 
12 13 14 15 16 17 18 
19 20 21 22 2324 25 
26 27 28 29 30 31 
 
ÍNDICE DE CORES 
 Dias não letivos 
 1as e 2as provas 
 Feriados 
 Segunda Chamada 
 Prova Final 
 
HENRIQUES, Antonio. Argumentação e Discurso Jurídico. São Paulo: Atlas, 2008. 
Livros Complementares: 
STRECK, Lênio Luiz. Verdade e Consenso: Construção, Hermenêutica e Teorias Discursivas. São Paulo: Lumen 
Júris, 2009. 
STRECK, Lênio Luiz. Hermenêutica jurídica e(m) crise. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2011. 
FALCÃO, Raimundo Bezerra. Hermenêutica. São Paulo: Malheiros, 2010. 
FRANÇA, R. Limongi. Hermenêutica jurídica. 12. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora revista dos 
Tribunais, 2014. 
FERNANDES, Atahualpa. Argumentação jurídica e hermenêutica. São Paulo: 2008. 
MEDINA, Paulo Roberto. Direito Processual Constitucional. Rio de Janeiro: Forense, 2010. 
ARISTÓTELES. Retórica. Tradução: Marcelo Silvano Madeira. São Paulo: Rideel, 2007. 
CASTRO JR. Torquato. Aristóteles e a retórica do saber jurídico. São Paulo: Noeses, 2011. 
SOARES, Ricardo Maurício Freire. Hermenêutica e Interpretação Jurídica. São Paulo: Saraiva, 2010. 
ADEODATO, João Maurício. A retórica constitucional. São Paulo: Saraiva, 2009. 
ADEODATO, João Maurício. (org.) A retórica de Aristóteles e o direito: bases clássicas para um grupo de 
pesquisa em retórica jurídica. Curitiba, PR: CRV, 2014. 
mailto:proflourencotorres@yahoo.com.br
HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA LOURENÇO TORRES 
3 
 
PLANO DE AULA ANALÍTICO 2016.2 
1ª Aula 08/08/2016 
Conteúdo proposto: Apresentação da disciplina. Hermenêutica jurídica e concepções de 
linguagem. 
Atividade do discente: Leitura prévia do texto 1. Debate sobre o assunto. 
2ª Aula 15/08/2016 
Conteúdo proposto: Teorias da interpretação jurídica. Escolas hermenêuticas históricas. 
Exercício 1. 
Atividade do discente: Debate sobre o assunto e exercícios. 
3ª Aula 22/08/2016 
Conteúdo proposto: Classificação dogmática dos métodos e efeitos da interpretação. 
Atividade do discente: Debate sobre o assunto. Leitura do texto 2: FERRAZ JR. Tércio 
Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. 6. ed. São Paulo: Atlas, 
2008, p. 252 – 267. 
4ª Aula 29/08/2016 
Conteúdo proposto: Integração e aplicação do direito perante antinomias e lacunas (I). 
Atividade do discente: Debate sobre o assunto e exercícios e entrega do Exercício 1. 
5ª Aula 05/09/2016 
Conteúdo proposto: Integração e aplicação do direito perante antinomias e lacunas (II). 
Atividade do discente: Debate sobre o assunto. Leitura do texto 3: FRANÇA, R. Limongi. 
Hermenêutica jurídica. 12. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora revista dos Tribunais, 2014, 
p. 41 – 56. 
6ª Aula 12/09/2016 
Conteúdo proposto: Problemas da argumentação no Direito. Hermenêutica e jurisdição 
constitucional (I). Exercício 2. 
Atividade do discente: Debate sobre o assunto. 
7ª Aula 19/09/2016 
Conteúdo proposto: Problemas da argumentação no Direito. Hermenêutica e jurisdição 
constitucional (II). 
Atividade do discente: Debate sobre o assunto e entrega do Exercício 2. Leitura do texto 4: 
MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e aplicação do direito. 20. ed. Rio de Janeiro: Forense, 
2011, p. 246 - 256. 
8ª Aula 26/09/2016 
Conteúdo proposto: Formas e funções do discurso referente ao texto da norma jurídica. Exercício 
3. 
Atividade do discente: Debate sobre o assunto. 
9ª Aula 03/10/2016 
Conteúdo proposto: Argumentação como decisão, aplicação e prova jurídica; decisão jurídica e 
conflito. Revisão para a 1ª avaliação. 
Atividade do discente: Debate sobre o assunto. Entrega do Exercício 3. 
10ª Aula 10/10/2016 
Conteúdo proposto: 1ª avaliação 
Atividade do discente: Prova de Interpretação e avaliação do conteúdo da I unidade ao 
responder questões objetivas e subjetivas contextualizadas. 
11ª Aula 17/10/2016 
Conteúdo proposto: Correção e entrega das provas. Argumentação jurídica. 
Atividade do discente: Debate sobre o assunto. 
12ª Aula 24/10/2016 
Conteúdo proposto: Oficinas Profissionalizantes. 
Atividade do discente: Acompanhamento da aula teórica e debate sobre o conteúdo. 
13ª Aula 31/10/2016 
Conteúdo proposto: Tipos e usos de argumentos jurídicos – Argumentos (I). Exercício 4. 
Atividade do discente: Debate sobre o assunto. Leitura do texto 5: ADEODATO, João Maurício. 
Ética e Retórica – Para uma teoria da dogmática jurídica. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 337 – 344. 
14ª Aula 07/11/2016 
Conteúdo proposto: Tipos e usos de argumentos jurídicos – Argumentos (II). 
Atividade do discente: Debate sobre o assunto e entrega do Exercício 4. 
15ª Aula 14/11/2016 
Conteúdo proposto: Teorias da argumentação e separação dos poderes. Exercício 5. 
Atividade do discente: Debate sobre o assunto Leitura do texto 6: ADEODATO. João Maurício. 
A retórica constitucional. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 155 – 165. 
16ª Aula 21/11/2016 
Conteúdo proposto: Casos paradigmáticos de interpretação e aplicação do Direito no Brasil. 
Exercício 6. 
Atividade do discente: Debate sobre o assunto e entrega do Exercício 5. 
17ª Aula 28/11/2016 
Conteúdo proposto: Tópica e tópica jurídica. Revisão para a 2ª avaliação. Entrega do Exercício 
6. 
Atividade do discente: Debate sobre o assunto e elucidação de dúvidas. 
18ª Aula 05/12/2016 
Conteúdo proposto: 2ª avaliação PROVA COLEGIADA 
Atividade do discente: Prova de Interpretação e avaliação do conteúdo da I e II unidades ao 
responder questões objetivas contextualizadas. 
19ª Aula 12/12/2016 
Conteúdo proposto: Correção e entrega de provas. Não haverá aula. C/h substituída por 
Metodologia ativa: 
Atividade do discente: Realizar resumo de palestra. 
20ª Aula 19/12/2016 
Conteúdo proposto: 2ª Chamada 
Atividade do discente: Prova de Interpretação e avaliação do conteúdo da I e II unidades ao 
responder questões objetivas e subjetivas contextualizadas. 
21ª Aula 26/12/2016 
Conteúdo proposto: FINAL 
Atividade do discente: Prova de Interpretação e avaliação do conteúdo da I e II unidades ao 
responder questões objetivas e subjetivas contextualizadas. 
 
 
 
FACULDADE JOAQUIM NABUCO – FJN HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
4 
 
1. HERMENÊUTICA JURÍDICA E CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM 
1.1. LINGUA E LINGUAGEM 
A realidade parece ser apreendida pela mente humana direta ou mediaticamente. 
Alguns autores concordam que a mente humana é um mediador entre a realidade e o ser humano, não 
havendo nunca apreensão direta da realidade. Exemplo disso é a nossa visão, que capta tudo de forma 
invertida, no entanto, nossa mente modifica o que foi captado para compensar e criar a imagem mais próxima 
do que é “real”. 
Isso se daria porque a mente humana aprende signos externos para perceber e informar aos indivíduos a 
respeito do mundo exterior. Sem esse aprendizado o indivíduo ficaria isolado. 
1.2. SÍMBOLOS E LINGUAGEM 
Linguagem é todo e qualquer sistema de signos linguísticos (símbolos) que serve de meio de 
comunicação entre indivíduos humanos. 
Há três tipos de signos: 
 Semelhanças [likeness], ou ícones, que servem para transmitir ideias de coisas que representam 
simplesmente por imitação. (signos naturais?) 
 Indicações [indications], ou índices, que mostram algo sobre as coisas, através de uma relação física 
com elas. [...] Placas [...]. (signos artificiais?) 
 Símbolos, ou signos genéricos, que se associam aos seus significados pelo uso. Isso inclui a maior 
parte das palavras, frases, discursos, livros e bibliotecas. (signos artificiais?) 
PIERCE. O que é um signo? 
1.3. OS SIGNOS E A MENTE (PIERCE, Semiótica, Ed. Perspectiva, 2010, p. 260.) 
Os signos podem ser “naturais” e/ou artificiais. 
 Naturais – Ex.: A umidade da terra indica que choveu (?). 
 Artificiais – Ex.: Os signos linguísticos, com base fonética.Os símbolos. 
I. Todo conhecimento do mundo interno deriva-se, por raciocínio hipotético, de nosso conhecimento dos 
fatos externos. 
II. Toda cognição é determinada logicamente por cognições anteriores. 
III. Não temos poder algum de pensar sem signos. 
IV. Não temos concepção alguma do absolutamente incognoscível. 
Os símbolos linguísticos necessitam de signos: 
 Individualizadores (nomes, substantivos). 
 Identificadores 
 Predicadores (descrições). 
A maioria dos símbolos, tomados isoladamente, não significam nada. 
Uma língua, é um repertório de símbolos interrelacionados numa estrutura (as regras de uso). 
Um sistema de símbolos e relações. 
 
2. REALIDADE E LINGUAGEM 
“A importância da linguagem para o desenvolvimento da civilização reside no facto de 
que nela o homem colocou um mundo próprio ao lado do outro, posição que julgava 
bastante sólida para dali erguer o resto do mundo sobre seus eixos e se tornar senhor 
do mundo”. – Friedrich Nietzsche. 
2.1. RELAÇÃO ENTRE “REALIDADE” E LINGUAGEM 
2.1.1. O ABISMO DO CONHECIMENTO ENTRE ESSENCIALISMO E CONVENCIONALISMO 
Há duas concepções principais acerca da relação entre a linguagem e a realidade a que ela se refere: 
 A Teoria Essencialista: corrente que afirma que entre o Direito e a linguagem há uma relação 
ontológica (ser). A linguagem seria um mero instrumento, um meio para a descoberta da verdade. 
A língua seria um instrumento que reflete a realidade; os conceitos linguísticos um espelho da essência 
existente nas coisas e as palavras o modo pelo qual esses conceitos são veiculados. Haveria um 
núcleo invariável nas palavras que possibilitaria a identificação dos elementos da realidade que a elas 
correspondem. 
Ocorre que esse realismo verbal sofre sérias objeções. Uma mesma palavra representa diferentes 
realidades. Ex.: "cabo" não é apenas (1) uma haste de sustentação, mas também (2) uma patente 
militar e (3) um acidente geográfico. 
 A Teoria Convencionalista ou Nominalista: corrente que considera a linguagem como um conjunto 
de signos cuja relação com a realidade é estabelecida de modo arbitrário pelos homens. O termo 
arbitrário, no presente caso, significa que não há nenhuma ligação natural entre o signo e a realidade 
que ele designa. A relação, por isso, é imotivada. 
HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA LOURENÇO TORRES 
5 
 
Apesar da inexistência de uma relação ontológica entre o signo e o seu significado, o emprego dos 
signos não é livre. Está sempre condicionado por fatores históricos. A língua utilizada é sempre uma 
herança das gerações precedentes e está em constante transformação. 
Devido a essa realidade, o que se deve levar em conta é o uso dos conceitos que variam no tempo e no 
espaço. A questão da busca da essência das coisas deixa de ter sentido e é substituída pela busca dos 
critérios vigentes de utilização das palavras. As definições, por isso, têm caráter nominal e não real, já 
que a realidade depende do modo como definimos um conceito. 
Os juristas, de um modo geral, adotam uma concepção essencialista da linguagem. Consideram, por isso, ser 
possível, no âmbito do Direito, a elaboração de conceitos reais. Mantêm a ideia de que a definição de um termo 
reflete a essência dos objetos jurídicos, adotando, assim, uma visão conservadora da teoria da língua. 
2.1.2. LINGUAGEM E O ABISMO GNOSIOLÓGICO 
 
“As fronteiras da minha linguagem são as fronteiras do meu universo”. – Ludwig 
Wittgenstein. 
 
 
 
3.1.2.1. O ABISMO GNOSIOLÓGICO 
Há na linguagem uma deficiência na transmissão do sentido do pensamento. O pensamento transcende 
a matéria, não se prende a imanência do objeto. 
Essa abstração não é suportada pela linguagem, que é limitada. Esse é o chamado abismo 
gnosiológico, que se divide em duas etapas: a primeira se dá entre o fato e o pensamento e a segunda 
etapa é entre o pensamento e a linguagem. 
 
Por causa desse abismo é que são encontradas dificuldades em se determinar o alcance e o sentido 
das palavras (signos) utilizadas pelo legislador. O oposto ao alcance é a vagueza e o do sentido é a 
ambiguidade. Tudo isso atormenta o jurista no momento em que vai interpretar a norma, já que é difícil 
a determinação do alcance e do sentido. 
“O fato é único e irrepetível, essa afirmação pode ser explicada através do devir de Heráclito (tudo 
muda). O ideal reside em outro plano, superior, que permite uma generalidade. Estaria no mundo 
das ideias e os fenômenos são cópias imperfeitas desses ideais, segundo Platão”. – ADEODATO, 
João Maurício. Ética e retórica: para uma teoria da dogmática jurídica. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 
2009, p. 186 – 191. 
 
3. LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA 
“O verdadeiro e o falso são atributos da linguagem, não das coisas. E onde não há linguagem, não 
há verdade nem falsidade”. – Thomas Hobbes. 
 
“A linguagem é um traje que disfarça o pensamento. E, na verdade, de um modo tal que não se 
pode inferir, da forma exterior do traje, a forma do pensamento trajado; isso porque a forma 
exterior do traje foi constituída segundo fins inteiramente diferentes de tornar reconhecível a forma 
do corpo”. – Wittgenstein, Tractatus, §4.002. 
3.1. LINGUAGEM 
“A linguagem mal disfarça o que é: amálgama de pedaços dos espíritos, que ficam lá fora, 
indiferentes ao passar das gerações, a despeito de banhá-las e arrancar-lhes as vozes, ritmos e 
formas. Utiliza o que teve, o que tem e as significações com que ultrapassa a si mesma”. – 
PONTES DE MIRANDA, Garra, mão e dedo. Campinas: Bookseller, 2002, p. 10. 
FACULDADE JOAQUIM NABUCO – FJN HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
6 
 
“Não nos estimamos mais o bastante quando nos comunicamos. Nossas experiências decisivas 
não são de forma alguma tagarelas. Elas não poderiam comunicar a si próprias caso quisessem. 
Isso acontece porque lhes falta a palavra. Aquilo para que temos palavras também já 
ultrapassamos. Em todo falar há um grão de desprezo. A linguagem, parece, foi inventada só para 
o que é médio, mediano, comunicável. Com a linguagem, já se vulgariza aquele que fala”. – 
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Crepúsculo dos ídolos, ou, como se filosofa com o martelo. 
Tradução, apresentação e notas de Renato Zwick. Porto Alegre, RS: L&PM, 2012, p. 97. (26) 
“A última crença é a crença na linguagem. Na dissolução dessa superstição, a retórica é a última 
forma de iluminismo”. – BALLWEG, Ottmar. Entwurf einer analytischen Rhetorik. In: SCHANZE, 
Helmut e KOPPERSCHIDT, Joseph (Hrsg.) Rhetorik und Philosophie. München: Wilhelm Fink, 
1989, p. 42). 
 
3.2. LINGUAGEM JURÍDICA 
A linguagem jurídica serve de comunicação para pessoas específicas (os juristas) em um mundo 
determinado, o jurídico. 
No direito, assim como em outros setores do conhecimento, desenvolve-se uma linguagem particular, 
específica, onde se guardam palavras e expressões que possuem acepções próprias. No mundo do Direito, a 
palavra é indispensável. Todos empregam palavras para trabalhar, mas, para o jurista, elas são precisamente a 
matéria-prima de suas atividades. 
As leis são feitas com palavras, como as casas são feitas com tijolos. O jurista, em última análise, não lida 
somente com fatos, diretamente, mas com palavras que denotam ou pretendem denotar esses fatos. Há, 
portanto, uma parceria essencial entre o Direito e a Linguagem. 
O profissional do Direito, enquanto ciência jurídica, busca a univocidade em sua terminologia, convive com um 
número limitado de palavras polissêmicas. 
Exemplo clássico é o termo Justiça que tanto exprime a vontade de dar a cada um o que é seu, quanto significa 
as regras em lei previstas, e ainda, o aparelhamento político- jurídico destinado à aplicação da norma do caso 
concreto. 
 
3.3. OS PROBLEMAS DA LINGUAGEM 
“Tudo o que é apreendido e representado pelo sujeito cognoscente depende de práticas 
interpretativas. Como o mundo vem à consciência pela palavra,e a linguagem é já a primeira 
interpretação, a hermenêutica torna-se inseparável da própria vida humana”. – SOARES, Ricardo 
Maurício Freire. Hermenêutica e interpretação jurídica. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 4. 
3.3.1. VAGUESA 
Um símbolo é vago quando seu possível campo de referência é indefinido (Ex.: Art. 121, CP). 
3.3.2. AMBIGUIDADE 
Um símbolo é ambíguo quando é possível usá-lo para um campo de referência com diferente intenção, isto é, 
manifestando qualidades diversas. 
3.3.3. POROSIDADE 
Os símbolos admitem pragmaticamente usos diferentes, servindo para propósitos distintos (descrever, 
expressar, direcionar, obrigar, etc.). Dessa forma, permitem distintas interpretações. 
 
4. HERMENÊUTICA JURÍDICA 
4.1. ORIGEM DA HERMENÊUTICA 
Fala-se que o termo deriva do nome do deus da mitologia grega Hermes, o mensageiro dos 
deuses, o mediador entre os deuses e os homens, a quem os gregos atribuíam a origem da 
linguagem e da escrita e é considerado o patrono da comunicação e do entendimento humano. 
Também atribuí-se à palavra grega hermeios que indica os sacerdotes (ou às pitonisas – as 
sacerdotisas de Apolo) do oráculo de Delfos, inicialmente consagrado a Pítia (serpente) e 
posteriormente a Apolo, e que, existiu até 393 d.C. 
Segundo a mitologia grega, Apolo matou Pítia e dividiu seu corpo em dois tomando posse do templo de Delfos. 
Relato semelhante há na mitologia babilônica, onde o deus Marduk matou Tiamat (a grande mãe dos deuses) e 
dividiu seu corpo em dois, fato que em ambas as culturas indica a passagem do matriarcado para o sistema 
patriarcal. 
"Tiamat, a Deusa Dragão do Caos e das Trevas, é combatida por Marduk, deus da Justiça e da 
Luz. Isto indica a mudança do matriarcado para o patriarcado que obviamente ocorreu”. – 
LISHTAR. Gateways to babylon. Disponível em: http://www.gatewaystobabylon.com. 
 
http://www.gatewaystobabylon.com/
HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA LOURENÇO TORRES 
7 
 
4.2. HERMENÊUTICA JURÍDICA NO BRASIL 
A primeira obra a ocupar-se integralmente do tema em nosso país foi o "Compêndio de Hermenêutica 
Jurídica", de Francisco de Paula Batista professor da Faculdade de Direito de Recife, publicado em 
1860 ainda no Brasil Imperial estava vinculado à Escola de Exegese. 
Depois, Carlos Maximiliano, em 1924, publicou sua "Hermenêutica e Aplicação do Direito", ele 
atualizou, sem trazer novidades, a Hermenêutica ao Sistema Histórico Evolutivo, as correntes da Livre 
Indagação e do Direito Livre, além de outras, sem desenvolver uma teoria geral da interpretação. 
Ocupou-se unicamente da Hermenêutica jurídica, resenhando os métodos nela aplicáveis. 
“a Hermenêutica jurídica tem por objeto o estudo e a sistematização dos processos 
aplicáveis para determinar o sentido e o alcance das expressões do Direito”. – 
MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e Aplicação. 
 
5. DIFERENÇAS ENTRE HERMENÊUTICA JURÍDICA E INTERPRETAÇÃO JURÍDICA 
5.1. ORIGEM DO TERMO HERMENÊUTICA 
Hermēneuein (gr.) e significa "declarar", "anunciar", "interpretar", "esclarecer" e, por último, "traduzir". Significa 
que alguma coisa é "tornada compreensível" ou "levada à compreensão". 
Ermēneutikē (gr.) que significa "ciência", "técnica" que tem por objeto a interpretação de textos poéticos ou 
religiosos. 
Significa que alguma coisa é "tornada compreensível" ou "levada à compreensão". 
5.2. CONCEITO DE HERMENÊUTICA 
Hermenêutica é um conjunto de métodos de interpretação consagrados. São regras técnicas para obter um 
resultado interpretativo e envolve um processo de tornar compreensível a linguagem e seus signos. 
“Hermenêutica é ciência e constitui uma construção filosófica. Logo, é melhor entendida como 
teoria. Nelson Saldanha afirma que é um conjunto de estruturas em todo o orbe social, bem como 
um conjunto de instâncias críticas, que interpretam os valores vigentes”. – SALDANHA, Nelson. 
Hermenêutica e princípios. In: ACADEMIA PERNAMBUCANA DE LETRAS. Nelson Saldanha. 
Organização Fátima Quintas. Recife: Bargaço, 2015, p. 91. (Coleção Debate; 4). 
É um ramo da Filosofia que estuda a teoria da interpretação, que pode referir-se 
tanto à arte (prática) da interpretação como à teoria e ao treino (puramente 
pedagógico) de interpretação. Além disso, a interpretação constrói norma, pois, da 
interpretação do texto normativo se extrai a norma conjugando o texto normativo e 
a “realidade”. 
É um conjunto de instrumentos para a interpretação dos enunciados jurídicos com 
a finalidade de construir o sentido da norma jurídica. 
Hermenêutica não é o mesmo que interpretação – a hermenêutica descobre e fixa 
os princípios que regem a interpretação. A interpretação é a aplicação da 
Hermenêutica. 
5.3. INTERPRETAÇÃO 
A interpretação é uma relação entre o sujeito (interprete), um objeto e um significado. 
“Interpretar é a atitude ou a atividade que consiste em indicar, ou determinar o significado de 
alguma coisa”. – TROPER, Michel. La theorie du droit, le Droit, l’Etat. Paris: PUF, p. 70. 
É uma ação que consiste em estabelecer, simultânea ou consecutivamente, comunicação verbal ou não verbal 
entre duas entidades. 
Consiste também na descoberta do sentido e significado de algo geralmente proveniente da ação humana. 
Interpretação é ato, um processo real, pelo qual alguém procura o significado de algo. A hermenêutica é a 
teoria desse ato, ou sua fundamentação. 
A interpretação jurídica é um processo de atribuição de sentido aos enunciados de textos ou normas 
jurídicas, visando à resolução de um caso concreto. É o gênero. Nela, todos os elementos (sujeito, objeto e 
significado) sempre são pensados em relação ao Direito. Ou seja, é “o estudo e a sistematização dos processos 
aplicáveis para determinar o sentido e o alcance das expressões do Direito”. (MAXIMILIANO, Carlos. 
Hermenêutica e Aplicação do Direito, 20ª edição. Forense, 05/2011. VitalBook file). 
É característica da interpretação dogmática, o arbítrio que põe fim à sucessão de interpretações que 
decodificam interpretações. Isso é um problema para a teoria dogmática sobre interpretação. 
5.3.1. INTERPRETAÇÃO KELSENIANA 
É possível falar da verdade de uma interpretação em oposição à falsidade? 
 Interpretação autêntica – É a interpretação realizada por órgãos competentes (no sentido jurídico). 
Segundo Kelsen, o enunciado é vinculado. 
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8 
 
Monismo (para a lei, a 
única fonte era o Estado) 
 Interpretação doutrinária – É a interpretação realizada por entes que não têm a qualidade de órgãos. 
A interpretação kelseniana é considerada, mesmo entre os positivistas, como obsoleta e superada. 
6. A HERMENÊUTICA JURÍDICA E O CONTROLE DE SIGNIFICADOS 
6.1. POSITIVISTAS X MORALISTAS 
O que guiaria o intérprete legislativo no momento de sua decisão? 
 Positivistas – a ponderação e o equilíbrio determinariam um melhor encaixe da interpretação à 
situação, não existindo, assim, uma solução correta única, haja vista o grande número de princípios no 
ordenamento. O positivismo vê uma fidelidade ao direito imposto pelas autoridades competentes, 
decorrentes da estrutura e hierarquia. 
 Moralistas – para os moralistas, como Dworkin, existe uma interpretação correta, que deve estar de 
acordo com o que ele chama de valor da integridade. O moralismo entende que deve haver uma 
participação de valores e princípios, de um modo geral na aplicação do direito, que tem uma pretensão 
de correção, segundo Alexy. 
 
7. HERMENÊUTICA E DOGMÁTICA JURÍDICA 
ZETÉTICA x DOGMÁTICA 
Perguntas Perguntas 
Infinitas Finitas 
 
 
 
 
 
 
7.1. PRESSUPOSTOS DA DOGMÁTICA JURÍDICA 
Os pressupostos da dogmática jurídica são as obrigações do Estado de: 
I. Estabelecer textos normativos (executivo, legislativo e judiciário – 
com as súmulas). Estes textos fomentam o controle e 
organização do Estado; 
II. Interpretar os textosnormativos eliminando a ambiguidade e a 
vagueza; 
III. Alegar/apresentar expressamente os textos normativos pré-
fixados (devem ser fixados antecipadamente). Ex.: Princípio da 
Anterioridade da Lei = “XXXIX - não há crime sem lei anterior que 
o defina, nem pena sem prévia cominação legal”. – Art. 5º, CF; 
IV. Decidir os casos jurídicos, de dar resposta aos conflitos (proibição do non liquet); 
V. Fundamentar suas decisões. 
7.2. TEORIAS (ESCOLAS) DA INTERPRETAÇÃO JURÍDICA 
7.2.1. LEGALISMO EXEGÉTICO 
O que é Exegese? 
Exegeomai (gr.) ou, exegesis (gr.) 
ex – retirar, extrair 
hegeisthai – conduzir, guiar 
É a interpretação profunda de um texto. Como 
interpretação, significa revelar o sentido de 
algo ligado ao mundo do humano. 
7.2.1.1. AS PREOCUPAÇÕES DA EXEGESE 
I. Busca da autoria de um texto. 
II. Busca da autenticidade de um texto (estilo, vocabulário, etc.). 
III. A determinação da literalidade de um texto (texto da lei era tudo). 
IV. A determinação da interpretação (dada pelo Estado) 
Com o Positivismo, se estabelece o 
Estado Moderno, como reação à 
Monarquia Absolutista. O Estado 
Moderno cria o Direito e as fontes 
oficiais são mais importantes que a 
vontade popular ou a vontade da 
maioria. É o Direito vigente, que, para 
a dogmática, não pode ser trocado. 
HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA LOURENÇO TORRES 
9 
 
7.2.1.2. CONCEITO 
“É o comentário ou a dissertação para esclarecimento ou minuciosa interpretação de um texto ou 
de uma palavra. [Aplica-se de modo especial em relação à Bíblia, à gramática e às leis]”. – 
AURÉLIO, exegese. Curitiba: Positivo, 2004, p. 852. 
A exegese teológica 
“A Bíblia é um livro onde cada qual procura o que deseja e sempre encontra o que procura”. 
7.2.1.3. REPRESENTANTES DA ESCOLA EXEGESE 
I. Glosadores (1804 –1840) [glosa – anotação]: 
 Jean Proudhon , 1809 – Cours de droit français. 
 Alexandre Duranton, 1825 – Cours de droit français: suivant le Code civil. 
 
II. Escola dos Comentadores (1840 –1880): 
 Hyacinthe Blondeau, 1841 – L’autorité de la loi: de quelle source doivent découler aujourd’hui 
toutes les décisions juridiques. 
 Charles Demolombe, 1845 – 
III. Período de Declínio (1880 –1899): 
 Charles Aubry e Charles-Frédéric Rau, 1897 – Cours de droit civil français: d'après la méthode 
de Zachariae. 
 François Gény, 1899 – Méthode d‘interprétation et sources en droit privé positif: essai critique. 
7.2.1.4. ESCOLA DA EXEGESE FRANCESA – ANTECEDENTES DA ESCOLA DA EXEGESE 
Após a Revolução Francesa (1879) foi quebrada a organização absolutista do Estado que visava 
estabelecer a hegemonia do poder real através da hegemonia do direito do rei. Essa hegemonia não 
impedia a existência e a validade do direito canônico, de um lado, e do direito costumeiro, de outro. Isso 
representava um acordo entre clero, nobreza e rei estabelecendo a hegemonia deste último e um 
espaço de poder e privilégios daqueles outros. 
Além disso, era necessário produzir um instrumento para frear o poder dos juízes, baseado num 
entendimento rígido da teoria da separação dos poderes. 
Com a subida de Napoleão ao poder, é inaugurada a forma moderna de elaborar normas jurídicas com 
a promulgação do Código Civil Francês, no qual é estabelecida não a hegemonia, mas o monopólio do 
direito estatal legislado (ou, simplesmente, da lei), isto é, a lei passa a ser a única fonte de direito 
admitida. 
7.2.1.5. A ESCOLA DA EXEGESE 
A primeira resposta para essa problemática foi oferecida pelo legalismo exegético: 
 Concepção rigidamente estatal do Direito. 
 A lei era onipotente. Identidade do Direito com a lei escrita e o culto do texto da lei. 
 O jurista deveria reconhecer o direito. 
 O estudo gramatical da lei, buscou a vontade do legislador e a vontade do povo. 
 Determinou que era vedado ao juiz interpretar a lei. A atividade do juiz deveria 
ser neutra (≠ imparcial). 
Assim, o Direito, estatal e codificado, apresentava pretensões de completude e universalidade, isto é, 
era o único direito aplicável dentro do território de um Estado e isento de lacunas. 
Num primeiro momento a Escola da Exegese admitia que o juiz poderia recorrer ao direito natural (na 
forma de "princípios jurídicos superiores ao direito positivo") – jusnaturalismo – ou aos costumes para 
preencher lacunas legais. 
Num segundo momento, estabeleceu o princípio de que o juiz deveria abster-se de julgar nos casos de 
lacuna ou pluralidade de leis aplicáveis ao caso. 
Depois, chegou a admitir o uso da analogia nos casos de lacuna. 
7.2.1.6. O MÉTODO INTERPRETATIVO DA ESCOLA DA EXEGESE 
O método exegético buscava a eliminação do problema das lacunas. 
Primeiro, os códigos e as normas se multiplicaram visando a eliminar as lacunas. 
Segundo, os membros da Escola acreditavam que as lacunas eram meramente aparentes, já que o 
emprego da analogia, que fundava-se na pressuposta vontade do legislador, permitia buscar as normas 
que subjaziam no "fundo" da legislação, colocando-as a descoberto. Nesse período, se entendia que os 
 
Terceiro, a interpretação estava fundada em um entendimento rígido da separação dos poderes que 
tomava como invasão da função do legislador qualquer método de interpretação que não buscasse o 
FACULDADE JOAQUIM NABUCO – FJN HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
10 
 
mpírico) gramaticalmente 
ou sintaticamente, de modo a extrair o seu sentido literal. Se, ainda assim, o sentido restasse obscuro 
ou incompleto, o intérprete deveria utilizar o método lógico, buscando estabelecer o valor lógico dos 
vocábulos. Após, cabe o recurso ao método sistemático que toma a norma como parte de um sistema 
jurídico. Por último, passa o intérprete a utilização do método histórico através da investigação da 
írito do povo. 
Houve a predominância do método gramatical 
7.2.2. HISTÓRIA HISTÓRICA DE SAVIGNY 
7.2.2.1. REPRESENTANTES DA ESCOLA HISTÓRICA 
 Friedrich Carl vonSavigny (1779 –1861). 
Em 1814 publicou o panfleto Vom Beruf unserer Zeit für Gesetzgebung und 
Rechtswissenschaft 
Nele, Savigny defendia que o Direito não era revelado ao legislador pela razão, mas que 
deveria ser extraído e compreendido do espírito do povo (Volksgeist 
Partindo do pensamento histórico da Escola Histórica do Direito os seguidores romanistas de Savigny, 
como Georg Friedrich Puchta e Bernhard Windscheid, desenvolveram um método jurídico baseado 
na lógica conhecido como jurisprudência dos conceitos (Begriffsjurisprudenz). 
7.2.2.2. CARACTERÍSTICAS DA ESCOLA HISTÓRICA ALEMÃ 
 Foi uma reação ao jusnaturalismo iluminista. 
 Savigny reagiu ao pensamento de Thibaut, que defendia a criação de um Código Civil para 
toda a Alemanha. 
 Influência do Romantismo historicista – pressupunha que as normas jurídicas seriam o 
resultado de uma evolução histórica e que a essência delas seria encontrada nos costumes e 
nas crenças dos grupos sociais. (Interpretação conforme os costumes) 
O Direito não existiria como um fenômeno imutável e universal pois, como produto histórico, cada 
Direito expressaria em sua essência uma individualidade própria, quer dizer, o “espírito” de cada povo, 
 
O volksgeist, expresso nos costumes de cada região, forneceria os institutos jurídicos a serem 
observados e intuidos, a fim de serem transformados em lei (Ex.: família, compra/venda, poder familiar, 
 
Ao invés da vontade do legislador, passaram a predominar os Institutos jurídicos (o direito dos 
professores) que fo 
Assim, os juízes eram mais influenciados pelos conceitos do que pelas leis. 
7.2.2.3. IMPORTÂNCIA DA ESCOLA HISTÓRICA 
Fez recuar o movimento jusnaturalista iluminista (embora, só Kant tenha combatido cabalmente esse 
 
 
Demonstrou que as ordens jurídicas são produtos culturais, ou seja, espelham as estruturas sociais dos 
 
Logo, o Direito não é apenas um produto cultural, mastambém um produto de disputas de interesses. 
7.2.3. ESCOLAS FORMALÍSTAS 
TEORIA NORMATIVISTA DE HANS KELSEN 
“A justiça, está sempre e invariavelmente imbricada com os valores (sempre variáveis) adotados 
por aquele que a invoca, não cabendo, portanto, pela imprecisão e fluidez de seu significado, num 
conceito de Direito universalmente válido”. – Kelsen. 
 
Uma teoria do Direito é uma descrição do Direito e precisa estar sem conteúdo (como na lógica). 
A teoria se afasta dos fatos; logo, o direito dogmático não está nos fatos, mas nos textos normativos (textos de 
textos). 
A teoria do Direito é formal, lógica e sistemática. 
O Direito tem conteúdo material, mas a teoria do Direito não tem conteúdo, pois é formal 
HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA LOURENÇO TORRES 
11 
 
7.2.3.1. HANS KELSEN (1881 – 1973) 
Hans Kelsen foi um jurista e filósofo judeu austríaco, que, perseguido pelo nazismo, migrou para os 
EUA onde exerceu o magistério na Universidade de Berkeley, CA. 
É o principal representante da Escola Normativista do Direito, um ramo da Escola Positivista. 
Dentre suas obras traduzidas para o português temos: 
 A Democracia. 
 Direito Internacional e Estado Soberano. 
 Jurisdição Constitucional. 
 O Estado como Integração. 
 Teoria Geral das Normas. 
 O problema da justiça 
 Teoria Geral do Direito e do Estado. 
 A Ilusão da Justiça. 
 O que é justiça? 
 Autobiografia de Hans Kelsen. Rio de Janeiro: Forense Universitária. 
Mas podemos dizer que a sua principal contribuição para o Direito foi a obra Teoria Pura do Direito. 
7.2.3.2. TEORIA PURA DO DIREITO (REINE RECHTSLEHRE). 
Na TPD, Kelsen procurou lançar as bases de uma ciência do direito, excluindo do conceito de seu 
objeto (o próprio Direito) quaisquer referências estranhas, especialmente aquelas de cunho sociológico 
e axiológico (os valores), que considerou, por princípio, como sendo matéria de estudo de outros ramos 
 
 
“Pura” era a teoria do direito e não o Direito. 
Uma de suas concepções teóricas de maior alcance prático é a ideia de ordenamento jurídico como 
sendo um conjunto hierarquizado de normas jurídicas estruturadas na forma de uma pirâmide abstrata, 
cuja norma mais importante, que subordina as demais 
normas jurídicas de hierarquia inferior, é a denominada 
norma hipotética fundamental, da qual as demais retiram seu 
fundamento de validade 
Inicialmente, Kelsen concebia a NF como uma hipótese 
teórica fundamentadora de sua sistemática. 
Posteriormente, afirmou que a NF é a norma de direito 
internacional que aduz que os pactos devem ser cumpridos. 
Contudo, muitos constitucionalistas afirmam que a NF é a 
Constituição Federal por ser a norma concreta máxima. 
7.2.3.3. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA KELSENIANO 
 Unitarismo ou monismo – Toda norma está conectada e ligada a uma NF, estando em 
unidade com todo o ordenamento. Assim, uma norma é válida se pertencer ao ordenamento. A 
validade é o seu fundamento. (Sistema fechado) 
 Coerência – 
 Completude – A existência de lacunas era uma ficção para Kelsen. Por exemplo: o princípio da 
reserva legal – “tudo o que não está proibido, está permitido”. Ou seja, “o que não está proibido”, 
determinado no texto da norma, “está permitido”, também determinado pela norma tacitamente, 
embora, não esteja expressamente declarado no texto da norma. 
7.2.3.4. TEORIA DA MOLDURA DE KELSEN 
Após a 2ª Guerra Mundial Kelsen desenvolve A Teoria Pura do Direito, que fornece, também, uma 
 
 a interpretação do direito pelo órgão que o aplica (autêntica); 
 
Conforme sustenta a teoria pura, uma norma de escalão superior regula o ato pelo qual uma norma de 
 
Essa determinação, no entanto, nunca é completa, de modo que resta, sempre, uma margem de livre 
 
Assim, a norma do escalão superior tem sempre o caráter de uma moldura, a ser preenchida por este 
ato de produção ou execução normativa. 
FACULDADE JOAQUIM NABUCO – FJN HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
12 
 
 
7.2.4. O PRAGMATISMO OU REALISMO 
O Pragmatismo ou Realismo constitui uma escola de filosofia estabelecida no final do século XIX, com origem 
no Metaphysical Club, um grupo de especulação filosófica liderado pelo lógico Charles Sanders Peirce, pelo 
psicólogo William James e pelo jurista Oliver Wendell Holmes, Jr. 
7.2.4.1. CONCEITO 
É uma corrente doutrinária surgida nos Estados Unidos na primeira metade do século XX que centraliza 
o estudo do direito na atuação do juiz, considerando o direito aplicado concretamente e não a moral, a 
justiça ou as normas jurídicas. A normal formal não existe e a norma “real” só existe quando há julgado. 
7.2.4.2. CARACTERÍSTICAS 
 Postura não dogmática 
 O Estado não esgota a gênese do Direito (Estado não é a única fonte) 
 Pluralista (outras fontes – aberto) 
 Tem seu fundamento na eficácia normativa (e sua relação com a realidade). 
7.2.4.3. CORRENTES DO PENSAMENTO REALISTA 
SOCIOLOGIA DO DIREIT 
 O Direito é um mecanismo de controle social 
 O Direito deveria vir de um sentimento de agradabilidade, 
detectável empiricamente (Claudio Souto). Ele critica os 
formalistas e alternativistas de serem utópicos. 
ALTERNATIVISTAS – forma alternativa (Conciliação) 
 Uso alternativo do Direito – É uma releitura do direito estatal, 
não a negação do direito estatal. Procura aplicar um Direito 
extra-dogmático ou para-estatal. 
 Direito alternativo (em sentido estrito) – O direito vem dos 
movimentos sociais e não das elites estatais (marxismo). 
Tenta, 
DECISIONISTAS 
 Se ocupa de duas grandes questões: 
o o que o juiz decide em determinado caso? 
o o que o juiz irá decidir em uma situação sobre a qual ele ainda não se pronunciou? 
São preocupados com a decisão judicial: até que ponto as decisões dos juízes são influenciadas pelas 
normas ou pela política (Ex.: para o Critical Legal Studies tudo é política.) 
Oliver Wendell Holmes é um de seus mais importantes precursores. 
Já em Aristóteles (IV a.C) aplicava-se uma concatenação lógica, uma 
estrutura lógica, que foi designada Silogismo Perfeito ou Aristotélico. 
Como em uma adição a ordem dos fatores não altera o produto, temos: 
 A DEDUÇÃO quando esta estrutura iniciar pela Premissa Maior 
(Norma Jurídica) 
 A INDUÇÂO quando esta estrutura iniciar pela premissa menor 
(caso concreto) 
A Conclusão (Decisão jurídica) sempre estará associada à sanção, que advém da norma jurídica. 
A subsunção é a aplicação da estrutura silogística ao caso concreto, buscando solucioná-lo. A ação de 
subsunção é uma das mais apresentadas na decisão judicial. Por isso tem uma tendência ou escola do 
direito chamada de Escola Subsuntiva (que é uma escola dogmática). 
HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA LOURENÇO TORRES 
13 
 
7.2.4.4. PRAGMATISMO JURÍDICO NORTE-AMERICANO 
Nas palavras de William James e Francis Schaeffer, o pragmatismo defende que o sentido de tudo está 
na utilidade - ou efeito prático - 
O pragmatismo refuta a perspectiva de que o intelecto e os conceitos humanos podem, só por si, 
representar adequadamente a realidade. Dessa forma, opõe-se tanto às correntes formalistas quanto às 
 
O pragmatismo original é contra a ciência pela própria ciência. Para ele um estudo só se justifica caso 
tenha alguma utilidade social. 
 
7.3. DIREITO E MORAL 
O pensador inglês Herbert Hart, tido como um dos principais representantes da escola do Positivismo Jurídico, 
que teve lugar na segunda metade do século XX, manteve a defesa da tese kelseniana da separação entre o 
Direito e a Moral, sendo que, a partir dessa premissa metodológica, propôs um conceito analítico de Direito. 
Teses defendidas por Hart: 
 A tese da Neutralidade, segundo a qual o conceito de Direito tem que ser definido prescindindo-se de seu 
conteúdo. A tese do Subjetivismo, segundo a qual os critérios do Direito "reto" são de natureza subjetiva. 
Outras teses atribuídas a Hart por seus críticos: 
 A tese da Lei, segundo a qual o conceito de Direito deve ser definido mediante o conceito de Lei. 
 A tese da Subsunção, segundo a qual a aplicação do Direito pode ser levada a cabo em todos os casos 
mediante uma subsunção livre de valorações. 
 A tese do Legalismo, segundo a qual as normas do Direito devem ser obedecidas em todas as 
circunstâncias. 
 
8. CLASSIFICAÇÃO DOGMÁTICA DOS MÉTODOS E EFEITOS DA INTERPRETAÇÃO JURÍDICA 
8.1. MÉTODOS HERMENÊUTICOS DOGMÁTICOS DA INTERPRETAÇÃO JURÍDICA 
 Literal – busca o sentido do texto normativo, com base nas regras comuns da língua, de modo a se 
extrair dos sentidos oferecidos pela linguagem ordinária os sentidos imediatos das palavras 
empregadas pelo legislador. 
 Autêntico – é a interpretação que provém do legislador que redigiu a regra a ser aplicada, de modo que 
demonstra no texto legal qual a mens legis que inspirou o dispositivo legal. 
 Doutrinário – é dada pela doutrina, ou seja, pelos cientistas jurídicos, estudiosos do Direito que 
inserem os dispositivos legais em contextos variados, tal como sua relação com outras normas, os 
acontecimentos históricos, os entendimentos jurisprudenciais incidentes e demais complementos 
exaustivos de conhecimento das regras. 
 Gramatical – solucionar os problemas léxicos, ou seja, problemas sintáticos que se referem à conexão 
das palavras nas sentenças. 
 Lógico – é utilizada para solucionar problemas sintáticos com os quais se depara o interprete da norma 
jurídica, procurando descobrir o sentido da lei mediante a aplicação dos princípios científicos da lógica, 
enfrentando, portanto, questões lógicas da interpretação. 
FACULDADE JOAQUIM NABUCO – FJN HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
14 
 
 Sistemático – considera em qual sistema se insere a norma, relacionando-a às outras normas 
pertinentes ao mesmo objeto, bem como aos princípios orientadores da matéria e demais elementos 
que venham a fortalecer a interpretação de modo integrado, e não isolado. 
 Sociológico – é a interpretação na visão do homem moderno, ou seja, aquela decorrente do 
aprimoramento das ciências sociais, de modo que a regra pode ser compreendida nos contextos de sua 
aplicação, quais sejam o das relações sociais, de modo que o jurista terá um elemento necessário a 
mais para considerar quando da apreciação dos casos concretos ante a norma. 
 Evolutivo – interpreta as leis que faz com que o sentido da mesma se altere com as necessidades 
sociais do momento. 
 Histórico – busca o contexto fático da norma, recorrendo aos métodos da historiografia para retomar o 
meio em que a norma foi editada, os significados e aspirações daquele período passado, de modo a se 
poder compreender de maneira mais aperfeiçoada os significados da regra no passado e como isto se 
comunica com os dias de hoje. 
 Teleológico – busca os fins sociais e propósitos (telos – gr.) e bens comuns da lei e da norma em geral, 
dando-lhe certa autonomia em relação ao tempo que ela foi feita. 
 Axiológico – busca as funções e valores da norma em geral, ou seja, visualiza as normas a partir dos 
valores predominantes em uma determinada sociedade 
 Holístico – abarca o texto à luz de um mundo transdisciplinar (filosofia, história, sociologia...) interligado 
e abrangente. Inclusive, dando margem a desconsiderar certo texto em detrimento de uma justiça maior 
no caso concreto e não representada na norma entendida exclusivamente e desligada dos outros 
elementos da realidade que lhe dão sentido. 
 Jurisprudencial – produzida pelo conjunto de sentenças, acórdãos, súmulas e enunciados proferidos 
tendo por base discussão legal ou litígio em que incidam a regra da qual se busca exaurir o processo 
hermenêutico. 
O modelo kelsiano de métodos de interpretação (autêntico e doutrinário) é considerado majoritariamente pelos 
autores como ultrapassado. 
A hermenêutica é um discurso do poder de violência simbólica e como tal, apenas se preocupa em determinar 
como a teoria dogmática (incluindo os textos normativos) deve ser interpretada sem explicar (zetética) como é o 
sentido do Direito. 
Segundo Tercio Sampaio: 
 Interpretação gramatical, lógica e sistemática – Serve para solucionar os problemas léxicos, lógicos 
e sistemáticos eliminado suas inconsistências. Pressupõe que a ordem das palavras e o modo que 
estão conectadas são importantes para obter-se o correto significado da norma. Trata, também, as 
palavras da lei na forma de conceitos e da compatibilidade no todo estrutural (Ex.: revogação tácita). 
 Interpretação histórica, sociológica e evolutiva – A histórica leva em consideração sua gênese no 
tempo (precedentes). A sociológica considera a estrutura momentânea da situação. Ou, ainda, sua 
evolução entre as duas situações fáticas. 
 Interpretação teleológica e axiológica – Como a hermenêutica também entende que as atividades 
humanas têm uma razão prática (pragmática), certos textos e seus conteúdos normativos devem ser 
entendidos a partir de suas finalidades (teleologia) e de sua função (axiologia). 
8.2. EFEITOS DA INTERPRETAÇÃO JURÍDICA 
Com base nos métodos teleológico e axiológico: 
I. Efeito ESPECIFICADOR da interpretação 
O sentido da norma cabe na letra de seu enunciado (economia do pensamento), pois a letra da lei está 
em harmonia com a mente do legislador (mens legis) ou o espírito do da lei, cabendo ao intérprete 
apenas constatar a coincidência. Para elucidar o conteúdo da norma não é necessário sempre ir até o 
fim de suas possibilidades significativas, mas até o ponto em que os problemas pareçam razoavelmente 
decidíveis. Ou seja, basta que o interprete encontre no contexto o significado (clareza) interpretativo. 
Interpretar termos normais segundo seu uso normal, comum, natural, ordinário ou popular; e, os termos 
técnicos segundo seu sentido técnico. Ex.: “Culpa de terceiro” – art. 930, CC; “interpelação” art. 397, 
474 ou 525, CC. 
II. Efeito RESTRITIVO da Interpretação 
Ocorre sempre que se limita o sentido da norma, não obstante a amplitude de sua expressão literal. A 
garantia dos direitos fundamentais deve ser interpretada restritivamente (com ambiguidade conotativa). 
Símbolos como liberdade, vida, saúde e segurança são ambíguos. Mas, devem ser conotativamente 
restritos sempre que a norma lhes imponha regras. Ex.: Art. 220, CF. O exercício da liberdade de 
expressão pode ser delimitado nos termos admitidos na própria Constituição mediante lei (art. 5°, II, CF). 
HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA LOURENÇO TORRES 
15 
 
Só a própria Constituição pode estabelecer competências restritivas, na forma de exceções. Uma 
exceção deve sofrer interpretação restritiva (contem vaguidade denotativa). Ex.: Art. 37, XVI, CF. 
III. Efeito Extensivo da Interpretação. 
É a interpretação que amplia o sentido da norma para além do contido em sua letra. É o respeito à ratio 
legis, pois o legislador não pode prever todos os casos que a interpretação especificadora possa 
alcançar. 
O trabalho do interprete é tornar as mensagens normativas mais vagas e ambíguas do que são em 
geral em face da imprecisão natural da língua utilizada pelo legislador. 
Ex.: Direitos humanos – art. 5°, CF. Apenas de pessoas físicas (seres humanos) ou se estendem a 
pessoas jurídicas? 
Liberdade de expressão ou da manifestação de pensamento x imagem das pessoas (físicas e jurídicas) 
(art. 5°, IV, CF c/c art. 5°, X, CF). 
Pode a empresa rescindir o contrato de trabalho por justa causa por ato lesivo à honra ou à boa fama 
da empresa? (art. 482, k, CLT). 
O direito de resposta é uma garantia individual apenas ou se estende a empresas? (art. 5°, V, CF). 
8.3. INTEGRAÇÃO E APLICAÇÃO DO DIREITO PERANTE ANTINOMIAS E LACUNAS 
8.3.1. APLICAÇÃOA aplicação do Direito consiste no enquadrar um caso concreto em a norma jurídica adequada. 
Submete às prescrições da lei uma relação da vida real; procura e indica o dispositivo adaptável a um fato 
determinado. Isto é: tem por objeto descobrir o modo e os meios de amparar juridicamente um interesse 
humano. 
“Na aplicação da lei, o juiz atendera aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem 
comum”. – Art. 5°, LINDB. 
8.3.1.1. PRESSUPOSTOS PARA APLICAÇÃO 
A adaptação de um preceito ao caso concreto pressupõe: 
I. Crítica, com o fim de apurar a autenticidade e, em seguida, a constitucionalidade da lei, 
regulamento ou ato jurídico; 
II. Interpretação, com o objetivo de descobrir o sentido e o alcance do texto; 
III. Suprimento das lacunas, com o auxílio da analogia e dos princípios gerais do Direito; 
 É a proibição do non liquet (art. 126, CPC). 
"Sed maius ego altiusque id esse existimavi, quam quod meae aetati et mediocritati 
conveniret, ut cognovisse et condemnasse de moribus, non de probationibusrei gestae 
viderer; ut absolverem tamen, inducere in animum non quivi et propterea iuravi mihi 
non liquere atque ita iudicatu illosolutus sum." – 25, Liber XIV, Noctes Atticae, 
Gellius. 
 O exame das questões possíveis sobre ab-rogação (total), ou simples derrogação 
(parcial) de preceitos, bem como acerca da autoridade das disposições expressas, 
relativamente ao espaço e ao tempo. 
8.3.2. INTEGRAÇÃO 
Integração é um processo de preenchimento de lacunas, existentes na lei, por elementos que a própria 
legislação oferece ou por princípios jurídicos, mediante operação lógica e juízos de valor. 
“Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os 
princípios gerais de direito". – Art. 4º, Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. 
 
“As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou 
contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros 
princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com 
os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de 
classe ou particular prevaleça sobre o interesse público”. – Art. 8°, CLT. 
“Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e 
dos decretos: 
I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; 
II – as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua 
eficácia normativa; 
III – as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; 
IV – os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios”. – CTN. 
8.3.2.1. ESPÉCIES DE INTEGRAÇÃO 
 Auto-Integração – processo de integração da que utiliza elementos do próprio ordenamento 
jurídico. 
 Hetero-Integração – é um processo no qual o aplicador do direito se utiliza de normas jurídicas 
pertencentes a outro ordenamento jurídico. 
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16 
 
8.3.2.2. MEIOS DE CONTROLE DE INTEGRAÇÃO INTERPRETATIVA 
Todos os meios integradores são controlados por princípios: 
1. Nenhum meio integrador gera efeito generalizante – cada ato integrado é singular e o 
preenchimento da lacuna é sempre in casu. 
2. A lei que abre exceção a regras gerais, ou restringe direitos, só abrange os casos que 
especifica. 
3. Teoricamente, são proibidos os costumes contra legem. 
8.3.3. ANTINOMIAS JURÍDICAS 
Uma antinomia (ou paradoxo) é a afirmação simultânea de duas proposições (teses, leis etc.) contraditórias. 
A antinomia no campo do Direito recebe o nome de antinomia jurídica. 
Então, a antinomia jurídica deve conter duas ou mais normas que sejam: 
 Incompatíveis entre si; 
 Pertencem a um mesmo ordenamento jurídico; e 
 Estejam no mesmo âmbito de validade. 
Antinomia = excesso de normas = incompatibilidade. 
Cuidado: não confundir com os critérios avaliadores entre princípios jurídicos que permitem certa 
compatibilidade. 
8.3.3.1. CRITÉRIOS ELEMENTARES DE SOLUÇÃO DAS ANTINOMIAS 
Critérios elementares para solução de antinomias jurídicas: 
I. Princípio Hierárquico – Uma lei superior derroga uma lei inferior. 
“lex superior derogat inferior”. 
II. Princípio Cronológico – Uma lei nova derroga uma lei velha (é o mais débil dos critérios). 
“lex posterior derorat priori”. 
III. Princípio da Especialidade – Uma lei especial derroga uma lei geral. 
“lex especialis derogat generali” 
Quando ocorre conflito entre os critérios utilizados na solução das antinomias, temos os 
METACRITÉRIOS: 
 HIERÁRQUICO x CRONOLÓGICO → prioriza o HIERÁRQUICO. 
 ESPECIALIDADE x CRONOLÓGICO → prioriza a ESPECIALIDADE. 
 HIERÁRQUICO x ESPECIALIDADE: 
o Prevalece a norma permissiva sobre a proibitiva. 
o Prevalece o interesse público sobre o particular. 
 Critério da LEX FAVORABILIS. (Direito Penal) 
8.3.3.2. CLASSIFICAÇÃO DAS ANTINOMIAS A PARTIR DOS CRITÉRIOS DE SOLUÇÃO 
 Antinomia de 1º grau → conflito de normas que envolve apenas um dos critérios acima 
 
 Antinomia de 2º grau → choque de normas válidas que envolve dois dos critérios antes 
 
 Antinomia aparente → situação em que há metacritério para solução de conflito. 
 Antinomia real → situação em que não há metacritério para solução de conflito, pelo 
menos inicial, dentro dos que foram anteriormente expostos. 
8.3.3.3. LOCALIZAÇÃO DO PROBLEMA DAS ANTINOMIAS 
MODAIS: 
→ É PROIBIDO 
→ É OBRIGATÓRIO 
→ É PERMITIDO ou É FACULTATIVO 
8.3.3.4. CONFLITO DE NORMAS SUPRANACIONAIS 
Merecem destaque particular os critérios oferecidos pelo Direito Internacional Privado (DIP) para os 
conflitos entre normas jurídicas internas independentes, pertencentes ao ordenamento jurídico 
nacional de dois ou mais Estados: 
 O DIP não disciplina diretamente a relação jurídica, mas determina qual a lei a ser aplicada para 
regular a referida relação social. 
 São “normas de direito sobre direito” (DOLINGER, Jacob. Direito internacional privado: parte 
geral. 4. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 1996, p. 2). 
Essas normas estabelecem as “regras de conexão” para aplicar a norma jurídica cabível. 
 
HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA LOURENÇO TORRES 
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Exemplos: 
1. Qual a norma que se aplica a questões jurídicas que envolvam personalidade, nome, 
capacidade e direitos de família? “A lei do país em que [for] domiciliada a pessoa determina as 
regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família” 
(art. 7º da LINDB). Assim, o elemento de conexão é o domicílio. 
2. Qual a norma que se aplica na qualificação das obrigações? “Para qualificar e reger as 
obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem (sic.)” (art. 9º da LINDB). Assim, o 
elemento de conexão também é o domicílio. 
Um critério geral é que: 
“Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não 
terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons 
costumes” – LINDB. 
8.3.4. ANALOGIA 
 
αναλογία 
 
É um processo cognitivo de transferência de informação ou significado de um sujeito particular (fonte) para 
outro sujeito particular (alvo), e também pode significar uma expressão linguística, correspondendo a este 
processo, igualmente conhecido por compar 
Num sentido mais específico, analogia é uma inferência ou um argumento de um particular para outro particular, 
em oposição à dedução, indução e abdução, nas quais pelo menos uma das premissas ou conclusão é geral. 
 
ANALOGIA JURÍDICA 
A analogia é um método de integração

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