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MEDICINA – UNINOVE Letícia Luz 1 História natural do câncer Pode ser dividida em quatro partes: • Transformação maligna • Crescimento da célula transformada • Invasão local • Metástase • A carcinogênese é um processo complexo, multifásico e dependente de fenômenos genéticos e epigenéticos que culminam no surgimento de clones de células imortalizadas que adquirem a capacidade de se multiplicar de forma autônoma, de invadir e metastizar. MEDICINA – UNINOVE Letícia Luz 2 SUBSTÂNCIAS QUE CAUSAM DANOS NO DNA: O QUE CAUSA ALTERAÇÃO NO DNA? Processo da carcinogênese GENES ASSOCIADOS ÀS NEOPLASIAS: Crescimento do câncer: genes que freiam e aceleram MEDICINA – UNINOVE Letícia Luz 3 Oncogenes • A divisão celular normal é realizada pela atuação dos proto-oncogenes. Os oncogenes são proto-oncogenes que sofreram mutações ativadoras • Ganho de função ou hiperexpressão. • Apenas uma cópia do proto-oncogene mutado é necessária para contribuir no sistema de progressão tumoral (atua como mutação dominante). VIAS PARA OS GENES MUTADOS SE TORNAREM HIPERATIVOS: 1. MUTAÇÕES GÊNICAS As formas mais comuns são as mutações pontuais, ou seja, troca de um par de bases na fita dupla de DNA. Muito frequentemente são causados por agentes químicos. Um exemplo disso é a mutação do gene RAS. Geralmente, a mutação que ocorre nesse gene é a troca de apenas um par de bases (mutação de ponto). 2. MUTAÇÕES CROMOSSÔMICAS Mecanismo importante envolvido na carcinogênese é a translocação cromossômica. Um exemplo clássico desse tipo de alteração é o cromossomo Philadelphia (translocação entre os cromossomos 9 e 22), responsável por modificar a expressão da proteína codificada pelo gene ABL. O cromossomo Philadelphia é o responsável pela leucemia mielóide crônica. MEDICINA – UNINOVE Letícia Luz 4 3. AMPLIFICAÇÃO GÊNICA: É a existência de múltiplas cópias de um proto- oncogene potencializando a sua função. Pode ser encontrado em muitos tipos tumorais, mas um exemplo importante é a amplificação do N-MYC, gene envolvido na etiologia do neuroblastoma. 4. SUPEREXPRESSÃO GÊNICA: É o aumento da função de um gene, mesmo não ocorrendo aumento do número de cópias. Um exemplo é a superexpressão do gene HER2 HER2 é a abreviatura de "Human Epidermal growth factor Receptor-type 2", ou seja, receptor tipo 2 do fator de crescimento epidérmico humano. O gene HER2, responsável pela produção da proteína HER2, é um proto-oncogene. A proteína HER2 transmite sinais que orientam o crescimento celular, desde o exterior até ao núcleo. Fatores de crescimento, aderem aos receptores HER2 e sinalizam a célula, para que esta cresça normalmente. Habitualmente encontram-se 2 cópias do gene HER2 em cada célula, que devem produzir uma quantidade adequada de proteína HER2 na superfície celular. Contudo, por vezes o gene HER2 está amplificado, o que promove produção excessiva da proteína HER2. MEDICINA – UNINOVE Letícia Luz 5 *Tabela 7-5: de Oncogenes selecionados, seus modos de ativação e tumores humanos no final. Genes supressores tumorais • Controle da multiplicação e da diferenciação celulares • Evitam reprodução descontrolada das células. Inibidores de complexos ciclinas / CDK (p53, p27) pRB-Ponto de checagem G1 • Ativadores da apoptose. • Duas cópias mutadas do gene supressor tumoral são necessárias para ocorrência do sistema de progressão tumoral (atua como mutação recessiva). Genes de reparo do DNA • Genes de reparo do DNA codificam moléculas que participam do reconhecimento e do reparo de lesões no DNA. • Gene regulador de proliferação • É um regulador negativo na fase de transição da fase do ciclo celular G1/S • A perda do controle do ciclo celular é fundamental para transição maligna MEDICINA – UNINOVE Letícia Luz 6 Mutação somática x germinativa Hipótese De Knudson SÍNDROME HBOC (Hereditary Breast and Ovary Cancer) BRCA1 e BRCA2 Mutações no gene BRCA - Risco de câncer MEDICINA – UNINOVE Letícia Luz 7 Mutaçoes hereditárias • RETINOBLASTOMA – síndrome hereditária associadas a tumores • O tumor se desenvolve a partir da retina imatura - a parte do olho responsável pela detecção de luz e cor. • Incidência no Brasil desconhecida: 1:18.000-30.000 • Se inicia durante o desenvolvimento embrionário, quando as célula da retina estão se dividindo e proliferando ativamente. *Tabela 7-7: Genes supressores de tumor selecionados e Síndromes e canceres familiares associados, Classificação por marcas de Câncer. Alterações moleculares e o câncer O dano genético não letal encontra-se no cerne da carcinogênese. Carcinógenos MEDICINA – UNINOVE Letícia Luz 8 Carcinógeno Químico • O principal mecanismo de ação dos carcinógenos químicos consiste na formação de compostos covalentes com o DNA, que aumentam a probabilidade de ocorrerem erros de inserção de bases durante a replicação. Substituição, perdas ou adição de bases. • A iniciação provoca danos permanente ao DNA (mutações); portanto, ela é rápida e irreversível e possui “memória“. • A iniciação, obviamente, gera danos não letais ao DNA que não podem ser reparados. As células mutadas passam as lesões do DNA para suas células- filhas (mutagênese Somática). • Todos os carcinógenos químicos iniciadores são eletrófilos (possuem átomos deficientes em elétrons) altamente reativos que podem reagir com sítios nucleofílicos (ricos em elétrons) nas células. Os seus alvos são o DNA, o RNA e proteínas, e em alguns casos, as interações provocam a morte. • O metabolismo de carcinógenos é feito por grande variedade de enzimas, entre as quais as do citocromo P-450 são as mais importantes (uma superfamília ampla e diversificada de proteínas responsáveis por oxidar muitos substâncias para torná-las mais polares e hidrossolúveis. MEDICINA – UNINOVE Letícia Luz 9 Ação Direta: Ação Indireta: CARCINÓGENO - TABACO • Ao menos 60 compostos e/ou partículas da fumaça do cigarro foram classificados como cancerígenos: PAH (hidrocarbonetos aromáticos policíclicos): BaP (benzo [a] pireno) dibenz [a, h ] antraceno, 5- metilcriseno dibenzo [a, i] pireno N-nitrosaminas [como NNK (nitrosamina cetona derivada da nicotina) NNN (N′-nitrosonornicotina)]. Carcinógeno físico Radiação ultravioleta – UVA / UVB / UVC. O alvo principal da radiação é o DNA, no qual podem ser produzidas várias alterações, das quais a formação de dímeros de timina. Mutação puntiforme que pode afetar oncogenes ou genes supressores de tumor: RAS e TP53 associadas a exposição a UVB. Radiação ionizante As radiações ionizantes podem ser eletromagnéticas (raios X e gama) ou particuladas (partículas alfa e beta, prótons e nêutrons). Ação cancerígena: podem causar translocações, quebras, mutações puntiformes e, principalmente, deleções. Um grupo alquila (metila ou etila) a um substrato. São carcinógenos diretos mas de baixa potência. Sua ligação ao O6 da guanina altera a ligação com o hidrogênio, leva a erro de leitura pela DNA polimerase e resulta em transição G:A Combustão incompleta do carvão mineral, petróleo, tabaco etc. São os carcinógenos químicos mais potentes. MEDICINA – UNINOVE Letícia Luz 10 RISCO VS BENEFÍCIO DA REALIZAÇÃO DOS EXAMES DE IMAGEM AOS PACIENTES: Carcinógenos Biológicos RNA vírus: • o vírus carrega um v-ONC; • ao inserir o cDNA no DNA • codificação de proteínas truncadas; • o vírus induz transativaçãode oncogenes por inserção de sequências que codificam proteínas capazes de ativar oncogenes distantes do sítio de integração do genoma viral. DNA vírus: • Expressão de genes precoces • Integração do DNA viral DNA viral integra-se ao genoma da célula hospedeira. Tabela acima dividida: DNA vírus: Nas verrugas benignas, o genoma do HPV mantém-se sob a forma epissomal não integrado, enquanto nos cânceres, o genoma do HPV integra-se aleatoriamente ao genoma do hospedeiro. MEDICINA – UNINOVE Letícia Luz 11 “Brainstorming” das Células Cancerígenas: 1. Elas crescem quando não deveriam, principalmente por uma mudança no metabolismo de fosforilação oxidativa para glicólise aeróbica. 2. Elas entram em divisão celular quando não deveriam. 3. Elas escapam dos tecidos aos quais pertencem e sobrevivem e proliferam em sítios estranhos (formam metástase). 4. Elas apresentam respostas anormais ao estresse, permitindo que sobrevivam e continuem se dividindo em condições de estresse que iriam bloquear ou matar células normais, e elas são menos propensas à morte por apoptose do que as células normais. 5. Elas são genéticas e epigeneticamente instáveis. 6. Elas escapam da senescência celular replicativa, seja pela produção de telomerase ou pela aquisição de outros modos de estabilizar seus telômeros. https://www.youtube.com/watch?v=HU2sXd5H48Q https://www.youtube.com/watch?v=HU2sXd5H48Q MEDICINA – UNINOVE Letícia Luz 12 MEDICINA – UNINOVE Letícia Luz 13
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