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AMANDA TELES NASCIMENTO BRENDA SILVA REIS DANIELA PEREIRA RAMOS KESSIA FERNANDA MEDEIROS GUIMARÃES LAZARO VINÍCIUS GABELLINE CARDOSO LUIZ GUILHERME ALVES PEREIRA SAMUEL SALVADOR MARQUES HEMOPARASITOSES EM CÃES: REVISÃO DE LITERATURA ANÁPOLIS 2022 AMANDA TELES NASCIMENTO BRENDA SILVA REIS DANIELA PEREIRA RAMOS KESSIA FERNANDA MEDEIROS GUIMARÃES LAZARO VINÍCIUS GABELLINE CARDOSO LUIZ GUILHERME ALVES PEREIRA SAMUEL SALVADOR MARQUES HEMOPARASITOSES EM CÃES: REVISÃO DE LITERATURA ANÁPOLIS 2022 Trabalho acadêmico apresentado como requisito para obtenção da aprovação na disciplina de Prática Hospitalar em Clínica Médica de Pequenos Animais, graduação em Medicina Veterinária pela Faculdade Anhanguera de Anápolis. Professor Fabiano Herasto de Paula. RESUMO O presente trabalho foi solicitado pelo Prof. Fabiano Herasto de Paula, docente em Prática Hospitalar em Clínica Médica de Pequenos Animais na Faculdade Anhanguera de Anápolis (FAA), com intuito de analisar a bibliografia atual, utilizando autores e obras de renome na ciência veterinária, referente as hemoparasitoses caninas mais comuns na rotina clínica (Hepatozoon, Ehrlichia, Anaplasma, Babesia e Mycoplasma), abordando os aspectos gerais individuais de cada hemoparasitose, a descrição do vetor, da transmissão, características patológicas, clínica do paciente, exames necessários para o diagnóstico, tratamento, prognóstico, profilaxia, controle do ambiente, reincidências e orientações aos tutores de possíveis pacientes acometidos com as hemoparasitoses em questão. ABSTRACT This academic work was requested by Prof. Fabiano Herasto de Paula, professor in Hospital Practice in Small Animal Medicine at College Anhanguera de Anápolis (CAA), in order to analyze the current bibliography, using renowned authors and works in veterinary science, referring to the most common canine hemoparasites in the routine (Hepatozoon, Erlichia, Anaplasma, Babesia and Mycoplasma), covering the individual general aspects of each hemoparasitosis, the description of the vector, the transmission, pathological characteristics, the patient's clinic, tests necessary for the diagnosis, treatment, prognosis, prophylaxis, control of the environment, recurrences and guidance to tutors of possible patients affected with the hemoparasitosis in question. INTRODUÇÃO Chamados de hemoparasitas, são aqueles organismos que especificamente parasitam as células do sistema hematopoiético dos animais, que quando acometidos com estes, são denominados animais portadores de “hemoparasitoses”. As doenças das hemoparasitoses são transmitidas através dos carrapatos infectados (vetores), que ao se fixarem no pelo e pele dos cães, fazem o repasto sanguíneo, inoculando o parasita (bactéria/protozoário) diretamente na corrente sanguínea do animal (hospedeiro). A incidência das hemoparasitoses na rotina clínica médica de pequenos animais tem quantidade muito relevante, devido a facilidade que os animais entram em contato com os parasitas no ambiente. Os cães imunocompetentes geralmente não desenvolvem os sinais das hemoparasitoses, sendo necessário que exista um processo de imunossupressão para que os sinais clínicos se tornem evidentes. A babesiose é causada pelos protozoários Babesia Canis e Babesia gibsoni transmitida pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus, esses parasitas causam a hemólise das hemácias. Já a anaplasmose é oriunda de bactérias intracelulares Anaplasma platys ou Anaplasma phagocytophilum transmitidas pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus, responsáveis por causar trombocitopenia. A erliquiose é causada pela bactéria Ehrlichia canis, transmitida também pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus, esta, assim como a babesiose, também causa a hemólise das hemácias. O hepatozoon, não muito comum em território brasileiro, é transmitido principalmente pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus, e causado pelo protozoário Hepatozoon spp., causando anemia, leucocitose e trombocitopenia nos animais. E por fim, o trabalho trata também da micoplasmose canina, causada pelo hemoplasma Mycoplasma haemocanis e Candidatus mycoplasma haematoparvum, transmitida pelo mesmo vetor hematófago das outras doenças, assim como, via transplacentária, transfusão sanguínea, uso indevido de material hospitalar contaminado, microscopicamente, esta afecção é causadora de reticulocitose, policromasia, hiperbilirrubinemia e bilirrubinúria, esferocitose e autoaglutinação. 1. HEPATOZOON A Hepatozoonose é uma doença causada por protozoários, os mais comuns sendo Hepatozoon canis e Hepatozoon americanum, transmitidos por vetores artropodes, carrapatos, principalmente pelo Rhipicephalus sanguineus. No geral é uma doença de caráter oportunista (JERICÓ; NETO; KOGIKA, 2015). Imagem 1. Hepatozoon canis visto no microscópio óptico. Fonte: Wikipedia. Os sinais clínicos podem se apresentar de forma leve sendo eles, febre, letargia, anorexia, anemia, mas também podem ser mais graves ocorrendo então perda de peso, dor e alterações locomotoras. As alterações em exames laboratoriais características são leucocitose, anemia, linfopenia e monocitose. A hepatozoon canis causa sintomas mais leves que a Hepatozoon americanum (JERICÓ; NETO; KOGIKA, 2015). O diagnóstico é realizado pela observação da presença de gametócitos em esfregaço sanguíneos, ou ainda por meio de biopsia muscular. O protozoário Hepatozoon americanum é de mais fácil observação devido a seu tamanho (6 a 10 um) e formato ovalar a elíptico que ocupa quase todo citoplasma (JERICÓ; NETO; KOGIKA, 2015). A forma de tratamento a ser utilizada deve ser voltada para o controle do ciclo assexuado, é feito com Dipropionato de Imicarb (posologia: 5 a 6 mg/Kg por via de administração Intramuscular ou Subcutânea, sendo realizado 2 aplicações em intervalo de 14 dias); Sulfadiazina-Trimetoprima, Clindamicina ou Pirimetatina (Posologia: 0,25 mg/kg, a cada 24 horas durante 14 dias) e por fim Decoquinato (Posologia: 10 a 20 mg/Kg a cada 12 horas) (JERICÓ; NETO; KOGIKA, 2015). O prognóstico costuma ser favorável contanto que não haja reinfecção, o animal seja diagnosticado e tratado nos estágios iniciais da doença, e que apresente função renal preservada (JERICÓ; NETO; KOGIKA, 2015). A profilaxia desta doença é feita com o controle dos parasitas Rhipicephalus sanguineus no ambiente em que o animal vive, assim como no organismo do próprio animal, utilizando ectoparasiticidas muito facilmente encontrados no mercado, como por exemplo, Simparic, NexGard e Bravecto. O controle ambiental é feito através do aparamento da grama dos locais onde o animal transita, bem como da dedetização do ambiente com piretroides (JERICÓ; NETO; KOGIKA, 2015). 2. EHRLICHIA A Ehrlichia é transmitida por carrapatos, são parasitos intracitoplasmáticos de plaquetas e leucócitos de várias espécies. São formas características do parasito, a sua formação isolada ou em colônias, denominadas mórulas (ALMOSNY, 2002). A Erliquiose canina pertence ao gênero Ehrlichia, Família Rickttsiaceae, Ordem Rickettsiales, Gênero Ehrlichia spp, Espécie Ehrlichia canis, são bactérias Gram negativas, intracelulares obrigatórias dos leucócitos, tem forma de cocobacilos e se multiplicam por divisão binária (SILVA, 2015). A Ehrlichia canis mede 0,2-0,4 μm de diâmetro. A Ehrlichia tem seu ciclo por três fazes principais: 2 dias para a penetração dos corpos elementares nos monócitos, em um período de 3 a 5 dias ocorre a multiplicação do agente e na terceira fase, se tem a formação das mórulas, sendo estas constituídas por um conjunto decorpos elementares envoltos por uma membrana (SILVA, 2015). Figura 2. Microscopia óptica, presença de Ehrlichia em exame de hemograma. A transmissão acontece entre animais quando o carrapato faz a inoculação do sangue de um cão contaminado para um cão saudável e também pode ser transmitida através de transfusões sanguíneas (SILVA, 2015). Segundo estudos o Rhipicephalus sanguineus não é o reservatório, mas sim o vetor da erliquiose canina (ALMOSNY, 2002). Quando a Erliquiose é transmitida, o carrapato pode transmitir outros agentes, como; Hepatozoon, Hemobartonella canis e Babesia, porem só a E. canis possui importância epidemiológica, pois pode levar a um quadro clínico mais severo (SILVA. 2015). A erliquiose tem prevalência em regiões tropicais e subtropicais, e sua presença esta ligada ao aparecimento do carrapato Rhipicephalus sanguíneus. O primeiro caso relatado no Brasil foi em Belo Horizonte, Minas Gerais por COSTA et al (1973). A Erliquiose pode causar uma grande variedade de sinais clínicos, por ser uma doença multisistêmica. Podemos observar alguns achados laboratoriais pelo hemograma completo do animal. Os sinais clínicos mais comuns são anorexia, depressão, letargia, perda de peso, linfadenomegalia, esplenomegalia, sangramentos e febre (DAGNONE, 2018). Pode apresentar alterações oculares, que são relacionadas com a reação inflamatória e deposição de complexos imunes, causando uveítes. O diagnóstico deve ser feito através de evidencias de carrapatos no animal, localização em área endêmica (CRIVELLENTI, et al. 2015), também é realizado com os achados clínicos e alterações em exames hematológicos, sorológicos e moleculares. (DAGNONE, 2018). Os métodos diagnósticos incluem, o exame hematológico, é uma das alterações mais comuns é a trombocitopenia, também podendo observar-se anemia e leucopenia. Exame bioquímico séricos, onde a hiperglobulinemia poderá ser observada e é devido ao aumento das globulinas. Na urinálise, pode-se observar hematúria e proteinúria (DAGNONE, 2018). O tratamento é baseado em terapia especifica “anti-erliquia” é uma terapia de suporte que é baseada em fluidoterapia com reposição hidroeletrolítica e transfusão de sangue quando o paciente apresentar anemia severa. (DAGNONE, 2018). Assim fazendo a estabilização do paciente. Aplicação do antibiótico (Doxiciclina 5-10 mg/kg VO, SID/BID, por 21 a 28 dias). 3. ANAPLASMA A anaplasmose canina é causada pela Anaplasma platys (A. platys) ou Anaplasma phagocytophilum (A. phagocytophilum) que são bactérias intracelulares gram negativas, pertencentes à família Anaplasmataceae. Existem dois tipos de anaplasma, sendo elas anaplasma platys e anaplasma phagocyphilum: No Brasil, o agente mais comum é a A. platys que é transmitida provavelmente pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus. Podem ocorrer coinfecções com E. canis e Babesia canis, que são transmitidas pelo mesmo vetor. A A. platys infecta plaquetas, sendo a doença denominada de trombocitopenia cíclica canina. O período de incubação é de 1 a 2 semanas. Após este período, o cão pode apresentar trombocitopenia cíclica com febre alternando com períodos de melhoria e normalização a cada 1-2 semanas caracterizando a infecção aguda (DAGNONE, 2018). Figura 3. Seta mostrando bactéria do gênero Anaplasma em célula de cão. Fonte: Wikipedia. Normalmente, a infecção por A. platys causa apenas trombocitopenia acompanhada ou não de sinais como anorexia, letargia, perda de peso ou depressão. Há relatos de outras manifestações clínicas como febre, letargia, linfoadenopatia, uveíte, mucosas pálidas ou hemorrágicas que podem estar associadas com outras hemoparasitoses não investigadas. As alterações laboratoriais encontradas são trombocitopenia, anemia normocítica leve a moderada não regenerativa, hiperglobulinemia e hipoalbuminemia. Quadros de anemia são mais graves na coinfecção de A. platys com E. canis (DAGNONE, 2018). O diagnóstico é baseado na detecção de mórulas de A. platys em plaquetas do sangue total ou de papa de leucócitos. Porém, a sensibilidade é baixa, já que a parasitemia, além de cíclica, pode cursar com baixo número, nem sempre sendo possível a identificação das células parasitadas. Também é importante diferenciar o parasita de inclusões plaquetárias como núcleos remanescentes de megacariócitos ou granulações (JERICÓ; NETO; KOGIKA, 2015). O tratamento de eleição para A. platys é a doxiciclina (5 mg/kg/BID ou 10 mg/kg/SID) cujo período não é totalmente definido pela literatura, variando de 8 a 10 dias (Consenso Europeu), podendo se estender por 28 dias por ser comum a coinfecção com E. canis. A profilaxia desta doença é feita com o controle dos parasitas Rhipicephalus sanguineus no ambiente em que o animal vive, assim como no organismo do próprio animal, utilizando ectoparasiticidas muito facilmente encontrados no mercado, como por exemplo, Simparic, NexGard e Bravecto. O controle ambiental é feito através do aparamento da grama dos locais onde o animal transita, bem como da dedetização do ambiente com piretroides (JERICÓ; NETO; KOGIKA, 2015). 4. BABESIA A babesiose é causada por hematoprotozoarios que tem os carrapatos como vetor, é caracterizada por uma anemia hemolítica, e vista em diferentes formas subclínicas, hiperaguda, aguda e crônica. Os protozoários do gênero Babesia são parasitos intra eritrocitários e seu vetor é o carrapato. A classificação era realizada a partir da morfologia do parasito, da célula parasitada e da patogenicidade e as grandes Babesias foram chamadas de Babesia canis e as pequenas de B. gibsoni e atualmente o gênero foi ampliado em número de espécies e foi dividida em três espécies: B. Canis, B. vogeli e B.rossi e estão sendo descritas como sendo capaz de infectar cães, assim como pequenos piroplasmas: B. canradae, Theileria annae, T. annulata, T. Equi e Theileria sp. A B. canis tem o tamanho de 2-4 a 4-7 μm (JERICÓ; NETO; KOGIKA, 2015).. A babesia canina pode se apresentar em diferentes níveis de gravidade que estão associados a fatore como idade, estado de imunidade e fatore hereditários. Figura 4. Microscopia óptica, setas mostram presença de Babesia spp parasitando eritrócitos. Fonte: Wikipedia Os sinais clínicos estão ligados com as formas da doença, hiperaguda, aguda e crônica. A fase hiperaguda e aguda resulta em anemia, mucosas pálidas, febre, perda de apetite e depressão (CORRÊA et al. 2005). Na forma crônica ocorre febre intermitente, anorexia, perda de peso, edema e mesmo a forma sendo crônica geralmente, assintomática, muitos cães podem apresentar um grau variável de anemia e trombocitopenia. (DAGNONE et al 2018). A identificação de parasita piriformes intraeritrocitários é feita em esfregaços de sanguíneos. Geralmente o hemograma apresenta anemia regenerativa, com elevada contagem de reticulócitos e também apresenta trombocitopenia (CRIVELLENTI. 2015). Quando necessário estabilizar o paciente, com fluido terapia e transfusão sanguínea. E fazer uso de um Antiparasitário: dipropionato de imidocarb 5,0-6,6 mg/kg, SC, IM e repetir após 14 dias; aceturato de diminazeno 3,5 mg/kg. Antibiótico como na erliquiose também utilizamos a doxiciclina 5-10 mg/kg VO, SID/BID durante 21 a 28 dias. (CRIVELLENTI, 2015). A profilaxia desta doença é feita com o controle dos parasitas Rhipicephalus sanguineus no ambiente em que o animal vive, assim como no organismo do próprio animal, utilizando ectoparasiticidas muito facilmente encontrados no mercado, como por exemplo, Simparic, NexGard e Bravecto. O controle ambiental é feito através do aparamento da grama dos locais onde o animal transita, bem como da dedetização do ambiente com piretroides (JERICÓ; NETO; KOGIKA, 2015).5. MYCOPLASMA A micoplasmose canina é causada pelos Hemoparasitas Mycoplasma haemocanis e Candidatus. As bactérias desse gênero Mycoplasma spp., são microrganismos de vida livre, não possuintes de parede celular, algumas espécies participantes sendo consideradas parte da flora normal das mucosas. (NELSON & COUTO, 2015). É uma doença de distribuição mundial, mas que tem sido pouco relatada e diagnosticada no Brasil. Sendo os microorganismos de importância o Mycoplasma haemocanis e Candidatus Mycoplasma haematoparvum (NELSON & COUTO, 2015). A transmissão ocorre por vários meios, através da picada de vetores artrópodes, pulgas e carrapatos, mas também por transfusões sanguíneas, por via placentária, e em brigas territoriais e por fêmeas, sendo necessária apenas a exposição a sangue contaminado (LOPES, 2013). Figura 5. Seta mostra Mycoplasma canis parasitando célula sanguínea. Fonte: Wikipedia Para animais apresentando tosse, dispneia, febre, poliúria, azotemia, claudicação com ou sem edema doloroso, corrimento vaginal mucosa purulenta ou infertilidade, a Micoplasmose deve ser um diagnóstico diferencial (NELSON & COUTO, 2015) Em sua forma aguda a sintomatologia irá acontecer entre 1 a 2 semanas após a infecção ou ativação; o animal poderá apresentar febre, perda de peso, anorexia, letargia, palidez de mucosas, juntamente com achados laboratoriais anemia grave, leucopenia ou leucocitose, trombocitopenia que pode estar associado com distúrbios plaquetários (COSTA, 2011). Geralmente animais imunocompetentes não apresentam sintomas (COSTA, 2011). Alterações clinicopatológicas como Neutrofilia e monocitose são achados comuns em pacientes cães com pneumonia, piúria e proteinúria (NELSON & COUTO, 2015). As amostras destinadas para realização de culturas devem ser feitas ou transportadas para laboratório imediatamente. Amostras com tempo de transporte inferior a 24 horas devem ser enviadas com bloco de gelo, nas com tempo de transporte superior a 24 horas deve ser utilizado gelo seco (NELSON & COUTO, 2015). A maioria das culturas de Mycoplasma exige meios especiais, contudo, há relatos de crescimento de Mycoplasma haemocanis em placas de agar de sangue regulares (NELSON & COUTO, 2015). O fato de esses microrganismos poderem ser cultivados a partir de amostras de animais saudáveis dificulta a interpretação de exames positivos em animais doentes (NELSON & COUTO, 2015) O diagnóstico pode ser realizado a partir de extrações sanguíneos de amostras coletadas nas partes periféricas do animal, teste ponta de orelha (COSTA, 2011). Existem alguns compostos eficazes que podem ser utilizados no tratamento de infecções por Mycoplasma spp., que são Tilosina, eritromicina, clindamicina, lincomicina, tetraciclinas, cloranfenicol, Aminoglicosídeos e flunoquilonas. Em animais imunocompetentes a doxiciclina é um bom antibiótico de escolha em dose de 5 a 10 mg/kg a cada 12-24 horas por via oral (NELSON & COUTO, 2015). As bactérias do gênero Mycoplasma apresentam vulnerabilidade a desinfetantes comuns e morrem rapidamente no ambiente (NELSON & COUTO, 2015). A profilaxia desta doença é feita com o controle dos parasitas Rhipicephalus sanguineus no ambiente em que o animal vive, assim como no organismo do próprio animal, utilizando ectoparasiticidas muito facilmente encontrados no mercado, como por exemplo, Simparic, NexGard e Bravecto. O controle ambiental é feito através do aparamento da grama dos locais onde o animal transita, bem como da dedetização do ambiente com piretroides (JERICÓ; NETO; KOGIKA, 2015). CONCLUSÃO Com a finalização da presente revisão bibliográfica, após grande e útil informação, é notável a grande quantidade de animais acometidos com hemoparasitoses na rotina clínica médica de pequenos animais. Uma das competências do médico veterinário é ter capacidade de realizar o diagnóstico e o tratamento do paciente acometido com qualquer uma destas afecções. Esta revisão foi de grande valor para nosso estudo e aprendizado, como graduandos do nono semestre do curso de bacharelado em medicina veterinária. Agradecemos ao professor Fabiano Herasto pelo incentivo a pesquisa e conhecimento, instigando-nos a sempre amar e estudar a ciência veterinária. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. JERICÓ, et al. Tratado de Medicina Interna de Cães e Gatos. Editora Roca. Brasil, São Paulo, 2017. 2. CRIVELLENTI, et al. Casos de Rotina em Medicina Veterinária de Pequenos Animais. Editora MedVet, São Paulo, 2021. 3. LOPES, Luiza Cavalcanti. Hemoparasitoses em Animais de Companhia: Ehrliquiose, Babesiose e Micoplasmose - Estudo de Casos Clínicos. Artigo extraído da internet, 2013. 4. COSTA, H. X. Interação de Hemoparasitos e Hemoparasitoses em Casos Clínicos de Trombocitopenia em Cães no Município de Goiânia. 58f. Dissertação (Mestrado) – Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2011. 5. DAGNONE, et al. Doenças Infecciosas na Rotina de Cães e Gatos no Brasil. Editora MedVep, Curitiba, 2018. 6. NELSON & COUTO. Medicina Interna de Pequenos Animais. Editora Gen, São Paulo, 2015.
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