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Microbiologia Veterinária! Resumo sobre Mycoplasma

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1 
Seminário de Microbiologia Aplicada 
 
 
Caxias do Sul – RS, Junho de 2019 
 
 
SEMINÁRIO 
 
MICROBIOLOGIA APLICADA 
 
MYCOPLASMOSE 
AUTORES: Caroline Canalli a, Júlia Lopes de Souza Nunes a, Katiane Carvalho Colombo a 
 
FILIAÇÕES: a Graduação em Medicina Veterinária no Centro Universitário da Serra Gaúcha - 
FSG 
 
 
Professor Orientador do Seminário 
Profª. Claudia Lautert 
Resumo 
A Micoplasmose Felina, também conhecida como Micoplasmose 
Hemotrópica Felina (MHF) é uma doença causada por uma bactéria 
pleomórfica que parasita hemácias de várias espécies domésticas, 
podendo acarretar em anemia hemolítica imunomediada que muitas 
vezes pode ser fatal, a bactéria Mycoplasma haemofelis. É transmitida 
através de ectoparasitas como pulgas e carrapatos, por mordidas, 
através de exposição iatrogênica e por via uterina e láctea, e pode se 
manifestar de forma subclínica ou de forma aguda, quando resulta em 
uma anemia hemolítica grave. 
 
 
Abstract 
 
Feline Mycoplasmosis, also known as Feline Hemotrotropic 
Mycoplasmosis (MHF) is a red blood cell infection that can causes 
red blood cells of various species, and may be immunomedicinal 
hemolytic that can sometimes be fatal, the bacterial Mycoplasma 
haemofelis. Transmission through ectoparasites and fleas by biting, 
through iatrogenic and uterine and lactate exposures may manifest 
subclinically or acutely when it results in severe haemolytic anemia. 
 
 
Palavras-chave: 
Micoplasmose Felina. Anemia Felina. 
Mycoplasma spp. 
 
 
 
2 
Seminário de Microbiologia Aplicada 
 
 
Caxias do Sul – RS, Junho de 2019 
 
 
INTRODUÇÃO: Anteriormente denimonada Haemobartonella felis, a Mycoplasma 
haemofelis é uma bactéria de forma cocóide e epieritrocitário, sendo o patógeno 
causador da Micoplasmose Felina ou Micoplasmose Haemotrópica Felina (MHF), ou 
até mesmo da anemia infecciosa felina. A manifestação dessa enfermidade pode variar, 
indo de manifestações subclínicas até uma anemia hemolítica que se manifesta de forma 
aguda, sendo a gravidade variável do leve a grave (TASKER, 2004; NEIMARK et al., 
2001). A principal forma de transmissão ocorre através de artrópodes como pulgas (C. 
felis) e carrapatos (R. sanguineus), ou até mesmo pela forma iatrogênica, como através 
da transfusão sanguínea (HARVEY, 2006) e o diagnóstico tem como base a 
identificação do parasito em esfregaço sanguíneo e/ou através da técnica molecular de 
reação em cadeia pela polimerase (PCR) (TASKER & LAPPIN, 2002). O tratamento 
para essa enfermidade utiliza-se antibióticoterapia, costicóides e fluidoterapia, sendo 
indicado a transfusão sanguínea somente em casos onde a manifestação é mais grave. 
Os animais que são infectados, tratados e se recuperam, tornam-se portadores 
assintomáticos da doença por tempo indeterminado (TASKER 2002; TASKER, 2006). 
 
ETIOLOGIA: O Mycoplasma é uma bactéria relativamente pequena (medindo de 0,3 
até 0,8 µm), caracterizando-se pela ausência de parede celular, é gram-negativa e por 
ser um parasita epieritrocitário, ou seja, apresentando dimorfismos com relação a sua 
estrutura. Como é um parasita incapaz de sintetizar energia e alguns componentes 
celulares necessários para a sua sobrevivência, é dependente da célula hospedeira para 
sua sobrevivência (NEIMARK, 2001; HARVEY, 2006; SANTOS, 2008). Duas 
espécies distintas desse agente foram identificados em gatos domésticos, uma mais 
patogênica que recebeu o nome de Mycoplasma haemofelis e uma menos patogênica 
que recebeu o nome de Mycoplasma haemominutum (NEIMARK et al., 2001), sendo as 
infecções causadas por M. haemofelis geralmente causam anemia e sinais clínicos da 
doença enquanto as infecções causadas por M. haemominutum geralmente causam 
infecções inapetentes e alteração mínima em volume globular, exceto nos casos em que 
a doença se manifesta associada a outras infecções, como a imunodeficiência felina 
(FIV), leucemia viral felina (FeLV) e algumas neoplasias (HARVEY, 2006). A doença 
apresenta duas fases: a aguda, caracterizada por esplenomegalia, e a fase crônica, 
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Seminário de Microbiologia Aplicada 
 
 
Caxias do Sul – RS, Junho de 2019 
caracterizada por anorexia, febre, hematúria, anemia propriamente dita e hemorragia, 
podendo se manifestar de forma subclínica. (BRAGA et al., 2012). 
 
PATOGENIA: Segundo SKYES (2003), alguns fatores predisponentes para essa 
enfermidade foram identificados, sendo os machos mais predisponentes que as fêmeas 
devido a seu comportamento e os animais mais jovens são mais acometidos que animais 
mais idosos, bem como animais infectados com FeLV apresentam maior risco de 
desenvolverem os sinais clínicos por serem animais imunocomprometidos. Além disso, 
a transmissão através do contato social é pouco provável, embora interações agressivas 
como brigas podem resultar na transmissão por consequência do animal ser exposto ao 
sangue e saliva (SANTOS et al., 2008; TASKER, 2010). Já dentro do organismo do 
animal, o parasita se adere às hemácias sem penetrar sua superfície, o que resulta em 
danos na membrana eritrocitária, o que diminuía sua meia vida e causa hemólise que 
pode ser intravascular, demonstrando uma resposta autoimune do organismo e pelo 
aumento da fragilidade osmótica na célula. A hemólise extravascular ocorrem em 
órgãos como baço, fígado, pulmões e medula óssea (TASKER, 2006; MACIEIRA, 
2008). ALLEMAN et al. (1999) descreve a infecção por Mycoplasma sp. ocorrendo em 
quatro fases: 
• Fase Pré-Parasitária: ocorre logo após o organismo ser exposto ao 
microrganismo mas antes que o mesmo comece seu processo de reprodução, 
podendo durar de duas a três semanas. Os sinais clínicos podem começar nesse 
período embora tenha sido observado alguma variação uma vez que alguns 
animais podem ser assintomáticos ou até mesmo demorar seis semanas para 
apresentas os sinais clínicos. 
• Fase Aguda: compreende o período em que os sinais clínicos são evidenciados, 
variando a gravidade e intensidade, pois dependem da presença de fatores de 
risco, podendo variar de anemia não significativa até uma anemia hemolítica 
grave. Nesta fase, os parasitas já podem ser encontrados na circulação sanguínea 
do paciente. 
• Fase de Recuperação: quando o volume globular retorna à normalidade e os 
microrganismos tendem a não ser mais visualizados nos esfregaços sanguíneos. 
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Caxias do Sul – RS, Junho de 2019 
• Fase Assintomática: corresponde ao período em que os gatos não apresentam mais 
sinais clínicos mas ainda são portadores da doença, podendo permanecer nesse 
aspecto por meses ou até mesmo por anos. Essa fase é caracterizada por um equilíbrio 
da relação parasito-hospedeiro, quando o índice de replicação dos microrganismos é 
equilibrada pela fagocitose e eliminação destes organismos. 
 
SINAIS CLÍNICOS: A infecção pode ser assintomática, apresentando uma discreta 
anemia ou ter sinais clínicos, como depressão, fraqueza. anorexia, perda de peso, 
palidez de mucosas, esplenomegalia e em alguns casos é possível observar icterícia 
devido à hemólise e febre (HAGIWARA, 2003). Além disso, a perda de peso é um sinal 
clínico comum em animais onde a doença atingiu o estado crônico, sendo comumente 
observados casos de infecções subclínicas e manifestação dos sinais clínicos após 
períodos de estresse (LAPPIN, 2002). 
 
DIAGNÓSTICO: O diagnóstico deve levar em consideração os sinais clínicos 
apresentados, histórico clínico, estilo de vida do animal e exames complementares para 
identificar a presença do parasita em seu organismo (TOLEDO-PINTO et al., 2005), 
como hemograma para identificar o estado clínico geral do paciente (identificação se há 
a presença de infecção e contagem de reticulócitos para observar o grau de regeneração 
da anemia) e para observar a presença do parasita é realizado um esfregaço sanguíneo 
através da técnica de PCR (TASKER & LAPPIN,2002; TASKER, 2006; HARVEY, 
2006; HORA, 2008). Outro teste que pode ser utilizado é o teste de Coombs, que 
diagnostica anemias hemolíticas autoimunes, porém o resultado não é tão fidedigno 
uma vez que não distingue entre anemia hemolítica autoimune da anemia causada por 
Mycoplasma sp (JELISSON, 2006). Além disso, pode ser utilizado também sorologia 
para diagnosticar a micoplasmose em felinos, embora apresente resultados tardios pois 
os anticorpos geralmente são observados na imunofluorescência indireta (HI) após 21 
dias de infecção (TASKER & LAPPIN, 2002). 
 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: Infecções por babesiose felina também possuem 
sinais clínicos como anorexia, depressão, letargia, perda de peso e icterícia, devendo ser 
considerado como um importante diagnóstico diferencial (SCHOEMAN et al., 2001). 
Assim como outras causas de anemia hemolítica como intoxicações por drogas e anemia 
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Caxias do Sul – RS, Junho de 2019 
hereditária comum em Abissínios e Somali, além de Peritonite Infecciosa Felina (PIF) 
devido a semelhança entre os sinais clínicos ( HARVEY, 2006; NORSWORTHY, 
2009). 
 
TRATAMENTO E PREVENÇÃO: Terapia apropriada e cuidados de suporte são 
essenciais para garantir o sucesso no tratamento e proporcionar qualidade de vida para 
os felinos, e enquanto tratamento são utilizados derivados tetraciclinas são utilizados 
com maior frequência, sendo a doxiciclina sendo utilizada de eleição para o tratamento 
por causar menos efeitos colaterais nessa espécie e a enrofloxacina uma segunda opção 
para os gatos que não toleram a terapia com doxiciclina (FAZIO, 2006; TASKER, 
2006). A transfusão sanguínea não é sempre necessária. Deve-se avaliar a rapidez com 
que a doença se instala e a resposta ao tratamento (FAZIO, 2006; HAGIWARA, 2003). 
A principal forma de prevenção é o combate de ectoparasitas como pulgas e carrapatos, 
o que proporciona uma melhor qualidade de vida e menores riscos ao animal 
(TOLEDO-PINTO et al., 2005). Além disso, a vacinação dos animais não infectados 
com o vírus da leucemia felina e a castração, principalmente de machos, é indicada pois 
diminui os riscos de infecção (FAZIO, 2006). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Caxias do Sul – RS, Junho de 2019 
REFERÊNCIAS 
 
ALLEMAN, A.R; PATE, M. G.; HARVEY, J. W.; GASKIN, J. M.; BARBET, A. F. 
Western Immunoblot Analysis of the Antigens of Haemobartonellafelis with Sera 
from experimentally infected cats. Journal of Clínical Microbiology, v.35, n.5, 
p.1474- 1479, 1999. 
COELHO, P. C. M. A; ANGRIMANI, D. S. R; MARQUES, E. S. Micoplasmose em 
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JELISSON, J. Diagnosing FHM in anemic patients.Banfield Journal, v. 2, n. 4, p. 24- 
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LAPPIN, M. R. Diagnosis and management of fever in cats. In: Scientific 
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MACIEIRA, D. B.; MENEZES, R. C. A. A.; DAMICO, C. B.; ALMOSNY, N. R. P.; 
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por hemoplasmas em gatos domésticos. Revista Brasileira de Parasitologia, v. 18, 
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Seminário de Microbiologia Aplicada 
 
 
Caxias do Sul – RS, Junho de 2019 
NEIMARK, H.; JOHANSSON, K. E.; RIKIHISA, Y.; TULLY, J. G. Proposal to 
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Hemobartonelose em gatos: Revisão de Literatura. In: Anais da 3 Semana de 
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VICENTE, A. R. A. Caracterização clínica e laboratorial de gatos considerados 
suspeitos de Mycoplasma haemofelis. Lisboa, 2015.

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