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1 LIVRO EDUCAÇÃO AMBIENTAL

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL
CONCEITOS, HISTÓRICO, CONCEPÇÕES 
E COMENTÁRIOS À LEI DA POLÍTICA 
NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
(LEI Nº 9.795/99)
Programa de Pós-Graduação em Direito Ambiental da UEA
Mestrado em Direito Ambiental – 2017
Eid Badr 
Organizador
Carla Thomas | Celso Lins Falcone | Eduardo Terço 
Falcão | Eid Badr | Gracireza Azedo de Farias | Juliana 
Mayara da Silva Sampaio | Lenice Maria de Aguiar 
Raposo da Câmara | Marcelo Augusto Farias de 
Souza | Thaisa Carvalho Batista Franco de Moura | 
Timóteo Ágabo Pacheco de Almeida | Yamile Viana 
de Souza Queiroz
Autores
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
CONCEITOS, HISTÓRICO, CONCEPÇÕES 
E COMENTÁRIOS À LEI DA POLÍTICA 
NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
(LEI Nº 9.795/99)
Programa de Pós-Graduação em Direito Ambiental da UEA
Mestrado em Direito Ambiental – 2017
Copyright © Eid Badr, 2017.
Editor Isaac Maciel
Coordenação editorial Tenório Telles • Neiza Teixeira
Projeto Gráfico Lícia Gonçalves
Capa Heitor Costa
Revisão Núcleo de editoração Valer
Área das Ciências Sociais Aplicadas
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS
Conselho Editorial da Editora Valer para Área do Direito: Prof. Dr. Jose Luis Bolzan de 
Morais * Prof. Dr. Adriano Fernandes Ferreira * Prof.ª Dr.ª Dinara de Arruda Oliveira
Normalização Ycaro Verçosa
B00h BADR, Eid et al.
 Educação Ambiental, conceitos, histórico, concepções e comentários à lei 
da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9.795/99): Programa de 
Pós-Graduação em Direito Ambiental da UEA: mestrado em Direito Ambien-
tal / Org. Eid Badr. Vários autores – Manaus: Editora Valer, 2017.
368 p 14 x 21 cm
ISBN: 978-85-7512-843-5
1. Direito. 2. Educação Ambiental; 3. Política Nacional de Educação Ambien-
tal; 4. Comentários à Lei 9.795/99. I. Badr, Eid, org. 
CDD 869
Obra de acesso gratuito e universal no Portal http://www.pos.uea.edu.br/direitoambiental/
2017
Editora Valer
Av. Rio Mar, 63, Conj. Vieiralves – Nossa Senhora das Graças
69053-180, Manaus – AM
Fone: (92) 3184-4568
www.editoravaler.com.br
Autores
Carla Thomas, Mestranda em Direito Ambiental – UEA, 
Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais.
Celso Lins Falcone, Mestrando em Direito Ambiental – 
UEA, Pós-Graduado em Direito Civil, pela Universidade Fede-
ral do Amazonas – Ufam, Pós-Graduando MBA em Governança 
Pública e Gestão Administrativa pela Fael – Grupo Apollo Edu-
cation, Advogado. Assessor do Tribunal de Contas do Estado 
do Amazonas, Professor da Escola de Contas Públicas do TCE–
AM e Presidente da Comissão de Orientação em Gestão Pública 
da OAB–AM.
Eduardo Terço Falcão, Mestrando em Direito Ambiental 
– UEA, Pós-Graduado em Direito Tributário, pela Universida-
de Federal do Amazonas – Ufam, Procurador de Carreira de 1.ª 
Classe da Câmara Municipal de Manaus.
Eid Badr, Professor Adjunto da Universidade do Estado 
do Amazonas – UEA, integrante do quadro docente permanen-
te do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito Am-
biental da mesma Universidade, Mestre e Doutor em Direito 
do Estado, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 
– PUC, Advogado.
Gracireza Azedo de Farias, Mestranda em Direito Am-
biental – UEA.
Juliana Mayara da Silva Sampaio, Mestranda em Direito 
Ambiental – UEA, Pós-Graduada em Segurança Pública – Cen-
tro Literatus, Pós-Graduanda em Direito Público na Universi-
dade Federal do Amazonas – Ufam, Policial Civil do Estado do 
Amazonas e Professora na Secretaria Municipal de Educação.
Lenice Maria de Aguiar Raposo da Câmara, Mestranda 
em Direito Ambiental – UEA, Especialista em Direito Público, 
com ênfase em Administrativo e Constitucional. Analista Judi-
ciária do Tribunal de Justiça do Amazonas.
Marcelo Augusto Farias de Souza, Mestrando em Direito 
Ambiental – UEA, Advogado.
Thaisa Carvalho Batista Franco de Moura, Mestranda 
em Direito Ambiental – UEA, Masters of Laws pela Università 
di Pisa – Itália, Especialista em Jurisdição Constitucional e Di-
reitos Fundamentais, pela Università di Pisa – Itália, Especialis-
ta em Direito Tributário e Legislação de Impostos pelo Centro 
Universitário de Ensino Superior do Amazonas, Especialista em 
Direito Tributário e Legislação de Impostos pelo Centro Uni-
versitário de Ensino Superior do Amazonas, Advogada.
Timóteo Ágabo Pacheco de Almeida, Mestrando em Di-
reito Ambiental – UEA, Especialista em Ciências Penais pela 
Universidade Anhanguera–Uniderp, Pós-Graduando em Direi-
to Constitucional, Promotor de Justiça do Estado do Amazonas. 
Yamile Viana de Souza Queiroz, Aluna Especial do Mes-
trado em Direito Ambiental da UEA, Especialista em Adminis-
tração Pública pela Universidade Federal do Amazonas – Ufam, 
Advogada.
APRESENTAÇÃO...................................................................17
PARTE I................................................................................19
Eid Badr
1. INTRODUÇÃO....................................................................21
2. EDUCAÇÃO........................................................................21
2.1 Natureza jurídica.............................................................21
2.2 Educação ambiental........................................................22
3. A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL.........23
3.1 No cenário jurídico internacional.....................................23
1. Conferência de Estocolmo de 1972..................................23
a. Recomendação nº 96...................................................25
b. Declaração de Estocolmo de 1972...............................25
2. Programa das Nações Unidas para o 
Meio Ambiente (PNUMA)................................................26
3. Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA).....27
4. Seminário Internacional de Educação 
Ambiental, Belgrado, 1975 ..............................................27
a. Carta de Belgrado.........................................................27
b. Diretrizes aos programas de Educação Ambiental........29
5. Conferência Intergovernamental sobre Educação 
Ambiental, Tbilisi, 1975...................................................30
a. Declaração de Tbilisi.....................................................30
6. Seminário de Educação Ambiental para 
América Latina, San José, 1979........................................31
7. Comissão Mundial de Meio Ambiente 
e Desenvolvimento (CMMAD), 1983...............................31
8. Congresso Internacional sobre Educação 
e Formação Ambientais, Moscou, 1987...........................31
9. Conferência Geral das Nações Unidas, 
Rio de Janeiro, 1992.........................................................32
a. Carta do Rio.................................................................32
b. Agenda 21....................................................................33
3.2 No cenário jurídico nacional............................................34
1. Decreto Legislativo nº 3 de 13/02/1948 que 
aprovou a Convenção para Proteção da Flora, da 
Fauna e das Belezas Naturais dos Países da América.......34
2. Novo Código Florestal (Lei Federal nº 4.771/65)................35
3. Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81).......35
4. Artigo 225, inciso VI, da Constituição Federal de 1988.......36
5. Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394/96)......37
6. Política Nacional de Educação 
Ambiental (Lei nº 9.795/99)............................................38
7. Diretrizes Curriculares Nacionais para a 
Educação Ambiental (Resolução CNE nº 12/2012)............38
8. Diretrizes Curriculares Nacionais para os 
cursos de Direito, 2013/2015, CNEJ/CFOAB.....................39
3.3 Educação Ambiental: diversidade de concepções.............41
1. Corrente naturalista.........................................................42
2. Corrente conservacionista/recursista...............................42
3. Corrente resolutiva...........................................................42
4. Corrente sistêmica...........................................................42
5. Corrente científica............................................................436. Corrente humanista.........................................................43
7. Corrente moral/ética........................................................43
8. Corrente holística.............................................................43
9. Corrente biorregionalista.................................................44
10. Corrente práxica.............................................................44
11. Corrente de crítica social.................................................44
12. Corrente feminista..........................................................44
13. Corrente etnográfica......................................................45
14. Corrente da ecoeducação...............................................45
15. Corrente da sustentabilidade..........................................45
16. Desenvolvimento Sustentável........................................46
PARTE II................................................................................49
COMENTÁRIOS À LEI Nº 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999.
CAPÍTULO I
DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Yamile Viana de Souza Queiroz
1. Conceitos básicos.............................................................51
2. Meio ambiente.................................................................52
3. Espécies de meio ambiente, segundo a 
Constituição Federal de 1988..........................................53
a) Novo Ambiente Artificial..............................................54
b) Meio Ambiente Cultural...............................................55
c) Meio Ambiente Natural................................................55
d) Meio Ambiente do Trabalho..........................................55
4. Conceitos diversos introdutórios......................................56
Timóteo Ágabo Pacheco de Almeida
1. Questões preliminares. Interpretação 
teleológica da norma.......................................................58
Art. 1º 
1. Processo – definição.........................................................60
2. Notas remissivas – Art. 2º; Art. 3º, 
caput; Art. 4º, V e VI.........................................................61
3. Indivíduo e coletividade....................................................61
4. Notas remissivas – Art. 13................................................62
5. Construir valores sociais, conhecimentos, 
habilidades, atitudes e competências...............................62
6. Notas remissivas – Art. 5, VI; Art. 3º, VI; Art. 8º, §3º, II......65
7. Notas remissivas – Art. 3º, I e III; Art. 5º, IV; 
Art. 13; Art. 4º, II, Art. 5º, V..............................................68
8. Filtro constitucional..........................................................69
9. Normatização relacionada................................................69
Art. 2º
1. Componente essencial – conceito.....................................73
2. Educação nacional – LDB..................................................73
3. Devendo estar presente, de forma articulada, 
em todos os níveis e modalidades do 
processo educativo – definições.......................................75
4. Notas remissivas – Art. 4º, VII; Art. 3º, I; 
Art. 8º, I e X, da Lei 9.795/99...........................................75
5. Caráter formal e não-formal............................................76
6. Filtro constitucional..........................................................76
7. Normatização relacionada................................................77
8. Jurisprudência aplicável – Art. 2º.....................................78
Art. 3º 
1. Notas remissivas – Decreto nº 4.281/02; 
Art. 13, § único, da lei 9.795/99...........................................82
2. Normatização relacionada................................................93
3. Jurisprudência aplicável – Art. 3º.....................................94
Lenice Maria de Aguiar Raposo da Câmara
Art. 4º
1. Princípios..........................................................................96
2. Educação Ambiental.........................................................96
3. Enfoque Humanista...........................................................97
4. Enfoque Holístico..............................................................98
5. Enfoque Democrático.....................................................100
6. Enfoque Participativo.....................................................102
7. Interdependência entre o meio ambiente 
natural, socioeconômico e cultural.................................104
8. Pluralismo de ideias e liberdade de ensino........................106
9. Processo educativo.........................................................116
10. Abordagem articulada..................................................117
11. Pluralidade cultural.......................................................120
Eduardo Terço Falcão
Art. 5º
1. Objetivos fundamentais da Educação Ambiental.............123
2. Definição de compreensão.............................................127
3. Democratização das informações ambientais..................130
4. Consciência crítica sobre a problemática 
ambiental e social...........................................................134
5. Incentivo à participação individual e coletiva....................136
6. Estímulo à cooperação entre as diversas 
regiões do país...............................................................138
7. Integração com a ciência e tecnologia............................139
8. Fortalecimento da cidadania, 
autodeterminação dos povos e solidariedade.................142
CAPÍTULO II
DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Seção I
Disposições Gerais
Juliana Mayara da Silva Sampaio
Art. 6º 
1. Política Nacional de Educação Ambiental........................147
2. Educação Ambiental como Política Pública....................149
Art. 7º
1. As pessoas de direito público e privado que devem 
atuar Política Nacional de Educação Ambiental...............153
2. Um caso de atuação na Política Nacional de 
Educação Ambiental: TCE-AM.........................................155
Art. 8º 
1. Atividades vinculadas à Política Nacional 
de Educação Ambiental..................................................158
2. Educação formal e não-formal........................................159
3. Treinamento de recursos humanos e vínculo 
com consciência pública................................................160
4. Reflexão, estudo, pesquisa e inovação 
em Educação Ambiental.................................................161
5. Produção, divulgação de material educativo 
e papel dos meios de comunicação.................................163
6. Acompanhamento e avaliação: papel 
do Órgão Gestor.............................................................164
7. Princípios e seu papel na Política Nacional 
de Educação Ambiental..................................................165
8. Educação Ambiental e preparo para o 
exercício da cidadania....................................................166
9. Capacitação de docentes.................................................166
10. Capacitação de todos os profissionais..........................167
11. Capacitação para gestão...............................................168
12. Especialização de profissionais na área 
de meio ambiente........................................................168
13. Políticas Públicas e aspectos culturais, 
sociais, econômicos etc...............................................169
Thaisa C. Batista Franco de Moura
Art. 8º
§ 3º
1. Educação Ambiental em todos os níveis de ensino..........170
2. Instrumentos e metodologias de 
abordagem interdisciplinar............................................171
3. Educação superior...........................................................176
4. Difusão de conhecimentos e informações 
para formação de uma consciência ambiental................177
5. Desenvolvimento de instrumentos 
e metodologias inclusivas..............................................180
6. Alternativas curriculares 
e metodológicas de capacitação....................................1827. Apoio a iniciativas e experiências 
locais e regionais............................................................185
8. Transparência e acesso democrático às 
informações de interesse ambiental...............................187
Seção II
Da Educação Ambiental no Ensino Formal
Celso Lins Falcone
Art. 9º
1. Da educação ambiental..................................................189
2. Do ensino formal.............................................................190
3. Educação Escolar.............................................................191
4. Currículos das Instituições de Ensino................................201
5. Instituições de Ensino Públicas e Privadas.........................203
6. Educação Básica.............................................................205
a) Educação Infantil........................................................206
b) Educação Fundamental..............................................206
c) Ensino Médio.............................................................207
7. Educação Superior..........................................................209
8. Educação Especial..........................................................216
9. Educação Profissional.....................................................217
10. Educação de Jovens e Adultos.......................................219
Marcelo Augusto Farias de Souza
Art. 10
1. Desenvolvimento como prática no ensino formal...........222
2. Vedação à implantação como disciplina 
específica no currículo escolar.......................................228
3. Possibilidade de criação de disciplina nos 
cursos de pós-graduação, extensão e metodologia........230
4. Cursos de formação e 
especialização técnico-profissional................................230
Celso Lins Falcone
Art. 11
1. Dimensão ambiental......................................................232
2. Currículo de formação de professores............................233
3. Formação complementar...............................................233
4. Cumprimento dos princípios e objetivos da PNEA..........235
Marcelo Augusto Farias de Souza
Art. 12
1. Autorização e supervisão do funcionamento 
de instituições de ensino e seus cursos...........................236
CAPÍTULO II
DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Seção III
Da Educação Ambiental Não-Formal
Carla Thomas
Art. 13
1. Da Educação Ambiental Não-Formal..............................240
2. Quadro sinóptico de educação formal e não-formal........244
3. Educação.........................................................................247
4. Educação Ambiental.......................................................247
5. O Poder Público..............................................................253
6. Em níveis federal, estadual e municipal...........................253
7. Incentivo........................................................................254
8. O papel dos meios de comunicação de massa...............254
9. Articulação de escola, universidades e ONG´s na 
formação e execução de programas e atividades............259
10. Participação de empresas públicas e privadas no 
desenvolvimento de programas...................................262
11. Sensibilização ambiental da sociedade........................265
12. Sensibilização ambiental das 
populações tradicionais...............................................269
13. Sensibilização ambiental dos agricultores....................270
14. Incentivo ao ecoturismo...............................................271
 
CAPÍTULO III
DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Gracireza Azedo de Farias
Art. 14
1. A Coordenação da PNEA por um órgão gestor...............275
a) Sistema Nacional do Meio Ambiente – Sisnama.........276
b) Estrutura do Sisnama..................................................276
c) Órgão Superior............................................................277
d) Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA.....277
e) Órgão Central.............................................................278
f) Órgãos Executores: IBAMA e ICMBio...........................279
g) Órgãos Seccionais......................................................280
Art. 15
1. Atribuições do órgão gestor............................................282
2. Programa Nacional de Educação Ambiental – ProNEA...283
3. Definição de diretrizes....................................................285
4. Articulação, coordenação e supervisão..........................287
5. Participação na negociação de financiamentos...............288
Art. 16
1. Competências dos Estados, DF e Municípios..................288
Art. 17
1. Eleição de planos e programas........................................292
2. Conformidade com os princípios, objetivos 
e diretrizes da PNEA.......................................................292
3. Princípios da prevenção e precaução.............................295
4. Prioridade: Sisnama e Sistema Nacional de Educação.....297
5. Economicidade dos recursos disponíveis.........................299
Art. 18. Revogado
Art. 19
1. Programas de assistência técnica e financeira................302
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 20
Art. 21
REFERÊNCIAS.......................................................................306
PARTE III.............................................................................331
1. DECLARAÇÃO DE ESTOCOLMO SOBRE 
O AMBIENTE HUMANO – 1972......................................333
2. CARTA DE BELGRADO, 1975...........................................344
3. DECLARAÇÃO DE TBILISI, 1977.......................................350
4. DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS 
PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL.....................................353
17
APRESENTAÇÃO
A presente obra surge no âmbito do Programa de Pós-Gra-
duação em Direito Ambiental da Universidade do Estado do 
Amazonas (PPGDA–UEA), no Curso de Mestrado em Direito 
Ambiental, em 2017, como fruto de pesquisas realizadas na dis-
ciplina Direito Educacional Ambiental e no Grupo de Pesquisa 
Direito Educacional Ambiental – DEA, cadastrado no CNPq,1 
em sintonia com a linha de pesquisa Conservação dos Recursos 
Naturais e Desenvolvimento Sustentável desse Programa, cujo 
resultado demonstra uma reflexão crítica desenvolvida que en-
frenta os problemas mais atuais da Educação Ambiental com 
base em ricas e bem sedimentadas construções conceituais, his-
tóricas e teóricas, contribuindo para o desenvolvimento cientí-
fico do Direito. 
As diretrizes do Documento de Área do Direito da Coorde-
nação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes 
serviram de norte para o desenvolvimento e publicação deste 
trabalho. 
Os comentários pormenorizados à Lei n.º 9.795, de 27 de 
abril de 1999, que dispõe sobre a Educação Ambiental e institui 
a Política Nacional de Educação Ambiental – Pnea, ao que consta, 
é obra inédita, este fato é particularmente surpreendente, pois 
são praticamente duas décadas da edição dessa lei. A ausência 
1 Endereço para acessar aos dados do Grupo de Pesquisa no CNPq: dgp.cnpq.br/dgp/
espelhorh/7746861653198261
18
de estudos mais aprofundados desse estatuto legal pela Ciência 
do Direito talvez explique os motivos pelos quais permanece ca-
rente a inserção da Educação Ambiental em todos os níveis de 
ensino como exige a Constituição Federal.
Apesar da grande importância da Lei 9.795/99, ela per-
manece praticamente desconhecida pela maioria dos cidadãos, 
comunidades e sociedades civis organizadas, bem como pelos 
operadores do Direito. 
Com efeito, esperamos que com a publicação desta obra, pos-
samos dar a nossa humilde colaboração para alterar esse cenário.
Agradecemos à editora Valer que realizou uma primorosa 
edição e ao conjunto de autores por abrirem mão dos seus di-
reitos de venda relativos à obra, de forma a permitir a sua mais 
ampla difusão em prol da Educação Ambiental brasileira, na me-
dida em que, a exemplo das anteriores obras Hermenêutica Cons-
titucional e Hermenêutica Constitucional: decisõesjudiciais, este 
livro estará disponível, com acesso universal e sem ônus, a todos 
que dele quiserem fazer uso no Portal do Curso de Mestrado em 
Direito Ambiental da UEA, na rede mundial de computadores 
e Internet.
O trabalho, que ora vem à lume, é dedicado ao PPGDA–
UEA e a todos aqueles que se dedicam ao estudo e à implemen-
tação da Educação Ambiental em nosso país. 
Eid Badr
PARTE I
21
1. INTRODUÇÃO
Eid Badr
Esta obra foi dividida em três partes, com o objetivo de que 
o leitor aproveite da melhor forma possível os estudos acerca da 
Educação Ambiental.
A primeira parte cuida dos aspectos históricos da formação 
da Educação Ambiental, nos âmbitos internacional e nacional, 
natureza jurídica dos instrumentos internacionais e sua influên-
cia sobre o ordenamento jurídico pátrio, conceitos e amplitudes. 
Todos esses aspectos são de fundamental importância para o es-
tudo e a adequada compreensão da Educação Ambiental, razão 
pela qual foram concentrados na parte inicial da obra, de forma a 
tornar desnecessária sua repetição sistemática nos comentários à 
Lei n.º 9.795/99, da qual se cuida a segunda parte deste trabalho. 
Na parte final foram selecionados alguns documentos in-
ternacionais e pátrios, fundamentais na formação da Educação 
Ambiental, alguns de difícil localização, objetivando permitir ao 
leitor uma análise imediata sobre a importância de cada um para a 
temática em estudo, a partir das citações e comentários realizados.
2. EDUCAÇÃO 
2.1 Natureza jurídica
A educação tem natureza jurídica de direito fundamental 
predominantemente associado a prestações positivas, sobretu-
do, do Estado, mas também da família e da sociedade, atrelado 
aos objetivos da República brasileira e intimamente ligado à 
busca do ideal de igualdade material, que caracteriza os direitos 
fundamentais de segunda geração, sendo, por isto, importante 
instrumento de concretização e fortalecimento do Estado De-
22
mocrático de Direito, que visa o desenvolvimento da nação, me-
diante a erradicação da pobreza e marginalização e redução das 
desigualdades sociais e regionais.2 
A educação, com efeito, deve utilizar o ensino para concre-
tizar os objetivos do Estado brasileiro delineados na Constitui-
ção Federal. Neste sentido, Sílvio Luís Ferreira da Rocha concei-
tua de forma precisa:
O ensino é a transmissão de conhecimentos, de informa-
ções ou esclarecimentos úteis ou indispensáveis à educa-
ção. Educação, por sua vez, é o nome que damos ao pro-
cesso que utiliza o ensino para, a partir da transmissão do 
conjunto de conhecimentos necessários, contribuir efetiva-
mente com o desenvolvimento pleno da pessoa, prepará-la 
para o exercício da cidadania e habilitá-la ao trabalho (Art. 
205 da CF).3
2.2 Educação ambiental
A educação voltada para o meio ambiente ou Educação 
Ambiental está prevista na Constituição Federal, em seu artigo 
225, inciso VI, a qual estabelece ser dever do Estado e de todos 
promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a preservação do meio ambiente. 
O conceito de Educação Ambiental é estabelecido pela Lei 
n.º 9.795, de 27 de abril de 1999:
Art. 1.º Entendem-se por Educação Ambiental os proces-
sos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade cons-
troem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes 
e competências voltadas para a conservação do meio am-
biente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia quali-
dade de vida e sua sustentabilidade.
2 BADR, Eid. Curso de Direito Educacional: o Ensino Superior. Curitiba: CRV, 
2011, p. 20. 
3 Op. cit., p. 
23
A sua importância no contexto educacional e formas de 
execução, também, foram estabelecidos pelo mesmo estatuto 
legal:
Art. 2.º A Educação Ambiental é um componente essencial 
e permanente da educação nacional, devendo estar presen-
te, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades 
do processo educativo, em caráter formal e não-formal.
A Educação Ambiental é ampla e sua amplitude decorre da 
própria essência do objeto que se propõe a explicar, dos indivíduos 
que pretende instruir e da finalidade almejada, o que por sua vez difi-
culta, demasiadamente, a apresentação de conceito estanque.
Adriana Regina Braga entende que “a Educação Ambiental 
deve ser considerada como um processo de interação, entre a so-
ciedade e o meio na qual vive, desenvolvido a partir da observa-
ção e da reflexão sobre ela”.4 
O conceito educação ambiental, encontrado no ordenamento 
jurídico pátrio, como se viu, é revelado pelos seus destinatários, seu 
aspecto funcional, importância no contexto educacional, suas for-
mas e objetivo, qual seja de preservação do meio ambiente.
3. A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
3.1 No cenário jurídico internacional
A Educação Ambiental foi objeto de abordagem em even-
tos técnicos e políticos, sendo de grande relevância para o seu 
desenvolvimento e aperfeiçoamento a Conferência Mundial 
sobre o Meio Ambiente Humano, promovida pela Organização 
das Nações Unidas, conhecida como Conferência de Estocolmo, 
4 BRAGA, Adriana Regina. Meio ambiente e educação: uma dupla de futuro. Campi-
nas: Mercado das Letras. 2010, p. 24.
24
realizada em 1972, por proposta do governo sueco no início da 
década de 1970.
A Conferência foi a primeira da história a reunir 113 Es-
tados, 250 organizações não governamentais, diversas unidades 
ou agências especializadas da própria ONU,5 para debater as 
questões atinentes ao meio ambiente. 
A Guerra Fria, que marcava aquele período, fez com que 
vários Estados socialistas boicotassem a referida Conferência, 
como a Albânia, Bulgária, Cuba, Hungria, Polônia, Checoslová-
quia e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, em razão da 
exclusão da República Democrática Alemã (Alemanha Orien-
tal), que não ocupava um lugar na ONU, à época.6 A China se 
fez presente, com numerosa delegação, contudo, absteve-se de 
aprovar a Declaração sobre o Meio Ambiente Humano, conhe-
cida como a Declaração de Estocolmo de 1972.7 
O Brasil se fez presente e aprovou a declaração final resul-
tante dessa Conferência.
A Declaração de Estocolmo de 1972,8 contém um preâmbu-
lo com sete pontos, vinte e seis princípios, sendo que o último 
contém uma declaração contra as armas nucleares. É considera-
da um marco histórico para a Educação Ambiental, uma vez que 
esta foi reconhecida como instrumento essencial na solução da 
crise ambiental internacional.9
A Conferência de Estocolmo de 1972 também produziu um 
Plano de Ação para o Meio Ambiente Humano integrado por 
5 Stockholm 1972 Participants United Nations Environment Programme. Disponí-
vel em: <http://staging.unep.org/Documents.Multilingual/default.asp?DocumentI-
D=97&ArticleID=1519&l=en>. Acesso em 8 de jun., 2017.
6 United Nations Conference on the Human Environment. Disponível em: <https://
www.britannica.com/topic/United-Nations-Conference-on-the-Human-Environ-
ment>. Acesso em 8 de jun., 2017.
7 CRETELLA NETO, José. Curso de Direito Internacional do Meio Ambiente. São Paulo: 
Saraiva, 2012, p. 131 e 132.
8 Veja-se a Declaração de Estocolmo de 1972 na Parte III desta obra.
9 PEDRINI, Alexandre de Gusmão. Trajetórias da Educação Ambiental. In: PEDRINI, 
25
109 recomendações, documento de fundamental importância 
para o desenvolvimento do Direito Ambiental e a Educação 
Ambiental. As recomendações foram reunidas em três grupos: 
a) o programa global de avaliação ambiental; b) atividades de 
gestão ambiental; c) medidas internacionais para apoiar as ações 
de avaliação e de gestão.10
A Recomendação n.º 96 trata expressamente sobre a Edu-
cação Ambiental ao propor para a ONU o estabelecimento de 
um programa internacional de Educação Ambiental, interdisci-
plinar, formal e não-formal, em todos os níveis de ensino e dire-
cionado para o público em geral, em particular os cidadãos co-
muns, jovens e adultos, das zonas rurais e urbanas, objetivando a 
educá-los sobre medidas simples que podem tomar para geren-
ciar e controlar omeio ambiente.11
A Educação Ambiental, portanto, foi apresentada como 
instrumento de efetivação do Direito Ambiental, necessidade e 
direito do homem ao desenvolvimento ecologicamente equili-
brado, instrumento indispensável à vida humana com dignidade 
às presentes e às futuras gerações, pois somente por intermédio 
da educação o homem será conscientizado quanto ao meio am-
biente e às questões ambientais.12 
A Declaração de Estocolmo de 1972 expressa a convicção de 
que tanto as gerações presentes como as futuras, tenham reconhe-
cidas como direito fundamental, a vida num ambiente sadio e não 
degradado e estabelece no seu Princípio 19:
Alexandre de Gusmão (org.). Educação Ambiental: reflexões e praticas contemporâ-
neas. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 21-87.
10 Report of the United Nations Conference on the Human Environment – A/
CONF.48/14/Rev.1. Disponível em: < http://www.un-documents.net/aconf48-14r1.
pdf>. Acesso em 8 de jun. de 2017.
11 Report of the United Nations Conference on the Human Environment - A/
CONF.48/14/Rev.1. Disponível em: < http://www.un-documents.net/aconf48-14r1.
pdf>. Acesso em 8 de jun. de 2017.
12 PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 15 ed. 
São Paulo: Saraiva, 2015. Ver na Etapa III deste livro.
26
Princípio 19. É indispensável um esforço para educação 
em questões ambientais, dirigida tanto às gerações jovens 
como aos adultos e que preste a devida atenção ao setor da 
população menos privilegiado, para fundamentar as bases 
de uma opinião pública bem informada, e de uma condu-
ta dos indivíduos, das empresas e das coletividades inspi-
rada no sentido de sua responsabilização sobre a proteção 
e melhoramento do meio ambiente em toda sua dimensão 
humana. É igualmente essencial que os meios de comuni-
cação de massas evitem contribuir para a deterioração do 
meio ambiente humano e, ao contrário, difundam informa-
ção de caráter educativo sobre a necessidade de protegê-lo 
e melhorá-lo, a fim de que o homem possa desenvolver-se 
em todos os aspectos.
Como se observa, considerou-se fundamental a realização 
de um trabalho de Educação Ambiental aos jovens e adultos, fir-
mando, ainda, bases para um novo paradigma sobre as relações 
entre o ambiente e o desenvolvimento socioeconômico, no sen-
tido de que aquele fosse levado em consideração.
A partir dessa Conferência, ainda em 1972, foi criado o 
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), 
sediado em Nairóbi, no Quênia, o qual passou a dividir com a 
Unesco as preocupações pertinentes ao meio ambiente, no âm-
bito das Nações Unidas, tendo como objetivos: manter o estado 
do meio ambiente global sob contínuo monitoramento; alertar 
povos e nações sobre problemas e ameaças ao meio ambiente e 
recomendar medidas para melhorar a qualidade de vida da po-
pulação sem comprometer os recursos e serviços ambientais das 
gerações futuras.13
13 ONU Meio Ambiente: Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Disponí-
vel em: <https://nacoesunidas.org/agencia/onumeioambiente/>. Acesso em 30 de 
maio, 2017.
27
Atendendo a Recomendação n.º 96 da Conferência de Esto-
colmo de 1972, a ONU, em 1975, inicia a estruturação do Progra-
ma Internacional de Educação Ambiental – Piea. 
A Unesco e Pnuma iniciam juntos o Piea,14 cujo papel prin-
cipal era promover o intercâmbio de informações, investigação, 
formação e elaboração de material educativo, visando a elabo-
ração de estratégias globais para a proteção do meio ambiente e 
dos recursos naturais, com base nos seguintes princípios orien-
tadores: a Educação Ambiental deve ser continuada, multidisci-
plinar, integrada às diferenças regionais e voltada para os interes-
ses nacionais.
No âmbito do Piea, a Unesco e Pnuma promoveram juntos 
dois importantes eventos que se tornaram os grandes marcos 
da Educação Ambiental: o Seminário Internacional de Educação 
Ambiental, realizado em Belgrado, na ex-Iugoslávia, em outubro 
de 1975; e a Conferência Intergovernamental sobre Educação Am-
biental, realizada em Tbilisi, Georgia, integrante da antiga União 
das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS, em outubro de 
1977.15
Em 1975, o Seminário Internacional de Educação Ambiental, 
em Belgrado, contou com a participação de 65 Estados. A Carta 
de Belgrado16 é um dos documentos mais lúcidos e importantes 
gerados naquela década, pois refere-se à satisfação das necessi-
dades e desejos de todos os cidadãos da Terra e propõe temas 
que tratam da erradicação das causas básicas da pobreza como 
a fome, o analfabetismo, a poluição, a exploração e dominação, 
devam ser tratados em conjunto. 
14 Ministério do Meio Ambiente: antecedentes. Disponível em: <http://www.mma.
gov.br/port/sdi/ea/deds/htms/antecedentes.htm>. Acesso em 30 de maio, 2017.
15 Ministério do Meio Ambiente: antecedentes. Disponível em:<http://www.mma.gov.
br/port/sdi/ea/deds/htms/antecedentes.htm>. Acesso em 30 de maio de 2017.
16 Veja-se a Carta de Belgrado, 1975, na Parte III desta obra.
28
A Carta de Belgrado, de início, faz uma análise das conse-
quências do crescimento econômico e progresso tecnológico às 
custas de consequências sociais e ambientais, com repercussão 
global. Reclama por um novo conceito de desenvolvimento as-
sociado aos interesses da humanidade na sua totalidade, consi-
derada a sua pluralidade, em harmonia com o meio ambiente, 
calcado na ideia de solidariedade entre nações e indivíduos no 
sentido de que nenhuma nação cresça ou se desenvolva às custas 
de outra e que o consumo feito por um indivíduo não ocorra em 
detrimento dos demais.
A Carta propõe uma nova ética global, com distribuição 
equitativa dos recursos naturais associada à redução dos danos 
ao meio ambiente, por meio de utilização de rejeitos no proces-
so produtivos e incremento de novas tecnologias. Reconhecen-
do a necessidade de recursos para esses fins, indica a redução dos 
orçamentos militares. Convém lembrar que a Carta de Belgrado 
veio à lume em plena Guerra Fria, período em que a escalada ar-
mamentista, notadamente, a nuclear, gerava grandes preocupa-
ções. Tanto assim, que propôs como meta final “o desarmamen-
to”, similar à declaração contida no princípio 26 da Declaração de 
Estocolmo de 1972. 
Reconhece como fundamental a reforma dos processos 
e sistemas educacionais para alcançar suas metas, de forma a 
oferecer aos jovens um “novo tipo de educação”. Nesse sentido, 
reitera a posição da Conferência sobre o Meio Ambiente Humano 
de Estocolmo (1972) que propôs o desenvolvimento da Educação 
Ambiental como um dos elementos fundamentais para a investida 
geral contra a crise ambiental do mundo. E propõe os fundamentos 
para um programa mundial de Educação Ambiental, cuja meta é 
o desenvolvimento de uma consciência de todos os indivíduos, 
em escala global, de preocupação com o meio ambiente e seus 
problemas por meio de conhecimento, habilidade, atitude, moti-
vação e compromisso para trabalhar individual e coletivamente na 
29
busca de soluções para os problemas existentes e para a prevenção 
de novos.
A Carta de Belgrado, a exemplo da Recomendação n.º 96 
da Conferência de Estocolmo de 1972, indica expressamente que 
a Educação Ambiental deve ter como categorias a educação 
formal e não-formal, e, ainda, de forma mais pormenorizada, 
ao dispor que a educação formal deve ser destinada aos alunos 
de pré-escola, primeiro e segundo graus e universitários, bem como 
professores e profissionais de treinamento em meio ambiente e não-
-formal voltada para jovens e adultos, individual e coletivamente, 
de todos os segmentos da população, tais como famílias, trabalha-
dores, administradores e todos aqueles que dispõem de poder nas 
áreas ambientais ou não. E, ainda, indica as diretrizes aos progra-
mas da Educação Ambiental:
1. A Educação Ambiental deve considerar o ambiente em sua to-
talidade – natural e construído pelo homem, ecológico, político, 
econômico, tecnológico, social, legislativo, cultural e estético.
2. A Educação Ambiental deve serum processo contínuo, per-
manente, tanto dentro quanto fora da escola.
3. A Educação Ambiental deve conter uma abordagem interdis-
ciplinar. 
4. A Educação Ambiental deve enfatizar a participação ativa na 
prevenção e solução dos problemas ambientais. 
5. A Educação Ambiental deve examinar as principais questões 
ambientais do ponto de vista mundial, considerando, ao mesmo 
tempo, as diferenças regionais. 
6. A Educação Ambiental deve focalizar condições ambientais 
atuais e futuras. 
7. A Educação Ambiental deve examinar todo o desenvolvimen-
to e crescimento do ponto de vista ambiental. 
8. A Educação Ambiental deve promover o valor e a necessidade 
da cooperação em nível local, nacional e internacional, na solu-
ção dos problemas ambientais.
As diretrizes, ou princípios, da Educação Ambiental pro-
postas pela Carta de Belgrado, como é fácil observar, certamente 
30
serviram de inspiração ao constituinte brasileiro na elaboração 
do artigo 225, VI, da Constituição Federal de 1988. Além disso, 
vários desses princípios foram assimilados pela Lei n.º 9.795/99, 
que instituiu a Política Nacional da Educação Ambiental.
A primeira Conferencia Intergovernamental sobre Educação 
Ambiental, como dito, realizada na cidade de Tbilisi, produziu a 
Declaração de Tbilisi, contendo quarenta e uma recomendações 
que, além das recomendações quanto à cooperação internacio-
nal sobre a Educação Ambiental, tratou de suas finalidades e ca-
racterísticas, considerando-a como:
(...) integrante do processo educativo, devendo ter um cará-
ter interdisciplinar e uma abordagem complexa da questão 
ambiental, por intermédio da contextualização das práticas 
educativas nas múltiplas dimensões da sustentabilidade, 
quer seja, social, cultural, econômica, política, ética, ideoló-
gica; para não se restringir à dimensão ecológica.17 
As disposições da Declaração de Tbilisi18 servem de modelo 
em matéria de Educação Ambiental para todos os Estados, inclu-
sive, é possível verificar que muitas destas foram incorporadas 
pela Politica Nacional do Meio Ambiente, instituída pela Lei n.o 
9.795/99. 
A Conferência de Tbilisi de 1975, como de sorte os próprios 
organizadores do evento sempre reconheceram, foi um prolon-
gamento da Conferência de Estocolmo de 1972. O Brasil não este-
ve presente, pelo menos em caráter oficial, sob a justificativa da 
Divisão de Comunicação e Educação Ambiental da Secretaria 
Especial do Meio Ambiente do governo federal, de que o nosso 
17 Ministério do Meio Ambiente: antecedentes. Disponível em: <http://www.mma.
gov.br/port/sdi/ea/deds/htms/antecedentes.htm>. Acesso em 30 de maio, 2017.
18 Veja-se a Declaração de Tbilisi, 1977, na Parte III desta obra.
31
país não mantinha relações diplomáticas com o bloco soviético, 
o que impediu a participação.19
Em 1979, a Unesco e o Pnuma promovem o Seminário de 
Educação Ambiental para América Latina, em San José, na Costa 
Rica, tendo como objetivo principal discutir a Educação Am-
biental para a América Latina, tendo por base as recomendações 
estabelecidas na Conferência Intergovernamental de Educação 
Ambiental em Tbilisi.
Em 1983, foi criada a Comissão Mundial de Meio Ambiente e 
Desenvolvimento – CMMAD, com o objetivo principal de anali-
sar a equação formada pela questão ambiental e desenvolvimen-
to, para propor um plano de ações.
Essa Comissão, chamada de Comissão Brundtland, circu-
lou o mundo e encerrou seus trabalhos em 1987, com um 
relatório chamado “Nosso Futuro Comum”. E é nesse rela-
tório que se encontra a definição de desenvolvimento sus-
tentável mais aceita e difundida em todo o Planeta: “Desen-
volvimento sustentável é aquele que atende às necessidades 
do presente sem comprometer a possibilidade das gerações 
futuras satisfazerem suas próprias necessidades”.
Segundo a Comissão, o desafio era trazer as considerações 
ambientais para o centro das tomadas de decisões econô-
micas e para o centro do planejamento futuro nos diversos 
níveis: local, regional e global (Oficina de Educação Ambien-
tal para Gestão, p. 5).
Em 1987, a Unesco e a Pnuma realizaram em Moscou o 
Congresso Internacional sobre Educação e Formação Ambientais, 
evento no qual foram analisadas as conquistas e as dificuldades 
da Educação Ambiental e discutida uma estratégia internacional 
de ação a promoção da educação e formação ambientais para a 
19 Conforme a obra A implantação da Educação Ambiental no Brasil. Brasília, 1998. 
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001647.
pdf>. Acesso em 8 de jun., 2017.
32
década de 1990, reiterou-se os conceitos em relação à Educação 
Ambiental debatidos na Conferência de Tbilisi.
Nessa Conferência foi elaborado um documento, dividido 
em duas partes: na primeira havia proposições sobre a indispen-
sabilidade e elementos que deveriam ser levados em considera-
ção para o crescimento da Educação Ambiental e, na segunda 
parte, a elaboração de um plano de ação internacional sobre o 
tema para a década de 1990.
A Organização das Nações Unidas declara o ano de 1990 
o Ano da Educação Ambiental. A partir de então, tem início uma 
série de atos preparatórios para a Rio–92.
Em 1992, foi realizada a Conferência Geral das Nações Uni-
das realizada no Brasil, na Cidade do Rio de Janeiro, conhecida 
como Rio–92, com a participação de delegações de 178 Esta-
dos. Nela, é destacada novamente a necessidade de concessão 
de acesso adequado ao conhecimento sobre o meio ambiente 
como pressuposto indissociável à sustentabilidade do processo 
de evolução na implantação de uma política global e efetiva na 
solução das questões ambientais.
A Carta do Rio sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente, 
dispõe em seu artigo 10 que:
Art. 10. O melhor modo de tratar as questões ambientais 
da participação de todos os cidadãos interessados no nível 
correspondente. No plano nacional, qualquer pessoa deve-
rá ter acesso adequado à informação sobre o meio ambiente 
de que disponham as autoridades públicas, inclusive a in-
formação sobre os materiais e as atividades que ocasionem 
perigo as suas comunidades, assim como a oportunidade 
de participar nos processos de adoção de decisões. Os Es-
tados deverão facilitar e incentivar a sensibilização e a par-
ticipação da população, colocando a informação à disposi-
ção de todos. Deverá ser proporcionado acesso efetivo aos 
procedimentos judiciais e administrativos, entre os quais o 
ressarcimento de danos e os recursos pertinentes.
33
Na Rio–92, a cúpula das Nações Unidas estabelece um con-
junto de ações a serem promovidas pelos 179 Estados partici-
pantes. Em relação à Educação Ambiental, dela resultaram três 
documentos: a) Tratado de Educação Ambiental, que reconheceu 
os direitos humanos de terceira geração, o direito à vida e a ética 
biocêntrica e ressaltou, dentre outros aspectos, a importância da 
colaboração da sociedade civil para a construção de um mode-
lo de desenvolvimento mais sustentável; b) Carta Brasileira de 
Educação Ambiental, que trouxe instruções para a capacitação 
de recursos humanos; c) Agenda 21, assim como no caso dos 
dois demais documentos, é assumido o compromisso expresso 
de se alcançar o desenvolvimento sustentável no século XXI, daí 
o nome, Agenda 21. 
A Agenda 21 representa o acordo internacional das ações 
que objetivam melhorar a qualidade de vida no planeta, cuja 
tarefa não depende somente de órgãos governamentais ou da 
“sociedade de mercado”, mas também de cooperações e dos tra-
balhos de cada cidadão. Assim, os temas ambientais não devem 
ser considerados um objeto de cada área, isolado de outros fato-
res, mas trazidos à tona como uma dimensão que sustenta todas 
as atividades em seus aspectos sociais, culturais, econômicos, 
físicos e biológicos.20
Com mais de 600 páginas, dividias em 40 capítulos, a Agen-
da 21 é um roteiro e um desafio para garantir a qualidade de vida 
na Terra para o Século XXI. O capítulo 36 é dedicado à “Promo-
ção do Ensino, da Conscientização e do Treinamento”. Um dos 
compromissos da Agendaé que cada país e cada região envolve-
riam suas sociedades visando estabelecer suas próprias “Agendas 
21”. No Brasil, em 1997, uma pesquisa demonstrou que somente 
20 SATO, M. Educação Ambiental. São Carlos: Rima, 2002.
34
4% dos brasileiros já tinham ouvido falar deste documento, a in-
dicar um baixo envolvimento da população.21
Assim, o século XX é o período em que inicia e intensifi-
ca-se o reconhecimento internacional da Educação Ambiental 
para a efetivação do direito ambiental das presentes e futuras 
gerações à vida digna em um meio ambiente sadio, como sendo 
fator importante no processo de evolução da relação homem/
natureza, o que somente se alcançará por intermédio da educa-
ção no que se refere às questões ambientais e à necessidade de 
mudança da forma de desenvolvimento econômico atual.22
Para tanto, reconheceu-se a necessidade de dispor a Educa-
ção Ambiental, formal, em todos os níveis de ensino, e não-for-
mal, de forma contínua, com a finalidade de trazer subsídios à 
discussão e elucidação das questões ambientais deste século, sen-
do a Educação Ambiental princípio fundamental à efetivação do 
direito ao meio ambiente sadio às presentes e futuras gerações.
3.2 No cenário jurídico nacional 
No Brasil, a Educação Ambiental, restrita à sua dimensão 
ecológica, é tratada no Decreto Legislativo n.º 3, promulgado 
pelo Congresso Nacional em 13 de fevereiro de 1948, por meio 
do qual foi aprovada a Convenção para Proteção da Flora, da Fauna 
e das Belezas Naturais dos Países da América, assinada pelo Esta-
do brasileiro, em 27 de dezembro de 1940, em Washington, nos 
Estados Unidos da América, por meio da qual os Estados partici-
pantes se comprometeram a criar parques nacionais para a prote-
ção da fauna e flora, pesquisas científicas e educação do público.23
21 Conforme a obra A implantação da Educação Ambiental no Brasil. Brasília, 1998. Dis-
ponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001647.pdf>. 
Acesso em 8 de jun., 2017.
22 PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 15 ed. 
São Paulo: Saraiva, 2015.
23 Decreto Legislativo nº 3, de 13 de fevereiro de 1948:
35
Outro instrumento normativo que tratou da Educação 
Ambiental, com a denominação de Educação Florestal, foi o 
Novo Código Florestal, instituído pela Lei Federal n.o 4. 771, de 
15 de setembro de 1965, demonstrando a inquietação da educa-
ção para a preservação do meio ambiente, ainda que numa visão 
restrita ao aspecto natural, ao estabelecer a semana florestal a ser 
comemorada nas escolas e outros departamentos públicos, obri-
gatoriamente, como forma de conscientização da importância e 
necessidade da preservação das florestas.
Art. 43. Fica instituída a Semana Florestal, em datas fixadas 
para as diversas regiões do País, do Decreto Federal. Será 
a mesma comemorada, obrigatoriamente, nas escolas e 
estabelecimentos públicos ou subvencionados, através de 
programas objetivos em que se ressalte o valor das florestas, 
face aos seus produtos e utilidades, bem como sobre a for-
ma correta de conduzí-las e perpetuá-las.
Parágrafo Único. Para a Semana Florestal serão programa-
das reuniões, conferências, jornadas de reflorestamento e 
outras solenidades e festividades com o objetivo de identi-
ficar as florestas como recurso natural renovável, de elevado 
valor social e econômico.
A Lei n.o 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre 
a Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA, instituiu for-
malmente a Educação Ambiental no Brasil, ao estabelecer como 
(...)
Artigo III
1. Os Governos Contratantes acordam em que os limites dos parques nacionais não 
serão alterados nem alienada parte alguma deles a não ser pela ação de autoridade 
legislativa competente, e que as riquezas neles existentes não serão exploradas para 
fins comerciais.
2. Os Governos Contratantes resolvem proibir a caça, a matança e a captura de es-
pécimes da fauna e a destruição e coleção de exemplares da flora nos parques na-
cionais, a não ser pelas autoridades do parque, ou por ordem ou sob vigilância das 
mesmas, ou para investigações científicas devidamente autorizadas.
3. Os Governos Contratantes concordam ainda mais em prover os parques nacionais 
das facilidades necessárias para o divertimento e a educação do público, de acordo 
com os fins visados por esta Convenção” 
36
um de seus princípios a promoção da Educação Ambiental em 
caráter formal, em todos os níveis de ensino, bem como no não 
formal, na educação comunitária, com o objetivo de capacitação 
para a promoção da defesa do meio ambiente, portanto, inedita-
mente reconheceu a Educação Ambiental como direito, confor-
me tratada em instrumentos internacionais:
Art 2.º – A Política Nacional do Meio Ambiente tem por 
objetivo a preservação, melhoria e recuperação da quali-
dade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, 
condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos inte-
resses da segurança nacional e à proteção da dignidade da 
vida humana, atendidos os seguintes princípios:
[...]
X – Educação Ambiental a todos os níveis de ensino, in-
clusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la 
para participação ativa na defesa do meio ambiente.
No âmbito constitucional pátrio, a Educação Ambiental é 
prevista expressamente pela primeira vez na Constituição Fe-
deral de 1988, no inciso VI do artigo 225, no Capítulo VI do 
Meio Ambiente, que consagra a definição de Educação Am-
biental dada pela Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, 
estabelecendo o direito à Educação Ambiental como direito de 
todos, conferindo ao Estado e à sociedade o dever de promover 
a Educação Ambiental em todos os níveis e conscientizar todos 
para a preservação do meio ambiente:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologica-
mente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial 
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e 
à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações.
(...)
VI – promover a Educação Ambiental em todos os níveis 
de ensino e a conscientização pública para a preservação do 
meio ambiente.
37
A Educação Ambiental, ainda que localizada topografica-
mente na Constituição Federal, somente no Capítulo VI, re-
ferente ao Meio Ambiente sem qualquer previsão expressa no 
Capítulo III da Educação, não afasta a sua dimensão pedagógica, 
por exigir o texto constitucional leitura sistemática para a ade-
quada interpretação de suas normas, sendo imprópria a sua per-
cepção restritiva, neste aspecto. Além disso, também é possível 
concluir que a Educação Ambiental tenha natureza jurídica de 
direito fundamental individual, por ser indispensável à dignida-
de humana e ao exercício da cidadania.
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, insti-
tuída pela Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, apesar de 
ser posterior à Constituição Federal e a Rio–92, originalmente 
não tratou da Educação Ambiental. A única referência ao meio 
ambiente consta em seu artigo 32, inciso II, quando dispõe so-
bre os princípios do Ensino Fundamental, referindo à “compreen-
são do meio ambiente natural e social”. 
A omissão da LDB em relação à Educação Ambiental 
foi parcial e temporariamente suprida com a edição da Lei n.º 
12.608, de 10 de abril de 2012, que alterou a sua redação para 
incluir ao artigo 26 o parágrafo 7.º para dispor que os currículos 
do Ensino Fundamental e Médio devem incluir os princípios da pro-
teção e defesa civil e a Educação Ambiental de forma integrada aos 
conteúdos obrigatórios. Esta disposição, em seguida, foi revogada 
pela edição da Lei n.º 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, que 
genericamente trata de temas transversais, excluindo a referência 
expressa à Educação Ambiental. 
Com efeito, a LDB que, por curto período (menos de 5 
anos), contou com a previsão expressa à Educação Ambiental 
somente em relação ao Ensino Fundamental e Médio, o que já 
representava o desatendimento ao comando constitucional por 
não agarantir em todos os níveis de ensino (Art. 225, VI), pois 
nunca fez menção ao Ensino Superior, hodiernamente, volta à 
38
condição de ser totalmente omissa em relação à Educação Am-
biental, salvo à genérica previsão voltada exclusivamente ao En-
sino Fundamental (Art. 32, II), em evidente retrocesso.
No dia 27 de abril de 1999, com a edição da Lei n.º 9.795, 
a ser estudada pormenorizadamente no segundo capítulo desta 
obra, o legislador pátrio deu fim ao vácuo normativo infraconsti-
tucional, na medida em que dispôs sobre a Educação Ambiental 
e instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental – Pnea. 
Em que pese o avanço legislativo, passados quase vinte 
anos de edição da Lei 9.795/99, temos que ainda permanece 
carente a inserção da Educação Ambiental em todos os níveis 
de ensino e o estudo dessa lei pela Ciência do Direito. Tal situa-
ção talvez explique o fato de que esse importante estatuto legal, 
ainda nos dias de hoje, permaneça praticamente desconhecido 
pela maioria dos indivíduos, comunidades e sociedades civis 
organizadas, bem como pelos operadores do Direito. É o cená-
rio atual indesejável que a presente obra objetiva humildemen-
te contribuir para alterar.
No âmbito jurídico interno, também, merece menção as 
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, es-
tabelecidas por meio da Resolução n.º 2 de 15 de junho de 2012, 
do Conselho Nacional da Educação.24
As diretrizes basicamente repetem os conceitos, princípios 
e objetivos estabelecidos na Lei n.º 9.795/99 e indica de que for-
ma ela deve ser inserida academicamente:
Art. 16. A inserção dos conhecimentos concernentes à 
Educação Ambiental nos currículos da Educação Básica e 
da Educação Superior pode ocorrer: 
I – pela transversalidade, mediante temas relacionados com 
o meio ambiente e a sustentabilidade socioambiental; 
II – como conteúdo dos componentes já constantes do 
currículo; 
24 Ver na Etapa III deste livro.
39
III – pela combinação de transversalidade e de tratamento 
nos componentes curriculares. Parágrafo único. Outras for-
mas de inserção podem ser admitidas na organização curri-
cular da Educação Superior e na Educação Profissional Téc-
nica de Nível Médio, considerando a natureza dos cursos. 
Além disso, as referidas Diretrizes estabelecem taxativa-
mente, em seu Art. 18, que os Conselhos de Educação dos Es-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios devem estabelecer 
normas complementares para tornar efetiva a Educação Am-
biental nos seus respectivos sistemas de ensino.
Outra diretriz importante é a que consta no Art. 21, ao dis-
por sobre a Educação Ambiental no sentido de que as Diretrizes 
Curriculares Nacionais e as normas para cursos e programas da 
Educação Superior devem, na sua necessária atualização, prescre-
ver o adequado para essa formação. 
É de se esperar que tal comando se torne efetivo nas Dire-
trizes Curriculares de todos os cursos de nível superior, o que até 
a presente data ainda não ocorreu. 
Nesse sentido, basta levarmos em conta as dificuldades en-
frentadas no debate das novas diretrizes curriculares do curso 
de Direito, travado pelo Conselho Federal da OAB e o MEC, 
no período de 2013 a 2015, tendo como base um termo de coo-
peração técnica que objetivava a elaboração de um novo marco 
regulatório para os cursos jurídicos brasileiros, no qual a OAB, 
por meio da sua Comissão Nacional de Educação Jurídica – 
CNEJ, propôs o Direito Ambiental como novo conteúdo essen-
cial para esses cursos.25
25 OAB. Notícias OAB. Disponível em <http://www.oab.org.br/noticia/26947/oab-
-debate-com-mec-texto-final-do-marco-regulatorio-do-ensino-juridico>..Acesso 
em 23.4.2016. Veja-se, também, OAB. OAB debate com MEC, texto final do Marco 
Regulatório do Ensino Jurídico. Disponível em<https://oab.jusbrasil.com.br/noti-
cias/117562470/oab-debate-com-mec-texto-final-do-marco-regulatorio-do-ensi-
no-juridico?ref=topic_feed>. Acesso em 2.5.2016.
40
Obviamente, a Educação Ambiental obrigatória por força 
da Constituição Federal e a Lei 9.795/99 não pode nos cursos de 
graduação em Direito prescindir do conteúdo Direito Ambiental.
A partir da assinatura do aludido termo de cooperação, 
constitui-se no âmbito do MEC uma Câmara Consultiva Temá-
tica – CCT, inclusive com a participação de representantes de 
outras instituições, com a finalidade de dar cumprimento aos 
objetivos nele estabelecidos. Em seguida, a OAB realizou por 
conta própria, no período compreendido entre 28 de junho e 23 
de setembro de 2013, 32 audiências públicas, sendo uma pelo 
menos em cada unidade da Federação, coordenadas pela CNEJ 
com apoio das Seccionais da Ordem, para democratizar o deba-
te sobre o marco regulatório. Abertas ao público em geral, essas 
audiências contaram com mais de 4 mil participantes.
A proposta da CNEJ, formulada a partir da sua experiência 
em avaliação dos cursos de direito e das contribuições das au-
diências públicas, de inclusão do Direito Ambiental nas diretrizes 
curriculares dos cursos de Graduação em Direito foi, incialmen-
te, rejeitada pelo MEC e outras instituições, durante as delibera-
ções da mencionada Câmara Consultiva Temática, mas a sua ine-
gável importância fez com que o MEC incluísse na sua proposta 
de atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais para os cur-
sos de Direito o conteúdo Direito Ambiental, encontrando-se a 
mesma em debate no Conselho Nacional de Educação.
Por força do estabelecido pela Constituição Federal, Lei 
9.795/99 e pelo próprio CNE/MEC nas Diretrizes Curriculares 
Nacionais para a Educação Ambiental, espera-se a inserção não 
só do conteúdo de Direito Ambiental, mas também de conheci-
mentos de Educação Ambiental nas novas diretrizes curriculares 
para os cursos de Graduação em Direito.
Como visto, a luta pela implementação efetiva da Educação 
Ambiental em todos os níveis de ensino, nos seus aspectos for-
mal e não-formal, é absolutamente atual.
41
3.3 Educação Ambiental: diversidade de concepções
A Educação Ambiental, como visto, tem sua importância 
reconhecida em diversos documentos internacionais e nacionais. 
Igualmente, é possível nestes identificar os seus objetivos, a exem-
plo da primordial Recomendação 96 da Conferência sobre o Meio 
Ambiente Humano de Estocolmo (1972), que propôs o desenvolvi-
mento da Educação Ambiental como um dos elementos fundamentais 
para a investida geral contra a crise ambiental do mundo, por meio de 
um programa mundial de Educação Ambiental, cuja meta é o desen-
volvimento de uma consciência de todos os indivíduos, em escala 
global, de preocupação com o meio ambiente e seus problemas por 
meio de conhecimento, habilidade, atitude, motivação e compromisso 
para trabalhar individual e coletivamente na busca de soluções para os 
problemas existentes e para a prevenção de novos.
Não obstante isso, quando se trata da forma de implemen-
tação da Educação Ambiental, encontramos uma grande diver-
sidade de concepções doutrinárias.
Lucie Sauvé, com base em textos europeus e norte-ameri-
canos, indica 15 correntes diversas sobre a concepção dominan-
te do meio ambiente, intenção central da Educação Ambiental, 
enfoques privilegiados e estratégias ou modelos que represen-
tam cada corrente. Sendo que entre as mais antigas estariam as 
correntes naturalista, conservacionista/recursista, resolutiva, 
sistêmica, científica, humanista, moral/ética. E as mais recentes 
as correstes holísticas, biorregionalista, práxica, crítica, feminis-
ta, etnográfica, da ecoeducação e da sustentabilidade.26
A seguir, com base no trabalho de Lucie Sauvé, faz-se uma 
síntese das diversas correntes citadas.27
26 SAUVÉ, Lucie. Uma cartografia das correntes em Educação Ambiental. Disponível 
em: < http://web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/sauve-
-l.pdf>. Acesso em 8 de jun., 2017.
27 SAUVÉ, Lucie, op. cit.
42
A corrente naturalista é muito antiga e tem como base a 
relação com a natureza, no aprender com a natureza, a partir 
da experiência de viver na natureza e aprendercom ela, afetivo, 
espiritual ou artístico, associando a criatividade à natureza. No 
curso do último século, a corrente naturalista pode ser associada 
mais especificamente ao movimento de ‘educação para o meio na-
tural’ (...) reconhece o valor intrínseco da natureza, acima e além 
dos recursos que ela proporciona e do saber que se possa obter dela.
A corrente conservacionista/recursista tem como objeto a 
conservação dos recursos, tanto quanto à sua qualidade e quan-
tidade: a água, o solo, a energia, as plantas (principalmente as plan-
tas comestíveis e medicinais) e os animais (pelos recursos que podem 
ser obtidos deles), o patrimônio genético, o patrimônio construído 
etc. Os programas de Educação Ambiental têm como base os 
três “r”: redução, reutilização e reciclagem, ou aqueles centrados 
em preocupações de gestão ambiental (gestão da água, gestão 
do lixo, gestão da energia, por exemplo). 
A corrente resolutiva surgiu no início da década de 1970, 
diante da percepção da amplitude, gravidade e aceleração cres-
cente dos problemas ambientais. Esta corrente adota a visão cen-
tral de Educação Ambiental proposta pela Unesco no contexto de seu 
Programa Internacional de Educação Ambiental (1975–1995)”. 
Segundo ela, as pessoas devem estar a par das problemáticas am-
bientais, bem como desenvolver habilidades voltadas para resol-
vê-las. Está associada a um imperativo de ação: modificação de 
comportamentos ou de projetos coletivos.
A corrente sistêmica propõe conhecer e compreender ade-
quadamente as realidades e as problemáticas ambientais, de for-
ma a identificar os diferentes componentes de um sistema ambiental 
e salientar as relações entre seus componentes, como as relações entre 
os elementos biofísicos e os elementos sociais de uma situação am-
biental. Na Educação Ambiental, ela baseada, entre outras, nas 
contribuições da ecologia, ciência biológica transdisciplinar, que co-
43
nheceu seu auge nos anos de 1970, e cujos conceitos e princípios ins-
piraram o campo da ecologia humana.
A corrente científica dá ênfase ao processo científico, com o 
objetivo de abordar com rigor as realidades e problemáticas ambien-
tais e de compreendê-las melhor, identificando mais especificamente 
as relações de causa e efeito. A Educação Ambiental está associada 
ao desenvolvimento de conhecimentos e de habilidades relativas às 
ciências do meio ambiente, do campo de pesquisa essencialmente in-
terdisciplinar para a transdisciplinaridade. O meio ambiente é ob-
jeto de estudo a partir do qual se escolherá uma solução ou ação 
apropriada. Neste processo as habilidades ligadas à observação e 
à experimentação são particularmente necessárias.
A corrente humanista dá ênfase à dimensão humana do 
meio ambiente, construído no cruzamento da natureza e da cul-
tura. O ambiente não é somente apreendido como um conjunto de 
elementos biofísicos, na verdade corresponde a um meio de vida, 
com suas dimensões históricas, culturais, políticas, econômicas, 
estéticas etc. Não pode ser abordado sem se levar em conta sua 
significação, seu valor simbólico. O “patrimônio” não é somente 
natural, mas também cultural. Segundo Lucie Sauvé, este enfo-
que do meio ambiente é o preferido pelos educadores que se inte-
ressam pela Educação Ambiental sob a ótica da geografia e/ou de 
outras ciências humanas.
A corrente moral/ética tem na relação com o meio am-
biente um fundamento de ordem ética. Alguns autores referem 
à uma “moral” ambiental, prescrevendo um código de comporta-
mentos socialmente desejáveis (como os que o ecocivismo propõe); 
mas, mais fundamentalmente ainda, pode se tratar de desenvolver 
uma verdadeira ‘competência ética’, e de construir seu próprio sis-
tema de valores.
A corrente holística defende que o enfoque exclusivamente 
analítico e racional das realidades ambientais é causa de muitos 
problemas atuais. Propõe levar em conta não apenas as múlti-
44
plas dimensões das realidades socioambientais, mas também das 
diversas dimensões da pessoa que entra em contato com estas 
realidades, com a globalidade e da complexidade de seu “ser-no-
-mundo”, no sentido holístico da totalidade de cada ser, de cada 
realidade, e à rede de relações que une os seres entre si em conjuntos 
onde eles adquirem sentido.
A corrente biorregionalista se pauta na ideia de biorregião, 
segundo a qual: é um espaço geográfico definido mais por suas ca-
racterísticas naturais do que por suas fronteiras políticas e no senti-
mento de identidade entre as comunidades humanas que ali vivem, à 
relação com o conhecimento deste meio e ao desejo de adotar modos 
de vida que contribuirão para a valorização da comunidade natural 
da região. Na Educação Ambiental baseia-se na ideia de desenvol-
vimento de uma relação preferencial com o meio local ou regional, 
no desenvolvimento de um sentimento de pertença a este último e no 
compromisso em favor da valorização deste meio. 
A corrente práxica enfatiza a aprendizagem a partir da ação, 
pela ação e para a melhora desta. Portanto, baseia-se na “pesqui-
sa-ação”, objetivando a mudança num determinado meio (nas 
pessoas e no meio ambiente) e cuja dinâmica é participativa, en-
volvendo os diferentes atores de uma situação por transformar. Em 
educação ambiental, as mudanças previstas podem ser de ordem so-
cioambiental e educacional.
A corrente de crítica social se inspira no campo da ‘teoria 
crítica’, que foi inicialmente desenvolvida em ciências sociais e que in-
tegrou o campo da educação, para finalmente se encontrar com o da 
educação ambiental nos anos de 1980, defende a análise das dinâmi-
cas sociais como causa das realidades e problemáticas ambientais. 
A corrente feminista da corrente da crítica social tem como 
bases a análise e a denúncia das relações de poder dentro dos 
grupos sociais. Entende que há uma correlação entre a domina-
ção das mulheres e da natureza. O objetivo é buscar a harmonia 
com a natureza a partir, fundamentalmente, da harmonização 
45
das relações entre os seres humanos, especialmente, entre ho-
mens e mulheres. No contexto de uma ética da responsabilidade, 
a ênfase está na entrega: cuidar do outro humano e o outro como 
humano, com uma atenção permanente e afetuosa.
A corrente etnográfica tem como base o caráter cultural da 
relação do homem com o meio ambiente. A educação ambiental 
não deve impor uma visão de mundo; é preciso levar em conta a cul-
tura de referência das populações ou das comunidades envolvidas. A 
proposta é não somente adaptar a pedagogia às realidades culturais 
diferentes, como se inspirar nas pedagogias de diversas culturas que 
têm outra relação com o meio ambiente.
A corrente da ecoeducação não busca encontrar soluções 
para os problemas ambientais, mas aproveitar a relação com o 
meio ambiente como cadinho de desenvolvimento pessoal, para o 
fundamento de um atuar significativo e responsável. O meio am-
biente é tido como espaço de interação essencial com vistas à 
ecoformação ou para a ecoontogênese. 
A corrente da sustentabilidade tem o seu desenvolvimento 
a partir da década de 1980 e paulatinamente passou a influenciar a 
Educação Ambiental, a ponto de se tornar uma perspectiva domi-
nante, a ponto da Unesco, em resposta às recomendações do Capítu-
lo 36 da Agenda 21, resultante da RIO–92, substituir o seu Programa 
Internacional de Educação Ambiental por um Programa de Educa-
ção para um futuro viável (Unesco, 1997), objetivando contribuir 
para a promoção do desenvolvimento sustentável. 
A Educação Ambiental passa a ser, dentre outras, uma 
ferramenta para o alcance do desenvolvimento sustentável, na 
perspectiva de se aprender a utilizar racionalmente os recursos 
de hoje para que haja suficientemente para todos e se possa assegu-
rar as necessidades do amanhã. A crítica dessa corrente é que a 
Educação Ambiental estaria limitada a um enfoque naturalista 
e que necessita integrar as preocupações sociais, especialmente, 
as considerações econômicas no tratamento das problemáticas 
46
ambientais.Nesse sentido, os defensores dessa corrente defen-
dem, desde 1992, uma reforma de toda a educação para se alcan-
çar esse fim. A Educação Ambiental para o consumo sustentável 
assume o caráter estratégico para transformar os modos de pro-
dução e de consumo, processos de base da economia das sociedades.
A diversidade de concepções da Educação Ambiental, a 
nosso ver, não indica uma evolução ou involução conceitual 
da Educação Ambiental, mas formas diversas de estudo de um 
mesmo objeto em momentos distintos. E estas a partir da aná-
lise das diversas correntes não são, necessariamente, estanques, 
já que é possível identificar uma correlação entre elas, por isto 
mesmo não se substituem às outras, obrigatoriamente, no de-
correr do tempo. 
Apesar da diversidade de concepções, a ideia de Educação 
Ambiental está associada predominantemente, como visto, ao 
conceito de desenvolvimento sustentável, como no todo o Di-
reito Ambiental, ainda que tal conceito, desenvolvido a partir da 
década de 1980, comporte divergências. 
O conceito de desenvolvimento sustentável foi incorpora-
do como princípio na Conferência das Nações Unidas sobre o 
Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992, mais conhecida 
como Rio–92, servindo de base para a formulação da Agenda 21. 
Contudo, como acentua José Cretella Neto, a expressão vem me-
recendo críticas da doutrina, especialmente, por “ser geral e ines-
pecífica”, sendo considerada como conceito “guarda-chuva”, pois 
embora sua concepção pretenda vincular os conceitos de desen-
volvimento e meio ambiente carece de uma vinculação concreta 
mais evidente, revelando-se insuficiente para gerar um consenso 
sobre as questões teóricas fundamentais relativas à expressão.28
Outros problemas são apontados pela doutrina sobre a 
expressão:
28 CRETELLA NETO, José. Curso de Direito Internacional do Meio Ambiente. São Paulo: 
Saraiva, 2012, p. 89-90.
47
... as debilidades básicas do conceito residem na falta de 
definições adequadas e universalmente aceitas de pobreza, 
degradação, desenvolvimento (e seus objetivos), susten-
tabilidade e participação. Outro ponto ressaltado é sobre 
como proceder, tendo em vista a falta de conhecimentos 
científicos.
Outro problema apontado pela doutrina para a introdução 
do conceito de desenvolvimento sustentável como princí-
pio orientador da proteção ambiental é a inerente contradi-
ção entre os objetivos do desenvolvimento e da proteção ao 
meio ambiente. Desenvolvimento sustentável, como con-
ceito de política internacional, claramente implica alguma 
medida de responsabilidade internacional. Contudo, como 
em geral acontece quando a expressão e empregada, vem 
logo acompanhada de uma referência expressa sobre o ne-
cessário respeito à soberania nacional.
Por essa razão, tem sido alegado que, por um lado, o con-
ceito seria ‘inoperante’, justamente em virtude de sua evi-
dente imprecisão, enquanto, por outro lado, ‘a emergência 
de uma definição conveniente que fosse do agrado de todos 
os intervenientes seria uma indicação de que a definição é 
inadequada, já que se trata de um conceito por demais fun-
damental para ser facilmente apreendido.29
José Cretella Neto lembra, ainda, que para Comissão Eco-
nômica para a América Latina e o Caribe – Cepal, no que in-
teressa aos países pobres o desenvolvimento sustentável seria, es-
sencialmente a satisfação das necessidades de todos os membros da 
sociedade, dada a diversidade dos meios naturais e dos contextos 
culturais. 
O autor aponta vários problemas nessa definição da Ce-
pal e conclui que ela “é tão elegante quanto pouco prática, e 
certamente nada precisa”.30
29 CRETELLA NETO, José. Op. cit., p. 90.
30 CRETELLA NETO, José. Op. cit., p. 90.
PARTE II
51
COMENTÁRIOS À LEI Nº 9.795, 
DE 27 DE ABRIL DE 1999
LEI Nº 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999
Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política 
Nacional de Educação Ambiental e dá 
outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA  Faço saber que o 
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I – Da Educação Ambiental
Yamile Viana de Souza Queiroz
1. CONCEITOS BÁSICOS
Educação. No artigo 1.º da Lei n.º 9.394/96 (Lei de Dire-
trizes e Bases da Educação – LDB), dispõe-se que a educação 
abrange os processos formativos que se desenvolvem em di-
versas esferas, quais sejam: na vida familiar, na convivência hu-
mana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos 
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas ma-
nifestações culturais.
Paulo Freire afirma que há duas definições de educação: 
uma geral e outra específica. O autor aponta que: 
A geral é: educação é uma concepção filosófica e/ou cien-
tífica acerca do conhecimento colocada em prática. A es-
pecífica depende da concepção de conhecimento freireana: 
o conhecimento é um processo social criado por meio da 
ação-reflexão transformadora dos humanos sobre a reali-
dade. A definição de educação específica de Freire é: edu-
52
cação é o processo constante de criação do conhecimento 
e de busca da transformação-reinvenção da realidade pela 
ação-reflexão humana. Segundo Freire, há duas espécies 
gerais de educação: a educação dominadora e a educação 
libertadora. A dominadora apenas descreveria a realidade e 
transferiria conhecimento; a libertadora seria ato de criação 
do conhecimento e método de ação-reflexão para a trans-
formação da realidade.31 
Diante do exposto, é correto entender, de modo bem sucin-
to, que educação é a busca constante pelo conhecimento.
2. MEIO AMBIENTE 
Analisando vários documentos internacionais que versam 
sobre a temática “meio ambiente”, a exemplo da Conferência de 
Estocolmo (Suécia), de 1972, promovida pela Organização das 
Nações Unidas (ONU), com a participação de 113 países, per-
cebe-se nitidamente o alerta mundial sobre os riscos trazidos 
pela degradação excessiva ao meio ambiente. 
Em continuidade, após o advento da ECO–92 foram apro-
vados importantes tratados internacionais, como a Convenção 
do Clima e a Convenção da Diversidade Biológica. Contudo, a 
definição legal de meio ambiente, no âmbito interno, deu-se de 
modo mais preciso por meio da legislação pátria, especialmente 
pelo previsto no artigo 3.º, Inc. I, da Lei de Política Nacional de 
Meio Ambiente (PNMA), a Lei n.° 6.938/81, que dispõe que o 
meio ambiente é: 
o conjunto de condições, leis, influências e interações de 
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e 
rege a vida em todas as suas formas. (Art. 3, Inc. I, da Lei 
6.938/1981).
31 FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. São Paulo: Paz e Terra, 2003, p. 80.
53
Tal conceito foi recepcionado pela Constituição da Repú-
blica Federativa do Brasil de 1988 (CRFB), de maneira mais am-
pla. O legislador constituinte estabeleceu no Art. 225, da CRFB, 
a tutela ao bem jurídico ambiental, cujo objetivo é a “sadia quali-
dade de vida”, para todos, presentes e futuras gerações. 
Sob esse contexto, entende José Afonso da Silva,32 em sua 
doutrina, que diante da deficiência do legislador em criar a nor-
ma prevista no Art. 3.º, Inc. I, da Lei n.º 6.938/81, delimitando o 
bem jurídico em voga, possibilitou-se apenas com o advento da 
Constituição Federal de 1988 outra definição legal, referente a 
uma tutela jurisdicional ampla e mais abrangente. Para ele, meio 
ambiente é definido como “a interação do conjunto de elemen-
tos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvi-
mento equilibrado da vida em todas as suas formas”.
Para Paulo de Bessa Antunes, meio ambiente é:
um bem jurídico autônomo e unitário, que não se confunde 
com os diversos bens jurídicos que o integram. Não é um 
simples somatório de flora e fauna, de recursos hídricos e 
recursos minerais. Resulta da supressão de todos os com-
ponentes que, isoladamente, podem ser identificados, tais 
como florestas, animais, ar etc. Meio ambiente é, portanto, 
uma res communes omnium, uma coisa comum a todos, que 
pode ser composta por bens pertencentes ao domínio

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