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PIM III - Filme Em nome do Pai

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5
UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SERVIÇOS JURÍDICOS NOTARIAIS E DE REGISTRO
LAÍSA AMÂNCIO - RA 2174705
THALLES WILLIAM ASEVEDO CALAÇO – RA 2166461
EM NOME DO PAI
PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR III
Ilhéus (BA) | Guaraí (TO)
2021
LAÍSA AMÂNCIO - RA 2174705
THALLES WILLIAM ASEVEDO CALAÇO – RA 2166461
EM NOME DO PAI
PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR III
O projeto multidisciplinar – PIM III, tem como objetivo, apresentar atividade relativa às matérias do vigente bimestre, adquirindo novos conhecimentos e, assim os consolidando e aprendendo na teoria para aplicação na prática profissional.
Orientador (a): Priscila Zinczynszyn
Ilhéus (BA) | Guaraí (TO)
2021
RESUMO
O presente Projeto Integrado Multidisciplinar (PIM III), tem como objetivo o estudo aprofundado de um filme com teor jurídico que abranja as disciplinas estudadas no corrente bimestre. Podendo essas serem aplicadas e praticadas na vida profissional de quem conclui o curso de Gestão de Serviços Jurídicos, Notarias e de Registro. 
As principais impressões que puderam ser analisadas na realização do trabalho, são os aspectos jurídicos que envolvem as matérias de Linguagem e Comunicação Jurídica; Organização do Estado e Instituições Judiciárias; e Normas de Direito Brasileiro, que têm a finalidade de desenvolver o intelecto e fixar com clareza a forma de atuação na área profissional.
Frisa-se, o Projeto apresentado tem como finalidade, apresentar a análise de um filme que englobe na vida real as matérias acima exemplificadas, atrelando da teoria à prática o conhecimento adquirido, discorrendo os temas exigidos que ocorrem no dia a dia e que foram representados no filme tema do Projeto, nesse intuito, o filme escolhido é uma biografia, baseada em fatos reais, o que demonstra veracidade nas alegações expostas no Projeto elaborado.
Diante desta premissa, o filme escolhido “Em Nome do Pai”, é baseado em fatos reais e narra a trajetória processual de pessoas acusadas injustamente para satisfazer a necessidade Estatal de punir alguém, acalmando os ânimos da sociedade e demonstrando eficiência e rápida resposta ao mal praticado por grupo paramilitar que cometeu crime de ódio (terrorismo) para atingir o Estado, que priva a separação da Irlanda do Norte do domínio Britânico.
Nota-se que o desenvolvimento do trabalho foi realizado através do filme “Em Nome do Pai”, locado e assistido em DVD, tendo comparado às disciplinas estudadas com pesquisas realizadas na internet, críticas cinematográficas, análises jurídicas, violações de direitos empregados, entre outros aspectos.
Palavras-chave: Em Nome do Pai; Autobiografia de Gerry Conlon; Conflito Britânico 14; Irlanda do Norte; Grupos Paramilitares; Quatro de Guilford pub; Giuseppe Conlon. 
ABSTRACT
The present Integrated Multidisciplinary Project (PIM III), aims at the in-depth study of a film with legal content that covers the subjects studied in the current bimester. These can be applied and practical in the professional life of those who complete the course in Management of Legal Services, Notaries and Registration.
The main impressions that could be analyzed in the work carried out are the legal aspects that involve the matters of Legal Language and Communication; State Organization and Judicial Institutions; and Brazilian Law Rules, which aim to develop the intellect and clearly establish the form of action in the area.
It should be noted that the presented Project has the right to present an analysis of a film that encompasses both fiction and real life as the subjects exemplified above, linking the acquired knowledge from theory to practice, discussing the required themes that occur in everyday life and which were represented in the Project's theme movie.
Given this premise, the film chosen "In the Name of the Father" is based on real facts and narrates the procedural trajectory of people unfairly accused to satisfy the State's need to punish someone, calming the spirits of society and demonstrating efficiency and quick response to evil committed by a terrorist group that commits hate crime to target the state, which deprives Northern Ireland's separation from British rule.
It is noted that the development of the work was carried out through the film "In Nome do Pai", rented and watched on DVD, in comparison to the subjects studied and researches carried out on the internet, criticisms cinematographics, legal analyses, violations of rights employed, among others aspects.
Keywords: In the Name of the Father; Gerry Conlon's Autobiography; British Conflict 1974; Northern Ireland; Paramilitary groups; Guilford's Pub Four; Giuseppe Conlon.
SUMÁRIO
	1.
	INTRODUÇÃO ....................................................................................
	5
	2.
	DESENVOLVIMENTO ........................................................................
	6
	2.1
	Ficha Técnica do Filme .......................................................................
	6
	2.2
	Sinopse e Aspectos Principais.............................................................
	7
	2.3
	Avaliação ............................................................................................
	10
	2.4
	Vínculo com Conteúdo Disciplinar.......................................................
	10
	2.4.1 
	Linguagem e Comunicação Jurídica....................................................
	10
	2.4.2
	Organização do Estado e Instituições Judiciárias...............................
	11
	2.4.3
	Normas do Direito Brasileiro................................................................
	13
	3.
	CONCLUSÃO .....................................................................................
	17
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
1. INTRODUÇÃO
O desenvolvimento do presente trabalho possui finalidade acadêmica e deve basear-se nas disciplinas: Linguagem e Comunicação Jurídica; Organização do Estado e Instituições Judiciárias; e Normas de Direito Brasileiro, em um Projeto que contenha relatividade jurídica com o filme e as disciplinas aplicadas.
A sua elaboração surge da análise do filme “In the name of the Father” (Em nome do Pai, na tradução brasileira), que é um filme irlando-britânico de 1993, drama biográfico, com roteiro de Jim Sheridan e Terry George, dirigido por Jim Sheridan, baseado na Autobiografia de Gerry Colon com a nomenclatura “Proved Innocent”.
A produção cinematográfica se passa no ano de 1974, quando ocorreu um atentado ao pub Guilford que matou 05 (cinco) pessoas e teve a sua autoria atribuída ao grupo paramilitar IRA (Exército Republicano Irlandês), levando a corte inglesa a acusar e condenar injustamente o jovem irlandês Gerry Colon e 03 (três) de seus amigos, e logo após, sua tia, tio e primo de 14 (quatorze) anos, que foram relacionados ao crime como cúmplices e também condenados. Diante do mal injusto sofrido pelo filho Gerry, seu pai Giuseppe ao tentar lhe socorrer do crime imposto contra a sua pessoa, também é preso injustamente e condenado pela corte britânica por crime contra a coroa.
O decorrer da obra mostra a luta dos réus contra o sistema, para provar a inocência dos envolvidos, que foram presos por irregularidades na aplicação da lei contra os acusados, que tiveram seus direitos cerceados e acusados de crime brutal pelo simples fato de estarem no local errado e na hora errada até que se fosse provado o contrário.
A história demonstra o erro claro e evidente do judiciário britânico (assim como ocorre no mundo todo), que utiliza do abuso de poder, meios cruéis de tortura, imposição de fato criminoso à pessoa imputável inocente e a dificultação e obstrução de meios de prova para com a defesa dos condenados.
Diante da dificuldade criada pelo sistema judiciário britânico, a advogada Gareth Peirce, ao tomar conhecimento do caso, decide assumir a defesa dos condenados e usar os meios legais para a aplicação da norma como forma de mais lídima justiça.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Ficha Técnica do Filme
Ofilme In the Name of the Father (Em Nome do Pai na tradução brasileira) foi produzido no ano de 1993 e foi lançado no Brasil no dia 25 de março de 1994, posteriormente encontrado em locadoras na forma de VHS, e nos dias de hoje em DVD ou plataformas digitais, foi dirigido por Jim Sheridan, gênero drama biográfico, com roteiro de Terry George e do Próprio Jim Sheridan, sendo baseada na obra do próprio Gerry Colon em seu livro “Proved Innocent”, tendo a duração de 02h13m, e sua produção é de origem irlando-britânica.
O filme possui legendas em português-BR, inglês e espanhol, e o idioma falado é o inglês. O elenco é composto por Daniel Day-Lewis representando Gerry Colon; Emma Thompson representando Gareth Peirce; Pete Postlethweite representando Giuseppe Colon; Paul Hill representado por John Lynch; Anthony Brophy representando Danny; Frankie McCafferty representando Tommo; Mark Sheppard representando Paddy Armstrong; Don Baker representando Joe McAndrew; Jer O’Leary representando John O’Brien; Corin Redgrave representando o inspetor Robert Dixon; Denys Hawthorne representando o juiz; Tom Wilkinson representando o advogado de acusação; Joanna Irvine representando Ann Colon e; Aiden Grennell representando o segundo juiz.
O filme possui diversos prêmios e indicações, sendo estes: o Oscar de 1994, indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Diretor, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Edição; BAFTA de 1994, indicado nas categorias de Melhor Ator e Melhor Roteiro Adaptado; Festival de Berlim de 1994, indicado nas categorias Urso de Ouro de Melhor Filme (Venceu), Urso de Prata de Melhor Ator, Urso de Prata de Melhor Atriz, Urso de Prata de Melhor Diretor e o Grande Prêmio do Juri (Urso de Prata); David di Donatello de 1994, indicado na categoria de Melhor Filme Estrangeiro (Venceu); Globo de Ouro de 1994, indicado nas categorias Melhor Filme – Drama, Melhor Ator – Drama, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Canção Original; Prêmio KCFCC de 1994, indicado na categoria de Melhor Atriz (Venceu); Prêmio BSFC 1993, indicado na categoria Melhor Ator (Venceu) e; Prêmio Eddie 1994, indicado na categoria Melhor Edição em Cinema.
2.2 Sinopse e Aspectos Principais
No ano de 1974, na Irlanda do Norte, diante da força para manter a separação do domínio britânico, o grupo paramilitar IRA (Exército Republicano Irlandês) efetua ataques terroristas na Inglaterra, que por sua vez, mobilizam as forças britânicas e os colocam em sistema de alerta. Fora do conflito existente, mas por outros motivos opressores, pequenos grupos de revolucionários se opõem às obrigações imperialistas da rainha. Dentro deste contexto, Gerry Colon (Daniel Day-Lewis), que residia em Belfast (Irlanda do Norte), se vê perdido, não tendo ajuda em nenhum dos lados, o que acarreta na prática de pequenos furtos e outras atividades ilícitas. O pai de Gerry, o Sr. Giuseppe ao ver o filho sem perspectivas de um futuro melhor e desempregado, o convence a sair de sua cidade natal e buscar a sorte na cidade de Londres na Inglaterra.
Através de uma viagem realizada de navio para chegar até o seu destino (Londres), Gerry encontra o amigo Paul Hill que também era residente de sua cidade natal, onde estes seguem juntos e passam a viver em um edifício ocupado por hippies, na qual não conseguem se adequar ao estilo de vida dos conviventes e saem sem rumo simplesmente por não terem qualificações necessárias para o ingresso em alguma carreira. Diante desta premissa, passam ele e seu amigo Paul a perambular pelas ruas de Londres, onde iriam dormir em um parque, porém, o parque já estaria ocupado por outro morador de rua que se chamava Charlie Burke, que dizia constar suas iniciais no banco onde dormiriam, os proibindo de pernoitar no local. Diante da negativa de poderem dormir no parque, Gerry e seu amigo Paul seguem perambulando até encontrarem uma carteira e as chaves perdidas por uma prostituta em frente à residência desta, o que acarreta na invasão do local e a pratica do crime de furto e o retorno de Gerry para a sua cidade natal com o dinheiro arrecadado com a prática delituosa.
Contudo, ao mesmo tempo em que era realizado o furto no imóvel da prostituta, uma bomba produzida pelo grupo paramilitar IRA (Exército Republicano Irlandês) era instalada e explodida em um pub perto dali (Guilford pub), levantando suspeitas da polícia que começou a investigar Gerry e os hippies que conviveram com ele, relacionando o crime de furto ao crime de terrorismo ocorrido na mesma hora, ligando-os ao grupo paramilitar, sendo o acusado suspeito por simplesmente ser natural da Irlanda do Norte (o que demonstra o preconceito xenofóbico, onde no brasil têm aplicação de pena contra esse tipo de crime prevista na Lei 7.716 de 05 de janeiro de 1989 em seu artigo 20 que tem redação dada pela Lei 9.454 de 15 de maio de 1997), ter residido com os hippies vistos como revolucionários (criando suposta ligação com o grupo paramilitar IRA pelo estilo de vida que seguiam inequivocamente) e retornado para casa logo após a explosão, como se estivesse fugindo. 
Baseados em uma lei excepcional, que permitia a prisão por até 07 (sete) dias de suspeitos de crimes de terrorismo, Gerry é posto em poder das autoridades locais para prestar esclarecimentos, porém durante a sua permanência na prisão temporária, Gerry, seu amigo Paul e mais 02 (dois) hippies que conviviam no mesmo prédio são torturados e forçados a assinarem uma confissão forjada, o que acarretou na condenação de todos.
Nos mesmos termos, as autoridades policiais começam a investigar as pessoas que tinham ligações afetivas com os acusados e vinculá-las ao crime, mesmo quando já haviam ouvido testemunhas que relatavam o que realmente teria acontecido e omitido os documentos de prova que serviriam para a realização da defesa dos condenados para não haver ruptura no caso criado pelas autoridades policiais.
 No intuito de ajudar o filho, o pai de Gerry que se chama Giuseppe Colon viaja a Inglaterra e pede ajuda a sua irmã Ann Colon para procurar um advogado e solucionar a situação de seu filho, porém a polícia que estava de campana no local à paisana, relaciona os parentes de Gerry ao caso (tia, tio e primo de 14 anos), como cumplices e seu pai que também é torturado e condenado.
O filme demonstra que em nenhum momento Gerry ou o seu pai Giuseppe tem qualquer ligação direta ou indireta com o atentado praticado pelo grupo paramilitar IRA (Exército Republicano Irlandês). No mesmo sentido, fica claro e evidente que não existiam provas cabais que demonstrassem a materialidade da conduta exercida por nenhuma das partes, restando somente a confissão adquirida sob tortura e meios cruéis de execução por parte dos agentes policiais.
O filme mostra 15 (quinze) anos de luta dos condenados em provarem a sua inocência, anos estes que se passaram de forma irreparável, sendo os condenados privados de sua liberdade individual, na qual, o pai de Gerry, o Sr. Giuseppe faleceu na penitenciária no quinto ano de reclusão, o que gerou ainda mais revolta nos envolvidos e sensação de injustiça. 
A história relatada na obra demonstra como funciona o sistema carcerário britânico, que por muito pode ser igualado ao sistema penitenciário brasileiro e do restante do mundo, onde há abusos, irregularidades diversas, desrespeito, torturas, entre outros tópicos, como o despreparo estatal em gerir com firmeza, mas também de forma digna a aplicação de pena nas instituições para esse fim, tendo como única finalidade a necessidade do Estado em pôr fim aos conflitos existentes, por meio de ações incabíveis, com o intuito de gerar a falsa sensação de segurança da sociedade. 
A película mostra que mesmo tendo o conhecimento das irregularidades aplicadas, já sendo descoberto quem seriam os reais envolvidos, ouvindo testemunhas que presenciaram terceiros alheios ao processo, as autoridades policiais se omitem para não serem relacionados à vergonha pública nacional, porém o erro demonstrado no filme é gerado pela autoridadepolicial, e não na aplicação da pena, que segue o rito processual corretamente, dando direito à ampla defesa e um julgamento no Tribunal do Júri.
Por fim, a advogada Gareth Peirce assume o caso e demonstra de forma legal as irregularidades e a má aplicação da lei penal no presente caso por parte das autoridades policiais, demonstrando que no dia dos fatos os condenados encontravam-se em uma praça para dormir ao relento, tendo como prova os documentos que antes as autoridades policiais haviam omitido, na qual teria o testemunho do morador de rua que dizia ser o proprietário do banco com as suas iniciais e atesta que Gerry e seu amigo Paul estavam presentes com ele naquela noite.
Nos documentos apresentados pela defesa, possuía um bilhete com a descrição “não apresentar a defesa” que estava preso na pasta com as provas que inocentavam seus clientes e que foi omitido pelas autoridades policiais desde o início do processo em fase de inquérito policial, o que deixava claro e evidente que o único crime cometido naquela noite seria o de furto e não o crime imputado, o que por sua vez, teria pena bem menor do que a aplicada e não envolveria seus parentes inocentes.
Provada a sua inocência e dos demais, postos em liberdade, a luta de Gerry ainda perdurou para provar a inocência de seu pai e limpar assim a sua honra, que faleceu dentro de uma penitenciária por um crime que nunca cometeu.
2.3 Avaliação
Este filme, além de ter uma ótima trama e ser baseado em fatos reais, foi escolhido por englobar as disciplinas exigidas pelo curso.
A história relatada na trama demonstra que por mais que tarda, a justiça não falha, pois, mesmo sendo prejudicados pelas autoridades policiais que os incriminaram de forma desumana e cruel, o sistema judiciário, respeitador das boas normas, teve que garantir a inocência dos acusados/apenados devido à provocação da advogada, que de forma ordeira e respeitadora das normas legais, provou de forma cabal a inocência dos envolvidos.
O filme demonstra muito bem como funciona um tribunal do júri, o sistema de votação dos jurados, a ordem de fala da defesa e da acusação, o linguajar jurídico e normas que são aplicadas em todo o mundo, leis estas que também são aplicadas em nosso código penal, leis penais especiais e procedimento do Júri.
No mais, demonstra também que todo sistema jurídico pode ser passível de falhas devido a fé pública das autoridades policiais que gozam de plenitude no que dizem, atrapalhando por muito o sistema judiciário que tem que cumprir irregularidades de agentes despreparados.
2.4. Vínculo com o conteúdo disciplinar
	
2.4.1 Linguagem e Comunicação Jurídica
O filme assistido aplica a linguagem e comunicação jurídica na prática, demonstrando a atuação de advogados, promotores e juízes nas audiências realizadas para a apuração do fato delituoso, com os dizeres específicos de quem atua na área jurídica, contendo formalidade, enunciações ritualísticas e norma culta, mantendo o respeito no direito de fala de cada um e a ordem a ser seguida em uma audiência, onde terminada a acusação, abre-se voz a defesa, seguida pela réplica e a tréplica. 
O discurso que se inscreve no gênero discursivo jurídico permite elencar elementos constitutivos dessa comunicação, estabelecendo suas características e sua complexidade linguística, sendo essas as condições essenciais para o exercício do Direito, uma vez que a exposição das razões exige das partes proficiência linguística (Dugaich, Cibele Mara. 2018, p. 18).
2.4.2 Organização do Estado e Instituições Judiciárias
Pela ótica do elemento curricular, Organização do Estado e Instituições Judiciárias, aborda a estrutura e os protocolos organizacionais do poder judiciário e das instituições satélites ligadas à justiça. Há pontos a serem observados positivamente quanto ao que é mostrado no filme em questão.
Garantir que o acusado tenha um advogado devidamente nomeado para defendê-lo, conforme preceitua o art. 133 da Constituição Federal/1988¹ e instituir o tribunal do júri evidenciam obediência aos princípios básicos que devem ter as organizações judiciárias: garantir os direitos individuais, coletivos e sociais, dever de resolver conflitos entre administrados; entidades públicas e privadas, como também o estrito cumprimento da lei.
Pedro Lessa, Ministro do Supremo Tribunal Federal entre 1907 e 1921, entusiasta da proposição de indisponibilidade do poder judiciário nas lides – defendia que era incabível a premissa de qualquer outro poder, além do judiciário, poder tomar para si a competência de julgar. 
Que nação culta e livre outorgada em nossa época ao poder [footnoteRef:1]executivo a atribuição de impor penas aos próprios réus confessos, ou presos em flagrante delito, e a respeito de cuja criminalidade não houvesse a menor dúvida? Quem não julga hoje necessário para o exercício dessa e de outras funções da mesma natureza a constituição de um poder, que pelas suas condições de investidura e de estabilidade, muito diversas das de nomeação e conservação do executivo, ofereça garantias eficazes de independência? [1: Com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014 o Art. 133 da Constituição Federal de 1988 passou a instituir: Art. 133 – O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.] 
É inconcebível imaginar o estado democrático de direito sem a existência do poder judiciário, pois o mesmo está incrustado em princípios e poderes que inibem ou pelo menos freiam as ilegalidades cometidas pelos poderes executivo, legislativo e o próprio judiciário. Quanto ao filme, sua atuação foi necessária para a diplomação da liberdade do injustamente acusado e mesmo que tardia trouxe à luz os fatos expostos no tribunal do júri e concluíram para inocência do réu.
Ao fazermos uma análise mais avançada das competências e poderes do judiciário devemos passar pelo artigo 5°, XXXV da Constituição Federal de 1988 – o qual nos permite concluir que qualquer lide poderá e deverá ser levada ao conhecimento do judiciário.
Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
Tal artigo demonstra a vontade do poder público em direcionar as questões que demandem analise imparcial e decisão consoante manda o ordenamento jurídico ao poder judiciário, o qual atribuído de importante missão irá garantir que as partes possam criar e apresentar provas a que interessa ao direito postulado.
2.4.3 Normas do Direito Brasileiro
A luz do ordenamento jurídico brasileiro, faz-se necessário pontuar como se trataria o caso concreto em questão. Em primeira análise, pode-se observar várias irregularidades quanto da condução do inquérito policial, aceitação da denúncia pelo judiciário, lapso de tempo da prisão ilegal até a liberdade por absolvição do réu. Em segunda análise, tem-se a perseguição por parte do poder público, o qual buscou objetivos difusos aos que manda o estado democrático de direito.
Considerando que o caso concreto poderia acontecer em território nacional é importante salientar que haveriam procedimentos a serem seguidos tanto pela polícia, quanto pelo poder judiciário, dentre esses está o inquérito policial, que é ato administrativo, e que visa apuração de crime diante das provas colhidas, testemunhos, relato dos fatos decorridos e apresentação das provas ao Ministério Público, para que esse delibere quanto à apresentação da denúncia ao judiciário, desta feita o inquérito policial não tem como objetivo punir o investigado podendo ele ser até mesmo dispensado, caso o MP tenha consigo elementos suficientes para a denúncia.
Vale dizer que o ato de confessar o crime não torna o investigado suficientemente culpado mesmo que tenha sido uma confissão espontânea– devendo a confissão constar nos autos e ser posteriormente analisada pelo judiciário. Assim, ao ter o conhecimento do ato de tortura que deu causa ao vício e nomearia outra autoridade competente para reiniciar as investigações.
Com base nessa premissa a 6° turma do Superior Tribunal de Justiça do Estado do Pará condenou dois policiais militares por tortura qualificada em detrimento dos mesmos terem submetido três suspeitos de assalto a tortura violenta, a qual envolveu chutes, tapas, dentre outros atos. O acordão condenou os dois policiais a quatro anos de reclusão em regime inicial fechado, pelo crime triplicado no artigo 1°, inciso I, alínea “a”, combinado com o § 4°, inciso I, da lei 9.455/97.
Art. 1° Constitui crime de tortura;
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
§ 4° Aumenta-se a pena de um sexto até um terço;
I – Se o crime é cometido em público;
No mesmo teor, temos o artigo 5°, 1 e 2 do PACTO DE SAN JOSÉ DA COSTA RICA de 1969:
Artigo 5° - Direito à integridade pessoal
1. Toda pessoa tem direito a que se respeite sua integridade física, psíquica e moral.
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes. Toda pessoa privada de liberdade deve ser tratada com respeito devido à dignidade inerente ao ser humano.
Ainda no que se refere às competências das autoridades policiais, está a obrigação de dispor à defesa as provas encontradas em detrimento da investigação por meio dos altos, assim, o advogado tem o direito de ser apresentado a todas as provas e indícios que podem condenar ou inocentar o réu. Isso é o que garante a súmula vinculante 14 do STF.
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
Nota-se a preocupação da súmula em garantir que o advogado tenha acesso irrestrito ás provas já constituídas nos autos, com o objetivo de possibilitar que a parte acusada se defenda do crime que lhe foi imputado.
Diferente do acontecido na história reportada pelo filme em que a advogada tem dificuldade de acessar as provas já constituídas e demonstra isso quando apresenta o bilhete encontrado nos documentos que deliberaram para provar o álibi do réu. Também garante o amplo acesso do advogado o art. 7° da Lei 8.906/94:
Art. 7° São direitos do advogado:
XIII – examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estiverem sujeitos a sigilo ou segredo de justiça, assegurada a obtenção de cópias, com possibilidade de tomar apontamentos; (Redação dada pela Lei n° 13.793, de 2019).
XIV – examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; (Redação dada pela Lei n° 13.245, de 2016)
Tratando ainda dos atos decorrentes da investigação policial, averígua-se que o investigado sofreu várias violações em sua integridade física e mental, devendo, independente de culpa, o Estado arcar com o ônus causado pelos seus agentes – que no caso em análise seria a tortura que se sucedeu sobre os suspeitos de terrorismo e suas famílias.
Decidiu assim a 1ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, a qual impôs o pagamento de R$70.000,00 aos cofres públicos para um homem acusado de violência doméstica que sofreu várias agressões e em decorrência disso perdeu um rim e parte do intestino. O doutor desembargador, Marcos Tamassia, afirmou no acórdão:
Por mais que os agentes policiais tenham prerrogativa de deter particularidades, caso as circunstâncias fáticas justifiquem tal medida, ao utilizar desta prerrogativa, no caso dos autos, com o fim de cometer agressões e, até mesmo, torturar administrados, a medida se desviou do interesse público e, neste caso, a conduta dos agentes estatais configura-se como patente abuso de poder. 
É inegável que a tortura em si já causaria prejuízos físicos e psicológicos irreparáveis e valor nenhum traria de volta a saúde física e mental, porém pode servir como valor punitivo eficiente contra o agente causador de tais atos temerosos. O que é diferente de arrancar anos de vida de um inocente, atos este que nem a maior soma de dinheiro devolveria os anos perdidos e nem de longe pode ser chamada de punição a quem a provoca.
Retirar o direito de ir e vir de uma pessoa é algo que tem que ser feito com prudência e adequação a lei, pois no nosso ordenamento jurídico há mecanismos que exaltam justamente esse direito, o qual é eleito como fundamental pois advém da própria constituição.
Art. 5° Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
Temos também o instituto do habeas corpus, remédio constitucional que visa garantir a liberdade daqueles que tenham a sua liberdade restringida ou interrompida, tanto por parte do Estado quanto por iniciativa privada. Inclusive a autoridade judiciária pode agir de ofício tendo ele conhecimento de ato que impeça a liberdade de alguém.
É evidente tamanha a proteção que se dá a esse direito, que caso haja restrição ilegal do mesmo haverá direito a indenização por danos morais e materiais. Isso foi o que aconteceu no caso do artista plástico Eugênio Fiuza Queiroz que passou 18 anos preso condenado por um crime que não cometeu.
A decisão judicial condenou o Poder público a pagar uma indenização de 3 milhões de reais e ainda uma ajuda de custo de 5 salários mínimos mensais.
Tal circunstância se assemelha ao que é mostrado no filme, em que houve graves violações aos direitos do condenado foram cometidas e deveriam culminar em indenização por danos morais e existenciais.
Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença:
No mesmo sentido, o art. 37, parágrafo 6°:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
§ 6° As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Temos que concluir então, que antes de condenar o réu, a autoridade judiciária deve averiguar os elementos mínimos para a condenação pois o ordenamento jurídico brasileiro prevê a responsabilização por danos advindos de condenação equivocada.
3. CONCLUSÃO
O Projeto Integrado Multidisciplinar (PIM) III, teve por finalidade, analisar uma obra cinematográfica que contemplasse as Normas do Direito Brasileiro, Linguagem e Comunicação Jurídica e Organização do Estado e Instituições Judiciárias.
Nesta senda, o filme escolhido para o presente trabalho demonstra de forma coerente como é realizada a aplicação dos institutos legais nos procedimentosdo tribunal do júri, fase de inquérito policial, atuação de advogado, entre outros, que por muito se assemelha ao nosso ordenamento.
As matérias estudadas no corrente bimestre, o filme assistido e o trabalho elaborado, fizeram o entendimento dos temas em questão serem melhormente absorvidos, para que o aluno possa a partir da teoria, utilizar na prática profissional o que lhe foi ensinado após a conclusão do curso.
A linguagem de forma culta, as formalidades, o respeito entre as partes, o procedimento processual e outros aspectos que têm aplicação não somente no tribunal do júri, mas também em todas as instituições judiciárias brasileiras, que devem seguir de forma digna e honrosa a aplicação de suas normas para aqueles que tenham infringido a lei, pois cabe ao Estado a garantia do bom funcionamento de suas normas como forma de mais Lídima Justiça! 
REFERÊNCIAS
Filme Em nome do Pai. 1994. Disponível em: DVD. 
Ficha técnica. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Em_Nome_do_Pai
Lei que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou cor. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9459.htm
Lei vinculada à Convenção Interamericana contra o Terrorismo. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13260.htm
Dugaich, Cibele Mara. Linguagem e Comunicação jurídica / Cibele Mara Dugaich. – São Paulo: Editora Sol, 2018. Página 18.
LESSA, Pedro. Direito constitucional brasileiro, Biblioteca do Senado. 2021. Disponível em: https://bibliotecadigital.stf.jus.br/xmlui/handle/123456789/637. 
Artigo 5°, XXXV da Constituição Federal de 1988. https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_15.03.2021/art_5_.asp.
Inquérito policial: o que é e para que serve? Poletize, 2020. Disponível em: https://politizze.com.br/inquerito-policial. 
Aplicação das Súmulas no STF. STF, 2021. Disponível em: https://www.stf.jus.br/portal/jurisprudência/menuSumario.asp?sumula=1230.
Homem que perdeu rim e parte do intestino após tortura policial será indenizado. Consultor jurídico, 2021. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2020-jul-09/homem-perdeu-rim-tortura-policial-indenizado.
CF/1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

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