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Artigo original rbafs.org.br
Programa de reabilitação cardiopulmonar de curta duração 
em paciente pós-COVID-19: relato de caso
Protocolo de reabilitação cardiopulmonar de curto período em um paciente pós-
COVID 1: relato de caso
DO AUTOR RESUMO
Juliana Rodrigues de Souza1
Beatriz da Silva Barbosa1
Jonathan Galvão Tenório Cavalcante1,2
Juliana Thaís Ferezini Faria Santos1
Rafaella Carvalho da Silva1
Vera Regina Fernandes da Silva Marães2
Nosso objetivo é relatar um caso clínico bem-sucedido de reabilitação cardiopulmonar de curta duração após alta 
hospitalar por COVID-19. Estudo de caso exploratório descritivo com um homem de 58 anos, ex-tabagista e com 
necessidade de oxigênio suplementar após infecção por COVID-19, internado em programa de reabilitação 
cardiopulmonar de seis semanas em uma clínica escola do Distrito Federal, Brasília, Brasil. Expansão torácica, 
capacidade aeróbia, função física e qualidade de vida foram avaliadas antes e após o programa por meio de, 
respectivamente, cirtometria torácica, teste de caminhada de 6 minutos, teste de sentar e levantar de 1 minuto e 
Short Form Health Survey. Ao final da reabilitação cardiopulmonar, o paciente apresentou aumento da expansão 
torácica, aumento da distância percorrida com diminuição da percepção de esforço, aumento das repetições no 
teste de sentar e levantar de 1 minuto, e aumento da qualidade de vida. Além disso, ele foi completamente 
desmamado do oxigênio suplementar. Um protocolo de reabilitação cardiopulmonar de curta duração pode 
contribuir para a melhora da capacidade aeróbica, funcional e da qualidade de vida após a COVID-19.
1 Centro Universitário ICESP, Departamento de 
Fisioterapia, Brasília, Distrito Federal, Brasil.
2 Universidade de Brasília, Departamento de 
Fisioterapia, Brasília, Distrito Federal, Brasil.
CORRESPONDENTE Palavras-chave: COVID-19; Reabilitação pulmonar; Terapia de exercício.
Juliana Rodrigues de Souza 
jullianarodrigues2807@gmail.com. Quadra 
206 CJ 20 lote 12 - Recanto das Emas, 
Brasília, Distrito Federal, Brasil. CEP: 
71.961-540.
RESUMO
O estudo deste estudo foi relacionado a um caso clínico bem sucedido de reabilitação cardiopulmonar 
após alta duração hospitalar pós COVID-19. Trata-se de um estudo de caso exploratório descritivo com 
um homem de 58 anos, ex-tabagista e com necessidade de suplementação escola de controle de 
incêndio por COVID-19, suportado em um programa de reabilitação cardiopulmonar de seis semanas 
em uma clínica do Distrito Federal – Brasília, Brasil. A expansão da capacidade aeróbia, física e qualidade 
de vida, foram funcionais antes e após o programa de cirtometria, teste de caminhada de 6 minutos, 
teste de meio e levantar de 1 minuto e Short Form Health Survey. Ao final da recuperação 
cardiopulmonar, o paciente apresentado da expansão, O aumento da corrida percorrida com o aumento 
da percepção do esforço, o aumento do aumento do teste de resistência e de aumento de 1 minuto e o 
aumento da qualidade de vida. Além disso, o de suplementares também foi previsto. Um protocolo de 
reabilitação cardiopulmonar, ainda que de curta duração, pode contribuir para melhorar a capacidade 
aeróbica, funcional e da qualidade de vida após a COVID-19.
DOI
10.12820/rbafs.27e0247
Esta obra está licenciada sob umLicença Creative 
Commons Atribuição 4.0 Internacional. Palavras-chave: COVID-19; Reabilitação pulmonar; Exercício físico.
Introdução pares e redução da qualidade de vida, o que é conhecido 
como síndrome pós-COVID4. A síndrome pós-COVID é uma 
disfunção multissistêmica complexa com sintomas que 
incluem tosse persistente, fraqueza e fadiga 
neuromusculares, capacidade ventilatória prejudicada e 
dessaturação com esforço, além de várias complicações 
extra-respiratórias5. Devido aos sintomas persistentes, a 
reabilitação cardiopulmonar tem sido cada vez mais 
demandada após a alta hospitalar4.
A reabilitação cardiopulmonar está sendo amplamente 
prescrita para doenças respiratórias e cardíacas crônicas6,7
. No entanto, o surto de COVID-19 exigiu dos serviços de 
reabilitação o desenvolvimento de estratégias
A pandemia da doença de coronavírus 2019 (COVID-19) 
causada pela síndrome respiratória aguda grave coronavírus 
2 (SARS-CoV-2) levou ao aumento das hospitalizações em todo 
o mundo1. Os sintomas do COVID-19 podem variar de 
desconforto respiratório leve a grave devido a danos nos 
alvéolos, muitas vezes exigindo suplementação de oxigênio 
com ou sem suporte ventilatório2. A doença pode resultar em 
adoecimento crítico e morte, principalmente em indivíduos 
que estão inseridos em grupos de risco, como idosos, 
tabagistas, diabéticos e hipertensos3.
Para os sobreviventes do COVID-19, um crescente corpo 
de literatura relatou problemas funcionais de longo prazo.
1
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
https://orcid.org/0000-0001-9638-4077
https://orcid.org/
0000-0003-2910-8800
https://orcid.org/0000-0003-4082-1092
https://orcid.org/0000-0002-9530-9363
https://orcid.org/0000-0001-7974-8166
https://orcid.org/0000-0002-8895-9624
https://www.onlinedoctranslator.com/pt/?utm_source=onlinedoctranslator&utm_medium=pdf&utm_campaign=attribution
Souza e col. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2022;27:e0247 Reabilitação pós Covid-19
para lidar com uma nova doença cujas consequências ainda não 
são totalmente conhecidas. Por exemplo, muitas estratégias 
adotadas atualmente são baseadas em estudos e experiências de 
doenças respiratórias virais agudas anteriores, como o SARS-CoV 
em 2002 e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS)5. 
Além disso, muitos ambientes devem absolver o impacto do 
grande número de pacientes que necessitam de reabilitação com 
poucas opções tecnológicas e de equipamentos, o que adiciona 
um desafio no desenvolvimento de protocolos de tratamento 
eficientes e eficazes.
Protocolos de reabilitação cardiopulmonar estão em 
desenvolvimento em todo o mundo para o COVID-19. As 
experiências dos serviços existentes devem ser 
compartilhadas para fornecer uma base para os médicos e 
pesquisadores desenvolverem ainda mais sua abordagem. 
Assim, objetivamos relatar um caso clínico bem-sucedido de 
um paciente admitido em nosso serviço de reabilitação 
cardiopulmonar após alta hospitalar por COVID-19, que se 
queixava de sintomas respiratórios persistentes, função física 
limitada e redução da qualidade de vida.
que é Profissional Saudável (Técnica de Enfermagem), e 
passou a utilizar oxigênio suplementar por cânula nasal a 3L/
min (dados não informados). Iniciou uso de Levofloxacina (por 
cinco dias) e Dexametasona no primeiro dia de sintomas, em 
domicílio. Além disso, iniciou uso de Azitromicina e 
Ceftriaxona em 7 de abril de 2021. Também realizou 
tomografia computadorizada de tórax em 7 de abril de 2021, 
que apresentaram menos de 25% de dano pulmonar e 
enfisema centrolobular. Em 11 de abril de 2021, solicitou o 
serviço móvel de emergência local devido ao aumento do 
desconforto respiratório e dessaturação, apresentando 
saturação periférica de oxigênio (SpO2) inferior a 87%. Após 
avaliação pelo serviço móvel de emergência, foi instalada 
máscara sem reinalação a 6 L/min de oxigênio e houve 
melhora do desconforto respiratório e da dessaturação (SpO2 
> 93%). Foi admitido no pronto-socorro do Hospital Regional 
de Taguatinga (Brasília, Distrito Federal, Brasil) no mesmo dia. 
No hospital, o paciente foi transferido para a unidade de 
terapia intensiva (UTI) e depois para a enfermaria, mas o 
paciente não se lembrava de quando ocorreram as transições. 
Durante a internação, desenvolveu diabetes tipo 2 e passou a 
fazer uso de insulina. Ele também foi tratado com Meropenem 
(11 a 12 de abril), Dexametasona (11 a 13 de abril), Tazocin (12 
a 20 de abril), Metilprednisolona (13 a 22 de abril) e 
Prednisona (Iniciado em 26 de abril). para intubação 
orotraqueal, e o paciente permaneceu lúcido e orientado. Em 
6 de maio de 2021,após 26 dias de internação, o paciente 
recebeu alta hospitalar necessitando de oxigênio domiciliar 
por cânula nasal a 3 L/min, e apresentando dessaturação 
transitória com pequenos a moderados esforços. Também foi 
prescrito broncodilatador fumarato de formoterol dihidratado 
(12 mcg) duas vezes ao dia, e o paciente foi encaminhado 
formalmente para reabilitação cardiopulmonar.
A reabilitação cardiopulmonar com avaliação inicial teve 
início em 13 de maio de 2021. A primeira sessão de 
tratamento foi em 17 de maio de 2021 e a última sessão em 
24 de junho de 2021, totalizando 10 sessões em um período 
de seis semanas. As sessões ocorreram no período da tarde, 
das 14h às 15h. A avaliação final ocorreu em 28 de junho de 
2021. Todas as avaliações e sessões foram realizadas pelo 
mesmo grupo de alunos da Faculdade de Fisioterapia, 
supervisionados por dois professores assistentes de 
fisioterapia. A coleta de dados foi realizada pelos 
pesquisadores por meio da avaliação e prontuários clínicos.
Métodos
Trata-se de um estudo de caso exploratório, descritivo, cujo 
objetivo foi relatar os efeitos de um exercício de curto prazo,
- baseado, programa de reabilitação cardiopulmonar na 
função física cardiopulmonar e qualidade de vida de um 
paciente do sexo masculino, ex-tabagista, com histórico de 
internação por infecção por COVID-19. Esta pesquisa foi 
aprovada pelo comitê de ética e pesquisa da Fundação de 
Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (CAEE: 
34008620.5.0000.8093). Antes do início do estudo, o Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido foi enviado ao participante 
com informações sobre a pesquisa. Este estudo foi realizado 
na clínica escola pública de Fisioterapia de uma Universidade 
privada (ICESP) (Brasília, Distrito Federal, Brasil) na qual o 
paciente estava internado em um protocolo de reabilitação 
cardiopulmonar de curta duração (seis semanas), no período 
de maio a junho. 2021.
Relato de caso
Homem de 58 anos, massa corporal: 78 kg, estatura: 1,85 
m, ex-tabagista (com história de hipertensão em uso de 
medicação regular (losartana potássica 50 mg/dia e 
hidroclorotiazida 25 mg/dia), com diagnóstico prévio de 
COVID- 19 detectados em swab nasofaríngeo.
Em 30 de março de 2021, o paciente manifestou os 
sintomas iniciais da COVID-19. No mesmo dia, foi 
diagnosticado com COVID-19, detectado em secreção 
nasofaríngea. Ele foi monitorado em casa por sua irmã,
Protocolo de avaliação
Na avaliação inicial, o paciente queixou-se de
2
Souza e col. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2022;27:e0247 Reabilitação pós Covid-19
dispneia aos pequenos esforços, tosse seca persistente e 
emagrecimento. Foram obtidos os seguintes sinais vitais: 
SpO2 92% com oxigênio suplementar por cânula nasal a 5 
L/min, frequência de pulso (FP): 90 ppm, frequência 
respiratória (FR): 28 bpm e pressão arterial (PA) sistólica/
diastólica. : 120/80mmHg. No exame físico do sistema 
respiratório, foi realizada cirtometria torácica (8). 
Registramos os valores da diferença entre expiração 
completa e inspiração completa da circunferência torácica 
na região axilar, processo xifóide e décima segunda 
costela.
Para a avaliação da capacidade aeróbia, foi 
utilizado o Teste de Caminhada de 6 Minutos 
(TC6M)9. O teste foi realizado em um corredor 
fechado com superfície dura e livre de trânsito de 
outras pessoas. A distância total de 30 metros foi 
demarcada a cada três metros para controlar a 
distância percorrida. Os examinadores instruíram 
o paciente a percorrer a distância marcada 
caminhando o mais rápido possível, sem correr, 
por 6 minutos. A cada 1 minuto verbal, incentivo e 
informações sobre a duração do teste foram 
dados ao participante. Um oxímetro de pulso foi 
usado para monitorar a RP e SpO2, antes, 
durante e após o teste, bem como uma Escala de 
Borg modificada (MBS) impressa colorida para 
monitorar a percepção subjetiva de esforço. O 
MBS classifica o esforço percebido de 0 (zero) a 10 
(dez), onde 0 é “repouso” e 10 é “esforço máximo”. 
A PA e a FR foram monitoradas antes e após o 
teste.10.
Para avaliação funcional dos membros inferiores, foi 
utilizado o Teste de Sentar e Levantar de 1 Minuto (STST)11Foi 
utilizada uma cadeira de 46 cm, sem apoio para os membros 
superiores e com encosto. O teste foi iniciado com o paciente 
sentado na cadeira, com a coluna totalmente apoiada no 
encosto e os pés tocando o chão. Teve-se o cuidado de apoiar 
a cadeira na parede para evitar quedas durante a fase 
sentada do teste. O participante foi instruído a sentar-se 
totalmente na cadeira e levantar-se estendendo totalmente os 
joelhos o mais rápido possível e o maior número de vezes 
possível em um período de 60 segundos sem realizar 
compensações posturais e mantendo os membros superiores 
cruzados na frente do tórax.
A qualidade de vida foi avaliada por meio do questionário 
Short Form Health Survey (SF-12). Foi composto por 12 itens 
de autodiagnóstico que avaliam a dor, aspectos físicos, 
funcionais e biopsicossociais, incluindo a autopercepção sobre 
seu estado de saúde atual12. Por
Para fins de comparação, o questionário foi aplicado em 
dois momentos distintos, na primeira avaliação e 3 
semanas após o término do programa de reabilitação.
Protocolo de Reabilitação Cardiopulmonar
O protocolo de reabilitação cardiopulmonar está descrito na 
Tabela 1. Em resumo, todas as sessões consistiram de exercícios 
aeróbicos, resistidos e respiratórios. O treinamento aeróbico foi 
realizado em bicicleta estacionária durante 20 a 30 minutos com 
cadência para manter uma intensidade entre 50% a 80% da 
frequência cardíaca de reserva9. O treinamento resistido para os 
principais grupos musculares dos membros superiores e 
inferiores foram realizados com halteres ou pesos de tornozelo 
(10 a 20 repetições em 2 a 3 séries)6. Os exercícios de expansão 
pulmonar foram fornecidos orientando o paciente a inspirar ao 
máximo pelo nariz até a capacidade pulmonar total, com e sem 
controle de estimulação, segurar por três segundos e expirar 
lentamente pela boca com os lábios franzidos. Os exercícios foram 
realizados sentado e em decúbito dorsal para fornecer diferentes 
estímulos ao diafragma. O manejo da ansiedade foi fornecido 
durante as crises de tosse e desconforto respiratório13.
Resultados
Este estudo relata o caso de um paciente ex-tabagista 
encaminhado para reabilitação cardiopulmonar após alta 
hospitalar por infecção por COVID-19, necessitando de 
suplementação de oxigênio devido à SpO2 abaixo de 90% em 
ar ambiente. O paciente relatou que inicialmente precisava 
aumentar sua oferta de oxigênio para realizar higiene pessoal 
básica. Além disso, ao tomar banho, ele teve que se sentar em 
uma cadeira devido ao cansaço. O paciente autoadministrou 
sua medicação broncodilatadora durante o período de 
reabilitação, e optou por interromper seu uso queixando-se 
de intensificar as crises de tosse.
Durante os exercícios terapêuticos, a oferta de oxigênio foi 
continuamente ajustada de acordo com a necessidade do 
paciente, com uma SpO2 alvo ≥ 93%. Cada exercício (Tabela 1) 
foi realizado de acordo com a capacidade do paciente, de 
modo que constantemente obtínhamos feedback do paciente 
para manter um estímulo desafiador sem piora dos sintomas. 
Por exemplo, o paciente apresentava crises constantes de 
tosse intensa e improdutiva com pequenos esforços, que 
melhorou ao longo da reabilitação. Após a quarta semana de 
tratamento, o paciente conseguiu manter SpO2 adequada em 
repouso e pequenos esforços em ar ambiente, sem sinais de 
desconforto respiratório. O processo de desmame do 
oxigênio suplementar foi concluído na 5ª semana de 
reabilitação.
3
Souza e col. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2022;27:e0247 Reabilitação pós Covid-19
Tabela 1 -Protocolo de reabilitação cardiopulmonar para paciente do sexo masculino, 58 anos, pós-COVID.
Tipo de exercício Exercícios Progressão/Carga Intensidade/duração
2 a 4 kg (peso do tornozelo) + ajuste da cadência do ciclismo para 
corresponder a 50% a 80% da frequênciacardíaca de reserva.
20 a 30 minutos; 2 vezes por 
semana.
Exercício aeróbico Bicicleta estacionária.
Treinamento de resistência
para membros inferiores
Flexão do quadril; flexão plantar; abdução do quadril; Extensão do 
joelho; Agachamento.
10 a 20 repetições; 2 a 3 
conjuntos; 2 vezes por semana.
2 a 4 kg (peso do tornozelo).
Treinamento de resistência
para membros superiores
Elevação do ombro; Flexão do cotovelo; Flexão do cotovelo 
com elevação do ombro; Abdução e adução do ombro.
10 a 20 repetições; 2 a 3 
conjuntos; 2 vezes por semana.
2 a 4 kg (halteres).
Expansão pulmonar
exercícios
Exercícios de expansão pulmonar; respiração compassada; lábios 
franzidos respirando.
10 a 20 repetições; 2 a 3 
conjuntos; 2 vezes por semana.
Aumente as repetições com melhor desempenho.
Mesa 2 -Descrição dos sinais vitais e distância percorrida para o Teste de Caminhada de 6 Minutos antes e após a reabilitação cardiopulmonar.
Avaliação (inicial)
3
94
90
35
100/90
Avaliação (Final)
7
86
135
38
130/80
Reavaliação (inicial)
0
94
94
27
120/80
Reavaliação (Final)
3
79
120
28
120/75
Escala de Borg modificada
SpO2 (%)
PR (ppm)
RR (bpm)
PA (mmHg)
Distância percorrida (m)
% da distância percorrida prevista
320
71
480
106
PR = frequência de pulso; FR = frequência respiratória; PA = pressão arterial.
A cirtometria torácica mostrou expansão torácica 
inicial de 2,0 cm, 0,5 cm e 1,0 cm para as regiões axilar, 
xifóide e décima segunda costela, respectivamente. Após a 
reabilitação cardiopulmonar, as medidas do processo 
axilar e xifóide apresentaram aumentos de 3,0 cm, 2,0 cm 
respectivamente; as regiões da décima segunda costela 
mantiveram o valor inicial.
A Tabela 2 descreve os sinais vitais e a distância percorrida 
no TC6 antes e após a reabilitação cardiopulmonar. A 
distância prevista foi de 453 m. Inicialmente o paciente 
conseguiu caminhar 320 m (71% da distância prevista), com 
oxigênio suplementar. O teste teve que ser interrompido duas 
vezes, após o primeiro minuto, onde o paciente descansou 
sentado em uma cadeira por um minuto, e no quinto minuto, 
o teste sendo interrompido em seguida, o cronômetro do 
relógio não foi pausado em nenhum momento. Ou seja, o 
paciente caminhou por um total de quatro minutos. Na 
reavaliação, o paciente caminhou 480 m (106%), em ar 
ambiente e sem interrupção.
A Tabela 3 mostra os resultados do TSST antes e 
após a reabilitação cardiopulmonar. Inicialmente o 
paciente realizou 14 repetições, relatando percepção 
de esforço de 9. Na reavaliação, o paciente conseguiu 
realizar 19 repetições com percepção de esforço de 7.
A Tabela 4 mostra os escores detalhados obtidos no 
SF-12 antes e após a reabilitação cardiopulmonar. Em 
linhas gerais, três semanas após o término da reabilitação, 
sentiu-se mais disposto, não relatou dispneia
com pequenos a moderados esforços, e era capaz de realizar 
atividades de vida diária sem interrupção ou apoio.
Tabela 3 -Descrição da percepção subjetiva de esforço e 
repetições para o teste de sentar e levantar de 1 minuto antes e 
após a reabilitação cardiopulmonar
Avaliação
9
Reavaliação
7Percepção subjetiva de esforço
Repetições (n°) 14 19
Tabela 4 -Descrição dos Escores do Short Form Health Survey 
(SF-12) antes e três semanas após o término do programa de 
reabilitação cardiopulmonar.
Itens
1 - Estado de saúde
2 - Atividades moderadas
3 - Subir escadas
4 - Fez menos do que gostaria
5 - Dificuldade no trabalho
6 - Sentiu-se menos motivado
7 – Menos cuidado
8 - Influência da dor
9 - Calmo / Silencioso
10 - Sentiu mais energia
Avaliação
4 (justo)
1 (Sim, muito limitado)
1 (Sim, muito limitado)
1 (Sim)
1 (Sim)
1 (Sim)
1 (Sim)
1 (Nada)
4 (Algumas vezes)
4 (Algumas vezes)
Reavaliação
2 (muito bom)
3 (Não, não limitado)
3 (Não, não limitado)
2 (Não)
2 (Não)
2 (Não)
2 (Não)
1 (Nada)
2 (Na maioria das vezes)
1 (O tempo todo)
11 – Desanimado/
Depressivo
4 (Algumas vezes) 5 (um pouco do tempo)
12 – Interferência nas 
Atividades Sociais
1 (O tempo todo) 3 (Algumas vezes)
Pontuação final 24 28
4
Souza e col. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2022;27:e0247 Reabilitação pós Covid-19
Discussão à posição inicial é uma atividade essencial que permite que 
outras atividades sejam realizadas com segurança. Antes de 
iniciar a reabilitação, o paciente era capaz de realizar apenas 
14 repetições, o que provavelmente é encontrado em 
pacientes idosos com doença pulmonar obstrutiva crônica11. 
Após a reabilitação, o paciente realizou 19 repetições, o que é 
semelhante ao alcançado (20 ± 4) por indivíduos saudáveis 
com idade de 62,80 ± 7,6511. Uma vez que o paciente é ex-
fumante, esses resultados são promissores.
Após a alta hospitalar, pacientes pós-COVID-19 também 
adquirem outras disfunções multissistêmicas além das queixas 
cardiopulmonares5. Além disso, pacientes com doenças 
cardiopulmonares são mais propensos a serem afetados por um 
estilo de vida sedentário. Se não for bem administrado, outros 
problemas relacionados podem surgir, incluindo aumento da 
incapacidade, redução da qualidade de vida, depressão, ansiedade 
e morte prematura20. Assim, a reabilitação cardiopulmonar deve 
estar mais prontamente disponível para esses pacientes. Apesar 
da importância de um programa baseado em exercícios, outros 
profissionais de saúde são necessários para compor um programa 
integral. Temos em nosso meio a experiência de encaminhar 
alguns pacientes para consulta psicológica. No entanto, uma 
abordagem integral durante todo o curso da terapia poderia 
aumentar a eficácia da reabilitação. Além disso, o paciente deste 
relato de caso queixou-se de perda de peso, que poderia ser 
tratada por um nutricionista.
O objetivo final de uma reabilitação cardiopulmonar é 
restaurar a autonomia do paciente no gerenciamento de 
sua vida diária e, na medida do possível, devolvê-lo às suas 
atividades de trabalho e lazer. Para atingir esses objetivos, 
a reabilitação cardiopulmonar combina treinamento 
aeróbico, resistido, respiratório e aconselhamento7,9. No 
presente caso, o paciente relatou aumento da qualidade 
de vida, o que indica que as melhoras cardiopulmonares e 
funcionais foram traduzidas com sucesso em benefícios na 
vida diária.
Como limitação do estudo, o paciente não realizou teste 
de função pulmonar, como espirometria, nem antes da 
infecção por COVID-19 nem após. Assim, não é possível 
atribuir todos os comprometimentos exclusivamente ao 
processo de hospitalização. Por exemplo, a redução da 
expansão torácica pode ser consequência de lesão pulmonar 
devido a história pregressa de tabagismo. A extensão das 
consequências do COVID-19 em indivíduos previamente 
saudáveis provavelmente será mais conhecida nos próximos 
anos. Além disso, não pudemos conhecer a real extensão da 
melhora da função pulmonar após a reabilitação. Por fim, 
apresentamos um programa de reabilitação cardiopulmonar 
realizado em um ambiente com equipamentos limitados
Este estudo teve como objetivo relatar o caso de um paciente 
do sexo masculino encaminhado para reabilitação 
cardiopulmonar após infecção por COVID-19 com necessidade 
de internação. Ao iniciar a reabilitação, o paciente necessitou 
de oxigênio suplementar e relatou dispneia e tosse seca aos 
mínimos esforços, o que pode ter contribuído para a redução 
da qualidade de vida. Ao final do programa, os objetivos 
propostos foram alcançados e o paciente deixou de necessitar 
de oxigênio suplementar, realizou atividades diárias 
domiciliares sem interrupção por desconforto respiratório e 
relatou melhora da qualidade de vida. Assim, um programa de 
reabilitação baseado em exercícios pode ser eficaz na melhora 
dos sintomas pós-COVID.
No presente caso, a característica mais marcante do paciente 
foi o RR elevado em repouso, provavelmente causado pela 
redução do volume corrente, o que requer um RR aumentado 
para manter o volume minuto adequado14. Uma vez que o dano 
pulmonar e a fibrose reduzem a função pulmonar,incluindo o 
volume corrente15, isso pode ter ocorrido no paciente, como 
sugerido pela cirtometria torácica. Para melhorar essa condição, 
foram prescritos exercícios de expansão pulmonar, com o objetivo 
de reverter as atelectasias, reduzir a carga de retração elástica 
pulmonar e aumentar a força dos músculos respiratórios. Além 
disso, é possível que o treinamento aeróbico e de resistência de 
membros tenha contribuído indiretamente para a melhora das 
variáveis respiratórias16. Durante a reabilitação, visamos o 
treinamento aeróbio em intensidade moderada entre 50 a 80% da 
reserva de frequência cardíaca, que é uma faixa capaz de 
promover adaptações cardiovasculares, pulmonares e físicas9.
Conforme demonstrado na Tabela 2, o paciente 
permaneceu com taquipneia em repouso após seis semanas 
de reabilitação, apesar da melhora significativa. 
Curiosamente, na reavaliação, apresentou FR = 27 bpm em 
repouso, antes de iniciar o TC6, mas não relatou esforço (EMB 
= 0/10), e estava com SpO2 adequada em ar ambiente. É 
possível que o condicionamento muscular respiratório tenha 
melhorado para operar com FR elevado. No entanto, é ideal a 
tentativa de atingir um RR menor, o que poderia ser possível 
com um período maior de reabilitação ou outras intervenções 
reabilitadoras17. Além disso, outros fatores devem ser 
considerados. Por exemplo, sintomas de estresse pós-
traumático não são incomuns em pacientes com COVID-1918, e 
essa condição pode causar taquipneia por mecanismos 
centrais, como ansiedade19.
Nosso programa foi capaz de melhorar a função do 
membro inferior do paciente, avaliada pelo STST (Tabela 3). A 
capacidade de se levantar da posição sentada e retornar
5
Souza e col. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2022;27:e0247 Reabilitação pós Covid-19
e recurso tecnológico, para que outros recursos terapêuticos 
possam estar disponíveis. No entanto, o presente caso 
destaca a eficácia das intervenções baseadas em exercícios.
Assim, conclui-se que o programa de reabilitação 
cardiopulmonar com duração de seis semanas, baseado 
em exercícios, melhorou a função cardiopulmonar e física 
e a qualidade de vida em um paciente pós-COVID com 
comorbidades (ex-fumante, hipertensão e diabetes 
mellitus tipo 2). Mais estudos com amostras maiores são 
necessários para investigar a eficácia de diferentes 
regimes de reabilitação em pacientes pós-COVID.
7.Bolton CE, Bevan-Smith EF, Blakey JD, Crowe P, Elkin SL, 
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Souza JR, participou da concepção do manuscrito, análise e 
interpretação dos dados. Barbosa BS, participou da redação do 
manuscrito e concepção das tabelas. Cavalcante JGT, participou da 
redação do manuscrito, análise, revisão crítica do conteúdo e 
tradução do manuscrito. Santos JTFF, participou da redação do 
manuscrito. Silva RC, participou da análise, revisão crítica do 
conteúdo, tradução do manuscrito. Maraes VRFS, participou dos 
procedimentos legais para submissão de protocolo de pesquisa.
13.Bott J, Blumenthal S, Buxton M, Ellum S, Falconer C, Garrod
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Recebido: 28/09/2021
Aprovado: 25/01/2022
Cite este artigo como:
Souza JR, Barbosa BS, Cavalcante JGT, Santos JTFF, Silva RC, Marães VRFS. Programa de reabilitação cardiopulmonar de curta duração em um pós-
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