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Monique Araujo Ossos do Neurocrânio e Viscerocrânio Os ossos do crânio possuem uma arquitetura única que visa a proteção do encéfalo. São ossos muito compactos e fortes, além de terem um sistema de articulações, chamadas de suturas, que conferem mais estabilidade, o que gera uma junção mais firme e estável. Contudo, os ossos que forma a face são menos compactos, mais frágeis e possuem uma formação única. A maior parte dos ossos do crânio são considerados chatos, também chamados de planos ou laminares. Por esse motivo, esses ossos possuem pouca medula óssea amarela, que é comum em ossos longos, como o fêmur. Essa medula é composta por gordura. Os ossos chatos apresentam medula óssea vermelha, importante para a hematopoiese, processo de formação de sangue. Na face, temos ossos menores e mais frágeis, chamados de ossos da face. Na região anterior, próximo ao nariz, temos os ossos que formam os seios da face, ossos pneumáticos, responsáveis pela formação do muco que umidifica a cavidade nasal. Um detalhe interessante é que pessoas que são acometidos pela sinusite apresentam grandes quantidades de líquidos (muco/inflamação) no interior desses ossos pneumáticos, o que gera dores de cabeça típicas, e que em casos mais graves pode causar infecção e febre. A ideia de neurocrânio remete ao crânio neural, o que protege o encéfalo, parte do Sistema Nervoso Central (SNC). Os ossos do neurocrânio são: - osso frontal (ímpar); - occipital (impar); - esfenoide (ímpar); - etmoide (ímpar); - temporal (par); - parietal (par); Neurocrânio e viscerocrânio Seios Paranasais Monique Araujo Já os ossos que forma o viscerocrânio são: - mandíbula (ímpar); - vômer (ímpar); - zigomático (par); - maxila (par); - palatino (par); - nasal (par); - lacrimal (par); - concha nasal inferior (par); - temporal (par). Os ossos ímpares são únicos, os ossos pares aparecem um de cada lado do neurocrânio. Além disso, o osso temporal faz parte tanto do neurocrânio quanto do viscerocrânio. Isso acontece, pois, parte do osso temporal protege o encéfalo, contudo, parte desse osso abriga o meato acústico externo, região em que o pavilhão articular externo se encontra alojado, a região do ouvido. Nesse mesmo osso também encontramos a articulação com a mandíbula. Em uma visão anterior do crânio, na parte superior, observamos o osso frontal, um osso do neurocrânio, ímpar, que se articula anterior e inferiormente (na frente e para baixo) com ossos nasais, osso maxila e ossos zigomáticos. Na visão lateral é possível perceber que o osso frontal se articula com os ossos temporais e se articula também com o osso esfenoide. Em seguida, observa-se que ele também se articula com os ossos parietais. Já na visão superior, é possível identificar os dois ossos parietais que se Visão geral dos ossos e seus limites Visão Anterior Monique Araujo articulam exatamente no centro do crânio, na área chamada calvária (alto da cabeça). Quando observamos em uma visão lateral, podemos ver que os parietais se articulam com os ossos temporais, com o osso esfenoirde e com o osso occipital. Ainda na visão lateral, vemos o osso esfenoide (osso ímpar que perfaz um caminho interno, e vemos externamente apenas sua asa maior). Os ossos temporais se articulam com o osso esfenoide, o parietal e o occipital, mas também com o zigomático e com a mandíbula. Na articulação com a mandíbula, vemos a única articulação com movimento real. Acidentes Ósseos São elementos variados e que ocorrem em diversos ossos. A exemplo do osso temporal, podemos observar que na parte posteroinferior do osso temporal, encontramos o processo mastoide; seguindo em sentido superior e anterior, encontramos um tipo de forame, chamado meato acústico; abaixo e anteriormente encontramos o processo estiloide do osso temporal e logo acima do meato acústico e em sentido anterior, encontramos o processo zigomático do osso temporal. Visão lateral do crânio Ossos Parietais Monique Araujo Visão Posterior Esse osso contêm o forame magno, local em que a medula espinal abandona a caixa craniana e projeta-se no sentido caudal para a coluna vertebral. Também é possível observar as linhas nucais superior e inferior, a protuberância occipital externa e a crista occipital externa, além de acidentes ósseos importantes para a miologia. Visão Anterior Utilizaremos o nariz como ponto de partida. Inicialmente, é possível observar o násio, considerado a raiz do nariz e os ossos nasais direito e esquerdo. Ao lados os ossos nasais estão os ossos maxilas e ao lado (no interior da órbita dos olhos) estão os ossos lacrimais. Os ossos nasais são bem pequenos e não perfazem toda a estrutura do nariz, sendo complementado pelas cartilagens nasais. Já os ossos maxilas se projetam inferiormente e se expandem lateralmente até se articularem com os ossos zigomáticos, formando a chamada maçã do rosto. A abertura do nariz é chamada de abertura piriforme. Internamente e bem na parte central podemos ver acima a lâmina do osso etmoide e inferior o vômer. Lateralmente, podemos observar as conchas nasais do osso etmoide. As orbitas são formadas pelos ossos etmoide, esfenoide, lacrimal e frontal na parede medial. Seu assoalho é formado pelos ossos maxila, zigomático e palatino. Por cima, a parede lateral é formada pelos ossos zigomático (processo frontal) e asa maior do osso esfenoide. Logo abaixo das órbitas, vemos dois forames chamados de infraorbitais. Na parte inferior da abertura piriforme (logo abaixo da espinha nasal anterior), pode-se identificar a sutura intermaxilar. Abaixo encontramos o osso mandíbula. Em sua parte anteroinferior vemos os forames mentuais, a Monique Araujo protuberância mentual e os tubérculos mentuais. Lateralmente, é possível identificar a cabeça da mandíbula, incisura da mandíbula e o processo coronoide da mandíbula. Os ossos da face são mais sensíveis e menos densos, se comparados aos ossos do crânio. Assim, alguns “formatos” de fratura são comuns em traumas anteriores, como nas fraturas de Le Fort. Em decorrência de trauma, as fraturas podem ser de maior ou menor complexidade. Na Le Fort 1, observa-se fratura apenas no osso maxila inferior. Na Le Fort 2, ocorre uma fratura de forma infraorbital. Já a Le Fort 3 é a considerada mais grave, pois ocorre na região média da órbita, gerando um deslocamento total da face média do crânio, conhecida também como dissociação craniofacial.
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