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Prof. Dr. Rafael Salgado MATERIAL COMPLEMENTAR Microbiologia e Micologia Básica Quando as defesas normais do organismos não são capazes de impedir ou derrotar uma doença, ela frequentemente pode ser tratada por quimioterapia pelo uso de fármacos antimicrobianos. Agem destruindo ou interferindo no crescimento dos microrganismos; os fármacos devem agir dentro do hospedeiro, sem causar dano a ele. Multirresistência. Fármacos Antimicrobianos Fonte: https://nuntiare.sites.uepg.br/2018/ 11/07/a-guerra-perdida-dos-antibioticos/ Fonte: https://pixabay.com/images/id-1853400/ O surgimento da quimioterapia moderna é creditada aos esforços de Paul Ehrlich, na Alemanha, durante a primeira parte do século XX. Enquanto tentava corar as bactérias sem corar os tecidos circundantes, ele especulava sobre alguma “bala mágica” que encontraria e destruiria patógenos de forma seletiva, sem afetar o hospedeiro. Toxicidade seletiva. A História da Quimioterapia Fonte: https://pixabay.com/images/id-102919/ Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Paul- Ehrlich-in-his-laboratory_fig4_49755721 Em 1928, Alexander Fleming observou que o crescimento da bactéria Staphylococcus aureus foi inibido em uma área que circundava a colônia de um bolor que havia contaminado a placa de Petri. A história da Quimioterapia Fonte: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 11. O bolor foi identificado como Penicillium notatum, e seu composto ativo, isolado logo em seguida, foi chamado de penicilina. Colônia bacteriana normal Área de inibição do crescimento bacteriano Colônia de Penicilium Reações inibidoras similares entre colônias em meio sólido são comumente observadas na microbiologia, e o mecanismo de inibição é chamado de antibiose. A história da Quimioterapia Fonte: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 549. Dessa palavra, surgiu o termo antibiótico, substância produzida pelos microrganismos que, em pequenas quantidades, inibe outro microrganismo. Em 1932, descobriu-se que um composto, chamado de vermelho de prontosil, corante contendo sulfanilamida, controlava infecções estreptocócicas em camundongos. A história da Quimioterapia Fonte: https://www.expertreviews.co.uk/technology/7907/top- inventions-and-technical-innovations-of-world-war-2 Durante a Segunda Guerra Mundial, os exércitos aliados utilizaram amplamente esse composto. A descoberta e o uso das sulfas deixaram claro que agentes antimicrobianos práticos poderiam ser eficientes contra infecções bacterianas sistêmicas. Primeiros ensaios clínicos da penicilina (1940). Substituição por Penicillium chrysogenum. Thanks to PENICILLIN ... He Will Come Home! Mais da metade de nossos antibióticos são produzidos por espécies de Streptomyces, bactérias filamentosas que comumente habitam o solo. Alguns poucos antibióticos são produzidos por bactérias formadoras de endósporos, como os Bacillus, e outros são produzidos por bolores, a maioria pertencente aos gêneros Penicillium e Cephalosporium. Antibióticos nos dias atuais Fonte: https://www.creative-diagnostics.com/tag-streptomyces- avidinii-antigens-41.htm Antibióticos nos dias atuais Microrganismo Antibiótico Bastonetes Gram-positivos Bacillus subtilis Bacitracina Paenibacillus polymyxa Polimixina Actinomicetos Streptomyces spp. Anfotericina B, Cloranfenicol, Tetraciclina, Neomicina, Estreptomicina Saccharopolyspora erythraea Eritromicina Micromonospora purpurea Gentamicina Fungos Cephalosporium spp. Cefalotina Penicillium griseofulvum Griseofulvina Penicillium chrysogenum Penicilina Microrganismos identificados e utilizados como fontes de antibióticos. Fonte: Autoria própria. A maioria dos antibióticos em uso hoje foi descoberta por métodos que requeriam a identificação e o cultivo de colônias de organismos produtores de antibióticos, principalmente a partir da seleção de amostras provenientes do solo. Antibióticos nos dias atuais É bastante fácil identificar micróbios em amostras que tenham atividade microbiana; contudo, muitos são tóxicos ou não têm utilidade comercial. Mesmo com os métodos de alto desempenho modernos, nos últimos 40 anos, a pesquisa levou à utilização clínica de apenas alguns novos tipos estruturais de inibidores antimicrobianos. Fonte: https://www.pngwing.com/pt/free-png-dgpql É comparativamente fácil descobrir ou desenvolver fármacos efetivos contra células procarióticas (bactérias) e que não afetam as células eucarióticas dos seres humanos. O problema é mais complicado quando o patógeno tem características eucarióticas, como fungos. As infecções virais também são particularmente difíceis de tratar, uma vez que o patógeno está dentro da célula do hospedeiro. Espectro de atividade antimicrobiana Fonte: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 5. Bactérias Esporângios Célula CD4 +T HIVs (a) SEM (b) (e)SEM SEM 3 50 500 Alguns fármacos têm um espectro restrito de atividade microbiana, ou alcance dos diferentes tipos microbianos que eles podem afetar. A penicilina G, por exemplo, afeta bactérias Gram- positivas, mas apenas algumas poucas bactérias Gram-negativas. Espectro de atividade antimicrobiana Os antibióticos que afetam uma ampla variedade de bactérias Gram-positivas ou Gram-negativas são chamados de antibióticos de amplo espectro. Desvantagem: ação na microbiota do hospedeiro. Patógenos oportunistas! Fonte: https://blog.clinicaconcon.com.br/obesidade/microbiota- intestinal-voce-sabe-o-que-e-e-como-ela-pode-estar-relacionada- obesidade/ Um fator primordial na toxicidade seletiva de ação antibacteriana reside na camada externa de lipopolissacarídeos de bactérias Gram-negativas e nas porinas, que foram canais aquosos através dessa camada. Fármacos que atravessam os canais de porinas precisam ser relativamente pequenos e, preferencialmente, hidrofílicos. Espectro de atividade antimicrobiana Fonte: Adaptado de TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 82 Parede celular Membrana externa Peptideoglicano Membrana plasmática Periplasma Lipoproteína Fosfolipídeo Proteína Proteína porina Eficácia de antimicrobianos em diferentes microrganismos. Espectro de atividade antimicrobiana Espectro de atividade de antimicrobianos Procariotos Micobactérias Gram+ Gram - Isoniazida + - - Estreptomicina + - + Tetracilina +/- + + Penicilina G - + - Eucariotos Fungos Protozoários Helmintos Cetoconazol + - - Mefloquina - + - Niclosamida - - + Fonte: Autoria própria. Os fármacos antimicrobianos podem ser bactericidas (destroem os micróbios diretamente) ou bacteriostáticos (impedem o crescimento dos micróbios). Na bacteriostase, as próprias defesas do hospedeiro destroem o microrganismo. Ação dos fármacos antimicrobianos Fonte: Adaptado de TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 551. 1. Inibição da síntese da parede celular: penicilinas, cefalosporinas, bacitracina, vancomicina. 2. Inibição da síntese proteica: cloranfenicol, eritromicina, tetraciclinas, estreptomicina. 3. Inibição da replicação e transcrição de ácidos nucleicos: quinolonas, rifampicina. 4. Danos à membrana plasmática: polimixina B. 5. Inibição da síntese de metabólitos essenciais: sulfanifamida, trimetoprima. Replicação Transcrição Enzima Tradução DNA mRNA Proteína A penicilina e alguns outros antibióticos previnem a síntese de peptideoglicanos intactos; consequentemente, a parede celular fica enfraquecida e a célula sofre lise. Atinge células bacterianas em crescimento.Inibição da síntese de parede celular Fonte: Adaptado de TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 552. (a) Bactérias em forma de bastonete antes da ação da penicilina (b) A célula bacteriana sofre lise à medida que a penicilina enfraquece a parede celular SEM SEM 1 Células eucarióticas têm ribossomos 80S, enquanto as células procarióticas têm ribossomos 70S. Efeitos adversos: mitocôndria. Inibição da síntese proteica Fonte: Adaptado de TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 553. Sítio de síntese proteica Polipeptídeo em crescimento Polipeptídeo em crescimento Túnel (a) Detalhe tridimensional do sítio de síntese proteica mostrando as subunidades 30S e 50S do ribossomo procariótico RNA mensageiro mRNA Estreptomicina Modifica a conformação da porção 30S, resultando na leitura incorreta do código do mRNA Tetraciclines Interfere no acoplamento do tRNA ao complexo mRNA- ribossomo Cloranfenicol Liga-se à porção 50S e inibe a formação da ligação peptídica Sítio de síntese proteica Ribossomo procariótico 70S Tradução Direção do movimento ribossomal Porção 50S 30S porção tRNA (b) O diagrama indica os diferentes pontos nos quais o cloranfenicol, as tetraciclinas e a estreptomicina exercem suas atividades Os antibióticos compostos por polipeptídeos provocam mudanças na permeabilidade da membrana. Alguns fármacos antifúngicos, como miconazol, se associam aos esteróis da membrana plasmática fúngica e danificam a membrana. Danos à membrana plasmática Fonte: Adaptado de TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 553. SEM 1 Inibição da síntese dos ácidos nucleicos: vários antibióticos interferem nos processos de replicação e transcrição do DNA nos microrganismos. Alguns fármacos com essa atividade apresentam utilidade extremamente limitada. Ação dos fármacos antimicrobianos Fonte: Adaptado de TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 116. Inibição da síntese de metabólitos essenciais: uma atividade enzimática em particular de um microrganismo pode ser inibida competitivamente por uma substância (antimetabólito) que se assemelha ao substrato normal da enzima. Ligação normal do substrato Enzima Substrato sítio ativo Sítio alostérico Sítio ativo alterado Inibidor competitivo Ação dos inibidores enzimáticos Inibidor não competitivo INTERVALO O termo penicilina refere-se a um grupo formado por mais de 50 antibióticos quimicamente relacionados. Anel b-lactâmico, chamado de núcleo. Elas impedem a ligação cruzada entre peptideoglicanos. Carbapenemos. Vancomicina. Antibióticos inibidores da síntese da parede celular Fonte: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 557. (a) Penicilinas naturais Penicilina G (requer injeção) Penicilina V (pode ser administrada oralmente) (b) Penicilinas semissintéticas Oxacilina: espectro restrito, apenas bactérias gram- positivas, mas resistente à penicilinase Ampicilina: amplo espectro, muitas bactérias gram-negativas Núcleo comum Núcleo comum CH2 OCH2 O C NH O S C CH3 CH3 COOH CH CH C N CH O C NH O S C CH3 CH3 COOH CH CH C N CH O C NH O S C CH3 CH3 COOH CH CH C N CH O C NH O S C CH3 CH3 COOH CH CH C N CH C C N C CH3O CH NH2 Anel 𝜷 - lactâmico Anel 𝜷 - lactâmico A isoniazida (INH) é um fármaco antimicrobiano sintético altamente eficiente contra Mycobacterium tuberculosis. O efeito principal é a inibição da síntese de ácido micólico, componente da parede celular encontrado apenas em micobactérias. Antibióticos antimicobacterianos Fonte: https://blog.jaleko.com.br/dia-mundial-da-tuberculose-saiba-tudo- sobre-a-bk-pulmonar/parede-celular-de-mycobacterium-tuberculosis/ Parede celular de Mycobacterium tuberculosis Porina Lipoarabinomanana Glicolipídeos Ácidos micólicos Arabinogalactana Peptideoglicano Membrana celular O cloranfenicol inibe a formação de ligações peptídicas nas cadeias nascentes de polipeptídeos; subunidade 50S. O antibiótico é relativamente barato e tem amplo espectro de ação. É sintetizado quimicamente, mais vantajoso do que isolar de Streptomyces. Efeitos adversos graves: supressão da atividade da medula óssea. As tetraciclinas interferem na ligação do tRNA, impedindo a adição de aminoácidos. Eficazes contra bactérias Gram-positivas e negativas; amplo espectro de ação. Viés: superinfecção. Antibióticos inibidores da síntese proteica Fonte: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 560. Fonte: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 561. O O N OH CH CH2OH CH NH O C CHCI2 H3C OH OH O CH3 N CH3 OH OH OH O NH2 C OCloranfenicol Tetraciclina Os antibióticos lipopeptídicos agem na biossíntese de ácidos graxos. Gram-positivas: daptomicina, infecções cutâneas. Gram-negativas: polimixina B, tratamento originário para Pseudomonas, encontrada em pomadas antissépticas. Antibióticos causadores de danos à membrana plasmática Fonte: Adaptado de TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 296. Fonte: https://st.depositphotos.c om/1806346/2432/i/950/d epositphotos_24322231- stock-photo-white-tube- with-ointment-or.jpg Rifamicinas: rifampicina, inibem a síntese de mRNAs, aplicação contra tuberculose, alta capacidade de penetração de tecidos. Efeito adverso: urina, fezes, suor, saliva e até lágrimas com coloração vermelho-alaranjada. Fluoroquinolonas: inibição seletiva de enzimas necessárias para a replicação do DNA; ciprofloxacina, amplamente utilizado, infecções por antraz, infecções urinárias e certos tipos de pneumonia. Antibióticos inibidores da síntese de ácidos nucleicos / inibição competitiva Inibição competitiva de metabólitos essenciais Sulfonamidas: estruturalmente similares a um precursor do ácido fólico (PABA, ácido paraminobenzoico), o que permite que eles se liguem competitivamente à enzima destinada. São bacteriostáticos e não afetam células humanas. Trimetropim / sulfametoxazol. Principal alvo: esteróis. Membrana fúngica: ergosterol / Membrana animal: colesterol. Quando síntese de ergosterol é bloqueada, a membrana torna-se excessivamente permeável, levando à morte da célula. Miconazol / cetoconazol. Paredes celulares: B-glicano (composto exclusivo fúngico). Ácidos nucleicos: biossíntese de RNA (enzima ausente em mamíferos). Fármacos antifúngicos Fonte: https://maissoja.com.br/morfolina- conheca-um-pouco-mais-sobre-esse-fungicida- e-como-ele-pode-ajudar-no-manejo-da-soja/ Parede celular Membrana celular Ergosterol B-1,3 Glucana sintase Entrada e fusão. Desnudamento e síntese de ácidos nucleicos (aciclovir). Montagem e saída. Produção de interferon. Antirretrovirais. Fármacos antivirais Fonte: Adaptado de TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 566.Guanina O C HN C C N CH NN CH2N Guanina O C HN C C N CH NN CN2N HOCH2 O H H HH HO H HOCH2 CH2 CH2 O Desoxiguanosina Aciclovir Fosfato Timidina- cinase normal Nucleotídeo guanina DNA- -polimerase Incorporado ao DNA Nucleosídeo Timidina-cinase em uma célula infectada por vírus Fosfato Aciclovir (análogo de nucleosídeo) Falso nucleotídeo (trifosfato de aciclovir) DNA-polimerase bloqueada por um falso nucleotídeo. A síntese de DNA é interrompida. Diferentes espécies e linhagens microbianas têm graus distintos de suscetibilidadea agentes quimioterápicos. Além disso, a suscetibilidade de um microrganismo pode se alterar com o tempo, mesmo durante o tratamento com um fármaco específico. Entretanto, se os organismos já foram identificados, certos fármacos podem ser selecionados sem que testes específicos de suscetibilidade sejam feitos. Testes para orientar a quimioterapia Fonte: https://www.goiania.go.go v.br/testagem-de- antigeno-da-covid-19- chega-a-regiao-sudoeste/ Os testes são necessários quando a suscetibilidade não é previsível ou quando surgem problemas relacionados à resistência aos antibióticos. Provavelmente o método de teste mais amplamente utilizado, embora não seja necessariamente o melhor, é o método de disco-difusão, também conhecido como teste de Kirby-Bauer. Após a semeadura padronizada do organismo a ser testado, são adicionados discos de filtro de papel impregnados com agentes terapêuticos em concentrações conhecidas. Zona de inibição. Métodos de difusão Fonte: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 568. O diâmetro da zona de inibição é comparado a uma tabela padronizada. Classificação: sensível, intermediário ou resistente. Um método mais avançado, o teste E, permite que a concentração inibidora mínima (CIM) seja estimada. Uma tira plástica contém um gradiente de concentrações de um determinado antibiótico. Métodos de difusão Fonte: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 568. CIM Frequentemente útil na determinação da CIM e da concentração bactericida mínima (CBM). Se o crescimento ocorrer nesse caldo, isso significa que o fármaco não era bactericida, e a CBM pode ser então medida. Testes de diluição em caldo Fonte: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 569. Concentração do fármaco nas placas MenorMaior Doxiciclina (As manchas brancas demonstram que ocorreu crescimento em todos os poços; a bactéria é resistente) Sulfametoxazol (Decréscimo gradual; normalmente avaliado no poço onde foi observada uma redução estimada de 80% no crescimento) Estreptomicina (Não houve crescimento em nenhum poço; a bactéria é sensível em todas as concentrações) Etambutol Canamicina (Crescimento em quatro poços; a bactéria é igualmente sensível ao etambutol e à canamicina) Quando o microrganismo é exposto a um novo antibiótico pela primeira vez, a suscetibilidade tende a ser elevada, assim como sua taxa de mortalidade. Nessas condições, apenas alguns sobrevivem dentro de uma população de bilhões de indivíduos. Os sobreviventes normalmente apresentam alguma característica genética responsável por sua sobrevivência, de forma que sua progênie é igualmente resistente. Um termo adotado para essas bactérias é células persistentes. Mutações aleatórias: transferência horizontal. Resistência a fármacos antimicrobianos Fonte: https://biologiaparabiologos.com.br/resistencia-bacteriana-bpb/ 1 2 3 4 Conjugação e Transdução Na transdução, o material genético é transferido a partir de um bacteriófago. Na conjugação, o processo é intermediado pela transferência de plasmídeos. Fonte: Adaptado de TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 363. Cromossomo bacteriano Ponte de conjugação Fator F Replicação e transferência do fator F RECOMBINAÇÃO Célula F+ Célula F- Célula F + Célula F- Fonte: Adaptado de TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 229 e 230. Capsídeo (cabeça) Bainha 65 nm DNA Fibra de cauda Pino Placa basal TEM 80 nm Existem apenas alguns mecanismos principais pelos quais as bactérias se tornam resistentes a um agente quimioterápico. Acinetobacter baumanii Mecanismos de resistência Fonte: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 570. 1. Bloqueio da entrada 2. Inativação por enzimas 3. Alteração da molécula-alvo Antibiótico Antibiótico Antibiótico Molécula-alvo alterada Ação enzimática Antibiótico inativado 4. Fluxo do antibiótico Afetam principalmente os antibióticos naturais, como as penicilinas e as cefalosporinas. Esses fármacos, assim como os carbapenemos, compartilham uma estrutura, o anel b- lactâmico, alvo das enzimas b-lactamases que o hidrolisam seletivamente. Induziu a modificação da molécula básica da penicilina. O primeiro desses fármacos resistentes à penicilina foi a meticilina, no entanto, a resistência surgiu rapidamente. Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA). Destruição ou inativação enzimática do fármaco Fonte: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 558. Anel 𝜷 - lactâmico Ácido peniciloicoPenicilina PenicilinaseR O C NH CH CH S CH3 C CH COOHNC O CH3 R O C NH CH CH S CH3 C CH COOHNCO CH3 OH H Bactérias Gram-negativas são relativamente mais resistentes a antibióticos devido à natureza de suas paredes celulares. Alguns mutantes bacterianos modificaram a abertura das porinas, de forma que os antibióticos são incapazes de entrar no espaço periplasmático. Talvez ainda mais importante, quando as b-lactamases estão presentes no espaço periplasmático, o antibiótico que entra é degradado antes que ele consiga penetrar na célula. Prevenção da entrada no sítio-alvo Fonte: https://blog.jaleko.com.br/como- e-feito-o-metodo-de-gram/. Porina Lipoproteína Lipopolissacarídeo Peptideoglicano Membrana celular Membrana externa A síntese de proteínas envolve o movimento de um ribossomo ao longo de uma fita de mRNA. Diversos antibióticos utilizam um mecanismo de ação que inibe a síntese proteica nesse sítio. MRSA: modificação da proteína de ligação à penicilina (PBP) presente na membrana da célula bacteriana. Os antibióticos b-lactâmicos atuam ligando-se à PBP, a qual é necessária para o início da ligação cruzada entre peptídeoglicano e formação da parede celular. Contudo, a PBP adicional permite a síntese da parede celular. Alteração no sítio-alvo do fármaco Fonte: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 82. N-acetilglicosamina (NAG) N-acetimurâmico (NAM) Cadeia lateral de aminoácido Ponte cruzada de aminoácido Cadeia lateral tetrapeptídica Ponte cruzada peptídica NA M Ligação peptídica Certas proteínas na membrana plasmática de bactérias Gram-negativas agem como bombas que expelem os antibióticos, impedindo que alcancem uma concentração efetiva. As bactérias normalmente apresentam muitas dessas bombas de efluxo para eliminar substâncias tóxicas. Efluxo rápido (ejeção) do antibiótico Fonte: NOGUEIRA, H. S. et al. Antibacterianos: principais classes, mecanismos de ação e resistência. Montes Claros, v. 18, n.2 – jul./dez. 2016. Antibiótico A Antibiótico B Redução do influxo Inativação enzimática Alteração do sítio de ligação Expressão de bombas de efluxo Receptor-alvo Antibiótico C Aumento da produção enzimática alvo. Redução da produção de estruturas alvo. Possibilidade de que esses mutantes resistentes possam substituir de modo gradativo as populações normais suscetíveis. Variações dos mecanismos de resistência Fonte: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 572. Início da terapia antibiótica Resistência da população bacteriana ao antibiótico mensurada pela quantidade de antibiótico necessária para controlar o crescimento 108 B a c té ri a s ( n ú m e ro /m L ) 107 106 105 104 103 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 10 20 30 40 50 Dias R e s is tê n c ia a o a n ti b ió ti c o (m g /m L ) Sinergismo: o efeito quimioterápico de dois fármacos administrados simultaneamente algumas vezes é mais intenso que o efeito da administração isolada de cada um deles. Tratamento de endocardite: o dano à parede celular bacteriana, causado pela penicilina, facilita a penetração intracelular da estreptomicina. Efeito da combinação de fármacos Antagonismo: o uso simultâneo é menos eficiente que o uso isolado. Fonte: Adaptado de TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017, pág. 574. Área de inibição sinérgica, clara Área de crescimento, opaca Disco contendo o antibiótico combinado amoxicilina-ácido clavulânico Disco contendo o antibiótico aztreonam O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) estima que, nos Estados Unidos, 30% das prescrições de antibióticos para o tratamento de infecções do aparelho auditivo, 100% das prescrições para o resfriado comum e 50% para prescrições para dores de garganta, foram desnecessárias ou inapropriadas para tratar os patógenos em questão. O desenvolvimento de novos fármacos para substituir aqueles que perderam a eficácia é extremamente caro. Profissionais da saúde devem evitar prescrições desnecessárias e garantir que a escolha e a dosagem sejam apropriadas à situação. Uso inadequado de antibióticos e prevenção da resistência Fonte: https://guiadafarmacia. com.br/projeto-visa- liberar-venda-de- antibioticos-sem- prescricao-medica/. BUTEL, Janet S; MORSE, Stephen A; BROOKS, Geo F. Microbiologia médica de Jawetz, Melnick e Adelberg. 26. ed. Porto Alegre - RS: AMGH, 2014.(Minha Biblioteca). LEVINSON, Warren. Microbiologia médica e imunologia. Porto Alegre: AMGH, 2016.(Minha Biblioteca). TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L. Microbiologia. Porto Alegre: ArtMed, 2017. (Minha Biblioteca). Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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