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ANÁLISE CRÍTICA INSTITUCIONAL E A QUESTÃO SOCIAL EM RELAÇÃO A INTERSETORIALIDADE RESUMO Este trabalho tem por objetivo apresentar uma percepção sucinta sobre a realidade vivenciada em estágio, destacando a saúde pública brasileira, e as questões sociais no que diz respeito a intersetorialidade, tratando-se de mecanismos de gestão e integração de ações, saberes e esforços de diferentes setores da política pública, com o objetivo de construir objetos comuns de intervenção entre eles, para que se tenha uma maior resolutividade nos problemas sociais do usuário, trabalhando em rede. Palavras-chave: Intersetorialidade; questão social; serviço social 1. INTRODUÇÃO A definição de saúde possui implicações legais, sociais e econômicas dos estados de saúde e doença; sem dúvida, a definição mais difundida é a encontrada no preâmbulo da Constituição da Organização Mundial da Saúde: saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças O Ministério da Saúde, reconhece que as responsabilidades do assistente social na saúde pública são: Através do atendimento ao usuário, compreendendo a situação e fazendo os encaminhamentos adequados; informar e mobilizar o usuário acerca de seus direitos e de seu papel como cidadão, assim as demandas atendidas nas unidades de saúde da família, que envolve desde das várias questões sócias, e não só a questão da doença, que variam desde da fome, violência, até negligencias contra idosos, crianças e mulheres, nessas situações visa que, para que se tenha uma melhor resolução, trabalhar em conjunto a assistência social com os vários outros programas sociais Com a constituição federal de 1988, veio a conquista dos direitos sócias, que foram eles: trabalhistas; igualdade de gêneros, saúde, assistência social, educação, dentre outros. A saúde como exemplo está garantida em lei no art. 196 da constituição federal que determina que a saúde é direitos de todos os cidadãos e dever do estado, muitos direitos foram garantidos, e com isso a importância de envolver um conjunto de políticas para que não só a saúde momentânea seja resolvida daquele cidadão, mais que seja trabalhada a sua questão social, na qual o levou a adoecer em conjunto com as demais redes. Tem visto-se a necessidade de afirmar o caráter da integralidade, observando a totalidade dos sujeitos diante de suas necessidades, de forma que não se negue a fragmentação das ações e a falta de autonomia dos mesmos. [...] não se reduz ao mero repasse de dados sobre as normas e recursos legais; é uma informação transmitida sob a ótica do direito social, em que os sujeitos individuais e coletivos são reconhecidos em suas necessidades coletivas e demandas legítimas, considerando a realidade macrossocial de que eles são parte e expressão. (IAMAMOTO apud MIOTO e SCHUTZ, 2011, p.19) Em consonância a esse pensamento, Iamamoto (2010) aponta que a questão social é indissociável da sociabilidade capitalista e que na sociedade burguesa a gênese da questão social deriva do caráter coletivo da produção contraposto à apropriação privada da própria atividade humana, esta condensaria então o conjunto das desigualdades e lutas sociais, produzidas e reproduzidas no movimento contraditório das relações sociais, tendo alcançado a plenitude de suas expressões e matizes em tempo de capital fetiche. A necessidade de dar maior eficiência e eficácia às ações promovidas por tais políticas e a urgência em ampliar a resolutividade às expressões da questão social, fez com que a estratégia da intersetorlidade assumisse relevância tanto em nível da retórica, quanto como conteúdo obrigatório dos planos, programas e projetos. Segundo George Gray, para erradicar a pobreza extrema, os setores precisam ser reestruturados, pois o atual formato impede políticas públicas holísticas que abordem as causas dos problemas e suas múltiplas dimensões. Na contemporaneidade o Sistema Único de Saúde(SUS), possui muitos desafios no que diz respeito a um atendimento com maior efetividade, eficácia eficiência. Nesta breve analise abordaremos a efetividade de se trabalhar a questão social como um todo nos diversos níveis da intersetorialidade, trabalhando em rede para que se tenha uma melhorar resolutividade da situação do usuario em si. Tomando como ponto de partida, a literatura segundo Santos (2008), conceitua a questão social: Compreender a “questão social” como expressão das desigualdades sociais oriundas do modo de produção capitalista é uma clara inflexão nos fundamentos do debate instaurado pelas ciências sociais. Este toma, como argumento central para a abordagem da “questão social”, as mudanças nas formas de “solidariedade” ou “coesão social”, donde desaparecem as conexões mais essenciais da constituição desses valores como complexos historicamente determinados da sociabilidade. (SANTOS, 2008 p. 26). Áreas, como Assistência Social, Educação e Saúde, possuem dados que se utilizados de maneira integrada, e com ações pensadas em conjunto, farão com que os diferentes setores que lidam com as vulnerabilidades e fragilidades multifacetadas – de natureza e aspectos diversos – dos núcleos familiares, encontrem saídas e soluções coletivas a partir destas ações intersetoriais. Trabalhando em conjunto, as ações terão maior resolutividade e menos desgaste em relação a usuário e profissional. A seguir apresentaremos a análise institucional no campo de estágio na Unidade de Saúde da Família Centro - USF de Solidão - PE, acompanhando o tratamento da saúde dos usuários; e analisando a questão social como um todo. 2. DA ANÁLISE INSTITUCIONAL A Unidade de Saúde da Família Centro-USF, na qual recebe uma grande demanda de usuários, sendo a assistente social solicitada para acompanhar alguns casos, sendo eles: autonegligência de idosos e adultos, negligência contra crianças e adultos da terceira idade entre outros, indenticou-se que as questões sociais, as quais foram acompanhadas, precisam não só do tratar a questão em si, mas que fossem feitos estudos de casos para que todas os setores como a educação, assistência e saúde trabalhem em conjunto para ter uma maior resolutividade da questão social em um conjunto, todas essas políticas trabalhando em conjunto para uma melhor qualidade de vida do cidadão, cada uma com sua responsabilidade, assim os direitos estariam sendo garantidos de uma forma mais efetiva. Assim, o assistente social junto com equipe multidisciplinar, identificar os casos, fazer o estudo desse cidadão junto com as outras instituições e ver a melhor forma de se trabalhar em conjunto de acordo com as necessidades do usuário. O acompanhamento das ações e metas constitui-se enquanto estratégia essencial e permanente, que indica o comprometimento com o cidadão, na garantia de seus direitos, é essencial que a população seja orientada e tenha autonomia em relação aos seus direitos para que lutem por eles, para que sua consolidação e aprimoramento sejam melhores desenvolvidos. BIBLIOGRAFIA A questão social no capitalismo-uma análise do seu conceito na contemporaneidade Disponivel.em..https://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinpp2013/JornadaEixo2013/anai s-eixo5 Acessado em: maio de 2013 JUNQUEIRA, Luciana A. Prates. A gestão intersetorial das políticas sociais e o terceiro setor. Saúde e Sociedade, v.13, nº 1, 2004. Disponível em: . Acessado em: 20 fev. de 2013. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social. Política Nacional de Assistência Social. PNAS/2004. Norma Operativa Básica – NOB/SUAS. Disponível em: https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/PNA S2004.pdf. Acesso em 04 de maio de 2019. http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinpp2015/pdfs/eixo3/intersetorialidade-politica- de-saude-e-servico-social_-um-processo-de-acoes-na-busca-da-integralidade.pdfSANTOS, Josiane Soares. Particularidades da “Questão Social” no Capitalismo Brasileiro. Tese de Doutourado em Serviço Social. Rio de janeiro, 2008. Disponível em DOWNLOAD: http://livros01.livrosgratis.com.br/cp062620.pdf. Acesso em 22 de maio de 2020.
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