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Distúrbios circulatórios Edema • A água é encontrada em compartimentos extracelulares na forma de fluido intersticial e em compartimentos intracelulares (2/3) • É o excesso de líquido intracelular ou extracelular • Edema intracelular • Edema extracelular • Edema intersticial • Acúmulo de líquidos em cavidades - derrame pleural (hidrotórax), pericárdico (hidropericárdio), peritonial (ascite/hidroperitônio) e articular • Edema generalizado – anasarca, sendo caracterizado por inchaço dos tecidos subcutâneos e acúmulo de fluido nas cavidades corporais • A diferença de pressão estimula a saída do líquido para fora (pressão hidrostática vascular) e a entrada de líquido para dentro do vaso (pressão coloidosmótica – proteínas plasmáticas) • A pressão hidrostática > pressão coloidosmótica – ocorre um pequeno fluxo líquido de saída de fluido para o espaço intersticial, sendo drenado pelo sistema linfático que retorna a circulação sanguínea via ducto torácico • Doença de Khasiohcor Causas do edema • Aumento da pressão hidrostática – hipervolemia sistêmica (insuficiência cardíaca, renal, hiper-hidratação), compressão ou obstrução venosa • Diminuição da pressão coloidosmótica – hipoproteinemia (insuficiência hepática, desnutrição proteica, síndrome nefrótica, grandes queimaduras) • Impedimento a drenagem linfática – linfangite, l infadenite, neoplasias e iatrogenia • Aumento da permeabilidade vascular – inflamação aguda Tipos de edemas • Transudato – pobre em proteínas • Densidade < 1,012 • Aumento da pressão hidrostática ou coloide intravascular reduzida • Exsudato – líquido espesso rico em proteínas • Densidade > 1,020 • Aumento da permeabilidade • Sinal de Cacifo – presente em casos de edemas mais avançados • A presença do “buraquinho” indica um edema Hiperemia e congestão • Associadas ao aumento do volume sanguíneo nos tecidos • Hiperemia – é um processo ativo que ocorre por dilatação arteriolar e pelo aumento do influxo sanguíneo • Hiperemia ativa • Hiperemia passiva/congestão – é associada as doenças • Os tecidos hiperêmicos são mais avermelhados do que o normal devido ao ingurgitamento com sangue oxigenado • Congestão – é um processo passivo que ocorre por déficit da drenagem (principalmente venosa) • As veias apresentam paredes finas e ocorre o extravasamento de líquido, formando edema (pressões intravasculares elevadas) Yarlla Cruz • Sistêmica (insuficiência cardíaca) ou obstrução venosa isolada (varizes) • Os tecidos apresentam uma coloração azul-avermelhada anormal (cianose) • Congestão crônica – a perfusão tecidual inadequada e a hipóxia podem levar à morte celular parenquimatosa e a fibrose tecidual secundária Hemorragia • É o extravasamento de sangue • Causas – traumas, congestão crônica, ruptura de aneurismas (podem ser adquiridos por aterosclerose) • Diáteses hemorrágicas – significa que o risco de sofrer hemorragia é maior, sendo associada aos casos de plaquetopenia, de insuficiência hepática (redução dos fatores de coagulação), distúrbios genéticos (hemofilia), medicamentos (antiagregantes plaquetários), CIVD (casos de sepse) Classificação das hemorragias • Petéquias – são puntiformes (no máximo 2 mm) • São hemorragias dentro da pele, membranas mucosas ou superfícies serosas • Púrpuras – são maiores que 3 mm • Equimose – são maiores que 1 cm e apresentam alterações características de cor • Hematoma – coleções localizadas e volumosas • Hemorragia nas cavidades – hemotórax, hemopericárdio (infarto transmural), hemoperitônio ou hemartrose (articulações) Trombose • É a contraparte patológica da hemostasia – formação de trombos em casos intactos • Pode se formar em qualquer vaso e até mesmo no coração Tríade de Virchow • Indica a predisposição para a trombose Lesão endotelial – é associada a vasculite, aterosclerose, traumas, lesão endocárdica • A perda do endotélio expõe a matriz extracelular, estimulando a agregação plaquetária • No coração, a lesão ocorre no endocárdio • A disfunção endotelial está associada a hipertensão, fluxo sanguíneo turbulento, produtos bacterianos, lesão por radiação, anormalidades metabólicas, como homocistinúria e hipercolesterolemia, e por toxinas absorvidas da fumaça do cigarro Alterações do fluxo sanguíneo – estase (sangue parado) ou turbilhonamento (sangue em movimento) que favorecem a agregação plaquetária; retirada do fluxo laminar • Estase – imobilidade prolongada (acidentes, cirurgias, doenças crônicas em geral), status pós-IAM (formação de um trombo mural – aderido a parede do coração), varizes (o sangue não circula adequadamente, causando uma congestão) • Permite que plaquetas e leucócitos entrem em contato com o endotélio quando o fluxo é lento • Torna lenta a eliminação dos fatores de coagulação ativados e impede o influxo de inibidores de fator de coagulação • Turbilhonamento – placas ateroscleróticas, aneurismas, MAVs (Má formação arteriovenosa) e tumores vasculares Hipercoagulabilidade – propensão a coagular • Primária (fator genético herdado) – mutação do fator V da cascata de coagulação, mutação dos genes da protrombina, deficiência de antitrombina III, de proteína C ou proteínas S Yarlla Cruz • Secundária (adquirida) – câncer, CIVD, SAF (Síndrome Anti-Fosfolípede) • Linhas de Zanh – trombo organizado e crônico, linhas de fibrina e de hemácias • Sua presença pode distinguir geralmente entre trombose ante mortem e os coágulos não laminados brandos formados em estado post mortem Caminhos do trombo • Dissolução – pode se dissolver sozinho • Ativação dos fatores fibrinolíticos • Embolização – o trombo pode se soltar e ir para outros lugares • Trombo mural - pode ficar aderido a parede do vaso • Organização e recanalização - pode se recanalizar, formando buracos no meio do trombo, originando novas luzes • Formação de canais capilares que criam condutos ao longo da extensão do trombo, restabelecendo portanto a continuidade do lúmen original • Propagação - o trombo aumenta lateralmente por acréscimo de plaquetas e fibrina • Aumentam a margem de oclusão ou embolização vascular • Trombose arterial/cardíaco – surgem em locais de lesão endotelial ou turbulência • São trombos ricos em plaquetas • Trombose venosa – ocorrem em locais de estase • A maior parte dos trombos venosos ocorre nas veias superficiais ou profundas da perna • Estão associados ao aumento da atividade dos fatores de coagulação • Formação de trombos vermelhos • Os trombos venosos superficiais normalmente surgem no sistema safeno, em especial no quadro de varicosidades, raramente embolizam • As tromboses venosas profundas (“TVPs”) nas veias maiores da perna, no joelho ou acima dele (veias poplítea, femoral e ilíaca), são mais sérias pela propensão a embolizar Embolia • Um embolo é uma massa sólida, l íquida ou gasosa que é transportada pelo sangue para um local distante de seu ponto de origem • Pode se alojar em um vaso sanguíneo e obstruir o lúmen • A maioria dos êmbolos deriva de um trombo desalojado – tromboembolismo • O estrógeno estimula a formação de varizes, principalmente em mulheres • Os êmbolos menos comuns são as gotículas de gordura, bolhas de ar ou nitrogênio, debris ateroscleróticos (embolos de colesterol), fragmentos tumorais, pedacinhos de medula óssea e líquido amniótico • O líquido amniótico é capaz de atingir a circulação sanguínea • Causas – trombose, doença da descompressão, assassinato • A consequência primária da embolização sistêmica é a necrose isquêmica (infarto) dos tecidos • Embolização na circulação pulmonar provoca hipóxia, hipotensão e insuficiência cardíaca direita Tromboembolismo pulmonar • A embolia podeocluir a artéria pulmonar principal, alojar-se na bifurcação das artérias pulmonares direita e esquerda ou passar para o interior de arteríolas menores • 95% se originam em membros inferiores • Um paciente que teve um êmbolo pulmonar está em grande risco de ter mais trombos Yarlla Cruz • A maioria dos êmbolos pulmonares (60 a 80%) é de êmbolos pequenos e clinicamente silenciosa • A obstrução embólica das artérias de tamanho médio e a subsequente ruptura de capilares que se tornaram anóxicos podem causar hemorragia pulmonar • A embolia para pequenos ramos pulmonares nas terminações arteriolares normalmente causa infarto Tromboembolismo sistêmico • A maioria dos embolos sistêmicos (80%) surge dos trombos murais intracardíacos, dois terços estão associados a infartos ventriculares esquerdos e outros 25% ao átrio esquerdo dilatado • Os êmbolos arteriais podem se deslocar para qualquer parte, ao passo que os êmbolos venosos se alojam principalmente no pulmão • Os locais de embolizacão arteriolar comuns incluem extremidades inferiores (75%) e sistema nervoso central (10%); intestinos, rins e baço são alvos menos comuns • Embolia gordurosa – a lesão por esmagamento de tecido mole ou a ruptura de sinusoides vasculares medulares (fratura de osso longo) libera na circulacão glóbulos de gordura microscópicos • Os microêmbolos de gordura ocluem a microvasculatura pulmonar e cerebral, tanto diretamente como por deflagração de agregação plaquetária (é exacerbada pela liberação de ácido graxo dos glóbulos de gordura, causando lesão endotelial local) • Embolia de líquido amniótico - uma complicacão incomum do parto e do período pós-parto imediato • É causada pela entrada do líquido amniótico (e seus conteúdos) na circulacão materna via lacerações nas membranas placentárias e/ou ruptura da veia uterina • Células escamosas da pele fetal, pelos lanuginosos, gordura do verniz caseoso e mucina derivada dos tratos respiratório ou gastrointestinal fetal podem causar essa patologia • Embolia aérea – bolhas de gás na circulação podem aglutinar e obstruir o fluxo vascular • Doença da descompressão – é causada por alterações súbitas de pressão atmosférica; escafandristas, trabalhadores em construções submarinas e pessoas em aeronaves não pressurizadas estão em risco • As bolhas gasosas na vasculatura pulmonar causam edema, hemorragias e atelectasia focal ou enfisema, levando à angústia respiratória (sufocações) • Doença dos caixões – forma crônica na qual os êmbolos gasosos recorrentes ou persistentes nos ossos levam à necrose isquêmica multifocal • É tratada por meio de uma câmara de alta pressão • Consequências da embolia – infarto com morte, infarto sem morte ou nada Infarto • É uma área de necrose isquêmica causada por obstrucão do suprimento vascular para o tecido afetado • É causado por trombose arterial e embolia arterial • A trombose venosa pode causar infarto, entretanto o resultado mais comum é a congestão • Os infartos por trombose venosa ocorrem em órgãos com uma única veia (testículo ou ovário) • Infarto branco/anêmico – ocorrem em oclusões arteriais em órgãos sólidos com circulações endarteriais (coração, baço e rim) e onde a densidade tecidual limita o escoamento do sangue dos leitos vasculares • Presença de um exsudato fibrinoso sobrejacente Yarlla Cruz • Infarto vermelho/hemorrágico • Oclusões venosas - torção ovariana • Tecidos frouxos - pulmão • Tecidos com circulações duplas - pulmão e intestino delgado • Tecidos previamente congestionados - consequência de um lento fluxo de saída venoso • Restabelecimento do fluxo após ocorre infarto – após angioplastia de uma obstrução artéria • O principal achado histológico associado aos infartos é a necrose coagulativa isquêmica • A maioria dos infartos é substituída por uma cicatriz • O cérebro é uma excessão, haja vista que a lesão do tecido isquêmico no SNC resulta em necrose liquefativa • Infartos sépticos – ocorrem quando vegetações infectadas da valva cardíaca embolizam-se ou quando micróbios semeiam o tecido necrótico • O infarto converte-se em abscesso com resposta inflamatória maior • Fatores que influenciam o desenvolvimento do infarto • Anatomia do suprimento vascular • Velocidade da oclusão • Vulnerabilidade tecidual a isquemia • Hipoxemia Choque • É uma via comum final de vários eventos potencialmente fatais, incluindo exsanguinação, trauma ou queimaduras extensos, embolia pulmonar e sepse • É caracterizado por hipoperfusão sistêmica dos tecidos • Pode ser causado por diminuição débito cardíaco ou do volume sanguíneo circulante efetivo • As consequências são o comprometimento da perfusão tecidual e a hipóxia celular • Choque cardiogênico - resulta do baixo débito cardíaco decorrente de falha da bomba miocárdica • Pode ser causado por dano miocárdico (infarto),arritmias ventriculares, compressão extrínseca (tamponamento cardíaco) • Choque hipovolêmico - resulta de baixo débito cardíaco decorrente da perda de volume sanguíneo ou plasmático • Hemorragia ou perda de fluido em decorrência de queimaduras graves • Choque séptico – resulta de vasodilatação arterial e acúmulo de sangue venoso que se origina da resposta imune sistêmica à infeccão microbiana • Choque neurogênico – resulta da perda de tônus vascular associada à anestesia ou secundária à lesão da medula espinhal • Choque anafilático – resulta de vasodilatação sistêmica e aumento da permeabilidade vascular Yarlla Cruz
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