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EFEITOS DA POSSE

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Direito do locatário – LEI 8245/91 - art. 35 e 36: em caso de locação, as benfeitorias necessárias não precisam de autorização, já as
 úteis, precisam de autorização
 para que o locatário tenha direito à indenização e direito de retenção;
Súmula 158, STF: se houverem benfeitorias úteis e necessárias autorizadas e o contrato de locação não estiver averbado no registro de imóveis, o locatário não terá direito de retenção e a indenização só poderá ser exigida do proprietário anterior
;
Possuidor de 
má-fé:
 art. 1220, CC – não tem direito de retenção e somente será ressarcido pelas benfeitorias necessárias, 
NÃO SERÁ INDENIZADO, SERÁ RESSARCIDO.
Direito às benfeitorias: acréscimos ou melhoramento, realizados pela atuação humana, em coisa já existente. Se a coisa não existia, não será 
considerada
 melhoramento
;
Classificação: benfeitorias necessárias (art. 96, §3º, CC), úteis (art. 96, §2º, CC) e voluptuárias (art. 96, §1º, CC);
O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das necessárias, úteis e voluptuárias. Nas benfeitorias úteis e necessárias, o possuidor de boa-fé terá direito à indenização independente de qualquer coisa, já na voluptuária, terá direito à indenização quando não for autorizado a retirá-la ou se a retirada da mesma não atrapalhar a estrutura do bem. No caso do possuidor não receber indenização, poderá reter a coisa até receber o valor.
Direito aos frutos: bens acessórios que quando utilizados não esgotam a fonte, ou seja, possuem reposição automática. Rendimentos que a coisa produz periodicamente. Só existem porque há um bem principal; 
Classificação: 1 – Quanto à origem dos frutos: frutos naturais (aqueles que surgem e se renovam pela própria força. Existem independentemente da força humana), frutos industriais (aqueles que surgem e se renovam pela atuação do homem. Não existem sem a intervenção humana) e frutos civis (rendimentos que os bens produzem em razão da sua utilização por outrem que não o proprietário. Rendimentos que a coisa produz, independentemente da intervenção humana, porém o rendimento ocorre por deter
minação da lei. Ficção jurídica);
 
 2 – Quanto ao estado em que se encontram os frutos: frutos pendentes (aqueles que ainda não foram colhidos ou retirados, ou seja, que ainda encontram-se presos à coisa. Aquilo que ainda está sendo produzido), frutos percipiendos (aqueles que deveriam ser, mas ainda não foram colhidos) e frutos colhidos (aqueles que já foram colhidos ou retirados da coisa, ou seja, já foram separados da coisa).
Possuidor de boa-fé – art. 1214, CC: o possuidor não sabe se existe vício ou não sobre a posse. O possuidor acredita que está exercendo posse com base nos postulados jurídicos. § único: os frutos pendentes pertencem ao dono originário da coisa, devendo pagar a quem teve custeio para com a manutenção da coisa, ao ser cessado a boa-fé. Frutos colhidos com antecipação: mesmo sem estar pronto já foi colhido;
 
Possuidor de má-fé: art. 1216, CC.
Com relação ao “contanto que o faça logo”, há duas correntes: para a 1ª 
corrente considera-se como “o faça logo” o momento real imediato da turbação ou do esbulho (corrente majoritária – teoria subjetiva). Para a 2ª corrente considera-se como “o faça logo” o momento da ciência por parte do real possuidor do bem, ou seja, a partir do momento em que se toma ciência do esbulho ou da turbação (corrente minoritária – teoria subjetiva);
 
Desforço imediato: cabível no caso de esbulho (quando há perda da posse, através de meios violentos, clandestinos ou com abuso de confiança)
. Quando o possuidor é esbulhado, poderá restituir-se por sua própria força (sem a utilização do judiciário ou da polícia), contant
o que o faça logo;
Ação de manutenção da posse – art. 926, CPC:
 
ajuíza-se esta ação
 se o possuidor for turbado, ou seja
, alguém que esteja atrapalhando o exercício da posse de forma plena;
Ação de reintegração de posse
 – art.926, CPC: se houver esbulho, tem direito a ser reintegrado na posse;
Interdito proibitório – art. 932, CPC: ação possessória que ainda não ocorreu esbulho ou turbação, só há ameaça a posse.
Interditos possessórios – art. 1210, CC: todas as ações que a pessoa pode ter p/defender sua propriedade, defender sua posse. Pode haver posse sem propriedade e propriedade sem posse. Só possui validade de uso dos interditos possessórios, quem possui a posse do bem;
Legítima defesa da posse – caput, 1210, CC: cabível no caso de turbação (quando há grave 
ameaça
 concreta e inerente ao direito de posse. O possuidor está na iminência de perder a posse). Utilização da força física para defender a posse (uso do mínimo necessário de força p/defesa). Quando o possuidor é turbado no exercício de sua posse, poderá manter-se por sua própria força (sem a utilização do judiciário ou da polícia), contanto que o faça logo. Os meios utilizados devem ser proporcionais ao da agressão sofrida, portanto, o excesso poderá levar à indenização.
Art. 1222, CC: a obrigação de ressarcir do reivindicante do bem em relação ao possuidor de má-fé é uma obrigação alternativa, a lei permite a opção de o reivindicante escolher qual valor quer pagar pelo possuidor de má-fé. Se o possuidor tanto de boa-fé quanto de má-fé tiver causado dano e houver direito a ser indenizado ou ressarcido pela benfeitoria que fez, pode haver compensação;
Enunciado 81, I jornada de D. Civil – acessões: acréscimos existentes na coisa – construções 
ou plantações.
Indenização ≠ Ressarcimento: a primeira refere-se 
a
 tudo que houve de valorização da coisa pela benfeitoria feita. Enquanto 
que no segundo
 refere-se 
a
 um cálculo simples que foi gasto na benfeitoria feita, ou seja, se foi gasto X para fazer determinada benfeitoria na coisa, será ressarcido 
pelo valor X gasto;
Esbulho ≠ Turbação: no primeiro tem-se que o proprietário da coisa fica impedido de exercer posse. Enquanto que na segunda o exercício da posse fica atrapalhado, o proprietário ainda possui alguns poderes inerentes ao da propriedade, parciais, não podendo exercer a posse de forma plena.
No caso da antecipação de tutela, existem duas correntes – art. 273, CPC: para a 1ª corrente (majoritária), a antecipação de tutela de mérito não pode ser concedida em caso de posse velha, pois ela seria uma forma de burlar a impossibilidade de concessão de liminar. Já para a 2ª corrente (minoritária), pode haver a concessão de antecipação de tutela em caso de posse velha, pois esta é baseada em verossimilhança, que é uma prova mais cabal da existência do direito;
Ação de imissão na posse: ação ordinária, de rito comum (serão utilizadas, regras gerais do CPC). Quando se tem prova da propriedade, mas não chegou a ser possuidor. O objetivo desta ação é que o proprietário seja imitido na posse. Além de proprietário, quer ter a posse. Não é ação possessória;
Condições das ações possessórias: possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e legitimidade.
Características das ações possessórias: 
 
 
 
1 – liminar (art. 924 c/c art. 928, CPC): possibilidade de concessão de liminar em caso de posse nova. Se há posse nova (menos de 1 ano e 1 dia), quando se ajuíza uma ação possessória, possui o rito especial (mais célere) e além disso pode ser feito o pedido liminar. Portanto, se for posse velha (mais de 1 ano e 1 dia), não pode ser feito o pedido liminar. Ambas as posses (velha e nova) com expressa previsão legal na lei; 2 – Duplicidade (art. 922, CPC): possibilidade de se fazer pedido contraposto, sem necessidade de reconvenção. Na própria contestação, o réu pode fazer o pedido. Pode também haver pedidos de ambas as partes;
 
3 – Fungibilidade (art. 920, CPC): 
existe uma celeridade na dinâmica, portanto poderá ser julgado mesmo que a ação não seja a adequada; 
 
4 – Cumulatividade (art. 921, CPC): pode haver cumulação de outros pedidos na mesma ação: ação indenizatória, multas diárias previstas no caso de novo esbulho ou turbação, devolução no mesmoestado anterior.

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