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APOSTILA DE PREPARAÇÃO PARA O SPAECE Organizadora: Prof.ª. Valéria Gomes 1º Módulo Nome do Aluno: ____________________________ Nº: ____ Curso: ____________________________________________ Acaraú- CE Matriz de referência de Língua Portuguesa – SPAECE D1 localizar informação explícita. D2 inferir informação em texto verbal Nesta aula você irá: Depreender informações nítidas e implícitas em um texto; Identificar propósitos explícitos e ocultos em um texto; Obter conclusões de propósitos comunicativos. Para isso é preciso que você: Apresente aptidão leitora; Compreender o gênero discursivo “Tirinhas”. Para trabalhar os descritores devemos selecionar vários gêneros e realizar a leitura com questionamentos orais ou escritos, facilmente encontrados no texto. Devemos trabalhar todas as informações que o texto apresenta, parágrafo por parágrafo para que ajude a compreender o texto. O grau de familiaridade com uma palavra depende da frequência de convivência com ela, que, por sua vez, está ligada à intimidade com a leitura, de um modo geral, e, por conseguinte, à frequência de leitura de diferentes gêneros discursivos. A compreensão de um texto se dá não apenas pelo processamento de informações explícitas, mas, também, por meio de informações implícitas. Ou seja, a compreensão se dá pela mobilização de um modelo cognitivo, que integra informações expressas com os conhecimentos prévios do leitor ou com elementos pressupostos no texto. Para que essa integração ocorra, é fundamental que as proposições explícitas sejam articuladas entre si e com o conhecimento de mundo do leitor, o que exige uma identificação dos sentidos que estão nas entrelinhas do texto (sentidos não explicitados pelo autor). Tais articulações só são possíveis, a partir da identificação de pressupostos ou de processos inferenciais, ou seja, de processos de busca dos “vazios do texto”, isto é, do que não está dado explicitamente no texto. 1 ─ Para começo de conversa: Leia e observe a “tirinha”: Descritores 01 e 02 Ressignificando OFICINAS 01 e 02 1. Por que Mafalda considera desnecessário trocar os dentes? 2. Qual é a expressão de Mafalda no último quadrinho? 3. Marfada dialoga com quem? Justifique. 4. Que argumento Mafalda utiliza para justificar o desperdício? 5. Há um tom crítico ou humorístico na tirinha? Explique e justifique. Leitor proficiente é aquele que não só decodifica as palavras que compõem o texto escrito, mas também constrói sentidos de acordo com as condições de funcionamento do gênero em foco, mobilizando, para isso, um conjunto de saberes (sobre a língua, outros textos, o gênero textual, o assunto focalizado, o autor do texto, o suporte, os modos de leitura). No processamento do texto, portanto, são articulados os elementos linguísticos que compõem a materialidade desse texto e o contexto de produção e de leitura. Dito de outro modo: o leitor deve considerar: quem escreveu o texto? para quem? com que finalidade? para circular onde? E, ao mesmo tempo, pensar: para que vou ler o texto? o que preciso saber para entendê-lo? o que espero encontrar? O estudante vai construindo sua proficiência em leitura à medida que aciona conhecimentos prévios sobre o assunto em pauta, o gênero, o autor, faz inferências, levanta hipóteses, faz antecipações sobre o que vai ser tratado no texto e o modo como vai ser tratado o tema. Assim, ele vai se transformando em um leitor capaz de processar não só o que é dito no texto, mas também aquilo que está nas entrelinhas, os implícitos. Leia as tirinhas abaixo e responda o que se pede com base nos descritores 01 e 02. TIRINHA A TIRINHA B TIRINHA C 1. Sobre a tirinha A, responda: a. Qual é a informação que pode ser pressuposta, na fala do primeiro balão? b. O que se pode inferir da mensagem no último balão? c. É possível estabelecer uma relação entre a resposta de Garfield à pergunta que lhe foi feita? d. Qual é o conhecimento de mundo que o leitor precisa ter para dar sentido à tira? 2. Observe a tirinha B e responda: a. Por que o questionamento de Mafalda gera desentendimento? b. Por que não é possível chegar a um consenso? Comente. c. Quais informações explícitas são apresentadas no texto e que contribuem para o desfecho? Justifique. 3. Observe a fala do Hagar na tirinha C e responda: a. O que se pode inferir da mensagem da tirinha? Por quê? b. Qual é o conhecimento de mundo que o leitor precisa ter para dar sentido à tira? c. O que gera a curiosidade? Explique Leia o texto abaixo e responda. A importância da leitura como identidade social [...] Um dos nossos objetivos é incentivar a leitura de textos escritos, não apenas daqueles legitimados pelos acadêmicos como “boa leitura”, mas os escolhidos livremente. Pela análise dos números da última Bienal do Livro realizada em São Paulo, constata-se que “ler não é problema”, pois, segundo o Correio Braziliense de AGORA. É COM VOCÊ. EXERCITE! 25 de agosto de 2010, cerca de 740 mil pessoas visitaram os stands que apresentaram mais de 2.200.000 títulos. Mas, perguntamo-nos: os livros expostos e os leitores que lá compareceram se encaixam em qual tipo de leitor? Podemos afirmar que todos os livros foram escritos para um leitor ideal, reflexivo, que dialogará com os textos? Muitos livros vendidos na Bienal têm como foco a primeira e a segunda visão de leitura, seus autores enxergam o texto como um fim em si mesmo, apresentando ideias prontas, ou primando pelo seu trabalho como um objeto de arte, em que o domínio da língua é a base para a leitura. Assim, cabe-nos refletir inicialmente sobre como transformar um leitor comum em leitor ideal, um cidadão pleno em relação a sua identidade. A construção da identidade social é um fenômeno que se produz em referência aos outros, a aceitabilidade que temos e a credibilidade que conquistamos por meio da negociação direta com as pessoas. A leitura é a ferramenta que assegurará não apenas a constituição da identidade, como também tornará esse processo contínuo. Para tornar isso factível podemos, como educadores, adotar estratégias de incentivo, apoiando-nos em textos como as tirinhas e as histórias em quadrinhos, até chegar a leituras mais complexas, como um romance de Saramago, Machado de Assis ou textos científicos. Construir em sala de aula relações intertextuais entre gêneros e autores também é uma estratégia válida. A família também tem papel importante no incentivo à leitura, mas como incentivar filhos a ler, se os pais não são leitores? Cabe à família não apenas tornar a leitura acessível, mas pensar no ato de ler como um processo. Discutimos à mesa questões políticas, a trama da novela, por que não trazermos para nosso cotidiano discussões sobre os livros que lemos? KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Disponível em: <http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/32/ artigo235676-1.asp>. Acesso em: 13 nov. 2011. Fragmento. 01. De acordo com esse texto, uma das características do leitor ideal é A) conhecer as obras acadêmicas. B) dialogar com todos os tipos de texto. C) dominar o objeto da leitura, a língua. D) enxergar o texto com um fim em si mesmo. E) visitar a Bienal do Livro em São Paulo. ENEM 2017 02. No fragmento, o narrador adota um ponto de vista que acompanha a perspectiva de Fortunato. O que singulariza esse procedimento narrativo é o registro do (a) a) indignação face à suspeita do adultério da esposa. b) tristeza compartilhada pela perda da mulher amada. c) espanto diante da demonstração de afeto de Garcia. d) prazer da personagem em relação ao sofrimento alheio. e) superação do ciúme pela comoção decorrente da morte.ENEM 2012 A publicidade, de uma forma geral, alia elementos verbais e imagéticos na constituição de seus textos. Nessa peça publicitária, cujo tema é a sustentabilidade, o autor procura convencer o leitor a a) assumir uma atitude reflexiva diante dos fenômenos naturais. b) evitar o consumo excessivo de produtos reutilizáveis. c) aderir à onda sustentável, evitando o consumo excessivo. d) abraçar a campanha, desenvolvendo projetos sustentáveis. e) consumir produtos de modo responsável e ecológico. A capacidade de inferir o significado das palavras é a depreensão do que está nas entrelinhas do texto, do que não está explícito, evita o sério problema que se constitui quando o leitor se depara com um grande número de palavras cujo significado desconhece, o que interfere na leitura fluente do texto. Assim, a inferência lexical – recobre o sentido de algo que não está claro no texto – depende de outros fatores, tais como: contexto, pistas linguísticas, conhecimento de mundo, para haver compreensão. Agora é o momento de você mostrar que aprendeu. Vamos corrigir as questões. Fique atento aos comentários e discussões. Agora é com você! Use sua criatividade e sua imaginação, para produzir por meio de desenhos, colagem uma tirinha, HQ, charge ou cartum que faça uma crítica social. Mãos a obra!!!! (Produza em seu caderno) D3 inferir sentido de palavra ou expressão Nesta aula você irá: Compreender a carga semântica contida em palavras ou expressões de textos diversos; Utilizar informações prévias para mesclar situações descritas nos textos; Utilizar mecanismos linguísticos; Para isso é preciso que você: Apresente aptidões básicas de leitura; Diferencie a linguagem denotativa da linguagem conotativa nos textos. 1. Para começo de conversa. Leia o texto abaixo: Duas Almas Ó tu, que vens de longe, ó tu, que vens cansada, entra, e sob este teto encontrarás carinho: eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho, vives sozinha sempre, e nunca foste amada... A neve anda a branquear, lividamente, a estrada, e a minha alcova tem a tepidez de um ninho. Descritor 03 OFICINAS 03 e 04 Entra, ao menos até que as curvas do caminho se banhem no esplendor nascente da alvorada. E amanhã, quando a luz do sol dourar, radiosa, essa estrada sem fim, deserta, imensa e nua, podes partir de novo, ó nômade formosa! Já não serei tão só, nem irás tão sozinha. Há de ficar comigo uma saudade tua... Hás de levar contigo uma saudade minha... WAMOSY, Alceu. Livro dos Sonetos. L&PM. 01. No verso "e a minha alcova tem a tepidez de um ninho" (v. 6), a expressão sublinhada dá sentido de um lugar: (A) aconchegante. (B) belo. (C) brando. (D) elegante. (E) Simples Leia o texto abaixo: Realidade com muita fantasia Nascido em 1937, o gaúcho Moacyr Scliar é um homem versátil: médico e escritor, igualmente atuante nas duas áreas. Dono de uma obra literária extensa, é ainda um biógrafo de mão cheia e colaborador assíduo de diversos jornais brasileiros. Seus livros para jovens e adultos são sucesso de público e de crítica e alguns já foram publicados no exterior. Muito atento às situações-limite que desagradam à vida humana, Scliar combina em seus textos indícios de uma realidade bastante concreta com cenas absolutamente fantásticas. A convivência entre realismo e fantasia é harmoniosa e dela nascem os desfechos surpreendentes das histórias. Em sua obra, são frequentes questões de identidade judaica, do cotidiano da medicina e do mundo da mídia, como, por exemplo, acontece no conto “O dia em que matamos James Cagney”. Para Gostar de Ler, volume 27. Histórias sobre Ética. Ática, 1999. 02. A expressão sublinhada em “é ainda um biógrafo de mão cheia” (ℓ. 2) e (ℓ. 3) significa que Scliar é (A) crítico e detalhista. (B) criativo e inconsequente. (C) habilidoso e talentoso. (D) inteligente e ultrapassado. (E) crítico e competente Leia o texto para responder à questão abaixo: O Pavão E considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d´água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas. Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade. Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico. 03. No 2º parágrafo do texto, a expressão “ATINGIR O MÁXIMO DE MATIZES” significa o artista (A) fazer refletir, nas penas do pavão, as cores do arco-íris. (B) conseguir o maior número de tonalidades. (C) fazer com que o pavão ostente suas cores. (D) fragmentar a luz nas bolhas d’água. (E) aumentar a quantidade de penas. O grau de familiaridade com uma palavra depende da frequência de convivência com ela, que, por sua vez, está ligada à intimidade com a leitura, de um modo geral, e, por conseguinte, à frequência de leitura de diferentes gêneros discursivos. O sentido das palavras não está apenas no dicionário, mas nos diferentes contextos nos quais elas são enunciadas. Isso não significa que não se deva localizar o significado das palavras no dicionário. Os textos poéticos, literários e publicitários são especialmente úteis para o trabalho com os diferentes sentidos das palavras. Inferir é chegar a uma conclusão final através da realização de deduções. Inferir é uma das habilidades que se espera na disciplina de português, por isso, é frequente encontrar em questões de interpretação de textos, perguntas que exijam dedução com base na apresentação de alguns fatos. Espera-se que o estudante seja capaz de relacionar os fatos e inferir uma informação implícita em um texto. Também é possível inferir o sentido de uma palavra ou expressão, assim, no dia a dia, ao nos depararmos com uma palavra desconhecida, não é necessário ir ao dicionário, basta prestar atenção no contexto no qual a palavra foi usada para conseguir inferir seu significado. Estes itens abaixo avaliam a habilidade de inferir o sentido de uma palavra ou expressão. A resolução dos itens propostos pressupõe a capacidade de se relacionar de modo um pouco mais autônomo com textos de gêneros diversos.Além disso, essa habilidade relaciona-se fortemente a conhecimentos prévios que permitirão o estabelecimento dos sentidos possíveis e a posterior seleção daquele que é pertinente ao contexto no qual a expressão foi utilizada. MÃOS A OBRA! Leia o texto abaixo e responda. EDUCAÇÃO DE HOJE ADIA O FIM DA ADOLESCÊNCIA Há pouco tempo recebi uma mensagem que me provocou uma boa reflexão. O interessante é que não foi o conteúdo dela que fisgou minha atenção, e sim sua primeira linha, em que os remetentes se identificavam. Para ser clara, vou reproduzi-la: “Somos dois adolescentes, com 21 e 23 anos...”. Minha primeira reação foi sorrir: agora, os jovens acreditam que a adolescência se estende até, pelo menos, aos 23 anos?! Mas, em seguida, eu me dei conta do mais importante dessa história: que a criança pode ser criança quando é tratada como tal, e o mesmo acontece com o adolescente. Os dois jovens adultos se veem como adolescentes, porque, de alguma maneira, contribuímos para tanto. AGORA É COM VOCÊ. EXERCITE! A adolescência tinha época certa para começar até um tempo atrás, ou seja, com a puberdade, época das grandes mudanças físicas. E terminar também: era quando o adolescente, finalmente, assumia total responsabilidade sobre sua vida e tornava-se adulto. Agora, as crianças já começam a se comportar e a se sentir como adolescentes muito tempo antes da puberdade se manifestar e, pelo jeito, continuam se comportando e vivendo assim por muito mais tempo. Qual é a parcela de responsabilidade dos adultos e educadores? Fonte: Disponível em: http://www.santanna.g12.br/professores/ana_paula_port/atividade_reforco_lp_9anos.pdf. Acesso em: 30 mai 2012. Adaptado. 04. No primeiro parágrafo, a palavra “fisgou” tem sentido de A) levou. B) indicou. C) chamou. D) identificou. E) Apresentou Leia e observe a tirinha: 05. A expressão da personagem feminina - Mafalda -, no primeiro quadrinho, reforça (A) a gravidade da doença revelada no 4° quadrinho. (B) a objetividade da resposta do personagem feminino no 2° quadrinho . (C) as falas dos personagens no 3° quadrinho. (D) a preocupação da pergunta do personagem masculino no 2° quadrinho. (E) a ignorância do personagem masculino quanto à informação apresentada. ENEM 2010 O Chat e sua linguagem virtual O significado da palavra chat vem do inglês e quer dizer “conversa”. Essa conversa acontece em tempo real, e, para isso, é necessário que duas ou mais pessoas estejam conectadas ao mesmo tempo, o que chamamos de comunicação síncrona. São muitos os sites que oferecem a opção de bate-papo na internet, basta escolher a sala que deseja “entrar”, identificar-se e iniciar a conversa. Geralmente, as salas são divididas por assuntos, como educação, cinema, esporte, música, sexo, entre outros. Para entrar, é necessário escolher um nick, uma espécie de apelido que identificará o participante durante a conversa. Algumas salas restringem a idade, mas não existe nenhum controle para verificar se a idade informada é realmente a idade de quem está acessando, facilitando que crianças e adolescentes acessem salas com conteúdos inadequados para sua faixa etária. AMARAL, S. F. Internet: novos valores e novos comportamentos. In: SILVA, E.T. (Coord.). A leitura nos oceanos da internet. São Paulo: Cortez, 2003. (adaptado). Segundo o texto, o chat proporciona a ocorrência de diálogos instantâneos com linguagem específica, uma vez que nesses ambientes interativos faz-se uso de protocolos diferenciados de interação. O chat, nessa perspectiva, cria uma nova forma de comunicação porque A) possibilita que ocorra diálogo sem a exposição da identidade real dos indivíduos, que podem recorrer a apelidos fictícios sem comprometer o fluxo da comunicação em tempo real. B) disponibiliza salas de bate-papo sobre diferentes assuntos com pessoas pré-selecionadas por meio de um sistema de busca monitorado e atualizado por autoridades no assunto. C) seleciona previamente conteúdos adequados à faixa etária dos usuários que serão distribuídos nas faixas de idade organizadas pelo site que disponibiliza a ferramenta. D) garante a gravação das conversas, o que possibilita que um diálogo permaneça aberto, independente da disposição de cada participante. E) limita a quantidade de participantes conectados nas salas de bate-papo, a fim de garantir a qualidade e eficiência dos diálogos, evitando mal-entendidos ENEM 2010 Carnavália Repique tocou O surdo escutou E o meu corasamborim Cuíca gemeu, será que era meu, quando ela passou por mim? [...] ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M. Tribalistas, 2002 (fragmento). No terceiro verso, o vocábulo “corasamborim”, que é a junção coração + samba + tamborim, refere-se, ao mesmo tempo, a elementos que compõem uma escola de samba e à situação emocional em que se encontra o autor da mensagem, com o coração no ritmo da percussão. Essa palavra corresponde a um(a) A) estrangeirismo, uso de elementos linguísticos originados em outras línguas e representativos de outras culturas. B) neologismo, criação de novos itens linguísticos, pelos mecanismos que o sistema da língua disponibiliza. C) gíria, que compõe uma linguagem originada em determinado grupo social e que pode vir a se disseminar em uma comunidade mais ampla. D) regionalismo, por ser palavra característica de determinada área geográfica. E) termo técnico, dado que designa elemento de área a de atividade. Agora é o momento de você mostrar que aprendeu. Vamos corrigir as questões. Fique atento aos comentários e discussões. Selecione todas as palavras desconhecidas por você no texto abaixo e escreva em seu caderno o sentido que as mesmas estabelecem no contexto. VAMOS LÁ! Curta história – Conto de Machado de Assis A leitora ainda há de lembrar-se do Rossi, o ator Rossi, que aqui nos deu tantas obras-primas do teatro inglês, francês e italiano. Era um homenzarrão, que uma noite era terrível como Otelo, outra noite meigo como Romeu. Não havia duas opiniões, quaisquer que fossem as restrições, assim pensava a leitora, assim pensava uma D. Cecília, que está hoje casada e com filhos. Naquele tempo esta Cecília tinha dezoito anos e um namorado. A desproporção era grande; mas explica-se pelo ardor com que ela amava aquele único namorado, Juvêncio de Tal. Note-se que ele não era bonito, nem afável, era seco, andava com as pernas muito juntas, e com a cara no chão, procurando alguma coisa. A linguagem dele era tal qual a pessoa, também seca, e também andando com os olhos no chão, uma linguagem que, para ser de VOCÊ APRENDEU Inferência: 1 - Ato ou efeito de inferir. 2 - Dedução, conclusão. Inferir: Deduzir (raciocinando).,Tirar por conclusão. A compreensão de um texto é um processo que se caracteriza pela utilização do conhecimento prévio: o leitor utiliza na leitura o que ele já sabe, o conhecimento adquirido ao longo da vida”. Podemos inferir aí que duas pessoas com conhecimento de mundo diferentes, lendo o mesmo texto, chegarão a interpretações diferentes, pois o leitor interage com o conhecimento que cada um carrega. cozinheiro, só lhe faltava sal. Não tinha ideias, não apanhava mesmo as dos outros; abria a boca, dizia isto ou aquilo, tornava a fechá-la, para abrir e repetir a operação. Muitas amigas de Cecília admiravam-se da paixão que este Juvêncio lhe inspirava; todas contavam que era um passatempo, e que o arcanjo que devia vir buscá-la para levá-la ao paraíso, estava ainda pregando as asas; acabando de as pregar, descia, tomava-a nos braços e sumia-se pelo céu acima. Apareceu Rossi, revolucionou toda a cidade. O pai de Cecília prometeu à família que a levaria a ver o grande trágico. Cecília lia sempre os anúncios; e o resumo das peças que alguns jornais davam. Julieta e Romeu encantou- a,já pela notícia vaga que tinha da peça, já pelo resumo que leu em uma folha, e que a deixou curiosa e ansiosa. Pediu ao pai que comprasse bilhete, ele comprou-o e foram. Juvêncio, que já tinha ido a uma representação, e que a achou insuportável (era Hamlet) iria a esta outra por causa de estar ao pé de Cecília, a quem ele amava deveras; mas por desgraça apanhou uma constipação, e ficou em casa para tomar um suadouro, disse ele. E aqui se vê a singeleza deste homem, que podia dizer enfaticamente — um sudorífico; — mas disse como a mãe lhe ensinou, como ele ouvia à gente de casa. Não sendo coisa de cuidado, não entristeceu muito a moça; mas sempre lhe ficou algum pesar de o não ver ao pé de si. Era melhor ouvir Romeu e olhar para ele… Cecília era romanesca, e consolou-se depressa. Olhava para o pano, ansiosa de o ver erguer-se. Uma prima, que ia com ela, chamava-lhe a atenção para as toilettes elegantes, ou para as pessoas que iam entrando; mas Cecília dava a tudo isso um olhar distraído. Toda ela estava impaciente de ver subir o pano. — Quando sobe o pano? perguntava ela ao pai. — Descansa, que não tarda. Subiu afinal o pano, e começou a peça. Cecília não sabia inglês nem italiano. Lera uma tradução da peça cinco vezes, e, apesar disso, levou-a para o teatro. Assistiu às primeiras cenas ansiosa. Entrou Romeu, elegante e belo, e toda ela comoveu-se; viu depois entrar a divina Julieta, mas as cenas eram diferentes, os dois não se falavam logo; ouviu-os, porém, falar no baile de máscaras, adivinhou o que sabia, bebeu de longe as palavras eternamente belas, que iam cair dos lábios de ambos. Foi o segundo ato que as trouxe; foi aquela cena imortal da janela que comoveu até às entranhas a pessoa de Cecília. Ela ouvia as de Julieta, como se ela própria as dissesse; ouvia as de Romeu, como se Romeu falasse a ela própria. Era Romeu que a amava. Ela era Cecília ou Julieta, ou qualquer outro nome, que aqui importava menos que na peça. “Que importa um nome?” perguntava Julieta no drama; e Cecília com os olhos em Romeu parecia perguntar-lhe a mesma coisa. “Que importa que eu não seja a tua Julieta? Sou a tua Cecília; seria a tua Amélia, a tua Mariana; tu é que serias sempre e serás o meu Romeu.” A comoção foi grande. No fim do ato, a mãe notou-lhe que ela estivera muito agitada durante algumas cenas. — Mas os artistas são bons! explicava ela. — Isso é verdade, acudiu o pai, são bons a valer. Eu, que não entendo nada, parece que estou entendendo tudo… Toda a peça foi para Cecília um sonho. Ela viveu, amou, morreu com os namorados de Verona. E a figura de Romeu vinha com ela, viva e suspirando as mesmas palavras deliciosas. A prima, à saída, cuidava só da saída. Olhava para os moços. Cecília não olhava para ninguém, deixara os olhos no teatro, os olhos e o coração… No carro, em casa, ao despir-se para dormir, era Romeu que estava com ela; era Romeu que deixou a eternidade para vir encher-lhe os sonhos. Com efeito, ela sonhou as mais lindas cenas do mundo, uma paisagem, uma baía, uma missa, um pedaço daqui, outro dali, tudo com Romeu, nenhuma vez com Juvêncio. Nenhuma vez pobre Juvêncio! Nenhuma vez. A manhã veio com as suas cores vivas; o prestígio da noite passara um pouco, mas a comoção ficara ainda, a comoção da palavra divina. Nem se lembrou de mandar saber de Juvêncio; a mãe é que mandou lá, como boa mãe, porque este Juvêncio tinha certo número de apólices, que… Mandou saber; o rapaz estava bom; lá iria logo. E veio, veio à tarde, sem as palavras de Romeu, sem as idéias, ao menos de toda a gente, vulgar, casmurro, quase sem maneiras; veio, e Cecília, que almoçara e jantara com Romeu, lera a peça ainda uma vez durante o dia, para saborear a música da véspera. Cecília apertou/lhe a mão comovida, tão-somente porque o amava. Isto quer dizer que todo amado vale um Romeu. Casaram-se meses depois; têm agora dois filhos, parece que muito bonitos e inteligentes. Saem a ela. D4 - Interpretar textos não verbais e textos que articulam elementos verbais e não verbais. Nesta aula você irá: Compreender propósitos comunicativos em textos não verbais; Entender relações comunicativas entre textos verbais e não verbais; Obter informações contidas em diversos textos. Para isso é preciso que você: Apresente perspicácia leitora, concentração e muita atenção aos detalhes. Compreender os diversos propósitos comunicativos dos inúmeros gêneros textuais. Um texto pode ser constituído apenas de linguagem verbal, como ocorre com a notícia, a carta ou a anedota; nesse caso, ele é chamado de texto verbal. Também pode ser constituído de linguagem visual, como a fotografia e a pintura; ou de linguagem musical, como uma música; ou da linguagem da dança, como um espetáculo de balé. Nesses casos, ele é chamado de texto não verbal. E pode, ainda, ser constituído pelo cruzamento de mais de uma linguagem, como, por exemplo, das linguagens verbal e musical, como a canção. Nesses casos, temos os textos em linguagem mista. O produto final de toda enunciação, feita em que linguagem for, é chamado de texto. Assim, são textos: um gráfico, um cartum, uma pintura, uma melodia, um poema, um filme, uma escultura, etc. em muitos casos, dependendo da situação, até mesmo o silêncio pode ser considerado um texto. E a nossa árdua tarefa é acertar o maior número de questões possível, somos capazes, basta: conhecimento, concentração e muito prática através de exercícios diários. Você terá que entender os textos, prestar atenção aos detalhes e articular informação contida no texto só verbal ou não verbal. Vamos começar? 1 ─ Para começo de conversa - TEXTO I: ( Saudade (1899), de Almeida Júnior Descritor 04 OFICINA 05 Ressignificando O texto 1 é uma obra do pintor brasileiro Almeida Junior (1850- 1899). Nela uma mulher olha uma fotografia. Observe o título do quadro e responda: 1. Que sentimentos a postura física da mulher e sua expressão facial expressam? 2. Por que a mulher está vestida de negro? 3. De quem você acha que é a foto? Reserve um tempo do seu dia para ler devagar Uma das maiores dificuldades de quem precisa ler muito é a falta de concentração. Quem tem dificuldades para interpretar textos e fica lendo e relendo sem entender nada pode estar sofrendo de um mal que vem crescendo na população da era digital. Antes da internet, o nosso cérebro lia de forma linear, aproveitando a vantagem de detalhes sensoriais (a própria distribuição do desenho da página) para lembrar de informações chave de um livro. Conforme nós aumentamos a nossa frequência de leitura em telas, os nossos hábitos de leitura se adaptaram aos textos resumidos e superficiais (afinal, muitas vezes você tem links em que poderá “ler mais” – a internet é isso) e essa leitura rasa fez com que a gente tivesse muito mais dificuldade de entender textos longos. Os especialistas explicam que essa capacidade de ler longas sentenças (principalmente as sem links e distrações) é uma capacidade que você perde se você não a usar. Os defensores do “slow-reading” (em tradução literal, da leitura lenta) dizem que o recomendável é que você reserve de 30 a 45 minutos do seu dia longe de distrações tecnológicas para ler. Fazendo isso, o seu cérebro poderá recuperar a capacidade de fazer a leitura linear. Os benefícios da leitura lenta vão bem além. Ajuda a reduzir o estresse e a melhorar a sua concentração! Depois de treinar bastante e ler muito, você estará pronto para interpretar os mais diversos tipos de texto! Mãos à obra! 😀 Leia os textos abaixo e responda o que se pede com base no descritor 04. TEXTO I: Cantiga pra não morrer ( Ferreira Gullar) Quando você for se embora, moça branca como a neve, me leve. Se acaso você não possa me carregar pela mão, menina branca de neve, me leve no coração. Se no coração não possapor acaso me levar, moça de sonho e de neve, me leve no seu lembrar. E se aí também não possa por tanta coisa que leve já viva em seu pensamento, menina branca de neve, me leve no esquecimento, me leve. O texto “Cantiga pra não morrer” diz respeito a relacionamento amoroso. 1. Que tipo de situação é imaginada pelo eu lírico do texto? 2. Que apelo o eu lírico faz à “moça branca como a neve”? 3. Dê ao menos duas interpretações ao título do texto. 1. Ambos os recursos, visuais e linguísticos, contribuem para a construção de sentidos da tirinha? Justifique. 2. Os elementos visuais são essenciais para a construção do efeito de humor da tirinha. Justifique. 3. Pode-se denotar uma crítica contundente, qual seria essa crítica e porque ela ocorre? Justifique. Questão 1: Sobre as linguagens verbal e não verbal, é INCORRETO afirmar que: a) A linguagem verbal utiliza qualquer código para se expressar, enquanto a linguagem não verbal faz uso apenas da língua escrita. b) São utilizadas para criar atos de comunicação que nos permitem dizer algo. c) A linguagem não verbal é aquela que utiliza qualquer código que não seja a palavra, enquanto a linguagem verbal utiliza a língua, seja oral ou escrita, para estabelecer comunicação. d) Linguagem verbal e não verbal, quando simultâneas, colaboram para o entendimento do texto. Grito negro Eu sou carvão! E tu arrancas-me brutalmente do chão e fazes-me tua mina, patrão. Eu sou carvão! E tu acendes-me, patrão, para te servir eternamente como força motriz mas eternamente não, patrão. Eu sou carvão e tenho que arder sim; queimar tudo com a força da minha combustão. Eu sou carvão; tenho que arder na exploração arder até às cinzas da maldição arder vivo como alcatrão, meu irmão, até não ser mais a tua mina, patrão. Eu sou carvão. Tenho que arder queimar tudo com o fogo da minha combustão. Sim! Eu sou o teu carvão, patrão. (José Craveirinha – poeta africano) Questão 1: Assinale a opção correta a respeito do poema acima. A) O eu lírico expressa um sentimento de cumplicidade com o patrão, mostrando que a literatura é a arte mais próxima da essência humana. B) Pode-se afirmar que o tema do texto remete à exploração do homem pelo homem, exemplo de que a literatura é linguagem carregada de significado. C) Os aspectos sonoros do texto, o uso da linguagem denotativa e os traços humanos comprovam que o poema é um exemplo de arte da palavra. D) As palavras “patrão” e “carvão” apresentam mais de um significado nos versos, possibilitando ao leitor entender o tema do texto. E) O eu lírico considera que deve sempre servir ao patrão, a quem chama “meu irmão”, sem questionamentos. Gráficos são exemplos de utilização simultânea das linguagens verbal e não verbal. É preciso analisar as duas ocorrências para a compreensão do texto Questão 2: Nos gráficos, os elementos visuais e os elementos textuais são fundamentais para o entendimento total da mensagem transmitida. No gráfico em questão, a linguagem verbal e a linguagem não verbal têm como intenção mostrar ao leitor que: a) O número de casamentos entre pessoas acima de 60 anos diminuiu em um período de cinco anos. b) O número de pessoas acima de 60 anos que estão inseridas no mercado de trabalho é proporcionalmente inverso à quantidade de pessoas que se casam nessa faixa etária. c) Apresenta dados para o leitor que comprovam o aumento no número de casamentos entre pessoas acima de 60 anos, assim como o aumento da inserção de pessoas acima de 60 anos no mercado de trabalho. AGORA. É COM VOCÊ. EXERCITE! d) Apresenta a preocupação com a diminuição no número de casamentos entre pessoas de várias faixas etárias da população brasileira, assim como a dificuldade dessas pessoas para conseguir emprego no mercado de trabalho. Questão 3. No cartum apresentado, o significado da palavra escrita é reforçado pelos elementos visuais, próprios da linguagem não verbal. A separação das letras da palavra em balões distintos contribui para expressar principalmente a seguinte ideia: a) dificuldade de conexão entre as pessoas b) aceleração da vida na contemporaneidade c) desconhecimento das possibilidades de diálogo d) desencontro de pensamentos sobre um assunto 01. O cartum faz uma crítica social. A figura destacada está em oposição às outras e representa a a) opressão das minorias sociais. b) carência de recursos tecnológicos. c) falta de liberdade de expressão. d) defesa da qualificação profissional. e) reação ao controle do pensamento coletivo. Através da linguagem não verbal, o artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego aborda a triste realidade do trabalho infantil 02. O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios por suas ilustrações. Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para a) difundir a origem de marcantes diferenças sociais. b) estabelecer uma postura proativa da sociedade. c) provocar a reflexão sobre essa realidade. d) propor alternativas para solucionar esse problema. e) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo. Agora é o momento de você mostrar que aprendeu. Vamos corrigir as questões. Fique atento aos comentários e discussões. Agora é com você! Use sua criatividade e sua imaginação, para produzir por meio de linguagem verbal e não verbal uma questão que foque no descritor 4. D5 – Identificar tema ou assunto de um texto: Nesta aula você irá: Compreender a temática abordada em um texto; Utilizar informações contidas no título a fim de buscar o assunto central contido no texto; Descritor 05 OFICINA 06 Leitura seletiva Trata-se de uma leitura mais específica que tem como objetivo identificar o tema do texto de forma geral. Para a realização desse tipo de leitura, o leitor precisa ter seus objetivos já especificados, ou seja, precisa ter claro qual é o objetivo da escolha do texto a ser lido. Dessa forma, por meio da leitura seletiva, o leitor poderá comprovar se o texto possui ou não as informações de que ele necessita para atingir seus objetivos. Observe as palavras que mais se repetem, assim como sinônimos, considerar o título e relacioná-lo ao texto inteiro também contribui a decifrar o assunto central ou tema de um texto. Utilizar palavras-chave que resumem o tema principal; Para isso é preciso que você: Atente-se ao título e às ideias principais apresentadas pelo autor; Diferencie o assunto principal de outras ideias abordadas. 1. Para começo de conversa. RETRATO Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste,assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas; eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, Tão simples, tão certa, tão fácil: — Em que espelho ficou perdida a minha face? Cecília Meireles: poesia, por Darcy Damasceno. Rio de Janeiro: Agir, 1974. p. 19-20. 01. O tema do texto é: (A) a consciência súbita sobre o envelhecimento. (B) a decepção por encontrar-se já fragilizada. (C) a falta de alternativa face ao envelhecimento. (D) a recordação de uma época de juventude. (E) a revolta diante do espelho. Um arriscado esporte nacional Os leigos sempre se medicaram por conta própria, já que de médicos e de loucos todos temos um pouco, mas esse problema jamais adquiriu contornos tão preocupantes no Brasil como atualmente. Qualquer farmácia conta hoje com um arsenal de armas de guerra para combater doenças de fazer inveja à própria indústria de material bélico nacional. Cerca de 40% das vendas realizadas pelas farmácias nas metrópoles brasileiras destinam-se a pessoas que se automedicam. A indústria farmacêutica de menor porte e importância retira 80% de seu faturamento da venda “livre” de seus produtos – isto é, das vendas realizadas sem receita médica. Diante desse quadro, o médico tem o dever de alertar a população para os perigos ocultos em cada remédio, sem que, necessariamente, faça junto com essas advertências uma sugestão para que os entusiastas da automedicação passem a gastar mais em consultas médicas. Acredito que a maioria das pessoas se automedicam por sugestão de amigos, leitura, fascinação pelo mundo maravilhoso das drogas “novas” ou simplesmente para tentar manter a juventude. Qualquer que seja a causa, os resultados podem ser danosos. MEDEIROS, Geraldo. – Revista Veja, 18 de dezembro, 1985. O tema abordado no texto é (A) os riscos constantes da automedicação. (B) o crescimento da indústria farmacêutica. (C) a venda ilegal de medicamentos. (D) a luta pela manutenção da juventude. (E) o faturamento das consultas médicas. Leia o texto abaixo. Guardiões do mundo Em um continente marcado pela violência, os índios da Sierra Nevada de Santa Marta nunca foram totalmente derrotados pelos espanhóis. Descendentes da antiga civilização sul-americana de Tairona e com uma população atual de 45 mil pessoas, há quatro séculos os povos Kogi, Arhuarco e Wiwa refugiaram-se em um paraíso montanhoso cujos picos elevam-se a quase 6 mil metros da costa caribenha da Colômbia. No período subsequente à conquista espanhola, eles desenvolveram uma ideia nova da Terra, buscando o equilíbrio entre as forças da natureza e o potencial da mente e do espírito humanos. Separados pela língua, mas relacionados pelos mitos e pelas memórias, esses povos partilham o mesmo estilo de vida e as mesmas convicções religiosas básicas. [...] Até hoje, os kogis, arhuarcos e wiwas permanecem fiéis a suas concepções tradicionais – os preceitos morais, ecológicos e espirituais do criador primordial, uma força que chamam de Mãe – e continuam a ser liderados e inspirados por sacerdotes ritualistas. Durante um processo de iniciação que pode durar até 18 anos, os jovens candidatos ao sacerdócio aprendem os valores de sua sociedade, entre os quais a noção de que seu esforço espiritual é essencial para a manutenção do equilíbrio cósmico. [...] FERRY, Stephen. Revista National Geographic, n. 54, out. 2004. *Adaptado: Reforma Ortográfica. Qual é o tema desse texto? A) A conquista espanhola. B) A região de Sierra Nevada. C) A vida dos sacerdotes indígenas. D) Os povos colombianos. E) Os povos indígenas de Sierra Nevada. Faça uma leitura prévia. A leitura prévia deve ser feita antes do contato com o texto propriamente dito. Muitas vezes, ao iniciarmos a leitura de um texto, desprezamos alguns aspectos importantes que já podem informar-nos bastante sobre os possíveis conteúdos que serão tratados no texto, como: - A apresentação: a capa de um livro, quando bem elaborada, diz muito sobre a obra, mas a máxima “não julgue o livro pela capa” também é importante, uma vez que ela sozinha não é capaz de dizer-nos muito sobre o assunto. No entanto, frequentemente, escolhemos nossa leitura pelo efeito que a capa, o título, a imagem e marcas tipográficas causam em nós, não é mesmo? Por isso, observar esses detalhes, antes mesmo da leitura do texto, é importante, pois referem-se a recursos linguísticos capazes de ativar nossos conhecimentos prévios e conhecimento de mundo, necessários para a interpretação do texto em si. - Gênero textual: a observação do gênero textual permite-nos identificar possíveis objetivos do autor, ou seja, se estivermos diante do gênero receita, a intenção do autor será a de ensinar como preparar determinado tipo de alimento; se o gênero for um artigo, a intenção será a apresentação de um estudo e reflexões do autor sobre um assunto. - Data: esse dado é muito importante, pois nos remete ao contexto histórico do momento da escrita do texto. Aqui, somos instigados a acessar nossa memória sobre fatos, pessoas e períodos que podem ter influenciado o pensamento do autor enquanto criava o texto. - O autor: saber quem é o autor dá-nos a oportunidade de relacionar a leitura atual com outras de sua autoria que possamos já ter tido contato e, assim, inferir quais possíveis temáticas serão abordadas. Leia o texto abaixo: Uma breve história da estereospcopia Camadas de história constroem o atual sucesso do 3D no cinema e seu ingresso nas salas de estar, com os aparelhos de televisão. Nossos bisavós, a partir de meados do século XIX e início do XX, já namoravam a tecnologia, hoje redescoberta. Em 1833, o inglês Charles Wheatstone construiu um aparelho de espelhos muito simples, mas engenhoso, por meio do qual se visualizavam desenhos tridimensionais "em relevo". Um olho mirava uma foto, o outro sua equivalente, sua quase gêmea, e no cérebro se dava a fusão mágica. Esse aparelho - o estereoscópio -, ainda hoje encontrado nas feiras de antiguidade, foi o precursor do 3D. Ao casar- AGORA É COM VOCÊ. EXERCITE! se com a fotografia, invenção ainda na infância, detonou uma explosão de imagens tridimensionais, que se valiam da riqueza de detalhes que surgiam especularmente dos retratos de famílias e de paisagens. Essa combinação, a união de duas tecnologias ainda imberbes, fez expandir o consumo de imagens que pareciam brotar da superfície. O tema desse texto é A. a expansão da tecnologia 3D. B. a influência da tecnologia 3D. C. a origem da tecnologia 3D. D. o resultado da tecnologia 3D. E. o sucesso da tecnologia 3D. Leia o texto abaixo: Quatis roubam a cena em parque Pedalinho, quadras de futebol, piscina, pista de bicicross. Que nada! A sensação do Parque Ecológico do Tietê, na Penha (zona leste de São Paulo), são os ativos e gulosos quatis. Na trilha ecológica, as crianças se divertem com os bichos. E os representantes da espécie Nasua nasua são nada "na deles". Se alguém oferece um salgadinho, os quatis querem logo o pacote inteiro. E não adianta esconder, porque eles têm ótimo olfato. Tayná dos Santos, 14, que diga. Quando a Folha esteve no parque, no domingo passado, ela disputava com um quati sua mochila incrementada. "É que eu dei uma batata frita para ele e depois guardei o pacote ai dentro", afirmou, rindo muito. Mas logo relembrou episódios menos felizes. "Quando eu tinha cinco anos, dei uma bolacha e levei uma mordida no dedo. Doeu muito!". Mais à frente na trilha, famílias domingueiras - o parque recebe cerca de 40 mil visitantesno fim de semana - se divertem com um bando de pelo menos 30 quatis. [...]. Alimentar os quatis traz risco à saúde dos bichos e das pessoas. A contaminação por raiva é avaliada constantemente nos animais, mas não é possível garantir que o quati não tenha pego a doença recentemente, explica Liliane Milanelo, que coordena o centro de recuperação de animais silvestres do parque. [...]. Segundo a veterinária, se as pessoas não pararem de dar comida aos quatis, os animais poderão ser retirados do local. Qual é o tema desse texto? A. Alimentação de quatis no parque. B. Diversão no parque. C. Fim de semana no parque. D. Presença de quatis. E. Definição de uma espécie de animais. Extra, extra. Este macaco é humano. Não somos tão especiais Todas as características tidas como exclusivas dos humanos são compartilhadas por outros animais, ainda que em menor grau. INTELIGÊNCIA A ideia de que somos os únicos animais racionais tem sido destruída desde os anos 40. A maioria das aves e mamí feros tem algum tipo de raciocínio. AMOR O amor, tido como o mais elevado dos sentimentos, é parecido em várias espécies, como os corvos, que também criam laços duradouros, se preocupam com o ente querido e ficam de luto depois de sua morte. CONSCIÊNCIA Chimpanzés se reconhecem no espelho. Orangotangos observam e enganam humanos distraídos. Sinais de que sabem quem são e se distinguem dos outros. Ou seja, são conscientes. CULTURA O primatologista Frans de Waal juntou vários exemplos de cetáceos e primatas que são capazes de aprender novos hábitos e de transmiti-los para as gerações seguintes. O que é cultura se não isso? BURGIERMAN, D. Superinteressante, n.° 190, jul. 2003. O título do texto traz o ponto de vista do autor sobre a suposta supremacia dos humanos em relação aos outros animais. As estratégias argumentativas utilizadas para sustentar esse ponto de vista são A) definição e hierarquia. B) exemplificação e comparação. C) causa e consequência. D) finalidade e meios. E) autoridade e modelo. O trabalho não era penoso: colar rótulos, meter vidros em caixas, etiquetá-las, selá-las, envolvê-las em papel celofane, branco, verde, azul, conforme o produto, separá-las em dúzias… Era fastidioso. Para passar mais rapidamente as oito horas havia o remédio: conversar. Era proibido, mas quem ia atrás de proibições? O patrão vinha? Vinha o encarregado do serviço? Calavam o bico, aplicavam-se ao trabalho. Mal viravam as costas, voltavam a taramelar. As mãos não paravam, as línguas não paravam. Nessas conversas intermináveis, de linguagem solta e assuntos crus, Leniza se completou. Isabela, Afonsina, Idália, Jurete, Deolinda – foram mestras. O mundo acabou de se desvendar. Leniza perdeu o tom ingênuo que ainda podia ter. Ganhou um jogar de corpo que convida, um quebrar de olhos que promete tudo, à toa, gratuitamente. Modificou-se o timbre de sua voz. Ficou mais quente. A própria inteligência se transformou. Tornou-se mais aguda, mais trepidante REBELO, M. A estrela sobe. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009. O romance, de 1939, traz à cena tipos e situações que espelham o Rio de Janeiro daquela década. No fragmento, o narrador delineia esse contexto centrado no A) julgamento da mulher fora do espaço doméstico. B) relato sobre as condições de trabalho no Estado Novo. C) destaque a grupos populares na condição de protagonistas D) processo de inclusão do palavrão nos hábitos de linguagem. E) vínculo entre as transformações urbanas e os papéis femininos. Agora é o momento de você mostrar que aprendeu. Vamos corrigir as questões. Fique atento aos comentários e discussões. Leia os textos a seguir e selecione os temas centrais de cada um. VAMOS LÁ! TEXTO I Um anjo dorme aqui; na aurora apenas, disse adeus ao brilhar das açucenas em ter da vida alevantado o véu. - Rosa tocada do cruel granizo Cedo finou-se e no infantil sorriso passou do berço pra brincar no céu! (Casimiro de Abreu, in Primaveras) TEXTO II Aquisição à vista. A Bauducco, maior fabricante de panettones do país, está negociando a compra de sua maior concorrente, a Visconti, subsidiária brasileira da italiana Visagis. O negócio vem sendo mantido sob sigilo pelas duas empresas em razão da proximidade do Natal. Seus controladores temem que o anúncio dessa união - resultando numa espécie de AmBev dos panettones - melindre os varejistas. (Cláudia Vassallo, na Exame, dez./99) TEXTO III: Julgo que os homens que fazem a política externa do Brasil, no Itamaraty, são excessivamente pragmáticos. Tiveram sempre vida fácil, vêm da elite brasileira e nunca participaram, eles próprios, em combates contra a ditadura, contra o colonialismo. Obviamente não têm a sensibilidade de muitos outros países ou diplomatas que conheço. (José Ramos-Horta, na Folha de São Paulo, 21/10/96). TEXTO IV: Se essa ainda é a situação de Portugal e era, até bem pouco, a do Brasil, havemos de convir em que no Brasil- colônia, essencialmente rural, com a ojeriza que lhe notaram os nossos historiadores pela vida das cidades - simples pontos de comércio ou de festividades religiosas -, estas não podiam exercer maior influência sobre a evolução da língua falada, que, sem nenhum controle normativo, por séculos “voou com as suas próprias asas”. (Celso Cunha, in A Língua Portuguesa e a Realidade Brasileira) VOCÊ APRENDEU A identificar tema ou assunto de um texto por meio da leitura seletiva, em que se escolhe palavras-chave que sintetizam a abordagem textual. O que se repete, o que o autor insiste em dizer, ou convencer o leitor, ali com certeza está o tema central ou assunto de um texto. Leitura analítica Nesse momento, o leitor tem a oportunidade de analisar o texto minunciosamente, pois essa fase da leitura permite que ele organize as ideias, encontre palavras-chaves, faça esquemas, resumos e encontre informações que são relevantes para o entendimento do que está escrito. Dessa forma, é importante seguir alguns passos: 1 – Leia o texto todo para ter uma percepção geral do tema; 2 – Identifique as ideias centrais e palavras-chaves de cada parágrafo; 3 – Esquematize o texto e elabore uma síntese dele; 4 – Organize as suas próprias ideias em relação ao tema, esquematizando-as e resumindo-as. Esse recurso possui características individuais as quais se relacionam aos conhecimentos prévios que cada leitor possui sobre o assunto; 5 – Relacione as ideias importantes do texto com seus conhecimentos sobre o assunto; 6 – Elabore hipóteses que possam explicar os argumentos, fatos e outros dados presentes no texto. Veja que a leitura analítica permite um diálogo entre os conhecimentos propostos pelo autor e os conhecimentos do próprio leitor, o que possibilita também um aprofundamento das interpretações textuais. Aqui, já é possível inferir sobre os sentidos que o texto carrega, utilizando-se de pistas presentes nele. Essas inferências deverão ser comprovadas ou não mais tarde, durante o processo interpretativo.D6 – Distinguir fato de opinião relativa ao fato: Nesta aula você irá: Compreender fato e opinião. Diferenciar fato de opinião. Entender a opinião do autor a respeito de um fato apresentado no texto. Para isso é preciso que você: Atente-se que o fato está relacionado à realidade comum a todos e que não pode ser alterada. Saiba que opinião é subjetiva, cada ser apresenta suas idiossincrasias e por isso surgem ideias. Descritor 06 1. Para começo de conversa. RETRATO Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas; eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, Tão simples, tão certa, tão fácil: — Em que espelho ficou perdida a minha face? Cecília Meireles: poesia, por Darcy Damasceno. Rio de Janeiro: Agir, 1974. p. 19-20. 01. O tema do texto é: (A) a consciência súbita sobre o envelhecimento. (B) a decepção por encontrar-se já fragilizada. (C) a falta de alternativa face ao envelhecimento. (D) a recordação de uma época de juventude. (E) a revolta diante do espelho. Um arriscado esporte nacional Os leigos sempre se medicaram por conta própria, já que de médicos e de loucos todos temos um pouco, mas esse problema jamais adquiriu contornos tão preocupantes no Brasil como atualmente. Qualquer farmácia conta hoje com um arsenal de armas de guerra para combater doenças de fazer inveja à própria indústria de material bélico nacional. Cerca de 40% das vendas realizadas pelas farmácias nas metrópoles brasileiras destinam-se a pessoas que se automedicam. A indústria farmacêutica de menor porte e importância retira 80% de seu faturamento da venda “livre” de seus produtos – isto é, das vendas realizadas sem receita médica. Diante desse quadro, o médico tem o dever de alertar a população para os perigos ocultos em cada remédio, sem que, necessariamente, faça junto com essas advertências uma sugestão para que os entusiastas da automedicação passem a gastar mais em consultas médicas. Acredito que a maioria das pessoas se automedicam por sugestão de amigos, leitura, fascinação pelo mundo maravilhoso das drogas “novas” ou simplesmente para tentar manter a juventude. Qualquer que seja a causa, os resultados podem ser danosos. MEDEIROS, Geraldo. – Revista Veja, 18 de dezembro, 1985. O tema abordado no texto é (A) os riscos constantes da automedicação. (B) o crescimento da indústria farmacêutica. (C) a venda ilegal de medicamentos. (D) a luta pela manutenção da juventude. (E) o faturamento das consultas médicas. Leia o texto abaixo. Guardiões do mundo Em um continente marcado pela violência, os índios da Sierra Nevada de Santa Marta nunca foram totalmente derrotados pelos espanhóis. Descendentes da antiga civilização sul-americana de Tairona e com uma população atual de 45 mil pessoas, há quatro séculos os povos Kogi, Arhuarco e Wiwa refugiaram-se em um paraíso montanhoso cujos picos elevam-se a quase 6 mil metros da costa caribenha da Colômbia. No período subsequente à conquista espanhola, eles desenvolveram uma ideia nova da Terra, buscando o equilíbrio entre as forças da natureza e o potencial da mente e do espírito humanos. Separados pela língua, mas relacionados pelos mitos e pelas memórias, esses povos partilham o mesmo estilo de vida e as mesmas convicções religiosas básicas. [...] Até hoje, os kogis, arhuarcos e wiwas permanecem fiéis a suas concepções tradicionais – os preceitos morais, ecológicos e espirituais do criador primordial, uma força que chamam de Mãe – e continuam a ser liderados e inspirados por sacerdotes ritualistas. Durante um processo de iniciação que pode durar até 18 anos, os jovens candidatos ao sacerdócio aprendem os valores de sua sociedade, entre os quais a noção de que seu esforço espiritual é essencial para a manutenção do equilíbrio cósmico. [...] FERRY, Stephen. Revista National Geographic, n. 54, out. 2004. *Adaptado: Reforma Ortográfica. Qual é o tema desse texto? A) A conquista espanhola. B) A região de Sierra Nevada. C) A vida dos sacerdotes indígenas. D) Os povos colombianos. E) Os povos indígenas de Sierra Nevada. Faça uma leitura prévia. A leitura prévia deve ser feita antes do contato com o texto propriamente dito. Muitas vezes, ao iniciarmos a leitura de um texto, desprezamos alguns aspectos importantes que já podem informar-nos bastante sobre os possíveis conteúdos que serão tratados no texto, como: - A apresentação: a capa de um livro, quando bem elaborada, diz muito sobre a obra, mas a máxima “não julgue o livro pela capa” também é importante, uma vez que ela sozinha não é capaz de dizer-nos muito sobre o assunto. No entanto, frequentemente, escolhemos nossa leitura pelo efeito que a capa, o título, a imagem e marcas tipográficas causam em nós, não é mesmo? Por isso, observar esses detalhes, antes mesmo da leitura do texto, é importante, pois referem-se a recursos linguísticos capazes de ativar nossos conhecimentos prévios e conhecimento de mundo, necessários para a interpretação do texto em si. - Gênero textual: a observação do gênero textual permite-nos identificar possíveis objetivos do autor, ou seja, se estivermos diante do gênero receita, a intenção do autor será a de ensinar como preparar determinado tipo de alimento; se o gênero for um artigo, a intenção será a apresentação de um estudo e reflexões do autor sobre um assunto. - Data: esse dado é muito importante, pois nos remete ao contexto histórico do momento da escrita do texto. Aqui, somos instigados a acessar nossa memória sobre fatos, pessoas e períodos que podem ter influenciado o pensamento do autor enquanto criava o texto. - O autor: saber quem é o autor dá-nos a oportunidade de relacionar a leitura atual com outras de sua autoria que possamos já ter tido contato e, assim, inferir quais possíveis temáticas serão abordadas. Leia o texto abaixo: Uma breve história da estereospcopia Camadas de história constroem o atual sucesso do 3D no cinema e seu ingresso nas salas de estar, com os aparelhos de televisão. Nossos bisavós, a partir de meados do século XIX e início do XX, já namoravam a tecnologia, hoje redescoberta. Em 1833, o inglês Charles Wheatstone construiu um aparelho de espelhos muito simples, mas engenhoso, por meio do qual se visualizavam desenhos tridimensionais "em relevo". Um olho mirava uma foto, o outro sua equivalente, sua quase gêmea, e no cérebro se dava a fusão mágica. Esse aparelho - o estereoscópio -, ainda hoje encontrado nas feiras de antiguidade, foi o precursor do 3D. Ao casar- AGORA É COM VOCÊ. EXERCITE! se com a fotografia, invenção ainda na infância, detonou uma explosão de imagens tridimensionais, que se valiam da riqueza de detalhes que surgiam especularmente dos retratos de famílias e de paisagens. Essa combinação, a união de duas tecnologias ainda imberbes, fez expandir o consumo de imagens que pareciam brotar da superfície. O tema desse texto é F. a expansão da tecnologia 3D. G. a influência da tecnologia 3D. H. a origem da tecnologia 3D. I. o resultado da tecnologia 3D. J. o sucesso da tecnologia 3D. Leia o texto abaixo: Quatis roubam a cena em parque Pedalinho, quadras de futebol, piscina, pista de bicicross. Que nada! A sensação do Parque Ecológico do Tietê, na Penha (zona leste de São Paulo), são os ativos e gulosos quatis. Na trilha ecológica, as crianças se divertem com os bichos. E os representantes da espécie Nasuanasua são nada "na deles". Se alguém oferece um salgadinho, os quatis querem logo o pacote inteiro. E não adianta esconder, porque eles têm ótimo olfato. Tayná dos Santos, 14, que diga. Quando a Folha esteve no parque, no domingo passado, ela disputava com um quati sua mochila incrementada. "É que eu dei uma batata frita para ele e depois guardei o pacote ai dentro", afirmou, rindo muito. Mas logo relembrou episódios menos felizes. "Quando eu tinha cinco anos, dei uma bolacha e levei uma mordida no dedo. Doeu muito!". Mais à frente na trilha, famílias domingueiras - o parque recebe cerca de 40 mil visitantes no fim de semana - se divertem com um bando de pelo menos 30 quatis. [...]. Alimentar os quatis traz risco à saúde dos bichos e das pessoas. A contaminação por raiva é avaliada constantemente nos animais, mas não é possível garantir que o quati não tenha pego a doença recentemente, explica Liliane Milanelo, que coordena o centro de recuperação de animais silvestres do parque. [...]. Segundo a veterinária, se as pessoas não pararem de dar comida aos quatis, os animais poderão ser retirados do local. Qual é o tema desse texto? F. Alimentação de quatis no parque. G. Diversão no parque. H. Fim de semana no parque. I. Presença de quatis. J. Definição de uma espécie de animais. Extra, extra. Este macaco é humano. Não somos tão especiais Todas as características tidas como exclusivas dos humanos são compartilhadas por outros animais, ainda que em menor grau. INTELIGÊNCIA A ideia de que somos os únicos animais racionais tem sido destruída desde os anos 40. A maioria das aves e mamí feros tem algum tipo de raciocínio. AMOR O amor, tido como o mais elevado dos sentimentos, é parecido em várias espécies, como os corvos, que também criam laços duradouros, se preocupam com o ente querido e ficam de luto depois de sua morte. CONSCIÊNCIA Chimpanzés se reconhecem no espelho. Orangotangos observam e enganam humanos distraídos. Sinais de que sabem quem são e se distinguem dos outros. Ou seja, são conscientes. CULTURA O primatologista Frans de Waal juntou vários exemplos de cetáceos e primatas que são capazes de aprender novos hábitos e de transmiti-los para as gerações seguintes. O que é cultura se não isso? BURGIERMAN, D. Superinteressante, n.° 190, jul. 2003. O título do texto traz o ponto de vista do autor sobre a suposta supremacia dos humanos em relação aos outros animais. As estratégias argumentativas utilizadas para sustentar esse ponto de vista são B) definição e hierarquia. B) exemplificação e comparação. C) causa e consequência. D) finalidade e meios. E) autoridade e modelo. O trabalho não era penoso: colar rótulos, meter vidros em caixas, etiquetá-las, selá-las, envolvê-las em papel celofane, branco, verde, azul, conforme o produto, separá-las em dúzias… Era fastidioso. Para passar mais rapidamente as oito horas havia o remédio: conversar. Era proibido, mas quem ia atrás de proibições? O patrão vinha? Vinha o encarregado do serviço? Calavam o bico, aplicavam-se ao trabalho. Mal viravam as costas, voltavam a taramelar. As mãos não paravam, as línguas não paravam. Nessas conversas intermináveis, de linguagem solta e assuntos crus, Leniza se completou. Isabela, Afonsina, Idália, Jurete, Deolinda – foram mestras. O mundo acabou de se desvendar. Leniza perdeu o tom ingênuo que ainda podia ter. Ganhou um jogar de corpo que convida, um quebrar de olhos que promete tudo, à toa, gratuitamente. Modificou-se o timbre de sua voz. Ficou mais quente. A própria inteligência se transformou. Tornou-se mais aguda, mais trepidante REBELO, M. A estrela sobe. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009. O romance, de 1939, traz à cena tipos e situações que espelham o Rio de Janeiro daquela década. No fragmento, o narrador delineia esse contexto centrado no A) julgamento da mulher fora do espaço doméstico. B) relato sobre as condições de trabalho no Estado Novo. C) destaque a grupos populares na condição de protagonistas D) processo de inclusão do palavrão nos hábitos de linguagem. E) vínculo entre as transformações urbanas e os papéis femininos. Agora é o momento de você mostrar que aprendeu. Vamos corrigir as questões. Fique atento aos comentários e discussões. Leia os textos a seguir e selecione os temas centrais de cada um. VAMOS LÁ! TEXTO I Um anjo dorme aqui; na aurora apenas, disse adeus ao brilhar das açucenas em ter da vida alevantado o véu. - Rosa tocada do cruel granizo Cedo finou-se e no infantil sorriso passou do berço pra brincar no céu! (Casimiro de Abreu, in Primaveras) TEXTO II Aquisição à vista. A Bauducco, maior fabricante de panettones do país, está negociando a compra de sua maior concorrente, a Visconti, subsidiária brasileira da italiana Visagis. O negócio vem sendo mantido sob sigilo pelas duas empresas em razão da proximidade do Natal. Seus controladores temem que o anúncio dessa união - resultando numa espécie de AmBev dos panettones - melindre os varejistas. (Cláudia Vassallo, na Exame, dez./99) TEXTO III: Julgo que os homens que fazem a política externa do Brasil, no Itamaraty, são excessivamente pragmáticos. Tiveram sempre vida fácil, vêm da elite brasileira e nunca participaram, eles próprios, em combates contra a ditadura, contra o colonialismo. Obviamente não têm a sensibilidade de muitos outros países ou diplomatas que conheço. (José Ramos-Horta, na Folha de São Paulo, 21/10/96). TEXTO IV: Se essa ainda é a situação de Portugal e era, até bem pouco, a do Brasil, havemos de convir em que no Brasil- colônia, essencialmente rural, com a ojeriza que lhe notaram os nossos historiadores pela vida das cidades - simples pontos de comércio ou de festividades religiosas -, estas não podiam exercer maior influência sobre a evolução da língua falada, que, sem nenhum controle normativo, por séculos “voou com as suas próprias asas”. (Celso Cunha, in A Língua Portuguesa e a Realidade Brasileira) VOCÊ APRENDEU A identificar tema ou assunto de um texto por meio da leitura seletiva, em que se escolhe palavras-chave que sintetizam a abordagem textual. O que se repete, o que o autor insiste em dizer, ou convencer o leitor, ali com certeza está o tema central ou assunto de um texto. Diferenciar a informação principal das secundárias em um texto. Objetivos: Identificar a informação (no singular) mais importante em um texto; Notar as informações secundárias que preenchem a ideia contida na principal; Não confundir a ideia principal (singular) com as ideias secundárias (plural). Para isso é preciso que você: Compreenda os textos e as ideias contidas, diferenciando-as Atente-se aos detalhes, note que o que mais se repete pode ser o que mais tem importância dentro do texto. Entenda que a maneira como você encara o texto pode ser um diferencial na resolução da questão, tente fazer uma leitura prazerosa tentando entender a ideia central ali apresentada. Não é apenas um conjunto de palavras, mas um conjunto de palavras carregado de sentido, o desafio é você entender esse sentido e do jeito certo. O texto apresenta uma hierarquia de ideias, o título ajuda na compreensão da informação a ser tratada. Além das ideias secundárias, têm também as acessórias, que ilustram e exemplificam o que está sendo dito. TEXTO: Vitória de Trump provoca protestos: 5 mil manifestantes protestaram em Nova York, segundo a polícia. Um dia depois dos americanos elegerem Donald Trump como novo presidente dos Estados Unidos, milhares de pessoas foram nesta quarta-feira (9) para as ruas das principais cidades do país com o objetivo de mostrar suarejeição à decisão saída das urnas. Uma das cidades onde teve maior participação de manifestantes foi Nova York, onde pelo menos 5 mil pessoas, de acordo com a polícia, se concentraram na Trump Tower de Manhattan, aos gritos de "não é meu presidente". Trinta pessoas foram detidas em Nova York por desordem pública, de acordo com as autoridades. A grande presença de manifestantes também aconteceu na Filadélfia (Pensilvânia) e em Chicago (Illinois), onde as pessoas se reuniram em frente à Trump Tower da cidade e cantaram insultos contra o magnata.(...) site:http://g1.globo.com/mundo/eleicoes-nos- eua/2016/noticia/2016/11/.Acessado em 09/11/2016. 01. A principal informação desse texto é A) Trinta pessoas foram detidas em Nova York por desordens. B) Os protestos provocados pela vitória de Trump em várias cidades dos EUA. C) A cidade onde teve maior participação de manifestantes foi Nova York. D) Pessoas se concentraram na Trump Tower, em Manhattan, aos gritos de "não é meu presidente". E) Pessoas em frente à Trump Tower de Chicago cantaram insultos contra o magnata. 1. Antes de ler a questão, já saiba qual é a ideia principal contida no texto. 2. Não deixe que as ideias secundárias desviem o seu olhar da ideia principal. 3. A ideia principal pode vir parafraseada na alternativa correta. 4. Leia o título, identifique a ideia central, compreenda o texto antes mesmo de ler a questão. 5. Leia as alternativas buscando a resposta correta que você já sabe qual é. Leia o texto abaixo: Nascimento do Brasil Era uma vez, num reino chamado Portugal, um príncipe regente medroso, glutão e viciado em coxas de galinha chamado João. No dia 29 de novembro de 1807, ele juntou a mãe (uma rainha louca), a mulher (uma princesa espanhola), os filhos e cerca de 11 mil pessoas e partiu para o distante Brasil, uma colônia que pertencia a seus domínios e ficava do outro lado do Oceano Atlântico. A razão da mudança? O medo de ser deposto pelo exército francês, comandado pelo imperador Napoleão Bonaparte. Em terras brasileiras, o príncipe ficou por 13 anos, realizou alguns feitos importantes tomou-se rei após a morte da mãe e fez do filho. Pedro, seu sucessor. Depois, quando Napoleão já havia perdido a guerra, voltou para sua terra natal. É assim de forma resumida, que muitos brasileiros estudam a vinda da família real portuguesa para o Brasil. ARAUJO, Paulo In: Nova Escola. São Paulo: Abril, ano 23, n 209, p 54, 2006. Fragmento. 02. A informação principal desse texto é a A) formação do império de Napoleão Bonaparte. B) guerra perdida por Napoleão Bonaparte. C) prática de viagens de um príncipe português. D) chegada da família real portuguesa ao Brasil. E) O nascimento do Brasil pelo exército francês. Leia o texto abaixo e responda. Vertigem RESSIGNIFICANDO Descritor 07 O ano 2000 chegou sem confirmar as profecias cibernéticas dos livros e filmes de ficção científica, mas com uma boa dose de futurismo em tempo real: aos nossos olhos, pululam inovações e conquistas tecnológicas que não conseguimos entender em toda a dimensão. Se voltássemos brevíssimos cinco anos, encontraríamos um mundo sem muitos dos conhecimentos e máquinas hoje em dia integrados ao cotidiano: celulares, clonagem, transplante de neurônios, DVDs (tornando obsoletos os tão recentes videocassetes), aparelhos de fax – uma revolução há dez anos – assumindo ares de sucata. Dentre todos esses avanços – impensáveis mesmo para os homens que construíram as primeiras espaçonaves ou explicaram a relatividade do universo –, a Internet é o que o maior impacto vem e continuará causando. Nenhuma descoberta do homem se expandiu com tanta velocidade quanto a chamada Rede – ela é inevitável, e nada que conhecemos pode, em curto prazo, abalar a sua soberania. [...] Educação. São Paulo, ano 26, nº 226, fev. 2000. 03. A informação mais importante desse texto é A) a Internet foi o maior avanço tecnológico. B) a clonagem é futurismo em tempo real. C) as máquinas de hoje logo serão sucata. D) as máquinas fazem parte do cotidiano. E) as novas tecnologias são complicadas. Com Patativa do Assaré surge no horizonte de nossas letras um poeta popular que dá voz ao clamor do povo. Alguém que ao representar as figuras sociais do camponês, do agregado sem terra, do vaqueiro, do caçador ou ainda do mendigo, da prostituta, do menino de rua, realiza sociológica e esteticamente algo muito diverso daquilo que acontece quando os poetas de outra extração social vêm falar destas mesmas personagens. No caso do poeta do Assaré, podemos constatar com muita clareza a existência de uma empatia e identificação radicais, resultado em última análise da experiência de partilhar o poeta com seus personagens de uma mesma comunidade de destinos. Revista Discutindo Literatura, Ano I, n° 1, p. 57. 04. Qual é a ideia central desse texto? A) A sociologia é a atividade principal do poeta popular. B) O poeta popular ignora as raízes de seus personagens. C) O poeta popular se identifica com seus personagens. D) A pesquisa da cultura popular é feita pelo camponês. E) O poeta do Assaré faz poesia igual a todos os poetas. Lixo gera renda no Quênia (difícil) Chinelos de borracha são usados em todo o mundo, em alguns lugares até para ir à escola e ao trabalho. Um dia eles vão parar no lixo ou se perdem nas ruas. As chuvas os levam para o mar e, em algum momento, tudo vai parar numa praia. Na ilha Kiwayu, que faz parte da Reserva Marinha Nacional de Kiunga, no Quênia, dezenas são trazidas pelas correntes marítimas do Oceano Indico. Ninguém sabia que fim dar a tanto lixo, que prejudicava a pesca e a postura de ovos de tartarugas. Mas os brinquedos produzidos pelas crianças com os chinelos acabaram inspirando os adultos a fazer arte com a borracha que se acumulava nas praias. Nasceu assim, em 1997, o projeto FlipFlop (sandálias de borracha em inglês). Mulheres de Kiwayu, que até então pouco tinham a fazer na ilha além de cuidar de marido e filhos, formaram a primeira comunidade de catadoras de chinelos e artesãs. Os homens da comunidade Bajun continuam pescando e cultivando, mas agora há outra forma de se gerar renda. Razão Social. O Globo. 03 nov. 2009, p. 9. 05. Qual é a principal ideia do Texto 2? A) Os chinelos de borracha são de uso generalizado. B) Os chinelos são usados na escola e no trabalho. C) Os chinelos são jogados nas ruas ou no lixo. D) A comunidade de catadoras de chinelos foi criada pelas Mulheres de Kiwayu. E) A comunidade de Bajun encontrou uma forma de gerar renda com os chinelos. Leia o texto abaixo: Salve a música que nos salva Caro Paulo, O acelerador de partículas funcionou e não abriu o tal buraco negro que ia nos engolir a todos. Eu comemorei a conquista junto com os cientistas da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear. Mas, ao mesmo tempo, aumentou a intensidade da luz amarela que pisca no meu cérebro sem parar: nós, os seres humanos, estamos nos colocando numa posição de muito poder, para o bem e para o mal! A ciência está chegando a um ponto de tamanha intimidade com a natureza que nós poderemos escolher se continuamos nossa evolução ou se damos um basta com um ponto- final na história da humanidade. Nessa hora, eu peço socorro e inspiração à música. A música é tão cultura como a ciência. Ambas são aprendizados que o homem tira da natureza. Só que, enquanto a ciência nos dá poder sobre a vida, a música nos aperfeiçoa como seres humanos. "A música restaura nossa mente e nossa alma", dizia Bach. Nos faz seres humanos melhores, eu concluo. GUIMARÃES, Ricardo. Trip. n 188. Fragmento.
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