Buscar

Desenvolvimento biopsicomotor e social da criança

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 184 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 184 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 184 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Anelise Cunha Santos Oliveira
Cíntia Gomide Tosta
Cleide Regina Oliveira
Gláucia Eli Silva
Gilberto Gonçalves de Oliveira
Judith Mara de Souza Almeida
Desenvolvimento biopsicomotor
e social da criança
© 2016 by Universidade de Uberaba
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Universidade de Uberaba.
Universidade de Uberaba
Reitor 
Marcelo Palmério
Pró-Reitor de Educação a Distância
Fernando César Marra e Silva
Editoração
Produção de Materiais Didáticos
Capa
Toninho Cartoon
Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE
D457 Desenvolvimento biopsicomotor e social da criança / Anelise Cunha Santos 
Oliveira ... [et al.]. – Uberaba : Universidade de Uberaba, 2016. 
 184 p. : il. 
 Programa de Educação a Distância – Universidade de Uberaba. 
ISBN 
1. Crianças - Desenvolvimento. 2. Crianças. 3. Desenvolvimento so-
cial. 4. Aprendizagem. I. Oliveira, Anelise Cunha Santos. II. Universidade 
de Uberaba. Programa de Educação a Distância. 
CDD 305.231 
Anelise Cunha Santos Oliveira 
Especialista em metodologia da educação física escolar, pela 
Universidade Fe deral de Uberlândia. Professora de educação física, 
graduada pelas Faculdades Integradas de Uberaba (1985). Professora 
efetiva na rede municipal, atuando no Departamento de Inclusão 
Educacional e Diversidade / Secretaria Municipal de Educação e Cultura 
de Uberaba como assessora pedagógica. 
Cíntia Gomide Tosta 
Mestre em psicologia e especialista em educação pela Universidade 
Federal de Uberlândia – UFU. Graduou-se em direito e pedagogia. 
Atua com gestão escolar e como pesquisadora dos processos de 
aprendizagem e desenvolvimento prin cipalmente relacionados ao 
grafismo infantil. É docente no curso de formação e pedagoga e 
pesquisadora do Arquivo Público de Uberaba. 
Cleide Regina Oliveira
Especialista em Gestão da Prática Pedagógica, pela Faculdade Senac – 
Minas. Pedagoga pela Universidade de Uberaba – Uniube. Professora da 
educação básica na rede municipal, atua no Departamento de Inclusão 
Educacional e Diversidade / Secretaria Municipal de Educação e Cultura 
de Uberaba como assessora pedagógica. 
Gláucia Eli Silva 
Pós-graduada em psicopedagogia institucional pela Universidade Castelo 
Branco, graduada em pedagogia pela Faculdade de Filosofia Ciências 
e Letras de Ituverava (1994). Diretora do Departamento de Inclusão 
Educacional e Di versidade da Secretaria Municipal de Educação e 
Sobre os autores
Cultura de Uberaba. Docente do curso de pedagogia a distância da 
Universidade de Uberaba. Coordenadora de referência do curso de 
pedagogia a distância da Universidade de Uberaba e do curso de 
pós-graduação em psicopedagogia da Universidade de Uberaba. 
Gilberto Gonçalves de Oliveira 
Mestrando em educação pela Universidade de Uberaba – Uniube. 
Especia lista em neurologia e neurocirurgia pela Universidade de 
Campinas – Uni camp; especialista em docência universitária e em 
educação a distância pela Universidade de Uberaba – Uniube. Médico, 
graduado pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM. 
Ministra conteúdos de neurologia e neuroanatomia humana nos cursos 
de medicina, fisioterapia e fonoaudiologia e neurologia da aprendizagem 
no curso de pedagogia, na Universidade de Uberaba – Uniube. 
Judith Mara de Souza Almeida 
Mestre em linguística pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU. 
Graduada em letras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de 
Ituverava – FFCLI. Especialista em informática para deficientes visuais 
pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS. Especialista 
em língua portuguesa e literatura pela Universidade de Franca – Unifran. 
Professora do Núcleo de Apoio Didático Pedagógico e Formação Docente 
do CAP – Uberaba (Centro de Apoio Pedagó gico para atendimento às 
pessoas com deficiência visual). Compõe a equipe do Departamento de 
Inclusão Educacional e Diversidade da Secretaria Municipal de Educação 
de Uberaba. 
Sumário
Apresentação .............................................................................................................. IX
Capítulo 1 O desenvolvimento humano no período escolar: reflexões 
 fundamentais ....................................................................... 1
1.1 Desenvolvimento e aprendizagem ......................................................................... 3
1.2 A relação escola e desenvolvimento ....................................................................... 4
1.3 O desenvolvimento durante os anos escolares ...................................................... 5
1.4 O crescimento durante os anos escolares .............................................................. 8
1.5.1 Doenças ....................................................................................................... 10
1.5 Problemas de saúde enfrentados por crianças ..................................................... 10
1.5.2 Deficiência visual.......................................................................................... 12
1.5.3 Cáries .......................................................................................................... 12
1.5.4 Gagueira ...................................................................................................... 13
1.5.5 Tiques .......................................................................................................... 13
1.6 Segurança na escola ............................................................................................. 14
1.7 Desenvolvimento motor ......................................................................................... 14
1.8 Desenvolvimento intelectual nos anos escolares ................................................. 14
1.8.1 Estratégias de memória ............................................................................... 14
1.8.2 Estratégias de produção da linguagem escrita .......................................... 15
1.8.3 Metacognição ............................................................................................... 17
1.9 Conhecimento social e desenvolvimento moral nos anos 
 escolares ................................................................................................................18
1.9.1 O desenvolvimento da personalidade .........................................................20
1.10 Distúrbios emocionais na infância ........................................................................21
1.11 Adolescência .........................................................................................................23
1.11.1 A puberdade ................................................................................................24
1.11.2 Nutrição .......................................................................................................26
1.11.3 Problemas com drogas lícitas e ilícitas .......................................................27
1.11.4 Doenças sexualmente transmissíveis .........................................................28
1.11.5 Desenvolvimento cognitivo dos adolescentes ............................................29
1.11.6 Desenvolvimento da personalidade do adolescente ................................ 30
1.12 O desenvolvimento de crianças e adolescentes com necessidades 
 educativas especiais .............................................................................................32
1.13 Conclusão .............................................................................................................33
Capítulo 2 A condição humana e a construção damoral na perspectiva 
 de Jean Piaget .................................................................... 37
2.1 Relembrando: a relevância do social e da cultura para Wallon, 
 Vygotsky e Piaget ..................................................................................................43
2.1.1 A relevância do social para Wallon ..............................................................45
2.1.2 A relevância do social para Vygotsky ...........................................................46
2.1.3 A relevância do social para Piaget ...............................................................48
2.2 Moral e ética: conceitos historicamente construídos .............................................49
2.2.1 A construção da moralidade sob a teoria piagetiana: retomando 
 e avançando essa reflexão ...........................................................................53
2.2.2 Aprofundando a reflexão sobre o papel do professor no 
 desenvolvimento moral do aprendiz, na perspectiva piagetiana...................60
2.3 Conclusão ...............................................................................................................67
Capítulo 3 Desenvolvimento neuropsicomotor e sua relação com o 
 processo de ensino-aprendizagem na infância ................. 71
3.1 O sistema nervoso ................................................................................................. 74
3.2 O cérebro e o sistema nervoso ............................................................................. 79
3.3 A embriologia do sistema nervoso ......................................................................... 83
3.4 Neuroplasticidade .................................................................................................. 84
3.5 A anatomia do cérebro ........................................................................................... 89
3.5.1 Organização e estrutura do sistema nervoso .............................................. 91
3.5.2 A lateralidade hemisférica cerebral .............................................................. 95
3.6 As funções corticais ............................................................................................... 97
3.7 Como o cérebro aprende ..................................................................................... 100
3.8 Inteligências múltiplas .......................................................................................... 105
3.9 Funções mentais relacionadas com a aprendizagem ......................................... 106
3.10 Conclusão .......................................................................................................... 109
Capítulo 4 Aprendizagem pelo movimento ........................................113
4.1 Características gerais do desenvolvimento motor ...............................................115
4.2 O que os teóricos dizem em relação à importância da motricidade ....................117
4.3 Elementos da motricidade ....................................................................................119
4.3.1 Desenvolvimento motor ..............................................................................119
4.3.2 Motricidade ................................................................................................120
4.4 Elementos básicos da motricidade ......................................................................120
4.4.1 Motricidade fina .........................................................................................120
4.4.2 Motricidade Global ....................................................................................120
4.4.3 Esquema corporal ..................................................................................... 122
4.4.4 Lateralidade ............................................................................................... 124
4.4.5 Orientação espacial ..................................................................................126
4.4.6 Orientação temporal .................................................................................. 128
4.4.7 Equilíbrio .................................................................................................... 130
4.4.8 Discriminação visual ................................................................................. 132
4.4.9 Discriminação auditiva .............................................................................. 133
4.5 Pensando a prática .............................................................................................. 133
4.6 Conclusão ............................................................................................................ 139
Capítulo 5 Os processos pedagógicos e a prática da 
 psicomotricidade .............................................................. 143 
5.1 O desenvolvimento psicomotor e a prática pedagógica .....................................145
5.2 A relação entre o corpo e as emoções ................................................................152
5.3 A psicomotricidade e a prática pedagógica ......................................................... 154
5.3.1 A psicomotricidade em ação na sala de aula ........................................... 159
5.4 Brincando também se aprende .......................................................................... 163
5.5 A avaliação do processo de desenvolvimento psicomotor ................................. 164
5.5.1 A avaliação como forma de acompanhar a evolução psicomotora 
 da criança .................................................................................................. 166
5.6 Conclusão ............................................................................................................ 169
Prezado(a) aluno(a).
Pular corda, pular amarelinha; brincar de pique esconde, de bandeirinha, 
de bicicleta são recordações felizes de uma época que deixa saudades. 
Pelas brincadeiras da infância, na interação com os objetos e com os 
outros, descobrimos nosso próprio corpo; descobrimos o mundo e nos 
descobrimos no mundo!
Neste livro você estudará sobre “O desenvolvimento biopsicomotor 
e social da criança”, para, como educador, atuar no desenvolvimento 
infantil, de forma integrada com os aspectos afetivos, cognitivos, 
psíquicos, entre outros. 
Esperamos que, ao ler estas primeiras páginas, você possa trazer 
lembranças da sua infância, conhecimentos advindos de suas 
experiências de brincar, e, então, alinhavá-los aos conteúdos aqui 
apresentados. Pois, acreditamos que tais conhecimentos são sempre 
melhor compreendidos quando partimos de nossa experiência pessoal.
A seguir, apresentaremos a proposta de cada capítulo, para que você 
consiga visualizar os conteúdos que serão estudados.
No primeiro capítulo, intitulado “O desenvolvimento humano no 
período escolar: reflexões fundamentais”, o objetivo é apresentar um 
estudo bibliográfico do desenvolvimento humano durante a fase de 
escolarização. A leitura do texto nos permitirá compreender aquilo que é 
determinado pelo biológico no desenvolvimento humano e ainda observar 
o que depende de aprendizagem. 
Já o segundo capítulo “A condição humana e a construção da moral na 
perspectiva de Jean Piaget”, você terá a oportunidade de compreender 
que a moralidade é um resultado de um longo processo inconcluso de 
Apresentação
X UNIUBE
construção sócio-histórica e o quanto é importante pensar sobre esse 
assunto no âmbito da esfera escolar.
O terceiro capítulo, intitulado “Desenvolvimento neuropsicomotor e sua 
relação com o processo de ensino-aprendizagem na infância”, traz uma 
abordagem articulando à pedagogia os conhecimentos de neurociências 
produzidos na área médica que contribuem na formação do professor. 
O capítulo se desenvolve a partir de conceitos próprios da neurociência, 
numa linguagem acessível ao educador. A proposta é subsidiar o 
professorna aquisição de conhecimentos em neurociência, necessários 
à sua atuação como mediador, facilitador ou como estimulador dos 
processos neuropedagógicos do saber e do desenvolvimento integral 
da pessoa humana.
No capítulo “Aprendizagem pelo movimento”, você estudará a 
necessidade e a importância da educação motora para o ser humano. 
Nele, serão contempladas as características do desenvolvimento motor, 
bem como os elementos da motricidade, e, ainda, uma breve articulação 
com a prática profissional.
Nessa perspectiva, no capítulo “Os processos pedagógicos e a prática 
da psicomotricidade”, os conhecimentos construídos no capítulo anterior 
serão aprofundados. Você estudará, mais detalhadamente, a importância 
do desenvolvimento psicomotor no processo de aprendizagem da criança 
e sua relação com a práxis do professor. Nesse sentido, estabelecerá 
uma relação entre teoria e prática por meio da pesquisa, da análise 
e da escolha de atividades, refletindo sobre a avaliação do processo 
de desenvolvimento psicomotor da criança. Sendo assim, esperamos 
que compreenda a importância de planejar atividades lúdicas e criativas 
que permitam às crianças vivenciarem momentos de muita ação, 
construindo aprendizagens significativas. 
Esperamos que você usufrua com otimismo e dedicação desses saberes 
que só farão sentido se forem construídos por você!
Bons estudos!
Judith Mara de Souza Almeida
Introdução
O desenvolvimento humano 
no período escolar: 
reflexões fundamentais 
Capítulo
1
Antes mesmo de entrar na escola, a criança já construiu 
muitos conhecimentos sobre a realidade que a cerca. Esses 
conhecimentos são construídos na relação com as outras crianças, 
com os adultos, com os objetos, na exploração do mundo por 
meio das imitações, do jogo de faz de conta, da vivência de 
experiências. Para Lima (2007), há um percurso que a criança 
realiza apenas com a intervenção de outras pessoas. Sobre isso 
explica:
[...] há entre o que a criança faz sozinha, partindo da 
sua própria intenção, e o conhecimento a ser adquiri-
do, formalmente organizado, um percurso que só po-
derá ser feito com a intervenção dos indivíduos mais 
experimentados da espécie. Inclui ‑se, entre eles, evi-
dentemente, o professor (LIMA, 2007, p. 38 ‑39).
Nesse sentido, Vygotsky afirma que “o aprendizado humano 
pressupõe uma natureza social específica e um processo por meio 
do qual as crianças penetram na vida intelectual daqueles que a 
cercam” (VYGOTSKY, 1935, p. 115). Assim sendo, qualquer que 
seja a situação com a qual a criança se defronta na escola, há 
sempre uma história prévia.
Entretanto, para o mesmo autor, há diferenças entre o aprendizado 
antes de a criança chegar à escola – não sistematizado – e o 
aprendizado escolar – sistematizado.
2 UNIUBE
Ao final do estudo deste capítulo, esperamos que você seja capaz de: 
• identificar as fases do desenvolvimento humano, corresponden-
tes aos anos escolares; 
• definir a importância das fases e processos do desenvolvimento 
da criança e do adolescente; 
• orientar o estudante da Educação Infantil, dos anos iniciais do 
Ensino Fundamental e do Ensino Médio, viabilizando, adequa-
damente, o seu desenvolvimento. 
1.1 Desenvolvimento e aprendizagem 
1.2 A relação escola e desenvolvimento 
1.3 O desenvolvimento durante os anos escolares 
1.4 O crescimento durante os anos escolares 
1.5 Problemas de saúde enfrentados por crianças 
1.6 Segurança na escola 
1.7 Desenvolvimento motor 
Objetivos
Esquema
Para Lima (2007 p. 27), 
[...] sistematizar é estabelecer conceitos, ordená-los em 
níveis de complexidade com regras internas que regulam 
a relação entre os elementos que os compõem. Todo co-
nhecimento formal é representado, simbolicamente, pela 
linguagem de cada sistema. 
Para Vygotsky (1935), o aprendizado sistematizado, formal, 
produz algo fundamentalmente novo no desenvolvimento da 
criança, pois ele des perta vários processos internos que mais 
tarde passam a fazer parte das aquisições do desenvolvimento, 
independentemente da criança. Este estudo nos possibilitará 
compreender melhor esse processo e ainda observar aspectos do 
desenvolvimento físico e psicológico da criança e do adolescente 
durante as fases de escolarização. 
 UNIUBE 3
Desenvolvimento e aprendizagem 1.1
Há diferenças entre desenvolvimento e aprendizagem escolar? Se a 
resposta for positiva, que diferenças são essas? Você acredita que, se a 
criança não for à escola, seu desenvolvimento fica comprometido? 
O fato de uma criança de 5 anos, por exemplo, pegar um graveto e 
desenhar na terra só é possível porque há uma imagem mental que 
ela formou do objeto desenhado a partir da percepção desse objeto, 
utilizando para isso os sentidos. Assim, para Lima, podemos afirmar 
que as crianças se desenvolvem indepen dentemente de irem ou não à 
escola: 
[...] o que é do domínio do desenvolvimento humano não 
deixa de acontecer se a criança não for à escola, ou se ela 
for e se encontrar em uma situação de não aprendizagem. 
Assim, a memória infantil, a função simbólica, a percepção 
vão se de senvolver segundo o caminho dado pela 
genética da espécie (LIMA, 2007, p. 36). 
Diferentemente de Vygotsky, Lima acredita que aquilo que é de 
domínio do desenvolvimento humano não vai deixar de acontecer. Há 
aprendizagens que são inerentes à espécie humana. As crianças que 
enxergam são capazes de diferenciar e nomear as cores presentes no 
cotidiano delas sem que ninguém as ensine, são capazes também de 
desenhar e seus desenhos evoluem conforme a evolução da percepção 
visual e da coordenação olho/membro/espaço. 
1.8 Desenvolvimento intelectual nos anos escolares 
1.9 Conhecimento social e desenvolvimento moral nos anos 
escolares 
1.10 Distúrbios emocionais na infância 
1.11 Adolescência 
1.12 O desenvolvimento de crianças e adolescentes com necessidades 
educativas especiais 
1.13 Conclusão
4 UNIUBE
Mas qual a relação entre escola e desenvolvimento? Vamos refletir um 
pouco sobre esse tema?!
A relação escola e desenvolvimento1.2
Conforme Lima (2007), somente o que não é de domínio do 
desenvolvimento precisa ser ensinado, como: apropriar-se da língua 
escrita, ler e escrever; formar conceitos nas diversas matérias, como 
história, geografia, ecologia, entre outras; desenvolver o pensamento 
matemático e aprender a escrever matematicamente uma operação.
Veja o que Lima nos explica sobre a escola:
A escola foi criada há aproximadamente 4.500 anos, 
no momento histórico da invenção da escrita e da 
matemática, do desenvolvimento da geometria e 
da expansão de certas práticas artísticas. Podemos 
dizer que ambas – a escrita e a escola – são 
criações recentes da humanidade, principalmente 
se considerarmos que a fala surgiu há cerca de 200 
mil anos e que os primeiros registros de imagens 
em suportes como parede das cavernas datam 
de 25 mil anos no continente europeu. Antes 
mesmo disto, há 32 mil anos, na África surgiram 
registros, hoje chamados de protolinguagem. A 
escrita é, assim, bem mais recente, tendo surgido 
há aproximadamente cinco milênios. Depois da 
criação da escrita, o desenvolvimento cultural da 
humanidade se acelera chegando à invenção da 
imprensa no século XV. Daí para frente, houve 
uma aceleração acentuada no desenvolvimento 
das ciências e das técnicas artísticas, na invenção 
de equipamentos, na produção literária e 
desenvolvimento tecnológico. A aceleração é tal 
que hoje testemunhamos em uma mesma geração 
mudanças enormes nas formas de comunicação 
dos seres humanos, no fluxo de informação entre 
países e na inovação instrumental e tecnológica. Isto
SAIBA MAIS
 UNIUBE 5
reflete na escola: educar crianças hoje exige dos 
professores saberes muito distintos do que se exigia 
dos professores que os ensinaram, há 20 ou 30 
anos. Testemunhamos nas últimas duas décadas 
mudanças extraordinárias no desenvolvimento 
cultural da espécie humana. Como resultado, 
os processos de desenvolvimento das 
novas gerações apresentam peculiaridadesabsolutamente novas, mesmo para educadores 
jovens (LIMA, 2007, p. 17 ‑18).
Na atualidade, com o avanço tecnológico, por exemplo, o professor precisa 
ser bastante criativo para conseguir desenvolver sua aula e trabalhar seus 
conteúdos, muitas vezes entre quatro paredes, pois, fora da escola, a maioria 
dos alunos têm acesso às informações em tempo real, sem precisar sair de 
casa, bastando para isso um computador com Internet.
Para que a escola consiga promover o desenvolvimento humano, 
é importante considerar o que a criança desenvolve por si mesma 
(conhecimento não sistemati zado). A escola deve, ainda, propor 
aprendizagens novas (conhecimento formal ou sistematizado) que 
façam uso das manifestações de funções simbólicas que são próprias da 
espécie humana e adquiridas antes mesmo de a criança chegar à escola. 
O desenvolvimento durante os anos escolares1.3
O período de desenvolvimento que coincide com a entrada da criança 
no ensino fundamental, por volta dos 6, 7 ou 8 anos de vida, é marcado 
por mudanças cerebrais importantes que afetam diretamente a atuação 
da criança na escola. 
Conforme a criança cresce, desenvolve a atenção voluntária que 
possibilita a ação prolongada e organizada a partir de regras ditadas por 
outras pessoas, como o professor, por exemplo. É o desenvolvimento da 
atenção voluntária que torna possível a execução de tarefas em sala de 
aula. Nessa etapa, a fala organiza a ação, por isso é natural ouvir uma 
criança murmurar, ou seja, verbalizar para si mesma, passo a passo do 
que esteja fazendo. Esta etapa também é marcada pela necessidade e
6 UNIUBE
Se a educação reestrutura o comportamento, qual é o papel do professor e 
da escola nesse processo?
PARADA PARA REFLEXÃO
Se você acredita na escola como espaço em que as experiências 
humanas são ampliadas, você está no caminho certo, pois é importante 
que haja na escola o contato do aluno com conhecimentos novos, 
metodologias e áreas de conhecimento contemporâneas. Sobre o papel 
do professor nesse processo, Vygotsky destaca o papel de mediador, que 
faz junto, demonstra, fornece pistas, instrui, dá assistência, enfim, aquele 
que contribui para o processo de desenvolvimento do aluno, e um dos 
componentes desse papel está na definição do currículo e na elaboração 
de seus componentes.
Você já ouviu falar sobre plasticidade cerebral? Veja o que Lima explica:
Enquanto espécie, o ser humano apresenta, desde 
o nascimento, uma plasticidade muito grande no 
cérebro, podendo desenvolver várias formas de 
comportamento, aprender várias línguas, utilizar 
diferentes recursos e estratégias para se inserir 
no meio, agir sobre ele, avaliar, tomar decisões, 
defender -se, criar condições de sobrevivência ao 
longo de sua vida. Plasticidade é a possibilidade 
de formação de conexões entre neurônios a 
partir das sinapses. A infância é o período de 
maior plasticidade e isto atende, naturalmente, ao 
processo intenso de crescimento e desenvolvimento 
que ocorre neste período (LIMA, 2007, p. 24).
Por esse motivo, há autores que acreditam que se aprende melhor um outro 
idioma até os doze anos; entretanto, esta ainda é uma afirmativa que causa 
muita discussão entre os pesquisadores interessados em aspectos relativos 
à aquisição da linguagem.
CURIOSIDADE
importância atribuídas ao grupo. Nesse sentido, é relevante considerar o 
que Vygotsky (1935) afirma, ou seja, para o autor a educação reestrutura 
o comportamento.
 UNIUBE 7
Lima explica também sobre a possibilidade oportunizada pela plasticidade 
cerebral: 
A plasticidade cerebral possibilita uma adaptação de 
áreas do cérebro destinadas a uma função específica, 
ou seja, o córtex visual de crianças que nascem cegas 
poderá assumir outra função devido ao impedimento 
visual (LIMA, 2007, p. 25). 
Assim sendo, o sentido da visão será substituído por outro, tornando 
esse outro sentido mais aguçado. Dessa forma, pode-se explicar o fato 
de uma pessoa cega conhecer o outro pelo cheiro, pelos passos e até 
mesmo pelo toque. 
A plasticidade cerebral também permite um tipo 
de “interdis ciplinaridade” do cérebro em que áreas 
desenvolvidas por meio de um tipo de atividade podem 
ser “aproveitadas” para aprender outros conhecimentos 
ou desenvolver áreas relativas a outro tipo de atividade. 
Por exemplo, áreas desenvolvidas pela música, como 
a de ritmo, são “aproveitadas” no ato da leitura da 
escrita ou a de divisão do tempo na aprendizagem de 
matemática (LIMA, 2007, p.25). 
Isso ocorre em virtude de mudanças estruturais no sistema nervoso 
central de vido às experiências proporcionadas, nesse caso, pela 
aprendizagem da música. 
Moreira e Candau definem o currículo como: 
[...] as experiências escolares que se desdobram em torno 
do conhecimento, em meio às relações sociais, e que 
contribuem para a construção das identidades de nossos 
estudantes. Currículo associa-se, assim, ao conjunto 
de esforços pedagó gicos desenvolvidos com intenções 
educativas (MOREIRA; CANDAU, 2007, p. 18). 
O currículo diz respeito aos eventos escolhidos para se trabalhar os 
conhecimentos que vão contribuir para o desenvolvimento dos alunos. 
Assim, para compor um currículo é preciso mobilizar alguns aspectos 
fundamentais do desenvolvimento humano. Passaremos a discuti-los 
em seguida. 
8 UNIUBE
O crescimento durante os anos escolares1.4
Se observarmos as crianças de 6 a 12 anos de uma escola no horário 
de recreio, veremos que elas se diferem em tamanho (altura) e estrutura 
corporal (peso): há crianças altas, baixas, gordas, magras. Nessa faixa 
etária, elas crescem cerca de 5 a 8 centímetros por ano e ganham de 
2.700 a 3.800 g.
As alterações em altura e peso não são iguais em meninas e meninos. As 
garotas geralmente retêm um pouco mais de tecido adiposo (gorduroso) 
do que os meninos e esta característica persiste até a vida adulta. Tanto 
a altura quanto o peso de meninas e meninos são influenciados pela 
genética e também por hábitos alimentares.
As crianças que apresentam crescimento abaixo do normal são 
frequentemente muito mais baixas que seus colegas, mesmo aos 6 ou 7 
anos. Há diversos tipos de distúrbios do crescimento e um deles diz respeito 
à insuficiência do corpo para produzir o hormônio do crescimento. Durante 
muito tempo, o tratamento indicado para esse problema foi à base de 
injeções de hormônio que resultavam em 45 cm a mais na altura prevista. 
Entretanto, é um tratamento caro e com riscos de infecção.
A engenharia genética trouxe com seu avanço um hormônio sintético mais 
abundante, mas também mais caro e sem ideia clara dos efeitos causados 
à saúde. Portanto, a Academia Americana de Pediatria recomenda que o 
hormônio do crescimento seja usado apenas em crianças que realmente 
apresentem deficiência dele. Acredita-se também que as pessoas 
geneticamente mais baixas possam ganhar mais com terapias psicológicas 
que terapias hormonais, pois essas terapias podem ajudar a superar 
sentimentos negativos associados à baixa estatura (PAPALIA; OLDS, 1998).
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
No Brasil, o Ministério da Saúde garante tratamento medicamentoso 
gratuito a crianças com distúrbios de crescimento, entretanto é importante 
que, primeiramente, essa necessidade seja comprovada para que, 
posteriormente, a criança receba o medicamento sob acompanhamento
 UNIUBE 9
do profissional da saúde (endocrinologista). Vale ressaltar que o 
tratamento hormonal objetiva corrigir o ritmo de crescimento e não tornar 
o indivíduo alto.
O peso médio do corpo dobra entre 6 e 12 anos e as brincadeiras 
das crianças exigem um gasto maior de energia. Para apoiar esse 
crescimento contínuo e a constância de exercícios, as crianças precisam 
de uma alimentação balanceada: carboidratos, sendo altos níveis de 
carboidratos complexos; proteínas e fibras.
Os carboidratos complexos são encontrados em alimentos como: batatas, 
pães e cereais etc. Os carboidratos simples são encontrados em doces e 
devem ser ingeridos minimamente, pois são considerados caloriasvazias, 
ou seja, não nutritivas.
CURIOSIDADE
É importante destacar que os cálculos em relação ao número de calorias 
a serem ingeridas são realizados considerando a altura e o peso de uma 
pessoa.
Para calcular o número de calorias necessárias a uma pessoa é importante 
considerar a altura, peso, idade e nível de atividade física, sendo esses 
cálculos diferenciados para adultos homens e mulheres e mais ainda para 
crianças.
Caso você queira experimentar fazer esse cálculo, entre no seguinte site: 
<http://www.aprendaemagrecer.com/necessidade-calorica -diaria.html>.
SAIBA MAIS
A boa nutrição é essencial para atividades mentais, físicas e sociais; 
já a desnu trição leva à falta de atividade, seja qual for a faixa etária 
do indivíduo. Por outro lado, é fundamental observar os efeitos da 
supernutrição, ou seja, o excesso de calorias que pode levar à obesidade. 
10 UNIUBE
A obesidade é caracterizada pelo excesso de peso que advém de um 
grande acúmulo de gordura corporal. O cálculo do Índice de Massa 
Corporal (IMC) é a técnica mais utilizada para diagnosticar a obesidade. 
O IMC é baseado em uma relação entre o peso e a altura; esse cálculo 
é utilizado tanto para adultos quanto para crianças e adolescentes. Para 
se obter o IMC, o peso (em quilos) é dividido pela altura (em metros) ao 
quadrado, cuja equação é a seguinte: IMC = Peso / Altura x Altura. O 
resultado é obtido em quilogramas por metro quadrado. 
Alguns pesquisadores indicam como fatores que contribuem para 
o surgimento do problema: a predisposição genética, influências do 
ambiente – falta de local para praticar esportes, nível de atividade e 
peso, horas em frente à televisão que, além de incentivar a inatividade, 
ainda influenciam hábitos alimentares al tamente calóricos, uso de alguns 
medicamentos, como corticosteroides, fatores emocionais, idade – ao 
envelhecer, a massa muscular corporal tende a diminuir e, diminuindo, 
diminui também o gasto energético, favorecendo o ganho de peso –, 
gravidez, insônia. 
A obesidade precisa ser tratada, uma vez que crianças gordas podem se 
tornar adultos obesos. Além disso, essas crianças poderão ter prejuízos 
em relação à saúde e à autoestima, pois geralmente são consideradas 
menos atraentes e ainda correm o risco de desenvolver pressão alta, 
problemas ortopédicos e diabetes. O tratamento envolve reeducação 
alimentar, exercícios e mudança de comportamento. Os profissionais da 
saúde evitam a utilização de pílulas para tratar a obesidade, visto que 
elas podem aumentar a pressão sanguínea e causar tontura, ataques e 
até derrame.
Se quiser saber mais sobre a obesidade, acesse o site: <http://www.
bancodesaude.com.br/obesidade/o -que -obesidade>.
PESQUISANDO NA WEB
Problemas de saúde enfrentados por crianças1.5
1.5.1 Doenças
 UNIUBE 11
Aos 6 anos, as crianças geralmente já experimentaram ou experimentam 
problemas como resfriados, garganta inflamada, verrugas, dores de 
ouvido e mais de 90% delas podem apresentar 
uma condição médica severa, como uma infecção 
virótica por estreptococos, por exemplo. Apenas 
uma em cada nove crianças apresenta problemas 
crônicos, como enxaqueca e miopia, para 
exemplificar. Os problemas respiratórios, infecções 
de garganta e ouvido tendem a diminuir conforme 
as crianças se aproximam da puberdade. Nesta 
etapa, os jovens enfrentam mais problemas, como 
acne, dores de cabeça e problemas emocionais 
passageiros. Observamos que a saúde física das 
crianças muda com a idade, vai ganhando mais 
estabilidade, muda também a maneira como elas 
compreendem a saúde e a doença.
Estreptococos
Também chamado 
de streptococcus 
fazem parte de um 
gênero de bactérias 
que pode ser 
prejudicial ao ser 
humano. Nem todas 
são patogênicas, a 
maioria é inofensiva.
A pneumonia é 
um exemplo de 
infecção causada 
por estreptococos.
Entre 6 e 12 anos, as crianças acreditam que a doença é provocada pelas 
ações humanas e frequentemente elas acreditam que suas próprias ações 
as deixam doentes.
Posteriormente, elas atribuem todas as doenças aos germes que 
precisam ser espantados, mesmo que para isso utilizem comportamentos 
supersticiosos.
Próximas à adolescência, as crianças já não atribuem todas as doenças 
aos germes e compreendem que podem se manter saudáveis com algumas 
atitudes. Nessa fase, a doença tem múltiplas causas.
Qualquer ação educativa sobre doenças precisa considerar os níveis de 
compreensão dos alunos ou corre o risco de falhar (PAPALIA; OLDS, 1998). 
Podemos perceber que as explicações que as crianças e adolescentes 
apresentam sobre a doença evoluem conforme elas avançam no 
desenvolvimento cognitivo.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
12 UNIUBE
1.5.2 Deficiência visual
Para que se tenha uma noção do número de pessoas com algum 
problema de visão, de um grupo de 4.623 crianças submetidas a 
exame de acuidade visual, 8,1% apresentaram necessidade de exame 
oftalmológico completo. Houve 63,2% de crianças com astigmatismo 
hipermetrópico, 15,7% com astigmatismo miópico, 12,5% com 
astigmatismo misto, 4,9% com hipermetropia e 3,7% com miopia. 
Somente o oftalmologista pode determinar a utilização ou não de lentes 
corretivas nesses casos (OLIVEIRA et al., 2009).
Os problemas de visão geralmente são observados pelos professores, 
pois é na escola que aumentam as exigências em relação à utilização 
da visão.
Preste atenção: se seu aluno aperta os olhos enquanto fixa o olhar em 
algo distante, se ele reclama de dores de cabeça ou visão embaçada, se 
ele apresenta dificuldades em copiar a matéria da lousa ou ler os textos 
impressos ou xerocados, ou se ainda apresenta lacrimejamento durante a 
fixação visual, esses podem ser indícios de dificuldade visual e, nesse caso, 
é preciso avisar aos pais, para que eles possam encaminhar as crianças 
para um exame oftalmológico.
DICAS
1.5.3 Cáries 
Outro problema enfrentado por crianças de 6 a 12 anos é a presença 
de cáries. Dentes fortes e saudáveis são importantes para a nutrição, 
a saúde de maneira geral e também para a aparência. Mas, em países 
subdesenvolvidos, como o Brasil, ainda é grande o número de crianças 
com cárie; mais que 45% das crianças na faixa etária citada apresentam 
o problema. 
Campanhas de uso de flúor na água potável, momentos de aplicação 
de flúor nos dentes de alunos durante as aulas em escolas públicas, 
difusão de medidas de higiene e de serviços odontológicos gratuitos são 
maneiras utilizadas para erradicar o problema ou melhorar a saúde bucal. 
 UNIUBE 13
A visita frequente ao dentista ainda é reduzida no Brasil, culturalmente 
há um medo muito grande das pessoas em relação aos dentistas e as 
crianças vão incorporando essa atitude, portanto, o comportamento 
dos pais é o que mais influencia a criança. Mas, o que mais impede as 
pessoas de frequentarem o dentista, principalmente no Brasil, ainda são 
problemas econômicos, pois o número de postos de atendimento é pouco 
em relação ao número de pessoas que necessitam dele. 
1.5.4 Gagueira 
A gagueira consiste na repetição involuntária frequente ou o 
prolongamento das sílabas e sons. É um distúrbio embaraçoso que 
afeta 10% das crianças em idade escolar, prejudicando principalmente 
a autoestima delas. Geralmente, começa antes dos 10 anos de idade, 
mas 80% das crianças que gaguejam deixam de fazê-lo antes dos 16 
anos, a maioria (aproximadamente 60%) por conta própria e uma minoria 
(20%) em resposta a tratamento, mas cerca de 1% continua gaguejando 
na fase adulta. 
As causas da gagueira podem ser físicas ou emocionais: falhas na 
respiração ou articulação dos sons, problemas com o feedback defeituoso 
da própria fala, pressão dos pais para que a criança fale corretamente e 
conflitos emocionais profundos. 
Para tratar a gagueira, são realizadas sessões de psicoterapia, 
aconselhamento, terapia da fala e uso de medicamentos. 
1.5.5 Tiques 
Já observou que algumas crianças apresentam movimentos musculares 
involun tários e repetitivos, como virar o pescoço, por exemplo? São os 
tiquese surgem por volta de 4 a 10 anos. Os tiques tendem a desaparecer 
um ano depois do aparecimento ou antes mesmo da adolescência. 
Eles funcionam como alívio para perturbações emocionais que surgem 
geralmente de relacionamentos atuais ou passados. 
É importante consultar um neurologista, pois um tique pode ser um 
sintoma de um problema neurológico.
14 UNIUBE
Segurança na escola1.6
Crianças de 6 a 12 anos e na adolescência se machucam mais em 
atividades esportivas ou nas imediações da escola; neste último caso, 
por fazerem, geralmente sozinhas, o percurso de casa para escola e da 
escola para casa.
Para evitar acidentes, é importante orientar 
as crianças em brincadeiras, em relação ao 
atravessamento de ruas e cruzamentos, uso de 
playground, uso de equipamentos de esportes 
perto de outras pessoas etc.
Desenvolvimento motor1.7
É impressionante observar as crianças de 6 a 12 anos, elas pulam corda, 
jogam, andam de skate e bicicleta, entre outras atividades executadas 
cada vez mais rapidamente, com melhor coordenação, equilíbrio e força. 
Pesquisas indicam que as habilidades motoras melhoram com a idade 
e que meninos e meninas quando participam de atividades similares 
apresentam habilidades semelhantes. A prática de atividades físicas traz 
benefícios aos jovens e crianças, e esses benefícios têm reflexo a longo 
prazo na vida das pessoas.
Desenvolvimento intelectual nos anos escolares1.8
Madruga e Lacasa (1998) destacam que dos 6 aos 12 anos de idade 
acontecem mudanças importantes no desenvolvimento cognitivo das 
crianças. Ao final desse período, elas já são capazes de realizar tarefas 
intelectuais próprias de um adulto. Para resolver problemas de ordem 
cognitiva, as crianças precisam de utilizar algumas estratégias, as quais 
discutiremos em seguida.
1.8.1 Estratégias de memória
Você já parou para pensar na importância da memória? Há quem parafraseie 
a sentença de Descartes: “Penso, logo existo”, afirmando que “Lembro, logo 
existo.
Playground
Expressão de 
origem inglesa que 
significa um espaço 
de brincadeira, de 
ludicidade.
 UNIUBE 15
Reflita sobre a importância da memória!
Imagine uma pessoa que sofre um acidente e, em consequência dele, não 
consegue se lembrar de fatos importantes da vida cotidiana, como o trabalho 
desempenhado há anos.
A sensação que se tem é que a vida do sujeito vai emperrar!
PARADA PARA REFLEXÃO
A memória é fundamental, ela é ativada principalmente em uma situação 
em que a pessoa precisa utilizar conhecimentos arquivados para prestar 
um exame, por exemplo. Assim, o que aprendemos na escola não pode 
perecer em alguns minutos, dias, meses ou ano.
Uma das estratégias de memória que empregamos é a repetição. Mas 
essa é uma estratégia que possibilita um entendimento superficial, 
importante para ar mazenarmos informações na memória a curto prazo, 
como guardar um número de telefone, por exemplo. 
Outra estratégia utilizada para memorização de informações é o que 
Madruga e Lacasa (1998) definem como categorização ou agrupamento, 
uma maneira de organizar buscando conexões dentro da própria 
informação. Pode ser mais fácil recordar uma lista de palavras que se 
referem a grupos de animais ou a plantas, por exemplo, em vez de 
memorizar palavras misturadas. 
Essas estratégias consolidam-se e ampliam conforme a criança vai 
avançando em idade e são importantes na resolução de tarefas e 
problemas. 
1.8.2 Estratégias de produção da linguagem escrita 
Nos anos escolares, surgem ainda estratégias relacionadas ao 
processamento e produção da linguagem escrita. É comum crianças 
escreverem o que sabem sobre determinado assunto ou copiarem partes 
de determinados textos quando a proposta é resumir, entretanto essas 
16 UNIUBE
posturas são ainda consideradas passivas frente às atividades de 
produção escrita. 
Oferecer às crianças situações em que elas tenham que resolver tarefas 
e problemas cognitivos que exijam delas o uso de estratégias que 
estejam a seu alcance permite uma progressiva aquisição, fortalecimento 
e extensão destas. 
Na atividade de leitura, a criança utiliza várias estratégias que possibilitam 
realizar essa tarefa com eficácia. Compreender um texto exige do leitor a 
interação entre diversos processos cognitivos que resultam na representação 
mental do sentido do texto. Essa representação mental é determinada não 
só pelo texto, mas também pelos conhecimentos diversos que o leitor traz 
para compor o sentido do mesmo (conhecimento de mundo, conhecimentos 
específicos relacionados ao tema, conhecimento sobre como o texto é 
organizado etc.).
Conseguir reconhecer o que é relevante em um texto é um requisito 
importante para desenvolver estratégias de estudo, como tomar nota, 
sublinhar, resumir etc.
EXEMPLIFICANDO!
Atividades familiares costumam ser motivantes para os alunos quando há 
proximidade com a sua vida cotidiana. Tudo que é importante na escola, 
o é por ser muito mais relevante fora dela.
São evidentes as transformações cognitivas pelas quais as crianças 
passam durante a vida escolar, as estratégias tornam ‑se cada vez mais 
complexas e abstratas, os conceitos espontâneos se transformam em 
conceitos científicos.
Vamos supor as seguintes situações de exemplos de conceitos espontâneos.
Uma criança de 10 anos é capaz de atribuir funções biológicas básicas a 
todos os animais, por serem funções gerais de todos os seres vivos, ou seja
EXEMPLIFICANDO!
 UNIUBE 17
todos eles comem, respiram, dormem, possuem órgãos internos. Entretanto, 
as crianças menores (4 – 5 anos), geralmente, atribuem essas funções 
somente aos seres humanos ou a seres inanimados.
Com base nesse exemplo e neste ponto de nosso estudo, podemos 
retomar Vygotsky quando o autor afirma que a educação, o aprendizado 
formal produz algo de fundamentalmente novo no desenvolvimento da 
criança. Por meio dele, os conceitos espontâneos que a criança elaborou 
em contato com pares e com o mundo são transformados em conceitos 
científicos, estes últimos, frutos da aprendizagem escolar.
1.8.3 Metacognição
Madruga e Lacasa (1998) definem a metacognição como uma forma de 
regular e controlar o conhecimento em situações de aprendizagem ou 
quando se busca soluções para um problema. Segundo esses autores, 
a metacognição refere ‑se à participação ativa do indivíduo em três 
momentos precisos do processo: antes, durante ou depois de realizar 
uma atividade.
Quando realizamos uma atividade, temos em mente o objetivo de realiza-
la e, também, o controle de nossas ações, somos capazes de explicálas.
Você sabe a diferença entre as estratégias cognitivas e as metacognitivas? 
Veja o que Kleiman (2004, p. 50) nos diz:
As estratégias cognitivas se diferem das 
metacognitivas, pois as primeiras são operações 
inconscientes, ou seja, o indivíduo não tem 
consciência de seus atos para atingir um objetivo; já 
na utilização de estratégias metacognitivas, o sujeito 
é consciente das escolhas que faz para atingir seus 
objetivos e ainda é capaz de descrever e explicar 
essas escolhas.
Podemos inferir o sentido de um texto a partir de algumas pistas presentes 
no título ou em alguma ilustração; a inferência que realizamos é uma estratégia
CURIOSIDADE
18 UNIUBE
metacognitiva, posteriormente utilizamos outras durante o exercício de 
leitura, como testar e confirmar ou não nossas hipóteses.
São exemplos de estratégias metacognitivas durante uma atividade de 
leitura:
• autoavaliar constantemente a própria compreensão;
• determinar um objetivo para a leitura;
• controlar conscientemente essas duas ações, sendo que o leitor 
saberá dizer para que está lendo um texto e também quando não 
estiver entendendo o texto.
Há também estratégias para conseguir mais eficiência na leitura: 
• voltar ao texto e reler; 
• buscar o sentido de uma palavra -chave do texto; 
• resumir o que leu; 
• buscar um exemplo de um conceito. 
1.9 Conhecimento social e desenvolvimento moral nos anos 
escolares 
Padilla e González (1998) destacam que de 6 a 12anos há uma grande 
evolução no modo pelo qual as crianças compreendem as pessoas com 
as quais convive e as relações que estabelece com essas pessoas. 
No meio escolar, há o convívio com pessoas diversas e o estabelecimento 
de diferentes relações (igualdade, submissão, liderança etc.). 
As crianças 
• se conscientizam de que, em um jogo, por exemplo, elas precisam 
disfarçar suas estratégias para que não sejam descobertas pelos 
outros; 
• passam a analisar um problema considerando a perspectiva 
de uma terceira pessoa por não estar envolvida diretamente no 
processo; 
 UNIUBE 19
• colocam -se no lugar dos outros para compreender um problema; 
• podem realizar inferências para buscar as causas de um 
determinado pro blema; 
• percebem quando alguém está tentando enganá-las; 
• passam a dar importância sobre a opinião dos outros a seu 
respeito; 
• nas amizades, suas relações transcendem o imediato e se 
estendem ao longo do tempo;
• compreendem gradativamente as relações de ajuda mútua.
Uma criança de 7 anos sabe que deve pagar pelo doce que compra e que 
o comerciante deve lhe devolver o troco. Mas, nessa idade, ela ainda não 
compreende o que acontece com o dinheiro que paga ao comerciante. Por 
volta de 9, 10 anos, ela passa a compreender que o comerciante utiliza o 
dinheiro para repor mercadorias, mas ainda não compreende a noção de 
lucro. Essa noção a criança adquire por volta de 11, 12 anos e daí ela é 
capaz de estabelecer a inter-relação entre dois sistemas: o processo de 
obtenção de dinheiro, trocando -o depois por mercadoria e o lucro que essa 
atividade produz, possibilitando uma nova inversão, a repetição do ciclo 
(PADILLA; GONZÁLEZ,1998).
EXPLICANDO MELHOR
Ao final da infância e durante a adolescência, a concepção de sociedade 
se amplia para um sistema de múltiplas interações, e aquilo que acontece 
em uma delas repercute sobre os demais.
Conhecer como as crianças compreendem a realidade é fundamental 
para que o professor programe atividades que trabalhem noções 
históricas, políticas, geográficas, econômicas e sociais, pois é importante 
adaptar as atividades ao nível crescente de compreensão da criança, 
bem como fornecer informações que dinamizem a evolução das 
representações que ela já tem sobre a realidade.
Com base em seus avanços cognitivos e também com as experiências 
adquiridas no convívio social, as crianças vão adquirindo princípios morais
20 UNIUBE
que a levam a uma maior compreensão das regras e valores que regem 
a sociedade na qual estão inseridas e percebem a importância dessas 
regras e desses valores para uma melhor convivência entre as pessoas.
1.9.1 O desenvolvimento da personalidade 
1.9.1.1 Autoconceito 
O autoconceito nos auxilia no conhecimento de nós mesmos, e também 
no controle e ajuste de nosso comportamento. Começa quando 
nos percebemos seres únicos, diferentes das outras pessoas, mas 
pertencentes a uma sociedade. Posteriormente nos autodefinimos, ou 
seja, observamos as características que consideramos importantes para 
nos descrevermos. 
Na luta para se tornarem membros de uma sociedade e desenvolverem 
o au toconceito, as crianças cumprem tarefas diversas: 
• expandem sua autocompreensão, ou seja, passam a refletir sobre 
suas ne cessidades e as expectativas dos outros em relação a elas; 
• aprendem mais sobre o funcionamento da sociedade, ou seja, que 
as relações são complexas e envolvem regras, pois as pessoas 
desempenham papéis e cumprem regras; 
• precisam desenvolver padrões de comportamentos que sejam 
satisfatórios para elas e também aceitos pela sociedade e ainda, 
• precisam aprender a dirigir seu próprio comportamento. 
1.9.1.2 Autoestima 
A idade de 6 a 12 anos é um momento importante para o desenvolvimento 
da autoestima. A autoestima consiste em uma autoavaliação ou 
autoimagem favo rável de si mesmo. As crianças geralmente comparam 
o que elas realmente são ao que é considerado ideal em relação às 
expectativas sociais. A opinião que ela tem de si mesma tem grande 
impacto no desenvolvimento de sua personalidade. 
 UNIUBE 21
A capacidade de aprender habilidades que precisam para viver em 
sociedade, que pode ser denominada competência, ajuda a criança a 
ter uma noção do que elas são.
Em países industrializados, é importante aprender a contar, ler e usar 
computadores. As crianças que não conseguem desenvolver habilidades 
referentes a essas atividades tendem a desenvolver baixa autoestima.
EXPLICANDO MELHOR
Alguns fatores interferem no desenvolvimento da personalidade de 
crianças de 6 a 12 anos:
• o cotidiano – as atividades executadas;
• as relações entre as pessoas que convivem com as crianças 
(adultos, crianças) e das crianças com essas pessoas;
• o papel desempenhado pela criança no grupo.
• O grupo, seja o familiar, o escolar ou o de amigos, influencia 
positiva e/ou negativamente a formação do autoconceito e no 
desenvolvimento de habilidades sociais.
Distúrbios emocionais na infância1.10
Você viu crianças que apresentam um comportamento exibicionista, 
ansioso ou depressivo?
Pois bem, é comum surgirem distúrbios emocionais na infância. Eles 
incluem o comportamento exibicionista, distúrbios de ansiedade, 
depressão infantil e estresse.
O comportamento exibicionista é definido por Papalia e Dols (1998) 
como um comportamento inadequado estimulado pelas dificuldades 
emocionais, por exemplo, mentir ou roubar.
É comum crianças entre 6 e 7 anos mentirem para evitar punições, 
entretanto se a mentira se torna habitual é importante observar 
atentamente, pois pode ser um indício de desequilíbrio emocional.
22 UNIUBE
Os distúrbios de ansiedade podem estar relacionados a uma condição 
de ansiedade que persiste por, no mínimo, duas semanas, devido à 
separação da criança em relação a uma pessoa ou animal de estimação. 
Pode causar mal ‑estar físico, como vômito, dor de cabeça e dor no 
estômago.
A fobia à escola também pode ser uma forma de distúrbio de ansiedade 
e pode estar mais relacionada ao medo de deixar a mãe do que ir à 
escola em si. Os sintomas são os mesmos citados anteriormente e 
desaparecem quando a criança tem permissão para ficar em casa. 
Durante o tratamento, é importante que a criança
retorne gradualmente à escola, e geralmente isso acontece sem maiores 
problemas.
A depressão infantil é um distúrbio afetivo caracterizado pela ausência 
de reações emocionais normais. Geralmente, as crianças estão sempre 
cansadas, tristes, choram muito, dormem muito ou muito pouco, perdem 
o apetite, vão mal nos estudos, entre outros sintomas. Quatro desses 
sintomas já caracterizam um quadro depressivo e a presença de qualquer 
um deles já indica a necessidade de auxílio psicológico.
A dificuldade da criança em lidar com situações novas pode ainda provocar 
o estresse: o divórcio ou morte dos pais, mudança de escola, hospitalização, 
pressão constante da pobreza, maus ‑tratos psicológicos etc.
Os tratamentos para os distúrbios emocionais na infância incluem a 
psicoterapia individual, a terapia familiar, a terapia comportamental e a 
terapia com medicamentos.
A psicoterapia individual é uma técnica em que um terapeuta ajuda o 
paciente a ter insights sobre sua personalidade e relacionamentos e ainda 
o ajuda a interpretar sentimentos e comportamentos.
Na terapia familiar, a família inteira é tratada em conjunto.
SAIBA MAIS
 UNIUBE 23
A terapia comportamental utiliza os pressupostos das teorias de 
aprendizagem para alterar o comportamento.
A terapia com medicamento conta com a administração criteriosa de 
medicamentos para tratamento dos distúrbios emocionais.
Os distúrbios emocionais na infância precisam ser tratados para não 
influenciar negativamente o desenvolvimento da criança nos aspectos 
emocionais, sociais e cognitivos.
Você acredita que a reflexão que realizamos até aqui se aplica 
também aos adolescentes? Qual é a sua opinião sobre isso?
PARADA PARA REFLEXÃO
Em muitos aspectos, se aplica sim, mas vamos detalhar um pouco mais 
algunsaspectos relevantes sobre o adolescente.
Adolescência1.11
Iniciando‑se, aproximadamente, aos 12 ou 13 anos, e terminando aos 
18 ou 19 anos, podemos afirmar que a adolescência é o período de 
transição entre a infância e a fase adulta (PAPALIA; OLDS, 1998).
As mudanças biológicas produzem um crescimento rápido em relação 
à altura, proporção corporal e maturidade sexual. Mas, não somente 
alterações biológicas marcam esse período, a adolescência é também 
um fenômeno social e emocional, portanto, aspectos culturais também 
afetam essa etapa de transição.
Convido você a refletir sobre esse aspecto a partir de um comentário 
realizado pelo psicanalista francês Charles Melman (apud CHAGAS, 2011, p. 1):
CURIOSIDADE
24 UNIUBE
[...] o autor nos lembra que a noção de crise 
associada ao período de transição na adolescência, 
se encontra essencialmente em nossa cultura. Ele 
afirma que “não há nenhum sinal dela, enquanto 
crise psíquica, nos textos das culturas gregas e 
latinas, onde seria um simples período de introdução 
a vida social”. A crise psíquica – na adolescência – 
como um processo de transição entre um mundo 
(infantil) e outro (adulto), pode ser assinalada como 
um fenômeno característico das sociedades pós 
‑industriais capitalistas. Nelas, não encontramos 
ritos de passagem responsáveis pela demarcação 
de uma fase e outra. A ausência de cerimônias 
reguladoras, verificadas em sociedades menos 
evoluídas que a nossa, certamente, favorece a crise 
psíquica que conhecemos na fase adolescente. 
Disponível em: <http://www.pailegal.net/fatpar.
asp?rvTextoId=482489451>.
A partir desse pensamento, podemos inferir que o autor acredita que o 
comportamento, muitas vezes inadequado, que a maioria dos jovens 
brasileiros apresentam na adolescência justifica-se pela ausência de um 
ritual que marque essa transição.
1.11.1 A puberdade
A puberdade é o período em que ocorre a maturidade sexual e a 
habilidade de reprodução. As meninas começam a mostrar essas 
mudanças entre 9 ou 10 anos e atingem a maturidade sexual por volta 
dos 13 ou 14 anos. Essas idades não são fixadas com exatidão, pode 
ocorrer de uma menina mostrar os primeiros sinais da puberdade aos 7 
anos ou mais tarde, aos 14.
Já os meninos iniciam a puberdade aos 12 anos, e a maturidade sexual 
acontece aos 14. Para eles, esse período também pode se alterar para 
menos ou para mais, iniciando aos 9 ou 16 anos, com maturidade sexual 
entre 11 e 18 anos.
A puberdade ocorre em resposta às mudanças hormonais. Nas meninas, 
os ovários iniciam a produção de estrogêneo, hormônio feminino; nos 
meninos, os testículos aumentam a produção de testosterona. Esses dois
 UNIUBE 25
hormônios estão presentes tanto em meninas quanto em meninos, 
mas as meninas têm níveis mais altos de estrógenos e os meninos 
apresentam níveis mais altos de andróginos. 
O humor dos adolescentes sofre influências hormonais e sociais, mas 
estas últimas influenciam mais; assim sendo, o ambiente em que o 
adolescente vive pode contribuir para que seu humor seja bom ou ruim. 
As mudanças físicas que ocorrem durante a adolescência dizem respeito 
ao estirão do crescimento, ao desenvolvimento dos órgãos sexuais 
primários, das características sexuais secundárias e à menarca (primeira 
menstruação – para as meninas). 
No que diz respeito ao desenvolvimento das características sexuais 
primárias, há o aumento e amadurecimento dos órgãos necessários à 
reprodução: ovários, útero e vagina nas meninas e testículos, próstata e 
vesículas seminais nos meninos. 
As características sexuais secundárias são sinais de maturidade sexual, 
mas não envolvem os órgãos reprodutores. Incluem as mamas das 
mulheres, mu danças na voz, textura da pele, pelos pubianos, faciais, na 
pele e sob a axila de homens e mulheres. 
A atividade aumentada das glândulas sebáceas (que secretam substância 
gordurosa) origina espinhas e cravos que incomodam os adolescentes. 
A acne incomoda mais meninos que meninas e parece estar associada 
ao aumento da testosterona (hormônio masculino). 
As vozes de meninos e meninas ficam mais graves devido ao crescimento 
da laringe e, nos meninos, também devido à produção de hormônios 
masculinos. 
Nas meninas, a menarca, primeira menstruação, é o sinal mais 
significativo da maturidade sexual. 
Um sinal de maturação do adolescente é o estirão do crescimento 
adolescente em que há um aumento acentuado em altura e peso que 
precede a maturidade sexual. Entre 11 e 13 anos, as meninas são 
geralmente mais altas, mais pesadas e mais fortes que os meninos, 
estes atingem o estirão do crescimento mais tarde.
26 UNIUBE
As mudanças físicas são marcadas por um grande impacto psicológico, 
pois é embaraçoso para os adolescentes conviver com a observação 
constante de todas as pessoas ao mesmo tempo que seus corpos 
mudam constantemente.
Os adolescentes preocupam-se muito com a aparência e as meninas são 
mais inclinadas à depressão devido a essa preocupação.
1.11.2 Nutrição
Os adolescentes, assim como as crianças, necessitam de uma 
alimentação balanceada, mas gastam muito mais energia que na etapa 
anterior; eles podem também sofrer de distúrbios de alimentação como 
a obesidade, se ocorrer ingestão de mais calorias do que gastam.
Outro distúrbio alimentar que os adolescentes podem enfrentar é a 
anorexia nervosa, ou seja, a autoprivação de alimento. As pessoas que 
sofrem desse distúrbio não conseguem ver como a magreza é chocante.
Os primeiros sinais de aviso da anorexia incluem restrição na dieta, perda 
contínua de peso, insatisfação com o corpo mesmo com perda excessiva 
de peso e interrupção da menstruação. Esses são sintomas que apontam 
para a necessidade de tratamento.
IMPORTANTE!
Os adolescentes também podem apresentar um distúrbio alimentar 
denominado bulimia nervosa, em que a pessoa se alimenta 
excessivamente e depois toma laxantes ou induz o vômito para limpar 
o organismo.
Vamos observar o que Papalia e Olds consideram sobre essa doença:
Os bulímicos são muito ligados em seu peso e 
formas corporais.
IMPORTANTE!
 UNIUBE 27
São tomados por culpa, autodesprezo e depressão 
com respeito aos hábitos anormais de alimentação. 
Eles também sofrem de problemas sérios de cárie 
(devido ao ácido estomacal que atingem os dentes 
durante os vômitos), irritação gástrica e queda de 
cabelo (PAPALIA; OLDS, 1998, p. 496).
Geralmente, os bulímicos sentem vergonha de seus corpos, mas não 
alcançam a magreza assustadora da anorexia, o que de certa forma dificulta 
o diagnóstico e retarda a intervenção médica.
Os tratamentos para anorexia e bulimia vão desde a internação, uso de 
medicamentos para estimular a alimentação e inibir o vômito e a terapia 
comportamental com recompensas para quem se alimenta, como sair da 
cama e do quarto. Também é importante utilizar antidepressivos.
1.11.3 Problemas com drogas lícitas e ilícitas
Uso do álcool
Geralmente, os jovens acreditam que o álcool abrilhanta ocasiões sociais, 
aumenta a aceitação do indivíduo no grupo, reduz a ansiedade e faz 
esquecer os problemas. Entretanto, o álcool pode causar danos à saúde 
e dificuldades de relacionamento e desenvolvimento profissional. Jovens 
viciados em álcool resultam em adultos também viciados.
Tabaco
O tabagismo se desenvolve nos jovens devido às influências de amigos 
e da família que fuma. Mas, muitos jovens são conscientes de que o 
fumo traz sérias implicações para a vida posterior, como diversos tipos 
de câncer e doenças pulmonares. 
Uso de drogas 
O uso de drogas pelos jovens pode acontecer por curiosidade, pela 
necessidade de imitar os amigos ou sentirem-se mais adultos. Há, ainda, 
jovens que utilizam drogas como expressão de rebeldia contra os valores 
dos pais. 
28 UNIUBE
As drogas podem causar sérios problemas de saúde, como cardíacos, 
pulmo nares, prejuízos à memória, à aprendizagem, diminuição da 
motivação para o trabalho, para o estudo, motivação à violência, entre 
outros problemas. 
As principais drogas, lícitas e ilícitas,consumidas no Brasil: 
1. Álcool – 40% 
2. Solventes (cola, benzina, removedor de esmalte) – 28.7% 
3. Maconha – 25,4% 
4. Cocaína – 12,5% 
5. Drogas de laboratório (ecstasy e anfetamina) – 3% 
As drogas lícitas são legalizadas, produzidas e comercializadas 
livremente. Os principais exemplos de drogas lícitas são o cigarro e o 
álcool. Podemos citar também: anorexígenos (moderadores de apetite), 
benzodiazepínicos (remédios utilizados para reduzir a ansiedade) etc. 
Já, a cocaína, a maconha, o crack, a heroína, entre outras, são drogas 
ilícitas, drogas cuja comercialização é proibida pela legislação. 
1.11.4 Doenças sexualmente transmissíveis
DSTs são doenças transmitidas pelo contato sexual. As mais comuns 
são: clamídia, gonorreia, herpes, sífilis e AIDS. Essas doenças podem 
ser evitadas com a utilização de preservativos, e a escola, junto à família, 
tem papel fundamental no trabalho de conscientização dos jovens.
Caso queira saber mais sobre as DSTs, visite o site: <http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt&pid=
S003786822004000300003>.
PESQUISANDO NA WEB
 UNIUBE 29
1.11.5 Desenvolvimento cognitivo dos adolescentes
Carretero e Cascón (1998) destacam que a adolescência é um período 
de conquista de novas formas de pensamento, caracterizado por uma 
maior autonomia e rigor no raciocínio.
Quando ao adolescente é apresentado um problema, ele não conta 
apenas com os dados reais que estão presentes, mas prevê todas as 
situações e reações causais possíveis entre seus elementos. Nesta etapa 
da vida, o real está subordinado ao possível.
Na adolescência, as abstrações ou teorias assumem um caráter 
hipotético dedutivo:
[...] utiliza-se uma estratégia que consiste em 
formular um conjunto de explicações possíveis para, 
posteriormente submetê-las à prova, para comprovar 
sua confirmação empírica. Porém, a capacidade de 
comprovação dos adolescentes não se reduz a uma 
ou duas hipóteses, mas eles podem levar a cabo várias 
delas simultânea ou sucessivamente (CARRETERO; 
CASCÓN, 1998, p. 276).
Conforme a citação anterior, o adolescente, além de operar sobre as 
possibilidades oferecidas pelas hipóteses que formula, é capaz de testar 
cada uma delas e atribuir-lhes o devido valor.
Para que a escola consiga potencializar essa capacidade do adolescente, 
seria interessante propor atividades que tenham uma maior relação com 
a realidade cotidiana, assim pode-se desenvolver um conhecimento mais 
preciso para resolver problemas formais. Raciocinar a respeito de um 
tema depende do conhecimento prévio que se tem dele, ou seja, dos 
esquemas que temos sobre determinado assunto.
O esquema é entendido como um processo interno, organizado e não 
necessariamente consciente, que repousa sobre a antiga informação 
já armazenada em nossa mente. Os esquemas vão se modificando em 
SAIBA MAIS
30 UNIUBE
contato com nossas experiências. Mas é importante considerar que os seres 
humanos tendem a manter suas hipóteses e ideias prévias, apesar de a 
realidade mostrar o contrário. A teoria só é mudada quando há outra mais 
completa, que considere o que foi explicado pela anterior e ainda acrescente 
novos fenômenos. Entretanto, essa mudança é um processo difícil, visto 
que as concepções espontâneas, geralmente, explicam bem as situações 
cotidianas.
Conforme Carretero e Cascón (1998), o desenvolvimento cognitivo não 
consiste apenas em um conjunto de estratégias de raciocínio, que pode 
ser aplicado a qualquer conteúdo, mas consiste também em blocos de 
informações específicas, que dependem da experiência concreta de 
cada aluno e cuja assimilação adequada está intimamente relacionada 
com a capacidade de desprezar ou contradizer as ideias prévias. Para 
os autores, não se pode conceber o desenvolvimento à margem da 
aprendizagem, seja escolar ou informal. A escola é um espaço em que se 
podem privilegiar situações reais de ensino e aprendizagem com objetivo 
de contribuir de fato para o desenvolvimento cognitivo de crianças e 
adolescentes.
1.11.6 Desenvolvimento da personalidade do adolescente
Como os indivíduos reagem e se comportam nesta etapa da vida, em 
que as pessoas se preparam para a adultez, diz respeito à personalidade 
do adolescente.
Nesta fase, abandona-se um passado pessoal e projeta-se um futuro. 
Mas, esse não é um processo simples, pois como fenômeno cultural, 
biologicamente o indivíduo está maduro para a atividade sexual e para o 
trabalho, e socialmente ele é considerado imaturo para tais atividades. Assim 
sendo, essa indefinição de limites deixa o adolescente confuso, ou seja, ele 
não sabe exatamente o que se espera dele. Entretanto, a constituição do 
sujeito não para, ele continua lutando para definir sua identidade.
PONTO-CHAVE
 UNIUBE 31
A identidade pessoal
É na adolescência que se começa a tecer o relato pessoal, e esse relato 
constitui o discurso fundamentador da identidade pessoal.
Nesta fase, o indivíduo atinge maturidade que lhe permite definir quem 
ele é; viver em sociedade e se relacionar com os outros. Seu sucesso 
evolutivo individual depende de circunstâncias sociais e históricas, que 
podem facilitar ou dificultar a adesão a determinados estilos de vida e 
identidade pessoal. Os valores, as atitudes, a moral, o modo de vida são 
julgados pelo adolescente e o conjunto desses elementos determina a 
representação do sujeito sobre si e sobre os outros. O reconhecimento 
e aceitação da família e do grupo é o que assegura ao adolescente um 
conceito positivo de si mesmo.
Relações sociais na adolescência
As primeiras relações sociais acontecem na família e se estendem 
posteriormente à escola, onde há o contato com novos companheiros 
e novos adultos.
A emancipação em relação à família é um traço que se destaca no 
processo de busca pela autonomia, entretanto, são as práticas de criação 
que determinarão uma emancipação mais tranquila ou perturbada.
Paralelamente a essa emancipação, o adolescente estabelece laços mais 
estreitos com o grupo, considerando valores, costumes relacionados 
a estilo de roupas e de vida. Inicialmente, essa relação envolve 
adolescentes do mesmo sexo e há certa hostilidade em relação ao sexo 
oposto. Mais tarde, começam os relacionamentos com o sexo oposto. 
São os envolvimentos amorosos, que fazem com que os adolescentes 
se desliguem aos poucos do grupo.
Os pais têm influência mais intensa nas opções e valores adotados 
pelos filhos quando pensam no futuro, mas no dia a dia eles geralmente 
seguem os valores dos companheiros no momento presente, pois é uma 
forma de atender às necessidades e aos desejos imediatos. Também 
por esse motivo, a adolescência é uma fase de conflitos, principalmente 
com a família.
32 UNIUBE
Mas há o momento em que é preciso assumir as rédeas da própria 
vida, definir a profissionalização, buscar a independência financeira, a 
segurança em relação a si mesmo, assumir a responsabilidade pelos 
próprios atos, enfim, a época em que a emancipação é inevitável.
Discutimos o desenvolvimento de crianças e adolescentes em idade escolar, 
mas consideramos para tanto o padrão de desenvolvimento de sujeitos que 
não apresentam nenhuma deficiência física, mental ou sensorial.
E, no caso dessas pessoas, você acredita que existem diferenças 
significativas? O que você conhece sobre esse tema?
PARADA PARA REFLEXÃO
1.12 O desenvolvimento de crianças e adolescentes com 
necessidades educativas especiais
Crianças e adolescentes com necessidades educativas especiais 
precisam dos mesmos cuidados e atenção que crianças e adolescentes 
sem deficiência necessitam: alimentação saudável, afeto, educação, 
prática de atividades físicas, interação e convivência com outras crianças 
e também com adultos. Alterações ou adaptações necessárias em 
qualquer um desses itens, como atividades físicas e alimentação, são 
realizadas por profissionais da saúde ou de outra área específica e cabe 
à família compartilhar essas informações com a escola.
Há um site na Internetem que você tem acesso a artigos que abordam a 
relação família e a criança com deficiência. Com eles, você poderá ampliar 
seus conhecimentos, basta buscar por assunto: <http://scielo.bvs-psi.org.br/
scielo.php?pid=S1414 -98932007000200006&script=sci_arttext>.
PESQUISANDO NA WEB
A dinâmica das relações pessoais com essas pessoas nos mostra, e 
até mesmo nos ensina, como lidar com elas. A convivência possibilita 
para o educador, para a família e qualquer outro grupo, descobrir as 
capacidades e possibilidades de pessoas com deficiência.
 UNIUBE 33
Quando há a presença de uma deficiência sensorial, em que falta um ou 
mais de um sentido, é necessário motivar a criança para o uso integrado 
dos sentidos preservados; dessa forma, ela não fica prejudicada em 
relação à restrição de experiências na interação com o meio e com as 
outras pessoas.
Na presença de uma deficiência física, há a limitação para acesso a 
alguns espaços e atividades, entretanto, se não há outra deficiência 
associada, o convívio costuma ser tranquilo.
Também para as pessoas com deficiência mental, o convívio e interação 
com pessoas sem deficiência tem papel fundamental e proporciona 
aprendizagem para ambas. 
Em nossa sociedade, as relações entre pessoas sem deficiência e 
pessoas com deficiência têm sido ampliadas devido ao movimento 
pela inclusão. O que é fundamental nesse processo é o respeito pelas 
pessoas, independentemente de suas condições físicas, psicológicas, 
sociais, emocionais etc. 
Conclusão1.13
Pensamos que os conhecimentos acerca do desenvolvimento infantil, 
especial mente nos anos escolares, poderão contribuir em muito para 
que você, futuro (a) pedagogo(a), possa entender melhor a criança. 
Acreditamos que tais conheci mentos são fundamentais, uma vez que lhe 
permitem compreender e intervir de forma mais adequada e profícua na 
relação dessa criança com os objetos, com os conceitos, com os outros 
meios sociais, no processo de ensino-aprendizagem. 
Resumo
Este capítulo teve como objetivo apresentar um estudo bibliográfico do 
desenvol vimento humano durante a fase de escolarização. A leitura do 
texto nos permite compreender aquilo que é determinado pelo biológico 
no desenvolvimento hu mano e ainda observar o que depende de 
aprendizagem. Apresentamos aspectos importantes do desenvolvimento 
34 UNIUBE
físico, emocional, motor, cognitivo e social de crianças e adolescentes. É 
um estudo fundamental para pessoas que tenham ou venham estabelecer 
contato com crianças e jovens em fases de escolariza ção, pois possibilita 
conhecer para compreender e, consequentemente, orientar.
Referências
BEE, H. A criança em desenvolvimento. Porto Alegre: Artmed, 1998. 
CARRETERO, M.; CASCÓN, J. A. L. Desenvolvimento cognitivo e aprendizagem 
na adolescência. Cap. 1. In: COLL, C.; PALACIOS, J.; MARCHESI, A. 
Desenvolvimento psicológico e educação. v. 1. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. 
CHAGAS, Arnaldo. Adolescência ─ Um fenômeno contraditório. In: Pai Legal. 
Disponível em: <http://www.pailegal.net/fatpar.asp?rvTextoId=482489451>. 
Acesso em: 12 abr. 2011. 
COLL, C.; PALACIOS, J.; MARCHESI, A. Desenvolvimento psicológico 
e educação. v.1. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. 
FONTANA, R.; CRUZ, M. N. O papel da Escola. Cap. 9. In:______. Psicologia 
e trabalho pedagógico. São Paulo: Atual, 1997. 
KLEIMAN, A. Oficina de leitura: teoria e prática. Campinas, São Paulo: Pontes, 2004. 
LIMA, E. S. Indagações sobre currículo: currículo e desenvolvimento humano. 
Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007. Disponível 
em: <http://portal. mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag1.pdf>. 
Acesso em: 27 abr. 2010. 
______. Desenvolvimento e aprendizagem na escola: aspectos culturais, 
neurológicos e psicológicos. São Paulo: Editora Sobradinho, 1998. 
MADRUGA, J. A. G.; LACASA, P. Processos cognitivos básicos nos anos 
escolares. Cap.15. In: COLL, C.; PALACIOS, J.; MARCHESI, A. Desenvolvimento 
psicológico e educação. Cap 15. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. 
 UNIUBE 35
MOREIRA, A. F. B.; CANDAU, V. M. Indagações sobre currículo: currículo, 
conhecimento e cultura. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de 
Educação Básica, 2007. Disponível em: <http://www.pdfqueen.com/html/
aHR0cDovL3BvcnRhbC5tZWMuZ292LmJyL3NlYi9hcnF1a XZvcy9wZG
YvRW5zZnVuZC9pbmRhZzMucGRm>. Acesso em: 27 abr. 2010. 
OLIVEIRA, C. A. S. et al. Erros de refração como causas de baixa visual 
em crianças da rede de escolas públicas da regional de Botucatu – 
SP. 2009. Disponível em: <http:// bases.bireme.br/cgi -bin/wxislind.exe/iah/
online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LI LACS&lang=p&nextActio
n=lnk&exprSearch=513888&indexSearch=ID>. Acesso em: 27 abr. 2010. 
PADILLA, M. L.; GONZÁLEZ, M. D. Conhecimento social e desenvolvimento 
moral nos anos escolares. Cap.17. In: COLL, C.; PALACIOS, J.; MARCHESI, A. 
Desenvolvimento psicológico e educação. v. 1. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. 
PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W. Desenvolvimento humano. Porto Alegre: 
Artmed, 2006. 
______. O mundo da criança: da infância à adolescência. Trad. Maria Lúcia 
G. L. Rosa. São Paulo: Makron Books, 1998. 
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos 
psicológicos superiores. Trad. José Cipolla Neto. São Paulo: Martins Fontes, 2000. 
______. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1935.
Cíntia Gomide Tosta
Introdução
A condição humana e a 
construção da moral na 
perspectiva de Jean Piaget
Capítulo
2
Caro leitor, você já pensou o quanto a nossa relação com o mundo 
é uma relação de interdependência? ou seja, necessitamos 
permanentemente uns dos outros e convivemos em um processo 
incessante de interações que são fundamentais para o nosso 
desenvolvimento biopsicossocial.
Este processo contínuo de interações, além de promover o 
desenvolvimento dos indivíduos e da espécie humana, também 
gera conflitos, confrontos e desentendimentos que se não forem 
adequadamente mediados, principalmente por meio do diálogo, 
podem inibir, quiçá promover o extermínio de sociedades e grupos 
humanos. Segundo o físico alemão Albert Einstein, autor da Teoria 
da Relatividade, e ganhador do Nobel de física em 1921, se houver 
uma outra Guerra Mundial certamente ela será combatida com 
paus e pedras.
Nas sociedades humanas primitivas, em 
resposta à necessidade dos homens de 
regulação das atividades cooperativas 
de trabalho e ao fortalecimento da 
coletividade como forma de preservação 
da espécie, surgiram os rudimentos da 
moralidade. A moralidade, neste cenário, era 
compreendida como um conjunto de normas 
e regras destinadas a regular as relações 
dos indivíduos em uma determinada comunidade social. 
Primitivas
Neste texto o 
termo “primitivas” 
está associado 
ao conceito de 
primeiras, de 
origem, dos 
primórdios da 
humanidade, e não 
de inferior.
38 UNIUBE
Um dos códigos normativos mais antigos que se tem notícia é o 
de Hamurabi. Constituído de um conjunto de leis que regulavam 
a vida e a cultura local, o código do rei Hamurabi foi talhado 
por volta de 1700 a.C., em uma rocha monolítica, na civilização 
Babilônica, antiga Mesopotâmia, atual Irã. Desta época até a 
contemporaneidade, os códigos normativos passaram por inúmeras 
mudanças e o conceito de moral sofreu várias transformações, 
recebendo diferentes interpretações.
Para o antropólogo Franz Boas, considerado o pai da antropologia 
moderna e precursor das ideias do relativismo cultural, cada 
sociedade tem suas normas e regras morais que devem ser 
avaliadas dentro de seus domínios.
Do ponto de vista sociológico, não se 
conhece cultura sem sistema moral, ou 
seja, toda comunidade humana necessita 
para seu desenvolvimento e para sua 
sobrevivência de um aporte de caráter 
normativo.
Compreender que a moralidade não 
é inata na espécie humana e nem a mesma para todas as 
culturas e indivíduos mas o resultado de um longo processo 
inconcluso de construção sócio-histórica, abre caminho para

Outros materiais