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FASB - FACULDADE DO SUL DA BAHIA CURSO DE DIREITO Kétilla Lima Rangel William Fernandes da Silva RESUMO DA OBRA “ÉTICA POLÍTICA E SOCIEDADE” TEIXEIRA DE FREITAS-BA 2022 RESUMO DO LIVRO ÉTICA, POLÍTICA E SOCIEDADE Conceito de ética A palavra ética vem do grego “ethos” e significa aquilo que pertence ao caráter. Ela é parte da filosofia que se encarrega da reflexão, na qual ela reflete e conduz o caminho do que consideramos ser o melhor para nós e para os outros. Para Sócrates, o conceito de ética está além do senso comum predominante em seu tempo, a prisão eterna e imutável para a alma é o corpo, e existiria um “bem em si” próprio da sabedoria da alma e que pode ser relembrado pelo aprendizado. Já para Aristóteles, subordina a ética à monarquia e aristocracia, a relacionando no privilégio da alta virtude que poucos usufruem. Além disso, acrescente que a ética é simplesmente a manifestação das nossas atitudes, e somos moldados nas escolhas éticas que fazemos. Ética cristã A ética essencialista se resume em três aspectos: o agir em comunidade com a razão; o agir em conformidade com a natureza e com o caráter natural de cada indivíduo; a união permanente entre ética e política. E era uma maneira de educar o sujeito moral com objetivo de proporcionar harmonia entre o indivíduo e os valores coletivos. A partir do Cristianismo romano, por meio de Tomás de Aquino e Agostinho de Hipona, a ideia de virtude foi mudada, sendo definida através da relação com Deus sendo este considerado único mediador entre os indivíduos. Com o pensamento cristão, se estabelece a ética do livre arbítrio, tendo em contrapartida o impulso da liberado, considerado um mal (pecado). Um novo pensamento a partir do século XVII inaugura na Era Moderna o Racionalismo Cartesiano, capitaneado pelas revoluções religiosas de Lutero, mudanças cientificas com Copérnico e filosófica com Descartes. O que predomina neste momento é a razão como caminho para chegar à verdade, e para isso é necessário um método. Agostinho de Hipona é uma figura muito importante para o pensamento da ética e moral ocidental, e seguia uma linha de pensamento em torno de dualismos, oriundos de Platão e dos maniqueístas orientais, onde bem e mal, corpo e espírito eram totalmente separados. Em contrapartida, São Tomás de Aquino acreditava na razão para explicar a fé. A reflexão sobre a ética é universal, pois, suas reflexões independem da cultura, tempo histórico, ou até mesmo da sociedade, as suas reflexões cabem em qualquer lugar e em qualquer tempo, porque se referem ao comportamento humano. Mesmo assim, a ética, por si só não elabora um manual de condutas, e nem elenca um rol de atitudes certas e erradas. Valls (1996) divide os problemas teóricos em dois campos: 1. os problemas gerais e fundamentais – liberdade, consciência, bem, valor, lei e outros; 2. os problemas específicos – aplicação concreta, ou seja, ética, profissional, ética política, entre outros. Srour (2013) considera três tipos de acepções que podem causar confusões nas concepções da ética: 1. A ética é descritiva: quem tem boa conduta pode ser considerado uma pessoa ética, virtuosa e íntegra. 2. A ética é prescritiva: os padrões que deveriam conduzir categorias sociais ou organizações passam a ser chamar código de ética. 3. A ética é reflexiva: que pode ser ética filosófica – que reflete a maneira de viver, e ética científica – que estuda, observa, descreve e explica os fatos morais. Esse tipo de ética, com suas características dá embasamento para compreender a construção da moral ocidental. Sendo o Brasil um país com caraterísticas que se encaixa nesse grupo, tendo como exemplo, a história da mulher com mudanças nos costumes e valores morais, através do voto em 1930, na participação no cenário político nacional elegendo a primeira deputada federal em 1933 e a primeira senadora em 1979 e no mundo do trabalho, mais tardiamente. A moral e ética ocidentais A moral deriva do latim mos ou mores no plural, e é o conjunto de regras, de normas que organizam a vida cotidiana. Ela se refere às práticas do comportamento humano aceitáveis em uma sociedade, e possui um caráter prático, restrito e imediato. Tais práticas mudam conforme a sociedade clama por mudança ou a partir de um movimento de grupo, pode-se dizer que a moral é mutável, ou seja, os costumes mudam com o tempo. A ética é perene, porque suas reflexões são um curso contínuo e eterno; sempre haverá reflexões sobre a ética. Já a moral é temporal, porque, de acordo com o tempo, os costumes e valores de uma sociedade se modificam. A ética é regra, porque é imutável em suas reflexões, e a moral é conduta de regra, pois é necessário relacionar os valores para que a moral possa instituir a sua conduta. O campo da moral, pela sua mutabilidade, se torna um campo vasto, em que possibilita uma multiplicidade de ações. Até porque a moral é oriunda das ações e interações humanas. A moral, portanto, está em toda parte. Na administração pública, por exemplo, os atos administrativos devem estar voltados ao universal, porque suas ações devem preservar o interesse coletivo. Segundo Srour (2013), apresenta dois universos para começar a compreender sobre a prática moral: o particularismo que é quando os interesses pessoais ou de um grupo se prevalecem em detrimento do interesse dos outros, por isso são práticas negativas. E o universalismo, onde dita as condutas morais positivas, em que existe o consenso para que o bem comum seja preservado. Os fatos sociais são aqueles que não afetam os outros, nem para o bem e nem para o mal, portanto, são eticamente neutros. E os fatos morais podem ter efeitos positivo, numa visão universalista (causam benefícios aos outros) ou particularista (não causam benefício aos outros). Moral é agir conforme os valores da sua organização ou sociedade sem prejudicar os outros. Imoral é uma atitude que vai contra as normas e valores de uma organização ou sociedade e que prejudica os outros. Amoral é quando uma atitude não influi nem positivamente e nem negativamente, ou seja, uma ação neutra.
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