Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
No documentário “Sou surda e não sabia”, exibido no YouTube, é retratada a história da surda Sandrine, que na sua infância não percebia ser surda, nem ao menos seus pais. No decorrer do documentário ela descreve momentos marcantes na sua vida, desde a infância até a vida adulta. Primeiramente, é perceptível que Sandrine foi uma criança infeliz. Seus pais percebiam a surdez, mas a negavam, e a quando ela começou a crescer e frequentar diversas escolas, não se adaptando com algumas, seus pais foram se afastando dela, negando assim sua existência e Sandrine percebendo cada vez mais o isolamento e infelicidade por parte deles. Com relação aos anos iniciais da vida de Sandrine até a idade escolar, tudo era muito confuso para a mesma, já que ela via que todos se entendiam, entretanto ela se sentia de outro mundo, por não compreendê-los e ela mesma relatou que vivia esperando que alguém, do mundo dela, fosse um dia buscá-la, por não se identificar no mundo em que vivemos. Sandrine só passou a se entender como surda quando encontrou crianças e adultos surdos para que tivesse referências e se reconhecesse entre outros como ela. Além disso, pode-se destacar as diversas tentativas de tratamento com fonoaudiólogos e terapias, a própria Sandrine reconhecia que os profissionais, além de seus professores, só viam “sua boca e suas orelhas”, como se ela não tivesse mais nada para aprender, apenas falar ou ouvir. A falta de escolas para surdos também foi um grande empecilho para a surda, já que hoje ela reconhece que se a língua de sinais fosse imposta a ela desde os primeiros anos de vida ela seria mais feliz, teria se encontrado desde lá, quando pra ela tudo era muito confuso e triste. Na adolescência, descobrindo suas personalidades, Sandrine teve o desejo de ser atriz, mas a ignorância de um ouvinte era tamanha que colocava sempre a surdez como um problema em diversas profissões, não só na de Sandrine como na do colega, que queria seguir a área da aviação. Além da vida de Sandrine, em alguns momentos é exibido cenas de crianças surdas nos dias atuais, aprendendo a língua de sinais em escolas bilíngues, e o que me chamou atenção foi o relato do professor surdo que passou por diversas dificuldades para chegar onde chegou, já que na época de sua formação as coisas eram muito mais difíceis, mas ao invés de relatar isso para as crianças ele prefere colocá-las para cima, instruindo-as a serem melhores. Resenha documentário:Resenha documentário: Sou surda e não sabiaSou surda e não sabia RENATA FARIAS - FONOAUDIOLOGIA / UFS Em suma, a mensagem que o documentário passa é de que a sociedade precisa ter mais consciência de que a criança surda precisa de carinho, atenção e principalmente, junto à família, aprender a língua de sinais para que a criança cresça com mais contato com a comunidade surda, entenda e tenha imposição para demonstrar que a comunidade surda se comunica e socializa por meio de gestos, não sendo necessária e imposta a oralização para que sejam compreendidas. Ainda, que sejam criadas mais escolas bilíngues, não apenas com o inglês, mas sim com a língua de sinais (LIBRAS), para que as crianças ouvintes já cresçam também inseridas na comunidade surda e aprendam de verdade a sinalizar, dessa forma, incluir cada vez mais os surdos em atividades conjuntas aos ouvintes, para que a situação do documentário de exclusão não seja sempre uma realidade na contemporaneidade. RENATA FARIAS - FONOAUDIOLOGIA / UFS
Compartilhar