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Joan Bruno

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Prévia do material em texto

1 
 
 
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ 
 
 
 
DIEGO MARTINS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O PROCESSO DO EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO NA VOLVO DO 
BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Balneário Camboriú 
2010 
2 
 
DIEGO MARTINS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O PROCESSO DO EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO NA VOLVO DO 
BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Balneário Camboriú 
2010 
Monografia apresentada como requisito 
parcial para a obtenção do título de 
Bacharel em Administração – Gestão 
Empreendedora e Recursos Humanos, na 
Universidade do Vale do Itajaí, Centro de 
Educação Balneário Camboriú. 
 
Orientadora: Prof.ª. Drª. Sara Joana 
Gadotti dos Anjos 
 
3 
 
DIEGO MARTINS 
 
 
O PROCESSO DO EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO NA VOLVO DO 
BRASIL 
 
 
Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em 
Administração e aprovada pelo Curso de Administração – ênfase em Gestão 
Empreendedora e Recursos Humanos da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de 
Educação de Balneário Camboriú. 
 
Área de Concentração: empreendedorismo 
 
Balneário Camboriú, 29 de Novembro de 2010. 
 
 
_________________________________ 
Prof.ª. Drª. Sara Joana Gadotti dos Anjos 
 Orientadora 
 
 
___________________________________ 
Prof. Dr. Fernando Cesar Lenzi 
Avaliador 
 
 
___________________________________ 
Prof.ª. MSc. Luzia Fröhlich Nunes 
Avaliadora 
 
 
 
 
4 
 
EQUIPE TÉCNICA 
 
 
 
 
Estagiário(a): Diego Martins. 
 
 
Área de Estágio: Administrativo. 
 
 
Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder. 
 
 
Supervisor da Empresa: Mariane Carpes Nicoloso. 
 
 
Professora orientadora: Drª. Sara Joana Gadotti dos Anjos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
DADOS DA EMPRESA 
 
 
 
 
Razão Social: Associação Brasileira de Recursos Humanos – Regional Itajaí. 
 
 
Endereço: Rua Treze de Maio, 97, Centro – Itajaí - SC, CEP 88301-550. 
 
 
Setor de Desenvolvimento do Estágio: Administrativo. 
 
 
Duração do Estágio: 240 horas. 
 
 
Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Mariane Carpes Nicoloso – Presidente 
- Gestão 2010 – 2012. 
 
 
Carimbo do CNPJ da Empresa: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA 
 
 
Balneário Camboriú, 29 de novembro de 2010. 
 
 
 
A Empresa Associação Brasileira de Recursos Humanos – Regional Itajaí, pelo 
presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a 
divulgar os dados do Relatório de Conclusão de Estágio executado durante o 
Estágio Curricular Obrigatório, pelo acadêmico Diego Martins. 
 
 
 
 
 
___________________________________ 
Mariane Carpes Nicoloso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para quem ama, qualquer sacrifício é alegria. 
(Benjamim Franklin) 
 
8 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a todos os 
apaixonados pelo empreendedorismo 
 
 
 
9 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Professora Sara Joana Gadotti dos Anjos pela sua orientação e seu apoio 
para a elaboração desta Monografia, obrigado pela confiança ao longo da pesquisa, 
pela motivação, pelo incentivo constante na superação de limites e na busca dos 
melhores resultados. 
Aos professores que ao longo destes quatro anos permitiram um aprendizado 
continuo, agradeço em especial as contribuições dos professores Aloísio Vicente 
Salomon, Fernando Cesar Lenzi, Luzia Fröhlich, Kiliano Gesser, Luciana Imeton, 
Ligia Ghisi e Robson Freire que além de educadores foram amigos e assíduos 
ouvintes ao longo do curso e do desenvolvimento desta monografia. 
À Coordenação do curso, Professor Márcio Daniel Kiesel, pelo apoio, 
confiança, amizade e pelas oportunidades concedidas ao longo do curso, que 
possibilitaram o amadurecimento pessoal, profissional e acadêmico. 
Aos meus pais, Edson e Claudete, pelo dom da vida, pelo apoio e 
compreensão que permitiram que superasse desafios e buscasse realizar o melhor. 
Aos meus familiares, colegas de curso e companheiros de trabalho que 
souberam compreender minhas ausências e ansiedades ao longo deste período. 
Aos que por algum motivo da trajetória humana hoje são ausentes entre nós, mas 
que por terem feito parte de minha vida foram fonte de incentivo e de persistência 
nessa caminhada. Aos amigos, Claudio, Carla, Fátima, Paulo, Ana Paula, Valéria, 
Mauricio, Adriana e a muitos outros que foram companheiros dessa jornada e que 
sempre foram fortes incentivadores no desenvolvimento deste e de muitos outros 
trabalhos. 
Em especial aos meus amigos Silvana Souza, Antônio Lodir e Fernanda 
Arruda amigos que nasceram junto com o curso e que ficarão para a vida; que 
apoiaram e deram broncas; que nas infindáveis noites e fins de semana de estudo 
foram compreensíveis; agradeço pela amizade e por fazerem parte da minha história 
e da minha vida. Ao amigo de longo tempo, Rafael Serpa, a quem as palavras são 
poucas e falhas para agradecer pela amizade. Ao amigo Artur Lopes, pela amizade 
e pela cumplicidade ao longo de tantos fatos de nossa vida, pelo ombro amigo e 
ouvinte, e pelo apoio incondicional. 
A instituição participante da pesquisa, a Volvo do Brasil, na pessoa do Sr. 
Rubens Cieslak, do Sr. Antonio Carlos Morassutti e dos demais profissionais 
10 
 
envolvidos na pesquisa que permitiram dividir o seu tempo e o da empresa para a 
obtenção dos dados que constituem este trabalho. 
A ABRH Litoral e seus diretores pela oportunidade de fazer parte desse 
grupo, e que acima de tudo me ensinaram a paixão pelo RH. 
E a todos que de algum modo especial me apoiaram e incentivaram neste 
caminho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
RESUMO 
 
Empreendedorismo corporativo significa estimular que os profissionais da empresa 
pensem e ajam como empreendedores, de modo a ter um elevado 
comprometimento com o negócio e sua importância no mercado. Este trabalho tem 
como principal objetivo analisar o processo de empreendedorismo corporativo em 
uma empresa de grande porte de Curitiba- PR. Foi realizado um levantamento 
bibliográfico para compreensão do tema, das atitudes e das competências e se 
identificou um referencial do escopo do tema na área acadêmica nacional e em 
periódicos internacionais. A metodologia da pesquisa teve como objetivo a pesquisa 
exploratória, qualitativa e quantitativa, utilizando-se para a coleta dos dados 
questionários de Pinchot III, Lopes Jr e Lenzi, além de um processo de observação e 
entrevista semi-estruturada. Concluiu-se que o perfil intra-empreendedor está ligado 
ao entusiasmo com o trabalho realizado; as atitudes ligadas à dimensão de poder; e 
as competências ligadas a comprometimento, persistência, busca de informação e 
planejamento são essenciais na formação de empreendedores corporativos. 
 
 
Palavras Chave: Empreendedorismo Corporativo, Competências Empreendedoras, 
Atitudes Empreendedoras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
ABSTRACT 
 
Corporative administration means to motivate the professionals of a company to think 
and act as administrators, with high commitment with the business and its importance 
in the market. This paper’s main goal is to analyze the process of administration in a 
large company in Curitiba – PR. We did a bibliographic research to understand the 
subject, the attitudes and the competences and we identified a referential of the 
subject idea in the national academic area and in international periodic. This is a 
qualitative and quantitative exploratory research that used Pinchot III’s, Lopes Jr.’s 
and Lenzi’s questionnaires to gather people’s opinions, besides an observation 
process and semi-structured interview. We could notice thatthe corporative 
administration is connected to the enthusiasm the person has with his/her already 
made work; the attitudes are linked to power’s dimension; and that the competences 
are connected to commitment, persistence, search of information and a planning are 
essentials in the corporative administrators’ formation. 
 
 
Keywords: Corporate Entrepreneurship, Entrepreneurial Skills, Attitudes 
Entrepreneurs 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 01 Pensamento empreendedor de 1816 a 1988 .............................. 25 
Quadro 02 Definições de empreendedorismo da década de 1990 a 2000.... 28 
Quadro 03 Principais autores e contribuições por tema do 
empreendedorismo ...................................................................... 
 
29 
Quadro 04 Escolas de pensamento de empreendedorismo ......................... 30 
Quadro 05 As abordagens das escolas de empreendedorismo ................... 31 
Quadro 06 Características e padrões de empreendedorismo compilado por 
Pinotti ........................................................................................... 
 
34 
Quadro 07 Diferentes abordagens de empreendedorismo ........................... 35 
Quadro 08 Características presentes em empresários bem sucedidos ........ 37 
Quadro 09 Características das competências para a gestão de pessoas .... 38 
Quadro 10 As atitudes, características, competências e aprendizagem dos 
empreendedores ......................................................................... 
 
40 
Quadro 11 Modelo de competências de Spencer e Spencer ........................ 43 
Quadro 12 Relações das competências empreendedoras, autores e 
abordagens de Spencer e Spencer (1993) e Cooley (1990) ....... 
 
44 
Quadro 13 Variações do empreendedorismo corporativo ............................. 47 
Quadro 14 Nomenclaturas e definições do termo empreendedorismo 
corporativo ................................................................................... 
 
48 
Quadro 15 Competências do intra-empreendedor ........................................ 51 
Quadro 16 Modelo de competências empreendedoras ................................ 51 
Quadro 17 Pesquisas de empreendedorismo nos cursos de doutorado ...... 57 
Quadro 18 Pesquisas de empreendedorismo nos cursos de mestrado ........ 59 
Quadro 19 Principais estudos internacionais no campo de 
empreendedorismo no ano de 2008 ............................................ 
 
63 
Quadro 20 Resumo dos projetos inovadores do grupo estudado ................. 85 
Quadro 21 Dimensões, distribuição dos itens e indicadores das atitudes 
empreendedoras de Lopez Jr. ..................................................... 
 
92 
 
 
 
 
14 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 01 Programas de pós-graduação pesquisados ................................ 68 
Tabela 02 Idade dos respondentes .............................................................. 82 
Tabela 03 Estado civil dos respondentes ..................................................... 83 
Tabela 04 Resumo da pontuação intra-empreendedora .............................. 87 
Tabela 05 Freqüência das proposições do perfil intra-empreendedor ......... 88 
Tabela 06 Atitudes empreendedoras dos intra-empreendedores da Volvo 
do Brasil ....................................................................................... 
 
90 
Tabela 07 Atitudes da dimensão de realização ............................................ 92 
Tabela 08 Atitudes da dimensão de planejamento ...................................... 93 
Tabela 09 Atitudes da dimensão poder ........................................................ 95 
Tabela 10 Atitudes da dimensão inovação ................................................... 95 
Tabela 11 Distribuição dos respondentes por competência 
empreendedora segundo pontuação individual .......................... 
 
98 
Tabela 12 Comparativo entre freqüência, moda e média das 
competências empreendedoras .................................................. 
 
100 
Tabela 13 Comparativo entre freqüência, moda e média das 
competências empreendedoras no grupo formado por 
coordenadores de EAG’s ............................................................ 
 
 
103 
Tabela 14 Pesquisas na linha de atitudes empreendedoras ........................ 103 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 01 Ciclo do comportamento empreendedor ..................................... 32 
Figura 02 Exemplo de estrutura de carreira e competências ...................... 39 
Figura 03 Integração das esferas de educação corporativa por meio das 
competências .............................................................................. 
 
42 
Figura 04 Escopo do empreendedorismo corporativo ................................. 50 
Figura 05 Integração estratégica do empreendedorismo corporativo ......... 53 
Figura 06 Processo empreendedor de Timmons ........................................ 55 
Figura 07 As fases de implementação de projetos e seus filtros 
defendidos por Hashimoto ........................................................... 
 
56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
LISTA DE GRÁFICO 
 
Gráfico 01 Evolução histórica do estudo de empreendedorismo .................. 69 
Gráfico 02 Formação superior dos respondentes ......................................... 84 
Gráfico 03 Motivação para treinamentos ...................................................... 84 
Gráfico 04 Freqüência da participação em treinamentos ............................. 85 
Gráfico 05 Média das atitudes empreendedoras por dimensão ................... 96 
Gráfico 06 Distribuição percentual do grupo respondente segundo tipo e 
presença das competências empreendedoras ............................ 
 
99 
Gráfico 07 Freqüência de respondentes por competência empreendedora . 100 
Gráfico 08 Número de competências identificadas por respondente ........... 102 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 19 
1.1 Tema de estágio ...................................................................................... 19 
1.2 Problema de pesquisa ............................................................................. 20 
1.3 Objetivo geral ........................................................................................... 20 
1.3.1 Objetivos específicos .............................................................................. 20 
1.4 Justificativa .............................................................................................. 20 
1.5 Contextualização do ambiente de estágio ............................................... 21 
1.6 Organização do trabalho ......................................................................... 22 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................. 23 
2.1 Empreendedorismo ................................................................................. 23 
2.1.1 Conceito ................................................................................................... 23 
2.1.2 Escolas de empreendedorismo ............................................................... 30 
2.1.3 Comportamento, atitude e perfil empreendedor ...................................... 31 
2.1.4 Características empreendedoras ............................................................ 34 
2.1.5 Competências empreendedoras .............................................................. 38 
2.2 Empreendedorismo corporativo ............................................................... 46 
2.3 Empresas empreendedoras .................................................................... 52 
2.4 Empreendedorismonas organizações .................................................... 
 
57 
3 METODOLOGIA ...................................................................................... 66 
3.1 Tipologia de pesquisa .............................................................................. 66 
3.2 Sujeito do estudo ..................................................................................... 70 
3.3 Instrumentos de pesquisa ........................................................................ 71 
3.4 Análise e apresentação dos dados ......................................................... 72 
 
4 ANÁLISE DOS DADOS ......................................................................... 73 
4.1 Contextualização da empresa estudada ................................................. 74 
4.1.1 Evolução histórica da Volvo do Brasil ...................................................... 74 
4.1.2 Gestão, políticas e cultura da empresa ................................................... 80 
4.2 Perfil intra-empreendedor dos gestores .................................................. 82 
4.2.1 Perfil do empreendedor corporativo ........................................................ 82 
18 
 
4.2.2 Projeto inovador para a empresa ............................................................ 85 
4.2.3 Intra-empreendedorismo ......................................................................... 87 
4.3 Atitudes e competências necessárias para desenvolver o 
empreendedorismo corporativo ............................................................... 
 
89 
4.3.1 Atitudes empreendedoras ........................................................................ 89 
4.3.2 Competências empreendedoras .............................................................. 97 
4.4 Análise estratificada ................................................................................. 102 
4.4.1 Coordenadores de Equipes Auto Gerenciável- EAG’s .......................... 102 
4.5 Comparativo com as pesquisas análogas encontradas na 
literatura.................................................................................................... 
 
103 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 105 
5.1 Limitações ............................................................................................... 106 
5.2 Sugestões para pesquisas futuras .......................................................... 106 
 
 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 107 
 
 ANEXOS .................................................................................................. 119 
 
 APÊNDICES ............................................................................................ 125 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
Neste capítulo inicia-se uma breve introdução do tema e apresentação do 
problema a ser estudado, bem como os objetivos a serem alcançados e a 
justificativa da temática pesquisada. 
 
1.1 Tema de estágio 
 
O estudo do empreendedorismo caracteriza-se como força motriz para a 
economia de países em desenvolvimento, no Brasil este partilha de um movimento 
de apoio, que começa a sair da esfera de instituições como o Sebrae e começa a 
abranger organizações não-governamentais, associações, iniciativa privada, 
instituições de ensino superior e mídia em geral (HASHIMOTO, 2006). Portanto, é 
oportuno que haja cada vez mais um estudo profundo a respeito do conceito de 
empreendedorismo, já que a maioria dos negócios criados no país são gerenciados 
por pequenos empresários que geralmente não possuem conceitos de gestão de 
negócios, fazendo-o muitas vezes sem planejamento ou de forma empírica 
(DORNELAS, 2001). 
Diante dessas premissas apresentadas, vale ressaltar o que apresenta 
Hisrich e Peters (2004, p.32) que “o papel do empreendedorismo no 
desenvolvimento econômico envolve mais do que apenas o aumento da produção e 
renda per capita, envolve iniciar e constituir mudanças na estrutura do negócio e da 
sociedade”. Em complemento a esse entendimento vale lembrar que existem 
milhares de pessoas que possuem este perfil empreendedor, que vão desde jovens 
até cidadãos mais idosos, que inauguram diversos negócios por conta própria onde 
agrega a liderança que conduz ao progresso e ao desenvolvimento econômico das 
nações (CHIAVENATO, 2004). 
Por sua vez, o estudo do empreendedorismo ganha diversas formas de 
estudo, como o caso do empreendedorismo corporativo; que embora possua todos 
os componentes, se aplica em uma organização já existente (DORNELAS, 2008). 
Há alguns mitos com relação ao empreendedor corporativo, que o ligam diretamente 
a alta administração, no entanto, diferentemente do que se pensa, todos podem ser 
20 
 
empreendedores corporativos por enfrentarem os problemas cotidianos de forma 
diferente (HASHIMOTO, 2006). 
 
1.2 Problema de pesquisa 
 
Desta forma o presente estudo busca responder a seguinte pergunta de 
pesquisa: 
• Quais as competências necessárias para a concepção do empreendedorismo 
corporativo na Volvo do Brasil? 
 
1.3 Objetivo Geral 
 
Analisar o processo do empreendedorismo corporativo na Volvo do Brasil. 
 
1.3.1 Objetivos Específicos 
 
• Identificar o perfil de empreendedor corporativo dos gestores 
• Delimitar as atitudes e competências necessárias para desenvolver o 
empreendedorismo corporativo. 
• Analisar as competências para alavancar o empreendedorismo corporativo. 
 
1.4 Justificativa 
 
 Esta pesquisa se justifica pela atualidade e importância do tema à ciência da 
administração; uma vez que a criação de novos empreendimentos já vem sendo 
foco de estudo há muitos anos, o tema do empreendedorismo corporativo ganha 
destaque pelos resultados significativos que tem gerado em organizações de todos 
os segmentos (HASHIMOTO, 2006; DORNELAS, 2008). Não raro há casos de 
empresas que relatam seus programas de empreendedorismo corporativo e 
apresentam significativos resultados diante das problemáticas encontradas 
anteriormente ao programa (HASHIMOTO, 2006). 
 Diante desta situação, desenvolve-se este estudo buscando analisar o 
processo de empreendedorismo corporativo na Volvo do Brasil, analisando seu 
21 
 
perfil, atitudes e competências empreendedoras; traçando assim as características 
deste grupo. 
 A relação acadêmica do aluno com o cotidiano das organizações, 
aprendizagem do conteúdo teórico vivenciado durante o curso de administração e 
sua aplicação empírica nas organizações relacionada com a temática do 
empreendedorismo. 
 
1.5 Contexto do ambiente de estagio 
 
A Volvo do Brasil é no mercado em que atual uma empresa de grande 
importância, dados os fatores tecnológicos empregados em seus produtos bem 
como pelo tempo no mercado. Para a região de Curitiba – PR a empresa ganha 
ainda mais importância devido ao grande número de empregos gerado na região, 
sobretudo pelo fato de ter contribuído ao longo de sua história para o 
desenvolvimento do setor de transporte da capital paranaense. 
O setor automotivo do Paraná é um dos que mais apresentam crescimento 
nos últimos anos no Estado, desde a década de 1990 o assim chamado pólo 
automotivo do Estado tem ganhado a adesão de grandes montadoras como Renault, 
Volks/Audio e Chrysler; mas sem dúvida o destaque ainda fica com a Volvo que está 
instalada na Cidade Industrial de Curitiba desde 1970. Os números demonstram que 
o setor tem crescido consideravelmente, num comparativo entre 1995 e 2003 o 
Estado passou da produção de 372 unidades para a significativa marca de 500 
unidades. Com relação aos empregos, nesse mesmo período, o aumento chegou a 
176,6%, passando de 8.827 empregados em 1995, para 24.413, em 2003 
(MIGLIORINI, 2006). 
Na área de gestão de pessoas a empresa é referência para outras empresasdo mesmo porte e seguimento; presente por 06 anos consecutivos no Guia Você 
S/A como uma das 150 melhores empresas para se trabalhar, sendo que durante 04 
vezes esteve entre as 10 melhores. 
Deste modo a escolha da Volvo do Brasil é significativa tendo em vista a 
grande referencia que está é para o setor em que atua e pela sua importância 
econômica para o Estado do Paraná. 
 
 
22 
 
1.6 Organização do trabalho 
 
A primeira parte do trabalho constitui-se da introdução e da contextualização, 
juntamente com o tema da pesquisa e a identificação dos objetivos a serem 
cumpridos, além da justificativa e a apresentação do ambiente pesquisado. 
O segundo capítulo refere-se ao embasamento teórico desta pesquisa, sendo 
dividido em quatro sub-capítulos que abordam o empreendedorismo (conceito, 
escolas, comportamento, atitude, perfil, características, competências), 
empreendedorismo corporativo, empresas empreendedoras e empreendedorismo 
nas organizações. 
O terceiro capítulo à metodologia apresentando os meios utilizados para a 
coleta, apresentação e caracterização da pesquisa, definindo o delineamento 
utilizado desencadeadas no processo. 
Por sua vez, o quarto capítulo apresenta os resultados da pesquisa feita pelo 
acadêmico através de uma pesquisa exploratória e dados primários, bem como 
análise dos dados e compreensões a respeito do tema pesquisado. 
O quinto capítulo configura as considerações finais feitas com relação ao 
estudo realizado, bem como uma análise dos objetivos propostos que foram 
alcançados no decorrer do trabalho. 
Finalmente são apresentadas as referências bibliográficas dos autores citados 
no trabalho, bem como anexos e apêndices que auxiliaram na realização desta 
pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
 
2.1 Empreendedorismo 
 
2.1.1 Conceito 
 
O termo empreendedorismo é uma tradução livre do termo inglês 
entrepreneurship, que contém idéias de iniciativa e inovação (DOLABELA, 2008), 
sendo o termo derivado da palavra francesa entrepreneur, que se resume em aquele 
que assume riscos e começa algo novo (CHIAVENATO, 2004). 
Vale lembrar que o empreendedorismo como ciência é entendido como o 
processo de criar algo novo dedicando o tempo e o esforço necessários e 
assumindo riscos que podem ser psíquicos, financeiros ou sociais, e recebendo as 
recompensas que podem ser satisfação ou a independência econômica e pessoal 
(HISRICH; PETERS, 2004). 
Algumas escolas de estudo de empreendedorismo colocam o 
empreendedorismo como algo totalmente pessoal, puxando todo o pensamento para 
o indivíduo como afirma Gerber (2004, p.15-16) onde “o empreendedor é o visionário 
em nós: o sonhador, a energia por trás de toda atividade humana, a imaginação que 
alimenta o fogo do futuro, o catalisador da mudança.” Neste mesmo pensamento 
verifica-se que os empreendedores são pessoas que perseguem o benefício, 
trabalham individual e coletivamente. Podem ser definidos como indivíduos que 
inovam, identificam e criam oportunidades de negócios, montam e coordenam novas 
combinações de recursos para extrair os melhores benefícios (LEZANA, 1999, apud 
RAMBO, 2006). 
Quando se busca uma definição sobre o empreendedor, sabe-se que ele é 
aquele que faz com que as coisas aconteçam, antecipando-se aos fatos e tem, em 
relação à organização, uma visão futura. Sabe-se que os empreendedores são 
pessoas diferentes, que tem uma motivação acima do comum e são apaixonadas 
pelo que fazem. Estes não se contentam em ser mais um na multidão, buscam ser 
reconhecidos, referenciados, querem deixar um legado (DORNELAS, 2001). 
Essa discussão se amplia quando são inserindo tópicos que são o epicentro 
das características a cerca do empreendedor, segundo Chiavenato (2004, p. 3) “o 
24 
 
empreendedor é a pessoa que inicia e/ou opera um negócio para realizar uma idéia 
ou projeto pessoal assumindo riscos e responsabilidades e inovando 
continuamente”, o autor ainda salienta que essa definição envolve não somente os 
fundadores das empresas, mas inseri os membros da segunda e terceira geração de 
empresas familiares, bem como os gerentes-proprietários que adquirem empresas já 
existentes. 
O empreendedor além de tais características é uma pessoa que destrói a 
ordem econômica, graças à introdução no mercado de produtos/serviços novos e 
pela criação de novas formas de gestão (SCHUMPETER, 1947). Desta forma há 
idéia de que a essência da inovação está no empreendedor e que desta forma as 
antigas maneiras de fazer negócio se tornam obsoletas. Deste modo, a idéia em sua 
essência corrobora com o exposto por Chiavenato (2004), embora Dornelas (2001) 
por sua vez afeiçoe-se mais a idéia de Schumpeter (1947), já que retoma a questão 
de paixão por um projeto pessoal. 
Levando em consideração e tomando por base as definições dos demais 
autores apresentados, pode-se agregar maior valor a tais pensamentos, tornando 
sua conceituação mais ampla e explicativa como define Oliveira (1995, p. 22) ao 
estabelecer que: 
Empreendedor é todo indivíduo que, estando na qualidade de 
principal tomador das decisões envolvidas, conseguiu formar um 
novo negócio ou desenvolver negócios já existentes, elevando 
substancialmente seu valor patrimonial, várias vezes acima da média 
esperada das empresas congêneres no mesmo período e no mesmo 
contexto sócio-político-econômico, tendo granjeado com isso alto 
prestígio perante a maioria das pessoas que conhecem essa 
empresa ou tem relacionamentos com ela. 
 
Um dos conceitos que mais engloba termos simples, mas ao mesmo tempo 
interpela os diversos conceitos e nomenclaturas de empreendedorismo, é 
apresentado por Dornelas (2003, p. 35), afirmando que empreendedorismo significa 
“fazer algo novo, diferente, mudar a situação atual e buscar, de forma incessante, 
novas oportunidades de negócios, tendo como foco a inovação e a criação de 
valor.”. 
Nesta mesma linha de pensamento, Leite (1998, p. 117) apresenta: 
O empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, pois além 
de ser capaz de identificar oportunidades de mercado, possui uma 
aguçada sensibilidade financeira e de negócios, para transformar 
aquela idéia em um fato econômico em seu benefício. 
25 
 
Segundo o mesmo autor, ele tenta não só atender aos seus futuros clientes, 
como busca satisfazer as suas necessidades de realização profissional. Deste 
modo, verifica-se que não há necessidade do empreendedor de conhecer diversas 
áreas de conhecimento, mas precisa ser inovador e antever situações. 
Neste ponto uma definição bastante usada, por apresentar diversas 
características em torno do conceito de empreendedor é apresentada por Filion 
(1999a, p. 19), que apresenta: 
O empreendedor é uma pessoa criativa, marcada pela capacidade 
de estabelecer e atingir objetivos, e que mantém alto nível de 
consciência do ambiente em que vive, usando-a para detectar 
oportunidades de negócios. Um empreendedor que continua a 
aprender a respeito de possíveis oportunidades de negócios e a 
tomar decisões moderadamente arriscadas que objetivam a 
inovação, continuará a desempenhar um papel empreendedor [....]. 
Um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza 
visões. 
 
Por sua vez Bhidé (2001, p.80) coloca que “para iniciar um negócio 
potencialmente bem-sucedido, não é fundamental contar com uma idéia criativa, no 
sentido de aparecer com algo novo. Muito mais importante é ter a capacidade de 
executar a idéia de outro”. 
O termo empreendedorismo e empreendedor, muito confundido com 
empresário ou até mesmo gestor, evolui ao longo do tempo, passando de uma 
pessoa que une meios de produção a fundadores de empresas, passando pela idéia 
de um agente que organiza a estrutura organizacional em diversos níveis; essa 
evolução tem como referencial teórico inicial Say (1816) como primeiro a usar ou 
referenciar um fenômeno ao tema. O quadro 01 apresenta algunsdos pensamentos 
sobre o tema ligando-o essencialmente ao empreendedorismo tradicional: de criação 
de empresas. 
 
Autores Definições de Empreendedorismo 
Say (1816) O agente que une todos os meios de produção e que encontra no valor dos 
produtos (...) o restabelecimento da totalidade do capital que ele emprega, e o 
valor dos salários, os juros e a renda que ser paga, como bem os lucros pertença 
a si mesmo. (p. 28-29) 
Lavington 
(1922) 
Em tempos modernos, o empresário assume muitas formas. Ele pode ser um 
homem de negócios privados, uma parceria, uma sociedade anônima, uma 
sociedade cooperativa, município ou órgão similar. (p. 19). 
Schumpeter 
(1934) 
(...) Empresarial, tal como definido, essencialmente, consiste em fazer coisas que 
geralmente não são feitas no decurso de operações de rotina do negócio, é, 
essencialmente, um fenômeno que vem sob o aspecto maior da liderança. (p. 
254) 
26 
 
Autores Definições de Empreendedorismo 
Ely e Hess 
(1937) 
A pessoa ou grupo de pessoas que assumem a tarefa e a responsabilidade de 
combinar fatores de produção em uma organização empresarial e manter essa 
organização em funcionamento (...) ele comanda as forças industriais, e sobre 
ele recai a responsabilidade pelo seu sucesso do fracasso. (p. 113) 
Stauss (1944) Este trabalha em um argumento para avançar a proposição de que a empresa é 
o empresário. 
Cole (1959) (...) A atividade intencional (incluindo uma seqüência integrada de decisão) de 
um indivíduo ou grupo de indivíduos, comprometeu-se a iniciar, manter ou 
engrandecer um lucro unidade de negócio orientada para a produção ou 
distribuição de bens econômicos e serviços. (p. 7) 
McClelland 
(1961) 
(...) Alguém que exerça algum controle sobre os meios de produção e produz 
mais do que ele pode consumir a fim de vender (ou câmbio) para no indivíduo 
(ou família) de renda (...). Na prática, essas pessoas revelaram-se os 
comerciantes, artesãos independentes e os operadores de empresa (p. 65). 
Davids (1963) Fundadores de novas empresas (p. 3) 
Litzinger 
(1965) 
A distinção feita entre os empresários que são objetivos e ação orientada em 
contraste com os gestores que executam políticas e procedimentos para 
alcançar as metas (...). Os proprietários de mãe e motéis pop aparecem o tipo de 
empreendedor que investiram o seu capital próprio e operar um negócio (p. 268). 
Leibenstein 
(1968) 
Por espírito de rotina que entendemos as atividades envolvidas na coordenação 
e execução de um bem estabelecido preocupação, indo as que as partes da 
função de produção em uso (e as alternativas passíveis de uso atual) são bem 
conhecidos e que opera bem estabelecidos e claramente definidos mercados. 
Por empreendedorismo entendemos as atividades necessárias para criar ou 
continuar uma empresa que nem todos os mercados estão bem estabelecidos e 
claramente definidos e / ou em que as partes relevantes da função de produção 
não são totalmente conhecidas. (p. 73) 
Hartman 
(1969) 
A distinção entre empresário e empreendedor em termos de sua relação com a 
autoridade formal na organização industrial (...). O empresário pode justificar a 
sua autoridade formal de forma independente ou que possa descrevê-lo como 
delegada de outros, nomeadamente dos acionistas. Mas dentro da organização 
só ele é a fonte de toda autoridade formal. Gestão é definida residualmente como 
"não sendo a fonte de toda autoridade.". A fronteira entre o empresário e o 
gerente é, portanto, relativamente precisa. (p. 450-451). 
Wainer e 
Rubin (1969) 
O empresário em esquema de McClelland é "o homem que organiza a empresa 
(a unidade de negócio) e / ou aumenta a sua capacidade produtiva." (p. 178) 
Collins e 
Moore (1970) 
Distinguimos entre construtores organização que criam empresas novas e 
independentes e aqueles que desempenham funções dentro da organização 
empresariais já estabelecidos. Talvez estejamos, afinal, o pensamento do 
empresário na forma como Schumpeter visto por ele: "todo mundo é um 
empresário somente quando ele realmente" e perde esse caráter assim que ele 
construiu o seu negócio. (p.10) 
Hornaday e 
Bunker (1970) 
(...) O "empresário bem sucedido" era um indivíduo que tinha começado um 
negócio, construindo-se não útil anterior tinha sido bom, e continuando por um 
período de pelo menos 5 anos para o lucro atual estrutura de tomada (... ) com 
15 ou mais empregados. (p. 50) 
Hornaday e 
Aboud (1971) 
O "empresário bem sucedido" foi definido como um homem ou uma mulher que 
começou um negócio que havia antes, que tinha pelo menos 8 funcionários e 
que tinha sido estabelecido há pelo menos 5 anos. 
Palmer (1971) (...) A função empresarial envolve principalmente de medição do risco e de risco 
que uma organização empresarial. Além disso, o empresário bem-sucedido é 
aquele indivíduo que pode interpretar corretamente a situação de risco e, em 
seguida, determinar as políticas que minimizem os riscos envolvidos (...). Assim, 
o indivíduo que possa medir corretamente a situação de risco, mas é incapaz de 
minimizar o risco, não seria definida como um empresário. (p. 38) 
Draheim, 
Howell (1972) 
Empreendedorismo - o ato de fundar uma nova sociedade onde não existia 
antes. Empresário é a pessoa e os empresários são o pequeno grupo de 
pessoas que são fundadores da nova empresa. O termo também é usado para 
indicar que os fundadores têm alguma participação acionária significativa no 
27 
 
Autores Definições de Empreendedorismo 
negócio (eles não são apenas os empregados) e que sua intenção é para que a 
empresa crescer e prosperar para além da fase de auto-emprego. (p. 1) 
Kirzner (1973) Empreendedorismo é a habilidade de se perceber novas oportunidades. O 
reconhecimento e aproveitamento da oportunidade levarão à tendência de 
correção do mercado e trazê-lo de volta ao equilíbrio. 
Liles (1974) Examinamos o empresário que está envolvido em empreendimentos substancial 
e de ter considerado que encontramos à luz do pensamento tradicional de que 
ele é um tipo especial de indivíduo - um homem de alguma maneira incomum e 
raro - um homem distante. Provavelmente é verdade que os empresários muito 
bem sucedidos se os homens separados. Mas, no início, quando tomam a 
decisão de iniciar uma carreira empresarial, são em muitos aspectos, muito 
parecido com muitos outros ambiciosos, lutando indivíduos. (p. 14). 
Brockhaus 
(1980) 
(...) Um empresário é definido como um grande proprietário e gestor de um 
negócio que não esteja em outro lugar. (p. 510) 
Hull, Bosley e 
Udell (1980) 
Uma pessoa que organiza e administra uma empresa de negócios assumindo o 
risco por causa do lucro. Para efeitos do presente, esta definição padrão irá ser 
alargada para incluir aqueles indivíduos que compram ou herdam uma empresa 
já existente com a intenção de (e esforço em direção a) expandir. (p. 11) 
Lachman 
(1980) 
O empreendedor é percebido como uma pessoa que usa uma nova combinação 
de fatores de produção para produzir a primeira marca em uma indústria. 
Cooper e 
Dunkelberg 
(1981) 
Este artigo relata sobre o que acreditamos ser o maior e variada amostra de 
empreendedores estudados até hoje. As conclusões são de um levantamento de 
1805 proprietários-gerentes. 
Mescon e 
Montanari 
(1981) 
Os empresários são, por definição, os fundadores de novas empresas. 
Drucker 
(1985) 
Empreendedorismo é um ato de inovação que envolve prover recursos 
existentes com novas capacidades de produção de riquezas. 
Stevenson, 
Roberts e 
Grousbeck 
(1985) 
Empreendedorismo é perseguir uma oportunidade sem se preocupar com 
recursos atuais ou capacidades. 
Rumelt (1987) Empreendedorismo é a criação de novos negócios que não sejam exatamente a 
duplicação de negócios já existentes, mas que tenham algum elemento de 
novidade. 
Low e 
MacMillan 
(1988) 
Empreendedorismo é a criação de nova empresa. 
Quadro 01: Pensamento empreendedor de 1816 a 1988 
Fonte: Adaptado Gartner (1989) e Grassi (2005). 
 
Outros autores, como Schrage (1965), Gould(1969), Durand (1975), Gomolka 
(1977), DeCarlo e Lyons (1979), Hisrich e O’Brien (1981), Thorne e Ball (1981), 
Welsch e Young (1982); também citados por Gartner (1989) abordam o tema 
empreendedorismo focando-o como empresário ou um criador de empresas, no 
entanto, eles abordam o tema baseando-se em características identificadas e não na 
definição propriamente dita. 
No entanto, é durante a década de 1990 a 2000 que a discussão do tema 
empreendedorismo ganha uma dimensão maior, e passa assim a ser estudado 
como um fenômeno em particular, mas substancialmente ligado as empresas. A 
28 
 
evolução do pensamento permite que se percebam diversos temas ligados ao 
assunto (quadro 02); num levantamento comparativo é possível se observar que a 
questão da inovação é o centro da discussão. 
 
Autores Definições de Empreendedorismo 
Stevenson e Jarillo (1990) Empreendedorismo é um processo pelo qual indivíduos – em sua 
própria empresa ou dentro de organizações – perseguem 
oportunidades sem considerar os recursos que controlam. 
Covin e Slevin (1991) Empreendedorismo é uma dimensão de postura estratégica de uma 
organização representada por assumir riscos, tendências e agir 
proativamente e com agressividade competitiva e confiar em 
inovação de produtos. 
Morris, Lewis e Sexton 
(1994) 
Empreendedorismo é uma atividade em processo que envolve uma 
série de inputs e que pode produzir diferentes resultados (outputs). 
Lumpkin e Dess (1996) Empreendedorismo tem relação com novos negócios, no que 
consiste o empreendedor. 
Timmons (1997) Empreendedorismo é um modo de pensar, raciocinar e agir que é 
obcecado pela oportunidade, de abordagem holística e liderança 
equilibrada. 
Venkataraman (1997) A pesquisa do empreendedorismo procura compreender como as 
oportunidades que criam a existência de futuros produtos e serviços 
são descobertas, criadas e exploradas por quem e com quais 
conseqüências. 
Morris (1998) Empreendedorismo é o processo através do qual indivíduos e 
equipes criam valor reunindo entradas de recursos de pacotes únicos 
para explorar oportunidades no ambiente. 
Filion (1999) Empreendedorismo envolve o estudo dos empreendedores, examina 
suas atividades, características, efeitos sociais e econômicos e os 
métodos de suporte usados para facilitar a expressão da atividade 
empreendedora. 
Sharma e Chrisman (1999) Empreendedorismo inclui atos de criação organizacional, renovação 
ou inovação que ocorrem dentro ou fora da organização existente. 
Shane e Venkataraman 
(2000) 
Empreendedorismo é o processo de descoberta, evolução e 
exploração de oportunidades. 
Quadro 02: Definições de empreendedorismo da década de 1990 a 2000. 
Fonte: Adaptado Grassi (2005) e Martens (2009). 
 
Verifica-se que o termo empreendedorismo ganha mais sentido científico já 
que não mais se explica o empreendedorismo tendo por base o entendimento do 
empresário, mas se constituem entendimentos embasados em um escopo de estudo 
pelo qual cientificamente o empreendedorismo ganha sentido de estudo e permite 
assim a análise de fenômenos organizacionais para explicar a ação empreendedora, 
constituindo assim a definição da terminologia. 
Após verificar-se a evolução do entendimento e da discussão do tema, pode-
se perceber que as idéias de Oliveira (1995) são pertinentes a essa discussão, não 
só porque apresentam uma definição de empreendedorismo mais ampla, mas por 
29 
 
explicar as idéias apresentadas, visto que expressa que o empreendedor se 
sobressai por atingir resultados positivos ou acima da média quando ninguém 
espera que isso seja possível; mesmo e independentemente deste romper a ordem 
econômica vigente ou ser um projeto de cunho pessoal. 
Em consonância com os autores anteriores, Gerber (2004) apresenta uma 
idéia mais romântica do empreendedor, buscando ressaltar os demais conceitos 
outrora apresentados, mas aprimorando a idéia de paixão e inovação pessoal na 
ação empreendedora. Por sua vez, Filion (1999a) abrange diversos pontos da 
discussão de empreendedorismo colocando em alta a criatividade e o atingir 
objetivos, que outros autores raramente apresentam como substanciais ao tema, já 
a questão de detectar oportunidades e o risco corrobora com as idéias apresentadas 
pela maioria dos autores citados. 
Embora alguns pensamentos vão contra algumas questões apresentadas por 
Filion (1999a), estes são pertinentes a essa discussão, pois ao definir o 
empreendedor, é fundamental saber quais são as ações e as características mais 
coerentes com o seu papel social e econômico; na idéia de Bhidé (2001) ocorre na 
verdade uma inversão de prioridades ao empreendedor, já que Filion (1999a) 
enfatiza com maior grau de importância o ser criativo. Em resumo os autores 
colocam que mais do que ser criativo, para ser um empreendedor de sucesso é 
necessário compreender e saber executar as idéias da organização transformando-
as em objetivos a ser alcançado, fato que visto deste ponto corrobora com a maioria 
dos autores conhecidos na literatura de empreendedorismo. 
Na literatura existente de empreendedorismo, diversos autores realizaram 
diversas contribuições em relação aos principais temas relacionados a 
empreendedorismo, um resumo é apresentado no quadro 03. 
 
Tema Autor Contribuição 
 
 
 
 
 
Teoria do 
Empreendedorismo 
Cunningham e Lischeron (1991) Seleção de abordagens para 
descrever empreendedores 
Carland, Hoy, Boulton e Carland (1984), 
Low e MacMillan (1988) e Gartner (1990) 
Estudos de personalidade, 
traços, qualificação e 
experiência. 
Chell, Haworth e Brearley (1991), 
Gartner, Brid e Starr (1992) e Lumpkin e 
Dess (1996) 
Aspectos comportamentais 
Minamala (1992), Palich e Bagby (1995), 
Baron (1998), Barney (1997), Tversky e 
Kaheneman (1974), e Stevenson e 
Gumpert (1985) 
Processo cognitivo e 
decisório 
 Westhead e Wright (1998 a), Wright, Classificação e 
30 
 
Tema Autor Contribuição 
 
 
 
 
Tipos de 
Empreendedorismo 
Westhead e Soul (1998), Delmar e 
Davidsson (2000), Reynolds (1997) e 
Kolvereid (1998) 
aprofundamento dos tipos: 
nascente, novato, serial e de 
portfólio. 
Kamm e Shuman (1990), Fiet Busenitz, 
Moesel e Barney (1997), Wright e Coyne 
(1985), Baruch e Gebbie (1998), Ensley, 
Carland, Banks (1999) e Birley e Stockley 
(2000) 
Times empreendedores 
Dyer (1994), Cooper e Woo (1997) e 
McGrath (1999) 
Empreendedores de carreira 
Quadro 03: Principais autores e contribuições por tema do empreendedorismo. 
Fonte: Adaptado de Seiffert (2005). 
 
 
2.1.2 Escolas de Empreendedorismo 
 
Diversas ciências vêm se interessando pelo empreendedorismo e trazendo 
suas próprias contribuições para o assunto. Desta forma as escolas de 
empreendedorismo surgem e se posicionam sob diferentes perspectivas de estudo. 
As escolas de empreendedorismo e suas características são apresentadas no 
Quadro 04 sob a classificação de Cunningham e Lischeron (1991, apud 
HASHIMOTO, 2006). 
 
Escola Características 
 
 
 
Escola Bibliográfica 
Estuda a história de vida de grandes empreendedores, mostrando que 
os traços empreendedores são inatos e não podem ser desenvolvidos. É 
a intuição que diferencia os empreendedores das demais pessoas, 
sobretudo o seu “sexto sentido” para identificar e aproveitar uma 
oportunidade. A pessoa simplesmente nasce empreendedora. 
 
 
 
Escola Psicológica 
Estuda as características comportamentais e de personalidade dos 
empreendedores. Nesta escola assume-se que o empreendedor 
desenvolve uma série de atitudes, crenças e valores que moldam sua 
personalidade em torno de três áreas de atenção: valores pessoais, 
como honestidade, comprometimento, responsabilidade e ética; 
propensão ao risco e necessidade de realização. 
 
 
Escola Clássica 
Tem como principal característica a inovação. Ela crê que o 
empreendedor é aquele que “cria” algo, e não que simplesmente o 
“possui”. Descoberta, inovação, criatividade são os temas de estudo 
desta escola.A base desta linha de estudos é o trabalho do economista 
Joseph Schumpeter. 
 
Escola da 
Administração 
Sugere que o empreendedor é uma pessoa que organiza e administra 
um negócio, assume os riscos de prejuízo e o lucro inerentes a ele, 
planejando, supervisionando, controlando e direcionando o 
empreendimento e estruturação de idéias nasce desta escola. 
 
 
Escola da Liderança 
Mostra que o empreendedor é um líder que mobiliza as pessoas em 
torno de objetivos e propósitos. Esta escola parte do pressuposto que 
nenhum empreendedor obtém resultados sozinho. É preciso, acima de 
tudo, que ele saiba montar sua equipe, motivá-la e desenvolvê-la para 
construir coisas em conjunto. 
 
 
Diz que as habilidades empreendedoras podem ser úteis em 
organizações complexas, para ações de foco bastante específico, como 
31 
 
Escola Características 
 
Escola Corporativa 
abrir um mercado, expandir serviços ou desenvolver produto. Seu foco 
de estudo é a organização e o seu desenvolvimento. Ela ganhou 
relevância a partir da necessidade e das dificuldades das organizações 
em desenvolver os empreendedores internos ou o clima empreendedor. 
Quadro 04: Escolas de pensamento de empreendedorismo. 
Fonte: Adaptado de Hashimoto (2006). 
 
Em comparativo a essa classificação, há outra classificação que apresenta 
três linhas: a primeira é formada por economistas, a segunda é constituída por 
psicólogos e sociólogos, e a terceira é estabelecida por administradores e busca 
conhecer suas habilidades gerenciais Stevenson e Jarilo (1990 apud HASHIMOTO, 
2006). 
Baseado nos estudos de Filion (1999a) pode-se construir uma estrutura a 
respeito das escolas do empreendedorismo, verificando assim suas diferentes 
abordagens (LENZI, 2008). O quadro 05 apresenta as diversas abordagens. 
 
Escola Pensamento 
Escola Econômica Os empreendedores eram considerados como pessoas que corriam 
riscos, basicamente porque investiam o próprio dinheiro, aproveitavam 
oportunidades com perspectivas de lucro e assumiam os riscos inerentes 
(CANTILION. SAY apud FILION, 1999). 
 
Escola 
Comportamentalista 
Centram seus estudos nos aspectos criativos e intuitivos. Enquanto 
alguns autores afirmam que a necessidade de auto-realização é 
insuficiente para a explicação dos novos empreendimentos, outros 
acreditam que é suficiente. A pesquisa de Timmons (1977) demonstrou 
que pessoas que participavam de treinamentos para melhorar sua 
necessidade de realização, avançavam na direção de abrir seus 
negócios. 
Escola Fisiológica Considera o empreendedorismo como produto da natureza das pessoas 
que empreendem e não das condições ambientais. 
Escola Positivo 
Funcional 
O empreendedor como agente de mudança e iniciação de novos 
empreendimentos adaptados em seu contexto e evoluindo com as 
mudanças de seu meio. 
Escola do 
Mapeamento 
O empreendedor é estudado em função da visão e formulação de sua 
estratégia. 
Quadro 05: As Abordagens das escolas do empreendedorismo. 
Fonte: Adaptado de Lenzi (2008). 
 
 
2.1.3 Comportamento, atitude e perfil empreendedor 
 
A discussão do termo empreendedorismo levanta uma série de fatores que 
podem ser unificados e compreendidos como parte do comportamento do 
empreendedor, como apresenta a figura 01, a seguir. 
 
32 
 
 
Figura 01: Ciclo do comportamento empreendedor. 
Fonte: David (2004, p. 32). 
 
O comportamento do empreendedor é na verdade a sua busca incessante de 
satisfação, ou seja, aquilo que realmente motiva para que ele desenvolva o 
empreendimento (DAVID, 2004). Segundo a mesma autora, é necessário se 
conhecer as habilidades empreendedoras que consistem em ter a facilidade para 
empregar as capacidades físicas e intelectuais. 
Segundo estudos realizados por Gibb (1988), Pati (1995), Filion (1999a), 
Dornelas (2001) e Leite (2002) as habilidades freqüentemente encontradas nos 
empreendedores são a capacidade de aprendizagem; negociação; identificação de 
novas oportunidades; orientação para resultados; mover-se por metas especificas; 
habilidade para pesquisar; capacidade de assumir riscos; flexibilidade; comunicação 
persuasiva; conhecimento de como lidar, conseguir, dar e receber crédito; senso de 
organização; habilidade para conduzir situações; capacidade gerencial; criar valor 
para a sociedade; disposição de trabalho; e a habilidade na utilização de recursos. 
Essas habilidades permitem criar uma base que permeia o entendimento do 
comportamento, e posteriormente das características empreendedoras (DAVID, 
2004). 
A importância do estudo do comportamento e das habilidades do 
empreendedor é evidenciada quando se entende diversas partes do pensamento do 
escopo de sua conceituação, como na definição apresentada por Adizes (2004, p. 
17), que apresenta 
33 
 
O empreendedor que funda uma empresa tendo em vista 
necessidades que não foram ainda satisfeitas ou expressas é um 
empreendedor voltado para os produtos e não para o mercado. Ele 
está comprometido com um produto que deverá satisfazer uma 
necessidade, mas uma necessidade difícil de ser colocada em 
palavras. Esse empreendedor não está reagindo a uma necessidade 
do mercado; pelo contrário, ele procura educar e modificar o 
comportamento do mercado. Num certo sentido, é ele quem 
expressa essa necessidade com suas ações. Na verdade, ele é mais 
um profeta empresarial do que um entrepreneur comercial. E, como 
outros profetas, ele poderá ser crucificado, já que a estrutura de 
poder irá rejeitá-lo inicialmente. Ninguém compreende a sua 
mensagem, pois até o produto dar certo ninguém mais compreende a 
necessidade. 
 
Segundo essa concepção verifica-se que as ações e o compromisso de um 
empreendedor podem ter caminhos diferentes, o que pode apresentar que nem 
sempre o comportamento do empreendedor esta atrelado a sua habilidade; deste 
modo entende-se que mais do que verificar comportamentos ou habilidades é 
preciso avaliar a junção de ambas para que se possa formar a ação para qual o 
empreendedor se orienta. Só assim, o empreendedor deixa de ser visto como 
profeta, mas passa a ser entendido como protagonista de uma atitude conjunta entre 
suas ações e sua habilidade, comportamento e características empreendedoras. 
Quando se fala em observar a forma de agir dos empreendedores, com o 
intuito de descrever suas características para assim compreendê-las é fundamental 
se ter em mente o que Drucker (apud PANTZIER, 1999, p. 25) “o empreendedor não 
se caracteriza por traços de personalidade e sim pelo comportamento diante das 
situações e, portanto, qualquer um pode aprender a agir de forma empreendedora”. 
Com base nessa idéia deve-se estudar e conhecer as características de 
comportamento do empreendedor bem como seu perfil para que se possam criar 
mecanismos para formar e aprimorar empreendedores. 
Como forma de buscar definir o papel do empreendedor, sabe-se que o 
empreendedor se trata de um indivíduo com iniciativa, que é agressivo para 
negócios, sabe encontrar e identificar as oportunidades, não tem por gosto ser 
empregado, dinâmico e inquieto. Pode-se afirmar que ele é o próprio negócio. Adora 
fazer – e faz – tudo sozinho, e tem, enfim, uma vocação doentia de se envolver em 
todos os detalhes de sua incipiente organização. Geralmente é alguém dotado de 
muitas idéias, vocação para o risco, porém, excitados em administrar seus próprios 
destinos (LEVI-STRAUSS apud OLIVEIRA, 1995). 
34 
 
Existe uma clara diferença entre comportamento e atitude, segundo 
Rodrigues (1972, p. 402): 
Atitudes envolvem o que as pessoas pensam, sentem, e como elas 
gostariam de se comportar em relação a um objeto atitudinal. O 
comportamento não é apenas determinado pelo que as pessoas 
gostariam, mas, também, pelo que elas pensam que devem fazer, 
isto é, normas sociais; pelo que elas, geralmente, tem feito isto é, 
hábito, e pelas conseqüências esperadas de seu comportamento. 
 
 Os estudos de Lopez Jr e Souza (2005) apresentam como resultadoum 
conjunto de atitudes empreendedoras, sendo: voltadas a conclusão de tarefas, 
mesmo que exijam sacrifício pessoal; confiança na competência, isso como fonte de 
sucesso no negócio; busca de novas soluções para atender os clientes, e 
responsabilidade em cumprir prazos, podem ser associados ao tipo de trabalho 
efetuado. Segundo o mesmo estudo, a atitude empreendedora pode ser 
categorizada em dois compostos: prospecção e inovação, e gestão e persistência. 
 
2.1.4 Características Empreendedoras 
 
 As características empreendedoras são foco de estudo de diversas escolas, 
nesta linha Azevedo (1992) investigou diversas características da personalidade de 
empreendedores, e concluiu que a maioria possui o seguinte perfil: capacidade de 
assumir riscos; habilidade para identificar oportunidades; senso de organização; 
disposição para tomar decisões; liderança; conhecimento e tino empresarial; talento 
para empreender; independência pessoal; otimismo (LENZI, RODRIGUES, 
ALMEIDA, 2003). 
Um levantamento, que mistura características e padrões dos 
empreendedores, é apresentado por Pinotti (2009), onde amparado nos estudos de 
Aidar (2007) Greenhaus, Callanan e Godshalk (2000) e Veciana (2005) constrói um 
modelo que elenca sete características, como apresenta o quadro 06 a seguir. 
 
Característica Descrição 
Sentem-se confortáveis em 
quebrar regras 
A idéia de ser um empreendedor esta exatamente no fato de 
oferecer novos produtos ou serviços, de entrar em novos 
mercados, ou seja, de estar aberto a inovação e, portanto, sempre 
disposto de romper o status quo. 
Tolerância a ambigüidade e 
tomador de riscos 
Habilidade de aceitar e negociar sobre situações conflitantes e 
incertas. Propensão a tomar riscos a fim de se atingir as metas 
estabelecidas; no entanto, o empreendedor pode também não ser 
somente um tomador de risco, mas tornar-se “cego” a ele devido 
35 
 
Característica Descrição 
ao excessivo foco no objetivo final. 
Apresentam necessidades e 
satisfação em atingir metas 
Ainda que esta seja uma característica presente em muitas outras 
profissões, ela possui grande influencia na decisão dos indivíduos 
em se tornar um empreendedor. 
Estão preparados para fazer 
inimigos poderosos 
Para romper o status quo e criar inovações, é necessária coragem 
de ir contra opiniões diversas. Outro ponto é que à medida que o 
negócio cresça, torna-se inevitável o confronto de interesses com 
grupos maiores. 
Sabem tomar decisões e 
fazer acordos 
As decisões de um empreendedor resultam diretamente sobre o 
sucesso ou a falência de novo negócio, principalmente quando 
ainda está em estágio inicial e se trata de um pequeno negócio 
sem grandes recursos. Deste modo, o empreendedor deve estar 
apto a tomar decisões ágeis e efetivas, sem ter medo e sabendo 
negociar sempre que necessário. 
Apresentam senso de 
controle interno 
São indivíduos que acreditam que podem controlar largamente 
seu destino e o ambiente em que encontram, ou seja, de que 
podem trilhar seus caminhos de acordo com sua vontade e 
empenho. Apresentam ainda um forte senso de insatisfação, o 
que se transforma em fonte para ações. 
Apresentam disposição para 
mudar a estratégia 
rapidamente 
Empreendedores devem estar aptos a reconhecer oportunidades 
de negócios e tendências, assim que devem estar dispostos a 
mudar rapidamente de rumo e reposicionar o negócio quando 
necessário. 
Quadro 06: Características e Padrões de Empreendedorismo compilados por Pinotti. 
Fonte: Pinotti (2009, p. 21). 
 
Ao longo do estudo do empreendedorismo diversos autores apresentaram 
suas contribuições quanto às características empreendedoras, que outrora se 
firmaram com o que hoje é conhecido de características empreendedoras. Essas 
diferentes abordagens sobre empreendedorismo é apresentado no Quadro 07. 
 
Autor/ Ano Características 
Mill (1848) Tolerância ao risco. 
Schumpeter (1934) Inovação, iniciativa. Buscar oportunidades, correr riscos, 
liderança, necessidade de realização, proatividade. 
Sutton (1954) Busca de responsabilidade. 
McClelland (1961) Tomador de risco e necessidade de realização. Buscar 
oportunidades, criatividade, iniciativa, inovação, liderança, 
proatividade. 
Davids (1963) Ambição, desejo de independência, responsabilidade e 
autoconfiança. 
Pickle (1964) Relacionamento humano, habilidade de comunicação, 
conhecimento técnico. 
Hornaday e Aboud (1971)
 
Necessidade de realização, autonomia, agressão, poder, 
reconhecimento, inovação, independência. 
Winter (1973) Necessidade de poder. 
Liles (1974) Necessidade de realização. 
Gasse (1977) Orientado por valores pessoais. 
Timmons (1978) Autoconfiança, orientado por metas, tomador de riscos 
moderados, centro de controle, criatividade, inovação. 
36 
 
Autor/ Ano Características 
Welsh e White (1981) Necessidade de controle, buscador de responsabilidade, 
autoconfiança, corredor de riscos moderados. 
Dunkelberg e Cooper (1982) Orientado ao crescimento, profissionalização e independência. 
Filion Buscar oportunidades, correr riscos, criatividade, iniciativa, 
inovação, liderança, proatividade, visionaridade. 
Weber Inovação e liderança, origem da autoridade formal 
McDonald Buscar oportunidades, correr riscos, inovação, liderança. 
Degen Buscar oportunidades, conhecimento do mercado, conhecimento 
do produto, correr riscos, criatividade, inovação. 
Drucker Buscar oportunidades, conhecimento do mercado, conhecimento 
do produto, correr riscos, inovação, liderança. 
Lalkala Conhecimento do mercado, conhecimento do produto, 
criatividade, inovação. 
Dutra Buscar oportunidades, criatividade, iniciativa, inovação, 
visionaridade. 
Barros e Prates Criatividade, inovação. 
Mintzberg Buscar oportunidades, correr riscos, inovação, liderança, 
necessidade de realização, visionaridade. 
Ângelo Buscar oportunidades, conhecimento do mercado, conhecimento 
do produto, correr riscos, criatividade, inovação. 
Logenecker et al.. Buscar oportunidades, inovação. 
Leite Buscar oportunidades, conhecimento do mercado, conhecimento 
do produto, correr riscos, criatividade, iniciativa, inovação, 
visionaridade. 
Carland et al. Correr riscos, criatividade, inovação, necessidade de realização, 
proatividade. 
Frese et al. Iniciativa, inovação, necessidade de realização, proatividade, 
visionaridade. 
Hartman (1959) Busca de autoridade formal. 
Palmer (1971) Avaliador de riscos 
Borland (1974) Controle interno 
Sexton (1980) Energético, ambicioso, revés positivo 
Smith e Miner (1981) Motivação Gerencial 
Gartner (1985) Visão configuracional (pessoas, ambiente, organização e 
processo) 
McClelland (1989) Proatividade, orientação para a realização, comprometimento 
Quadro 07: Diferentes abordagens de empreendedorismo. 
Fonte: Adaptado Lenzi, Dutra e Santos (2006), Souza (2005), Debastiani (2003), Andrade 
(2008). 
 
Em um levantamento bibliográfico Souza (2005) apresenta uma matriz, 
conceituando a expressiva variedade de características, onde algumas são citadas 
por poucos e outras por muitos autores; como resultado o item mais preponderante 
foi inovação, seguido por busca de oportunidades e correr riscos. 
37 
 
No estudo apresentado por Schmidt e Bohnenberger (2009), procurou-se 
ampliar a base conceitual sobre o perfil empreendedor, por meio das diversas 
definições encontradas na literatura. A partir dessas definições, foram extraídas 
características atitudinais comuns, que são: líder, inovador, sociável, persistente, 
detecta oportunidades, planejador, assume riscos calculados, e auto-eficaz. 
Essas características são as que mais se assemelham ao modelo utilizado 
pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio as Empresas) no programa chamado 
EMPRETEC que define as diversas características presentes em empresários bem 
sucedidos, como apresenta Pantzier (1999, p. 31) no Quadro 08. 
 
Características Modo de manifestação 
Busca de Oportunidade e 
Iniciativa 
Capacidadede se antecipar aos fatos e de criar novas oportunidades 
de negócios, desenvolver novos produtos e serviços, propor soluções 
inovadoras; 
Correr Riscos Calculados Disposição de assumir desafios ou riscos moderados e responder 
pessoalmente por eles; 
Exigência de Qualidade 
e Eficiência 
Decisão de fazer sempre mais e melhor, buscando satisfazer ou 
superar as expectativas de prazos e padrões de qualidade; 
 
 
Comprometimento 
Faz sacrifício pessoal ou despende esforço extraordinário para 
completar uma tarefa. Colabora com os subordinados e até mesmo 
assume o lugar deles para terminar um trabalho. Esmera-se para 
manter os clientes satisfeitos e coloca a boa vontade a longo prazo 
acima do lucro a curto prazo; 
 
Busca de Informações 
Busca pessoalmente obter informações sobre clientes, fornecedores 
ou concorrentes. Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou 
prestar um serviço. Consulta especialistas para obter assessoria 
técnica ou comercial; 
Planejamento e 
Monitoramento 
Sistemáticos 
Planeja dividindo tarefas de grande porte em sub-tarefas com prazos 
definidos. Revisa constantemente seus planos, considerando 
resultados obtidos e mudanças circunstanciais. Mantém registros 
financeiros e os utiliza para tomar decisões; 
 
Persuasão e Rede de 
Contatos 
Utiliza estratégias para influenciar ou persuadir os outros. Utiliza 
pessoas chave como agentes para atingir seus objetivos. Atua para 
desenvolver e manter relações comerciais; 
 
Independência e 
Autoconfiança 
Busca autonomia em relação a normas e procedimentos. Mantém 
seus pontos de vista mesmo diante da oposição ou de resultados 
desanimadores. Expressa confiança na sua própria capacidade de 
completar tarefa difícil ou de enfrentar desafios. 
Quadro 08: Características presentes em empresários bem sucedidos. 
Fonte: Adaptado de Pantzier (1999). 
 
Diante dos diversos conceitos apresentados, que visam expressar o conceito 
de empreendedor por meio de características típicas de seu cotidiano, Inácio Junior 
(2002, p. 41) apresenta que: 
Muitas das características salientadas nestes conceitos encontram 
sua fundamentação no trabalho original de McClelland, que 
identificou o papel histórico do modelo de influência dos heróis sobre 
38 
 
as gerações subseqüentes, que por sua vez, induzia uma alta 
necessidade de realização sobre a população de gerações 
subseqüentes. 
 
2.1.5 Competências Empreendedoras 
 
As competências empreendedoras estão atreladas as características, porém 
seu estudo permite entender que elas implicam em saber agir de maneira 
responsável, além disso, implica integrar, transferir conhecimentos, mobilizar e 
habilidades que possam de alguma forma incorporar valor econômico à empresa 
(FLEURY e FLEURY, 2000). 
A gestão de pessoas permite que se configurem algumas características tanto 
para a empresa quanto para os indivíduos sobre a utilização de competências; 
essas características permitem entender a importância do seu estudo no 
empreendedorismo; as características são apresentadas no quadro 09. 
 
 
 
 
Para a Organização 
• Simplicidade flexibilidade e transparência. 
• Otimização de recursos e da massa salarial. 
• Direcionamento e otimização dos investimentos no desenvolvimento 
profissional. 
• Capacidade de atração, retenção e potencialização de talentos. 
• Flexibilidade do modo do trabalho e tecnologia. 
• Equilíbrio entre remuneração e agregação de valor. 
 
 
 
Para as Pessoas 
• Horizontes profissionais claros com critérios de acesso definidos. 
• Remuneração compatível com a complexidade das atribuições e das 
responsabilidades e com o mercado. 
• Estimulo ao auto-desenvolvimento e à ampliação do espaço de 
atuação. 
• Condições claras e objetivas para a mobilização entre as carreiras 
abrangidas pelo modelo. 
Quadro 09: Características das competências para a gestão de pessoas. 
Fonte: Dutra (2001). 
 
Deste modo é possível perceber uma série de características em que as 
competências permitem uma abertura maior nas empresas o que de certa forma se 
integra ao empreendedorismo no seu escopo corporativo, incentivando-se o 
empreendedorismo dentro da estrutura organizacional. A visão da ligação tênue 
entre competências e características empreendedoras pode ser visualizado quando 
se compara as competências no eixo profissional e gerencial, como apresenta a 
figura 02. 
 
39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 02: Exemplo de estrutura de carreira e de competências. 
Fonte: Dutra (2001). 
 
 Quando a competência é observada sobre o olhar do pilares profissionais, 
pode-se entender o porquê que seu estudo está tão atrelado ao do 
empreendedorismo, isso porque ao se entender as estruturas do eixo profissional e 
gerencial do modelo de Dutra (2001) é possível criar estruturas para se estimular o 
empreendedorismo corporativo por meio de competências; o entendimento 
COMPETÊNCIAS 
gerencias 
COMPETÊNCIAS 
dos eixos profissionais 
Suporte ao 
negócio Tecnológico Mercadológico 
• Liderança e criatividade 
• Organização estratégica 
e planejamento 
• Gestão integrada de 
processos, recursos e 
prazos 
• Negociação – interação 
com ambiente 
• Tomada de decisão 
• Gestão de recursos e prazos e organização 
• Planejamento 
• Tomada de decisão 
• Gestão do conhecimento 
• Condução e aprimoramento de processos e 
projetos 
Interação com ambiente/ orientação 
ao cliente e negociação 
Interação e negociação internas 
Relacionamento externo 
40 
 
aprofundado desta questão é possível quando se verifica a definição de Spencer e 
Spencer (1993, p. 9) sobre competências: 
[...] uma característica marcante de um indivíduo que está 
relacionada causalmente a um critério - referência e / ou a um 
desempenho superior em uma situação de trabalho. 
Característica marcante significa que a competência é uma parte 
bastante profunda e permanente da personalidade de uma pessoa e 
pode predizer o comportamento em uma ampla variedade de 
situações e tarefas de trabalho. 
Causalmente relacionada significa que a competência causa ou 
prevê um comportamento ou desempenho. 
Critério – referência significa que a competência prevê quem faz 
alguma coisa bem ou mal, a partir da comparação com um critério 
específico ou padrão. 
 
 Certamente as competências deixam de ser um estoque de conhecimentos 
teóricos e empíricos do indivíduo; mas sem dúvida diz respeito à ação de colocar em 
prática o conhecimento em uma determinada situação (FLEURY e FLEURY, 2004); 
além de utilizar as capacidades de transferência de aprendizagem e adaptação 
diante de um novo cenário (PARDINI, 2005), neste sentido o especialista 
competente seria aquele em que consegue reconhecer a particular habilidade em 
determinado campo de conhecimento, o que marca a ruptura entre aquele que a 
detém e os que não a possuem ou a têm de forma incompleta (LUZ, 2003). 
 No caso das competências do empreendedor o destaque centra-se na 
capacidade de visualizar o ambiente que antecede e ampara o processo de decisão 
(PARDINI, BRANDÃO, SOUKI, 2008); isso fica claro quando se observa a presença 
do planejamento e da tomada de decisão no eixo de competência apresentado por 
Dutra (2001). 
 No que diz respeito essencialmente as competências empreendedoras o 
quadro 10 configura o estudo de Dolabella (1999) que apresenta as atividades, 
características, competências e aprendizagens necessárias para o sucesso dos 
empreendedores. 
 
Atividades Características Competências Aprendizagem 
Descoberta de 
oportunidades. 
Faro, intuição. Pragmatismo, bom 
senso, capacidade de 
reconhecer o que é útil 
e dá resultados. 
Análise setorial. 
Conhecer as 
características do 
setor, os clientes e o 
concorrente líder. 
Concepção de visões. 
 
 
Imaginação, 
independência, 
paixão. 
Concepção, 
pensamento 
sistemático. 
Avaliação de todos os 
recursos necessários e 
dos respectivos custos. 
41 
 
AtividadesCaracterísticas Competências Aprendizagem 
Tomada de decisões. 
 
 
Julgamento, 
Prudência. 
Visão. Obter informações, 
saber minimizar o 
risco. 
Realização de visões. 
 
Diligência (saber 
“se virar”), 
constância 
(tenacidade). 
 
Ação. Saber obter 
informações para 
realizar ajustes 
contínuos, 
retroalimentação. 
Utilização de 
equipamentos 
(principalmente de 
tecnologia de 
informação). 
Destreza. Polivalência (no 
começo, o 
empreendedor faz de 
tudo). 
Técnica. 
Compras. Acuidade. Negociação. Saber 
conter-se nos próprios 
limites, conhecer 
profundamente o tema 
e ter flexibilidade para 
que todos ganhem. 
Diagnóstico do setor. 
Pesquisa de compras. 
Projeto e colocação do 
produto/serviço no 
mercado. 
 
Diferenciação, 
originalidade. 
 
Coordenação de 
múltiplas atividades: 
hábitos de consumo 
dos clientes, 
publicidade, promoção. 
Marketing, gestão. 
Vendas. Flexibilidade para 
ajustar-se aos 
clientes e 
circunstâncias, 
buscar feedback. 
Adaptação às pessoas 
e circunstâncias. 
 
Conhecimento do 
cliente. 
Formação de equipes 
e conselheiros. 
 
Ser previdente, 
projeção em longo 
prazo. 
Saber construir redes 
de relações internas e 
externas. 
Gestão de recursos 
humanos, saber 
compartilhar. 
Delegação de tarefas. 
 
Comunicação, 
capacidade de 
aprender. 
 
Delegação. Saber 
dizer o que deve ser 
feito e por quem; saber 
acompanhar, obter 
informações. 
Gestão de operações. 
Quadro 10: As atividades, características, competências e aprendizagem dos 
empreendedores. 
Fonte: Dolabella (1999). 
42 
 
 Deste modo “as competências são demonstradas por comportamentos 
observáveis condicionantes da capacidade pessoal de realizar ações estratégicas de 
expansão empresarial” (MELLO, LEÃO, PAIVA JUNIOR, 2006, p. 49); isso fica mais 
expressivo quando analisado pelo ponto de vista da educação corporativa, conforme 
a figura 03. 
Figura 03: Integração das esferas de educação corporativa por meio das competências. 
Fonte: Eboli (2001). 
 
 Quando se verifica o lado do indivíduo, o autoconhecimento e a maturidade 
são estágios que permitem a internalização do sentido de aprendizagem e de 
desenvolvimento (EBOLI, 2001), já no contexto central há a decorrência do resultado 
de uma ou mais visões emergentes, que pode ser originada de uma visualização 
externa e outras internas (PARDINI, BRANDÃO, SOUKI, 2008); deste modo pode-se 
perceber que os empreendedores têm visões, que demandam tempo, 
comprometimento e imaginação sobre o objetivo e os caminhos necessários para 
realizá-lo (FILION, 1999a). O que ocorre de forma diferente nos gerentes e 
executivos tradicionais, que normalmente utilizam habilidades administrativas para 
VISÃO, MISSÃO, 
ESTRATÉGIAS 
COMPETÊNCIAS 
EMPRESARIAIS 
RESULTADOS DO 
NEGÓCIO 
OBJETIVOS E 
SONHOS INDIVIDUAIS 
COMPETÊNCIAS 
HUMANAS 
PERFORMANCE 
INDIVIDUAL 
DIRECIONAMENTO ATUAÇÃO MÉTRICA 
COMPETÊNCIA RESULTADO CULTURA 
GESTÃO DE PESSOAS PARA COMPETITIVIDADE 
43 
 
atingir metas a partir dos recursos disponíveis na estrutura organizacional (FILION, 
1999b). 
Por sua vez a pesquisa de Spencer e Spencer em 1983 em diferentes países 
(Equador, Malawi e Índia) resultou em um modelo de competência com as diversas 
características apresentadas no quadro 11 e que permitem entender melhor a 
relação de competências empreendedoras. 
 
I. REALIZAÇÃO 
• Iniciativa 
• Vê e aproveita oportunidades 
• Persistência 
• Busca de Informações 
• Interesse pela Alta Qualidade do Trabalho 
• Comprometimento com Contratos de 
Trabalho 
• Orientação para a Eficiência 
II. PENSAMENTO E RESOLUÇÃO DE 
PROBLEMAS 
• Planejamento Sistemático 
• Solução de problemas 
III. MATURIDADE PESSOAL 
• Autoconfiança. 
• Perícia (Expertise) 
• Reconhece suas próprias limitações 
IV. INFLUÊNCIA 
• Persuasão 
• Uso de estratégias de influência 
V. DIREÇÃO E CONTROLE 
• Assertividade. 
• Monitoramento. 
VI. ORIENTAÇÃO PARA OS OUTROS 
• Credibilidade, Integridade e Sinceridade 
• Preocupação com o bem-estar dos 
empregados 
• Reconhecimento da Importância de 
Relacionamentos Comerciais 
• Providencia Treinamento para os 
Empregados 
VII. COMPETÊNCIAS ADICIONAIS 
• Formação de capital (apenas em Malawi) 
• Preocupa-se com a Imagem dos Produtos e 
Serviços (apenas no Equador). 
Quadro 11: Modelo de competências de Spencer e Spencer. 
Fonte: Spencer e Spencer (1993). 
 
Por meio da comparação entre o modelo de competências de Spencer e 
Spencer (quadro 11) e as características presentes em empresários bem sucedidos 
(quadro 08) é possível perceber como um indivíduo que possui suas competências 
individuais bem definidas pode facilmente utilizá-las para o campo empreendedor. 
Mas, é importante ressaltar que não basta tão somente ter suas competências 
individuais bem definidas, é necessário sobre tudo que exista um trabalho eficaz das 
competências da organização onde ele está inserido. Deste modo, as competências 
empreendedoras necessitam ter um foco bem definido para os resultados por parte 
do profissional em prol da empresa (LENZI, 2008). 
Uma importante base conceitual para a discussão do empreendedorismo 
corporativo é apresentada na pesquisa de Spencer e Spencer (1993) e Cooley 
(1990), para tal Lenzi (2008) destaca as principais competências evidenciadas pela 
literatura e correlaciona aos referidos estudos, como apresenta o quadro 12. 
 
44 
 
Autor Principais competências Competências empreendedoras 
Spencer e Spencer (1993) e 
Cooley (1990) 
Mill (1848) Tolerância ao risco Correr riscos calculados, busca de 
informações 
Weber (1917) Origem da autoridade formal --- 
Schumpeter 
(1928, 1934, 
1942, 1949, 
1967, 1982) 
Inovação, iniciativa, sonho, 
criatividade, energia, realização 
pessoal, poder, mudança 
Busca de oportunidade e iniciativa, 
persistência, comprometimento, persuasão 
e rede de contatos, independência e 
autoconfiança 
Sutton (1954) Busca de responsabilidade Comprometimento 
Hartman (1954) Busca de autoridade formal ---- 
McClelland 
(1961, 1971, 
1973) 
Tomador de risco, necessidade 
de realização, necessidade de 
afiliação 
Busca de oportunidade e iniciativa, correr 
riscos calculados, persuasão e rede de 
contatos, independência e autoconfiança 
Davids (1963) Ambição, desejo de 
independência, responsabilidade 
e autoconfiança 
Busca de oportunidade e iniciativa, 
comprometimento, independência e 
autoconfiança 
Pickle (1964) Relacionamento humano, 
habilidade de comunicação, 
conhecimento técnico 
Exigência de qualidade e eficiência, busca 
de informações, persuasão e rede de 
contatos 
Palmer (1971) Avaliador de riscos Correr riscos calculados, busca de 
informações 
Hornaday e 
Aboud (1971) 
Necessidade de realização, 
autonomia, agressão, poder, 
reconhecimento, inovação, 
independência 
Busca de oportunidades e iniciativa, 
persistência, persuasão e rede de 
contatos, independência e autoconfiança 
Winter (1973) Necessidade de poder Persuasão e rede de contatos, 
independência e autoconfiança 
Borland (1974) Controle interno Exigência de qualidade e eficiência, busca 
de informações, estabelecimento de 
metas, planejamento e monitoramento 
sistemático 
Liles (1974) Necessidade de realização Busca de oportunidade e iniciativa, 
persistência, comprometimento 
Bruce (1976) Tomada de decisões, risco Correr riscos calculados, exigência de 
qualidade e eficiência, busca de 
informações, independência e 
autoconfiança 
Shapero (1977, 
1980) 
Inovação, risco, iniciativa, 
independência 
Busca de oportunidades e iniciativa, correr 
riscos calculados, persistência, 
comprometimento, independência e 
autoconfiança 
Gasse (1977) Orientado por valores pessoais Comprometimento 
Timmons (1978) Autoconfiança, orientado por 
metas, tomador de riscos 
moderados, centro de controle, 
criatividade, inovação 
Busca de oportunidades e iniciativa, correr 
riscos calculados, persistência, busca de 
informações, estabelecimento de metas, 
planejamento e monitoramento

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