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SAÚDE PREVENTIVA E AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE Profa Enfa Dra Meline Rossetto Kron Rodrigues Promoção da saúde e medicina preventiva Busca de estratégias para reduzir custos, prevenir doenças e acompanhar pacientes crônicos ◦ É a prevenção de doenças por meio de ações antecipadas visando a promoção da saúde, o diagnóstico precoce e a redução de danos. Medicina Preventiva Variação de acordo com o tipo de ação e o estágio de desenvolvimento da doença: Prevenção primária: envolve ações mais básicas, com o objetivo de impedir o surgimento de doenças na população. Atividades com conscientização são as mais comuns nessa fase. Prevenção secundária: inclui as ações tomadas quando a doença já está instalada, mas ainda em estágio inicial. O objetivo é retardar a evolução da enfermidade e o surgimento de complicações de saúde que levam ao uso mais intensivo dos serviços do plano. Prevenção terciária: esta fase abrange as ações voltadas a pacientes que já apresentam complicações decorrentes de doenças crônicas em estágio avançado. É a etapa que mais consome investimentos por parte dos serviços de saúde. Medicina Preventiva ◦ Especialidade focada em evitar o desenvolvimento de doenças, reduzir o impacto das enfermidades na saúde dos indivíduos e melhorar a qualidade de vida de pacientes em tratamento. ◦ Conjunto de técnicas representadas por ações de promoção da saúde e de prevenção de doenças e suas complicações. ◦ A ideia básica era mudar o foco da prática médica, que até então se concentrava exclusivamente no tratamento das doenças, para uma visão mais voltada à promoção da saúde e suas complicações. ◦ para ter sucesso em uma estratégia de prevenção são necessárias intervenções as mais precoces possíveis no curso da história natural da doença. ◦ Trata-se de uma intervenção proativa, realizada no tempo presente, em função dos riscos projetados para o surgimento ou agravamento de uma doença no futuro. http://previva.com.br/qualidade-de-vida-deve-ser-nova-prioridade-de-operadoras-de-saude/ ◦ No início estavam diretamente ligadas à gestão da saúde pública, com o tempo elas foram sendo incorporadas também pela saúde suplementar. ◦ Hoje a medicina preventiva tem sido apontada pelos especialistas em saúde como uma possível resposta aos efeitos daquilo que chamamos de “transição demográfica” e “transição epidemiológica” da população. Medicina Preventiva na atualidade Doenças crônico-degenerativas: Diabetes , a depressão, a insuficiência cardíaca, a osteoporose, a doença pulmonar obstrutiva crônica, a maior parte dos cânceres, as síndromes demências e outras. ◦ Impactos financeiros e mercadológicos nos serviços de saúde, que devem ser levados em conta no processo decisório referente a sua implantação. ◦ Grande parte das iniciativas nesse sentido ainda se dá por meio de ações educativas pontuais, como palestras e oficinas, além de eventos de recreação e exercícios ao ar livre. ◦ O desenvolvimento de programas mais estruturados para a promoção da saúde é uma prática que só recentemente começou a ganhar força. E a tendência é que a importância da medicina preventiva na gestão das operadoras de saúde continue crescendo. Medicina Preventiva http://previva.com.br/prevencao-e-controle-de-doencas-cronicas/ Medicina Preventiva no particular ◦ Diversas operadoras e também empresas de outras áreas já realizam ações voltadas à prevenção de doenças e à promoção da qualidade de vida, seja com o intuito de reduzir custos assistenciais ou mesmo de aumentar a produtividade de seus colaboradores. ◦ A maior parte dessas ações são desenvolvidas de maneira coordenada por meio de programas de medicina preventiva, também chamados de Promoprev (programas de promoção da saúde e prevenção de doenças). ◦ Itens primordiais para implantação de ações de Medicina Preventiva: ◦ Custos assistenciais ◦ A maior parte dos custos de uma operadora provém de consultas, exames, procedimentos ambulatoriais e internações. São os chamados custos assistenciais. ◦ Segundo a ANS, os convênios de saúde gastam em média 79% das suas receitas com despesas assistenciais, sendo a maior delas com internações (39,7%). ◦ Ações de medicina preventiva e promoção da saúde podem ajudar a diminuir consideravelmente o número de internações e, consequentemente, reduzir os gastos com custos assistenciais. Medicina Preventiva no particular http://previva.com.br/qual-a-influencia-da-medicina-preventiva-nos-custos-assistenciais-em-saude/ ◦ Itens primordiais para implantação de ações de Medicina Preventiva: ◦ Grupos de risco: ◦ A definição de grupos de risco dentro de uma carteira de beneficiários tem a função de selecionar pessoas que precisam de uma intervenção proativa por parte da operadora para melhorar seu estado de saúde. ◦ Em geral essas pessoas já possuem alguma doença que pode se agravar, mas isso não é regra. ◦ Um software de medicina preventiva é a ferramenta ideal para identificar estes grupos de risco de acordo com os diferentes perfis de saúde, mostrando quais doenças têm mais incidência entre os beneficiários e quais estão sob controle. Medicina Preventiva no particular http://previva.com.br/perfil-da-saude-da-populacao/ ◦ Itens primordiais para implantação de ações de Medicina Preventiva: ◦ Perfil epidemiológico: ◦ Fazer o levantamento do perfil epidemiológico da população é o próximo passo antes da implantação programa de medicina preventiva. ◦ Por meio de questionários personalizados sua operadora pode reunir todas as informações sobre a situação de saúde dos colaboradores de uma empresa ou beneficiários de um plano de saúde. ◦ Essa etapa é muito importante para que as ações planejadas sejam bem direcionadas. Medicina Preventiva no particular http://previva.com.br/questionarios-personalizados-medicina-preventiva/ ◦ Itens primordiais para implantação de ações de Medicina Preventiva: ◦ Planejamento de atividades: ◦ Com base nos dados obtidos com o mapeamento do perfil epidemiológico da população, é possível planejar com mais eficiência ações de prevenção e promoção da saúde de forma a suprir as principais necessidades dos seus beneficiários. ◦ O planejamento em medicina preventiva é o que permite o posterior controle sobre as atividades que serão realizadas. Este domínio é necessário para que as decisões e estratégias sejam realmente eficazes. ◦ O planejamento deve reunir objetivos e metas das campanhas que serão produzidas, definindo os métodos a serem utilizados, os recursos necessários e o público-alvo a quem se destinam as ações. Medicina Preventiva no particular http://previva.com.br/planejamento-em-medicina-preventiva/ Medicina Preventiva no particular-Exemplos ◦ APS (Atenção Primária à Saúde): Medicina Preventiva no sistema público O primeiro nível de contato das pessoas, da família e da comunidade com o Sistema Único de Saúde. Constitui o primeiro elemento de um continuado processo de assistência à saúde. Objetivo garantir cobertura e acesso a cuidados de saúde abrangentes e aceitáveis pela população, enfatizando a atenção clínica, a prevenção e a promoção da saúde. Medicina Preventiva no sistema público Políticas Públicas de Saúde ◦ REFLITAM ◦ Pensem e escrevam duas a cinco ações que você julga capazes de promover a saúde. ◦ Usem o nosso *Chat* (PNPS) ◦ Portaria nº 2.446, de 11 de novembro de 2014 Para maior conhecimento... AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE – ATS COM FOCO NA GESTÃO EM SAÚDE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE-ATS Já ouviu falar? Conceito? Para que serve? Quando usá-la? Quem pode usá-la? Introdução ◦Os sistemas de saúde dos diferentes países apresentam grande diversidade no que diz respeito às decisões sobre incorporação de tecnologias e as expectativas dos usuários dos serviços. ◦ As tecnologias constituem, atualmente, uma parte indispensável de todo sistema de saúde. ◦ No entanto, em um contextono qual os recursos econômicos são limitados, a correta incorporação e difusão das tecnologias demonstraram ser um desafio para os sistemas de saúde no mundo inteiro. ◦ O conceito de tecnologia em saúde é definido de forma muito ampla e compreende todas as intervenções que podem ser utilizadas para “promover a saúde, prevenir, diagnosticar, tratar, reabilitar ou cuidar de doenças em longo prazo” . ◦ Isto inclui medicamentos, dispositivos, procedimentos e sistemas de organização. ◦ Escolhas difíceis são enfrentadas por gestores em todos os níveis do sistema de saúde. ◦ O arsenal de intervenções na atenção à saúde é vasto, sendo continuamente ampliado com novos medicamentos, equipamentos, artigos e procedimentos médicos. ◦Esta realidade faz com que, a cada ano, torne-se mais difícil para o sistema fornecer ao usuário a intervenção teoricamente mais eficaz disponível no mercado, em função das pressões colocadas sobre o sistema de saúde em relação ao aumento dos custos, à capacitação de recursos humanos, às necessidades de atualização dos instrumentos de regulação e certificação, e aos investimentos na infraestrutura física. (apud McDaid, 2003). ◦ A (ATS) surge nos países desenvolvidos em face dessa preocupação, com o objetivo de subsidiar as decisões políticas quanto ao impacto da tecnologia em saúde. ◦ Goodman (1998) resume a ATS como sendo “(…) um campo multidisciplinar de análise de políticas, que estuda as implicações clínicas, sociais, éticas e econômicas do desenvolvimento, difusão e uso da tecnologia em saúde” ◦ A contenção de gastos implica a necessidade de se avaliar os custos decorrentes do uso das tecnologias. Por outro lado, a difusão e a utilização de tecnologias sem a adequada avaliação tiveram, em muitos casos, conseqüências adversas graves e amplamente reconhecidas tais como: Malformação congênita por uso de talidomida durante a gravidez ◦ A utilização de estudos elaborados com rigor científico de forma a evitar tendenciosidade na obtenção de evidência sobre segurança e eficácia clínica tem tido cada vez mais destaque na literatura científica. ◦ Contudo, na prática clínica, persistia o uso de intervenções inapropriadas, mesmo depois de ter sido demonstrado por estudos que eram inefetivas ou mesmo nocivas à saúde dos pacientes ◦ Surge então o movimento da Medicina Baseada em Evidência, que busca sistematicamente transferir a evidência científica para a prática clínica. ◦No entanto, para o gestor, que deveria decidir sobre a alocação de recursos limitados frente a uma demanda cada vez maior de intervenções, o problema não se resolve apenas com a identificação dos benefícios ao paciente, mas necessita também identificar pelo menos o custo da intervenção Avaliação de Tecnologias em Saúde – ATS “é um processo que avalia e regula o uso das tecnologias em saúde (desde a inovação, difusão, incorporação, utilização e até o abandono), oferecendo subsídios técnicos baseados na melhor evidência científica e contribuindo para as decisões em saúde”. Brasil, 2009 ATS ◦ ATS é a síntese do conhecimento produzido sobre as implicações da utilização das tecnologias e constitui subsídio técnico importante para a tomada de decisão sobre difusão e incorporação de tecnologias em saúde. ◦ Seu objetivo é verificar se uma determinada tecnologia é segura, eficaz e economicamente atrativa em comparação a alternativas •ATS: •Finalidade: Avaliar novas tecnologias na área de saúde. •Entende-se por nova tecnologia: -medicamentos, -materiais médico-hospitalares, -equipamentos, -procedimentos técnicos, -sistemas organizacionais, educacionais, de informação e de suporte programas, -protocolos assistenciais. Brasil, 2009 Histórico da ATS ◦ Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) houve crescente preocupação dos gestores dos serviços de saúde em todo o mundo com a limitação de recursos ◦ Os gastos com a saúde passaram a crescer de maneira significativa nos países desenvolvidos em conseqüência do grande desenvolvimento tecnológico ◦ No mundo: ◦ Surgiu nos anos 60 ◦ Tornou-se um instrumento importante para auxiliar a tomada de decisão dos gestores em saúde, assim como dos clínicos, dos chefes de serviços, das organizações de pacientes, do sistema judiciário e dos ministros de saúde. ◦ No Brasil: ◦ na década de 80, instituições governamentais de saúde abordaram o tema, embora sem uma sistematização. ◦ As instituições de ensino e pesquisa também direcionaram para o campo da ATS, numa atuação crescente, criando capacidade instalada de pesquisa nesta área. Portal da Saúde, SUS ◦ Inúmeras ações vêm sendo realizadas para a institucionalização da área de ATS no Brasil. Portal da Saúde, SUS ◦ Estratégias do MS: ◦ Financiamento de estudos em ATS (revisões sistemáticas, PTC, ensaios clínicos,...); ◦ Implantação de Núcleos de Avaliação em Tecnologias em Saúde (NATS) em Hospitais Universitários no Brasil (sendo no Estado de SP: 4 Hospitais); ◦ REBRATS – Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde; ◦ Capacitação de profissionais; ◦ Boletim Brasileiro de Avaliação de Tecnologias em Saúde (BRATS) NATS : Os NATS são núcleos organizados, que articulam um conjunto de ações em ATS com um objetivo comum pré- estabelecido, mensurado por indicadores, visando à solução de um problema ou demanda solicitada Para desenvolvimento das atividades dos NATS, os principais instrumentos utilizados são: -avaliações de eficácia, efetividade, eficiência e segurança das intervenções de diagnóstico, prevenção e tratamento e criação de diretrizes terapêuticas baseadas em evidências, visando o uso racional de tecnologias e a segurança do paciente FONTE: Portal da Saúde, SUS ◦ REBRATS: ◦ Implantada em 2008 ◦ PORTARIA nº 2.915, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2011, que institui a Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde (REBRATS) ◦ A REBRATS é uma rede de centros colaboradores e instituições de ensino e pesquisa no País voltada à geração e à síntese de evidências científicas no campo de Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) no Brasil e no âmbito internacional. FONTE: Portal da Saúde, SUS ◦ São objetivos da REBRATS: ◦ I - produzir e disseminar estudos e pesquisas prioritárias no campo de ATS; ◦ II - padronizar metodologias; ◦ III- validar e atestar a qualidade dos estudos; ◦ IV - promover capacitação profissional na área; e ◦ V - estabelecer mecanismos para monitoramento de tecnologias novas e emergentes. FONTE: REBRATS Avaliação de Tecnologias em Saúde – ATS Trata-se de uma investigação multidisciplinar, que tem como ferramenta fundamental a avaliação crítica da validade das pesquisas clínicas realizadas com a nova tecnologia. Brasil, 2009 ATS: -A investigação é realizada a partir da: -elaboração da pergunta estruturada e método (PICO); -busca na literatura pela melhor evidência (Revisões Sistemáticas, ECR,...); -avaliação crítica das pesquisas encontradas; -elaboração da recomendação de incorporação ou não da tecnologia = Parecer Técnico-Científico (PTC) ou Informe de ATS. -Modelo de PTC – MS* Brasil, 2011 Brasil,2011 Os métodos utlizados para a elaboração do PTC devem ser descritos de modo a permitir sua reprodutibilidade. O conteúdo do PTC deve ser breve, redigido em média em 20 páginas. Exemplos de perguntas ◦ Pergunta 1: Espironolactona apresenta maior eliminação diurética em pacientes hipertensos se comparado ao uso da furosemida? ◦ Pergunta 2: Insulina Lantus apresenta maior tempo de ação em pacientes diabéticos tipo 2 se comparado a insulina NPH? Elaboração da pergunta estruturada (PICO) ◦ O que é PICO? ◦ Metodologia voltada para pesquisa clínica PICO 1 ◦ P (pacientes): pacientes hipertensos ◦ I (intervençã): Espironolactona ◦ C (comparador): Furosemida ◦ O (outcomes): Eliminação diurética PICO 2 ◦ P (pacientes): Pacientes diabéticos tipo 2 ◦ I (intervenção): Insulina Lantus ◦ C (comparador):Insulina NPH ◦ O (outcomes): Maior tempo de ação Busca na literatura ◦ Após a formulação da estratégia PICO, montar através dos descritores de saúde a estratégia de busca. ◦ DeCS e Mesh: Descritores de saúde Estratégia de busca ◦ Hipertensão OR Pressão Arterial Alta OR Hipertensão Arterial OR Pressão Sanguínea Alta AND Espironolactona AND Furosemida OR Frusemida OR Fursemida ◦ Diabetes Mellitus tipo 2 OR Diabete tipo 2 OR Diabete Melito tipo 2 OR Diabetes Melito tipo 2 AND Insulina NPH OR Insulina Isofana AND lantus Busca na Literatura Analisar e triar os artigos encontrados
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