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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO CURSO DE PEDAGOGIA Angélica de Souza Castelli dos Santos Daiana Mendes Viana Delma Carolina Almeida Souza Silva Gabriele Naiary dos Santos Keila Mara Sant’ana Welington Leandro do Nascimento PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E A UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS, ANTES, DURANTE E APÓS A PANDEMIA DO COVID-19 EM ALGUMAS ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS DO ESTADO DE SÃO PAULO . São Paulo - SP 2021 https://youtu.be/F8a5val5vmU PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E A UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS, ANTES, DURANTE E APÓS A PANDEMIA DO COVID-19 EM ALGUMAS ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS DO ESTADO DE SÃO PAULO. Angélica de Souza Castelli dos Santos Daiana Mendes Viana Delma Carolina Almeida Souza Silva Gabriele Naiary dos Santos Keila Mara Sant’ana Welington Leandro do Nascimento Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Virtual do Estado de São Paulo, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Licenciatura no Curso de Pedagogia. Orientadora: Laura Naggiar Giovanoni São Paulo – SP 2021 RESUMO Esta pesquisa tem como objetivo provocar reflexões acerca das transformações que a prática pedagógica na Educação Básica sofreu em relação ao uso de recursos tecnológicos como metodologias para o enfrentamento da pandemia do COVID 19. Nesse sentido, questiona-se: que transformações as práticas pedagógicas na educação básica sofreram em relação ao uso de recursos tecnológicos como metodologias para o enfrentamento da pandemia do COVID 19? Essa investigação tem como campo de estudo escolas públicas do Estado de São Paulo (alguns professores trabalham em escolas privadas também), por meio de um questionário respondido por professores em redes sociais internas de algumas unidades escolares (grupos do whatsapp) para analisarmos a visão de cada um sobre a inserção da tecnologia nas escolas durante o período de pandemia, quando diversos recursos metodológicos digitais foram incorporados e o ensino híbrido foi instaurado. Trata-se de uma investigação qualitativa, através de uma pesquisa exploratória, por meio de um questionário produzido através de um formulário digital na plataforma Google Forms. Palavras chave: Metodologias; Pandemia; Prática Pedagógica; Tecnologia; Transformações. ABSTRACT This research aim to think about the transformations that pedagogical practice in Basic Education has undergone in relation to the use of technological resources as methodologies for fighting the COVID Pandemic 19. In this sense, it is questioned: which changes have happened on basic education metodology during the pandemic period? This investigation has as a study Field public schools of São Paulo State (some teachers work on public and privade schools as well) troughout a questionaire on social groups (whatsapp) to analyse the technological uses on pandemic period. When lots of digital issues were installed and also the hybrid teaching. It is a quality investigation through an exploratory research using Google Forms as a tool to anwer a questionaire. Keywords: Methodologies; Pandemic; Pedagogical Practice; Technology, Transformations SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 1 2 A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO 3 2.1. Breve Histórico da Inserção da Tecnologia Na Educação Brasileira 5 2.2 Informática Educacional no Brasil: Pelo Olhar de Três Projetos Públicos 7 2.3 Educom 8 2.4 Proinfo 8 2.5 Projetos Ensino On Line (EOL) 9 2.6 A Tecnologia Como Ponte Entre a Escola e o Aluno Durante a Pandemia 10 2.7 O Ensino Híbrido 11 3. METODOLOGIA 12 4. RESULTADOS 13 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 20 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 21 7. ANEXOS 23 1 INTRODUÇÃO Os avanços tecnológicos vêm se intensificando desde o século XX, pressionando a educação escolar a se modernizar através do uso as tecnologias inseridas na sociedade. Em meio a essas transformações, especialistas educacionais desenvolvem recursos para potencializar a tarefa do professor na sala de aula. Segundo Dowbor (1998): (...) o universo do conhecimento está sendo revolucionado tão profundamente que ninguém vai se quer perguntar à educação se ela quer se atualizar; a mudança é hoje uma questão de sobrevivência e a contestação não virá de “autoridades”, e sim do crescente e insustentável “saco cheio” dos alunos, que diariamente comparam os excelentes filmes e reportagens científicas que surgem na televisão e nos jornais com as mofadas apostilas e repetitivas lições na escola. (DOWBOR, 1998, p.1) Recentemente, a reforma para a constituição da Base Nacional Curricular Comum (BNCC) estabeleceu o uso das tecnologias como uma de suas 10 competências gerais. O texto apresenta o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias à construção da Cultura Digital, que é o conjunto de domínios que habilitam qualquer estudante a compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva (BRASIL, 2018). Apesar desta reestruturação em relação às TICs (tecnologias digitais de informação e comunicação) já esta prevista neste documento, a educação brasileira ainda estava em processo de estudo e readequação de seus currículos e metodologias quando, inesperadamente, em março de 2020 chega ao Brasil o COVID/19: um vírus desconhecido e avassalador que mudou o cotidiano dos setores da saúde, economia, educação e segurança, gerando enorme impacto no que se refere às suas gestões públicas e adaptações diante de tantas incertezas. A educação brasileira se vê obrigada a reformular suas práticas abruptamente, no entanto, não houve uma coordenação nacional do Ministério da Educação, ficando a cargo dos Estados coordenarem seu sistema educacional (motivo pelo qual faremos a análise especificamente em escolas públicas do Estado de São Paulo). De acordo com o IBGE no estado de São Paulo há mais de 2 400 000 alunos matriculados da Educação Infantil ao Ensino Médio 1 . Diante desta demanda, o desafio foi imenso e muitas medidas foram tomadas para priorizar a saúde e ao mesmo tempo garantir a educação para estes alunos durante a pandemia. Logo no início, é publicado o decreto nº 64.864/2020 suspendendo 100% das aulas presenciais. Em 18 de março de 2020 sai a Resolução SEDUC (Secretaria de Educação) homologando o ensino a distância, e em seguida, no dia 20 de abril de 2020 sai a Resolução SEDUC-45 com orientações da retomada das atividades escolares, através de aplicativos de celular e aulas ministradas através de canais educativos da televisão, condicionando os professores a dar suporte aos alunos por meio da elaboração de atividades online ou de forma remota (SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2020). Assim, os docentes que estavam habituados com as aulas tradicionais, com pouca ou nenhuma tecnologia em seu cotidiano, passam a ter a tecnologia como principal ferramenta de ensino. As instituições de ensino se viram forçadas a rever suas metodologias de ensino, o que foi um processo desafiador, porém que oportunizou a sua reestruturação física e pedagógica e que estimulou a utilização de ferramentas tecnológicas para reduzir o impacto da pandemia na educação. De acordo com Luciana Allan (2020), muitos professores deixaram de lado os preconceitos e estão sendo resilientes buscando entender o potencial dos recursos disponíveis, não se furtando a buscar e implementar soluções tecnológicas que, antes do vírus, eram vistas como secundárias e que agora se transformaram emferramentas padrões para as aulas (síncronas e assíncronas), compartilhar conteúdos, corrigir trabalhos, tirar dúvidas e trocar conhecimentos. Estes desdobramentos foram e tem sido um grande desafio para a educação. Por isso, tem como objetivo provocar reflexões acerca das transformações que a prátçica pedagógica na Educação Básica sofreu em relação ao uso de recursos tecnológicos como metodologias para o enfrentamento da Pandemia do COVID 19. Assim, questiona-se: que transformações as práticas pedagógicas na educação básica sofreram em relão ao uso de recursos tecnológicos como metodologias para o enfrentamento da Pnademia do COVID 19? Trata-se de uma investigação qualitativa, por meio de uma pesquisa exploratória, utilizando a plataforma Google Forms para responder a um questionário. 1Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/sao-paulo/pesquisa/13/5908. Acesso em 10/11/202 2 A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO O termo tecnologia remete, em senso comum, ao uso das ferramentas da mídia e da comunicação possibilitadas pelo advento do computador, telefone e, principalmente, a internet. Entretanto, tecnologia é tudo o que torna o trabalho do ser humano mais fácil. Nesse sentido, as inovações tecnológicas surgiram quase que ao mesmo tempo em que o ser humano (CHAVES, 1999). De acordo com Belloni (2005) as TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) são qualquer tipo de tecnologia que intermediam interações humanas entre a informação e a comunicação. Pode-se dizer que as TICs são os resultados da fusão de três grandes vertentes técnicas: a informática, as telecomunicações e as mídias eletrônicas. Nos tempos presentes se observa que as tecnologias de comunicação estão intrínsecas a vida do ser humano e tem gerado grandes transformações na área da educação. A instrução em massa e a criação de escolas desafiaram o ser humano no que tange ao desenvolvimento de técnicas propícias à transmissão de informação e conteúdo. O pensamento conceitual, a escrita, a imprensa, o correio, o telefone, o computador e a rede mundial de computadores possibilitaram o compartilhamento de informações cada vez mais rápido e eficiente. Elas são importantes e mudaram o processo de educar. Usar a tecnologia em sala de aula se tornou sinônimo de inovação, visão de futuro e também uma ótima propaganda para as instituições educacionais privadas. Entretanto, a função dessas ferramentas nem sempre fica claro para o professor. Hebert Simon apud Axt (2000) conceitua tecnologia como um meio cognitivo que proporciona alteração de ordem material, ou seja, resultado do pensamento. A autora acrescenta que uma vez iniciado um avanço tecnológico, há uma reação em cadeia de mudanças na sociedade, sendo esta irreversível. Ela cita o advento da escrita e a organização do pensamento, a invenção da prensa e a popularização de livros, entre outros. As Tecnologias Digitais da Informação (TDIC) trouxeram a alcunha “sociedade da informação” à população contemporânea e foram incorporadas à formação de professores e no “pensar a educação”. Em relação a isso, o site que estuda a implementação da Base Nacional Comum Curricul ar¹ descreve em sua implementação que: Na educação, as TICs têm sido incorporadas às práticas docentes como meio para promover aprendizagens mais significativas, com o objetivo de apoiar os professores na implementação de metodologias de ensino ativas, alinhando o processo de ensino-aprendizagem à realidade dos estudantes e despertando maior interesse e engajamento dos alunos em todas as etapas da Educação Básica. [...] É necessário promover a alfabetização e o letramento digital, tornando acessíveis as tecnologias e as informações que circulam nos meios digitais e oportunizando a inclusão digital. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, s/d) O mundo globalizado, o mercado de trabalho, as novas situações proporcionadas pelas TICs exigem do estudante novas habilidades e competências. A 5ª competência da BNCC discorre sobre a inclusão das novas tecnologias digitais como parte do currículo reforçando a necessidade de todo e qualquer brasileiro, ao término da educação básica, ser capaz de saber: Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar na vida pessoal e coletiva. (Brasil, 2018, p.9)¹ A presença das tecnologias digitais no documento que rege educação brasileira responde à necessidade de desenvolvimento de uma educação global, voltada para a cidadania plena e à vida em sociedade. Assim, podemos ampliar esse pensamento para uma análise das mudanças ocorridas em relação ao ensino e a relação entre aluno/escola vivenciada nas instituições educacionais paulistas (e do mundo) durante o isolamento social. ¹Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/aprofundamentos/193- tecnologias-digitais-da-informacao-e-comunicacao-no-contexto-escolar-possibilidades?highlight=WyJocSJd. Acesso em 15/11/2021 http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/aprofundamentos/193- 2.1. Breve Histórico da Inserção da Tecnologia Na Educação Brasileira A educação chega ao Brasil em 1.549 através da Companhia de Jesus formada por padres jesuítas considerados os primeiros professores, já que ensinavam os índios a ler e escrever para convertê-los ao cristianismo, através do método de ouvir e repetir. Para se tornar professor não existia formação específica, bastava ler, escrever e conhecer as Sagradas Escrituras. Desde lá, mesmo sem formação adequada para se tornar educador, havia uma preocupação com a didática, ou seja: como ensinar de forma significativa e de modo a despertar o interesse dos educandos. Registros históricos revelam que um exemplo de didática utilizada na época era o uso do teatro e da poesia para ensinar. Scachetti (2013). Anchieta inspirou-se nos usos e costumes indígenas, utilizando-se das músicas, das danças e dos cantos usados em suas festas cerimoniais em seus autos. Para atingir os objetivos de catequizar e educar, os cânticos e as poesias eram traduzidos e adaptados contam as pesquisadoras Yara Kassab, Inez Garbuio Peralta e Vera Cecília Machline no artigo O Lúdico Na Festa de São Lourenço de José de Anchieta.¹ Apesar de ser um breve trecho do longo caminho que a educação brasileira vem percorrendo, é possível perceber que a utilização de recursos contemporâneos à época e a relevância dos interesses dos educandos, apesar de não valorizados na educação tradicional, sempre foram ferramentas preciosas para promover a aprendizagem. Saltando para os tempos atuais, podemos fazer esta relação com o uso das tecnologias, tão presentes no nosso cotidiano e tão pouco valorizados como instrumentos de ensino/ aprendizagem na educação básica até antes da Pandemia COVID-19. À medida que o desenvolvimento da sociedade avança as linguagens para a aprendizagem se modificam e as unidades de ensino precisam estar dispostas a fazer uso delas através de novas metodologias, visando promover significado e sentido aos objetos de ensino. A tecnologia é uma das áreas que mais se desenvolve, aperfeiçoando e facilitando processos. Assim, quando a educação não acompanha essa evolução, acaba se tornando arcaica, desinteressante e maçante para os alunos. Se junta a isso, o fato de que houve uma grande falha na formação dos professores, que em grande parte não tiveram oportunidade de aprender a utilizar as tecnologias como ferramenta para o desenvolvimento da sua didática de forma plena e eficaz e a falta de estrutura, já citados anteriormente, e fechamos um ciclo de retrocessona aprendizagem. ¹Entrevista dada à revista Nova Escola, disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/3433/ensino-com-catecismo. (Acesso em: 05 de outubro 2021. Vejamos brevemente, a seguir, alguns recortes que nos mostram como os laços entre o ensino e a tecnologia se deu ao longo da história da Educação no Brasil. As tecnologias chegam às escolas brasileiras na década de 1950 através de instruções metodológicas, onde o professor praticava atividades elaboradas por especialistas (Braghini,2005)¹. Após este período, de acordo com o MEC (Ministério da Educação), “em 1960 foi Criada a Comissão Supervisora do Plano dos Institutos (Cosupi), destinada à implantação e desenvolvimento de um programa de educação tecnológica”. O principal objetivo era elaborar e executar, com o aval do MEC, os planos de aplicação das verbas destinadas à instalação de institutos de tecnologia e ciências básicas com vistas a uma maior eficiência do ensino nas escolas de nível superior. No ano de 1991 tem início, em fase experimental, os programas Saltam para o Futuro, como “Jornal da Educação, Edição do Professor”. Foi concebido e produzido pela Fundação Roquette Pinto para atender às diretrizes políticas do Governo Federal no fomento aos programas de educação a distância e também inspirar alternativas pedagógicas. Em 1996, o programa foi incorporado à grade da “TV Escola.” (Aires, M. L. F. G. (2007) Ao analisarmos estes registros, percebemos que a tecnologia, aqui representada pela produção e uso de materiais áudio visuais, era direcionada principalmente ao ensino à distância, direcionado para o ensino Superior e à Educação de Jovens e Adultos (EJA) Com o passar dos anos, os debates de como aplicar as tecnologias nas escolas públicas de Educação Básica se intensificaram, porém as unidades de ensino não acompanharam o avanço tecnológico. Os investimentos nesta área não eram suficientes, o que trazia restrições, gerando assim uma grande lacuna na didática utilizada pelos docentes, que faziam uso prioritariamente de metodologias nas quais os instrumentos digitais eram pouco explorados. Meados anos 80 as escolas públicas introduziram as tecnologias de forma muito acelerada aos docentes, sem planejamento didátio, para tais acompanhamentos teconologico com qualidade. (GARCIA 2005). Como visto, as tecnologias chegam as nossas escolas ainda que restrita e sem o entendimento pleno de sua utilização por parte dos educadores. Porém, a sociedade de hoje possui um universo de conhecimento que a revoluciona profundamente, tendo à escola a função de equalizar as disparidades sociais existentes, tanto em termos econômicos quanto culturais [...] (GARCIA, 2005, p.4). _______________________________ ¹Disponível em:https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/10277/1/KatyaBraghini.pdf (Acesso em : 09 de janeiro de 2022). https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/10277/1/KatyaBraghini.pdf O autor também afirma: Mesmo estando presente no cotidiano escolar há algum tempo, as tecnologias de informação apresentam-se aos profissionais do ensino como uma novidade, apesar da grande maioria já desenvolver experiências significativas com as mesmas. (GARCIA, 2005, p.5) Isso pôde ser constatado através dos desdobramentos que ocorreram com a chegada da Pandemia. 2.2 Informática Educacional no Brasil: Pelo Olhar de Três Projetos Públicos Segundo Tavares (2002), podemos encontrar explanações do uso de computadores na área educacional a partir dos anos 60 e com o passar do tempo os equipamentos foram se modernizando, despertando o interesse e implementação da disciplina de informática pelas escolas particulares, mas ensinando sobre a informática e não com a informática. Já nas escolas públicas a formação dos professores para utilização de novas tecnologias na educação necessita de políticas públicas de todas as esferas subsidiando, planejando e organizando práticas. Desta necessidade nasce o projeto EDUCOM, pioneiro na rede pública de ensino dedicado a informática educacional, com a colaboração de pesquisadores do ramo e investimentos em pesquisas educacionais que posteriormente abre espaço para o PRONINFE (Programa Nacional de Informática Educativa) um projeto mais completo. De acordo com Tavares (2002) o PROINFO (Programa Nacional de Tecnologia Educacional) foi baseado no PRONINFE, no entanto, com mais investimentos perdurando até os dias atuais, com maior alcance nacional por meio de seus Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE), responsáveis pela criação de projetos educacionais em novas tecnologias de comunicação e informática, formando professores com o uso de computadores e internet das unidades educacionais estaduais e municipais. Outro projeto de destaque é o Ensino On line atuante no estado de São Paulo, distribuindo softwares educacionais e computadores nas unidades de ensino fundamental e médio, além de capacitar professores multiplicadores. Os três projetos apresentados não funcionariam sem a capacitação dos professores, estes são a figura principal que propagam os conhecimentos nas escolas. Adiante falaremos de forma mais ampla sobre cada projeto baseado no artigo de TAVARES 2002, para exibir o papel de cada um na área das novas tecnologias educacionais¹. ________________________ 1 ¹Disponível em : https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-19052004- 142914/publico/tde.pdf Acesso em : 08 de dezembro de 2021). https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-19052004-142914/publico/tde.pdf https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-19052004-142914/publico/tde.pdf 2.3 Educom Como aponta Tavares (2002) o EDUCOM surge no começo da década de 80, com atividades ligadas à informática educacional desenvolvidas em escolas particulares e pouquíssimas universidades. Em seu I Seminário Nacional de Informática Educacional realizado em agosto de 1981 organizado por uma equipe Inter setorial da Secretaria Especial de Informática (SEI), do Ministério da Educação e Cultura (MEC), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), dentre outras definições destaca-se de que o professor não será substituído pelo computador, mas este ampliará a função do professor, outra definição em destaque e a orientação de adaptação da informática educacional a cultura brasileira. Tais orientações tem impacto até os dias atuais em políticas públicas do ramo. Em meio a diversos objetivos do projeto EDUCOM está o desenvolvimento da pesquisa de uso educacional da informática para entender como o aluno aprende informática e como essa melhora sua aprendizagem, outro objetivo que merece destaque é a distribuição de computadores para escolas públicas. O projeto traduziu o termo “capacitação de recursos humanos” para formação de professores, assim alguns cursos foram criados para capacitação dos professores chegando há níveis de graduação e pós-graduação. É preciso observar também que, dada às características do programa EDUCOM, será importante que ele não seja marcado pela busca imediata de relações de custo benefício nos resultados, como mais alunos formados em tempo mais reduzido, etc. A primeira fase deverá ser marcada principalmente pela produção de material e formação de professores e, desse modo, os alunos deverão ser mais juízes do que propriamente sujeitos da aplicação do Programa, (PEIXOTO, 1984, p.27) 2.4 Proinfo De acordo com Tavares (2002) em 1989 surge o PRONINFE (Programa Nacional de Informática Educativa) coordenado pelo MEC, fundamentado pelo EDUCOM e demais projetos vigentes da área. Este programa era descentralizado geograficamente, mas com modelo funcional, colocava em foco a capacitação dos professores do ensino fundamental, médio e superior, educação especial e pós-graduação, somado a essas vertenteshavia um olhar atento às pesquisas sobre o uso da informática na educação. Não há informações claras em artigos ou livros da extinção de qualquer um dos projetos de informática educacional citados. Percebe-se, entretanto, a incorporação de outros projetos que acabam modificando sua estrutura inicial. Parece que isso aconteceu com o PRONINFE – PROINFO (TAVARES, 2002, p. 6). Na década de 90 o PRONINFE é substituído pelo PROINFO com o objetivo de capacitar 25 mil professores e distribuir 100 mil computadores interligados à internet, nesta década tínhamos um dos maiores níveis de analfabetismo do continente americano, as tecnologias avançando e as indústrias pressionando por mãos de obra capacitadas, a partir deste momento começam os questionamentos em como formar os professores para o uso das tecnologias. Desde o planejamento do projeto a formação tecnológica dos professores já era uma vertente sólida chamado por “capacitação de recursos humanos” e como a tecnologia está em constante evolução a recapacitação tão necessária também é considerada no programa, além do esforço em fazer com que as Faculdades de Educação incluam a tecnologia educacional em no currículo dos universitários. 2.5 Projetos Ensino On Line (EOL) Com base no artigo de Tavares (2002) o EOL começa em 1997 no Estado de São Paulo de forma experimental pela Secretaria de Estado de Educação (SEE) o foco foi o uso de um pacote de softwares educacionais para serem utilizados em aulas ou pesquisa, não contava com a utilização da internet como o PROINFO e inicialmente com escolas voluntárias pela plana Adesão, onde foram enviados 984 computadores para essas escolas com a finalidade de formar professores e trabalhos educacionais de informática, no ano subsequente todas as escolas do ensino fundamental e o ensino médio passam a ser atendidas, nascem neste momento às salas de informática das escolas do estado através do programa. “A Escola de Cara Nova na Era da Informática - O computador a serviço da melhoria da qualidade de ensino”, este programa teve como objetivo a utilização dos computadores com internet para montar ambiente de multimídias nas escolas para torna-las mais atrativas aos educandos. (...) o programa A ESCOLA NOVA NA ERA DA INFORMÁTICA, voltado para a apropriação didático-pedagógica do computador, vem somar-se aos esforços e empreendimentos já em curso e reforçar, através de aportes concretos, o compromisso com a melhoria da qualidade da escola pública paulista.” (São Paulo, Secretaria de Estado da Educação, s.d., p.9). No começo os professores foram capacitados em equipes de multiplicadores nas escolas, para que um pudesse repassar os conhecimentos aos demais, posteriormente universidades públicas montaram cursos abrangendo a capacitação para mais professores. Na pandemia do COVID-19 o Estado de São Paulo lança o programa Computador do Professor através do artigo 9º do Decreto 65.231/2020, através de subsídio para compra de computadores pessoais, com o objeto de incentivar a aquisição de equipamentos necessários para a inclusão digital e as atividades dos docentes que por um tempo se fez apenas online e depois ao ensino hibrido. 2.6 A Tecnologia Como Ponte Entre a Escola e o Aluno Durante a Pandemia A Lei de Diretrizes e Bases da educação (lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996) em seu artigo 32°, § 4º estabelece o seguinte: “O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizada como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais”. Tavares (2002) afirma que apesar de já estar previsto pela lei- mesmo que apenas como complementação ou em caso de emergências - o ensino à distância através da utilização de tecnologias como plataformas digitais, aulas on-line, etc. ainda não haviam sido experimentados de fato, na Educação Básica brasileira. Isso mudou drasticamente com a chegada do COVID19 ao Brasil em março/2020. De forma abrupta as tecnologias se tornam o principal caminho para a educação, pois, como os tempos exigiam distanciamento social, de uma hora para outra, as escolas fecharam e ficaram sem suas atribuições regulares. O único caminho para oferecer a educação, sem aumentar o número de mortes ou novas variantes, foi o ensino a distância. O professor teve que, inevitavelmente, fazer uso das TICs para ter acesso ao aluno e proporcionar a aprendizagem de forma não presencial, o que “obrigou-o” a utilizar ferramentas metodológicas mediadas pelas tecnologias como: vídeo gravado, aulas on-line, usa de plataformas digitais, comunicação através de redes sociais, etc. Houve uma revolução na maneira de ensinar, revolução esta que tem impactado a educação de forma positiva, já que tem acelerado o processo de inserção das tecnologias que, até então, caminhava a passos lentos . 2.7 O Ensino Híbrido Os ensinos híbridos dividem-se entre os ensinos on-line e presenciais na educação. Para se concretizar é necessário que, tenha estrutura para a educação presencial, sejam estabelecidas condições, em nível de gestão e de ensino e aprendizagem, de disponibilização de recursos materiais, como equipamentos e acesso à rede, tanto para as instituições como para os estudantes. O ensino organizado em instituições educacionais segue um currículo o qual aborda o sujeito que se pretende formar, o cidadão da atualidade. A didática e as metodologias de ensino estão em constante estudo e inovação na busca de aproximar a escola do contexto social em que está inserida. A inserção de novas metodologias e tecnologias em escolas públicas encontra como empecilho o baixo e burocrático investimento financeiro e as crenças dos professores em relação à mudança. Assim, é possível encontrar cenários inovadores e práticas arcaicas na qual impera o giz e a lousa. As novas tecnologias trouxeram a possibilidade do espaço digital e as plataformas de aprendizagem. Metodologias ativas, aula invertida, novos termos e ideias apareceram, e com elas o conceito de ensino híbrido. O termo “ensino híbrido” já existia antes da pandemia com a ideia de mistura de diferentes níveis dos alunos, metodologias e instrumentos de ensino. Nesse sentido, Moran (2015) afirma: Híbrido significa misturado, mesclado, blended. A educação sempre foi misturada, híbrida, sempre combinou vários espaços, tempos, atividades, metodologias, públicos. Esse processo, agora, com a mobilidade e a conectividade, é muito mais perceptível, amplo e profundo: é um ecossistema mais aberto e criativo. Podemos ensinar e aprender de inúmeras formas, em todos os momentos, em múltiplos espaços. Híbrido é um conceito rico, apropriado e complicado. Tudo pode ser misturado, combinado, e podemos, com os mesmos ingredientes, preparar diversos “pratos”, com sabores muito diferentes. (MORAN, 2015, p. 27) O isolamento social trouxe um desafio para a escola: a ampliação dos espaços de aprendizagem. Primeiro, o ensino remoto e em seguida, o ensino híbrido. Esse termo se tornou recorrente na educação no segundo ano da pandemia quando as escolas voltaram a receber os alunos em número reduzido. Desse modo, os alunos que não poderiam estar presencialmente na escola deveriam assistir às aulas através de plataformas digitais. Assim, em sua vida acadêmica, a criança ora estava em contato com seu professor em pessoa, ora por meio das tecnologias midiáticas. A busca por uma escola melhor, que atinja todos os alunos, que os motive já se faz presente na literatura antes da pandemia. A sociedade mudou, os hábitos e interesses são diferentes e o papel da escola ficou perdido em toda essa mudança. Segundo Moran (2015) a escola é mais controladora do que estimuladora da criatividade do aluno. Por isso, a necessidade de inovar em educação. O centro do projeto pedagógico das escolas inovadoras é a construção de valores fundamentais sólidose, a partir deles, das competências cognitivas e socioemocionais da comunidade educadora. Os valores, as competências e o projeto de vida não permanecem confinados nos documentos oficiais, mas são vivenciados no currículo, na formação continuada e na prática docente, na cultura de toda a comunidade escolar. (MORAN, 2015, p. 32) A pandemia mudou os hábitos de todas as esferas da sociedade, mas, sobretudo, da educação. Novas abordagens e novas ferramentas surgiram e foram incorporadas ao dia a dia na busca por um ser humano melhor, afinal a educação é um processo que nunca se acaba. 3. METODOLOGIA Nesse momento o método da pesquisa transcreve-se por análise qualitativa, através de uma pesquisa exploratória que segundo Piovesan e Temporini (1995,p. 321) “define-se, na qualidade de parte integrante da pesquisa principal, como o estudo preliminar realizado com a finalidade de melhor adequar o instrumento de medida à realidade que se pretende conhecer. Em outras palavras, a pesquisa exploratória, ou estudo exploratório, tem por objetivo conhecer a variável de estudo tal como se apresenta, seu significado e o contexto onde ela se insere.” Esse método foi aplicado por amostra, unidade de medida, gênero e público alvo (docentes). A pesquisa qualitativa é uma metodologia de viés investigativo que requer compreensão a respeito da problematização. Seu objetivo está na subjetividade do entrevistado com experiências individuais. Pesquisa essa que traz um grau de complexidade para não cair em um grau de incerteza e sim objetivar o assunto pesquisado. Na atual circunstância usamos a investigação escolas públicas e particulares para experenciar o cientifico. Inclusive foi com o uso da tecnologia, por meio de um questionário, produzido através de um formulário digital na plataforma Google Forms, que aplicamos perguntas para investigação, tese e hipótese. Nessa perspectiva, segue o link compartilhado com o corpo docente, sobre o uso das tecnologias, antes, durante e pós-pandemia: HTTPS://forms.gle/AA5f9V7QFUSE5Nmf7 Nesse contexto, de acordo com Alves (2002): O senso comum e a ciência são expressões da mesma necessidade básica, a necessidade de compreender o mundo, a fim de viver melhor e sobreviver. (ALVES, 2002, p. 16) A proposta qualitativa é uma proposta consolidada para pesquisar e refletir o repensar a compreensão e interpretação de fenômenos inesperados como o ensino híbrido que sempre estarão presentes quando se trata de produzir conhecimento social. Percebe-se que o método qualitativo contribui para uma visão mais ampla dos problemas de pesquisas, pois propõe um contato mais eficaz e direto com o objeto do estudo que podendo fornecer um enfoque diferenciado para se compreender a realidade. Vale frisar ainda a postura do pesquisador ao optar por esse método, pois requer segurança, ética, domínio e objetividade. 4. RESULTADOS Ainda que de diversas formas se confirme o apoio da tecnologia no processo educacional, sobretudo em tempos de distanciamento social ocasionado pela pandemia, buscou- se dentro deste trabalho evidenciar em forma de questionário, a visão dos docentes com relação ao aporte tecnológico junto ao espectro educacional. A pesquisa foi elaborada por meio de um questionário produzido através de um formulário digital e teve a sazonalidade de 15 dias, sendo divulgada por diversos meios tecnológicos, sobretudo e-mail e redes sociais de professores. A amostra contou com 56 participantes, que atuam na rede pública e privada e foram selecionados aleatoriamente de acordo com o engajamento ativo frente à divulgação do trabalho, Visando a efetiva compreensão do panorama geral dos participantes, os dados qualitativos gráficos serão apresentados posteriormente a um dos questionamentos dissertativos da pesquisa, na qual os docentes são indagados quanto a sua opinião sobre os usos dos recursos tecnológicos como ferramentas para a educação. Quando questionados sobre a sua opinião sobre os recursos tecnológicos como ferramentas para a educação, a grande maioria elenca a tecnologia como indispensável, ressaltando o enriquecimento do processo de ensino-aprendizagem, destacando claro, o papel mediador da docente frente às diversas ferramentas. Vejamos a seguir, a transcrição de algumas respostas dadas pelos educadores: “Na atualidade é indispensável, pois aumenta a quantidade de recursos disponíveis, acelera processos do cotidiano e também faz parte do cotidiano do aluno, entre tantas coisas. A geração que está na sala de aula atual, não vive sem a tecnologia.” “São relevantes servindo de auxílio para o desenvolvimento da aprendizagem escolar”. Porém, é preciso considerar ainda a qualidade do tempo de quem opera sobre esses recursos, principalmente os professores. “A tecnologia precisa ser utilizada de forma consciente e não tecnicamente baseado em multitarefas.” Outro docente deixa claro que as ferramentas tecnológicas são meias de expansão das informações, sobretudo relacionado à temporalidade das mesmas, deste modo o estudante tem o contato imediato com tal tema, podendo assim efetivar o processo de aprendizagem apoiando diretamente o trabalho docente. “Esses recursos são importantes porque podem expandir o acesso à informação de forma instantânea e aumentam o contato dos alunos com as disciplinas além do que é ministrado em sala de aula.” O engajamento dos estudantes foi algo citado nas pesquisas também, sobretudo relacionado a sazonalidade dos conteúdos, os quais podem estar disponíveis em plataformas para acesso quando necessário. Vários participantes destacaram o caráter contemporâneo da tecnologia e a instantaneidade das informações, para tanto, o aporte tecnológico se faz mais do que necessário segundo os docentes, neste mesmo panorama apontam o caráter geracional destas estudantes atuais, conectados nas diversas esferas tecnológicas, seja no âmbito da aprendizagem, entretenimento, trabalho e principalmente social. Cabe aqui salientar, que a maioria dos participantes da pesquisa destacam em suas colaborações a necessidade de manutenção de equipamentos e, sobretudo formação dos docentes, principalmente na atualização das diversas plataformas, ressaltam também efetivação de material humano no apoio logístico e uma reorganização na carga horária de trabalho visando o melhor preparo dos materiais e aulas com o apoio e uso das tecnologias. É fundamental, já que as novas gerações estão imersas no uso dessas ferramentas, sendo uma forma a mais de atingirmos os alunos e deixá-los interessados nos estudos. Tornaram-se indispensáveis. São recursos que enriquecem o ensino e a aprendizagem. Cabe ao professor selecionar e mediar. Através dos recursos tecnológicos os professores enriquecem muito suas aulas, os alunos se interessam mais, aprendem através dos jogos, se tornam atualizados com as noticias em geral, interagem de uma forma produtiva, tanto com os parceiros da sala como de outras também, ou seja, a aula se torna muito mais atrativa. Uma grande aliada ao professor que sabe direcionar seus objetivos de maneira clara e produtiva.·. "Atualmente, devido à realidade em que estamos vivenciando com a pandemia e a necessidade em que esse tempo tecnológico exige de nós se faz necessário à inovação tecnológica e o uso da mesma para melhor aproveitar os conhecimentos dos educandos, que cada vez mais sentem- se fascinados, instigados e motivados pelo mundo tecnológico. Fazer uso dessa ferramenta a nosso favor é contribuir com o ensino aprendizagem com mais significado.” Gráfico 1 – Apresenta o tempo de carreira dos professores até o presente momento. Fonte: Elaborado pelos autores e autoras, 2021. Segundo os dados acima, mais da metade dos participantes lecionam a mais de 11 anos, e a minoria 14,3% estão amenos de cinco anos na educação, fazendo um panorama retrospectivo da educação, do total geral de participantes 62,5% são professoras, coincidindo com o número de docentes a nível federal segundo publicado no último Censo da Educação Básica, que apresentava a média geral aproximada ao percentual da pesquisa. Quanto ao tempo de trabalho na educação, indica também um fluxo maior e acesso dos professores com mais tempo de docência aos meios tecnológicos, se disponibilizando a expor seu posicionamento quanto ao uso de tecnologias e de uma forma geral estes dados aos relatos parafraseados acima, afasta do espectro retórico, os ditos que a tecnologia é ferramenta apenas para iniciantes ou professores jovens como um todo, destaque todo caráter maléfico do período de pandemia, o professor com tempo de docências se reinventou, ainda que com uma prática em tese conservadora adequando sua metodologia ao campo da tecnologia. Gráfic 2 - Rede de Ensino na qual lecionava os participa Fonte: Elaborado pelos autores e autoras, 2021. A maioria dos professores participantes leciona na rede pública de ensino, e um percentual intermediário divide sua jornada entre escolas públicas e particulares. Como já salientado neste tópico, a pesquisa foi divulgada aleatoriamente, deste modo, pode-se afirmar que a escola pública busca de diversas formas adaptar as metodologias às demandas contemporâneas, seja a partir de aquisição de equipamento como os canais oficiais do Governo Estadual de São Paulo e dos municípios abrangidos pela pesquisa apresentam ou mesmo adequação das rotinas pedagógicas em sites, plataformas e/ou redes sociais. Gráfico 3 - Frequência do uso das tecnologias pelos professores, antes da pandemia. Fonte: Elaborado pelos autores e autoras, 2021. Quanto à rede privada, muitas já dispõem de plataformas, antes mesmo da pandemia, des Modo o trabalho incidiu muito mais na adequação metodológica remota e inserção de rotina de estudos nos estudantes. Importante também ressaltar neste panorama, que professores com jornadas em diferentes redes, como 12,5% dos participantes, tiveram que de alguma forma adaptar-se a diferentes metodologias tecnológicas, visto o emaranhado de plataformas que surgiram nos últimos anos, sobretudo acelerada pelo processo de pandemia. Gráfico 4: Intenção dos Usos de Tecnologia Após Retorno da Pandemia Fonte: Elaborado pelos autores e autoras, 2021. Segundo os dados fornecidos pela pesquisa, a maioria dos docentes utilizava semanalmente tecnologias como apoio metodológico nas aulas, uma média aceitável visto que nos relatos foram expressos descontentamentos quanto à estrutura escolar antes do período da pandemia, o que se sentencia a partir do grande percentual de professores que pouco faziam uso da tecnologia nos bimestres de ensino. Um novo panorama quanto ao uso das tecnologias se desenha de acordo com os dados acima, pois 91,1% dos professores afirmam que continuarão a fazer uso das tecnologias mesmo com o fim do período de distanciamento social provocado pela pandemia, nas contribuições dissertativas muitos docentes tecem elogios ao caráter prático da tecnologia, sobretudo na organização dos trabalhos pedagógicos e a própria rotina. De forma geral, a pesquisa ratifica o apoio direto da tecnologia no âmbito do ensino- aprendizagem, seja pela organização da rotina docente, a partir da tabulação de presenças, notas e atividades videm as contribuições dissertativas do questionário, mas principalmente pelo caráter pedagógico que o apoio tecnológico pode oferecer, transpondo as metodologias do campo imaginário para o visual, através de imagens, vídeos ou aplicativos, colocando a educação em paralelo com as demais rotinas dos estudantes que envolvam o campo técnico, científico e informacional. Podemos observar esta informação através de mais algumas respostas dos docentes em relação ao que pensa sobre as tecnologias em sua prática: “Hoje quando falamos da tecnologia ela aparece com mais importância para que possamos atingir nossos alunos, inclusive os que não estão presentes” “É um caminho sem volta, está inserido no nosso cotidiano, tudo interligado. Na educação não será diferente, então não terá mais educação sem recursos tecnológicos.” “A tecnologia sempre esteve presente, porém a necessidade de seu uso nos fez entender como ela pode facilitar e apoiar o processo de ensino e aprendizagem.” “Interage entre os métodos tradicionais e inovadores oferecem mais conteúdos, opções sem deixar de lado os conteúdos tradicionais, livros, apostilas, etc.”. Como principal contribuição, estes dados observados na pesquisa servem como sensibilização das demandas discentes, as quais, apesar do esforço na adequação das metodologias pedagógicas às tecnologias, deixam claro que muito se tem a melhorar, tanto na estrutura, quanto na formação continuada do docente. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A escola e seus profissionais se reinventaram, sem tempo hábil de aprendizagem ou aperfeiçoamento dos professores, que tiveram de absorver a maior quantidade possível de conhecimento tecnológico para inovar no modo de ensino. À medida que os professores foram “obrigados” a proporcionar a aprendizagem de forma online, perceberam que a tecnologia pode ser uma excelente aliada e que é capaz de auxiliar o aluno a se tornar um protagonista na construção de seu conhecimento. Os ambientes virtuais de aprendizagem ganharam mais visibilidade e utilidade e foi constatado na prática que podem ser usados de forma a aperfeiçoar os estudos. Uma vez que os paradigmas em relação ao uso de tecnologias estão sendo quebrados, uma nova educação, alinhada com o contexto social digital em que estamos inseridos vem sendo construída. Os benefícios são muitos, mas salientamos que um dos principais é a formação de indivíduos aptos para o exercício pleno da cidadania em uma sociedade tecnológica. O aprendizado foi árduo, pelo modo repentino em que aconteceu, e nos fez refletir que: se a educação em seu todo (estrutura e profissionais) tivesse acompanhado a evolução tecnológica, teríamos menos dificuldades para enfrentar situações em que o digital se torna essencial no que diz respeito à educação? Apesar de alguns alunos e professores expressarem o desejo de que a educação volte a ser como antes, a tecnologia se tornou ainda mais um excelente caminho para promover a educação. Dificilmente o que foi construído será desfeito. A tendência é aprimorar o que vem sendo realizado, estruturar as escolas de forma adequada (o que já vem sendo feito através de projetos de lei emergenciais) e evoluir cada vez mais rumo à um futuro cheio de inovações. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDE São Paulo. Disponível em:< https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4520138/mod_resource/content/2/Texto_1%20Liban eo.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2021. AXT, M. Tecnologia na educação, Tecnologia para a educação: um texto em construção. Informática na Educação: Teoria e Prática. PGIE – UFRGS. Vol. 3, número 1, Setembro de 2000. BACICH, L.; TANZI NETO, A.; TREVISANI, F. M. (Org.) Ensino Híbrido Personalização e tecnologia na educação. Pensa: Porto Alegre, 2015. BARRETO, R. G. Tecnologia e Educação: trabalho e formação docente. Educ. Soc., Campinas, vol. 25, n. 89, p. 1181-1201, Set./Dez. 2004 BRASIL. LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educacional. Lei 9394/96. MORAES, M. C. O paradigma educacional emergente. Campinas: Papirus, 1997. 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