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STHEPHANIE ALMEIDA Pneumonia PNEUMOPED Pneumonia Definição: ● doença do trato respiratório inferior causada por um agente infeccioso. Gera inflamação dos tecidos de um ou ambos os pulmões ● PAC → pneumonia em crianças NÃO hospitalizadas no último mês (ou seja, não colonizadas por germes de hospital e sim por germes domiciliares, escolar e comunitário) ● Prevenção → vacina contra Haemophilus influenza tipo b e pneumococo Etiologia : é polimicrobiana e determinada com pouca frequência devido dificuldade em diferenciar a infecção da colonização + falta de testes. - Os agentes variam com a idade, doença subjacente, maturidade + condição do sistema imunológico, sazonalidade vírus → mais comuns em < 5 anos VSR (vírus sincicial respiratório) é o mais frequente em < 5 anos, influenza parainfluenza adenovírus rotavírus bactérias Streptococcus pneumoniae (pneumococo) → + grave com maior acometimento do quadro geral Haemophilus influenzae Staphylococcus aureus (S. aureus). → acomete mais lactentes e jovens. Tem gravidade clínica com rápida piora. Pode causar empiema e pneumatoceles (normalmente tem derrame pleural) Mycoplasma pneumoniae → pneumonias atípicas, causa quadros menos graves e acomete mais > 5 anos Sthephanie Almeida - Medicina Funorte Quadro clínico : é variado dependendo da idade, agentes, tamanho do inóculo e resposta imunológica febre de inicio agudo → pode está ausente em bebês pequenos com infecção por C.trachomatis, B, pertussis, ureaplasma < 5 anos costumam ter pródromos de febre baixa + rinorreia (iIVAS prévias) Diminuição de apetite + agitação Pode ter dor abdominal + vômitos taquipneia tosse dor torácica pleural ou rigidez na nuca → mais comum em crianças mais velhas Lembrar que → toda criança com taquipneia, na ausência de sibilância, pode ser diagnosticada com PAC Sinais de gravidade: com necessidade de internação 1) spo2 < 92% 2) abolição do mv + possibilidade ou confirmação de complicações (derrame pleural ou empiema) 3) desnutrição grave 4) sonolência 5) rebaixamento do nível de consciência 6) recusa alimentar Em < 2 meses - tosse + dificuldade de respirar + FR > 60 + com ou sem tiragem subcostal → PAC grave → internar Segundo oms → FR > 60, tiragem subcostal, hipotermia ou febre alta, recusa do leite materno por mais de 3 mamas, sibilância, estridor em repouso,sensório alterado Em > 2 meses: - se apenas FR aumentada pra idade → PAC ambulatorial - se FR aumentada a + tiragem subcostal → PAC grave - internar Segundo oms → tiragem subcostal, estridor em repouso,sensório alterado, recusa de líquidos, convulsão, vômitos incoercíveis Sthephanie Almeida - Medicina Funorte Diagnóstico: clínico Exames complementares: não deve ser preferencialmente invasiva. Os exames são feitos mais em pacientes internados 1) RX tórax → restrito aos casos mais graves, doença de evolução prolongada ou recorrente apesar do tratamento, suspeita de aspiração de corpo estranho ou malformações congênitas, em < 5 anos com febre, leucocitose sem causa aparente OBS: Marcadores inflamatórios não são capazes de diferenciar entre pneumonia viral e bacteriana em crianças. Entretanto, podem ser utilizados durante a evolução da doença e servem como marcadores prognósticos EXAME INDICAÇÃO OBSERVAÇÕES Swab de nasofaringe p/ vírus respiratório passo inicial na beira do leito Hemograma Crianças com doença grave e aspecto tóxico pode ter leucocitose nos casos de pneumonia bacteriana mas a sua intensidade não diferencia PAC Sthephanie Almeida - Medicina Funorte bacteriana e viral. Outros Crianças com doença grave e aspecto tóxico eletrólitos, testes de função hepática, renal e hemocultura e exames de acordo com critérios clínicos VHS/PCR/ PCT considerada marcador sensível para infecção bacteriana, não diferenciam PAC viral de bacteriana de forma segura. A melhora dos níveis de PCT pode ser marcador de melhora, principalmente em casos complicados. RX tórax casos mais graves doença de evolução prolongada ou recorrente apesar do tratamento suspeita de aspiração de corpo estranho ou malformações congênitas, em < 5 anos com febre, leucocitose sem causa aparente hipóxia ou hipoxemia esforço respiratório Tratamento : - se sibilância + taquipneia → quadros como pneumonia viral, bronquiolite e crise de asma devem ser lembrados - lembrar dos fatores de risco para quadros desfavoráveis → desnutrição, comorbidades, baixa idade no momento da doença, baixas condições socioeconômicas – baixo nível de escolaridade dos pais, renda familiar na linha da pobreza, condições sanitárias e de higiene precárias – baixa cobertura vacinal, desmame precoce e poluentes intradomiciliares - iniciar ATB imediato - garantir consulta de reavaliação → após 48-72 horas do início do tratamento ou a qualquer momento se houver piora clínica para toda criança em tratamento domiciliar - incentivar a prevenção → aleitamento materno exclusivo nos primeiros meses de vida, eliminação do tabagismo passivo, orientação quanto a noções de higiene (ex: lavagem das mãos) e à vacinação contra agentes importantes, como o pneumococo e o vírus da influenza.2 Sthephanie Almeida - Medicina Funorte AMBULATORIAL: 1° opção → amoxicilina e 50 mg/kg/dia, 8/8 horas OU 12/12 horas por 10 dias máximo de 4g/dia recomendada para crianças de 2 meses a 5 anos se suspeita de M. pneumoniae ou C, pneumonia → amoxi + macrolídeo OU substituir por macrolídeo falha terapêutica + possibilidade de infecção po pneumococo ou S. aureus resistente à penicilina (meticilino sensível ou resistente) → substituir o antibiótico por clindamicina ou linezolida Penicilina cefalosporinas de segunda ou Cefalosporina de terceiras gerações (cefuroxima ou ceftriaxona) Para crianças com reações de hipersensibilidade não mediadas por IgE clindamicina macrolídeo 1) eritromicina 40 mg/kg/dia de 6 em 6 horas, máximo 2 g/dia, durante sete a 10 dias 2) Claritromicina 15 mg/kg/dia de 12 em 12 horas, máximo 1 g/dia, durante sete a 10 dias 3) Azitromicina 10mg/kg/dia dose única ao dia, durante 5 dias Para crianças com reações de hipersensibilidade tipo 1 (mediada por IgE) Suporte ambulatorial antitérmicos para febre hidratação alimentação identificar sinais de piora retorno com 48-72 horas Falhas terapêuticas ao tratamento de PAc: Se não mostrar sinais de melhora após 48-72 horas de tratamento da PAC não complicada com amoxicilina, caracteriza-se a falha terapêutica aos antibióticos convencionais, sendo necessário estar atento, rever sistematicamente condições associadas e tomar a decisão sobre aprofundar a investigação e substituir o tratamento 1) derrame ou empiema pleural 2) pneumonia necrosante e abscesso pulmonar 3) outros agentes → vírus, bactérias atípicas, considerar possibilidade de primeira manifestação da tuberculose. 4) Não cumprimento do tratamento antibiótico proposto (doses, intervalos e tempo de uso) 5) doença de base do paciente → imunossupressão, fibrose cística (FC), asma, desnutrição, bronquiectasias não FC. 6) Ocorrência de quadros diferenciais → aspiração de corpo estranho, malformações pulmonares (ex.: sequestro pulmonar), hérnia diafragmática. Sthephanie Almeida - Medicina Funorte HOSPITALAR: Indicação: 1) hipoxemia (saturação de oxigênio <92% em ar ambiente); 2) desidratação ou incapacidade de manter a hidratação ou alimentação por via oral; 3) desconforto respiratório moderado a grave: frequência respiratória >70 rpm para pacientes <12 meses de idade e >50 rpm para crianças maiores; 4) dificuldade em respirar (gemência, batimento de asas nasais, retrações ou apneia); 5) aparência tóxica; 6)doenças subjacentes (doença cardiopulmonar, síndromes genéticas, distúrbios neurológicos); 7) complicações (derrame / empiema, pneumonia necrotizante, abscesso). 1° opção → amoxicilina e 50 mg/kg/dia, 8/8 horas OU 12/12 horas por 7 dias máximo de 4g/dia 2° opção → amoxi + clavulanato ou sulbactam Se incapaz de aceitar fluidos ou antibióticos orais e/ou apresentar sinais de septicemia ou pneumonia complicada, recomenda-se antibióticos por via intravenosa Ampicilina IV 50mg/kg/dose 6/6 horas ou Penicilina cristalina 150.000 UI/Kg/dia de 6 em 6 horas. Para crianças de áreas com resistência mínima à penicilina Ceftriaxona Cefotaxima Para crianças gravemente doentes, não totalmente imunizadas contra o pneumococo ou infectadas pelo HIV. Gentamicina na dose 7,5 mg/kg/dia de 12 em 12 horas deve ser associada à penicilina cristalina ou ampicilina. Lactentes menores de dois meses. Se necessário substituir por cefalosporina ( cefotaxima, uma vez que a ceftriaxona, por ligar-se à albumina sérica, disponibiliza a bilirrubina e aumenta a chance de kernicterus nos lactentes desta idade) eritromicina é o antibiótico de escolha Lactentes menores de dois meses + conjuntivite obs: etiologia de C. trachomatis Azitromicina 10mg/kg/dia dose única durante 5 dias, ou Claritromicina 7,5 mg/kg/dose 12 em 12 horas, durante 10 dias Para pneumonia atípica Suporte hospitalar oxigenoterapia sob cânula nasal, alto fluxo ou máscara → se SPO2 < 92% Sthephanie Almeida - Medicina Funorte
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