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Gabriela Sensi Santhiago TXIX Medicina Universidade Positivo Ciclo Cardíaco Anatomia Fisiológica o o coração é formado por duas bombas distintas: coração direito e coração esquerdo o cada uma dessas bombas é composta de 2 câmaras: átrios e ventrículos o o lado direito do coração recebe sangue venoso e segue na direção pulmonar o o lado esquerdo do coração recebe sangue arterial e segue na direção sistêmica Introdução Ciclo Cardíaco o conjunto de eventos entre um batimento e o próximo o está principalmente relacionado ao coração esquerdo o cada ciclo é iniciado pela geração espontânea de potencial de ação no nodo sinusal – situado na parede lateral superior do átrio direito (próximo da abertura da veia cava superior) o o potencial de ação se difunde desse ponto rapidamente por ambos os átrios e depois pelo deixe A-V para os ventrículos O retardo de 0,1 segundo entre a passagem do impulso dos átrios para os ventrículos permite que os átrios se contraiam antes dos ventrículos. Durante a sístole, ocorre a contração e a saída de sangue para os vasos. Durante a diástole, por sua vez, o relaxamento propicia a entrada de sangue no coração. Quando a frequência cardíaca aumenta, a duração de cada ciclo cardíaco diminui: 1. duração da diástole diminui mais que a sístole 2. em frequência cardíaca muito rápida, o coração não permanece relaxado tempo suficiente para permitir o enchimento completo Sístole e Diástole o durante a sístole, ocorre a contração e a saída de sangue para os vasos o durante a diástole, ocorre o relaxamento e a entrada de sangue no coração Contração Ventricular As valvas AV permanecem fechadas, afim de impedir o fluxo retrógado do sangue para dentro dos átrios. Relaxamento Ventricular As válvulas semilunares impedem que o sangue que entrou nas artérias retorne para dentro dos ventrículos durante o relaxamento ventricular. o nesse processo, o sangue flui de uma área de maior pressão para uma de menor pressão – a contração aumenta a pressão e o relaxamento diminui-a o a duração total do ciclo cardíaco é reciproca da frequência – se a frequência é 72 bpm a duração do ciclo cardíaco é 1/72 batimentos/minuto → ou seja, 0,0139 minutos/batimento ou 0,833 segundos/batimento Correlação do Eletrocardiograma Com o Ciclo Cardíaco o o eletrocardiograma mostra as ondas P, Q, R, S e T – são voltagens elétricas geradas pelo coração e registradas pelo eletrocardiógrafo na superfície do corpo 1. onda P: causada pela disseminação da despolarização pelos átrios, seguido pela contração atrial – causa aumento discreto na curva de pressão imediatamente após a onda P eletrocardiográfica PASSADOS 0,26 SEGUNDOS APÓS INÍCIO DA ONDA P 2. ondas QRS (complexo): resultado da despolarização elétrica dos ventrículos, o que inicia a contração ventricular e faz com que a pressão ventricular comece a aumentar – o complexo se inicia pouco antes do início da sístole ventricular 3. onda T: estagio de repolarização dos ventrículos quando suas fibras musculares começam a relaxar – a onda se inicia pouco antes do final da sístole ventricular Fases do Ciclo Cardíaco 1. enchimento ventricular rápido: o o sangue vai se acumulando nos átrios durante a sístole ventricular – valvas A-V estão fechadas Fase de Diástole o quando termina essa fase e o ventrículo volta para a fase de diástole, o volume sanguíneo que ficou nos átrios exerce pressão nas valvas o primeiro momento da diástole: sangue passa rapidamente para os ventrículos o no segundo momento da diástole: pouco sangue escoa diretamente para os ventrículos, e o sangue vindo das veias continua a chegar nos átrios 80% do enchimento ventricular o no momento final da diástole: ocorre a sístole atrial (contração do átrio) para terminar de encher o ventrículo 20% do enchimento ventricular 2. contração isovolumétrica/isométrica: o logo após o início da contração ventricular, ocorre o aumento da pressão ventricular, e as valvas se fecham o então, o ventrículo começa a se contrair, mas o sangue ainda não é ejetado, pois, para que isso ocorra, é preciso 0,03 segundos a mais para que tenha a pressão Gabriela Sensi Santhiago TXIX Medicina Universidade Positivo necessária para que as valvas semilunares se abram e o sangue seja ejetado de encontro à pressão nas artérias correspondentes, pulmonar ou aorta VENTRÍCULOS SE CONTRAEM, MAS NÃO OCORRE ESVAZIAMENTO 3. ejeção rápida: o as valvas semilunares se abrem quando a pressão no interior do ventrículo direito está por volta dos 8 mmHg e no esquerdo aos 80 mmHg o o sangue começa a ser lançado para as artérias 70% DO SANGUE É EXPELIDO 4. ejeção lenta: o o restante do sangue é lançado para as artérias 30% DO SANGUE É EXPELIDO 5. relaxamento isovolumétrico/isométrico: o no final da sístole, ocorre o começo do relaxamento dos ventrículos, suas pressões começam a diminuir o as valvas semilunares se fecham quando as artérias começam a empurrar o sangue de volta para os ventrículos o o ventrículo continua a relaxar, mas o volume não se altera, sendo o período de relaxamento isovolumétrico o depois disso, as pressões dos ventrículos diminuem e voltam ao momento de diástole o assim, as valvas se abrem dando início a um novo ciclo A sístole e a diástole ventriculares são compostas por uma soma de eventos do ciclo cardíaco, sendo que as fases de contração isovolumétrica e ejeção correspondem à contração ventricular, ou seja, à sístole. Enquanto, as fases de relaxamento isovolumétrico, enchimento rápido, diástase e sístole atrial, compõem o relaxamento ventricular, ou seja, a diástole. Volumes 1. volume diastólico final: durante a diástole, o enchimento normal dos ventrículos aumenta o volume de cada um deles para 110 ou 120 mL 2. débito sistólico: à medida que os ventrículos se esvaziam durante a sístole, o volume diminui por aproximadamente 70 mL 3. volume sistólico final: a quantidade restante em cada ventrículo é de 40 a 50 mL 4. fração de ejeção: fração do volume final diastólico que é impulsionada (ejetada) equivale a 0,6 (60%) Quando o coração se contrai fortemente, o volume sistólico final pode chegar a volumes tão baixos quanto 10 a 20 mL. Quando grandes quantidades de sangue chegam aos ventrículos durante a diástole, os volumes diastólicos finais podem chegar a 150 mL ou 180 mL. Pela capacidade de aumentar o volume diastólico final e de diminuir o volume sistólico final, o débito diastólico resultante pode ser aumentado até valores acima do dobro normal. Sons Cardíacos 1. quando os ventrículos se contraem, ouve-se primeiro o som causado pelo fechamento das valvas A-V (mitral e tricúspide): o timbre baixo e duração relativamente longa o primeiro som cardíaco (ou primeira bulha) = TUM 2. quando as valvas aórtica e pulmonar (valvas semilunares) se fecham, ao final da sístole, ouve-se rápido estalido e os tecidos circundantes vibram: o curto período o segundo som cardíaco (segunda bulha) = TÁ As valvas abrem e fecham passivamente de acordo com o gradiente de pressão que impulsiona o sangue. Os músculos papilares das valvas A-V não as ajudam a se fechar, mas sim as puxam em direção aos ventrículos para evitar que sejam abauladas para trás (em direção aos átrios) durante a contração ventricular. Curva de Pressão Aórtica o sístole: a entrada de sangue nas artérias durante a sístole faz com que suas paredes sejam distendidas, e a pressão sobe para aproximadamente 120 mmHg o final da sístole: quando o ventrículo esquerdo para de ejetar sangue e a valva aórtica se fecha, as paredes elásticas das artérias mantêm a pressão elevada nessas artérias até mesmo durante a diástole o diástole: após o fechamento da valva aórtica, a pressão na aorta cai vagarosamente durante a diástole, pois o sangue armazenado nas artériasdistendidas flui de forma contínua para os vasos periféricos, até retornar às veias, antes que o ventrículo se contraia de novo, pressão cai para aproximadamente 80 mmHg Análise Gráfica do Bombeamento Ventricular 1. fase 1: à medida que o ventrículo enche, a pressão diastólica aumenta – está só aumenta significativamente a partir de 150 mL, quando o tecido cardíaco não pode mais ser estirado 1 2 3 Gabriela Sensi Santhiago TXIX Medicina Universidade Positivo 2. fase 2: a pressão sistólica durante a contração aumenta porque o sangue não pode sair dos ventrículos – está pressão aumenta de forma muito rápida, mas atinge o seu valor máximo com volumes entre 150 a 170 mL 3. fase 3: curva de relação volume-pressão o fase I – período de enchimento: o volume inicial (40 a 50 ml) corresponde ao volume sistólico final. À medida que o sangue flui da aurícula para o ventrículo, o volume aumenta até cerca de 115 ml, havendo pouco aumento de pressão. o fase II – período de contração isovolumétrica: o volume do ventrículo não se altera porque todas as válvulas estão fechadas. o fase III – período de ejecção: a pressão sistólica eleva-se mais, devido à contínua contração. O volume do ventrículo diminui , visto que a válvula aórtica abriu. o fase IV – período de relaxamento isovolumétrico: a válvula aórtica fecha-se e a pressão ventricular retorna ao valor diastólico. Conceitos de Pré-Carga e Pós-Carga 1. pré-carga: o grau de tensão do músculo quando ele começa a se contrair o corresponde à pressão diastólica final quando o ventrículo está cheio 2. pós carga: o é a carga contra a qual o músculo exerce seu trabalho o corresponde à pressão na aorta à saída do ventrículo e à pressão arterial sistólica Regulamento do Bombeamento Cardíaco o quando a pessoa se encontra em repouso, o coração bombeia 4-6 litros de sangue/minuto o quando a pessoa se encontra realizando exercício intenso, o coração bombeia 4-7 vezes litros a mais que no repouso o os meios básicos de regulação do volume bombeado são: 1. regulação cardíaca intrínseca – mecanismo de Frank- Starling 2. sistema nervoso autônomo regulaçao intrínseca “Dentro de limites fisiológicos, o coração bombeia todo sangue que a ele retorna pelas veias” o resposta às variações no aporte do volume sanguíneo em direção ao coração o quando uma quantidade adicional de sangue chega aos ventrículos, o músculo cardíaco fica mais distendido o a disposição dos filamentos de actina e miosina ficam em um ponto mais próximo do grau ideal de superposição para a geração de força e, com isso, a contração ocorre com força aumentada o assim, o enchimento do ventrículo é otimizado e há bombeamento de mais sangue para as artérias Quanto mais o miocárdio for distendido durante o enchimento, maior será a força de contração e maior será a quantidade de sangue bombeada pela aorta inervaçao simpática e parassimpática o o coração é inervado pelo sistema nervoso autônomo em suas partes simpáticas e parassimpáticas o o neurônios simpáticos agem sobre receptores B de células autoexcitáveis, aumentando o influxo de sódio e cálcio – a velocidade de despolarização aumenta e a frequência cardíaca também o o neurônios parassimpáticos agem sobre receptores muscarínicos de células autoexcitáveis, aumentando o efluxo de sódio e cálcio – as células se hiperpolarizam e há diminuição da taxa de despolarização diminuindo a frequência cardíaca 1. estímulos simpáticos podem: o aumentar a frequência cardíaca até aproximadamente 200 bpm o aumentar a força da contração cardíaca até o dobro do normal o aumentar o volume bombeado de sangue (em até 100%) e aumentando sua pressão de ejeção 2. estímulos parassimpáticos (nervo vago) podem: o parar os batimentos por alguns segundos – o coração usualmente “espaça” e volta a bater entre 20 e 40 vezes/minuto enquanto o estímulo continuar o diminuir a força de contração miocárdica por 20% a 30% o diminuir o bombeamento ventricular em 50% ou mais Gabriela Sensi Santhiago TXIX Medicina Universidade Positivo Efeitos no Funcionamento Cardíaco temperatura corporal 1. aumento da temperatura corporal: provoca aumento da frequência cardíaca (até o dobro do valor normal) o o calor aumenta a permeabilidade das membranas do músculo cardíaco aos íons que controlam a frequência cardíaca – aceleração do processo de autoestimulação Em geral, a força contrátil do coração é temporariamente melhorada por aumentos moderados da temperatura (ex. exercício físico), mas elevações prolongadas da temperatura exaurem os sistemas metabólicos do coração e podem acabar causando fraqueza. 2. diminuição da temperatura corporal: provocada queda da frequência cardíaca o risco de morte por hipotermia íons de potássio o pode fazer com que o coração se dilate, fique flácido e diminuir a frequência dos batimentos íons de cálcio o efeitos quase opostos aos de potássio o induz o coração a produzir contrações espáticas o deficiência de íons de cálcio = fraqueza cardíaca aumento da pressao arterial o até certo limite não reduz o débito cardíaco o apenas quando a pressão arterial aumenta além do limite de 160 mmHg ocorre queda significativa do débito cardíaco em decorrência dessa sobrecarga de pressão
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