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Ciclo Cardíaco Conceitos básicos Átrios e Ventrículos não se contraem simultaneamente. Durante o ciclo cardíaco, o sangue flui de uma área de maior pressão para uma área de menor pressão. Essa diferença de pressão é gerada por mecanismos intrínsecos do próprio coração e pela própria movimentação do miocárdio. Além disso, é importante ressaltar que o fluxo sanguíneo no coração é unidirecional devido a presença de valvas cardíacas. 1. Coração em repouso: DIÁSTOLE ATRIAL E VENTRICULAR — Átrios e ventrículos relaxados. Átrios se enchendo de sangue vindo das veias e os ventrículos e os ventrículos acabaram de completar uma contração. A medida que os ventrículos relaxam, as valvas AV se abrem (porque a pressão dentro do ventriculo está baixa) e o sangue flui por ação da gravidade dos átrios para os ventrículos. Os ventrículos se expandem para acomodar o sangue — Fase de enchimento ventricular passivo. 2. Término do enchimento ventricular: SÍSTOLE ATRIAL —Cerca de 20% do enchimento ventricular é resultado da contração (sístole atrial). A sístole atrial se inicia seguindo a onda de despolarização que percorre os átrio. A pressão aumentada que acompanha a contração empurra o sangue para os ventrículos. Fases do ciclo cardíaco µ " |, ! ! k - • mim 4, EEEE 3. Contração Ventricular precoce e primeira Bulha Cardíaca — Enquanto os átrios se contraem, a onda de despolarização se move pelo sistema de condução em direção ao ápice do coração. A sístole ventricular se inicia no ápice do coração, empurrando o sangue contra a porção anterior a valva AV, o que faz elas fecharem, evitando refluxo para os átrios. As vibrações seguintes ao fechamento das valvas AV geram a primeira bulha cardíaca. — Com o conjunto de valvas AV. semilunares fechadas, o sangue dos ventrículos não tem para onde ir. Entretanto, o ventrículo continua a se contrair, mesmo sem a saída de sangue do seu interior. Está fase é chamada de contração ventricular isovolumétrica (o volume do ventrículo não está alterando). — Enquanto os ventrículos estão contraindo, as fibras atriais estão repolarizando e relaxando. Quando as pressões nos átrios atingem valores inferiores à pressão nas veias, o sangue volta a fluir das veias para os ventrículos. 4. Bomba Cardíaca: EJEÇÃO VENTRICULAR — Quando os ventrículos contaram a ponto de gerar pressão suficiente para abrir as valvas semilunares, o sangue com alta pressão é forçado para as artérias, empurrando o sangue com baixa pressão pressão presente dentro delas. As valvas AV continuam fechadas e os átrios se enchendo. 5. Relaxamento Ventricular e Segunda Bulha Cardíaca — No final da ejeção ventricular, os ventrículos começam a se repolarizar e relaxar, diminuindo a pressão dentro deles. A pressão ventricular cai abaixo da pressão das artérias, o sangue começa a retornar em direção ao ventrículo , o que fecha as valvas semilunares. As vibrações geradas por este fechamento geral a segunda bulha cardíaca. Com fechamento das valvas semilunares, os ventrículos novamente se tornar câmaras isoladas as valvas AV permanecem fechadas, pois, embora os ventrículos estejam relaxando, pressão dentro deles ainda é maior do que nos átrios. Está fase é chamada de relaxamento ventricular isovolumétrico. Quando o relaxamento faz a pressão ventrículos cair abaixo da pressão atrial, s valvas AV se abrem e o sangue flui para o ventrículos, reiniciando o ciclo. As mudanças na pressão-volume do ventrículo esquerdo durante o ciclo cardíaco. Essa curva pressão- volume representa um ciclo cardíaco. Movendo-se em torno da curva de A para B, C e D e retornando para A, temos a representação do enchimento do coração com sangue ao longo do tempo; em seguida, ele contrai. Curvas Pressão-Volume do ciclo cardíaco A * d A dor das → • o Do ponto A para o B, a pressão está diminuindo, porém o volume não se altera, correspondendo a fase de relaxamento isovolumico. Do ponto B, tem-se o volume sistólico final, sendo aquele volume de sangue que permanece no ventrículo ao final da sístole. Se esse volume for maior do que o normal, significa que o ventrículo não está ejetando o sangue que deveria. Do ponto B para o C corresponde ao enchimento passivo, onde se tem ambas as câmaras relaxadas, porem ainda não se tem aumento de pressão. O ponto C tem-se o volume diastólico final, o qual representa o volume de sangue que terá ao final da diástole no ventrículo, antes de entrar em sístole. Se o volume diastólico final for menor, irá comprometer a contração desse ventrículo. Do ponto C para o D ocorre a contração isovolumétrica, onde a pressão aumenta, mas o volume permanece inalterado. Quando essa pressão se torna alta o suficiente, no ponto D, tem-se o gradiente de pressão necessário para abrir a valva semilunar e ocorre a ejeção de sangue (período representado entre ponto D e A) e, posteriormente, ocorre uma redução de volume. Correlações entre eventos durante um ciclo cardíaco No momento da onda P do ECG, acontece a despolarização (fase de sístole atrial), a qual vai gera a contração do átrio fazendo com que o sangue residual do átrio seja empurrado para o ventrículo (pressão nos ventrículos ainda relativamente baixa). Na sístole ventricular, quando a pressão ventricular começa a subir, se tem uma pressão suficiente para fechar a valva AV, concomitantemente ao aparecimento do complexo QRS e primeira bulha, além do pico de pressão ventricular. Ao término da sístole, quando o ventrículo atinge sua pressão máxima, o volume do ventrículo diminui e se tem a abertura da valva semilunar e a ejeção do sangue para a periferia. Após a ejeção, o ventrículo começa a se repolarizar, onde tem no ECG a onda T e logo irá começar relaxar e a pressão a cair, ocorrendo o fechamento da valva semilunar e o aparecimento da segunda bulha cardíaca. O ciclo recomeça com os eventos subsequentes... 2° Bulma I. Bulha cardíaca cardíaca VDF: volume diastólico final. Volume existente no ventrículo ao fim da diástole VSF: volume sistólico final Volume existente no ventrículo ao fim da sístole VS: volume sistólico É a diferença entre o VDF e o VSF e representa o volume ejetado pelo coração em cada sístole Volume sistólico = volume diastólico final — Volume Sistólico Final Avaliando a função cardíaca: Ecocardograma FE: fração de ejeção É um número adimensional definido como a relação entre o VS e o VDF. Em outras palavras, é o volume sistólico normalizado para o volume diastólico final. É comumente apresentado sob a forma de porcentagem e deve ser maior do que 55% em um coração normal. FE = VS/VDF. Fração de Encurtamento A fração de encurtamento (∆D%) baseia-se na relação entre os diâmetros transversais de ventrículo esquerdo, obtidos no final da diástole e final da sístole. Débito Cardíaco É uma medida de desempenho cardíaco. O débito cardíaco (DC) é o volume de sangue ejetado pelo ventrículo esquerdo em um determinado período de tempo. DC = Frequência Cardíaca x Volume Sistólico Uma das maneiras de se regular o débito cardíaco é regulando a frequência cardíaca. As porções simpática e parassimpática do Sistema Nervoso Autônomo influenciam a frequência cardíaca de forma antagônica. A estimulação simpática e a adrenalina acelerada despolarizacao das células autoexcitáveis, aumentando a frequência cardíaca. A estimulação parassimpática hiperpolariza o potencial de membrana d células autoexcitáveis e retarda a despolarização, diminuindo a frequência cardíaca. Multiplos fatores que influenciam o VOLUME SISTÓLICO O volume sistólico está diretamente relacionado à força gerada pelo músculo cardíaco durante uma contração! DOIS FATORES INFLUENCIAM O VOLUME SISTÓLICO CONTRATILIDADE Capacidade intrínseca de uma fibra muscular cardíaca de se contrair em qualquer comprimento de fibra. Relação Comprimento-Tensão: LEI DE FRANK-STARLING Quanto mais alongada estiver a fibra muscular e o sarcômero no inicioda contracao, maior será a tensão desenvolvida, até um limite máximo. Na curva de Starling, conforme o estiramento das paredes ventriculares aumenta, o volume sistolico aumenta! O grau de estiramento do miocárdio antes do inicio da contração é chamado de PRÉ-CARGA. Além disso, pré-carga pode ser definido, também, como a quantidade de sangue que chega ao coração durante a diástole ou quanto o ventrículo se estira antes de se contrair. Uma das formas de regular a força de contração ventricular é através de alterações de pré-carga, pois se diminui, a parede estira menos, ventrículo contrai menos, e o volume sistolico diminui. ^ , LEI DE FRANK-STARLING — Quanto mais sangue chega ao coração (ou quanto maior a pré- carga), com mais força ele se contrai e, consequentemente, mas sangue ele ejeta. Volume Sistólico e Retorno Venoso De acordo com a Lei de Frank-Starling, o volume sistólico aumenta quando o volume diastólico final aumenta. O volume diastólico final é determinado pelo retorno venoso, que é a quantidade de sangue que retorna ao coração pela circulação venosa. O retorno venoso é afetado por 3 fatores: 1. BOMBA DO MÚSCULO ESQUELÉTICO: Contração ou compressão das veias que levam o sangue para o coração. A contração dos músculos esqueléticos comprime as veias e empurra o sangue em direção ao coração. 2. BOMBA RESPIRATÓRIA Mudança na pressão do abdômen e do tórax. Durante a inspiração, a expansão da caixa torácica e contração do diafragma cria uma pressão subatmosferica na caixa torácica. Está baixa pressão, diminui a pressão na veia cava inferior, permitindo que mais sangue das veias abdominais entre na veia cava. Além disso, a contração do diafragma aumenta a pressão na cavidade abdominal, o que empurra o sangue em direção à veia cava. 3. INERVAÇÃO SIMPÁTICA DAS VEIAS Quando ocorre constrição das veias devido à atividade simpática, se volume diminui, empurrando mais sangue para o coração. Com um volume ventricular maior, o ventriculo contai com mais forca, levando mais sangue para o lado arterial da circulação. A contratilidade é controlada pelos sistemas nervoso e endócrino Substâncias químicas que afetam a contratibiliade é chamada de agente inotrópico. Contratibilidade é diferente de relação comprimento-tensão. Um músculo pode permanece com um determinado VDF (ponto A) e apresentar contratibilidade aumentada. A contratibilidade aumenta a medida que a disponibilidade de cálcio aumenta! O volume diastólico final e a Pressão Arterial determinam a PÓS-CARGA Para ejetar o sangue do ventriculo, o coração deve gerar força par deslocar o sangue para a aorta, empurrando-o ainda mais adiante. A carga combinada do VDF e da resistência durante a contracao é chamada de PÓS- CARGA. SIMPLIFICANDO... Pré-carga é tudo que chegar e pós-carga é tudo que sair... Alterações na Curva Pressão-Volume Quadro 1 — Aumento de pré-carga: Se a pré-carga aumenta, significa que o enchimento ventricular será maior, resultando no aumento do vol. diastólico final. Logo, um maior vol. mais a parede estira, mais a contração é forte e maior é o débito sistólico. Assim, esse aumento de pré-carga se reflete na curva de pressão-volume com o deslocamento da curva para o lado direito. Quadro 3 — Aumento de pós-carga: Maior dificuldade para ejetar o sangue o volume ejetado diminui e sobra mais sangue dentro do ventrículo, assim, o volume sistólico final aumenta. Dessa forma, tem-se um estritamente da curva e um aumento de amplitude, pois as pressões nessas cavidades ficará maiores que o normal. Quadro 2 — Aumento da contratilidade: Cálcio aumentado, a forca de contração aumenta e ocorre um aumento do débito sistólico, o que faz diminuir o volume sistólico final, pois sobra menos sangue no fim da sístole. Assim, curva pressão-volume é deslocada para esquerda. d.,- O ciclo ventricular esquerdo normal é representado pela área esverdeada e os efeitos das variações são representados pelas setas, indicando: (1) a fase de enchimento ventricular, (2) a contração isovolumétrica, (3) a ejeção ventricular e (4) o relaxamento isovolumétrico. RESUMINDO... Árvore
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