Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A guerra de canudos 1896-1897 A história da maior guerra social no Brasil Ruth Sousa Azevedo[1] Resumo No sertão da Bahia, entre os anos de 1896 e 1897, no arraial dos canudos iniciou-se a guerra de canudos, liderado por Antônio conselheiro, onde o governo juntamente com o Exército entram em confronto com os sertanejos, segundo eles os motivos de os sertanejos juntamente com Antônio Conselheiro e seus jagunços terem atacado o Exército e matando 15 soldados e 16 ficaram feridos. Além do mais acusavam o arraial de canudos pelo não Pagamento dos impostos cobrados pelo governo. Logo em seguida o governo enviou Moreira César para canudos na intenção de entrar em confronto e atacar Canudos, mais o Exército foram derrotados pelos sertanejos, em seguida Canudos foi atacado novamente tornando-se um dos movimentos mais sangrentos de toda história do Brasil. Morreram 25 mil pessoas, o Exército saiu vitorioso, esse massacre foi registrado de perto por Euclides Da Cunha jornalista do jornal Folha de São Paulo que mais tarde escreveu o livro os “Sertões “que veio a retratar toda a realidade sofrida pelos sertanejos. Estes artigos procuram esclarecer questões política, econômica, sociais, e os limites que cruzaram os comandantes do Exército Brasileiros, que estiveram em confronto, com os jagunços, levando então a uma grande reflexão desse acontecimento que ficou marcado, no sertão da Bahia. Palavras chaves: Jagunço. Guerra. Política Abstract In the hinterland of Bahia, between 1896 and 1897, the Canutos War began in the village of Canutos, led by Antônio Counselor, who soon became an attraction for the marginalized population of the Northeast at the time. https://brc-word-edit.officeapps.live.com/we/wordeditorframe.aspx?new=1&ui=pt%2DBR&rs=pt%2DBR&wdorigin=OFFICECOM-WEB.START.NEW-INSTANT&wdenableroaming=1&mscc=1&wdodb=1&hid=8A9130A0-3039-1000-ABAC-848AAFC3964E&wopisrc=https%3A%2F%2Fliveestacio-my.sharepoint.com%2Fpersonal%2F201901058646_alunos_estacio_br%2F_vti_bin%2Fwopi.ashx%2Ffiles%2Fac984ef29f5d427181f1d7a95b01348b&wdhostclicktime=1649115121518&jsapi=1&jsapiver=v1&newsession=1&corrid=24ba9646-4932-42b9-919d-3fa383c4a889&usid=24ba9646-4932-42b9-919d-3fa383c4a889&sftc=1&mtf=1&sfp=1&wdredirectionreason=Unified_SingleFlush&rct=Medium&ctp=LeastProtected#_ftn1 https://brc-word-edit.officeapps.live.com/we/wordeditorframe.aspx?new=1&ui=pt%2DBR&rs=pt%2DBR&wdorigin=OFFICECOM-WEB.START.NEW-INSTANT&wdenableroaming=1&mscc=1&wdodb=1&hid=8A9130A0-3039-1000-ABAC-848AAFC3964E&wopisrc=https%3A%2F%2Fliveestacio-my.sharepoint.com%2Fpersonal%2F201901058646_alunos_estacio_br%2F_vti_bin%2Fwopi.ashx%2Ffiles%2Fac984ef29f5d427181f1d7a95b01348b&wdhostclicktime=1649115121518&jsapi=1&jsapiver=v1&newsession=1&corrid=24ba9646-4932-42b9-919d-3fa383c4a889&usid=24ba9646-4932-42b9-919d-3fa383c4a889&sftc=1&mtf=1&sfp=1&wdredirectionreason=Unified_SingleFlush&rct=Medium&ctp=LeastProtected#_ftn1 Then the government of Bahia, together with the central government, sought to end the installation. Being a conflict considered the biggest resistance movement to the oppression of the great rural proprietors, carried through in the Serato of Brazil. Made up of residents who fled extreme poverty, who lived in the northeastern hinterland, and it was like this in the village of Canutos, which in a short time managed to gather about 25,000 people, focusing on the overthrow of the newly established republic. Antônio counselor born in the village of Quixeramobim, in the interior of Ceará, being, from a standard family and an average life, who when in childhood, had a diverse education, and even in the face of his trajectory preached the salvation of the soul, for those who followed him. Thus, becoming a threat to the Catholic Church, for the simple fact of walking around the Serato preaching, a form of popular Catholicism, generating a crowd of followers. After a pilgrimage to the hinterland of Pernambuco, and Sergipe, arriving then to settle in Canutos, being a community that looked for equality, that is, the differences where the herds and the crops belonged to all, then attracting a multitude of serranoes, due to this socioeconomic model. These articles seek to clarify political, economic, social issues, and the limits that crossed the Brazilian Army commanders, who were in confrontation, with the juncos, leading then to a great reflection of this event that was marked, in the hinterland of Bahia. Keywords: Jagunço. War. Politics Introdução Em um período em que o Brasil passava por uma transição do sistema republicano, acabando de eleger pelo voto direto o presidente Prudente de Morais. Primeiro presidente civil que em 1896 a 1897, anos que foram marcados pelos intensos conflitos entre o Exército e os sertanejos que seguiam o líder religioso Antônio Conselheiro, considerado por muitos como um profeta de Deus. Tornou-se beato e pregador em 1872, sendo ele abandonado por sua mulher. Antônio Conselheiro peregrinando por várias partes do Nordeste, sempre acompanhado por vários seguidores, logo despertou uma inquietação por parte da igreja católica que solicitou medidas mais autoritárias contra o beato. Foi preso várias vezes acusado de perturbar a ordem pública e encorajar a desobediência nas instituições civis e religiosas, nem por isso foi impedido de sua fama se alastrar por todo sertão nordestino. Tornando-se um homem popular por abrir espaço entre todos aqueles que se achavam esquecidos pelo poder público, chegando a aumentar cada dia mais sua popularidade entres aqueles que viviam em um estado de extrema pobreza. Após a Proclamação da República, Conselheiro e alguns de seus seguidores reagiram publicamente as cobranças de impostos feito pelo governo, chegando a causar uma extrema manifestação que levou a queima dos editais e a derrota dos 35 soldados enviados pelo governo, que vieram a ser derrotados por fiéis. Inicia- se a guerra de Canudos em 7 de novembro 1987 no sertão da Bahia, mais precisamente no Arraial dos canudos, um conflito causado pela desavença entre o povo da igreja e o poder público. Esse conflito foi gerado em razão da extrema pobreza que assolava toda região, após a implementação da república em todo país. Uma questão que nos leva a pensar os motivos pelas quais os canudos ficaram sendo uma ameaça para república”? E o “porque o governo deixou um grupo tão grande de jagunços, gera uma guerra tão violenta com tantas mortes e perdas”? É com um objetivo de analisar os fracassos cometidos pela república e o total despreparo do Exército enviado a primeira vez com a intenção de acabar com o movimento, findou causando muitas mortes e vitória foi de canudos que por sua vez, só ia crescendo cada vez mais, tornando um problema grave diante dos olhos da república. Principais objetivos e avaliar a situação política militar, e descrever as origens, crenças, ou seja, todo processo de formação dos sertanejos, e todo movimento gerado durante esse conflito e explicar o planejamento usados pelos militares para combater os jagunços, e a extrema violência, causados por eles. Breve Histórico da vida de Antônio conselheiro Nascido em 13 de março de 1830 Antônio conselheiro no povoado de Quixeramobim no interior do Ceará, cresceu seguindo todos os desejos de seu pai, e a carreira sacerdotal que era a única maneira do pobre se destacar na sociedade. Tendo sua mãe morrido, o desejo de um dia se tornar padre teve um fim, tendo o seu pai entrado em um segundo casamento, ele começou a sofrer maus tratos de sua madrasta e a pós seu pai morrer, ele deixou os estudos e assumiu os negócios da família, não demorou muito para se tornar em dívidas. Tendo ele casado com uma prima, que logo mais tarde veio a ser professor do primário dos filhos dos comerciantes e fazendeiros da região, e com o passardos anos veio a se formar em advocacia tornado então advogado em defesa dos pobres e indefesos, em troca de pequenas renumerações. Mudando constantemente em busca de uma vida melhor tendo passado por Campo grande, Santa Quitéria chegando a Ipu, Antônio Conselheiro foi traído pela sua esposa em ato de adultério. Se sentindo humilhado mudou-se para cariri, que em 1874, o jornal de Sergipe começa a vim à tona a notícia do início da trajetória de um futuro líder dos cangaceiros, no Arraial de canudos, que até o momento era apenas um monte de religiosos fanáticos e inofensivos, aos olhos da sociedade. “Há seis meses que por todo o centro desta Província e da Província da Bahia, chegado (diz ele) do Ceará, infesta um aventureiro santarrão que se apelida por Antônio dos Mares. O que a vista dos aparentes e mentirosos milagres que dizem ter ele feito, tem dado lugar a que o povo o trate por São Antônio dos Mares. Esse misterioso personagem, trajando uma enorme camisa azul que lhe serve de hábito a forma de um sacerdote, pessimamente suja, cabelos muito espessos e sebosos entre os quais se vêm claramente uma espantosa multidão de bichos (piolhos). Distingue-se pelo ar misterioso, olhos e braços, e de pés nus; o que leva a se tornar uma das figuras mais degradantes do mundo”. (O Rabudo, 1874). Chegou a ser preso em 1876 na Bahia, sendo levado para o Ceará, sobre acusação de ter matado sua mãe, esposa, sendo um religioso com bastante influência, chegando até mesmos a atrair a atenção dos nobres, que no período em que esteve preso, aumentou ainda mais seu prestígio pois via ele com um homem de fé, que não renunciava seus valores cristãos. Não tendo provas de crimes cometidos foi inocentado sendo livre, voltou para sertão baiano continuando assim a sua peregrinação, com construção de igreja recuperando cemitérios e a cada dia ia atraindo cada vez mais uma numerosa multidão de seguidores, que em pouco tempo já somava cerva de 15 mil sertanejos, que passou então a trazer uma grande preocupação para uma Republica recém-instalada devido ao grande número de pessoas, que a cada dia, ia aumentando mais e com a lei Áurea assinada pela princesa Isabel em 1888, muitos escravos libertos não tinha para onde ir buscando assim refúgio em canudos, de Antônio conselheiro. Com uma multidão de seguidores, e com o cansaço da peregrinação pelo Nordeste, Conselheiro em 1893, decidiu então se firmar em uma fazenda, que se encontrava abandonada as margens do Rio Vaza- barris, ao norte da Bahia que ficou conhecida como Canudos. Um povoado criado por Conselheiros que teve por nome chamado Belo monte canudos, sendo considerada uma cidade refúgio para todos rejeitados e abandonados pelo Estado, chegando há tão pouco tempo uma grande multidão que chegou a cerca de 25 mil habitantes, e cada vez mais ia atraindo pessoas para se junta a o Arraial dos canudos, que abrigava não apenas pelos supostos milagres, mas também em busca de palavra de conforto pelo “Bom Jesus Conselheiro”, que diante desse crescimento trazia prosperidade para o Arraial, sendo assim marcando a história de Antônio Conselheiro, líder de Canudos respeitado por ser um religioso que abrigava a todos que queriam fazer parte do Arraial dos canudos. Em 1893, data do início da formação do Arraial de Canudos já contava com 1.250 sertanejos segundo dados citados em Os Sertões, 9ª edição (2007) e tido como correto pela maioria dos autores que tentou fazer uma estimativa do crescimento populacional de Canudos. Segundo esta mesma fonte, em 1895 a fazenda Belo Monte reunia cerca de 5.000 habitantes e finalmente em 1897 congregaria os 25.000 que terminaram debelados pelo exército. (ATAÍDE, 1994) As causas da Guerra de Canudos 1. O governo da Bahia e os latifundiários não estavam concordando com a situação dos Canudos não pagar impostos e viver de forma aleatória sem um seguimento das leis estabelecidas pela república e com uma grande repercussão de Antônio Conselheiro, preferia a volta da monarquia, que tinha sido substituída pela república de 1889, o fato dele querer a abolição dos impostos cobrados e também era contra o casamento civil, afirmando ser um homem enviado por Deus para lutar contra a injustiça e as diferenças sociais. Então a questão que levou os Canudos a se torna uma ameaça tanto para república quanto para os interesses dos poderosos da época, pelo fato de não obedecer às leis estabelecidas, indo contra o sistema e tudo isso veio a causar grande preocupação até para igreja que alegava que eles eram apegados a heresia e depravação, indo contra toda ideologia estabelecidas por Conselheiro. Para um melhor entendimento do contexto sobre as causas da guerra dos canudos temos os seguintes pontos a serem considerados tais como: 2. A fome- com alto índice de desempregados e com um baixo rendimento muitas famílias não tinham nem mesmo o quer comer. 3. A seca- Por se trata de uma região onde a chuvas era bem escassa dificultava muito a criação de gado e o cultivo da agricultura. 4. Falta de apoio político- os políticos na região pouco se importavam com a situação vivida por muitos nesse período. 5. Violência – Era usado bastante violência como forma de repreensão a todos que viviam na região aos que eram contra ao movimento, e os patrões vividos por eles. 6. O fanatismo religioso – Era muito comum o beato na época arrasta multidões com promessas de uma vida melhor. Sendo um arraial formado por moradores que fugiam da extrema pobreza vivida no sertão nordestino, formada por latifundiários, comunidade pobres, e com uma grande parte da população desempregada. Uma pergunta o que levou essa comunidade a ser tão numerosa? E porque usar uma tamanha violência a uma comunidade que aparentava ser tão inofensiva, aos olhos da sociedade? Tratando-se de uma comunidade autossuficiente que dava oportunidade para as pessoas saírem da miséria sendo atraída essa grande multidão de sertanejos em busca de melhores condições de vida, e assim atraindo a fúria dos governantes republicando. Gerando um incomodo grande, a república passou a enviar tropas do Exército, com objetivo de restabelecer a ordem local, vendo eles que ia surgindo uma sociedade paralela, ou seja, um povo que não queria obedecer às ordens estabelecidas pela república, com o aumento dos rumores que estaria se formando movimento contrário a república dando assim início a Guerra de Canudos. A seita político-religiosa, estabelecida e entrincheirada nos Canudos, não é só um foco ou superstição e fanatismo, é uma pequena cisma na igreja baiana, e principalmente um núcleo na aparência desprezível, mas um tanto perigoso e funesto de ousadia, resistência e hostilidade ao governo constituído pelo país. (MARCIANO, 1895, p.2) Estas informações foram o suficiente para o governo federal considerar o arraial dos canudos um perigo para o desenvolvimento republicano, desencadeando assim, a primeira campanha de Uauá, ou seja, a partir dos rumores gerados que os aliados de conselheiro poderiam causar transtorno devido ao atrasado de materiais para construção da igreja nova, então por ordem do juiz Arlindo Leone que já tinha uma repercussão negativa de Conselheiro e ao governado Luís Viana, uma expedição com 100 praças levando a ser uma repercussão negativa para o governo, que acabou não sendo concretizada devido a opinião pública, fazendo então que os canudos ganhasse mais prestigio. Já em 25 de outubro de 1896 foi enviado a 20 de janeiro de 1897, com 537 praças, sendo 14 oficiais e três médicos foi surpreendida por uma emboscada feito pelos canudos, fazendo assim os fuzileiros fugi às pressas do arraial. Conflitos militares Tendo já resistido às duas tentativas enviadas do governo, que em 07 de março de 1897, foi realizado a terceira expedição militar com cerca de 1.300 homens, acreditandoque seria o suficiente para dar fim ao Canudos, foram atingidos logo na chegada, que virou notícia no Jornal o Estado de São Paulo, em 09 de março: “[...] que o presidente da república não se iluda sobre o sentido da agitação latente em grande parte do território brasileiro e apenas na Bahia, em armas. Trata-se da restauração; conspira-se forma-se o exército imperialista (SIC) [...]. Em grande parte do Brasil trama-se contra a República e o movimento da Bahia é exclusivamente uma manifestação desse trabalho”. (O ESTADO DE S. PAULO, 9 de março de 1897, p. 45). Um conflito que dava para ter sido evitado desde o começo conforme Araripe: “A luta cruenta, que tantos mortos e estropiados custou ao Brasil, poderia ter sido evitada se desde o início tivesse sido sufocado o movimento, não fora a política nefasta que reinava no primeiro decênio da República.” (ARARIPE, 1985). Diante desse cenário vemos o porquê os jagunços, liderados por Conselheiros, que outrora, parecia inofensivos, diante da sociedade, que em pouco tempo chegou a reunir uma grande multidão, por ordem do governo foi levando então uma pequena parte dos soltados, para o combate, por se acha, que o problema se resolveria logo de cara, então por isso, que além de serem envergonhados em rede nacional, o conflito só se estendeu, causando, muito mais mortes. Segundo aponta cunha (2002, p. 112-113) sobre a resistência de canudos: O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não têm o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral. [...] e da figura do vulgar do tabaréu canhestro, reponta inesperadamente, o aspecto dominador de um titã acobreado e potente, num desdobramento surpreendente de força e agilidade extraordinária. Caindo em uma segunda emboscada, um dos principais chefes dos jagunços de conselheiro causou um pânico na tropa, com 116 mortos e 13 oficiais e mais de 120 feridos, virando uma grande repercussão no cenário nacional, como forma de mensagem enviada ao presidente da república, conforme os relatos de Olivieri (1994). Diante da derrota e o fracasso, que levou a morte do coronel, fazendo então com que toda essa situação, fosse assumida foi o governo federal, que passou a organiza a quarta expedição, organizada pelo ministro da guerra, Carlos Bittencourt, sendo composta por seis mil homens e chefiada pelo General Artur Oscar. Com ordem de não fazer nenhum prisioneiro, soldados, fortemente armados, cercaram o arraial dos canudos, por três meses, sendo totalmente bombardeada, sendo totalmente destruída em 5 de outubro de 1897, sendo totalmente massacrados, tanto, mulheres, criança,velhos,nenhum escapou do massacre feito no arraial dos canudos. Fim da Guerra de canudos Sendo um dos conflitos mais sangrento da história do Brasil, em 5 de outubro de 1897, chegou o fim da guerra de canudos, no sertão da Bahia, depois da Quatro campanha militar, o governo federal, organizou um grande Exército, com cerca de 10 mil homens, comandada por dois generais, cercaram e invadiram, destruindo totalmente a população de Canudos. Totalmente bombardeada, estando cercado por todos os lados, ainda resistiram por cerca de dozes dias, foram, incendiadas casas, muitos degolados, entre elas criança, velhos, não escapando ninguém, uma total guerra sangrenta, que forram mortas cerca de umas 25 mil pessoas. Em 22 de setembro morre Antônio conselheiro, sendo suas últimas palavras: . “É chegado o momento para me despedir de vós; que pena, que sentimento tão vivo ocasiona esta despedida em minha alma, à vista do modo benévolo, generoso e caridoso com que me tendes tratado, penhorando-me assim bastante mente. São estes os testemunhos que me fazem compreender quanto dominam em vossos corações tão belo sentimento! Adeus povo, adeus aves, adeus árvores, adeus campos, aceita a minha despedida, que bem demonstra as gratas recordações que levo de vós, que jamais se apagarão da lembrança deste peregrino”. (NOGUEIRA, 1974, p.181) E diante de documentos fotos que retrata esse momento, e possível, fazer uma comparação, com a forma, como os canudos foram covardemente atacados, ou seja, um Exército, totalmente armado, contra um jagunço, que usava armas que variavam entre, lança e pedaços de pau, que para muito era apenas um monte de fanáticos, contrário a progressão do país. Mesmo conhecendo todas as entrada e saídas do Arraial, eles estavam totalmente cercados, impossibilitando-a qualquer fuga, levando então ao fim da guerra. No dia 11 de setembro de 1897, Euclides da Cunha chega ao Arraial de Canudos e, ao se deparar com uma cidade transformada em um cemitério a céu aberto, onde era possível ver os corpos dos jagunços expostos, em avançado estado de decomposição e degolados, em um lugar simples e até então tranquilo como o sertão baiano, era grande o espanto diante de um cenário surpreendente que o fez repensar os conceitos que até então o levava a servir fielmente a República, o Estado maior. A partir de agora, o fato de ser testemunha ocular dessa tragédia o fez repensar o amor e fidelidade que o levou a Canudos aos gritos de “viva a República”. (TAVARES, 1993, p.21.) A falta de prova e de documentos que comprova se, que realmente António conselheiro, tinha como foco uma conspiração contra a monarquia, jamais foram achadas, provas ou algo que incriminasse segundo as obras de Ataliba nogueira. Canudos e a sua importância na história para sociedade Então a guerra de Canudos, deixou marcado uma história no sertão do Estado da Bahia, conflito considerado o maior movimento de resistência, da opressão dos grandes proprietários rurais no Brasil, levando a uma obra descrita por Euclides Da Cunha em seu livro ‘Os Sertões” que foi publicado em 1902. Que produziu sua obra e um momento de transformação em que o país estava passando, ou seja, uma mudança no pensamento, na política, e até mesmo na tecnologia, que segundo Avighi: A própria ideia nacional perdia-se na esterilidade da política miúda da rua do Ouvidor, desqualificada para enfrentar o desafio representado pela ignorância quase absoluta do território brasileiro e das populações sertanejas, pelo desequilíbrio regional e pelo abandono do interior do país (AVIGHI, 1987, p. 30). Olhando para o ponto de vista político com a implantação das leis republicana, os conselheiros aparecem como um grupo oposicionista que sem perceberem já estavam exercendo seu direito à democracia, e por não concorda com as formas de leis que era imposta a eles, levando então a luta pelos direitos de serem ouvidos. Levando em conta que segundo a constituição no artigo 3º afirma-se que um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil é construir uma sociedade livre, justa e solidária; promover o bem de todos sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, e nos termos do art. 193, "a ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais"., ou seja, o movimento dos conselheiristas podemos considerar como se fosse um ‘grito” indireto contra o Estado Landlords, uma elite política que ia contra esse movimento. E com essa elite sendo capaz de gerar uma grande mobilização no país, mesmo diante das notícias dos jornais que apontava os canudos como fortes aliados monarquistas, palas quais era visto como um atraso para nação. Então vemos que os meios de comunicação, podem influenciar a qualquer grupo social, que seja para prejudicar ou até mesmo trazer benfeitorias, que não foi bem a situação vista de Canudos que foi tida como uma ameaça, que devido sua forte repercussão teve uma forma diferente de reescrever sua história. Na religião teve um papel como ser um enviado de Deus, o salvador, com objetivo de leva o povo a “terra prometida”, sendo capazes de lutares até a morte, ou seja, confiando nas palavras de Antônio Conselheiro,sempre rezando e tendo como um líder supremo, cristão e que arrastava uma multidão de seguidores. [...] O arraial foi uma comunidade religiosa, liderada por um beato e a migração para o Belo Monte deveu-se ao fascínio Exército pelo Conselheiro. O seu exemplo de vida a entrega total a Deus a vinculação desta profunda religiosidade com as necessidades materiais de um povo sofrido, abandonado pelo poder público, que só aparecia para recolher impostos, acabou transformando o arraial e a mensagem de seu líder em sinônimo de liberdade para o sertanejo, oprimido pelo latifúndio, pelo Estado e por uma igreja distante e ausente. [...] (VILLA, 1995, p.244) Sua importância na cultura retrata o uso e costumes vividos dentro de cada grupo social, sendo ele individualmente como coletivamente, seu habitante era autossuficiente, com rebanhos, roças, tendo sua sobrevivência, com criação de animais e plantações, e toda produção era dividida entre eles, e o que sobrava era comercializado nas cidades vizinhas. Segundo Stuart Hall (1999) uma identidade cultural enfatiza aspectos relacionados à nossa herança, a culturas étnicas, raciais, linguísticas, religiosas, regionais e/ou nacionais. Ao estudar a questão, o autor foca as identidades culturais como referências às culturas nacionais. Para ele, a nação é além de uma entidade política – o Estado –, ela é um sistema de representação cultural (grifos do autor). Noutros termos, a nação é composta de representações e símbolos que fundamentam a constituição de uma dada identidade nacional. Guerra de canudos teve uma grande influência na identidade cultura, ou seja, evidenciada na memória do povo, tantos dos que viveram nesse período, como dos conhecedores das tradições, dos costumes dos sertanejos, sendo comprovada em cada indivíduo. Para Barman (2001), outros elementos que fizeram com que a sociedade atual se porte de forma considerada líquida e fluida, é a forma como as pessoas passaram a enxergar e considerar o espaço e o tempo, isto é, a maneira como as pessoas valorizam os elementos que o rodeiam numa conjuntura com os valores históricos. Segundo Stuart Hall (1999) uma identidade cultural enfatiza aspectos relacionados à nossa herança, a culturas étnicas, raciais, linguísticas, religiosas, regionais e/ou nacionais. Ao estudar a questão, o autor foca as identidades culturais como referências às culturas nacionais. E por fim toda essa trajetória da guerra de canudos deixou suas memórias marcando na sociedade Brasileira, tanto nas obras literárias, como para aqueles, que vivenciaram, e registraram esse momento, que embora diante de tanta violência, mortes, e a destruição total de Canudos. Considerações Finais Essa pesquisa procurou retrata um pouco da história de Canudos, que teve um começo com Antônio Conselheiro sendo líder, com seu ponto de vista e sua religiosidade, chegando a reunir uma grande multidão de fiéis, com suas causas e reivindicações e muitos e situação de calamidade pública que viviam no sertão da Bahia. Os jagunços encontravam-se em situações desprezíveis, pois aquela região estava assolada pela seca há meses, inviabilizando a agricultura e a pecuária, os números de desempregados crescia, muitas famílias não tinham renda para abastecer suas casas, ou seja esses e outros fatores aliados foram suficientes para que vissem no beato a esperança de dias melhores, uma vez que entre suas ideias ele defendia que a população de Canudos não pagassem impostos e não seguissem as leis estabelecidas pelo governo. Diante desse contexto histórico e dos resultados feito durante a pesquisa vemos como a guerra de canudos, é um assunto meio polêmico, ou seja, por existir versões contrarias, do fato Histórico, que denigrem a imagem do exército, durante o conflito ou seja, querem tratar os a jagunços de conselheiros como sendo vítimas e indefesas, porém eles estavam bem treinados e armados, formando assim uma resistência, não sendo fácil derrotar como haviam planejados. Podemos analisar e compreensivo que houve se uma repressão diante daquele movimento de Canudos, que causou uma proporção gigantesca, pois Conselheiro havia arrastado uma multidão afirmando ser enviado de Deus, levando cegamente os fiéis a acreditar nele. E o que desagradou o estado, juntamente com os latifundiários, foi de Canudos não paga imposto, e seguir as leis estabelecidas pela república, tornando-se assim uma ameaça ao governo, e aclamando pela volta da monarquia. Diante do cenário vivido era necessário pôr um fim a essa multidão que se formou em Canudos, pois chegou a tomar uma repercussão enorme, pois além de torna uma ameaça para o governo, estava causando a desordem publica, levando então o governo a toma medidas mais duras, que mesmo diante dos erros cometidos que levou a morte de várias vidas preciosa, que poderiam ter sido evitadas com um planejamento mais amplo e com objetividade. Então esse artigo procurou mostra observações que busca deixar clara que houver acertos e erros durante o conflito de Canudos, principalmente nas expedições militares que levou a destruição total de Canudos, destacando que com um bom planejamento logístico e de suma importância, diante de um conflito de uma gigantesca proporção, lembrando que o Exército não lutava com jagunços despreparados, mas sim com o grupo treinados e preparados, que formavam uma resistência muito grande, que levou tempo para ser desfeita. Referências Bibliográficas ATAÍDE, Yara Dulce Bandeira de. As origens do povo do Bom Jesus Conselheiro. In_____Revista USP, Dossiê Canudos, n.20, pp. 89-99, dez/1993-fev/1994. BARBERO, J. M. Saberes de hoje: disseminações, competências e transversalidade. In_______Comunicação e história interfaces e novas abordagens. MAUAD, 2008. P 237-252 BARROS, Maria Helena T. C. Disseminação da Informação: entre a teoria e a prática. Marília: s.n., 2003. BRASIL. Constituição da República Federativa de 1988. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituição/constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em: 01 mar.2022 CUNHA, Euclydes da. Os Sertões. Coleção descobrindo clássicos. 9ª ed. Rio de Janeiro/ São Paulo: Editora Record. 2007. 596 p. DERRIDA, Jacques. Gênese e Estrutura e a fenomenologia. In:-A Escritura e a Diferença. São Paulo: Perspectiva, 1967. p. 83-105. MARTINS, Paulo Emílio Matos. A Reinvenção do Sertão: Organização Social e Poder na Comunidade do Belo Monte (Canudos, 1893 – 1897). Tese de doutoramento em Administração, São Paulo, EAESP/FGV, 22 de abril de 1999. MELO, Dante. A Verdade sobre Os Sertões – Análise Reivindicatória da Campanha de Canudos. Rio de Janeiro, Biblioteca do Exército, 1958. MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da Percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1971. [1] Graduanda em História, Licenciatura pela (ESTÁCIO) Universidade Estácio de Sá https://brc-word-edit.officeapps.live.com/we/wordeditorframe.aspx?new=1&ui=pt%2DBR&rs=pt%2DBR&wdorigin=OFFICECOM-WEB.START.NEW-INSTANT&wdenableroaming=1&mscc=1&wdodb=1&hid=8A9130A0-3039-1000-ABAC-848AAFC3964E&wopisrc=https%3A%2F%2Fliveestacio-my.sharepoint.com%2Fpersonal%2F201901058646_alunos_estacio_br%2F_vti_bin%2Fwopi.ashx%2Ffiles%2Fac984ef29f5d427181f1d7a95b01348b&wdhostclicktime=1649115121518&jsapi=1&jsapiver=v1&newsession=1&corrid=24ba9646-4932-42b9-919d-3fa383c4a889&usid=24ba9646-4932-42b9-919d-3fa383c4a889&sftc=1&mtf=1&sfp=1&wdredirectionreason=Unified_SingleFlush&rct=Medium&ctp=LeastProtected#_ftnref1 https://brc-word-edit.officeapps.live.com/we/wordeditorframe.aspx?new=1&ui=pt%2DBR&rs=pt%2DBR&wdorigin=OFFICECOM-WEB.START.NEW-INSTANT&wdenableroaming=1&mscc=1&wdodb=1&hid=8A9130A0-3039-1000-ABAC-848AAFC3964E&wopisrc=https%3A%2F%2Fliveestacio-my.sharepoint.com%2Fpersonal%2F201901058646_alunos_estacio_br%2F_vti_bin%2Fwopi.ashx%2Ffiles%2Fac984ef29f5d427181f1d7a95b01348b&wdhostclicktime=1649115121518&jsapi=1&jsapiver=v1&newsession=1&corrid=24ba9646-4932-42b9-919d-3fa383c4a889&usid=24ba9646-4932-42b9-919d-3fa383c4a889&sftc=1&mtf=1&sfp=1&wdredirectionreason=Unified_SingleFlush&rct=Medium&ctp=LeastProtected#_ftnref1Resumo Abstract Introdução Breve Histórico da vida de Antônio conselheiro As causas da Guerra de Canudos Conflitos militares Fim da Guerra de canudos Canudos e a sua importância na história para sociedade Considerações Finais Referências Bibliográficas [1] Graduanda em História, Licenciatura pela (ESTÁCIO) Universidade Estácio de Sá
Compartilhar