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HIPERTENSÃO NA INFÂNCIA Etiologia pediátrica • Crianças menores: secundária à nefropatia. • RN: trombose/ estenose de artér ia rena l , malformações renais congênitas, coarctação de aorta, displasia broncopulmonar) • Lactentes - 6 anos: doenças do parênquima renal, coarctação de aorta, estenose de a. Renal. • 6 - 10 anos: estenose de a. Renal, doenças do parênquima renal, hipertensão primária. • Adolescentes: primária associada a causas genéricas e obesidade, doenças do parênquima renal. Na infância, a hipertensão costuma ser assintomática. Recomenda-se aferição anual da PA em consultas de rotina a partir dos 3 anos para todas as crianças. Se < 3 anos, apenas em situações específicas de risco. DEFINIÇÕES Fatores de risco para hipertensão primária: obesidade, sexo masculino, etnias hispânica e africana, HF +, ausência de aleitamento materno, agravos perinatais e no pós-natal. hipertensão SECUNDÁRIA: Doenças renais = 60-90% das causas - Nefropatias parenquimatosas, renovasculares e obstrutivas. Doenças endócrinas = 5% - excesso de mineralocorticoi- des e doenças tireoidianas. Coarctação de aorta = 2%. Diagnóstico: Aferir PA em crianças saudáveis pelo menos 01x/ano a partir dos 03 anos. • ≥ 3 anos, com fator de risco, aferir a PA toda consulta. • < 03 anos: aferir em toda consulta ou conforme necessário se situação de risco (ex: nefropatias, ITU de repetição, cardiopatias congênitas, neoplasias). • O diagnóstico só é feito se a PA estiver alterada em, pelo menos, 3 consultas diferentes. Técnica: Criança sentada com pés e costas apoiados ou deitada, tranquila, descansada por mais de 5 minutos, bexiga vazia. Sem ter praticado exercício físico há 60 minutos. • Braço direito (se a criança tiver coarctação de aorta, a PA no braço esquerdo fica subestimada) apoiado ao nível do precórdio. • Aferir pelo menor 02 x, no mesmo braço, com intervalo de 1-2 minutos. (Se diferença maior que 5 entre os valores, aferir até que se chegue um valor estável). • Se PA alta no MSD, realizar medida no MSE e em um dos MMII - paciente deitado com manguito na panturrilha (cobrir 2/3 da distância dentre tornozelo e joelho). MANGUITO ADEQUADO: Medir circunferência do braço no ponto médio entre acrônimo e olécrano. - Comprimento da bolsa inflável deve ser 80-100% da circunferência do braço e Largura deve ser 40%. Exames complementares Objetivam definir etiologia da HA, identificar LOA e FR cardiovascular. Não há recomendação rotineira para microalbuminúria e fundo de olho. Manejo inicial • PA elevada: MEV e reavaliar em 06 meses (perda de peso, reeducação alimentar e atividade física).. Se PA permanecer > p90, reforçar MEV e reavaliar após mais 6 meses. Após 12 meses e 3 medidas, com persistência da PA aumentada, solicitar MAPA e exames de investigação inicial Considerar encaminhar ao cardio ou nefro para acompanhamento específico. • HA estágio 1: se assintomático - MEV + reavaliar em 02 semanas. Se permanecer > p95, reforçar MEV e reavaliar em 3 meses. Se após 3 visitas mantiver, solicitar MAPA, exames de triagem e encaminhar ao especialista. • HA estágio 2: se assintomático - MEV + reavaliar em 01 semana. Se permanecer com níveis de HA2, solicitar MAPA, exames de triagem e iniciar tto ou encaminhar ao especialista. Se sintomático e/ou PA > 30mmHg acima do p95 ou > 180x120 nos adolescentes: encaminhar à emergência. Tratamento: Objetiva manter PA < p90 em crianças ou < 130x80 em adolescentes. Se DRC, manter < p50. • Não farmacológico: MEV (redução de 5 a 10 mmHg). Aeróbio moderado por 30-60’, 3-5x/semana. Limitar atividades sedentárias em 2h/dia, máximo. Alimentação saudável, com restrição de Na e suplementação de K e Ca. • Farmacológico: iniciar se HA sintomática; HA persistente não responsiva às medidas não farmacológicas; HA2 sem fator modificável identificado, presença de LOA, DM1 ou 2 e DRC. • Iniciar com uma droga de 1a linha em baixa dose e ajustar a cada 2 - 4 semanas, conforme resposta. Se não atingir alvo, introduzir um segundo medicamento. • Iniciar com iECA, BRA, BCC ou Diu tiazídicos. • Tto de HA secundária: realizar em consonância com a doença de base, considerando as comorbidades de cada caso. SEGUIMENTO: Acompanhar 4-6 semanas até estabilidade. Depois, acompanhar de 4-5 meses. Em pacientes < 03 anos, pesquisar causas secundárias da HA.
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