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Bíblia de Estudo Genebra (Novo Testamento)

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Prévia do material em texto

Introdução	aos
EVANGELHOS	E	ATOS
Pano	de	fundo	histórico.	Quando	Jesus	nasceu,
Hero-des,	o	Grande,	era	o	monarca	da	Judéia	e
Samaria.	Herodes	morreu	no	ano	4	d.C.,	e	seu
reino	passou	para	o	seu	filho	Arquelau	(Mt	2.19-22).
Arquelau	foi	acusado	de	mau	governo	e,	por	isso,
foi	banido	no	ano	6	d.C.	Como	resultado,	Judéia	e
Samaria	ficaram	díre-tamente	sob	a	administração
romana	através	de	uma	série	de	governadores	e
prefeitos,	que	mais	tarde	foram	conhecidos
como	procuradores.	Pôncio	Pilatos	foi	o	procurador
da	Judéia	durante	o	ministério	de	Jesus.
A	província	da	Galiléia,	onde	Jesus	vivia,	havia	sido
dada	por	Herodes,	o	Grande,	para	outro	de	seus
filhos,	Herodes	Antipas	(Mt
14.1-12;	Lc	23.6-15).	No	ano	39	d.C.,	a	Galiléia
passou	para	as	mãos	de	Herodes	Agripa,	um	neto
de	Herodes,	o	Grande.	Um	amigo	de	infância	de
Agripa	era	agora	o	imperador	romano	Cláudio.	Este
declarou	Agripa	rei	tanto	da	Judéia	como	de
Samaria.	A	popularidade	de	Agripa	era	grande	entre
os	judeus;	mas	o	seu	reinado	foi	curto.	Perseguiu
os	apóstolos	e,	quando	não	recusou	ser	adorado
como	se	fosse	um	deus,	foi	castigado	com	uma
doença	e	morreu	(44	d.C.;	At	12.1-4,19-23).
0	território	de	Agripa	voltou	às	mãos	dos
governantes	romanos,	embora	uma	pequena
porção	de	terra	tenha	sido	dada	a	Agripa	II	(At
25.13—26.32).	A	tensão	entre	judeus	e
romanos	aumentou	durante	este	período,	o	que
levou	a	uma	revolta	no	ano	66	d.C.	0	resultado	da
guerra	foi	desastroso	para	a	nação	judaica.	No	ano
70	d.C.,	Jerusalém	foi	destruída	depois	de	terrível
sofrimento.
O	Caráter	da	Narrativa	do	Novo	Testamento.
Assim	como	os	escritos	históricos	do	Antigo
Testamento,	os	Evangelhos	e	o	Livro	de	Atos	não
nos	fornecem	todos	os	detalhes	históricos	que
poderiam	nos	interessar.	Os	acontecimentos
incluídos	foram	cuidadosamente	selecionados	para
apresentar,	clara	e	poderosamente,	a	mensagem
do	Evangelho.
Há	muito	tempo	já	se	tem	notado	que	os
Evangelhos	não	são	apenas	biografias	comuns.
Dois	deles	não	mencionam	nenhuma	vez	o
nascimento	de	Jesus,	e	foi	registrado	somente	um
acontecimento	da	sua	vida	quando	jovem	(Lc	2.41-
52).	Diferentemente	do	que	alguém	poderia	esperar
de	uma	biografia,	uma	grande	porção	de
cada	Evangelho	é	dedicada	à	última	semana	do
ministério	de	Jesus.	No	Livro	de	Atos,	somente	dois
apóstolos,	Pedro	e	Paulo,	ocupam	um	lugar	de
proeminência.	Além	disso,	o	autor	dedica	quase	o
mesmo	espaço,	tanto	para	os	dois	anos
"improdutivos"	de	prisão	na	vida	de	Paulo	quanto	às
três	viagens	missionárias	do	apóstolo,	que
duraram,	pelo	menos,	sete	anos.	Claramente,	estes
livros	não	foram	escritos	para	satisfazer	nossa
curiosidade,	mas	para	proclamara	mensagem.
Quando	lemos	as	narrativas	do	Novo	Testamento,
portanto,	devemos	fazer	um	esforço	especial	para
determinar	por	que	certos	acontecimentos	foram
incluídos.	Um	detalhe	que	pode	parecer
insignificante	à	primeira	vista	(p.	ex.:	o	juramento	de
Paulo	registrado	em	At	18.18),	subseqüentemente
pode	provar	ser	extremamente	importante	(At
21.20-24).	Além	disso,	é	de	grande	valor	saber
que	Deus	nos	deu	quatro	Evangelhos	e	não	apenas
um.	Já	que	muitos
dos	acontecimentos	da	vida	de	Jesus	estão
registrados	em	mais	de	um	Evangelho,	podemos
discernir	a	importância	destes	através	da	leitura	dos
mesmos	em	vários	livros,	cada	um	deles	contendo
os	seus	próprios	pontos	teológicos	de	ênfase.
O	Problema	Sinótico.	Mesmo	uma	lida	rápida	nos
quatro	Evangelhos	nos	revelam	que	três	deles
(Mateus,	Marcos	e	Lucas)	são	parecidos,
especialmente	quando	contrastados	com	o
Evangelho	de	João.	Com	poucas	exceções
importantes,	os	acontecimentos	e	ensinos	incluídos
no	Evangelho	de	João	(p.	ex.:	caps.	3;	9;	11;	14)
não	são	encontrados	nos	primeiros	três
Evangelhos,	enquanto	que	estes	três	possuem
muito	material	em	comum	e	compartilham	de	uma
perspectiva	semelhante.	Por	essas	razões,
os	primeiros	três	Evangelhos	são	chamados	de
"Sinóticos."
Uma	comparação	mais	detalhada,	entretanto,
revela	uma	grande	variedade	de	diferenças	tanto
quanto	de	semelhanças.	Algumas	vezes,	o	material
registrado	é	exatamente	igual,	enquanto	que,	outras
vezes,	há	pequenas	diferenças	verbais.	Em
alguns	casos	a	ordem	dos	eventos	é	a	mesma,	mas
freqüentemente	isto	não	ocorre.	Do	ponto	de	vista
literário,	estes	fatos	levantam	perguntas	difíceis.
Como	é	que	os	Evangelhos	se	originaram?
Teriam	seus	autores	se	utilizado	dos	escritos	uns
dos	outros?	Poderiam	ter	eles	outros	materiais
disponíveis?
A	resposta	mais	aceita	é	de	que	Marcos	foi	o
primeiro	Evangelho	e	que	Mateus	e	Lucas	seguiram
o	seu	esboço	(Mc	2.1-22;	cf.	Mt	9.2-17;	Lc	5.18-38).
Mas	Mateus	e	Lucas	têm	alguns
materiais	importantes	em	comum	que	não	são
encontrados	em	Marcos	(p.	ex.:	Mt	7.24-27;	Lc
6.47-49).	Isto	é	explicado	através	da	suposição	de
que	um	segundo	documento,	não	mais	existente
hoje,	teria	sido	usado	pelos	dois	escritores.	Esta
solução	é	conhecida	como	"a	Teoria	da	Dupla
Fonte".	Além	disso,	fica	claro	que	Mateus	e	Lucas
tiveram	acesso	a	muitas	informações	singulares
encontradas	somente	em	seus	Evangelhos.
Esta	proposição	não	explica	todos	os	fatos.	Teorias
alternativas	têm	sido	sugeridas.	Alguns
argumentam	pela	prioridade	de	Mateus	ao	invés	de
Marcos;	uns	poucos	sugerem	que	Lucas	foi	escrito
primeiro.	Alguns	até	têm	argumentado	que	João	foi
o	primeiro.	Vários	eruditos	enfatizam	uma	tradição
oral	que	deve	ter	precedido	à	escrita	desses
documentos,	sugerindo	sua	interdependência
literária.	A	maioria	dos	especialistas	do	Novo
Testamento	continua	a	aceitar	a	teoria	da	Dupla
Fonte	como	uma	hipótese	possível,	mas
reconhece	que	muitas	perguntas	ainda
permanecem	sem	resposta.
Em	última	análise,	a	direção	de	Deus	através	da
inspiração	era	o	fator	controlador.	Deus	usou
acontecimentos	históricos	e	a	pesquisa	pessoal	dos
escritores	dos	Evangelhos	para	cumprir
seus	propósitos	(cf.	Lc	1.1	-4).	O	trabalho	dos
eruditos	na	História	e	na	Literatura	não	deve	então
ser,	de	maneira	alguma,	rejeitado,	já	que	muitas
vezes	tem	trazido	luz	sobre	o	texto.	Por	outro	lado,
a	nossa	confiança	na	veracidade	das	Escrituras	não
depende	da	habilidade	de	especialistas	para
resolver	problemas	literários,	mas	no	poder	de
Deus	em	cumprir	suas	promessas	(Is	55.10-11;
2Tm	3.16-17).
O	Evangelho	Segundo
MATEUS
A	cura	de	um	leproso
A	família	de	Jesus
I	DISCIPLINA	ECLESIÁSTICA	E
EXCOMUNHÃO
O	plano	para	tirar	a	vida	de	Jesus
MARCOS
A	parábola	do	semeador
Jesus	prediz	a	sua	morte	e	ressurreição
O	grande	mandamento
O	sepultamento	de	Jesus
LUCAS
A	cura	de	um	endemoninhado	em	Cafamaum
O	discípulo	de	Jesus	deve	levar	a	sua	cruz
Os	sinais	dos	tempos
O	perigo	das	riquezas
Jesus	perante	Herodes
JOÃO
A	mulher	de	Samaria
Jesus	na	Festa	dos	Tabemáculos
A	ressurreição	de	Lázaro
A	videira	e	os	ramos
Os	soldados	deitam	sortes
ATOS	DOS	APÓSTOLOS
A	igreja	em	oração
A	conversão	de	Saulo
O	parecer	de	Tiago
Paulo	ora	com	eles
A	ilha	de	Malta
EPÍSTOLAS
ROMANOS
A	justificação	peta	fé	e	paz	com	Deus
As	provas	e	a	certeza	do	amor	de	Deus
O	dia	está	próximo
CORIIMTIOS
Respostas	a	perguntas	acerca	do	casamento
A	unidade	orgânica	da	igreja
Os	projetos	de	Paulo
CORÍNTIOS
O	ministério	da	reconciliação
Paulo	promete	investigar	e	castigar
GÁLATAS
Ou	a	lei	ou	Cristo
A	unidade	da	fé
FILIPENSES
Saudaçõese	bênção
COLOSSENSES
A	MÚSICA	NA	IGREJA
TESSALONICENSES
TESSALONICENSES
TIMOTEO
Os	falsos	mestres	e	os	perigos	da	riqueza
TIMÓTEO
TITO
FILEMOM
HEBREUS
Os	perigos	espirituais
O	privilégio	de	acesso	dos	crentes	à	presença	de
Deus
TIAGO
PEDRO
Vários	conselhos.	Votos,	saudações	finais	e
bênção
PEDRO
JOÃO
JOÃO
JOÃO
JUDAS
APOCALIPSE
A	visão	do	livro	selado	com	sete	selos	e	a	do
Cordeiro
A	primeira	voz
A	conclusão	do	livro
CALDEUS
QUARENTA
ADESTRAR	cf.	habilitar
ALÍVIO	cf.	descanso,	refrigério
ANSIEDADE	cf	aflição,	agonia,	angústia
ATENÇÃO
BOLA
CAPA	cf.	manto
CHOVER
CONFINS
CORAGEM	cf.	alento,	ânimo
DÉBIL	cf.	fraco
DESVALIDO
EDIFÍCIO	cf.	construção
ENTRETER
ESQUECIMENTO
FEBRE
FUGA
GUSANO
INFIDELIDADE	cf.	adultério
JORNADA
LENÇO
MANANCIAL	cf.	fonte
MIDIÃ
NADA
OLFATO
PAIRAR
PENALIZADO
PODER	verbo
PROFUNDEZA
RECENSEAR	cf.	contar
RESISTIRSABER	substantivo
SEGUNDO
SONHADOR
TESTEMUNHAR
TROVÃO
VIDRO
Plantas	do	Templo	descrito	no	livro	de
Ezequiel
MATEUS
Autor	Apesar	deste	Evangelho	não	indicar	o	seu
autor,	alguns	manuscritos	primitivos	incluem	a
inscrição:	"Segundo	Mateus".	Eusébio	(c.	260-340
d.C.)	nos	conta	que	Papias	(c.	60-130	d.C.),	um	dos
pais	da	Igreja	Primitiva,	falava	de	Mateus	como
tendo	organizado	os	"oráculos"	acerca	de	Jesus.	A
tradição	posterior	é	unânime	em	afirmar	que	o
discípulo	Mateus,	também	chamado	Levi	(9.9-13;
Mc
2.13-17),	foi	o	autor	deste	Evangelho,	e	até	o
século	XVIII	não	havia	dúvidas	acerca	dessa
tradição.
Há	alguns	problemas	com	a	tradição.	Em	primeiro
lugar,	Papias	aparentemente	disse	que	Mateus
"dispôs	os	oráculos	no	dialeto	hebraico."	Essa
afirmação	parece	indicar	que	Mateus	escreveu
em	hebraico	ou	em	aramaico,	e	eruditos	ressaltam
que	o	Evangelho	de	Mateus	não	dá	indicação	de
ser	uma	tradução	dessas	línguas.	Esse	livro	é
também	muito	parecido	com	o	Evangelho	de
Marcos	(ver	"Introdução	aos	Evangelhos	e	Atos"),
que	certamente	foi	escrito	em	grego.	É	possível	que
Mateus	tenha	escrito	tanto	em	hebraico	quanto	em
grego,	assim	como	Calvino	escreveu	suas	obras
tanto	em	latim	quanto	em	francês.
Em	segundo	lugar,	visto	que	Papias	não	falou	em
"evangelho,"	mas	sim	"oráculos,"	alguns	têm
identificado	esses	"oráculos"	como	sendo	uma	das
fontes	que	estão	por	detrás	da	escrita
dos	Evangelhos.	Mas	Eusébio	parece	ter	entendido
que	"oráculos"	significava	"evangelho"	e	Irineu	(c.
180	d.C.)	menciona	um	"evangelho"	de	Mateus
escrito	"para	os	hebreus	em	seu	próprio	dialeto".
Outras	objeções	a	respeito	da	autoria	de	Mateus
são	mais	especulativas.	Alguns	sugerem	que	o
Evangelho	pode	ter	sido	o	produto	de	um	grupo	de
escritores	("escola").	Sua	suposta	dependência	de
Marcos	e	a	suposta	composição	em	data
posterior	(ver	"Data	e	Ocasião")	são	tidas	como
razões	para	se	duvidar	da	autoria	de	Mateus.	Mas
essas	objeções	não	refutam	a	tradição	de	Mateus
ter	sido	o	seu	autor	exclusivo.
0	fato	do	autor	não	ter	se	identificado	demonstra
que	ele,	provavelmente,	achasse	que	conhecer	o
seu	nome	não	era	essencial	para	os	seus	leitores.
Trabalhando	através	do	autor	humano,	estava	o
autor	primário,	o	Espírito	Santo.
Data	e	Ocasião	A	referência	mais	antiga	ao
Evangelho	de	Mateus	é,	provavelmente,
encontrada	na	Epístola	aos	Esmirneanos,	de	Inácio	de
Antioquia	(c.	110	d.C.).	Dificilmente	se	poderia	datar
esse	livro	como	sendo	posterior	a	100	d.C.	Alguns
estudiosos	o	têm	datado	até	50	d.C.	Mas	muitos
críticos	o	datam	depois	da	destruição	de	Jerusalém,
geralmente	entre	os	anos	80-100.	Suas	razões
incluem	argumentos	como	a	suposição	de	que
Jesus	não	poderia	ter	predito	tais	acontecimentos
futuros,	como	a	destruição	de	Jerusalém;	a
teoria	de	que	a	teologia	trinitariana	do	Evangelho
(28.19)	e	a	cristologia	exaltada	(11.27)	são	idéias
posteriores	que	se	desenvolveram	num	ambiente
helenístico;	e	a	afirmação	de	que	a	palavra
"Rabino"	(mencionado	em	23.5-10)	não	era	usada
como	título	antes	do	ano	70	d.C.
Algumas	dessas	razões,	tal	como	a	de	que	Jesus
não	poderia	ter	predito	o	futuro	ou	de	que	uma
cristologia	muito	desenvolvida	é	helenística	e,
portanto,	posterior,	são	altamente	duvidosas	e
refletem	uma	rejeição	da	revelação	sobrenatural.
Além	disso,	há	alguma	evidência	no	contexto	do
livro	de	que	Mateus	foi	escrito	antes	da	destruição
de	Jerusalém	no	ano	70	d.C.	O	Evangelho
adverte	contra	os	saduceus,	um	grupo	que
rapidamente	perdeu	importância	depois	de	70	d.C.
e	que,	finalmente,	deixou	de	existir.	A	linguagem
usada	para	descrever	a	destruição	de	Jerusalém	no
cap.	24	reflete	as	profecias	do	Antigo	Testamento
acerca	do	julgamento	divino	que	Jesus	profetizou
como	parte	integrante	da	vinda	de	seu	reino.	Não
há	nenhuma	necessidade	de	explicar	o	conteúdo
do	cap.	24	como	sendo	a	lembrança	de	um
acontecimento	histórico	do	autor.
É	provável	que	o	escritor	deste	Evangelho	tenha
utilizado	o	Evangelho	de	Marcos.	Supondo-se	que
Marcos	tenha	sido	escrito	com	a	ajuda	do	apóstolo
Pedro	em	Roma,	uma	data	apropriada	para	Mateus
poderia	ser	estimada	entre	64-70	d.C.
O	local	mais	provável	para	a	escrita	do	Evangelho	é
Antioquia	da	Síria,	que	também	é	o	provável
destinatário	dela.	Inácio,	o	mais	antigo	escritor	a
citar	Mateus,	era	bispo	de	Antioquia.	A	congregação
em	Antioquia	era	de	origem	mista	judaica	e	gentia
(At	15),	e	isto	explicaria	os	problemas	de	legalismo
e	antinomismo	dos	quais	Mateus	trata	de	maneira
especial.
Características	e	Temas	Como	todos	os
Evangelhos,	o	propósito	de	Mateus	é	o	de	transmitir
os	ensinos	autorizados	de	Jesus	e	de	sua	pessoa,
cuja	vinda	marca	o	cumprimento	das	promessas	de
Deus	e	a	presença	do	reino	de	Deus.	Mateus	não
faz	nenhuma	divisão	entre	história	e	teologia.	Sua
história	é	a	base	de	sua	teologia,	e	a	teologia	dá	o
seu	próprio	significado	à	história.
Mateus	faz	uso	intenso	das	referências	de
"cumprimento"	do	Antigo	Testamento.	Suas	citações
não	são	apresentadas	como	predições	e
cumprimentos	isolados,	mas	como	prova	do
cumprimento	de	todas	as	promessas	do	Antigo
Testamento.	Essa	preocupação	afeta	a	maneira
pela	qual	Mateus	enfatiza	certos	elementos	na	sua
história.	Ele	mostra	a	ilegalidade	das	ações	do
Sinédrío	durante	o	julgamento	de	Jesus	(26.57-68),
a	distorção	da	mensagem	do	Antigo	Testamento
pelos	escribas	e	fariseus	(15.1-9),	e	a	natureza
pactuai	do	procedimento	de	Deus	para	com	seu
povo.
Algo	distintivo	que	também	encontramos	em
Mateus	é	a	sua	apresentação	dos	ensinos	de
Jesus,	divididos	em	cinco	discursos	principais:
ética,	discipulado	e	missão,	o	reino	dos	céus,	a
Igreja,	e	o	fim	dos	tempos.	Essas	cinco	divisões
podem	ter	sido	baseadas	nos	cinco	livros	de
Moisés,	com	o	intuito	de	apresentar	Jesus	como
sendo	o	Profeta,	assim	como	Moisés	em	Dt	18.18.
A	maioria	dos	estudiosos	hoje	reconhece	as	cinco
divisões	de	ensino	como	sendo	a	chave	para	a
estrutura	básica	de	Mateus,	especialmente	devido
ao	fato	de	cada	discurso	terminar	com	uma
expressão
como:	"Quando	Jesus	acabou	de	proferir	estas
palavras"	(7.28).	Além	disso,	parece	existir	uma
relação	entre	cada	discurso	e	a	narrativa	que	a
precede.	Também	se	nota	que	as	porções
narrativas	lidam	principalmente	com	a	questão	da
identidade	do	Rei,	enquanto	que	o	material
apresentado	nos	discursos	tende	a	focalizar	o
povo	do	Rei.
Dificuldades	de	Interpretação	Os
estudiosos	em	geral	concordam	que	tanto	Mateus
quanto	Lucas	se	apoiaram	no	Evangelho	de
Marcos	para	escrever	seus	próprios	Evangelhos
(ver	"Introdução	aos	Evangelhos	e	Atos").
Entretanto,	Mateus	e	Lucas	não	seguem	Marcos
em	todos	os	detalhes	relativos	à	ordem	dos
acontecimentos	da	vida	de	Jesus,	ou	à	ordem	de
seus	ensinamentos.	Mateus	e	Lucas	têm	algum
material	em	comum	não	encontrado	em	Marcos,
mas	aí	eles	também	diferem	um	do	outro	na
colocação	disso	dentro	do	ministério	de	Jesus.
Para	entendermos	a	cronologia	dos	Evangelhos,	é
importante
notar	que	o	próprio	relato	de	Marcos	não	é	um
diário	completo.	João	registra	que	Jesus	visitou
Jerusalém	várias	vezes	durante	um	período	de	cerca
de	três	anos,	enquanto	que	em	Marcos	os
acontecimentos	são	apresentados	de	maneira	tal
que	parecem	ter	ocorrido	no	período	de	um	ano,
culminando	com	uma	única	visita	de	Jesus	a
Jerusalém.	Em	outras	palavras,	o	Espírito	Santo	já
havia	guiado	Marcos	na	seleção	e	na	apresentação
dos	acontecimentos	do	ministério	de	Jesus	de	uma
maneira	particular.	Mateus	e	Lucas,	de	forma
semelhante,	foram	guiados	pelo	Espírito	na	seleção
e	apresentação	dos	acontecimentos.
Os	Evangelhos	não	apresentam	apenas	um	quadro
das	atividades	de	Jesus,	nem	tampouco	são
apenas	biografias	técnicas	e	modernas,	que
seguem	métodos	desconhecidos	em	seus	dias.
Os	três	Evangelhos	Sinóticos	são	escritos	pessoais
e	complementa-res;	não	são	três	tentativas
incompletas	de	realização	da	mesma	tarefa.	São
livros	espirituais	que,	juntamente	com	o	Evangelho
de	João,	oferecem	a	todas	as	gerações	Jesus
Cristo,	o	Verbo	encarnado.
Esboço	de	Mateus
I.				Prólogo	(caps.	1—2)
A.				A	genealogia	do	Rei	(1.1-17)
B.				0	nascimento	do	Rei	(1.18—2.23)
1.				Anúncioa	José	e	nascimento	de	Jesus	(1.18-25)
2.				Adoração	dos	magos	(2.1-12)
3.				"Do	Egito	chamei	o	meu	Filho"	(2.13-23)
II.				A	vinda	do	reino	(caps.	3—7)
A.				0	início	do	reino	em	Jesus	(3.1—4.11)
1.				Jesus	é	batizado	por	João	(cap.	3)
2.				A	tentação	no	deserto	(4.1	-11)
B.				0	anúncio	do	reino	(4.12-25)
C.				0	primeiro	discurso:	o	sermão	do	monte	(caps.	5—7)
1.				As	bem-aventuranças	(5.1-12)
2.				Interpretando	a	lei	para	o	reino	(5.13-48)
3.				A	piedade	no	reino:	caridade,	oração,	jejum
(6.1-18)
4.				Um	coração	para	o	reino	(6.19-34)
5.				Os	padrões	de	julgamento	no	reino	(cap.	7)
III.				As	obras	do	reino	(caps.	8—10)
A.				Cura	de	enfermos	e	o	chamado	dos	discípulos	(caps.	8—9)
B.				0	segundo	discurso:	a	missão	do	reino	(cap.	10)
IV.				A	natureza	do	reino	(caps.	11—13)
A.				A	identidade	de	João	e	de	Jesus	(caps.	11—12)
1.				Resposta	às	obras	de	Jesus	e	de	João	(cap.	11)
2.				Jesus,	o	senhor	do	sábado	(12.1	-13)
3.				0	começo	da	oposição	a	Jesus	(12.14-50)
B.				O	terceiro	discurso:	as	parábolas	do	reino	(cap.	13)
V.				A	autoridade	do	reino	(caps.	14—18)
A.	0	caráter	e	a	autoridade	de	Jesus	(caps.	14—17)
1.				A	morte	de	João	Batista	(14.1-12)
2.				Alimentando	as	multidões	e	o	fermento	dos	fariseus
(14.13—16.12)
3.	Revelando	o	Filho	de	Deus	e	sua	missão	(16.13—17.27)
B.	0	quarto	discurso:	o	caráter	e	a	autoridade	da	Igreja	(cap.	18)
VI.				As	bênçãos	e	os	julgamentos	do	reino	(caps.	19—25)
A.				Da	Galiléia	a	Jerusalém	(caps.	19—20)
1.	Avida	familiar	no	reino	(19.1-15)
2.				A	entrada	no	reino	(19.16—20.16)
3.				Abrindo	os	olhos	dos	cegos	espirituais	e	físicos
(20.17-34)
B.				0	Rei	entra	em	Jerusalém	(caps.	21—23)
1.				Entrada	triunfal	e	purificação	do	templo	(21.1-22)
2.				Parábolas	a	respeito	da	resistência	ao	Rei	(21.23—22.14)
3.				Conflito	com	os	fariseus	e	saduceus	(22.15—23.39)
C.				0	quinto	discurso:	o	julgamento	do	reino
(caps.	24—25)				,
1.				Sinais	do	fim	dos	tempos	(24.1-31)
2.				Parábolas	aconselhando	vigilância	(24.32—25.46)
VII.				Paixão	e	ressurreição	(caps.	26—28)
A.				Traição	e	aprisionamento	(26.1-56)
1.				Preparação	para	a	morte	de	Jesus	(26.1-16)
2.				A	última	ceia	e	Getsêmani	(26.17-56)
B.				O	julgamento	e	execução	do	Rei	(26.57—27.56)
1.				Julgamento	religioso	diante	do	Sinédrio
(26.57-75)				....
2.				Julgamento	civil	perante	Pilatos(27;1-26)
3.				A	crucificação	(27.27-56)
C.				Sepultamento	e	ressurreição	(27.57—28.20)
1.				Guardando	o	túmulo	(27.57-66)
2.				A	ressurreição	(28.1-15)
3.				A	grande	comissão	(28.16-20)
A	genealogia	de	Jesus	Cristo
1	Livro	da	"genealogia'	de	Jesus	Cristo,
6filho	de	Davi,	"filho	de	Abraão.2	Abraão
gerou	a	Isaque;	"Isaque,	a	Jacó;	Jacó,	a-
Oudá	e	a	seus	irmãos;3	ffudá	gerou	de
Tamar	a	Perez	e	a	Zera;h	Perez	gerou	a	Esrom;	Esrom,
a	Arão;4	Arão	gerou	a	Aminadabe;	Aminadabe,	a	Naassom;	Naassom,	a
Salmom;	5	Salmom	gerou	de	Raabe	a	'Boaz;	este,	de	Rute,	gerou
a	Obede;	e	Obede,	a	Jessé;	6'Jessé	gerou	ao	rei	Davi;	e	'o	rei	Davi,	a
Salomão,	da	que	fora	mulher	de	Urias;	7	m	Salomão	gerou	a	Roboão;
Roboão,	a	"Abias;	Abias,	a	2	Asa;8	Asa	gerou	a	"Josafá;	Josafá,	a	Jorão;
Jorão,	a	pUzias;	9Uzias	gerou	a	Jo-tão;	Jotão,	a	«Acaz;	Acaz,	a
Ezequias;	10rEzequias	gerou	a	Manassés;	Manassés,	a	JAmom;	Amom,
a	"Josias;	11	'Josias	gerou	a	4Jeconias	e	a	seus	irmãos,	no	tempo	do
"exílio	na	Babilônia.
12	Depois	do	exílio	na	Babilônia,	"Jeconias	gerou	a	Salatiel;	e	Salatiel,	a
*Zorobabel;13	Zorobabel	gerou	a	Abiúde;	Abiú-de,	a	Eliaquim;	Eliaquim,
a	Azor;	14Azor	gerou	a	Sadoque;	Sadoque,	a	Aquim;	Aquim,	a	Eliúde;	15
Eliúde	gerou	a	Elea-zar;	Eleazar,	a	Matã;	Matã,	a	Jacó.16	E	Jacó	gerou	a
José,	marido	de	"'Maria,	da	qual	nasceu	Jesus,	que	se	chama	o	Cristo.
17	De	sorte	que	todas	as	gerações,	desde	Abraão	até	Davi,	são	catorze;
desde	Davi	até	ao	exílio	na	Babilônia,	catorze;	e	desde	o	exílio	na
Babilônia	até	Cristo,	catorze.
O	nascimento	de	Jesus	Cristo
18	Ora,	"o	nascimento	de	Jesus	Cristo	foi	assim:	estando	Maria,	sua
mãe,	desposada	com	José,	sem	que	tivessem	antes
coabitado,	achou-se	grávida	"pelo	Espírito	Santo.19	Mas	José,	seu
esposo,	sendo	5justo	e	"não	a	querendo	infamar,	resolveu	deixá-la
secretamente.	20	Enquanto	ponderava	nestas	coisas,	eis	que	lhe
apareceu,	em	sonho,	um	anjo	do	Senhor,	dizendo:	José,	filho	de	Davi,
não	temas	receber	Maria,	tua	mulher,	dporque	o	que	nela	foi	gerado	é	do
Espírito	Santo.	21	"Ela	dará	à	luz	um	filho	e	lhe	porás	o	nome	de	6Jesus,
tporque	ele	salvará	o	seu	povo	dos	pecados	deles.22	Ora,	tudo	isto
aconteceu	para	que	se	cumprisse	o	que	fora	dito	pelo	Senhor
por	intermédio	do	profeta:
23	sEis	que	a	virgem	conceberá	e	dará	à	luz	um	filho,	e	ele	será
chamado	pelo	nome	de	Emanuel	(que	quer	dizer:	Deus	conosco).	24
Despertado	José	do	sono,	fez	como	lhe	ordenara	o	anjo	do	Senhor	e
recebeu	sua	mulher.	25	Contudo,	7não	a	conheceu,	enquanto	ela	não
Meu	à	luz	sum	filho,	a	quem	pôs	o	nome	de	Jesus.
A	visita	dos	magos
CAPÍTULO	1				1	a	Lc	3.23	*	Jo	7.42	"Gn	12.3;	22.18	'	Lit.	geração	2dGn
21.2,12	«Gn	25.26;	28.14/Gn	29.35	3£Gn	38.27;
49.10	h	Rt	4.18-22	5	'Rt	2.1;	4.1-13	6/TSm	16.1'2Sm	7.12;	12.24	7	m	iCr
3.10	"	2Cr	11.20	2NU	Asafe	8	°	1	Cr	3.10	P2Rs	15.13	9	<72Rs	15.38	10
"2Rs	20.21	«1Rs	13.2	3NU	Amos	11	MCr	3.15-16	"2Rs	24.14-16	40u
Conias	ou	Jeoaquim	l2"1Cr	3.17	^Ed	3.2	ló	^Mt	13.55	18	"Lc	1.27	*Lc
1.35	19	"Dt24.1	$	correto	20	^Lc	1.35	21	"Lc	1.31;	2.21	/Jo	1.29	6ut.
Salvador	23íls7.14				25	'''Lc	2.7,21	7	E|a	permaneceu	virgem	8	Cf.	NU;
TR	e	M	seu	filho,	o	primogênito
CAPÍTULO	2	1	"Lc	2.4-7	*Gn	25.6'Gr.mago/	2	"Lc	2.11	d[Nm	24.17]	4
"2Cr	36.14/20	34.13	£MI	2.7
2	"Tendo	Jesus	nascido	em	Belém	da
Judéia,	em	dias	do	rei	Herodes,	eis	que
vieram	uns	'magos	6	do	Oriente	a
Jerusalém.	2	E	perguntavam:	"Onde	está	o
recém-nascido	Rei	dos	judeus?	Porque
vimos	da	sua	estrela	no	Oriente	e	viemos
para	adorá-lo.	3	Tendo	ouvido	isso,
alarmou-se	o	rei	Herodes,	e,	com	ele,	toda
a	Jerusalém;	4	então,	convocando	"todos
os	principais	sacerdotes	e	7escribas	do
povo,	^indagava	deles	onde	o	Cristo	deveria
nascer.	5	Em	Belém	da	Judéia,
responderam	eles,	porque	assim	está
escrito	por	intermédio	do	profeta:
•1.1	Livro	da	Genealogia.	A	mesma	frase	é	usada	em	Gn	2.4;	5.1,	na
Septua-ginta,	tradução	grega	do	Antigo	Testamento	em	uso	comum	a
partir	de	150	a.C.	Aqui,	a	frase	pode	referir-se	não	só	à	genealogia	que
se	segue,	mas	ao	relato	do	nascimento	de	Jesus	ou	também	ao
Evangelho	como	um	todo.
Cristo.	Este	título	vem	da	palavra	grega	Christos,	que	significa	"ungido".
"Messias"	é	a	palavra	hebraica	para	"ungido"	(ver	nota	sobre	1	Sm	2.10).
No	Antigo	Testamento,	a	unção	com	óleo	podia	ser	realizada	para	o
ofício	de	profeta,	sacerdote	e	rei	(Êx29.7;	1	Sm	16.13;	1	Rs	19.16).	0
Antigo	Testamento	promete	a	vinda	do	justo	Servo	do	Senhor	(Is	42.1-9),
que	será	um	profeta	como	Moisés	(Dt	18.18-19),	um	sacerdote	como
Melquisedeque	(S1110.4)	e	um	rei	como	Davi,	o	ungido	do	Senhor	(Is
55.3-5;	Jr	30.9;	Ez	34.24;	Os	3.5;	Zc	12.8).	Mateus	revela	que	Jesus	é	o
Cristo,	o	prometido	Rei	e	Libertador.
•1.2	As	particularidades	desta'genealogia	diferem	da	que	encontramos
em	Lc	3.23-38.
•1.3-6	Mulheres	não	são	comumente	nomeadas	nas	genealogias	do
Oriente	Próximo,	mas	elas	são	inerentes	aos	propósitos	de	Deus	em
enviar	Cristo.	As	cinco	mulheres	nomeadas	na	genealogia	de	Jesus	nos
lembram	que	Deus,	com	freqüência,	realiza	o	inesperado	e	escolhe	o
improvável.	Tamar	(v.	3)	lembra-nos	o	fracasso	de	Judá	(Gn	38.6-30);
Raabe	(v.	5),	era	uma	prostituta	(Js	2);	Rute	era	uma	moabita	(Rt	1.4)	e,
por	isso,	sujeita	a	uma	maldição	especial	(Dt	23.3-5);	Bate-Seba,	mulher
de	Urias	(v.	6),	foi	a	derrocada	de	Davi	(2Sm	11).	Maria	cumpre	Is	7.14
(v.	23),	a	mais	importante	promessa	de	Gn	3.15	(Gl	4.4).
•1.17as	gerações...	catorze.	Mateus	organiza	a	genealogia	em	três
grupos	de	catorze,	para	mostrar	que	Deus	tem	um	propósito	na	história.
A	história	primitiva	conduzindo	a	Davi,	a	monarquia	conduzindo	ao	exílio,
a	história	de	Israel	pós-exílico,	todas	conduzem	a	e	apontam	para	Cristo.
Jeconiasé	incluído	no	se
gundo	e	terceiro	grupos	de	catorze;	esta	enumeração	está	em	harmonia
com	a	abreviação	que	Mateus	faz	da	genealogia	(v.	5;	cf.	Js	2;	v.	8;	cf.
2Cr	21.4—26.13).
•1.19	José...	resolveu	deixá-la	secretamente.	0	contrato	de	casamento
ligava	quase	tanto	quanto	o	próprio	casamento,	e	a	infidelidade	durante
o	noivado	tornava	o	divórcio	quase	obrigatório.
•1.21	Jesus.	É	o	equivalente	grego	de	"Josué",	que	significa	"Javé	é
salvação"	ou	"Javé	salva".	Com	freqüência,	em	nomes,	só	a	primeira
sílaba	do	nome	de	Deus	é	usada	(Exemplos:	Elias,	Isaías,	Josué).
•1.23	virgem.	Ver	nota	sobre	Is	7.14.	A	concepção	de	Jesus	por	uma
virgem	é	miraculosa,	anunciando	que	Deus	logo	redimirá	o	seu	povo	e
está	presente	com	ele.	Esta	citação	é	a	primeira	de	várias	referências
que	Mateus	usa	para	mostrar	que	Jesus	cumpre	o	Antigo	Testamento
(2.6,15,18,23	e	notas).	Em	todo	o	Evangelho	há	doze	de	tais	fórmulas	de
cumprimento	e	mais	de	cinqüenta	citações	do	Antigo	Testamento.	Ver	"0
Nascimento	Virginal	de	Jesus",	em	Lc	1.27.	•2.1	em	dias	do	rei
Herodes.	Sabe-se	que	Herodes,	o	Grande,	morreu	em	4	a.C.	Portanto,
Jesus	realmente	nasceu	no	ano	5	ou	6	a.C.,	de	acordo	com	a	maneira
de	datar	do	calendário	Gregoriano.
uns	magos.	Os	magos	não	eram	reis,	porém	sacerdotes	ou
conselheiros	de	corte,	tais	como	José	e	Daniel.	Eram,	provavelmente,	da
Mesopotamia,	região	da	antiga	Babilônia,	ainda	que	outros	lugares	a
leste	da	Palestina	tenham	sido	sugeridos.	Há	numerosos	registros	de
antigos	astrólogos	interpretando	fenômenos	astronômicos	como	anúncio
do	nascimento	de	reis.
•2.2	estrela.	Isto	pode	ter	sido	uma	conjunção	planetária,	uma
supernova	ou	algo	simplesmente	sobrenatural.	Qualquer	que	tenha	sido
o	caso,	alude	à	estrela	de	Jacó	(Nm	24.17),	que	foi	profetizada	por	outro
gentio,	Balaão.
6				"E	tu,	Belém,	terra	de	Judá,	não	és	de	modo	algum	a	menor	entre	as
principais	de	Judá;	porque	de	ti	sairá	o	Guia	'que	há	de	apascentar	a
meu	povo,	Israel.
7				Com	isto,	Herodes,	tendo	chamado	secretamente	os	^magos,	inquiriu
deles	com	precisão	quanto	ao	tempo	em	que	;a	estrela	aparecera.
8	E,	enviando-os	a	Belém,	disse-lhes:	Ide	informar-vos	cuidadosamente
a	respeito	do	menino;	e,	quando	o	tiverdes	encontrado,	avisai-me,	para
eu	também	ir	adorá-lo.	9	Depois	de	ouvirem	o	rei,	partiram;	e	eis	que	a
estrela	que	viram	no	Oriente	os	precedia,	até	que,	chegando,	parou
sobre	onde	estava	o	menino.10	E,	vendo	eles	a	estrela,	alegraram-se
com	grande	e	intenso	júbilo.	11	Entrando	na	casa,	viram	o	menino
com	Maria,	sua	mãe.	Prostrando-se,	o	adoraram;	e,	abrindo	os	seus
tesouros,	'entregaram-lhe	suas	ofertas:	ouro,	incenso	e	mirra.	12	Sendo
por	divina	advertência	prevenidos	mem	sonho	para	não	voltarem	à
presença	de	Herodes,	regressaram	por	outro	caminho	a	sua	terra.
A	fuga	para	o	Egito
13	Tendo	eles	partido,	eis	que	apareceu	um	anjo	do	Senhor	a	José,	em
sonho,	e	disse:	Dispõe-te,	toma	o	menino	e	sua	mãe,	foge	para	o	Egito	e
permanece	lá	até	que	eu	te	avise;	porque	Herodes	há	de	procurar	o
menino	para	o	matar.	14	Dispondo-se	ele,	tomou	de	noite	o	menino	e	sua
mãe	e	partiu	para	o	Egito;15	e	lá	ficou	até	à	morte	de	Herodes,	para	que
se	cumprisse	o	que	fora	dito	pelo	Senhor,	por	intermédio	do	profeta:
"Do	Egito	chamei	o	meu	Filho.
A	matança	dos	inocentes
10	Vendo-se	iludido	pelos	magos,	enfureceu-se	Herodes	grandemente	e
mandou	matar	todos	os	meninos	de	Belém	e	de	todos	os	seus
arredores,	de	dois	anos	para	baixo,	conforme	o	tempo	do	qual	com
precisão	se	informara	dos	magos.17	Então,	se	cumpriu	o	que	fora	dito
por	intermédio	do	profeta	Jeremias:	18	°Ouviu-se	um	clamor	em	Ramá,
pranto,	[choro]	e	grande	lamento;	era	Raquel	chorando	por	seus	filhos
e	inconsolável	porque	não	mais	existem.
A	volta	do	Egito
19	Tendo	Herodes	morrido,	eis	que	um	anjo	do	Senhor	apareceu	em
sonho	a	José,	no	Egito,	pe	disse-lhe:20	Dispõe-te,	toma	o	menino	e	sua
mãe	e	vai	para	a	terra	de	Israel;	porque	’já	morreram	os	que	atentavam
contra	a	vida	do	menino.21	Dispôs-se	ele,	tomou	o	menino	e	sua	mãe	e
regressou	para	a	terra	de	Israel.
22				Tendo,	porém,	ouvido	que	Arquelau	reinava	na	Judéia	em	lugar	de
seu	pai	Herodes,	temeu	ir	para	lá;	e,	por	divina	advertência	prevenido
em	"sonho,	retirou-se	"para	as	regiões	da	Galiléia.
23				E	foi	habitar	numa	cidade	chamada	'Nazaré,	para	que	se	cumprisse
"o	que	fora	dito	por	intermédio	dos	profetas:
Ele	será	chamado	Nazareno.
6	*Mq5.2	<Gn49.10:	[Ap2.27]	7/Nm24.17	2Gr.mago/	11'SI72.10:	Is60.6
12	m[Jó33.15-16];	Mt1.20	18	o	Jr	31.15	19	ALc	2.39	20<7Mt2.16	22	"Mt
2.12-13,19	"	Lc	2.39	23	íJo	1.45-46	"Jz	13.5
15	"Nm	24.8;	Os	11.1
insignificante	é,	na	verdade,	importante.	Os	peritos	religiosos	concluíram
dos	profetas	que	o	Messias	devia	nascer	em	Belém,	mas	nenhum	deles
preocupou-se	em	fazer	a	curta	viagem	com	os	magos,	para	ver	o	Cristo.
•2.11	casa.	Jesus	não	estava	mais	no	estábulo	(Lc	2.7).	Esta	visita
ocorreu	algum	tempo	depois	do	nascimento	(v.	1),	talvez	um	ano	ou	mais
(cf.	v.	16).	Ainda	que	dificilmente	os	magos	tivessem	consciência	do
pleno	valor	simbólico	de	seus	presentes,	Mateus	os	registra	para	mostrar
o	cumprimento	de	passagens	do	Antigo	Testamento,	onde	os	gentios
trazem	suas	riquezas	ao	rei	de	Israel	(SI	72.10;	Is	60.6).
•2.15	para	que	se	cumprisse.	Os	11.1	refere-se	a	Deus	chamando	seu
filho	Israel	para	fora	do	Egito,	por	ocasião	do	êxodo.	Mateus	quer	dizer
que	a	história	da	redenção	de	Israel	por	Deus	aponta	para	Jesus,	o
verdadeiro	Filho	de	Deus.	•2.18	Mateus	cita	Jr	31.15,	uma	profecia	a
respeito	do	retorno	de	Israel	do	exílio.	Raquel,	a	mãe,	representa	todo	o
Israel	em	suas	lágrimas,	e	a	partida	de	Cristo	para	o	Egito	é	como	a
partida	dos	filhos	de	Raquel,	José	e	Benjamim	para	o	Egito	(Gn	37.28:
43.15).
•2.23	Ele	será	chamada	Nazareno.	0	Antigo	Testamento	não	tem	um
versículo	que	corresponda	exatamente	a	este,	porém	note-se	que
Mateus	introduz	esta	referência	aos	profetas	em	termos	mais	gerais	do
que	suas	outras	citações.	Nazaré	era	o	domicílio	de	Cristo,	porém	o
ponto	de	vista	de	Mateus	é,	provavelmente,	de	que	Jesus	seria
desprezado	como	o	eram	os	habitantes	de	Nazaré	(Jo	1.46;	7.42,52).	Is
11.1	refere-se	ao	Messias	como	üm	"ramo"	(Hebr.	netzer)	da	raiz	de
Jessé;	Mateus	pode	ter	tido	esse	versículo	em	mente.
/Is	jornadas	do	nascimento	de	Jesus
•2.6	A	segunda	linha	da	citação	em	Mateus	parece	dizer	o	oposto	da
segunda	linha	de	Mq	5.2	("pequena	demais"),	mas	o	sentido	é	que,
ainda	que	Belém	pareça
0	decreto	de	César	Augusto	exigiu	que	Maria	e
José,	naturais	de	Nazaré,	se	registrassem	para	o
censo	na	cidade	de	Belém	da	Judéia	(Lc	2,1-5).
Após	a	visita	dos	sábios	do	Oriente	para	adorar	o
Menino,	José	seguiu	a	recomendação	dada	pelo
anjo	do	Senhor	e	levou	a	sua	família	ao	Egito,	onde
permaneceram	até	à	morte	de	Herodes,	o	Grande.
A	pregação	de	João	Batista
3	Naqueles	dias,	apareceu	"João	Batista
pregando	6no	deserto	da	Judéia	e	dizia:	2
Arrependei-vos,	porque	cestá	próximo	o
reino	dos	céus.3	Porque	este	é	o	referido
por	intermédio	do	profeta	Isaías:
dVoz	do	que	clama	no	deserto:"Preparai	o	caminho	do	Senhor,
endireitai	as	suas	veredas.
4	AJsava	João	vestes	de	pêlos	de	camelo	e	um	cinto	de	couro;	a	sua
alimentação	eram	£gafanhotos	e	"mel	silvestre.	5	'Então,	saíam	a	ter	com
ele	Jerusalém,	toda	a	Judéia	e	toda	a	circunvizinhança	do	Jordão;	6/e
eram	por	ele	batizados	no	rio	Jordão,	confessando	os	seus	pecados.7
Vendo	ele,	porém,	que	muitos	fariseus	e	saduceus	vinham	ao	batismo,
disse-lhes:	'Raça	de	víboras,	quem	vos	induziu	a	fugir	mda	ira	vindoura?
8	Produzi,	pois,	frutos	dignos	de	arrependimento;	9	e	não	comeceis	a
dizer	entre	vós	mesmos:	"Temos	por	pai	a	Abraão;	porque	eu	vos	afirmo
que	destas	pedras	Deus	pode	suscitar	filhos	a	Abraão.10	Já	está	posto	o
machado	à	raiz	das	árvores;	°toda	árvore,	pois,	que	não	produz	bom
fruto	é	cortada	e	lançada	ao	fogo.
João	dá	testemunho	de	Cristo
ii	pEu	vos	batizo	com	água,	para	arrependimento;	mas	aquele	que	vem
depois	de	mim	é	mais	poderoso	do	que	eu,	cujas	sandálias	não	sou
digno	de	levar.	’Ele	vos	batizará	com	o	Espírito	Santo	'	e	com	fogo.	*2rA
sua	pá,	ele	a	tem	na	mão	e	limpará	completamente	a	sua	eira;
recolherá	o	seu	trigo	no	celeiro,	mas	"queimará	a	palha	em
fogo	inextinguível.
O	batismo	de	Jesus
CAPÍTULO	3	1	«Mc	1.3-8	»Js	14.10	2"Dn2.44	3	«Ts40.3	«Lc	1.76	4/Mc
1.6^Lv	11.22	*	1	Sm	14.25-26	S'Mc1.5	6/At	19.4,18	7	'Mt	12.34	m[1Ts
1.10]	9«Jo8.33	lO»Mt7.19	11	/?Lc	3.16	<7	[Is	4.4;	Jo	20.22;	At	2.3-4;	1
Co	12.131	'M	omiteecom	fogo	12	rMI3.3	SMI	4.1;	Mt	13.30	13	'Mt	3.13-
17;	Mc	1.9-11;	Lc3.21-22;	Jo	1.31-34	“Mt	2.22	16	"Mc	1.10	*[ls	11.2]:	Lc
3.22;	Jo	1.32:	At	7.56	17zJo	12.28	«SI	2.7;	Is	42.1;	Mc	1.11;	Lc	1.35;
9.35:	Cl	1.13
13	'Por	esse	tempo,	dirigiu-se	Jesus	"da	Galiléia	para	o	Jordão,	a	fim	de
que	João	o	batizasse.u	Ele,	porém,	o	dissuadia,	dizendo:	Eu	é	que
preciso	ser	batizado	por	ti,	e	tu	vens	a	mim?	*5	Mas	Jesus	lhe
respondeu:	Deixa	por	enquanto,	porque,	assim,	nos	convém	cumprir
toda	a	justiça.	Então,	ele	o	admitiu.	,6	"Batizado	Jesus,	saiu	logo	da
água,	e	eis	que	se	lhe	abriram	os	céus,	e	viu	xo	Espírito	de	Deus
descendo	como	pomba,	vindo	sobre	ele.17	ZE	eis	uma	voz	dos	céus,
que	dizia:	"Este	é	o	meu	Filho	amado,	em	quem	me	comprazo.
•3.2	Arrependei-vos.	É	a	primeira	exigência	tanto	de	João	Batista	como
de	Jesus	(4.17).	0	arrependimento	não	consiste	apenas	em	mostrar
tristeza	pelo	pecado,	porém	em	uma	decisiva	mudança,	uma	volta	do
pecado	para	uma	vida	de	obediência.	"Arrepender-se"	traduz	a	idéia	do
Antigo	Testamento	do	"retorno"	de	Israel	à	fidelidade	da	aliança.	Não
significa	autopunição,	depressão	ou	remorso.	Judas	encheu-se	de
tristeza	e	de	angústia	(27.3),	mas	não	se	arrependeu.
Ver	'Arrependimento",	em	At	26.20.
está	próximo.	0	começo	da	obra	de	Deus	é	a	base	para	a	exigência	do
arrependimento.
o	reino	dos	cóus.	A	mensagem	de	João	Batista	apresenta	o	tema	do
ensino	de	Jesus.	Marcos	e	Lucas	o	denominam	"Reino	de	Deus"	(4.17;
cf.	Mc	1.15).	0	reino	de	Deus	é	o	que	os	profetas	do	Antigo	Testamento
aguardavam:	a	exibição	por	parte	de	Deus	da	sua	Soberania	na
redenção	do	seu	povo.	João	e	Jesus	proclamaram	que	o	tempo	de
espera	tinha	acabado	e	que	o	Rei	em	pessoa	tinha	chegado.	Com	a
morte	e	a	ressurreição	de	Cristo	e	a	difusão	das	boas	novas	para
todas	as	nações,	as	promessas	de	Deus	no	Antigo	Testamento	foram
amplamente	cumpridas	em	nosso	favor,	embora	ainda	aguardemos	sua
completa	finalização	quando	Cristo	retomar	em	juízo	(cap.	13	e	notas).
•3.3	Porque	este	é	o	referido.	João	Batista	proclama	a	vinda	do	Senhor
citando	Is	40.3.0	ministério	de	João	apontava	para	o	futuro,	como	os
profetas	do	Antigo	Testamento,	para	Um	maior	que	deveria	vir	(11.7-11;
At	19.4-5).
•3.6	batizados.	0	batismo	cristão	não	é	idêntico	ao	batismo	de	João
porque,	ainda	que	retenha	o	simbolismo	do	arrependimento	e	da
purificação	(At	22.16;	Ef	5.26),	o	batismo	cristão	é	realizado	em	nome	do
Deustriúno	(28.19)	e	simboliza	nossa	união	com	Cristo	na	sua	morte	e
ressurreição	(Rm	6.3-6;	1	Co	12.13;	Gl	3.27;	Cl	2.12).	Ver	nota	sobre	Mt
1.4.
•3.7	ira	vindoura.	0	Antigo	Testamento	prometeu	a	vinda	do	Senhor	em
justo	julgamento	(SI	96.13;	Zc	2.1-2;	Ml	3.2).	João	não	permitirá	aos
líderes	suporem	que	a	taça	da	ira	de	Deus	é	só	para	os	inimigos	de
Israel,	e	que	sua	própria	nação	escapará.	João,	posteriormente,	ficou
perplexo	por	Jesus	não	trazer	o	juízo	(11.2-3	e	notas).
•3.8	frutos	dignos	de	arrependimento.	Atos	que	indicassem	justiça
interior,	não	meramente	conformidade	exterior.	Pelo	fato	de	os	fariseus
se	considerarem	justos,	as	palavras	de	João	devem	tê-los	atingido	a
fundo.
•3.9	Temos	por	pai	a	Abraão.	Ainda	que	ser	judeu	incluísse	os
privilégios	externos	da	aliança	(Rm	9.4-5),	os	verdadeiros	filhos	de	Deus
o	são	só	em	virtude	do	ato	de	Deus.	Só	Deus	pode	aplicar	a	água	que
transforma	corações	de	pedra	(Ez
36.25-26).	Nem	um	judeu	por	nascimento,	nem	um	cristão	por
nascimento	podem	esperar	ser	poupados	do	julgamento,
independentemente	do	fruto	que	evidencia	arrependimento	e	fé.
•3.10	é	cartada.	Exatamente	como	o	reino	é	iminente,	assim	o	é	também
o	julgamento;	a	vinda	de	um	envolve	a	vinda	do	outro.	João,	contudo,
ainda	não	sabia	que	a	tarefa	de	Jesus	não	era	trazer	julgamento,	mas
sofrê-lo	(11.2	e	nota).
•3.11	Ele	vos	batizará	com	o	Espírito	Santo	e	com	fogo.	Purificar	com
fogo	descreve	o	batismo	sobrenatural	de	Deus,	contrastado	com	o
símbolo	da	purificação	com	água.	0	fogo	do	Espírito	renova	o	povo	de
Deus	e	consome	os	ímpios	como	palha	(Is	4.4;	Zc	13.9;	Ml	3.2-3;	4.1).	O
testemunho	de	João	a	respeito	de	Jesus	como	o	Senhor	que	tinha	vindo
(v.	3)	é	ampliado.	Como	Senhor,	Jesus	batiza	com	o	Espírito	e	executa	o
Juízo	Final.	Ver	"0	Batismo",	em	Rm	6.3.
•3.13-15	João	estava	relutante	em	batizar	Jesus	por	reconhecer	que	ele
não	necessitava	de	arrependimento.	Para	que	se	cumprisse	"toda	a
justiça",	Jesus	tinha	de	identificar-se	com	o	seu	povo,	como	o	que	levava
os	seus	pecados	(2Co	5.21).	Essencialmente,	o	batismo	de	João
apontava	para	Jesus,	porque	só	a	morte	de	Jesus	sobre	a	cruz	—	que
Jesus	chamou	de	"batismo"	(Lc	12.50)	—	poderia	tirar	os	pecados.	A
identificação	de	Jesus	com	seu	povo	incluía	seu	batismo	e	morte,	sua
unção	com	o	Espírito	e	sua	vitória	sobre	a	tentação.	Ver	"0	Batismo
de	Jesus",	em	Mc	1.9.
•3.15	justiça.	0	reino	de	Deusjseu	soberano	governo	na	salvação	e
julgamento)	é	definido	por	sua	justiça.	Jesus	ensina	a	perfeita	justiça	que
Deus	exige	(5.20,48).	Ele	assegura	também	a	justiça	de	Deus	para	os
pecadores.	Seu	batismo	aponta	para	a	sua	morte	como	um	"resgate	por
muitos"	(20.28)	e	mostra	a	perfeita	obediência	na	qqal	ele	cumpre	toda
justiça	(Jr	23.5-6).	A	remissão	de	pecados	e	o	dom	da	justiça	são
recebidos	através	da	fé	em	Jesus	(8.10;	23.23;	cf.	21.32).	Aqueles	a
quem	falta	a	justiça	de	Deus,	mas	têm	fome	e	sede	dessa	justiça,	serão
fartos	(5.6;	6.33).	Jesus	chama	os	sobrecarregados	com	o	peso	da
justiça	própria	para	que	busquem	nele	seu	descanso	(11.28—12.8).
•3.16-17	0	testemunho	dos	céus	confirma	a	identificação	de	Jesus	como
o	Servo	do	Senhor	(Is	42.1;	cf.	Ex	4.22)	e	o	relaciona	com	o	reinado
messiânico	(SI	2.7).
•3.16	como	pomba.	O	aparecimento	do	Espírito	em	forma	de	pomba
lembra-nos	a	atividade	criativa	do	Espírito	em	Gn	1.2	e	pode	apontar
para	o	começo	da	nova	criação	através	do	ministério	de	Jesus	(1.1,
nota).
A	tentação	de	Jesus
4	A	seguir,	5foi	Jesus	levado	*pelo	Espírito	ao	deserto,	para	ser
tentado	pelo	diabo.2	E,	depois	de	jejuar	quarenta	dias	e	quarenta	noites,
teve	fome.	3	Então,	o	tentador,	aproximando-se,	lhe	disse:	Se	és	Filho	de
Deus,	manda	que	estas	pedras	se	transformem	em	pães.4	Jesus,	porém,
respondeu:	Está	escrito:	cNão	só	de	pão	viverá	o	homem,	mas	de	toda
palavra	que	procede	da	boca	de	Deus.
5	Então,	o	diabo	o	levou	dk	Cidade	Santa,	colocou-o	sobre	o	pináculo
do	templo	6	e	lhe	disse:	Se	és	Filho	de	Deus,	atira-te	abaixo,	porque	está
escrito:
eAos	seus	anjos	ordenará	a	teu	respeito	que	te	guardem;
e:
files	te	susterão	nas	suas	mãos,	para	não	tropeçares	nal-guma	pedra.
7	Respondeu-lhe	Jesus:	Também	está	escrito:
^Não	'tentarás	o	Senhor,	teu	Deus.
8	Levou-o	ainda	o	diabo	a	um	monte	muito	alto,	''mostrou-lhe	todos	os
reinos	do	mundo	e	a	glória	deles9	e	lhe	disse:	Tudo	isto	te	darei	se,
prostrado,	me	adorares.10	Então,	Jesus	lhe	ordenou:	2Retira-te,	Satanás,
porque	está	escrito:
'Ao	Senhor,	teu	Deus,	adorarás,	e	só	a	ele	darás	culto,	n	Com	isto,	h
deixou	o	diabo,	e	eis	que	'vieram	anjos	e	o	serviram.
Jesus	volta	para	a	Galiléia
12	mOuvindo,	porém,	Jesus	que	João	fora	preso,	retirou-se	para	a
Galiléia;13	e,	deixando	Nazaré,	foi	morar	em	Cafarna-	1	2
um,	situada	à	beira-mar,	nos	confins	de	Zebulom	e	Naftali;	14	para	que
se	cumprisse	o	que	fora	dito	por	intermédio	do	profeta	Isaías:
is	«Terra	de	Zebulom,	terra	de	Naftali,	caminho	do	mar,	além	do	Jordão,
Galiléia	dos	gentios!
16	«o	povo	que	jazia	em	trevas	viu	grande	luz,	e	aos	que	viviam	na
região	e	sombra	da	morte	resplandeceu-lhes	a	luz.
17				pDaí	por	diante,	passou	Jesus	a	pregar	e	a	dizer:	9Arre-pendei-vos,
porque	3	está	próximo	o	reino	dos	céus.
A	vocação	de	discípulos
18				"Caminhando	junto	ao	mar	da	Galiléia,	viudois	irmãos,	Simão,
"chamado	Pedro,	e	André,	que	lançavam	as	redes	ao	mar,	porque	eram
pescadores.	19	E	disse-lhes:	Vinde	após	mim,	e	feu	vos	farei	pescadores
de	homens.	20	Então,	“eles	deixaram	imediatamente	as	redes	e	0
seguiram.	21	"Passando	adiante,	viu	outros	dois	irmãos,	Tiago,	filho	de
Zebedeu,	e	João,	seu	irmão,	que	estavam	no	barco	em	companhia	de
seu	pai,	consertando	as	redes;	e	chamou-os.	22	Então,	eles,	no	mesmo
instante,	deixando	0	barco	e	seu	pai,	0	seguiram.
Jesus	prega	por	toda	a	Galiléia	e	cura	muitos
enfermos
23	Percorria	Jesus	toda	a	Galiléia,	"ensinando	nas	sinagogas,	pregando
0	"evangelho	do	reino	ae	curando	toda	sorte	de	doenças	e
enfermidades	entre	0	povo.	24	E	4a	sua	fama	correu	por	toda	a
Síria;6trouxeram-lhe,	então,	todos	os	doentes,
•4.1	tentado.	Ainda	que	Deus	mesmo	não	tente	ninguém	(Tg	1.13),	as
tentações	que	sofremos	estão	incluídas	no	soberano	plano	de	Deus	para
o	nosso	bem.	Se	vencermos,	seremos	fortalecidos:	se	sucumbirmos,
reconheceremos	mais	claramente	a	necessidade	que	temos	de	mais
santificação	e	graça.
A	tentação	de	Jesus	(vs.	1-11)	forma	um	paralelo	com	a	provação	de
Israel	no	deserto.	Os	quarenta	dias	correspondem	aos	quarenta	anos	de
caminhada	do	povo	(cf.	Nm	14.34).	Este	evento	recorda	Dt8.1-5,	usado
por	Jesus	em	resposta	a	uma	das	tentações.	A	experiência	de	Israel	no
deserto	foi	o	tipo	ou	a	sombra	da	tentação	de	Jesus	no	"deserto",	após	o
batismo.
As	tentações	apelam	para	motivações	comuns:	impulsos	físicos,	orgulho
e	desejo	de	possessões	(1	Jo	2.16).	Cada	uma	delas	é	apontada
especialmente	ao	Messias.	Satanás	apela	para	Jesus	em	termos	do	seu
direito	divino:	“Se	és	Filho	de	Deus"	(vs.	3,6;	cf.	27.40).	A	terceira
tentação	oferece	para	Jesus	um	caminho	para	a	realeza	que	evita	a
cruz.	Jesus	foi	tentado	em	tudo	aquilo	em	que	nós	também	somos
tentados	(Hb	4.15),	mas	não	pecou.	Ele	nos	representa	diante	de	Deus
como	o	"misericordioso	e	fiel	sumo	sacerdote"	(Hb	2.17),	porque
conhece,	por	meio	de	sua	natureza	humana,	o	que	é	resistir	às
tentações.	(Ver	"A	Impecabi-lidade	de	Jesus",	em	Hb	4.15).
•4.3	Filho	de	Deus.	Ver	nota	em	16.16.
•4.4	mas	de	toda	palavra.	Em	Dt	8.3,	isto	se	refere	à	Palavra	de	Deus
de	orientação	no	deserto	e	sua	provisão	de	maná.	Jesus	não
abandonará	sua	confiança	em	Deus,	sabendo	que	ele	proverá.	Jesus
respondeu	a	cada	tentação	de	Satanás	reportando-se	às	Escrituras.	A
"espada	do	Espírito"	é	a	Palavra	de	Deus	(Ef	6.17),	e	Jesus	confiou	nas
Escrituras	para	obter	a	vitória	ern	sua	luta	espiritual.	Ver	"A	Palavra	de
Deus:	As	Escrituras	como	Revelação",	em	Êx	32.16.
•4.5	pináculo	do	templo.	Parte	do	muro	do	templo	estava	sobre	a
extremidade	do	vale	de	Cedrom,	onde	havia	uma	enorme	queda,	desde
aquele	nível	até	o	fundo,	no	vale.
•4.6	Satanás	cita	as	Escrituras,	mas	usa	o	SI	91.11-12	de	um	modo
exatamente	oposto	ao	do	sentido	original.	0	SI	91	é	uma	exortação	para
se	confiar	em	Deus;	Satanás	tenta	substituir	a	confiança	por	um	teste,
lançando	dúvida	sobre	a	fidelidade	de	Deus.	Não	há	lugar	para	a
presunção	em	uma	grande	fé.	Fé	e	presunção	são	incompatíveis.	Ver
"Satanás",	em	Jó	1.6.
•4.10	Jesus	rejeita	a	idolatria	como	o	total	zelo	do	verdadeiro	culto.	Ele
ordena	a	Satanás	que	se	retire,	porque	venceu	"o	valente"	(Mt	12.29).
•4.15	Galiléia	dos	gentios.	Mateus	realça	o	enfoque	de	Jesus	sobre	a
nação	de	Israel,	durante	o	seu	ministério	terreno	(10.5-6).	Contudo,	sua
observação	de	que	o	ministério	de	Jesus	cumpre	Is	9.2	mostra	que	o
mandato	de	ir	aos	gentios,	em	Mt	28.19,	não	é	uma	reflexão	posterior;	o
propósito	último	sempre	incluiu	as	nações.
•4.17	Daí	por	diante.	Esta	frase,	que	ocorre	também	em	16.21	("desde
esse	tempo"),	marca	o	momento	de	mudança	do	período	de	preparação
para	o	período	do	ministério	público	de	Jesus.
Arrependei-vos.	Ver	"Arrependimento",	em	At	26.20.
•4.23	ensinando...	pregando...	curando.	Ensinar	envolvia	a
comunicação	da	natureza	e	propósito	do	reino	de	Deus,	como	é	visto	no
Sermão	do	Monte	(caps.	5—7)	e	nas	parábolas	do	reino	(cap.	13).
Pregar	era	anunciar	as	boas	novas	de	que	o	reino	de	Deus	estava
próximo,	e	que	seus	soberanos	propósitos	na	história	estavam	sendo
finalmente	realizados.	Curar,	bem	como	ensinar	e	pregar,	era	sinal	de
que	o	reino	já	tinha	vindo	(11.5).
•4.24	Síria.	No	uso	romano.	Síria	aplicava-se	virtualmente	a	toda
Palestina,	com	exceção	da	Galiléia	(cf.	Lc	2.2).	É	provável	que	um
galileu	tivesse	entendido	que	"Síria"	se	referia	ao	território	exatamente
ao	norte	da	Galiléia,	do	Mediterrâneo	a	Damasco.
acometidos	de	várias	enfermidades	e	tormentos:	endemoninha-dos,
lunáticos	e	paralíticos.	E	ele	os	curou.	25	CE	da	Galiléia,	5Decápolis,
Jerusalém,	Judéia	e	dalém	do	Jordão	numerosas	multidões	o	seguiam.
O	sermão	do	monte
As	bem-aventuranças
5	Vendo	Jesus	as	multidões,	"subiu	ao
monte,	e,	como	se	assentasse,
aproximaram-se	os	seus	discípulos;	2	e
ele	passou	a	'’ensiná-los,	dizendo:
3	Bem-aventurados	os	humildes	de	espírito,	porque	deles	é	o	reino	dos
céus.
4	Bem-aventurados	os	que	choram,	porque	serão	consolados.
5	Bem-aventurados	os	mansos,	porque	herdarão1	a	terra.
6	Bem-aventurados	^os	que	têm	fome	e	sede	de	justiça,	Aporque	serão
fartos.
7	Bem-aventurados	os	misericordiosos,	'porque	alcançarão	misericórdia.
8	Bem-aventurados	os	limpos	de	coração,	porque	'verão	a	Deus.
9	Bem-aventurados	os	pacificadores,	porque	serão	chamados	filhos	de
Deus.
25	cMc	3.7-8	5	Lit.	Dez	Cidades
CAPÍTULO	5	1	^Mc	3.13	2	*	[Mt	7.29]	3"Lc6.20-23	4	^Ap	21.4	5	«SI
37.11/[Rm	4.13]	1	Ouopaís	6	íLc	1.53	*	[Is	55.1;	65.13]	7	'SI	41.1
8/S115.2;	24.4'1Co	13.12	lO"MPe3.14	11	"Lc6.22	»1Pe4.14	12
P1Pe4.13-14	<?At7.52	13	^Lc	14.34	14s[Jo	8.12]	15	'Lc	8.16	16	“	1	Pe
2.12	NJo	15.8]				l7*Rm10.4
A
10				m	Bem-aventurados	os	perseguidos	por	causa	da	justiça,	porque
deles	é	o	reino	dos	céus.
11				"Bem-aventurados	sois	quando,	por	minha	causa,	°vos	injuriarem,	e
vos	perseguirem,	e,	mentindo,	disserem	todo	mal	contra	vós.	12	p
Regozijai-vos	e	exultai,	porque	é	grande	o	vosso	galardão	nos	céus;
pois9	assim	perseguiram	aos	profetas	que	viveram	antes	de	vós.
Os	discípulos,	o	sal	da	terra
13				Vós	sois	o	sal	da	terra;	'ora,	se	o	sal	vier	a	ser	insípido,	como	lhe
restaurar	o	sabor?	Para	nada	mais	presta	senão	para,	lançado	fora,	ser
pisado	pelos	homens.
Os	discípulos,	a	luz	do	mundo
14				sVós	sois	a	luz	do	mundo.	Não	se	pode	esconder	a	cidade	edificada
sobre	um	monte;	15	'nem	se	acende	uma	candeia	para	colocá-la	debaixo
do	alqueire,	mas	no	velador,	e	alumia	a	todos	os	que	se	encontram	na
casa.	i6	Assim	brilhe	também	a	vossa	luz	diante	dos	homens,	"para	que
vejam	as	vossas	boas	obras	e	‘'glorifiquem	a	vosso	Pai	que	está	nos
céus.
Jesus	não	veio	revogar	a	Lei,	mas	cumprir
17	"Não	penseis	que	vim	revogar	a	Lei	ou	os	Profetas;	não	vim	para
revogar,	vim	para	cumprir.	*8	Porque	em	verdade
lunáticos.	(Epiléticos)	0	único	outra	lugar	em	que	esta	palavra	aparece,
no	Novo	Testamento,	é	em	Mt	17.15,	onde	ela	é	aplicada	a	um	menino
endemoninhado	que	exibe	sintomas	de	ataque	epiléptico.
•5.1—7.29	0	Sermão	do	Monte	é	o	primeiro	dos	cinco	grandes	blocos	do
ensino	de	Jesus	em	Mateus	(Introdução:	Características	e	Temas).	É	a
afirmação	clássica	da	ética	do	reino	de	Deus.	A	igreja	primitiva	favoreceu
uma	interpretação	literal,	porém	aplicava	integralmente	o	Sermão
apenas	a	classes	especiais	de	cristãos,	especialmente	monásticos.
Outros,	tais	como	os	anabatistas,	têm	tentado	aplicá-lo	literalmente	a
todos	os	cristãos.	Ainda	outros	o	têm	considerado	como	legalista,	como
um	código	temporário	ou	provisório,	ou	como	uma	forma	realçada	da	lei
de	Moisés,	com	o	objetivo	de	induzir	ao	arrependimento
(Lutero).	Finalmente,	alguns	têm	argüido	que	as	exigências	do	Sermão
não	devem	ser	entendidas	literalmente,	mas	que	Jesus	estava	mais
preocupado	com	a	disposição	interior	do	que	com	a	conduta	exterior,	ou
que	a	severidade	do	Sermão	intentava	compelir	quaisquer	ouvintes	a
uma	decisão	a	favor	ou	contra	as	exigências	de	Deus	sobre	suas	vidas.
Devemos	reconhecer	que	o	Sermão	é	dirigido	aos	seus	discípulos	e,
através	deles,	a	toda	aigreja	hoje.	0	Sermão	destina-se	tanto	a	motivos
interiores	quanto	à	conduta	exterior	(5.21-22,27-28).	Estas	legítimas
exigências	são	tão	estritas	(5.48)	que	ninguém	consegue	obedecê-las
completamente	e,	portanto,	somos	guiados	à	graça	e	à	misericórdia	de
Deus.	Em	alguns	casos,	Jesus	obviamente	emprega	exagero	intencional
pata	ilustrar	as	exigências	absolutas	da	lei	de	Deus	(5.29-30).
•5.1	subiu	ao	monte.	0	conteúdo	deste	sermão	é	semelhante	ao	sermão
da	planície,	registrado	em	Lc	6.
como	se	assentasse.	Era	costume	os	mestres	assentarem-se	para
ensinar	(Lc	4.20).
•5.3	Bem-aventurados.	Isto	significa	mais	do	que	um	estado	emocional
representado	pela	palavra	"feliz".	Inclui	bem-estar	espiritual,	tendo	a
aprovação	de	Deus	e,	assim,	um	destino	mais	feliz	(S11).
humildes	de	espírito.	Os	que	têm	maior	necessidade	espiritual	estão
mais	aptos	para	perceber	essa	necessidade	e	depender	só	de	Deus	e
não	da	sua	própria	bondade.	Paulo	observa	o	mesmo	princípio	em	Rm
9.30-31.	0	paralelo	em	Lc	6.20	omite	"de	espírito".	Isto	tem	levado	muitos
a	suporem	que	Jesus,	primariamente,	se	referiu	aos	materialmente
pobres.	Pobreza	material	e	reconhecimento
da	necessidade	espiritual	frequentemente	andam	juntas	(SI	9.18,	nota),
mas	as	duas	espécies	de	pobreza	não	são	idênticas.
•5.4	os	que	choram.	0	contexto	indica	que	estão	chorando	por	causa	do
pecado	e	do	mal,	especialmente	os	deles	mesmos,	e	por	causa	do
fracasso	da	humanidade	em	dar	a	glória	devida	a	Deus.
•5.5	mansos.	Esta	bem-aventurança	assemelha-se	à	do	SI	37.11	e,
talvez,	esteja	baseada	nela.	A	mansidão	aqui	referida	é	de	natureza
espiritual,	uma	atitude	de	humildade	e	submissão	a	Deus.	Nosso	modelo
de	mansidão	é	Jesus	(a	mesma	palavra	grega	é	empregada	para	Cristo
em	11.29),	que	se	submete	à	vontade	de	seu	Pai.
herdarão	a	terra.	0	último	cumprimento	da	promessa	a	Abraão,	que
Paulo	chama	"herdeiro	do	mundo"	(Rm	4.13;	cf.	Hb	11.16).
•5.6	fome...	de	justiça.	Os	que	procuram	a	justiça	de	Deus	recebem
aquilo	que	desejam,	e	não	os	que	confiam	em	sua	própria	justiça.
•5.8	verão	a	Deus.	Pelo	fato	de	Deus	ser	um	espírito,	sua	essência
divina	é	invisível	(Cl	1.15;	1Tm	1.17;	6.16).	Não	obstante,	os	crentes
"verão"	a	Deus	através	dos	olhos	da	fé,	e	Jesus	assegurou	aos	seus
discípulos	que,	vendo-o,	vêem	o	Pai	(Jo	14.9).	No	estado	glorificado,	os
filhos	de	Deus	o	verão	"como	ele	é"	(1	Jo	3.2).	•5.9	pacificadores.	Paz
espiritual	e	não	a	cessação	da	violência	física	entre	as	nações	é	o	que
se	tem	em	vista	aqui.	Mesmo	que	o	termo	seja	geralmente	entendido	no
sentido	daqueles	que	ajudam	outros	a	encontrar	a	paz	com	Deus,
esta	paz	pode	também	ser	entendida	como	aqueles	que	alcançam	sua
própria	paz	com	Deus	e	são	chamados	seus	filhos.	0	princípio	é
ampliado	nos	vs.	44-45	—	os	filhos	de	Deus	buscam	a	paz	mesmo	com
seus	próprios	inimigos.
•5.13	sal.	0	valor	primário	do	sal	não	estava	em	seu	uso	como
condimento,	mas	em	sua	capacidade	de	preservar.	Os	discípulos	devem
ser	obstáculos	à	expansão	da	corrupção	no	mundo.	Os	depósitos	de	sal,
ao	longo	do	mar	Morto,	contêm	não	só	o	cloreto	de	sódio,	mas	uma
variedade	de	outros	minerais	também.	Este	sal	pode	tornar-se	sem
utilidade	quando	a	chuva	lava	sua	salinidade,	tornando-o	insípido	no
correr	dos	anos.	Ver	"Os	Cristãos	no	Mundo",	em	Cl	2.20.
•5.14	Ver	Is	60.1-3.
•5.16	Ver	"A	Missão	da	Igreja	no	Mundo",	em	Jo	20.21.
•5.17	a	Lei	ou	os	Profetas.	Um	modo	de	referir-se	a	todo	o	Antigo
Testamento.
vos	digo:	zaté	que	o	céu	e	a	terra	passem,	nem	um	2i	ou	um	3tiVjamais
passará	da	Lei,	até	que	tudo	se	cumpra.3	4	5	6	"Aquele,	pois,	que	violar
um	destes	mandamentos,	posto	que	dos	menores,	e	assim	ensinar	aos
homens,	será	considerado	mínimo	no	reino	dos	céus;	aquele,	porém,
que	os	observar	e	ensinar,	esse	será	considerado	grande	no	reino	dos
céus.	20	Porque	vos	digo	que,	se	a	vossa	'’justiça	não	exceder	em	muito
a	dos	escribas	e	fariseus,	jamais	entrareis	no	reino	dos	céus.
Jesus	completa	o	que	foi	dito	aos	antigos
Do	homicídio
21	Ouvistes	que	foi	dito	aos	antigos:	cNão	matarás;	e:	Quem	matar	estará
sujeito	a	julgamento.	7	Eu,	porém,	vos	digo	que	"todo	aquele	que	[sem
motivo)	se	irar	contra	seu	irmão	estará	sujeito	a	julgamento;	e	quem
proferir	um	‘'insulto	a	seu	irmão	estará	sujeito	a	julgamento	do	tribunal;
e	quem	lhe	chamar:	eTolo,5	estará	sujeito	ao	inferno	de	"fogo.	23-'Se,
pois,	ao	trazeres	ao	altar	a	tua	oferta,	ali	te	lembrares	de	que	teu	irmão
tem	alguma	coisa	contra	ti,	^deixa	perante	o	altar	a	tua	oferta,	vai
primeiro	reconciliar-te	com	teu	irmão;	e,	então,	voltando,	faze	a	tua
oferta.	25	h	Entra	em	acordo	sem	demora	com	o	teu	adversário,
'enquanto	estás	com	ele	a	caminho,	para	que	o	adversário	não	te
entregue	ao	juiz,	o	juiz,	ao	oficial	de	justiça,	e	sejas	recolhido	à	prisão.	26
Em	verdade	te	digo-que	não	sairás	dali,	enquanto	não	pa-gares	o	último
centavo.
Do	adultério
27	Ouvistes	que	foi	7dito:	'Não	adulterarás.28	Eu,	porém,	vos	digo:
qualquer	que	'olhar	para	uma	mulher	com	intenção	impura,	no
coração,	já	adulterou	com	ela.
29	mSe	o	teu	olho	direito	te	faz	''tropeçar,	"arranca-o	e	lança-o	de	ti;
pois	te	convém	que	se	perca	um	dos	teus	membros,	e	não	seja	todo	o
teu	corpo	lançado	no	inferno.30	E,	se	a	tua	mão	direita	te	faz	’tropeçar,
corta-a	e	lança-a	de	ti;	pois	te	convém	que	se	perca	um	dos	teus
membros,	e	não	vá	todo	o	teu	corpo	para	o	inferno.31	Também	foi	dito:
"Aquele	que	repudiar	sua	mulher,	dê-lhe	carta	de	divórcio.32	Eu,	porém,
vos	digo:	’qualquer	que	repudiar	sua	mulher,	exceto	em	caso
de	'relações	sexuais	ilícitas,	a	expõe	a	tornar-se	adúltera;	e	aquele	que
casar	com	a	repudiada	comete	adultério.
Dos	juramentos
33	Também	ouvistes	que	’foi	dito	aos	antigos:	"Não	jurarás	falso,	mas
'cumprirás	rigorosamente	para	com	o	Senhor	os	teus	juramentos.34	Eu,
porém,	vos	digo:	'de	modo	algum	jureis;	nem	pelo	céu,	por	ser	"o	trono
de	Deus;3S	nem	pela	terra,	por	ser	estrado	de	seus	pés;	nem	por
Jerusalém,	por	ser	cidade	“do	grande	Rei;	36	nem	jures	pela	tua	cabeça,
porque	não	podes	tomar	um	cabelo	branco	ou	preto.37	’'Seja,	porém,	a
tua	palavra:	Sim,	sim;	não,	não.	O	que	disto	passar	vem	do	maligno.
Da	vingança
38	Ouvistes	que	foi	dito:	z01ho	por	olho,	dente	por	dente.
não	vim	para	revogar.	As	correções	expostas	nos	vs.	21-48	devem	ser
lidos	à	luz	desta	observação	de	abertura.	Ao	cumprir	a	lei,	Jesus	não
altera,	substitui	ou	anula	os	mandamentos	anteriores:	antes,	ele
estabelece	seu	verdadeiro	intuito	e	propósito	em	seu	ensino,	e	os
cumpre	em	sua	vida	obediente.	A	Lei,	bem	como	os	Profetas,	apontam
para	Cristo.	Ver	"A	Lei	de	Deus",	em	Êx	20.1.
•5.18	til.	Uma	diminuta	extensão	sobre	certas	letras	do	alfabeto
hebraico,	até	que	tudo	se	cumpra.	A	plena	manifestação	do	reino	de
Deus	[caps.	24—25),	pela	qual	os	crentes	devem	orar	(6.10).
•5.20	se	a	vossa	justiça	não	exceder.	Jesus	não	critica	os	fariseus	por
sua	estrita	observância	da	lei,	mas	pela	ênfase	que	dão	à	conformidade
externa	com	ela,	sem	uma	atitude	interior	adequada	(cap.	23).	Por
focalizarem	os	aspectos	externos,	evitavam	o	real	intento	da	lei	e,	assim,
obscurecem	suas	reais	exigências.	Os	textos	de	Qumran	referem-se	aos
fariseus	como	"os	que	andam	atrás	de	coisas	suaves",	porque	eles
ajustavam	e	comprometiam	a	lei	às	realidades	da	vida.	Tal	acomodação
eliminava	a	consciência	da	necessidade	da	graça	e	da	dependência	de
Deus.	Nos	versos	seguintes,	Jesus	restaura	a	verdadeira	natureza	da	lei
de	Deus,	e	diz	que	ela	obriga	total	e	radical	santidade.	Jesus	exige	uma
mais	profunda	obediência,	e	não	descaso	ao	mandamento	de	Deus.
•5.21	Ouvistes	que	foi	dito.	Não	o	ensino	da	lei	de	Deus	propriamente,
com	suas	promessas,	mas	o	ensino	da	lei	ministrado	por	escribas	e
fariseus	(Ver	nota	no	v.	43).
•5.22	Tolo.	Aparentemente,	a	lei	judaica	tinha	sanções	contra	o	insulto
específico	fíaca,	mas	Jesus	mostra	que	qualquer	abuso	verbal	sujeita	o
indivíduo	à	condenação	eterna.
inferno.	Isto	é,	Gehenna,	o	"vale	de	Hinom”,	um	depósito	de	toda
espécie	de	imundície,	fora	de	Jerusalém,	onde	o	fogo	queimava
constantemente.	Era	famoso	por	ser	local	de	sacrifícios	humanospelo
fogo,	durante	os	reinados	de	Acaz	e
Manassés	(2Cr	28.3;	33.6).	Jeremias	chamou-o	o	"vale	da	Matança",	um
símbolo	do	terrível	juízo	de	Deus	(Jr	7.32).	Ver	"0	Inferno",	em	Mc	9.43.
•5.25	Entra	em	acordo	sem	demora.	Enquanto	os	vs.	23-24	tratam	da
reconciliação	de	um	irmão	ofendido,	os	vs.	25-26	parecem	indicar	o
conflito	de	uma	sociedade	maior	—	neste	caso,	conflito	legal.	Os	cristãos
devem	trabalhar	pela	reconciliação	em	todas	as	áreas	da	vida.
•5.29	arranca-o.	A	severidade	da	exigência	ilustra	a	natureza	da	ética
radical	de	Jesus	e	nossa	intensa	necessidade.	Jesus	não	está
advogando	automutilação,	pois	nem	as	mãos	nem	os	olhos	provocam	a
luxúria,	mas	o	coração	e	a	mente.	Os	cristãos	não	devem	apenas	evitar
o	ato	de	adultério	("mão"),	mas	também	aquelas	coisas	que	conduzem	a
atitudes	libidinosas	("olho").
•5.32	Ver	19.3-10	e	notas;	"Casamento	e	Divórcio,	em	Ml	2.16.
•5.34	de	modo	algum	jureis.	Alguns	têm	entendido	que	a	proibição	de
Jesus	a	respeito	do	juramento	é	universal,	mas	Jesus	mesmo	se
submeteu	a	juramento	(26.63)	e	Paulo	invocou	a	Deus	como	sua
testemunha	(Rm	1.9).	0	próprio	Deus	se	expressou	através	de	um
juramento	para	nos	encorajar	(Hb	6.17).	Jesus	está	se	referindo	a	um
legalismo	estreito	e	enganador,	que	exige	um	juramento	específico	para
obrigar	o	cumprimento	daquilo	que	foi	falado.	A	implicação	de	uma	tal
abordagem	com	relação	à	honestidade,	é	que	só	necessitamos	ser
verdadeiros	sob	juramento.	Ele	proibiu	também	a	idolatria	implícita	de
jurar	por	qualquer	coisa	que	não	fosse	Deus.	Ver	"Linguagem	Honesta,
Juramentos	e	Votos",	em	Ne	5.12.
•5.38	Olho	por	olho.	A	intenção	original	de	Êx	21.24;	Lv	24.20;	Dt	19.21
é	que	a	punição	deveria	ser	justa	e	adequada	ao	crime.	Estas	limitações
proibiam	severamente	a	vingança	maior	(tal	como	a	de	Lameque,	que	se
gabou	em	Gn	4.23),	e	que	houvesse	diferentes	penalidades	para
diferentes	classes	sociais.	Jesus	se	contrapôs	àqueles	que	viam	neste
princípio	base	para	vingança	pessoal.
39	"Eu,	porém,	vos	digo:	não	resistais	ao	perverso;	''mas,	a	qualquer	que
te	ferir	na	face	direita,	volta-lhe	também	a	outra;	40	e,	ao	que	quer
demandar	contigo	e	tirar-te	a	túnica,	deixa-lhe	também	a	capa.41	Se
alguém	cte	obrigar	a	andar	uma	milha,	vai	com	ele	duas.	42	Dá	a	quem	te
pede	e	dnão	voltes	as	costas	ao	que	deseja	que	lhe	emprestes.
Do	amor	ao	próximo
43	Ouvistes	que	foi	dito:"	Amarás	o	teu	próximo	e	7odiarás	o	teu
inimigo.44	3Eu,	porém,	vos	digo:	^amai	os	vossos	inimigos	e	orai	Apelos
que	vos	perseguem;45	para	que	vos	torneis	filhos	do	vosso	Pai	celeste,
porque	'ele	faz	nascer	o	seu	sol	sobre	maus	e	bons	e	vir	chuvas	sobre
justos	e	injustos.	4<>'Porque,	se	amardes	os	que	vos	amam,	que
recompensa	tendes?	Não	fazem	os	publicanos	também	o	mesmo?	47	E,
se	saudar-des	somente	os	vossos	3irmãos,	que	fazeis	de	mais?	Não
fazem	os	4	gentios	também	o	mesmo?	48	'Portanto,	sede	vós	perfeitos
mcomo	perfeito	é	o	vosso	Pai	celeste.
A	prática	da	justiça
6	Guardai-vos	de	exercer	a	vossa	justiça
diante	dos	homens,	com	o	fim	de	serdes
vistos	por	eles;	doutra	sorte,	não	tereis
galardão	junto	de	vosso	Pai	celeste.
Como	se	deve	dar	esmolas
2	"Quando,	pois,	deres	esmola,	não	toques	trombeta	diante	de	ti,	como
fazem	os	hipócritas,	nas	sinagogas	e	nas	ruas,	para	serem	gloriflcados
pelos	homens.	Em	verdade	vos	digo
que	eles	já	receberam	a	recompensa.3	Tu,	porém,	ao	dares	a	esmola,
ignore	a	tua	mão	esquerda	o	que	faz	a	tua	mão	direita;	4	para	que	a	tua
esmola	fique	em	secreto;	e	teu	Pai,	que	vê	em	secreto,	"te
recompensará.'
Como	se	deve	orar
5	E,	quando	orardes,	não	sereis	como	os	^hipócritas;	porque	gostam	de
orar	em	pé	nas	sinagogas	e	nos	cantos	das	praças,	para	serem	vistos
dos	homens.	Em	verdade	vos	digo	que	eles	já	receberam	a	recompensa.
6	Tu,	porém,	quando	orares,	"entra	no	teu	quarto	e,	fechada	a	porta,
orarás	a	teu	Pai,	que	está	em	secreto;	e	teu	Pai,	que	vê	em	secreto,	te
recompensará.3	7	E,	orando,	rfnão	useis	de	vãs	repetições,	como	os
gentios;	"porque	presumem	que	pelo	seu	muito	falar	serão	ouvidos.	8
Não	vos	assemelheis,	pois,	a	eles;	porque	Deus,	o	vosso	Pai,7sabe	o	de
que	tendes	necessidade,	antes	que	lho	peçais.
A	oração	dominical
9				Portanto,	#vós	orareis	assim:
''Pai	nosso,	que	estás	nos	céus,	santificado	seja	o	teu	'nome;
10				venha	o	teu	reino;
'faça-se	a	tua	vontade,	assim	na	terra	'como	no	céu;
11				mo	pão	nosso	de	cada	dia	dá-nos	hoje;
12				e	"perdoa-nos	as	nossas	dívidas,
assim	como	nós	temos	perdoado	aos	nossos	devedores;
*3	°e	não	nos	deixes	cair	em	tentação;	mas	''livra-nos	do	mal
•5.39	não	resistais.	No	contexto,	isso	significa	"não	busque	restituição
na	corte".	Uma	bofetada	na	face	direita	com	as	costas	da	mão	significa
tanto	um	insulto	quanto	uma	injúria.	A	observação	de	Jesus	pode
lembrar	as	palavras	do	Servo	do	Senhor,	em	Is	50.6.
•5.41	Se	alguém	te	obrigar.	A	possibilidade	de	um	soldado	romano
coagir	uma	pessoa	a	servir	como	guia	ou	transportador	de	carga	era
real.	Mesmo	se	compelido	por	força	a	fazer	alguma	coisa	por	alguém,	a
pessoa	pode	demonstrar	liberdade	para	fazer	voluntariamente	mais	do
que	foi	exigido,	ao	invés	de	fazer	o	serviço	com	má	vontade.
•5.43	odiarás	o	teu	inimigo.	Isto	não	está	no	Antigo	Testamento,	mas
era	uma	falsa	conclusão	derivada	do	ensino	dos	escribas,	inferido	da
estreita	compreensão	daquilo	que	significava	"próximo",	que	para	eles
era	simplesmente	um	outro	judeu.	Jesus	mostra	que	a	verdadeira
intenção	de	Lv	19.18	é	incluir	até	os	inimigos	(Lc	10.29-37).				•
•5.45	Ver	"Providência",	em	Pv	16.33.
•5.48	sede	vós	perfeitos.	O	padrão	que	Deus	exige	de	seu	povo	é	seu
próprio	caráter	perfeito.	A	perfeição	de	Deus	inclui	o	amor	da	graça
benevolente	(v.	45).	Mesmo	que	essa	perfeição	não	seja	atingida	nesta
vida,	ela	é	o	objetivo	daqueles	que	se	tornaram	filhos	do	Pai	(Fp	3.12-
14).
•6.1	justiça.	Jesus	afirma	o	valor	positivo	que	há	na	justiça	prática,	mas
somente	quando	praticado	em	submissão	a	Deus	e	por	amor	a	ele,	ao
invés	de	feito	em	busca	de	glória	pessoal	humana.
•6.2	hipócritas.	No	Novo	Testamento,	o	hipócrita	é	aquele	que	alega	ter
um	relacionamento	com	Deus	e	amar	a	justiça,	mas	que	está	buscando
seu	próprio	interesse,	enganando-se	a	si	mesmo.	Os	hipócritas
denunciados	no	cap.	23	não	tinham	consciência	de	sua	própria
hipocrisia.
•6.5	orardes.	Ver	"A	Oração",	em	Lc	11.2.
•6.7	não	useis	de	vãs	repetições.	Essa	proibição	não	contradiz	o
princípio	de	continuarmos	pedindo	a	Deus	aquilo	que	cremos	ser	da	sua
vontade	(Lc	18),	mas	corrige	a	idéia	de	que	Deus	se	impressiona	com	a
quantidade	das	palavras.
•6.9	Esta	oração	é	um	modelo	de	brevidade,	pedindo	primeiro	que	Deus
seja	glo-rificado	e,	depois,	pelas	necessidades	da	vida	humana.
Pai	nosso.	Ver	"Adoção",	em	Gl	4.5.
santificado	seja	o	teu	nome.	Não	só	que	as	criaturas	de	Deus
mantenham	santo	o	seu	nome,	mas	que	Deus	possa	ele	mesmo
santificá-lo,	por	ser	o	santo	Juiz	e	Salvador.
•6.11	pão	nosso	de	cada	dia.	A	palavra	grega	traduzida	por	"de	cada
dia"	é	conhecida	só	nesta	oração.	Tem	sido	entendida	como	significando
o	pão	"diário",	"necessário",	"futuro"	ou	de	"amanhã".	Há	três
interpretações	básicas	para	ela.	0	ponto	de	vista	sacramental	é	que	esse
pão	se	refere	ao	pão	recebido	na	Santa	Ceia.	Outro	ponto	de	vista	é	que
ele	simboliza	a	vida	no	reino	que	virá,	tornando	a	expressão	equivalente
à	expressão	"venha	o	teu	reino",	no	v.	10.	Um	terceiro	ponto	de	vista	é
que	é	uma	súplica	pela	provisão	de	Deus	das	nossas	necessidades
físicas.	Este	último	ponto	de	vista	é,	talvez,	o	melhor	e	este	tema	é
desenvolvido	nosvs.	19-34	(Pv	30.8).
•6.12	dívidas.	A	referência	aqui	é	a	dívidas	espirituais.	Os	cristãos
perdoam	os	outros	em	resposta	ao	perdão	de	Deus	(18.32-33);	porém,
se	não	perdoarmos	os	outros,	não	podemos	clarnar	pelo	perdão	de	Deus
para	nós	mesmos	(vs.	14-15).	•6.13	não	nos	deixes	cair	em	tentação.
Os	perdoados	oram	esta	petição	porque	confiam	em	Deus	e	não	confiam
em	si	mesmos.	0	Pai	pode	submeter-nos	à	prova	(4.1;	Dt	8.2),	mas	não
permitirá	que	sejamos	tentados	além	da	nossa	capacidade	(1Co	10.13).
4	[pois	teu	é	o	reino,o	poder	e	a	glória	para	sempre.	Amém]!
14	q	Porque,	se	perdoardes	aos	homens	as	suas	ofensas,	também	vosso
Pai	celeste	vos	perdoará;	ls	“se,	porém,	não	perdoardes	aos	homens	[as
suas	ofensas],	tampouco	vosso	Pai	vos	perdoará	as	vossas	ofensas.
Como	jejuar
16	“Quando	jejuardes,	não	vos	mostreis	contristados	como	os	^hipócritas;
porque	desfiguram	o	rosto	com	o	fim	de	parecer	aos	homens	que	jejuam.
Em	verdade	vos	digo	que	eles	já	receberam	a	recompensa.	17	Tu,
porém,	quando	jejuares,	'unge	a	cabeça	e	lava	o	rosto,18	com	o	fim	de
não	parecer	aos	homens	que	jejuas,	e	sim	ao	teu	Pai,	em	secreto;	e	teu
Pai,	que	vê	em	secreto,	te	recompensará.6
Os	tesouros	no	céu
19	“Não	acumuleis	para	vós	outros	tesouros	sobre	a	terra,	onde	a	traça	e
a	ferrugem	corroem	e	onde	ladrões	escavam	e	roubam;	20	‘'mas	ajuntai
para	vós	outros	tesouros	no	céu,	onde	traça	nem	ferrugem	corrói,	e	onde
ladrões	não	escavam,	nem	roubam;21	porque,	onde	está	o	teu	tesouro,
aí	estará	também	o	teu	coração.
A	luz	e	as	trevas
22	"São	os	olhos	a	lâmpada	do	corpo.	Se	os	teus	olhos	forem	7bons,	todo
o	teu	corpo	será	luminoso;	23	se,	porém,	os	teus	olhos	forem	^maus,
todo	o	teu	corpo	estará	em	trevas.	Portanto,	caso	a	luz	que	em	ti	há
sejam	trevas,	que	grandes	trevas	serão!
Os	dois	senhores
24	"Ninguém	pode	servir	a	dois	senhores;	porque	ou	há	de	aborrecer-se
de	um	e	amar	ao	outro,	ou	se	devotará	a	um	e	desprezará	ao	outro.
"Não	podeis	servir	a	Deus	e	às	9ri-quezas.
A	ansiosa	solicitude	pela	vida
25	Por	isso,	vos	digo:	6não	andeis	ansiosos	pela	vossa	vida,	quanto
ao	que	haveis	de	comer	ou	beber;	nem	pelo	vosso	corpo,	quanto	ao	que
haveis	de	vestir.	Não	é	a	vida	mais	do	que	o	alimento,	e	o	corpo,	mais
do	que	as	vestes?
26				“Observai	as	aves	do	céu:	não	semeiam,	não	colhem,	nem	ajuntam
em	celeiros;	contudo,	vosso	Pai	celeste	as	sustenta.	Porventura,	não
vaieis	vós	muito	mais	do	que	as	aves?
27				Qual	de	vós,	por	ansioso	que	esteja,	pode	acrescentar	um	1	côvado
2ao	curso	da	sua	vida?28	E	por	que	andais	ansiosos	quanto	ao
vestuário?	Considerai	como	crescem	os	lírios	do	campo:	eles	não
trabalham,	nem	fiam.	29	Eu,	contudo,	vos	afirmo	que	nem	Salomão,	em
toda	a	sua	glória,	Jse	vestiu	como	qualquer	deles.	30	Ora,	se	Deus	veste
assim	a	erva	do	campo,	que	hoje	existe	e	amanhã	é	lançada	no	forno,
quanto	mais	a	vós	outros,	homens	de	pequena	fé?	31	Portanto,	não	vos
inquieteis,	dizendo:	Que	comeremos?	Que	bebere-mos?	Ou:	Com	que
nos	vestiremos?32	Porque	os	gentios	é	que	procuram	todas	estas	coisas;
pois	vosso	Pai	celeste	sabe	que	necessitais	de	todas	elas;	33	rfbuscai,
pois,	em	primeiro	lugar,	o	seu	reino	e	a	sua	justiça,	e	todas	estas	coisas
vos	serão	acrescentadas.
34	Portanto,	não	vos	inquieteis	com	o	dia	de	amanhã,	pois	o	amanhã
trará	os	seus	cuidados;	basta	ao	dia	o	seu	próprio	mal.
O	juízo	temerário	é	proibido
7	“Não	1	julgueis,	para	que	não	sejais	julgados.2	Pois,	com	2o
critério	com	que	julgardes,	sereis	julgados;	6e,	com	a	medida	com	que
tiverdes	medido,	vos	medirão	também.	3	“Por	que	vês	tu	o	argueiro	no
olho	de	teu	irmão,	porém	não	reparas	na	trave	que	está	no	teu	próprio?	8
Ou	como	dirás	a	teu	irmão:	Deixa-me	tirar	o	argueiro	do	teu	olho,	quando
tens	a	trave	no	teu?	9	Hipócrita!	Tira	primeiro	a	trave	do	teu	olho	e,
então,	verás	claramente	para	tirar	o	argueiro	do	olho	de	teu	irmão.
•6.17	unge	a	cabeça.	Isto	simbolizava	o	regozijo	(SI	23.5;	45.7;	104.15;
Is
61.3)	,	mas	era	também	parte	da	rotina	diária,	exceto	quando	havia	jejum
(Dn
10.3)	.	0	não	ungir-se	poderia	ser	uma	tentativa	de	alguém	se	mostrar
mais	piedoso	do	que	outros.
•6.19	ferrugem.	Refere-se	não	só	à	corrosão	comum,	mas	também	ao
mofo	ou	bolor	que	faz	apodrecer	a	madeira	e	coisas	semelhantes.	Todas
as	coisas	materiais	estão	sujeitas	à	decadência	ou	à	perda.
•6.23	a	luz	que	em	ti	há.	Os	"bons	olhos"	olham	para	Deus	como	seu
"senhor"	(v.	24)	e	enchem	a	pessoa	com	a	luz	da	vontade	de	Deus.
Porém	os	"olhos	maus"	procuram	os	"tesouros	sobre	a	terra"	(v.	19)	e
admitem	só	as	"trevas"	dacobiçae	do	interesse	próprio.	A	vida	toda	da
pessoa	será	determinada	pela	espécie	de	"luz"	que	seus	"olhos"
admitem.
•6.26	não	semeiam,	não	colhem.	A	questão	não	é	que	os	passarinhos
sejam	ociosos	—	um	pássaro	adulto	não	fica	no	seu	ninho	com	o	bico
aberto	—	mas	que	os	passarinhos	não	se	preocupam	com	o	que	o	futuro
reserva.	A	preocupação	ansiosa	mostra	falta	de	confiança	no
conhecimento	e	cuidado	de	Deus	(vs.	32-33).	Ver	"Providência",	em	Pv
16.33.
•6.27	um	côvado	ao	curso	da	sua	vida.	A	palavra	grega	pode	ser
também	traduzida	como	"um	côvado	à	sua	estatura".	Desde	que
adicionar	44	cm	à	estatura	de	alguém	seria	dificilmente	uma	realização
desprezível	(cf.	Lc	12.25-26),	pode	ser	melhor	se	entendermos	a	palavra
"côvado"	como	uma	figura	de	linguagem	para	significar	um	curto	período
de	tempo;	daí,	seria	"pode	acrescentar	um	momento	de	tempo	ao	curso
de	sua	vida".
•6.33	buscai,	pois,	em	primeiro	lugar,	o	seu	reino	e	a	sua	justiça.
Devemos	fazer	do	governo	soberano	de	Deus,	e	do	correto
relacionamento	com	ele,	a	mais	alta	prioridade	da	nossa	vida	(ver	3.15,
nota	sobre	"Justiça").	A	preocupação	é	incoerente	com	esta	prioridade;
revela	dúvida	a	respeito	da	soberania	e	bondade	de	Deus	e	nos	desvia
dos	verdadeiros	objetivos	da	vida.	Deus	satisfará	todas	as	necessidades
daqueles	que	arriscam	tudo	por	ele.
•7.1	Não	julgueis.	Jesus	proíbe	certa	espécie	de	julgamento,	mas
aprova	um	outro	de	díerente	espécie.	Condenar	outros	por	suas	faltas	é
falhar	no	exercício	do	perdão	(6.14-15);	só	uma	crítica	suave	e	humilde,
que	primeiro	reconhece	a	grandeza	das	suas	próprias	faltas,	pode	ajudar
alguém.	Há	também	uma	espécie	necessária	de	julgamento	que	não
condena,	mas	distingue	o	não	crente	do	crente	(v.	6).	0	método	para
discernir	é	dado	no	v.	16.
Não	deis	o	que	é	santo	aos	cães
6				''Não	deis	aos	cães	o	que	é	santo,	nem	lanceis	ante	os	porcos	as
vossas	pérolas,	para	que	não	as	pisem	com	os	pés	e,	voltando-se,	vos
dilacerem.
Jesus	incita	a	orar
7				«Pedi,	e	dar-se-vos-á;	buscai	e	achareis;	batei,	e	abrir-se-vos-á.	8
Pois	7todo	o	que	pede	recebe;	o	que	busca	encontra;	e,	a	quem	bate,
abrir-se-lhe-á.	9^0u	qual	dentre	vós	é	o	homem	que,	se	porventura	o	filho
lhe	pedir	pão,	lhe	dará	pedra?	10	Ou,	se	lhe	pedir	um	peixe,	lhe	dará	uma
cobra?11	Ora,	se	vós,	Aque	sois	maus,	sabeis	dar	boas	dádivas	aos
vossos	filhos,	quanto	mais	vosso	Pai,	que	está	nos	céus,	dará	boas
coisas	aos	que	lhe	pedirem?	12	'Tudo	quanto,	pois,	quereis	que	os
homens	vos	façam,	assim	fazei-o	vós	também	a	eles;	porque	?esta	é	a
Lei	e	os	Profetas.
As	duas	estradas
13	'Entrai	pela	porta	estreita	(larga	é	a	porta,	e	espaçoso,	o	caminho	que
conduz	para	a	perdição,	e	são	muitos	os	que	entram	por	ela),	143porque
estreita	é	a	porta,	e	''apertado,	o	caminho	que	conduz	para	a	vida,	e	são
poucos	os	que	acertam	com	ela.
Os	falsos	profetas
1S	mAcautelai-vos	dos	falsos	profetas,	"que	se	vos	apresentam
disfarçados	em	ovelhas,	mas	por	dentro	são	lobos	rouba-dores.	16	“Pelos
seus	frutos	os	conhecereis.	^Colhem-se,	porventura,	uvas	dos
espinheiros	ou	figos	dos	abrolhos?	17	Assim,	ítoda	árvore	boa	produz
bons	frutos,	porém	a	árvore	má	produz	frutos	maus.18	Não	pode	a	árvore
boa	produzir	frutos	maus,	nem	a	árvore	má	produzir	frutos	bons.19	''Toda
árvore	que	não	produz	bom	fruto	é	cortada	e	lançada	ao	fogo.	29	Assim,
pois,	pelos	seus	frutos	os	conhecereis.
21	Nem	todo	o	que	me	diz:	sSenhor,	Senhor!	entrará	no	reino	dos	céus,
mas	aquele	que	'faz	a	vontade	de	meu	Pai,	que	está	nos	céus.	22	Muitos,
naquele	dia,	hão	de	dizer-me:	Senhor,	Senhor!	Porventura,	"não	temos
nós	profetizado	em	teu	nome,	e	em	teu	nome	não	expelimos	demônios,
e	em	teu	nome	não	fizemos	muitos	milagres?	23	■'Então,	lhes	direi
explicitamente:	nunca	vos	conheci.	x	Apartai-vos	de	mim,	os	que
praticais	a	iniqüidade..
Os	dois	fundamentos
24	«Todo	aquele,	pois,	que	ouve	estas	minhas	palavras	e	as	pratica	será
comparado	a	um	homem	prudente	que	ediflcou	a	sua	casa	sobre	a
rocha;	25	e	caiu	a	chuva,	transbordaram	os	rios,	sopraram	os	ventos	e
deram	com	ímpeto	contra	aquela	casa,que	não	caiu,	porque	fora
edificada	sobre	a	rocha.	26	E	todo	aquele	que	ouve	estas	minhas
palavras	e	não	as	pratica	será	comparado	a	um	homem	insensato	que
ediflcou	a	sua	casa	sobre	a	areia;	27	e	caiu	a	chuva,	transbordaram	os
rios,	sopraram	os	ventos	e	deram	com	ímpeto	contra	aquela	casa,	e	ela
desabou,	sendo	grande	a	sua	ruína.
O	fim	do	sermão	do	monte
^Quando	Jesus	acabou	de	proferir	estas	palavras,	aesta-vam	as
multidões	maravilhadas	da	sua	doutrina;	29	'’porque	ele	as	ensinava
como	quem	tem	autoridade	e	não	como	os	es-cribas.
1
CAPÍTULO	4	1	2Mt4.1-11;Mc1.12;Lc4.1	*Ez	3.14;	At	8.39	4"Dt8.3	5	^Ne
11.1,18;	Dn	9.24;	Mt	27.53	6	«SI	91.11	/SI	91.12	7<?Dt6.16	iporásàprova
8	*	[Mt	16.26;	1	Jo	2.15-17]	10	'Dt	6.13:10.20	2MI/á	para	iras	11	/[Tg	4.7]
'[Hb	1.14]				12“Jo4.43
2
"Is	9.1-2	16	°Lc2.32	17	PMc	1.14-15	?Mt	3.2;	10.7	^échegado	18	"Mc
1.16-20	"Jo	1.40-42	19"Lc5.10	20"Mc10.28	21	"	Mc	1.19	23	"	Mt	9.35	z
[Mt	24.14]	a	Mc	1.34	24	6	Lc	4.40	4	Lit.	a	notícia	a	seu	respeito
3
zLc	16.17	2Gr./ofa	Hebr.yod,	amenorletra-
'Omenortraçoemumaletrahebraica	19	13[Tg2.10]				20				*[Rm
10.3]				21				cÊx20.13;Dt
4
5.17	22	rf[1Jo	3.15]	e	[Tg	2.20;	3.6]	‘'Lit.,	em	Aram.,	Cabeça	vazia	5Gr.
More	6Gr.	Gehenna	23/Mt8.4	24	[Jó	42.8]	25/,Lc
5
12.58-59	'[Is	55.6]	27/Ex	20.14;	Dt	5.18	7TR	acrescenta	aos	antigos
28'Pv6.25	29	m	Mc	9.43	n	[Cl	3.5]	8	Ou	pecar	3090u
6
pecar	31	«Dt24.1	32	P	[Lc	16.18]	'0u	fomicação	33	<7Mt23.16	"Lv19.12
sDt23.23	34	fTg	5.12	“Is	66.1	35	“SI48.2	37*[CI
7
4.6]	38	zÊx	21.24;	Lv	24.20;	Dt	19.21
8
Cf.	TR	e	M;	NU	omite	o	texto	entre	colchetes	14	?Mc	11.25	15	"Mt	18.35
16	“Is	58.3-7	^fingidos	17	f	Rt	3.3	186Cf.NUe	M;	TR	acrescenta
publicamente	19	uPv	23.4	20	“Mt	19.21				22				"Lc				11.34-35	^Claros	ou
saudáveis	23	8	Ou	doentes	24zLc
16.9,11,13	"[Gl	1.10]	90u	mamom,	Aram,	personificação	da	riqueza	25	*
Lc	12.22	26“Lc12.24	27	1	Em	torno	de	46	centímetros	2	Cf.	NU;	TR	e	M
interpretam	à	sua	altura	29	3	ornou-se	33rf(1Tm4.8]
9
CAPÍTULO	7				1				a				Rm				14.3	1	Condeneis	2	6	Lc	6.38	2	A
condenação	3	“	Lc	6.41
A	cura	de	um	leproso
8	Ora,	descendo	ele	do	monte,	grandes
multidões	o	seguiram.	2aE	eis	que	um
leproso,	tendo-se	aproximado,
14	3Cf	TR;	NU	e	21	«Lc	6.46	'Rm
•7.6	o	que	é	santo.	Uma	referência	às	evidências	do	reino,	tais	como	a
cura	e	o	exorcismo,	que	pode	explicar	porque	Jesus	não	fez	milagre
para	os	descrentes.	Porém	a	expressão	"o	que	é	santo"	também	incluiria
a	pregação	do	reino;	os	crentes	não	devem	continuar	a	pregar	a	pessoas
que	rejeitaram	o	evangelho	com	desprezo	e	escárnio	(10.14;	15.14).	0
Livro	de	Atos	ilustra	o	princípio	na	prática	(At	13.44-51;	18.5-6;	28.17-
38).
•7.11	que	sois	maus.	A	pecaminosidade	geral	da	humanidade	é
admitida	aqui,	uma	vez	que	mesmo	aqueles	que	chamam	a	Deus	de
"Pai"	são	tidos	como	maus.	boas	coisas.	Estas	dádivas	do	Pai	são	as
coisas	que	Jesus	tinha	descrito	como	necessárias	para	os	discípulos:
retidão,	sinceridade,	pureza,	humildade	e	sabedoria.	Os	que	conhecem
sua	própria	necessidade	pedirão	a	Deus	por	elas.	0	paralelo	de	Lc	11.13
focaliza	a	maior	dádiva	de	todas	—	o	Espírito	Santo.
•7.12	fazei-o	vós	também	a	eles.	Freqüentemente	chamado	a	"Regra
Áurea",	este	princípio	foi	afirmado	por	vários	pensadores	antigos,	como:
"Não	faças	a	outrem	aquilo	que	não	queres	que	te	façam".	Jesus	tornou
esta	obrigação	positiva.	Aqui	ela	aparece	depois	das	considerações	a
respeito	da	bondade	de	Deus	e	sua	voluntariedade	em	dar.
•7.14	apertado,	o	caminho.	Apresentar	a	vida	cristã	como	"um	mar	de
rosas"	e	minimizar	que	ela	é	repleta	de	problemas	não	segue	a
orientação	do	nosso	Senhor	(At	14.22).	Pode	ser	que	os	falsos	profetas
do	v.	15	sejam	especialmente	aqueles	que	negam	que	o	caminho	é
estreito	e	difícil.
•7.15	disfarçados	em	ovelhas...	lobos	roubadores.	A	mensagem	do
falso	profeta	pode	ser	atraente	e	mesmo	parecer	ortodoxa.	0	único	modo
de	saber	com	segurança	é	deixar	o	tempo	mostrar	seus	frutos	(vs.	16-
20).	Alguns	dos	fru
tos	dos	falsos	profetas	são	mencionados	no	Novo	Testamento:
controvérsias	(1Tm	1.3),	divisões	(1Tm	6.3-4),	destruição	da	fé	(2Tm
2.18)	e	autodestruição	pela	heresia	(2Pe	2.1).
•7.21	Senhor,	Senhor.	A	repetição	do	nome	era	um	tratamento	de
intimidade	(Gn	22.11;	1Sm	3.10;	2Sm	18.33;	Lc	22.31).	Não	é	alegar	ou
sentir	intimidade	com	Jesus	o	que	importa,	nem	é	simplesmente	fazer
boas	obras,	mesmo	miraculosas;	só	importa	fazer	a	vontade	do	Pai.
Genuína	intimidade	com	o	Pai	significa	conhecera	Deus	e	ser	conhecido
por	Deus	(1	Co	8.2-3).
•7.25	e	caiu	a	chuva.	Tempestades	na	Palestina	não	são	freqüentes,
mas	podem	ser	violentas.	Ainda	que	as	casas	do	tolo	e	do	sábio
possam,	por	longo	tempo,	parecer	igualmente	seguras,	quando	a
tormenta	vem,	a	destruição	da	casa	do	tolo	é	total	(Is	28.14-18).	Assim	é
com	a	vida	daqueles	que	ignoram	as	palavras	de	Jesus.
•7.29	e	não	como	os	escribas.	Os	escribas,	como	os	rabinos	depois
deles,	ensinavam	referindo	àquilo	que	mestres	anteriores	haviam	dito.
Sua	autoridade	era	a	tradição.	Jesus	ensinava	diretamente	das
Escrituras,	com	sua	própria	autoridade.	Ver	nota	teológica	"0	Ensino	de
Jesus".
•8.1—9.38	A	ordem	dos	milagres	e	eventos,	nestes	capítulos,	difere	da
ordem	encontrada	em	Marcos	e	Lucas.	É	provável	que	a	disposição	de
Mateus	obedeça	mais	a	temas	do	que	à	cronologia.
•8.2	leproso.	Várias	doenças	de	pele	são	referidas	pela	palavra	grega
empregada	aqui	e,	provavelmente,	não	a	hanseníase	(a	moderna
"lepra").	Tocar	num	leproso	tomava	a	pessoa	cerimonialmente	imunda
(cf.	Lv	15.7);	porém,	neste	caso,	o	leproso	é	curado	e	toma-se	limpo,	ao
invés	de	Jesus	tornar-se	cerimonialmente	imundo.
O	ENSINO	DE	JESUS
Mt	7.29
Jesus	é	o	Filho	de	Deus	encarnado,	e	seu	ensinamento,	dado	a	ele
por	seu	Pai	(Jo	7.16-18;	12.49-50)	permanecerá	para	sempre	(Mc
13.31)	e	finalmente	julgará	seus	ouvintes	(Mt	7.24-47;	Jo	12.48).	A
importância	de	se	prestar	atenção	ao	seu	ensinamento	nunca	é
suficientemente	énfatizada.	Jesus	ensinou	como	geralmente
ensinavam	os	rabinos	judeus,	por	meio	de	ditos	breves,	ao	invés	de
extensos	discursos,	e	muitos	de	seus	mais	importantes	ditos	são
constituídos	de	parábolas,	provérbios	e	pronunciamentos	isolados,
respondendo	a	perguntas	e	reagindo	a	situações.	Todo	o	seu
ensino	público	foi	marcado	por	uma	autoridade	que	provocava
assombro	(Mt	7.28-29;	Mc	1.27;	Jo	7.46),	mas	alguns	de	seus
ensinos	eram	enigmáticos,	exigindo	raciocínio	e	intuição	espiritual
("ouvidos	para	ouvir",	Mt	11.15;	13.9,43;	Lc	14.35),	desconcertando
o	ouvinte	en-fatuado	e	ocasional.	A	razão	de	Jesus	para	ensinar	tão
enigmaticamente	a	respeito	do	seu	papel	messiânico,	da	sua	expia-
ção,	ressurreição	e	Reino	futuro	era,	em	parte,	porque	só	esses
acontecimentos	poderiam	tornar	as	coisas	claras	e,	em
parte,	porque	ele	estava	chamando	as	pessoas	para	serem	seus
discípulos	através	do	seu	impacto	pessoal	sobre	elas	para,	em
seguida,	ensinar-lhes	a	respeito	de	si	mesmo	dentro	desse
relacionamento,	ao	invés	de	oferecer	detalhadas	instruções
teológicas	aos	não	comprometidos	(Mt	11.25-27;	Mc	4.11-12).	Porém
as	afirmações	de	Jesus	são,	frequentemente,	Claras,	e	muitas	das
apresentações	mais	detalhadas	nas	cartas	do	Novo	Testamento	são
melhor	interpretadas	como	expansão	e	explicações	daquilo	que
Jesus	disse.
O	ensino	de	Jesus	tinha	três	pontos	regulares	de	referência.	0
primeiro	era	o	seu	Pai	divino,	que	o	tinha	enviado	e	o	dirigia,	e	com
quem	os	seus	discípulos	precisavam	aprender	a	relacionar-se	como
seu	Pai	no	céu.	0	segundo	era	o	povo,	tanto	indiví-	i	duos	como
grupos,	recipientes	de	suas	constantes	e	muftifacetadas	chamadas
ao	arrependimento	e	à	nova	vida.	0	terceiro	era	ele	mesmo,	como	o
Filho	do	Homem	e	o	Messias	de	Israel.				j
Do	testemunho	de	Jesus	a	respeito	de	seu	Pai,	das	pessoas	em
suas	necessidades	e	de	seu	próprio	papel	messiânico	!	emergem
três	temas	teológicos:				I
1.0	Reino	de	Deus.	Esse	"Reino"	é	a	realidade	que	veio	com	Jesus,
como	cumprimento	do	plano	de	Deus	para	a	história,	'■	do	qual	os
profetas	do	Antigo	Testamento	falaram	com	freqüência	(Is	2.1-4;
9.6-7;	11.1—12.6;	42.1-9;	49.1-7;	Jr	23.5-6).

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