Buscar

Atividade complementar III- Processo Penal III- Adrienny

Prévia do material em texto

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: PROCESSO PENAL III
01. Quais os principais objetivos do procedimento criminal em sede de Juizados Especiais? A doutrina aponta para a sua concretização na prática processual? Explique. 
A Lei 9.099/95 foi sancionada no dia 26 de setembro de 1995, com princípios e objetivos dos Juizados Especiais Criminais (JECRIM) previstos no artigo 62, sendo eles: Oralidade, Simplicidade, Informalidade, Economia Processual e Celeridade Processual. Neste sentido, trata-se de uma lei que trouxe ao ordenamento jurídico, uma série de medidas despenalizadoras que inibem a deflagração criminal ou suspendem o prosseguimento da ação penal. Ou seja, o objetivo é, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e aplicação de pena não privativa de liberdade.
Contudo, a doutrina aponta críticas para essa despenalização concernente a sua concretização na prática processual. Sendo assim, TÁVORA (2017, p. 1199) discorre que “o que em verdade ocorreu foi a efetividade de punição de delitos que antes eram alcançados pela prescrição”. 
02. Que delitos podem ser processados em âmbito de Juizados Especiais? Há influência das regras de conexão e continência nessa sistemática?
A luz do art. 98, I, da Constituição, os juizados especiais criminais têm a competência para processar e julgar os delitos de menor potencial ofensivo. Ademais, o art. 62 da Lei n. 9.099/95, prevê que “o processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade”. Desta feita, consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo as contravenções penais e os crimes a que a Lei comine pena máxima não superior a 2 anos, cumulada ou não com multa. 
É importante destacar que no rito sumaríssimo há influência sim das regras de conexão e continência. O parágrafo único do art.60 da lei 9099/95, prevê que em caso de conexão (ou continência, se for o caso) entre um crime de competência do JECrim e outro, que por sua gravidade extrapole essa competência, haverá a reunião fora do JECrim, mas mantidas as possibilidades de transação penal e composição de danos em relação ao delito de menor potencial ofensivo.
03. Existem diferenças entre os procedimentos de inquérito policial e termo circunstanciado de ocorrência? Fundamente sua resposta. 
O inquérito policial (IP) é um procedimento administrativo conduzido pelo delegado de polícia que tem por finalidade apurar a materialidade, a autoria e as circunstâncias de um crime. A previsão legal do IP está no Título II do CPP, especificamente nos artigos 4º a 23. Já o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) é um procedimento que deve ser lavrado pela autoridade policial fazendo constar a narrativa de uma infração penal de menor potencial ofensivo. A previsão do TCO encontra-se no art. 69 da Lei nº 9.099/95, segundo o qual “a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários”.
Ou seja, o Termo Circunstanciado de Ocorrência não pode ser confundido com o Inquérito Policial, pois desse se diferencia em seu rigor sobre formalidades a serem atendidas. Mas é muito mais que isso, a diferença está em sua estrutura conceitual. Como já dito, o TCO nada mais é, em sua origem, do que a autoridade policial registrar e documentar os fatos que lhe são narrados pelos envolvidos e por testemunhas de uma ocorrência. Diferindo-se em grau e complexidade do Inquérito Policial, ainda que ambos tenham a finalidade de prestar informações sobre um fato penalmente relevante.
04. Analisando a homologação da composição civil dos danos e da transação penal, explique: qual das duas decisões faz coisa julgada material? Por quê?
De acordo com a Súmula Vinculante n.º 35 - A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial. Desta feita, a composição civil dos danos (CCD), faz coisa julgada material, visto que é homologada pelo juiz, mediante sentença irrecorrível, que posteriormente se não houver pagamento pode ser executado no juízo cível visto que constitui título executivo judicial. (art.74, lei 9099/95)

Continue navegando