Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 SEMIOLOGIA DO ESTÔMAGO DANIELY FRAZÃO – UNIFACS - MEDICINA SEMIOLOGIA DO ESTÔMAGO ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO ANAMNESE E O EXAME FÍSICO PRINCIPAIS PATOLOGIAS PRINCIPAIS EXAMES COMPLEMENTARES ASPECTOS ANATÔMICOS ASPECTOS HISTOLÓGICOS FISIOLOGIA Células oxínticas Pepsinogênio Células parietais fator intrínseco, muco e ácido clorídrico Situam-se no estomago proximal Glândulas pilóricas muco, gastrina (célula G) Situam-se no estomago distal DISPEPSIA Origem etimológica grega que significa “dificuldade de digestão” Refere-se a um conjunto de sintomas (queimação epigástrica, saciedade precoce, empachamento pós-prandial), persistentes ou recorrentes. Localizados na região superior do abdome Classificação Dispepsia não-investigada Dispepsia orgânica/estrutural Dispepsia associada ao H.pylori Dispepsia funcional (Critérios de roma IV) CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS CONSENSO ROMA IV(2016) 1- Queixas dispépticas durante os últimos 3 meses que se iniciaram, no mínimo 6 meses antes do diagnostico 2- É fundamental a presença de um ou mais dos sintomas: Empachamento pós-prandial Saciedade precoce Queimação em epigástrio Dor epigástrica 3- Ausência de alteração estrutural que justifique os sintomas DISPEPSIA FUNCIONAL - SUBTIPOS SÍNDROME DO DESCONFORTO PÓS- PRANDIAL Empachamento pós-prandial e saciedade precoce após uma refeição habitual. Os sintomas devem ocorrer pelo menos 3x/semana SÍNDROME DA DOR EPIGÁSTRICA Dor epigástrica ou queimação em epigástrio pode ser induzida por refeições, aliviada com refeições, em jejum – não tem padrão de ritmicidade, periodicidade ou dor noturna. Deve ocorrer pelo menos 1x/semana. Os sintomas ocorrem mais frequentemente em adultos jovens, são recorrentes e não são acompanhados de sinais de alarme: anemia, sangramento, perda e peso 2 SEMIOLOGIA DO ESTÔMAGO DANIELY FRAZÃO – UNIFACS - MEDICINA Pacientes podem apresentar os subtipos isoladamente ou podem ter todos os sintomas relatados acima Pacientes podem apresentar associado ao quadro sintomas de DRGE (pirose e regurgitação) ou síndrome do intestino irritável (diarreia, constipação) DISPEPSIA FUNCIONAL – FISIOPATOLOGIA DESCONHECIDA HIPERSECREÇÃO ÁCIDA? DISMOTILIDADE GASTRODUODENAL HIPERSENSIBILIDADE VISCERAL ALTERAÇÃO DA ACOMODAÇÃO GÁSTRICA ASSOCIADA AO H.PYLORI? DIAGNÓSTICO CLÍNICO ANAMNESE DETALHADA BASEADA NOS CRITÉRIOS DE ROMA IV Investigar sinais e sintomas de alarme – para afastar doença orgânica Perda de peso Vômitos recorrentes Disfagia progressiva Presença de sangramento Icterícia A presença de sinais e sintomas de alarme indicam necessidade de continuar a investigação com exames específicos Realização de exame físico detalhado: deverá ser normal. O encontro de viceormegalias ou massas abdominais exclui a possibilidade de dispepsia funcional DISPEPSIA ASSOCIADA AO H.PYLORI Bactéria GRAM negativa Coloniza muco gástrico Adquire na infância, países subdesenvolvidos Transmissão fecal oral O humano é o principal reservatório e fonte de transmissão A maioria das pessoas são portadores assintomáticos Estima-se que 50% da população mundial seja acometida Pode causar ulcera, neoplasia gástrica e dispepsia Chama-se dispepsia associada ao H.pylori quando os sintomas desaparecem após tratamento especifico para a bactéria 3 SEMIOLOGIA DO ESTÔMAGO DANIELY FRAZÃO – UNIFACS - MEDICINA Adere-se ao epitélio, livre na camada de muco Sobrevive em ph 4-8 e se multiplica em ph 6-8 Produz uréase: hidrolisa a ureia luminal gástrica formando amônia e aumentando o ph Motilidade DISPEPSIA ORGÂNICA Existe lesão na mucosa Sinais e sintomas característicos de cada patologia Exemplos: câncer gástrico, ulcera gástrica, ulcera duodenal ÚLCERA PÉPTICA Definição: é a perda limitada de tecido no trato gastrointestinal até a submucosa, em áreas banhadas pela secreção cloridropéptica. Causas: Helicobacter pylori (hp), responsável por mais de 95% das ulceras duodenais e 80% das ulceras gástricas. Apenas 10-20% desenvolvem essa complicação. Anti-inflamatórios não hormonais Infecção do antro pelo hp, aumento da secreção cloridropéptica, metaplasia gástrica do duodeno, infecção deste pelo HP e úlcera. Diagnostico Tipo queimação Duas a três horas após a refeição (ritmicidade) Dor noturna (clocking) Alívio com alimentos ou antiácidos (alcalinos) Crises de epigastralgia intercaladas por períodos sem dor (periodicidade) Endoscopia digestiva alta – quando biopsiar Aparência neoplásica Ulceras gástricas Quando se suspeita de etiologia especifica (Crohn, sarcoidose etc) Retirar fragmentos gástricos para pesquisa de H. pylori 4 SEMIOLOGIA DO ESTÔMAGO DANIELY FRAZÃO – UNIFACS - MEDICINA Complicações (30% dos casos não tratados) Hemorragia digestiva alta (HDA) em 20% dos casos (mais na parede posterior do duodeno) Perfuração em 6% (ocorre mais na parede anterior do duodeno) Penetração/fistulização Obstrução piloro-duodenal em 4% Investigar sinais e sintomas de alarme – para afastar doença orgânica Endoscopia digestiva alta (EDA) Pesquisa de HP TRATAMENTO Cesar tabagismo, AINE e demais fatores de risco Inibidor de bomba de prótons por 4 a 8 semanas (dependendo do tamanho, localização) Se ulcera por H.pylori prosseguir com erradicação da bactéria Repetir EDA (8-12 semanas): ulcera gástrica, sintomas persistentes a depsieto da terapia, ulceras > 2cm, ulceras com aparência maligna e BX inocente, EDA inicial inadequada, paciente com fatores de risco para câncer. Câncer gástrico 95% são adenocarcinomas 3% são linfomas Outros: leiomiossarcomas... 65% dos pacientes mais de 50 anos Maior incidência no sexo masculino 2:1 Fatores de risco Etilismo e tabagismo Infecção pelo H.pylori Ingestão de alimentos com conservantes, salgados, defumados Fatores genéticos Gastrectomias prévias Anemia perniciosa Obesidade Pólipos gástricos hiperplásicos MANIFESTAÇÕES CLINICAS – ANAMNESE Manifestações precoces: inespecíficas No momento do diagnostico, cerca de 50% dos pacientes já com doença avançada Pacientes com câncer gástrico precoce: assintomático Tumores de cárdia disfagia 5 SEMIOLOGIA DO ESTÔMAGO DANIELY FRAZÃO – UNIFACS - MEDICINA Tumores distais do antro: podem obstruir o piloro e cursam com vômitos com alimentos não digeridos Podem cursam com sangramento gastrintestinal: Hematêmese e melena Sinais clínicos se desenvolvem na fase tardia da doença: sensação de plenitude gástrica, saciedade precoce, perda de peso, anemia, dor epigástrica Exame físico Alterações observadas em doença avançada Massa palpável em epigástrio Hepatomegalia endurecida: metástases Linfonodos palpáveis: Em fossa supra clavicular esquerda (nódulo de Virchow-Troisier) Na região supra umbilical (nódulo irmã Maria José) DIAGNÓSTICO Baseado na história clínica e exame físico Endoscopia digestiva alta com biopsia da lesão (padrão-ouro) O encontro de lesão ulcerada gástrica tem que ser biopsiada Aparência inicial semelhante a ulcera benigna Acompanhar cicatrização da lesão após tratamento TC de abdome e TC de tórax para estadiamento do tumor HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA (HDA) São hemorragia decorrentes de lesões proximais à papila duodenal maior Quadro clinico Hematêmese vomito sanguinolento, vermelho vivo ou escuro (sangue digerido), indica HDA Melena fezes pretas, odor fétido, pastosas. Em 90% das vezes indica HDA. Pode ocorrer em lesões do colon proximal ETIOLOGIAS HDA nãovaricosa Úlcera péptica Síndrome de Mallory Weiss Tumor de estômago Esofagite Lesão de dieulafoy 6 SEMIOLOGIA DO ESTÔMAGO DANIELY FRAZÃO – UNIFACS - MEDICINA Angiodisplasias Ectasia vascular antral HDA varicosa Varizes de esôfago Varizes gástricas Gastropatia hipertensiva portal ESTIMATIVA DE PERDA VOLÊMICA HDA NÃO-VARICOSA – MANEJO INICIAL Garantir via aérea e estabilização hemodinâmica Anamnese dirigida IBP venoso Transfusão sanguínea Em pacientes estáveis se Hb ≤ 7 g/dL (alvo: Hb 7 – 9 g/dL) Doença cardiovascular se Hb ≤ 8 g/dL (alvo: Hb 10 ≥ g/dL) Discutir retirada de anticoagulante e antiagregante: pesar risco x benefício (decisão conjunta) Não realizar sondagem nasoenteral EDA em até 24h APÓS estabilização do paciente
Compartilhar