Buscar

hef-06-periodo-helenistico-i-newsublinhado

Prévia do material em texto

Período Helenístico I
Aula 6
por Olavo de Carvalho
coleção
História
Essencial da
Filosofia
Período Helenístico I
Aula 6
por Olavo de Carvalho
coleção
História
Essencial da
Filosofia
por Olavo de car!âlho
Coleçâo Hislôria Ess.nclál da Filosofia
AcoDrpanha esta publicaçâô uú DvD,
que nâo pô.ie ser vendid. scparrdameilc
Impre$o no Brasil, dedmbn, dc2006
Copyrighl o 2003 hy Olavo dc Carvâlho
Folo Olalo de CaNalho
Edlor
Edson Manoel de oh,eira Iilho
Moniq!€ schcnkcls c Dagnar RizTol,)
Da8ui Design
]êreza Mâúá LourcnÇo turcira
Os diritos d.sa cdiçáo pcricrccnr i
cEP, 04009-970 - §ào Paulo SP
Teleilx, (ll) 5s72-s563
E únil ca.fercalizàcoes @nr br
www úcâlizáco.s «!n br
Roservados todosnsdkeiros deíx ohrJ Pniihida rlda c qoalqucr rcprodrçao d.Í. cilçar Ítr
qualqrermelo.u lônna sej cLaeleh.ônicà ou DccániF, toLocópla, grava(áo.u qu{lqú0r fri.r.
Período Helenístico I
Aula 6
por Olavo de Carvalho
coleçáo
História
Essencial da
Filosofia
i
por Olavo de car!âlho
Coleçâo Hislôria Ess.nclál da Filosofia
AcoDrpanha esta publicaçâô uú DvD,
que nâo pô.ie ser vendid. scparrdameilc
Impre$o no Brasil, dedmbn, dc2006
Copyrighl o 2003 hy Olavo dc Carvâlho
Folo Olalo de CaNalho
Edlor
Edson Manoel de oh,eira Iilho
Moniq!€ schcnkcls c Dagnar RizTol,)
Da8ui Design
]êreza Mâúá LourcnÇo turcira
Os diritos d.sa cdiçáo pcricrccnr i
cEP, 04009-970 - §ào Paulo SP
Teleilx, (ll) 5s72-s563
E únil ca.fercalizàcoes @nr br
www úcâlizáco.s «!n br
Roservados todosnsdkeiros deíx ohrJ Pniihida rlda c qoalqucr rcprodrçao d.Í. cilçar Ítr
qualqrermelo.u lônna sej cLaeleh.ônicà ou DccániF, toLocópla, grava(áo.u qu{lqú0r fri.r.
Período Helenístico I
Aula 6
por Olavo de Carvalho
coleçáo
História
Essencial da
Filosofia
i
I
1
(lroçax) Histó.iâ trssencial da Filosofiâ
Período Helenístico I - Aula 6
por Olavo de Carvalho
t,ogo no corneço do curso dissemos que a História da Filosofia nao
scguia uma linha nítida, rnüito menos uma linha predeterminada; q!e
não era possivel reaiiz a âmbiçáo hegeliana de reduzir todo o desen-
volvimento da Hisiória da Filosofia a uma espécje de raciocínio úrico,
unra espécic de macrossilogismo dialético com comeÇq meio e fim. o
qual cülmináriâ no próprio Hegel; e que havia â interlerência constante
de tàtores de ordem extraÍilosófica. Um desses faiores entra em cenalogo
àpós esse período clássico que já àbordamos. isto é, Iogo âpós a formaçáo
dessâs duas grandes sínteses, que sáo o pld,o,?isma eo ari staíeLisno.
Áté aí vemos que o cu$o da História da Filosofia tinha de fato seguido
unla linha coerente. mas que isto só irconteceu potqle é uma históda
.únlirua quer diler hatia a (one\do enl.e a. gc'acõcs. a pas'apelr
direia do legado de umâ geração pam â outra: Plaiào é aluno de Sócrâ
tes. e Adslóteles é aluno de ?latáo. Temos aí eraiamente três gerâções
Nesse caso. náo é difícil identificâr uma evoluçáo contínua - mesmo
porque, dumnte esse periodo. náo hollve modificaçôes substanciâis do
pânorama histórico. Isto significa que. dentro de uma situaçáo mais
ou menos esiável, três gerações puderâm prosseguit o trabalho de
uma maneira regular, passando do simples errunciado de uma ambiÇáo
fi1osófica. de uIn projeto filosófico, por Sócrâies, a todo aquele mundo
platónico já estrutürado e a todo o sistema dâs ciências montado por
Âristóteles. não como um projeto, mas já como uma obra em pleno
curso de rcalizaçáo.
O número de investigações que Adstóteles inaugurâ e leva a bom
termo é muito impressionante, Ele pessoâlmente fez a descÍiçáo de
I
1
(lroçax) Histó.iâ trssencial da Filosofiâ
Período Helenístico I - Aula 6
por Olavo de Carvalho
t,ogo no corneço do curso dissemos que a História da Filosofia nao
scguia uma linha nítida, rnüito menos uma linha predeterminada; q!e
não era possivel reaiiz a âmbiçáo hegeliana de reduzir todo o desen-
volvimento da Hisiória da Filosofia a uma espécje de raciocínio úrico,
unra espécic de macrossilogismo dialético com comeÇq meio e fim. o
qual cülmináriâ no próprio Hegel; e que havia â interlerência constante
de tàtores de ordem extraÍilosófica. Um desses faiores entra em cenalogo
àpós esse período clássico que já àbordamos. isto é, Iogo âpós a formaçáo
dessâs duas grandes sínteses, que sáo o pld,o,?isma eo ari staíeLisno.
Áté aí vemos que o cu$o da História da Filosofia tinha de fato seguido
unla linha coerente. mas que isto só irconteceu potqle é uma históda
.únlirua quer diler hatia a (one\do enl.e a. gc'acõcs. a pas'apelr
direia do legado de umâ geração pam â outra: Plaiào é aluno de Sócrâ
tes. e Adslóteles é aluno de ?latáo. Temos aí eraiamente três gerâções
Nesse caso. náo é difícil identificâr uma evoluçáo contínua - mesmo
porque, dumnte esse periodo. náo hollve modificaçôes substanciâis do
pânorama histórico. Isto significa que. dentro de uma situaçáo mais
ou menos esiável, três gerações puderâm prosseguit o trabalho de
uma maneira regular, passando do simples errunciado de uma ambiÇáo
fi1osófica. de uIn projeto filosófico, por Sócrâies, a todo aquele mundo
platónico já estrutürado e a todo o sistema dâs ciências montado por
Âristóteles. não como um projeto, mas já como uma obra em pleno
curso de rcalizaçáo.
O número de investigações que Adstóteles inaugurâ e leva a bom
termo é muito impressionante, Ele pessoâlmente fez a descÍiçáo de
cluTenl.rs espécies animais. c isso sllpcrâ o qüc cluâLquer biólogo trabÍr
lhâlrdô cm ielnFo integral curscguc liuer hoic. 
^rist(itclcs 
ârrcditava,
cenâmLir1ic. quccssc coriulrio organilalto clc iIvc!tigoçõcsqucelc tinha
irrêururad., iriã prosscguir ao longodos lcnriros.le unra maneira aisou
nrcnos unilon e, .lerlr'o da sLIa pr(rp iâ cscoh c nos cúculos plai(lnicos
dc nrodo gcml. Elc serrpre se corside()u um nr$nbru do cnrLLk) plalô-
nico, e o Liccu aristotólico nanr Litln ouiro correço independente. mas
,I r.,if , \ fr i.r'! r (n ud.'. 11'l' nl "' .-, L lr't.r, ..",..,1\êú
âlgunras ccntcras dc pcssoas c r(l(Ilitava n]uito Do trabalho orgâni-
zado. no imbalho dc grupo, I,)s bols rlrslll&los !l colaborlcáL)
Ilrisle Lrm livro seu qur s. chlnrr a)í.ri/oes, qLLC saú r ilharcs dc
pcrguntas, e nós nos ferguntanros p0 quc o ttrj!ito jria iãzer uln Inro
intciro só conr pcrtunrâs, scnr ncnhurnâ rcsposLa, sc ,rqUilo nào losse
ulnprograma detrabalho. EIc csiar cll lciarido.tucslaus qLr! acha digfas
de sorcrn inve5tigirdÀs, porquc icria nnpossivcl acrc(litâr qrLe clc rncsrn.)
lossc dcscobrir iüdo aqDilo ern vida A prí)priâ e\istôncia dcssc iextú
nos nlostra quc Aristótclcs iinha nlgurna idóiâ da possibilidade de pros
seguünento normal dâs atividadcs invcstigâtivâs como â de qLrakluer
instiiuto dc pesqLlisas nrod€nro que dura celll. duzertos, trezentos anos.
dentro do qral os conhccimcnros adqlrldclos nurüa geraçáLr stur passados
à outra e lhe servem dc basc.
Logo após esse período, vcnr a inkrvcnçào dc latdcs quc náo tôrr
absolutanrcntc uadr â vcr colr a llk)iolia. rn§ (luc nrodilicam (lc tal nrcdo
o panorama quc iudo isso quc cstudallx)s r(,D o r0N dt t ulolisiloe
zdsÍrelislro de repente se tornâ nrais csqLLisito pam os girgos do quc o
é para nós. Hojc, pâssados dois rril c.tuatrocurlos nos s(,nos c,rpazcs
de reconstituir csscs dois crlifÍcios conr os !loillcrlos qLrc ddes sohraram
e conpreender perleiiamentc a ilrtcnçtio conr !uo I)rârn cr)rsirui.bs, ris
objctivos qre csrâvârr ali sobentendidos e quíis as larelàs cicntiücas quc
eles nos impõcm. Nocniantír, apcnas xnrâgelaçitodcpois de Arislóteles
' rr lü í irillrl(lo ronrpletnnicnle estrânho à nrente ilrcga. Essc é
fu,i ( i,.i r , 
's 
(1. csqu.cirncrno colctivo c dc pcrclâ, corlplcta mcsrro. de
L,i,r t1rri. rir)s àl:lquiÍidos E uma vcrda.lcira calisllo[e cogniliva
lslo rLr(nrtccc a pâúir das invasaes empreendid.ls por Alcxândrc,
,, ( i ,r r(lc. (trrj. pr)r lronia, hâviâ sido aluno dc Aristóteles quan(lo
L r,Ir(r 
^lc{ndrc 
iirha um sonho: unlâ espécie c]e "monarquia uni-
!L rsrl '. nronarqria únicâ. o trnpério universai E l]lc dl: Iaio consciluc
Iorriu lc 'iló.ios imenÍrs e r volta.O lnpório já cstava pmticâllrenlc
rss.rrlrdo cnr suas bâscs .ecográficas quando ele lnorre lsso qucr dizer
(tIo, do scu projclo de construção só loi leita â pârtc nirgâtivâ, a pâric
(lrslrutiva: deslntir ludo que tinhâ enr voltâ para dcpois lanqar novas
hascs Quândo chcgou a hora de lançar as novas b.rses, Ale\ândr€
llr(,rrcu, rnuito joven, erltiro o lnpério loi unr proieio âborlado. lá na
suâ lãse de inlpLantaçao, el€ linhâ desmoniâdo as \,árias cstruluras
p(níiicâs de iodâs as cidacles quc lÉviâ ocupôdo. Nisso desaparece d
,/Í1is, a cidâdc'estado independeDle, qlre era à hâse da orgarizaÇão
rrcgâ câda uma delas c(,n as süâs leis, coff o scn parlantcnto, em
surlrâ, conr uma vida pdítica bcrn oreanizada. E tudo isso desapâreceu
j,r na làsc das nrvâsa)es.
QuandoAlexândre morre. o negócio piora âinda Inâis. porque havia
unra sé e de reinos €nr t,oliâ, c câda um tonlou para si uma pârte dos
ierritririos conquistados por ele. Flavizr monàrquias no Egiio, na Síiâ,
ctc . e cadaumâ lbipegandoün pedaço, comoqu€ dividindo o cadávcr da
vítimâ. Í1, naturêlmenie. esses reis implantara]n, cm todos os terriiórios
qup r, nri'alL I'I Ipo dc,nor.rqur- ab.ulrri' qur j., c,d,i "e5i Ir qrc
linhârnnos seus respectivos países Issoqüerdizerquc. dc rcpcnte, conl
â ürdependênciâ. desapârecem âs consiituiçôcs -c comas constiluições
desâparece, efetivamcntc. todo e qualquer tipo de atividade politica,
a não ser a atividade palacianr, quer di7er, do círculo dos camaradas
próxinos ao gôvernante.
cluTenl.rs espécies animais. c isso sllpcrâ o qüc cluâLquer biólogo trabÍr
lhâlrdô cm ielnFo integral curscguc liuer hoic. 
^rist(itclcs 
ârrcditava,
cenâmLir1ic. quccssc coriulrio organilalto clc iIvc!tigoçõcsqucelc tinha
irrêururad., iriã prosscguir ao longodos lcnriros.le unra maneira aisou
nrcnos unilon e, .lerlr'o da sLIa pr(rp iâ cscoh c nos cúculos plai(lnicos
dc nrodo gcml. Elc serrpre se corside()u um nr$nbru do cnrLLk) plalô-
nico, e o Liccu aristotólico nanr Litln ouiro correço independente. mas
,I r.,if , \ fr i.r'! r (n ud.'. 11'l' nl "' .-, L lr't.r, ..",..,1\êú
âlgunras ccntcras dc pcssoas c r(l(Ilitava n]uito Do trabalho orgâni-
zado. no imbalho dc grupo, I,)s bols rlrslll&los !l colaborlcáL)
Ilrisle Lrm livro seu qur s. chlnrr a)í.ri/oes, qLLC saú r ilharcs dc
pcrguntas, e nós nos ferguntanros p0 quc o ttrj!ito jria iãzer uln Inro
intciro só conr pcrtunrâs, scnr ncnhurnâ rcsposLa, sc ,rqUilo nào losse
ulnprograma detrabalho. EIc csiar cll lciarido.tucslaus qLr! acha digfas
de sorcrn inve5tigirdÀs, porquc icria nnpossivcl acrc(litâr qrLe clc rncsrn.)
lossc dcscobrir iüdo aqDilo ern vida A prí)priâ e\istôncia dcssc iextú
nos nlostra quc Aristótclcs iinha nlgurna idóiâ da possibilidade de pros
seguünento normal dâs atividadcs invcstigâtivâs como â de qLrakluer
instiiuto dc pesqLlisas nrod€nro que dura celll. duzertos, trezentos anos.
dentro do qral os conhccimcnros adqlrldclos nurüa geraçáLr stur passados
à outra e lhe servem dc basc.
Logo após esse período, vcnr a inkrvcnçào dc latdcs quc náo tôrr
absolutanrcntc uadr â vcr colr a llk)iolia. rn§ (luc nrodilicam (lc tal nrcdo
o panorama quc iudo isso quc cstudallx)s r(,D o r0N dt t ulolisiloe
zdsÍrelislro de repente se tornâ nrais csqLLisito pam os girgos do quc o
é para nós. Hojc, pâssados dois rril c.tuatrocurlos nos s(,nos c,rpazcs
de reconstituir csscs dois crlifÍcios conr os !loillcrlos qLrc ddes sohraram
e conpreender perleiiamentc a ilrtcnçtio conr !uo I)rârn cr)rsirui.bs, ris
objctivos qre csrâvârr ali sobentendidos e quíis as larelàs cicntiücas quc
eles nos impõcm. Nocniantír, apcnas xnrâgelaçitodcpois de Arislóteles
' rr lü í irillrl(lo ronrpletnnicnle estrânho à nrente ilrcga. Essc é
fu,i ( i,.i r , 
's 
(1. csqu.cirncrno colctivo c dc pcrclâ, corlplcta mcsrro. de
L,i,r t1rri. rir)s àl:lquiÍidos E uma vcrda.lcira calisllo[e cogniliva
lslo rLr(nrtccc a pâúir das invasaes empreendid.ls por Alcxândrc,
,, ( i ,r r(lc. (trrj. pr)r lronia, hâviâ sido aluno dc Aristóteles quan(lo
L r,Ir(r 
^lc{ndrc 
iirha um sonho: unlâ espécie c]e "monarquia uni-
!L rsrl '. nronarqria únicâ. o trnpério universai E l]lc dl: Iaio consciluc
Iorriu lc 'iló.ios imenÍrs e r volta. O lnpório já cstava pmticâllrenlc
rss.rrlrdo cnr suas bâscs .ecográficas quando ele lnorre lsso qucr dizer
(tIo, do scu projclo de construção só loi leita â pârtc nirgâtivâ, a pâric
(lrslrutiva: deslntir ludo que tinhâ enr voltâ para dcpois lanqar novas
hascs Quândo chcgou a hora de lançar as novas b.rses, Ale\ândr€
llr(,rrcu, rnuito joven, erltiro o lnpério loi unr proieio âborlado. lá na
suâ lãse de inlpLantaçao, el€ linhâ desmoniâdo as \,árias cstruluras
p(níiicâs de iodâs as cidacles quc lÉviâ ocupôdo. Nisso desaparece d
,/Í1is, a cidâdc'estado independeDle, qlre era à hâse da orgarizaÇão
rrcgâ câda uma delas c(,n as süâs leis, coff o scn parlantcnto, em
surlrâ, conr uma vida pdítica bcrn oreanizada. E tudo isso desapâreceu
j,r na làsc das nrvâsa)es.
QuandoAlexândre morre. o negócio piora âinda Inâis. porque havia
unra sé e de reinos €nr t,oliâ, c câda um tonlou para si uma pârte dos
ierritririos conquistados por ele. Flavizr monàrquias no Egiio, na Síiâ,
ctc . e cadaumâ lbipegandoün pedaço, comoqu€ dividindo o cadávcr da
vítimâ. Í1, naturêlmenie. esses reis implantara]n, cm todos os terriiórios
qup r, nri'alL I'I Ipo dc,nor.rqur- ab.ulrri' qur j., c,d,i "e5i Ir qrc
linhârnnos seus respectivos países Issoqüerdizerquc. dc rcpcnte, conl
â ürdependênciâ. desapârecem âs consiituiçôcs -c comas constiluições
desâparece, efetivamcntc. todo e qualquer tipo de atividade politica,
a não ser a atividade palacianr, quer di7er, do círculo dos camaradas
próxinos ao gôvernante.
Luan
Realce
Luan
Realce
Luan
Realce
Luan
Realce
Luan
Realce
Luan
Realce
Luan
Realce
Luan
Realce
'Ibdá a virla da polis girâvâ em torno da idéia de participaçâo na
vida políticâ. a qual seriâ o escoadouro para onde desaguavaÚ1 todos
os conhecimentos adquiridos no curso da cducaçáo do cidadáo. in-
cluindo os discipulos de Platâo e dcAristóteles. Então a polÍtica ó uma
cspécic de campo de teste de todas as idéiâs qlre havia en1 circulação.
e vemos, pelos diálogos dc Plâiâo, quc grandc número de seus discí-
pulos eram dedicados à vida pública. 
^quilo 
era praticamcnte uma
escolâ de estâdistâsi se nAo lbsseDr estadis!âs. pelo menos algumâ
participaçâo teriam.
Grâças â essâ intensa atividade política haviâ sc descnvolvido, âo
longo dos séculos, já antes de Plaliio € Arisióteles, todâ â arte da retó-
rica. Quer dizer os grcgos já cstavam bastante âliâdos nâs discxssóes.
Náo nâs discussões cientificas. quc comcçâm apcnas dcpois - é só na
escola plaiônjca que se vé reâlmente uma discussào cierliífica orgâ-
nizadâ, ântes náo -, mas pclo mcnos nas discussoes politicas. Coflr o
advento da €scola platónica sc dá um salto: da díscussãa |etótica, da
discussáo política. para o debatecíe títica,co]maintroduçáo da ciênciâ
dialéticae, depois, conr a introduçáo dos critérios prop amentelógicos.
Mâs âcontece que. desaparecendo a âtividâdc política, dcsaparecc a
condição social sobre a quâl se e*uiâ tlrdo isto, e desde logo a própria
condiÇáo de cidâdâo desaparece
O que é o cidadào no sentido grcgo? É o suicito que está habiliiado
a pa{icipêr da políiicà, eparricipar nâo apcnas con1o cleitor mas como
voz ativâi hoje ele é um eleiior, amanha poderá ser um governânte.
NâluraLnentc, avida dapolls erâ constituída de umâ série de tiltrâgens
e seleçóes dos vários pretendentes. Vimos que quase todos os cidâdáos
âtenienses, por eremplo. eÍanr de âlgum üodo políticos alguns com
mais sucesso, outros com menos sucesso, mas virtualmenie eram todos
politicos e se considerâvâm todos governantes virtuais, prctendentes às
funçôes de governo. de algum modlr.
E
Quârdo isso desaparec€, some tan1bén1 a condiçáo de cidadáo,
(tuc ó subsiituída pcla condição de súdiio. E o súdito, evjdent€mcn-
tc. náo pâÍiicipa de discussóes e muito menos de decisÕes políticas;
(llc nem sabc quâis sáo as decisõcs, poisas ordens vêm dc cima e ele
n,]r) precisâ sequer compreendê-làs. Aí já sc tem uma massa de gente
cxcluída de úm modo de vicla ao qüal tinham se âcosiumâdo durante
alguns séculos. Desâparecendo a polÍtica, é evidenie quc desaparece
tambórn a necessidade da arte retóricâ qüe era o aprendizado no
quât os Iuturos políticos êfiavam as suas capacidâdes.trgunrentativas.
Agom não há mais aiividade polÍticâ. entáo não há mais nccessidade
desse treinamento.
À arte rcióricâ logo reflui paÍâ se tornar uma atividade úerâmcnte
escolar a exprcssào "retóricâ escolar" dcsigna pecisanente o tipo de
relórica quc se ensinava nesse período - que é â de nrero exercício sem
tinalidade. Vira unra espócie de arte pela aÍie. o sujeito aprendiâaqui1o.
t'âziê os exercícios cscolâres para aprendcr a fazer eretcícios escolares.
Nenhum dcsscs discursos tteinados na escola serian1 jamais testados nâ
vidâ real. É como se você entrasse pâra uma academia de boxe, ficâsse
treinando, treinando, c depois losse proibido de participar de campco_
naios. Nâ verdâde. você nunca vai saber se você sabe ou náo.
Como uma espésie de compcNaçáo, surge um segundo tipo de
retódca, que é a "retórica epistolâr". ]üdo aquilo que havia de troca
de idéias em praÇa públicâ passa a haver mais na eslera pÍivâda. Aí
se desenvolvc muito a arte das cal1as. que ao longo do tempo vai
se tornar uma co;sa muito impoftante na literâtura do Ocidente- com
conseqüências dc longo pmzo que, evidenternente. nessaépoca, elcs
nem podedâm irnaginar Às cartas, na medidaem que sãoumatroca
de informaçôes de ordem particular, váo facilitaÍ cada vez mais a
auto-observaqáo das pessoas eascontissóes intimas, etc. Daí vai nasce!
mil e setecentos anos depois, o nodemo romance psicológico.
Luan
Realce
Luan
Realce
'Ibdá a virla da polis girâvâ em torno da idéia de participaçâo na
vida políticâ. a qual seriâ o escoadouro para onde desaguavaÚ1 todos
os conhecimentos adquiridos no curso da cducaçáo do cidadáo. in-
cluindo os discipulos de Platâo e dcAristóteles. Então a polÍtica ó uma
cspécic de campo de teste de todas as idéiâs qlre havia en1 circulação.
e vemos, pelos diálogos dc Plâiâo, quc grandc número de seus discí-
pulos eram dedicados à vida pública. 
^quilo 
era praticamcnte uma
escolâ de estâdistâsi se nAo lbsseDr estadis!âs. pelo menos algumâ
participaçâo teriam.
Grâças â essâ intensa atividade política haviâ sc descnvolvido, âo
longo dos séculos, já antes de Plaliio € Arisióteles, todâ â arte da retó-
rica. Quer dizer os grcgos já cstavam bastante âliâdos nâs discxssóes.
Náo nâs discussões cientificas. quc comcçâm apcnas dcpois - é só na
escola plaiônjca que se vé reâlmente uma discussào cierliífica orgâ-
nizadâ, ântes náo -, mas pclo mcnos nas discussoes politicas. Coflr o
advento da €scola platónica sc dá um salto: da díscussãa |etótica, da
discussáo política. para o debatecíe títica,co]maintroduçáo da ciênciâ
dialéticae, depois, conr a introduçáo dos critérios prop amentelógicos.
Mâs âcontece que. desaparecendo a âtividâdc política, dcsaparecc a
condição social sobre a quâl se e*uiâ tlrdo isto, e desde logo a própria
condiÇáo de cidâdâo desaparece
O que é o cidadào no sentido grcgo? É o suicito que está habiliiado
a pa{icipêr da políiicà, eparricipar nâo apcnas con1o cleitor mas como
voz ativâi hoje ele é um eleiior, amanha poderá ser um governânte.
NâluraLnentc, avida dapolls erâ constituída de umâ série de tiltrâgens
e seleçóes dos vários pretendentes. Vimos que quase todos os cidâdáos
âtenienses, por eremplo. eÍanr de âlgum üodo políticos alguns com
mais sucesso, outros com menos sucesso, mas virtualmenie eram todos
politicos e se considerâvâm todos governantes virtuais, prctendentes às
funçôes de governo. de algum modlr.
E
Quârdo isso desaparec€, some tan1bén1 a condiçáo de cidadáo,
(tuc ó subsiituída pcla condição de súdiio. E o súdito, evjdent€mcn-
tc. náo pâÍiicipa de discussóes e muito menos de decisÕes políticas;
(llc nem sabc quâis sáo as decisõcs, pois as ordens vêm dc cima e ele
n,]r) precisâ sequer compreendê-làs. Aí já sc tem uma massa de gente
cxcluída de úm modo de vicla ao qüal tinham se âcosiumâdo durante
alguns séculos. Desâparecendo a polÍtica, é evidenie quc desaparece
tambórn a necessidade da arte retóricâ qüe era o aprendizado no
quât os Iuturos políticos êfiavam as suas capacidâdes.trgunrentativas.
Agom não há mais aiividade polÍticâ. entáo não há mais nccessidade
desse treinamento.
À arte rcióricâ logo reflui paÍâ se tornar uma atividade úerâmcnte
escolar a exprcssào "retóricâ escolar" dcsigna pecisanente o tipo de
relórica quc se ensinava nesse período - que é â de nrero exercício sem
tinalidade. Vira unra espócie de arte pela aÍie. o sujeito aprendiâaqui1o.
t'âziê os exercícios cscolâres para aprendcr a fazer eretcícios escolares.
Nenhum dcsscs discursos tteinados na escola serian1 jamais testados nâ
vidâ real. É como se você entrasse pâra uma academia de boxe, ficâsse
treinando, treinando, c depois losse proibido de participar de campco_
naios. Nâ verdâde. você nunca vai saber se você sabe ou náo.
Como uma espésie de compcNaçáo, surge um segundo tipo de
retódca, que é a "retórica epistolâr". ]üdo aquilo que havia de troca
de idéias em praÇa públicâ passa a haver mais na eslera pÍivâda. Aí
se desenvolvc muito a arte das cal1as. que ao longo do tempo vai
se tornar uma co;sa muito impoftante na literâtura do Ocidente- com
conseqüências dc longo pmzo que, evidenternente. nessaépoca, elcs
nem podedâm irnaginar Às cartas, na medidaem que sãoumatroca
de informaçôes de ordem particular, váo facilitaÍ cada vez mais a
auto-observaqáo das pessoas eascontissóes intimas, etc. Daí vai nasce!
mil e setecentos anos depois, o nodemo romance psicológico.
Luan
Realce
Luan
Realce
Luan
Realce
Os primeiros romances psicológicos \,â o ser todos nâ base dascarias.
Se você pcgâr as Iamosâs llelaçoes perigasas. de Laclos,r csse tivro é
nâ base de cartas e nrulto! erên1 na basc de cartàs. lsto é um filhote.
€m longo prazo, da rctórica epistulâr quc surge nesse período. Mas ó
claro quc, de início, não honvc nenhurn resuliado assirn cspetacular:
ao contrário. aquilo lbi um refluxo c uffa decadênciâ dâ arte rctdrica.
EssepeÍíodo é contado denaneira extrâordinária no talvez melhorli\,1.o
de história liierária do século XX, que é o de grncst llobcrt Curtiüsl
Lileratura eunpéia e Idade Módia latina.)
O sumiço das djscussoes públicas cria uma segunda, Daior e mais
1rágica dificlrldade: desaparece â biiÍe vcrbal sobrc â qual se eíigiâ a
possibilidadc daquelas grandes intuiçôcs de ordem metalisica que cn-
conlralnosjá no plaionisnoe no âristotclisnlo. Veja que nenhlün desses
ohte.n. dê melrl'rsi.'" e i'IcJ,a imeIrc.r(r.\r\ rl ao\ \cr)liJo\ I pr(. isu
tei-toda uma aimoslem verbal preparada pâra iornar possível às pessoâs
o acelso a certas intuiÇões. que só corn a estim laçáo sensorial elas não
váo ter, elas jâmais chcgâria a isso.
Quando desâparecem as discussoês públicas, desaparecc iambérn
êquele substraio verbal sobre o quâl se podia esÍabelecer a discussâo
dialética e, na discussão dialética. lazer êque]a escalada metalísica que
tão benr caracterizâ os diálogos platônicos. Justamente airavés dâ arte
dialética - cxcluinclo uma possibilidadc, cxclüindír Lrurrâ e outra - é
q0e Sócrates, conl muito cuidado, aÍisticamcnie, leva o discipulo, o
intcrlocuior, aperceber por si mesmo certâs coisas quc scnl essa escâdâ
verbâl ele náo tcria conseguido. Essas concepçares de orden metafÍsica
in:l"rlJneànrinle dc'apa,ê(en Jo prnurrmr
A coisamais extraordinária que aconiece ]resse periodo é justamente
esse esqüecínento rápido. Nósnos pergüntanos hoje eissodcfâiovai
consiituir um dos grandes enigmas da Históriâ da Filosofja quâis são
as relações enire os conhccimentos qlle os individuos podem âdqujrir
, t** I /r. - ,*1" r. .,il. , -
I fr)Isn var c o pânorâura social e cultlrralcm torno. Ern que mcdidn â
rrrllgelrcia dos individuos é dependcrte do meio social? Ai existe todâ
Lrrrr inlinidêde dcrespostês quc vào desde a aútonomia âbsolLrta, na
(lLrll o irrdividuo paira como uma espécle cle iluminado sobre uma mul'
iith() dc igrorantes, até aresposta contrária. que diz quc os indivíduos
riidrL podem e que quem pensa é a sociedâde, o colctivo, a Hislóriâ, etc.
Nu() lcnlos quc dâI rcsposias de iipo dolrlrinal a issoi buscâmos uma
rcsposta histórica, ou seja, comc, âs coisas realmente sc passamm
O que se pâssa nesses sécülos imediaiamenie posieriores a Aristó_
tcles p .ece sugerir â ioial sujeiçáo da mente indifidual às condiçÔes
lrnr lorro. porque, desapârecidas as condiçôes sociais e políticas do
diálogo. âs concepçóes a que os indivíduos iinhân acesso ântes se
Lornan inacessíveis. inalcançávcis e, eln brese tcmpo, ioialrnentc in'
compreensíveis, enrbora estivessem escritas no mesmo idioma que âs
pcssoas continuavam lalando.
observando o que os filósofos desse período dizen a respeito dc Pla-
tâo e Aristótc]es. nós nos surpreendemos âo ver coDro erê possível um
sujeiio entcnder tâo pouco obras de prcduçáo Íão recent€. O contrasie
cntr€ â filosofia clássica (Plaiáo c Àristóteles) e o que veio depoi§ - que
sào basicamcnte os lilósolos cinicos, os epicuistas, os estóicos e os
célicos - chega a ser acâchapanie. porque os novos filósofos tratam
dc raciocinâr segundo todâ uma pautâ toúlmente nova de temas, dc
conceilos e de categorias, a qual náo tinha nada a ver com a filosofia
clirssicâ, mâs que rellelia muitíssirno benr â novâ situaçao.
EmUineilo lugar, ]nía haveúo mâis a atividadc politica, o§ nrdiví-
duos náo se consideravam mais integrados num organismo social; eles
cstava mais ou menos soltos como átomos no espaço. Essa idéia de
"áiomo solto no espaÇo". como uma imagem, vai reaparecer m[itas vezes
nodiscurso filosófico dessa época. Esse relatjvo isolamento, essa fâlta de
orÍaanicidadc quânto à situaçáo do indivíduo na comunjdâde vai Íazer
ll
Luan
Realce
Os primeiros romances psicológicos \,â o ser todos nâ base dascarias.
Se você pcgâr as Iamosâs llelaçoes perigasas. de Laclos,r csse tivro é
nâ base de cartas e nrulto! erên1 na basc de cartàs. lsto é um filhote.
€m longo prazo, da rctórica epistulâr quc surge nesse período. Mas ó
claro quc, de início, não honvc nenhurn resuliado assirn cspetacular:
ao contrário. aquilo lbi um refluxo c uffa decadênciâ dâ arte rctdrica.
EssepeÍíodo é contado denaneira extrâordinária no talvez melhorli\,1.o
de história liierária do século XX, que é o de grncst llobcrt Curtiüsl
Lileratura eunpéia e Idade Módia latina.)
O sumiço das djscussoes públicas cria uma segunda, Daior e mais
1rágica dificlrldade: desaparece â biiÍe vcrbal sobrc â qual se eíigiâ a
possibilidadc daquelas grandes intuiçôcs de ordem metalisica que cn-
conlralnosjá no plaionisnoe no âristotclisnlo. Veja que nenhlün desses
ohte.n. dê melrl'rsi.'" e i'IcJ,a imeIrc.r(r.\r\ rl ao\ \cr)liJo\ I pr(. isu
tei-toda uma aimoslem verbal preparada pâra iornar possível às pessoâs
o acelso a certas intuiÇões. que só corn a estim laçáo sensorial elas não
váo ter, elas jâmais chcgâria a isso.
Quando desâparecem as discussoês públicas, desaparecc iambérn
êquele substraio verbal sobre o quâl se podia esÍabelecer a discussâo
dialética e, na discussão dialética. lazer êque]a escalada metalísica que
tão benr caracterizâ os diálogos platônicos. Justamente airavés dâ arte
dialética - cxcluinclo uma possibilidadc, cxclüindír Lrurrâ e outra - é
q0e Sócrates, conl muito cuidado, aÍisticamcnie, leva o discipulo, o
intcrlocuior, aperceber por si mesmo certâs coisas quc scnl essa escâdâ
verbâl ele náo tcria conseguido. Essas concepçares de orden metafÍsica
in:l"rlJneànrinle dc'apa,ê(en Jo prnurrmr
A coisamais extraordinária que aconiece ]resse periodo é justamente
esse esqüecínento rápido. Nósnos pergüntanos hoje eissodcfâiovai
consiituir um dos grandes enigmas da Históriâ da Filosofja quâis são
as relações enire os conhccimentos qlle os individuos podem âdqujrir
, t** I /r. - ,*1" r. .,il. , -
I fr)Isn var c o pânorâura social e cultlrralcm torno. Ern que mcdidn â
rrrllgelrcia dos individuos é dependcrte do meio social? Ai existe todâ
Lrrrr inlinidêde dc respostês quc vào desde a aútonomia âbsolLrta, na
(lLrll o irrdividuo paira como uma espécle cle iluminado sobre uma mul'
iith() dc igrorantes, até aresposta contrária. que diz quc os indivíduos
riidrL podem e que quem pensa é a sociedâde, o colctivo, a Hislóriâ, etc.
Nu() lcnlos quc dâI rcsposias de iipo dolrlrinal a issoi buscâmos uma
rcsposta histórica, ou seja, comc, âs coisas realmente sc passamm
O que se pâssa nesses sécülos imediaiamenie posieriores a Aristó_
tcles p .ece sugerir â ioial sujeiçáo da mente indifidual às condiçÔes
lrnr lorro. porque, desapârecidas as condiçôes sociais e políticas do
diálogo. âs concepçóes a que os indivíduos iinhân acesso ântes se
Lornan inacessíveis. inalcançávcis e, eln brese tcmpo, ioialrnentc in'
compreensíveis, enrbora estivessem escritas no mesmo idioma que âs
pcssoas continuavam lalando.
observando o que os filósofos desse período dizen a respeito dc Pla-
tâo e Aristótc]es. nós nos surpreendemos âo ver coDro erê possível um
sujeiio entcnder tâo pouco obras de prcduçáo Íão recent€. O contrasie
cntr€ â filosofia clássica (Plaiáo c Àristóteles) e o que veio depoi§ - que
sào basicamcnte os lilósolos cinicos, os epicuistas, os estóicos e os
célicos - chega a ser acâchapanie. porque os novos filósofos tratam
dc raciocinâr segundo todâ uma pautâ toúlmente nova de temas, dc
conceilos e de categorias, a qual náo tinha nada a ver com a filosofia
clirssicâ, mâs que rellelia muitíssirno benr â novâ situaçao.
EmUineilo lugar, ]nía haveúo mâis a atividadc politica, o§ nrdiví-
duos náo se consideravam mais integrados num organismo social; eles
cstava mais ou menos soltos como átomos no espaço. Essa idéia de
"áiomo solto no espaÇo". como uma imagem, vai reaparecer m[itas vezes
nodiscurso filosófico dessa época. Esse relatjvo isolamento, essa fâlta de
orÍaanicidadc quânto à situaçáo do indivíduo na comunjdâde vai Íazer
ll
Luan
Realce
Luan
Realce
quc cssa idóia rlc "irdividuo" sc iorne rerLlnentc irnpofiiinte do dia pâra
â noire O scr hLlnrâno iá nao cra mâis viÍo corno unl cidadãr), comil
mcurbro dc unra coletividâde na qual clc tinhi um lugarl umâ irnçao
conhccldâc Llelennjnada. mas como u,nacspócic de iitlnno sdto. Entáo,
uti dos primeiros traços da lllosolia nunr período quc sc csle derá por
sóculos é essa preocupaÇão com a idaiâ dr nr.li?iluuhíhde hunana. c
ná1, rnâis conr a cidadaDia. âpolls. ês viúudcs civicas erc
tj\ segutdo lular, já quc sc tràrâ .le lilosotãr sdre o individuo.
làz-sc isso colr uma finalidnde qUc. nlio scndo mais a dc intcgrá lo f.Ls
virtudcs civicas e napolrs. sa) poclc scr a rlc cncr)Itrar nnra mcta dc vldn
que o justifiqüe erqutmto indi\,iduo soito. Nlâs poderíanro! dizer: l{h,
issoéalé unl progrcsso, (lecerto nrodo ltln (lua? Itnq u c cssâ clim ens.Lil
do irdi!íduo iÍrâdo os gregos |ào a tinharir rnuito. Ftlcs náo lrabrthil
raln muito sobrc isso, crnbora o clesti|o dc S(icrr(es. por crcrnplo. iá
puscssc crn qucsrÍr) e§5n situacão do iDclivíduÍr corr.d a coleiividadc,
ou do indiv uo qrLc ó de algum nrodo superior à colctilklade NÍrLs.
vcjâm. o lndiví.tuo scr sup€rior à coleri!idâde eslail porranto. contra
ê col.iividâde naro quer dizer (tue elc estcja forâ dela. ,\o contrário, é
uÍr aLlversário qne i€i. sobre clâ uír ceúo tipo dc supcrioridade, e elâ
tcrn sobre ele uIn outro iipo de supcrioridacle. rnas estão rclactonados
E a situâÇão aqui já náír cra esla. Na novâ situaçaro. poclcnros dizer
qLre os indir,Íduos e!tavanr rcalnrelte soltos: clcs |tro rêm lunrão. a
náo ser que scjârr lirncocs palacixnâs, rs I gâdas ao g.,!.rno
Al srt1c tt]fn leiceia eLeücrlí,. qUr (i I rola antilsc. â !.rlorizrcão do
aprcrldizâdo iécfico pronssiorül Os si) (lados já r:ro sar) cidêdáos qLre
nâs épocàs dequcrmsiro chama.los adclender sua cidâdc são pioiissio,
nâis, eniio surge o âprcrrdizado profissio nlclas arlcs miliiares Asarres
clâ fala e dâ escritalârnbóm j:i nAo servcnr rnais para discUSSão púbiicu.
mas para o cxcrcício de lunçócs h0rocráticas. E assirn lor diantc. Aí
su€e unra séric dc âprendizaclos pclos quàis o indivÍduo pocle slrbir
t2
, , \ r{ rL lsso aparc.e sirulraneamerÍc à i.léia .l.i tilosofia cont unta
r,rri(rilt,!idirparaomdivid o,ouseiâ uorrro urn guiamento parâ ele
, ,, r:trrLir unr scoti(lo de vidâ r1o melo dâquela ât{)nrizaçào e para
liI\(,rr rlqo q c lhc parecc ser a Lelici.lâdc. 
^ 
preocupaçâo conr a tcli'
, r{litrlc individnal ó muito inlênsâ cm toLlos esscs séculos As técrica§
(l( Í'lllvidas pârâ cnconlrá-la, quando âs dcscrevemos hoje. clas nos
rlci\lllr |roliürclâmente inlllizes. Náo chegamos scqucr a conccbcr
r!rrro ó quc o inclivídrro. blrscàndo a telicidadc. podc tcr lido aquclas
i{lcias, por(lue muitâs delas sâo liancârn€nte deprinlêntcs. (Quundo
.u csl.rva estu.lando [picuro pâra escrcver os capítulos iniciâis dc
t ) t.orliÍt das dt'lições,t pouco lalloa parâ qlre eü cstourêsse os miolos
rl. lato horrorizado que liqlrei com aquilol) Ai sur.qe a idóia dâ filLrsoiiâ
r(rno um g!iarncnto e connr o qLl€ chamaritLmos allio_aiu.LL, voliada
para o irdi!iduo isolado quc clevcriâ sc realiTar no mero dessâ âLomi
/açao. Nlas a situação do indi\,ícluo no meio aiolnistico impóe qtre ele
sr-) possa encontrar â sua ltlicidade. â suâ rcalização, crn si nrerno c
Sur'.qc cntâo unr qi./arlo lord. quc c a jdéia.la inclepen.lôrrcia ou du
rxidrquia. 'Aütarquia" é o governo rle si rncsmo: você ó principio dc si
rncsrno Qllâsc lodos os fila)sulos do pcríodo lôni cssa preocufaçáo de
delenvoh,cr umalécnica que perüitaao indi!iduo. já que ele esiá írlto nL)
.spaço. tomar-scainda nrais indcpenden{cdocspâço em tornoclealizâr-
sc conú uma unidêde inlcirarntnte sobcrana à nralgcltr da sociedadc à
màrgerlr da soci€dadc, porénr inlegrado nunrr ôrrtrâ rrnidrrlê
Ai surge u.r q!//?Ío le,r?o: a idéia dc quc. sc o indivi ro não Per
tcrcc. se clc nao iem ligaqáo orgânicâ com.r coürurlidade. é porque
..,.,,, rid,,i, ,f,,ra u,,. 'i,.,:r.-rr p.rrir,u' rl"n,1'. quL
hi dê sc dcstâzer N{as conlinüann)s. de âlgu r nn)dLr. iarendo pârte da
hrlnanidê.lc c do clrsrlos Entào a idéiâ do indiYíduo como cidrdão do
cosnn)s aparcce aí rressc pcriodo
,',
§if lr,1,, r llt] nrCies lrl00 l-l
Luan
Realce
Luan
Realce
quc cssa idóia rlc "irdividuo" sc iorne rerLlnentc irnpofiiinte do dia pâra
â noire O scr hLlnrâno iá nao cra mâis viÍo corno unl cidadãr), comil
mcurbro dc unra coletividâde na qual clc tinhi um lugarl umâ irnçao
conhccldâc Llelennjnada. mas como u,nacspócic de iitlnno sdto. Entáo,
uti dos primeiros traços da lllosolia nunr período quc sc csle derá por
sóculos é essa preocupaÇão com a idaiâ dr nr.li?iluuhíhde hunana. c
ná1, rnâis conr a cidadaDia. âpolls. ês viúudcs civicas erc
tj\ segutdo lular, já quc sc tràrâ .le lilosotãr sdre o individuo.
làz-sc isso colr uma finalidnde qUc. nlio scndo mais a dc intcgrá lo f.Ls
virtudcs civicas e napolrs. sa) poclc scr a rlc cncr)Itrar nnra mcta dc vldn
que o justifiqüe erqutmto indi\,iduo soito. Nlâs poderíanro! dizer: l{h,
issoéalé unl progrcsso, (lecerto nrodo ltln (lua? Itnq u c cssâ clim ens.Lil
do irdi!íduo iÍrâdo os gregos |ào a tinharir rnuito. Ftlcs náo lrabrthil
raln muito sobrc isso, crnbora o clesti|o dc S(icrr(es. por crcrnplo. iá
puscssc crn qucsrÍr) e§5n situacão do iDclivíduÍr corr.d a coleiividadc,
ou do indiv uo qrLc ó de algum nrodo superior à colctilklade NÍrLs.
vcjâm. o lndiví.tuo scr sup€rior à coleri!idâde eslail porranto. contra
ê col.iividâde naro quer dizer (tue elc estcja forâ dela. ,\o contrário, é
uÍr aLlversário qne i€i. sobre clâ uír ceúo tipo dc supcrioridade, e elâ
tcrn sobre ele uIn outro iipo de supcrioridacle. rnas estão rclactonados
E a situâÇão aqui já náír cra esla. Na novâ situaçaro. poclcnros dizer
qLre os indir,Íduos e!tavanr rcalnrelte soltos: clcs |tro rêm lunrão. a
náo ser que scjârr lirncocs palacixnâs, rs I gâdas ao g.,!.rno
Al srt1c tt]fn leiceia eLeücrlí,. qUr (i I rola antilsc. â !.rlorizrcão do
aprcrldizâdo iécfico pronssiorül Os si) (lados já r:ro sar) cidêdáos qLre
nâs épocàs dequcrmsiro chama.los adclender sua cidâdc são pioiissio,
nâis, eniio surge o âprcrrdizado profissio nlclas arlcs miliiares Asarres
clâ fala e dâ escrita lârnbóm j:i nAo servcnr rnais para discUSSão púbiicu.
mas para o cxcrcício de lunçócs h0rocráticas. E assirn lor diantc. Aí
su€e unra séric dc âprendizaclos pclos quàis o indivÍduo pocle slrbir
t2
, , \ r{ rL lsso aparc.e sirulraneamerÍc à i.léia .l.i tilosofia cont unta
r,rri(rilt,!idirparaomdivid o,ouseiâ uorrro urn guiamento parâ ele
, ,, r:trrLir unr scoti(lo de vidâ r1o melo dâquela ât{)nrizaçào e para
liI\(,rr rlqo q c lhc parecc ser a Lelici.lâdc. 
^ 
preocupaçâo conr a tcli'
, r{litrlc individnal ó muito inlênsâ cm toLlos esscs séculos As técrica§
(l( Í'lllvidas pârâ cnconlrá-la, quando âs dcscrevemos hoje. clas nos
rlci\lllr |roliürclâmente inlllizes. Náo chegamos scqucr a conccbcr
r!rrro ó quc o inclivídrro. blrscàndo a telicidadc. podc tcr lido aquclas
i{lcias, por(lue muitâs delas sâo liancârn€nte deprinlêntcs. (Quundo
.u csl.rva estu.lando [picuro pâra escrcver os capítulos iniciâis dc
t ) t.orliÍt das dt'lições,t pouco lalloa parâ qlre eü cstourêsse os miolos
rl. lato horrorizado que liqlrei com aquilol) Ai sur.qe a idóia dâ filLrsoiiâ
r(rno um g!iarncnto e connr o qLl€ chamaritLmos allio_aiu.LL, voliada
para o irdi!iduo isolado quc clevcriâ sc realiTar no mero dessâ âLomi
/açao. Nlas a situação do indi\,ícluo no meio aiolnistico impóe qtre ele
sr-) possa encontrar â sua ltlicidade. â suâ rcalização, crn si nrerno c
Sur'.qc cntâo unr qi./arlo lord. quc c a jdéia.la inclepen.lôrrcia ou du
rxidrquia. 'Aütarquia" é o governo rle si rncsmo: você ó principio dc si
rncsrno Qllâsc lodos os fila)sulos do pcríodo lôni cssa preocufaçáo de
delenvoh,cr umalécnica que perüitaao indi!iduo. já que ele esiá írlto nL)
.spaço. tomar-scainda nrais indcpenden{cdocspâço em tornoclealizâr-
sc conú uma unidêde inlcirarntnte sobcrana à nralgcltr da sociedadc à
màrgerlr da soci€dadc, porénr inlegrado nunrr ôrrtrâ rrnidrrlê
Ai surge u.r q!//?Ío le,r?o: a idéia dc quc. sc o indivi ro não Per
tcrcc. se clc nao iem ligaqáo orgânicâ com.r coürurlidade. é porque
..,.,,, rid,,i, ,f,,ra u,,. 'i,.,:r.-rr p.rrir,u' rl"n,1'. quL
hi dê sc dcstâzer N{as conlinüann)s. de âlgu r nn)dLr. iarendo pârte da
hrlnanidê.lc c do clrsrlos Entào a idéiâ do indiYíduo como cidrdão do
cosnn)s aparcce aí rressc pcriodo
,',
§if lr,1,, r llt] nrCies lrl00 l-l
Luan
Realce
Isscs pcúodosdc dcsaparic,ocla atividadc políLica. eu meslno vlvi unl
dcles. rrais ou menos nopcriododepo;s do 
^to 
lllsiitLrcionaln.5 até uns
seis, seic anos dcpois, e pudc cxpcrin]entarulna siiuaÇâo pârecj!lf conr
essa atonlizaçâo. Porque nio se tinha mais viâs de pâÍiclpaçào polilica,
só s. tinlia, cle unl lado. r)s miliiarcs e. dc 0utro. os gucrilheiros. g o râl
âssunto cra co eles. e vocô não scndl, nern u â coisa nem onlrí náo
tinha muilo o qüc larer ali. 1lâ\,iâ .ntão ün cerlo isolaincnro. Curio
samcntc. nesse lnesrno pcriodo, ó quando entrâm Do Ilrasil ns técnicas
dc auto-âiudll. Írs esoterismos, as dn,gâs
As drogas scdissern;naram justarrcr[. ncssc período, oqucó cudo5o.
Se a gente conrparar corno loi suâ clisscnrilll..ão nr)s Estâdos Llnidos e
no Brasil, lá elas sc disscrrinar r cnrrr a jUvcntudc conro urna cspé-
cje dc cmblcmzL.le uma aiitudc âgrcssilr dc rcjci(iiÍr iL socicdâ.le enr
loffot clas são quâse u.r elenlcnto dc lllt.r contra o sistema. Aqr, cl.is
enirârain conrc elemcrio dc tugr o suieih ia pârâ âs drcgis porquc
ele já nâo podia àtuar politicamcnrc, entaro h.Lvia aqLrclâ fuga para a
vida privada, c âÍ se .
l\1t1t1o: Na p ineia aula ?)ocà laLoLt tueulita dasío Lrusdesecoüt4r
ú Histótia dti llilosolia é aüar as sisenias lilosólíús. tento) aelitat
assislet as filosólíLos cono u i reíkxa lo acontecinúLa saciale palí-
tiu etn bt1to 1:rttrc cssc ntiÍotlo lttn td{u s ptoblcutos. V)cê estutlou
a do Descanes nts. () ttuc ^b| ttLtcttnda diltti: a rusa dcsslr
1túnsiçao dt Plal.io e 
^ristólelcs 
poru ll.picuto, ( lutlo issa lu tiono,
csst nútado /L1l1ciot|a. enltjo oci eslá tt oca da a preootpaçAa canl
a hdiaíduo. uma üeacupaçao quase Lonrc . utta prcocu L,ncão gercút
Pal nltu reaLirlade social e pt)lítiut ttu épacã l
A Deryunla é muito oporiuna, porquc o problcnra é exaianrente cÍc:
se nós qucrcrnos saber se é possivcl ostudàr liloí)na como unrâ espécje
de rel'lexo ou produlo do nrejo social. do rrcir) cultLllr]. bom. há rcorias
t.1
,l rt rlLlrfi (tuc sinr. lrá oLrlras que dizem qüc náo. N'las o qu!'devenros
r ina respo§tit leórica, porqne cssá ráo é uma pcr:gunta
r, ,, rt r r (L nr pcrgunla lãctlral, na vcrdade, enião renx» quc buscat a
,1.! r,sl n,) torcno do ialo.
^l[Lrrs 
dos lak]s que virnos ântcs. ao cstllclannos os sjstenras cLássicos.
,,,r rratfrLnr uma inreisa âu«)llonúâ do irdividuo ern rclaqào ao nleio
ítr rirl r ll rorno. Il Sói:rarcs. Platáo e Arislóielcs sc sobrepunham de lal
rL,,xl(, r ruliüra cln tol]lo que eles chcitaram a gerar uma nova Elcs abaL-
, irvrLrr {) discurso colelivo e iarr muito pâIa cinrâ, eniáo. o irncnso poder
,l, s!s inieligênci.ls molda um noro qlradrc dê catcgorias. de conceilos.
rrLrr rlrvo rrodo dc pcrcebrr âs coisas, e â socicdadc acíbá copiando.
\!r! cslamos vendo e\atanrcnic o pro.csso conlrário Esiarnos venclo
!rLI L)rl)ccss{) de Ieilulo em qLre a mudaDça social e polÍticâ vai lào alénr
Lh r (nnPrecnsão dos individuos que ela os ârmsia. apaga da nenLe o que
.li s sahianr ató a véspeÍt Nessc lcÍiodo. vcmos LInr exer plo dc iotal ou
(tursc ldal (naLo posso dizcr toial. lnas aié orde vió qitas. totaL) sujci!,o
rlts menres indivlduais a urn 1àkrr sociê|. crlllural. poiítico exlerno
t.\1.n,, I'o, , ta,1."t,.4tt, t,.,.,'trtwu i1ort..'o Ni\t 4Lfu,n to
n(inlio r?ceu an obietu Lle ptcacLtpdçaa paru o Íilósí'ta.1
lile lornece não só o objero, nras, pior, Iorncce âs caicgLrrias, poÍquc
. u nova sltuacão {lue cria por si as categorjas de Pensâmcnto. As câte_
sr)riâs do irldi\,íduo isolado, isso não lbi um.L i.lóia quc unr filósolo tcve.
l i'dir r.1,. c.rl1\1 l r.alrlrrr.. i'o :,1." l-1, . nr r..j " n,, ii,.i,,,,, r r
lunros .lc individuos isolacl{)s porqLrc elc I unr indiví.luo isolâdÍr. Esta
,. ,r ,,, .ir|,. i. (,r, , " q,,. .. n,ú. J , L c.
,\lunor ,fÍrs dí 4 suÍri(ro tla qlte se passo )to cabeçtt (1o ÍiLósolo à
l.alidatl?. sat:ídl e polílica que ele 1)í|re é plalicakrct)te toÍíl|... é aca
s(lliado u ret 0s caletoias (...)?
ti
Isscs pcúodosdc dcsaparic,ocla atividadc políLica. eu meslno vlvi unl
dcles. rrais ou menos nopcriododepo;s do 
^to 
lllsiitLrcionaln.5 até uns
seis, seic anos dcpois, e pudc cxpcrin]entarulna siiuaÇâo pârecj!lf conr
essa atonlizaçâo. Porque nio se tinha mais viâs de pâÍiclpaçào polilica,
só s. tinlia, cle unl lado. r)s miliiarcs e. dc 0utro. os gucrilheiros. g o râl
âssunto cra co eles. e vocô não scndl, nern u â coisa nem onlrí náo
tinha muilo o qüc larer ali. 1lâ\,iâ .ntão ün cerlo isolaincnro. Curio
samcntc. nesse lnesrno pcriodo, ó quando entrâm Do Ilrasil ns técnicas
dc auto-âiudll. Írs esoterismos, as dn,gâs
As drogas scdissern;naram justarrcr[. ncssc período, oqucó cudo5o.
Se a gente conrparar corno loi suâ clisscnrilll..ão nr)s Estâdos Llnidos e
no Brasil, lá elas sc disscrrinar r cnrrr a jUvcntudc conro urna cspé-
cje dc cmblcmzL.le uma aiitudc âgrcssilr dc rcjci(iiÍr iL socicdâ.le enr
loffot clas são quâse u.r elenlcnto dc lllt.r contra o sistema. Aqr, cl.is
enirârain conrc elemcrio dc tugr o suieih ia pârâ âs drcgis porquc
ele já nâo podia àtuar politicamcnrc, entaro h.Lvia aqLrclâ fuga para a
vida privada, c âÍ se .
l\1t1t1o: Na p ineia aula ?)ocà laLoLt tueulita dasío Lrusdesecoüt4r
ú Histótia dti llilosolia é aüar as sisenias lilosólíús. tento) aelitat
assislet as filosólíLos cono u i reíkxa lo acontecinúLa saciale palí-
tiu etn bt1to 1:rttrc cssc ntiÍotlo lttn td{u s ptoblcutos. V)cê estutlou
a do Descanes nts. () ttuc ^b| ttLtcttnda diltt i: a rusa dcsslr
1túnsiçao dt Plal.io e 
^ristólelcs 
poru ll.picuto, ( lutlo issa lu tiono,
csst nútado /L1l1ciot|a. enltjo oci eslá tt oca da a preootpaçAa canl
a hdiaíduo. uma üeacupaçao quase Lonrc . utta prcocu L,ncão gercút
Pal nltu reaLirlade social e pt)lítiut ttu épacã l
A Deryunla é muito oporiuna, porquc o problcnra é exaianrente cÍc:
se nós qucrcrnos saber se é possivcl ostudàr liloí)na como unrâ espécje
de rel'lexo ou produlo do nrejo social. do rrcir) cultLllr]. bom. há rcorias
t.1
,l rt rlLlrfi (tuc sinr. lrá oLrlras que dizem qüc náo. N'las o qu!'devenros
r ina respo§tit leórica, porqne cssá ráo é uma pcr:gunta
r, ,, rt r r (L nr pcrgunla lãctlral, na vcrdade, enião renx» quc buscat a
,1.! r,sl n,) torcno do ialo.
^l[Lrrs 
dos lak]s que virnos ântcs. ao cstllclannos os sjstenras cLássicos.
,,,r rratfrLnr uma inreisa âu«)llonúâ do irdividuo ern rclaqào ao nleio
ítr rirl r ll rorno. Il Sói:rarcs. Platáo e Arislóielcs sc sobrepunham de lal
rL,,xl(, r ruliüra cln tol]lo que eles chcitaram a gerar uma nova Elcs abaL-
, irvrLrr {) discurso colelivo e iarr muito pâIa cinrâ, eniáo. o irncnso poder
,l, s!s inieligênci.ls molda um noro qlradrc dê catcgorias. de conceilos.
rrLrr rlrvo rrodo dc pcrcebrr âs coisas, e â socicdadc acíbá copiando.
\!r! cslamos vendo e\atanrcnic o pro.csso conlrário Esiarnos venclo
!rLI L)rl)ccss{) de Ieilulo em qLre a mudaDça social e polÍticâ vai lào alénr
Lh r (nnPrecnsão dos individuos que ela os ârmsia. apaga da nenLe o que
.li s sahianr ató a véspeÍt Nessc lcÍiodo. vcmos LInr exer plo dc iotal ou
(tursc ldal (naLo posso dizcr toial. lnas aié orde vió qitas. totaL) sujci!,o
rlts menres indivlduais a urn 1àkrr sociê|. crlllural. poiítico exlerno
t.\1.n,, I'o, , ta,1."t,.4tt, t,.,.,'trtwu i1ort..'o Ni\t 4Lfu,n to
n(inlio r?ceu an obietu Lle ptcacLtpdçaa paru o Íilósí'ta.1
lile lornece não só o objero, nras, pior, Iorncce âs caicgLrrias, poÍquc
. u nova sltuacão {lue cria por si as categorjas de Pensâmcnto. As câte_
sr)riâs do irldi\,íduo isolado, isso não lbi um.L i.lóia quc unr filósolo tcve.
l i'dir r.1,. c.rl1\1 l r.alrlrrr.. i'o :,1." l-1, . nr r..j " n,, ii,.i,,,,, r r
lunros .lc individuos isolacl{)s porqLrc elc I unr indiví.luo isolâdÍr. Esta
,. ,r ,,, .ir|,. i. (,r, , " q,,. .. n,ú. J , L c.
,\lunor ,fÍrs dí 4 suÍri(ro tla qlte se passo )to cabeçtt (1o ÍiLósolo à
l.alidatl?. sat:ídl e polílica que ele 1)í|re é plalicakrct)te toÍíl|... é aca
s(lliado u ret 0s caletoias (...)?
ti
Pois ó. o que acontece nessc periodo ó exalarncnre isio. é uma silua,
ção, umâ rnudança social que cria c{rltas situaçoes. e cstas determinam
as caiegoriâs dc pensanento. Háumâ passjvidadc da mentc individual,
e isto é a coisâ espanlosa nesse periodo, porque nós nos perglrntêIl1os
assim: OIha, se mudou a situaqâo, sc houÍc uflâ série cle modificaçÕes
ai. o quelhe impcde de reflcrir critica mcn rc sobrc o que estáacontecen-
do à luz do que vocô já aprendeli anres? por que esses novos filósofírs,
tcndo o legado de Sócraics, plaráo c Arjltótclcs, não l'ortun câpazes de
usar as categorias de pensamento âprcndidas pârâ interprciâr a nova
siruação e, não podcndo modil'icá la, pclo nrenos conservar dcntrô Llelâ
a consciência do que se sabia ânicri(rnientc? Essa é a perguntâ que
laço. c náo encontro respostâ
O lãto é que elcs náo conscguirilm laz.r isio. O iàio é que a sirüâç.ro
pass,Ju por cina dâs inteligênciasi as iDicligôncias l'orânr atropcla.l:rs
pela siilraçâo c, qüaudo rccomeçêm a |ilosolãrt clas o lãzcm de urna
torna passiv.r em rêlaçio à situâção. Elas riem mesmo percebem que
sua filosofia ou prcicnsâ iilosofia é apenas um eco passivo ale caicgo
rias iirpostas pelá mudânçâ sociâ]. Estâ é uma pergunta terrilicanic,
IAluno:ruas isso rAo i rona Lansla te, aliás _ ?)
O pr;meiro caso, que é o da tilosofia clássicê, do individuo que se
anlecipa e sobe âcima da coleiividâclc c sobc ê ponto dc elc tcr uma
i|fluência mil e quinhcntos rnos ou dois nrit ânos ürtnris -. ó entáo evi-
dcntc: você náo vai poder cxplicar o platol1isnr(] e o ârisrotctismo como o
rcsultadodc mudânçâs sociais cm torno, evidcnlcnrcnreque nao 
^ssinrcomovocótci,e esle caso. no periodo seguinicvocê teln o iIversoiqucr
dizer as duas coisas sáo possíveis.
tsasta csse câso parâ você ver qlre niio sc tmta de uma questâo tcó
rica. mês dc üma questào hisLórica. Aderir a unrâ jeoria qne cliz que o
tí
i,(.ii, si,ciêl dctcrmina o pensamento dos indivíduos, ou â outra que diz
i, ((nrlrLirio, isso é urrra estupidcz. Nào se iraia de umâ leoria, poque
irs i[r.rs coisas iá acontcceram. Se êconicccram. as duas são possíveis.
(llxI)(lo vocô iefl unl 1àto. e o laio já dá a resposia do quc você está pro'
irrrrlldo. vlrcê nao lem qrc inventar uma teoriâ: sabe que já acontcceu
r[ uLll jcilo e já aconteceu do oulro. O quc nós nos petguDtamos con1
ll]Lrçro a esse pcriodo é: Conro loi possível qlre se pâssâssc de uma coisâ
l rtrrLra assin láo rapidâmentc?
l|lüno: A peryunía iflerca não é mttis ÍáciL de rcspcndet? Como
loi t)assírc|o pensafienta e o espítito llttfiana Lhegarcn...?)
Claro. essa perguntâ iârnbém vale, mas nósjáaiizemos. E, de algum
rr)do. se não a rcspondemos intcgralnente, pelo mcnos indicamos
rlgumas linhas que vamos também explorar mâis tarde. Ao longo da
llisiória, veremos rnuitos casos de irteligências individuais que se so
hrcpóeln cle ral modo ao n1eio ambicnte que o meio âmbicnte náo pode
conrpreendcr nada do que eles csiâo dizendo.
Quando venos um Leibniz, no séculoXVIII, enunciando o indeier'
rrinislno, as Leoriâs lingüísticas qüe vieram depois. até alinguagen dos
computadores, é evidenre que o scu meio social náo entendia nadâ do
q c c1c esiavâ faLândo. Quândo a gente vêi por cxemplo. o que Voltaire
cscrevesobre Leibniz, quando a genre lê a história do Doutor Pangloss,+
o lilósofo do oiimismo, que seria um personagem cômico bâ§eado em
l,eibniz, a gente vê queVoliairc não erlendja nada dc Leibniz eVoltairc
nào erâ nadâburrol Elc iinha unra visão totalmente esiereotipâda e ca-
ricâtuÍal, ê csiava inlinitâ ente abaixo da in teligência daquele homem.
llle riâ daquilo que náo comprccndia Hoje, a gentc ri é d€ Vohâire. Vendo
o quc Voltâire escrevcu sobre Leibnjz, a gcnte diz: "Esse eÍa üm coitado
de Lrm joÍnâlista metido a discutir com um suieiio que cra um verdadeim
Arisiótelcs'. Continüamos lendo Voltaire por divertimerlo e por uma,\,'"'ffi
17
Pois ó. o que acontece nessc periodo ó exalarncnre isio. é uma silua,
ção, umâ rnudança social que cria c{rltas situaçoes. e cstas determinam
as caiegoriâs dc pensanento. Háumâ passjvidadc da mentc individual,
e isto é a coisâ espanlosa nesse periodo, porque nós nos perglrntêIl1os
assim: OIha, se mudou a situaqâo, sc houÍc uflâ série cle modificaçÕes
ai. o quelhe impcde de reflcrir critica mcn rc sobrc o que estáacontecen-
do à luz do que vocô já aprendeli anres? por que esses novos filósofírs,
tcndo o legado de Sócraics, plaráo c Arjltótclcs, não l'ortun câpazes de
usar as categorias de pensamento âprcndidas pârâ interprciâr a nova
siruação e, não podcndo modil'icá la, pclo nrenos conservar dcntrô Llelâ
a consciência do que se sabia ânicri(rnientc? Essa é a perguntâ que
laço. c náo encontro respostâ
O lãto é que elcs náo conscguirilm laz.r isio. O iàio é que a sirüâç.ro
pass,Ju por cina dâs inteligênciasi as iDicligôncias l'orânr atropcla.l:rs
pela siilraçâo c, qüaudo rccomeçêm a |ilosolãrt clas o lãzcm de urna
torna passiv.r em rêlaçio à situâção. Elas riem mesmo percebem que
sua filosofia ou prcicnsâ iilosofia é apenas um eco passivo ale caicgo
rias iirpostas pelá mudânçâ sociâ]. Estâ é uma pergunta terrilicanic,
IAluno:ruas isso rAo i rona Lansla te, aliás _ ?)
O pr;meiro caso, que é o da tilosofia clássicê, do individuo que se
anlecipa e sobe âcima da coleiividâclc c sobc ê ponto dc elc tcr uma
i|fluência mil e quinhcntos rnos ou dois nrit ânos ürtnris -. ó entáo evi-
dcntc: você náo vai poder cxplicar o platol1isnr(] e o ârisrotctismo como o
rcsultado dc mudânçâs sociais cm torno, evidcnlcnrcnreque nao 
^ssinrcomovocótci,e esle caso. no periodo seguinicvocê teln o iIversoiqucr
dizer as duas coisas sáo possíveis.
tsasta csse câso parâ você ver qlre niio sc tmta de uma questâo tcó
rica. mês dc üma questào hisLórica. Aderir a unrâ jeoria qne cliz que o
tí
i,(.ii, si,ciêl dctcrmina o pensamento dos indivíduos, ou â outra que diz
i, ((nrlrLirio, isso é urrra estupidcz. Nào se iraia de umâ leoria, poque
irs i[r.rs coisas iá acontcceram. Se êconicccram. as duas são possíveis.
(llxI)(lo vocô iefl unl 1àto. e o laio já dá a resposia do quc você está pro'
irrrrlldo. vlrcê nao lem qrc inventar uma teoriâ: sabe que já acontcceu
r[ uLll jcilo e já aconteceu do oulro. O quc nós nos petguDtamos con1
ll]Lrçro a esse pcriodo é: Conro loi possível qlre se pâssâssc de uma coisâ
l rtrrLra assin láo rapidâmentc?
l|lüno: A peryunía iflerca não é mttis ÍáciL de rcspcndet? Como
loi t)assírc|o pensafienta e o espítito llttfiana Lhegarcn...?)
Claro. essa perguntâ iârnbém vale, mas nósjáaiizemos. E, de algum
rr)do. se não a rcspondemos intcgralnente, pelo mcnos indicamos
rlgumas linhas que vamos também explorar mâis tarde. Ao longo da
llisiória, veremos rnuitos casos de irteligências individuais que se so
hrcpóeln cle ral modo ao n1eio ambicnte que o meio âmbicnte náo pode
conrpreendcr nada do que eles csiâo dizendo.
Quando venos um Leibniz, no séculoXVIII, enunciando o indeier'
rrinislno, as Leoriâs lingüísticas qüe vieram depois. até alinguagen dos
computadores, é evidenre que o scu meio social náo entendia nadâ do
q c c1c esiavâ faLândo. Quândo a gente vêi por cxemplo. o que Voltaire
cscrevesobre Leibniz, quando a genre lê a história do Doutor Pangloss,+
o lilósofo do oiimismo, que seria um personagem cômico bâ§eado em
l,eibniz, a gente vê queVoliairc não erlendja nada dc Leibniz eVoltairc
nào erâ nadâburrol Elc iinha unra visão totalmente esiereotipâda e ca-
ricâtuÍal, ê csiava inlinitâ ente abaixo da in teligência daquele homem.
llle riâ daquilo que náo comprccndia Hoje, a gentc ri é d€ Vohâire. Vendo
o quc Voltâire escrevcu sobre Leibnjz, a gcnte diz: "Esse eÍa üm coitado
de Lrm joÍnâlista metido a discutir com um suieiio que cra um verdadeim
Arisiótelcs'. Continüamos lendo Voltaire por divertimerlo e por uma,\,'"'ffi
17
núbrmaçáo hisiórica. e só, n1as Lcibniz ien uúlidadc cicDiílica aindu
hoje e vâi conlinnar tcnl:lo por nruito ternpo.
Nâo se vai poder clplicâr üü eleito tão grandc â pâdlr de causas
iáo pcqucrâs. Houve ali unl outroclenrento  inieligênciado individuo
siÍnplesnente lura o i|vóhcro sociâl e cnncrga nuiio adiante. Quan.lo
cnxcrya nrulto àdianic, elc às veTes lcm rlnra influôncia histórica du-
radoura, mâs, às vezes, justamcntc por ter enxergado ião âci )a, su.t
inflLrência demora â apârecer Primcilo tcr]l qüe esgotar êquele rcpcrtóri.)
social enr lorno pâra. rnuito nrâis urde. as pessoas descobrircm aquilo
e entcndcrcnr do que Lr sujcito cstâvâ làlando. pois às vczcs a dis(:us
sao em krrno cstá iáo polar-izada cln ccrtos iênras. e o que o filósofo
está fâlando é tao esiranho àquik), que fio há urna li|guâgem pública
cêpâz dc ahsorvê lo. Por exenpl.,. lctltranros (lc lalar dc Vdtaire. Veja.
Voltaire é o grande divulgoclor do urccâricisrrrí) de Newto|. quc ramLrór!
ninguém podia cntcndcr tuIas Volla;re escrcvc um \i\fi', Eletne tos da
ÍilosaÍía de Nealo .: ,tLte cobca aqrilo à disposiçâo de unr público n,to
especiâlizaclo, c gradâlivalncnte aquilovai entrando na moda. NIas isso
já loi dep0is de Nc$'ton.
Existc scmpre o probleDra da cornpactaçAo da linguâgcm As.lesco
berks filosóficas iôm que aos poucos scr descornpâcttdas parâ cnirar
nurnâ linguâgen quc seiâ à da convcrsaçào culra correrre. Isso podc
dernorar uur pouco, e às vezcs dc[rom séclrlos. Lcibniz pcfinaneceu
incunprcendido dlIÍ:rnte ttxlo o sécuk) XIX, p{)rque âs cârcgoriâs de
pensitnento eranr muiio estr.rnhas. tjÍâlnnr lr).los nru 1o cnrb<rlacbs
na idóia do necaticisnn) c âiLi cnlusirsnrir.los (orr a posslbilidàde dc
estender o mccanicisrno às ciônciâs bnn(tgicâs c mcsmo às ciôncias
soci.lis e politicas. Elcs ainda estavalnlãzcndo lsto e l,eibniz iá estava
com o negócio do indcrcrmilrisnro lênr que cspcrar cles acahrarem,
frin,( ru prcci.d cl. .,lrerr.. r rrú lrrra -ô J, \... n(!.,r:r i.Ir,, prl" cri.i^
percunrareljlr.Tjg!1{q1ljgsj:!1que o suie o rá ârrás iá
i tr NI 
^ 
d. \t, nmr.Ir.,.nrrs th li\)eÍia tu Ncara
Canrpn'as. Lrniump. r 996IE
r,, r:r r(stx,r)(lido lsso rcon{ece muitas vezes. e é noflnalque aconi€çâ
r.rrr llr(' iLo tirio (lLrd cíarnos investigando aqui, cssc pcríodo histórico é
,, ,ri ,, ilri)rllâ1. porqnc o esqueclmellto é nruito rápido.
^ful.o: 
tlá algunla rclatão et1ü'e aqüeLe pc|íado e o petíada q c a
,tllt» tl)ttctúa, nos tiltinas dLzentos a os, que houúe Lm declitia
lli. nras acontece quc. quando a genle lâla de üm dcclÍnio da l'i
,)s,,llà rno.lcrlra. cssc clcclinio ocorÍe enr ccrios setores. Ille aconrecc
I rl(l.lia do rnundo acadêmico, mas há pessoas que estáo ohservando
.riLlcrmcnte. est,Lo enlendendo c cstào nrantendo o iio da ncadê em
rr rL(áo âo período poÍcriot e tentando emcndá-lo conl o seguinie
Ncss! qlle estamos estudrndo náo acontcce nada disslr Oü seja, cssâ
hislória quc cstuu conlando, o cidadào que vivesse naquclc pcrÍodo
r)11, scria capaz de contáJa, pLrrque ele não perccbcu que lui isso que
,r((nrteceu Mudou a situâçâo social e. i[stantâneamenie, os iidivíduos
( (nleçâor a raciochar em calegorias adaptadâs à novit siiuaçáo c ncnr
sr lcnrbrâm dc exa jná lâ à luz do conhccimenio iá obiido.
Se você pegar os elemenlos dâ filosofia poliiica de Platáo c
^iisióleles, 
clcs sào mâi! do qre suficientes pâra explicar iudo o
(tuc aconteceu. locios esses conceitos que eslou usan.lo aqui sào os
ro rceilos das iilosofias de Piatrlo e AÍlsiólelcs, porianto, âlguém que
vrvesse nêssc pcriodo poderia eniendê-los. Mas você nao vê nenhum
\iraldisso dcntro d.r própriâ Acâdemiâ plâtônicâ, houve!m vcrdadciro
rpagáo O negóci.r ioi monurncntal. unrâ câláírofe iniclcctual de Pro
t)(,cÕes incâlculávcis
|Alrno' L, í etplictiteis.l
Não erplicá\,cis, porque eslranhâmos isso hoie e talvez esle seiâ
i) rcnra principal da Hisiória da Iilosofia, que é o dà continuidadc ou
l9
núbrmaçáo hisiórica. e só, n1as Lcibniz ien uúlidadc cicDiílica aindu
hoje e vâi conlinnar tcnl:lo por nruito ternpo.
Nâo se vai poder clplicâr üü eleito tão grandc â pâdlr de causas
iáo pcqucrâs. Houve ali unl outroclenrento  inieligênciado individuo
siÍnplesnente lura o i|vóhcro sociâl e cnncrga nuiio adiante. Quan.lo
cnxcrya nrulto àdianic, elc às veTes lcm rlnra influôncia histórica du-
radoura, mâs, às vezes, justamcntc por ter enxergado ião âci )a, su.t
inflLrência demora â apârecer Primcilo tcr]l qüe esgotar êquele rcpcrtóri.)
social enr lorno pâra. rnuito nrâis urde. as pessoas descobrircm aquilo
e entcndcrcnr do que Lr sujcito cstâvâ làlando. pois às vczcs a dis(:us
sao em krrno cstá iáo polar-izada cln ccrtos iênras. e o que o filósofo
está fâlando é tao esiranho àquik), que fio há urna li|guâgem pública
cêpâz dc ahsorvê lo. Por exenpl.,. lctltranros (lc lalar dc Vdtaire. Veja.
Voltaire é o grande divulgoclor do urccâricisrrrí) de Newto|. quc ramLrór!
ninguém podia cntcndcr tuIas Volla;re escrcvc um \i\fi', Eletne tos da
ÍilosaÍía de Nealo .: ,tLte cobca aqrilo à disposiçâo de unr público n,to
especiâlizaclo, c gradâlivalncnte aquilovai entrando na moda. NIas isso
já loi dep0is de Nc$'ton.
Existc scmpre o probleDra da cornpactaçAo da linguâgcm As.lesco
berks filosóficas iôm que aos poucos scr descornpâcttdas parâ cnirar
nurnâ linguâgen quc seiâ à da convcrsaçào culra correrre. Isso podc
dernorar uur pouco, e às vezcs dc[rom séclrlos. Lcibniz pcfinaneceu
incunprcendido dlIÍ:rnte ttxlo o sécuk) XIX, p{)rque âs cârcgoriâs de
pensitnento eranr muiio estr.rnhas. tjÍâlnnr lr).los nru 1o cnrb<rlacbs
na idóia do necaticisnn) c âiLi cnlusirsnrir.los (orr a posslbilidàde dc
estender o mccanicisrno às ciônciâs bnn(tgicâs c mcsmo às ciôncias
soci.lis e politicas. Elcs ainda estavaln lãzcndo lsto e l,eibniz iá estava
com o negócio do indcrcrmilrisnro lênr que cspcrar cles acahrarem,
frin,( ru prcci.d cl. .,lrerr.. r rrú lrrra -ô J, \... n(!.,r:r i.Ir,, prl" cri.i^
percunrareljlr.Tjg!1{q1ljgsj:!1que o suie o rá ârrás iá
i tr NI 
^ 
d. \t, nmr.Ir.,.nrrs th li\)eÍia tu Ncara
Canrpn'as. Lrniump. r 996IE
r,, r:r r(stx,r)(lido lsso rcon{ece muitas vezes. e é noflnalque aconi€çâ
r.rrr llr(' iLo tirio (lLrd cíarnos investigando aqui, cssc pcríodo histórico é
,, ,ri ,, ilri)rllâ1. porqnc o esqueclmellto é nruito rápido.
^ful.o: 
tlá algunla rclatão et1ü'e aqüeLe pc|íado e o petíada q c a
,tllt» tl)ttctúa, nos tiltinas dLzentos a os, que houúe Lm declitia
lli. nras acontece quc. quando a genle lâla de üm dcclÍnio da l'i
,)s,,llà rno.lcrlra. cssc clcclinio ocorÍe enr ccrios setores. Ille aconrecc
I rl(l.lia do rnundo acadêmico, mas há pessoas que estáo ohservando
.riLlcrmcnte. est,Lo enlendendo c cstào nrantendo o iio da ncadê em
rr rL(áo âo período poÍcriot e tentando emcndá-lo conl o seguinie
Ncss! qlle estamos estudrndo náo acontcce nada disslr Oü seja, cssâ
hislória quc cstuu conlando, o cidadào que vivesse naquclc pcrÍodo
r)11, scria capaz de contáJa, pLrrque ele não perccbcu que lui isso que
,r((nrteceu Mudou a situâçâo social e. i[stantâneamenie, os iidivíduos
( (nleçâor a raciochar em calegorias adaptadâs à novit siiuaçáo c ncnr
sr lcnrbrâm dc exa jná lâ à luz do conhccimenio iá obiido.
Se você pegar os elemenlos dâ filosofia poliiica de Platáo c
^iisióleles, 
clcs sào mâi! do qre suficientes pâra explicar iudo o
(tuc aconteceu. locios esses conceitos que eslou usan.lo aqui sào os
ro rceilos das iilosofias de Piatrlo e AÍlsiólelcs, porianto, âlguém que
vrvesse nêssc pcriodo poderia eniendê-los. Mas você nao vê nenhum
\iraldisso dcntro d.r própriâ Acâdemiâ plâtônicâ, houve!m vcrdadciro
rpagáo O negóci.r ioi monurncntal. unrâ câláírofe iniclcctual de Pro
t)(,cÕes incâlculávcis
|Alrno' L, í etplictiteis.l
Não erplicá\,cis, porque eslranhâmos isso hoie e talvez esle seiâ
i) rcnra principal da Hisiória da Iilosofia, que é o dà continuidadc ou
l9
da descontinujdade. Você só pode lâlar em progrcsso do corhecinenlo
quando exisle uma aclrmulaçâo, quando ern cima dâquilo quc foi con-
quistâdo você pode conquislar novos conhecimentos; ou seja, âquilo
quc t'oi adquirido se iorna premissa daquilo que é descoberlo depois.
Dizemos que uma ciência progride Por quê? Porqüe as descober-
tas da gemçáo anterior sáo prcmissas para as descobeÍas seguintes.
Sc você descobre uúr no\]o lato, esse novo faio se lorna a prmissarnenor
de um silogismo cuja prcmissa rnaior são os conhecimentos adqlriddos
anieriormente. É assim que a coisa vai andando, pois sevocê descobre
um fato novo, rnas não tem prcmissas com às quais ârticulá-lo, vocênão
tirâ conclusão nenhuma, dâí a coisa náo lbl nem paÍa lrenle nem para
lrás. As ciênciâs só existen porque â progressão icnporal vâi sendo
gradativamenie n1ontadâ sob a lorma de uma progressáo lógica.
Se o que vem ântes é premissa do quevem depois, existe nâo apenâs a
relâçâo temporal, rnas un1â a.riiculaçáo 1ógica. Claro que essââftjculâção
lógica náo se produz por si, que é cada novo pesq isador que, tendo
descoberto alguma cojsa nova. ien que aniculàr aquilo togicamente com
a anterior Se ele náo conseguirarticular, das duas uma: ou o lâto que ele
descobriu é fâlso e aquilo náo acontece, ou €ntáo a ieoria anterior csiavâ
errada, daí ele tem que montâr de outro jeito. Mas seja num câso, sejâ
no outÍo, ou mesrro no câlo de ele conseguirlazer a articulaçao, o fato
é quc o progresso da ciência náo é nadâ mais do que a transposiçáo de
uma progressâo temporal para uma progressâo lógica, quc é o cdilÍcio
teóÍico dessas ciências tal como é rcpassâdo à geraçáo seguinte.
Estamos tãoâcostumados conr essa idéiâqüejá nen nos lembramos
mais de que issotem de ser assim. Achamos que ciêrcia broia cm áNore.
Hoje em dia, temos tanto conhecinento acumulado, registrado, que
náo lembramos como é que isso loi apârecendo, e em gerâl ráo temos
consciôncia de como isso se produz ao iongodo iempo. No Seminário
de Filoso6a temos cstudâdo um pouco aquele texio de Edmundo Husserl
2A
Í)irrc a origern da geornciria, texto que de lato dá o critédo para res'
ponder a essas quesiôes que estamos colocando.
Para quesurja umâciência é necessário: primeiro. que algunsindivi
duos tenharn alÊ'um contalo com algum tipo de objeto l1a sua cxperiência
rcal: seguncto, ráo bâsta que eles tenhafl tido csses contâlos. é preciso
que esses objeios sc tomem como imâgens ou sinais relatjvamentc cs_
ràbilizados nâconsciênciâ, â ponto de cles poderen lalarrlcssas coisas
Isso tlrdo ânies de apareccr a ciência. Por exemplo. quando.tparece a
geometria. antes dc aparecer o primeim g€ôm€tra é preciso que alguérn
tcnha percebido que existem quadrados, triángulos. elc. sem sâbcrnada
degeomctriê. M.Ls ele pÍecisâ podcr identlficar essas fornras de rnâneirâ
csiâbilizada e poder 1ãlar delas.
E você acha quc o hom""m nasce sâbendo isso? Não, isso dá um
trabalho miscrávell Ou seja, !In suicito. uma geraçáo percebcu; percebetr
rnas nâo criou os remros para aquilo. Então aquilo sc perde. e â geraçáo
sc!]rinie teü que pcrceber de novo. Aos poucos, sediz: "Foi esiabilizâclo
ra linguagem. tcmos o nome para essa coisa, entáo podemos comcqar a
l lar dcla" Érnuito ienrpo.lcpois de se poder idlârdcla quc surge aidéja
dc estudá lacientificamenie. Mas iudo isso d epcndc de regishos qlre per-
nitam a cada gcraçáo o retorno às mesmâs cxperiências jnielêctivas que
pelnliiiram o sursimenio da primeim investigâ(áo Se vocô nâo é capaz
dc tcr as mesnlas inilriçôes que Eüclicles teve qLrando estava conpondo
ns Eleúentas rle geamettid. você náo poderia entcndernada dâ geometria
de t]uclides. É que ela eíá montada numa orden lógica que lhe pcrmite
cstudarcâda teoremâparavocé esmointuiras relaçócs queeleestáque'
|cndo lhe nr(xirar. Nlasvamos suporque, no mciodasligtlras d.rnalurezâ,
(là inlinidâde de n»m s da nâtureza, vocô náo tivesse ainda eíabilizado
.ssâ idóia do quadrêclo, ln)Í e{ernplo. Dá unl habalho rniserávcl chegar
rié aí, não é? O qüadrado. o triângulo, o cículo... Bom. circulo é quâse
i possível. porquc você vé o Sol e a Lua c mais ou eros percebc.
da descontinujdade. Você só pode lâlar em progrcsso do corhecinenlo
quando exisle uma aclrmulaçâo, quando ern cima dâquilo quc foi con-
quistâdo você pode conquislar novos conhecimentos; ou seja, âquilo
quc t'oi adquirido se iorna premissa daquilo que é descoberlo depois.
Dizemos que uma ciência progride Por quê? Porqüe as descober-
tas da gemçáo anterior sáo prcmissas para as descobeÍas seguintes.
Sc você descobre uúr no\]o lato, esse novo faio se lorna a prmissarnenor
de um silogismo cuja prcmissa rnaior são os conhecimentos adqlriddos
anieriormente. É assim que a coisa vai andando, pois sevocê descobre
um fato novo, rnas não tem prcmissas com às quais ârticulá-lo, vocênão
tirâ conclusão nenhuma, dâí a coisa náo lbl nem paÍa lrenle nem para
lrás. As ciênciâs só existen porque â progressão icnporal vâi sendo
gradativamenie n1ontadâ sob a lorma de uma progressáo lógica.
Se o que vem ântes é premissa do quevem depois, existe nâo apenâs a
relâçâo temporal, rnas un1â a.riiculaçáo 1ógica. Claro que essââftjculâção
lógica náo se produz por si, que é cada novo pesq isador que, tendo
descoberto alguma cojsa nova. ien que aniculàr aquilo togicamente com
a anterior Se ele náo conseguirarticular, das duas uma: ou o lâto que ele
descobriu é fâlso e aquilo náo acontece, ou €ntáo a ieoria anterior csiavâ
errada, daí ele tem que montâr de outro jeito. Mas seja num câso, sejâ
no outÍo, ou mesrro no câlo de ele conseguirlazer a articulaçao, o fato
é quc o progresso da ciência náo é nadâ mais do que a transposiçáo de
uma progressâo temporal para uma progressâo lógica, quc é o cdilÍcio
teóÍico dessas ciências tal como é rcpassâdo à geraçáo seguinte.
Estamos tãoâcostumados conr essa idéiâqüejá nen nos lembramos
mais de que issotem de ser assim. Achamos que ciêrcia broia cm áNore.
Hoje em dia, temos tanto conhecinento acumulado, registrado, que
náo lembramos como é que isso loi apârecendo, e em gerâl ráo temos
consciôncia de como isso se produz ao iongo do iempo. No Seminário
de Filoso6a temos cstudâdo um pouco aquele texio de Edmundo Husserl
2A
Í)irrc a origern da geornciria, texto que de lato dá o critédo para res'
ponder a essas quesiôes que estamos colocando.
Para quesurja umâciência é necessário: primeiro. que algunsindivi
duos tenharn alÊ'um contalo com algum tipo de objeto l1a sua cxperiência
rcal: seguncto, ráo bâsta que eles tenhafl tido csses contâlos. é preciso
que esses objeios sc tomem como imâgens ou sinais relatjvamentc cs_
ràbilizados nâconsciênciâ, â ponto de cles poderen lalarrlcssas coisas
Isso tlrdo ânies de apareccr a ciência. Por exemplo. quando.tparece a
geometria. antes dc aparecer o primeim g€ôm€tra é preciso que alguérn
tcnha percebido que existem quadrados, triángulos. elc. sem sâbcrnada
degeomctriê. M.Ls ele pÍecisâ podcr identlficar essas fornras de rnâneirâ
csiâbilizada e poder 1ãlar delas.
E você acha quc o hom""m nasce sâbendo isso? Não, isso dá um
trabalho miscrávell Ou seja, !In suicito. uma geraçáo percebcu; percebetr
rnas nâo criou os remros para aquilo. Então aquilo sc perde. e â geraçáo
sc!]rinie teü que pcrceber de novo. Aos poucos, sediz: "Foi esiabilizâclo
ra linguagem. tcmos o nome para essa coisa, entáo podemos comcqar a
l lar dcla" Érnuito ienrpo.lcpois de se poder idlârdcla quc surge aidéja
dc estudá lacientificamenie. Mas iudo isso d epcndc de regishos qlre per-
nitam a cada gcraçáo o retorno às mesmâs cxperiências jnielêctivas que
pelnliiiram o sursimenio da primeim investigâ(áo Se vocô nâo é capaz
dc tcr as mesnlas inilriçôes que Eüclicles teve qLrando estava conpondo
ns Eleúentas rle geamettid. você náo poderia entcndernada dâ geometria
de t]uclides. É que ela eíá montada numa orden lógica que lhe pcrmite
cstudarcâda teoremâparavocé esmointuiras relaçócs queeleestáque'
|cndo lhe nr(xirar. Nlasvamos suporque, no mciodasligtlras d.rnalurezâ,
(là inlinidâde de n»m s da nâtureza, vocô náo tivesse ainda eíabilizado
.ssâ idóia do quadrêclo, ln)Í e{ernplo. Dá unl habalho rniserávcl chegar
rié aí, não é? O qüadrado. o triângulo, o cículo... Bom. circulo é quâse
i possível. porquc você vé o Sol e a Lua c mais ou eros percebc.
l{llrt-to: E o canbúrio. é o quadrcdo que a &enle nao percebe a
É quadrado que não sc pcrcebe. o quadÍado dá muito mais trâbalhoL
Or percebendo pelânatureza. ou criando aqLlela ligura. n]esmocriando
nào quer dizcr que você delr unr Dome que lhe pernita ialâr daquilo e
r,,uu r.r ',Ju f nr,.i.^r(, p n ci"u -.,r. c\p. ric.cia.
intelecdvas, ler esse conlato com os obi€tosi é prcciso que isso esteiê
docurnentado nâ linguageü de nodo a pe nitir conircrsar â respeil{:,.
Aos poucos. reparando nâquilo lnesmo que você lalou. você 1ãz um
exânre rellexivo e daÍ vai sLrgindo a possibilidade Llesse conhccincnto
orgarizado.
AL, longo do dcscnvolvirnento da ciênci . cssc processo coniinua.
Aqullo tem qlre vlmr linguagem, tcr]l quc poder scr "lalávcl"i os mesnús
obictos têir que poderser ]l1ostrados clc novo a cada gc raçáo. e cada um
vai ier que lazer dc novo as rresmils e\periências cogritivas dc basc.
lsso se torna l:lcil quando vocô rcnr um cnsinamento o4ânizado. E se
não tem? Se nao tern, enr.io é muiro tãcii âconiecer isso que estaNos
narrandoâqui. querdiz€r'. em âpenasuma ger.Lçâotudo se perde, c iunto
col|r o vocêbulário somcnl as coisas também
fr rcr.l.rn<,ror.ol, nlud" rr rlrrr;Ja.rr t., \r.,.5a(urreci
m€ntos dcssc iipo llstou com 55 anos. portanto, vi aparc.crcm depois
de nim pelo mcnos duàs gcraçí]es Pude nolât nâ passâgen de uma
para oulra. às vezes unl cortc nurca no sellliclo de unr arnpljrtçào,
nunca. os dois que eu vi lbr.rm fo sentido dc pc].la. Islo irão é unra
ieoria bistóricâ Tinha o làmoso vcrsr) de lr)rgc Ntanl1(1ue "crdílrirrz
tieklpo passado lue tneiol -, rnas não é istr) qre eíou diTcndo. Flstou
.lizcndo que. do ponio de vista cogniiivo,as urudanÇâs qlrc clr !i iorsnr
sentpre para menos. [oÍâÍn sempre dinlinuiçarcs. Um rcpcrtório dc coi-
sâs q!e eram sabidas e de repentc rlcsaparccern e são sLrbsliluí(las por
clcrncntos cognitivos de unportâr1ciâ muiio mcnor, qxe dáo portânio
i,,,s in.livÍdnos urn.r margem de açáo lambém rcstriiâ. lsso eü vi acon-
l.r(r já duâs ve7es, e tâlvez estejalros cnirândo numa fasc que vai leÍ
. tcrccir-(] esquecimento.
Is$ qüer dizer que nós vil.crnos de lato rro meio de Lrnr processo
.ntl1ipico, um prcccsso de desgâsie, c, se nato eriiÍe o esforco delibe
rLlft) parâ conscrvâr as possibilidades el.ls se perrlcnl. O indivíduo
rslá crente que está progrcdindo. mas não cstá. ele esrá é perdendo
possibilidêdes Ele poderia lalar de pr)grcsso na medidâ em que existe
IclLrnulaçáo, qucr dizet ele conscrvâ o que tirhâ ântes e cria u oütro
regócio. Agora, se sempre pcrde o que tinha anres e ganha oulro. não
§aiu do lug nâ verdâdc.
O prcgresso das ciências se baseia intejrâmentc no reglstro € na
conservação, c târnbém na contÍnua aiivklade quc permila decodificar
essos rcgistros de lal modo qlre os indivíduos dâ nova gerâção possân1
lilzer as mesmâs cxpe ências cognitivês voltadas para os mesmos ob_
iclos e sabcr, poliânto- qLl. clcs estáo lalando dâs nresmàs coisas que
lluclidcs ou Plâtáo talavant. À lacilidâdc con] que isso se perdc âs pes
.,.4. r.'u t(n ni.r|rr.rncn.. ( I \ 'ro. po-q ,. n ru \'\ ' r1r I um. \i u, c'r"
rrâurnática como estÂ. Agofa, estudúndo Hisiória. você !ê quc cssas
sii açócs eriisiem muitâs vezes. e no instante ern qle âconiece isso o
.tuc sucede en] conscqüência? Sucedc que as trânsformaçôes dlr nreio
politico, ecolrômico e social iÍnnam a .liân leirâ da inteligêncla e Passâm a
clelerniná-1â. Nío po.le hâvcrun1â respoÍa tcúicâaissoâqui porquê'?
Porque às vezes âconiece de un1 jêiio c às vezes ací]ntecc do ouiro.
[Aluno: Nessd q estàa rla sabedotia árabe q e houxe na ldat]e
llléd ia (...) ao é alfo potccido com isso'l Ou ao? Porque seten ütnd
:e saçtLo cle que na ldarle Média os áÍabes eram os maís sofislicados
e desenaal\iílas, pela me os lltais do qLte o kLarle Média eutopéia, e
depai: caitl, fido é?l
l{llrt-to: E o canbúrio. é o quadrcdo que a &enle nao percebe a
É quadrado que não sc pcrcebe. o quadÍado dá muito mais trâbalhoL
Or percebendo pelânatureza. ou criando aqLlela ligura. n]esmocriando
nào quer dizcr que você delr unr Dome que lhe pernita ialâr daquilo e
r,,uu r.r ',Ju f nr,.i.^r(, p n ci"u -.,r. c\p. ric.cia.
intelecdvas, ler esse conlato com os obi€tosi é prcciso que isso esteiê
docurnentado nâ linguageü de nodo a pe nitir conircrsar â respeil{:,.
Aos poucos. reparando nâquilo lnesmo que você lalou. você 1ãz um
exânre rellexivo e daÍ vai sLrgindo a possibilidade Llesse conhccincnto
orgarizado.
AL, longo do dcscnvolvirnento da ciênci . cssc processo coniinua.
Aqullo tem qlre vlmr linguagem, tcr]l quc poder scr "lalávcl"i os mesnús
obictos têir que poderser ]l1ostrados clc novo a cada gc raçáo. e cada um
vai ier que lazer dc novo as rresmils e\periências cogritivas dc basc.
lsso se torna l:lcil quando vocô rcnr um cnsinamento o4ânizado. E se
não tem? Se nao tern, enr.io é muiro tãcii âconiecer isso que estaNos
narrandoâqui. querdiz€r'. em âpenasuma ger.Lçâotudo se perde, c iunto
col|r o vocêbulário somcnl as coisas também
fr rcr.l.rn<,ror.ol, nlud" rr rlrrr;Ja.rr t., \r.,.5a(urreci
m€ntos dcssc iipo llstou com 55 anos. portanto, vi aparc.crcm depois
de nim pelo mcnos duàs gcraçí]es Pude nolât nâ passâgen de uma
para oulra. às vezes unl cortc nurca no sellliclo de unr arnpljrtçào,
nunca. os dois que eu vi lbr.rm fo sentido dc pc].la. Islo irão é unra
ieoria bistóricâ Tinha o làmoso vcrsr) de lr)rgc Ntanl1(1ue "crdílrirrz
tieklpo passado lue tneiol -, rnas não é istr) qre eíou diTcndo. Flstou
.lizcndo que. do ponio de vista cogniiivo, as urudanÇâs qlrc clr !i iorsnr
sentpre para menos. [oÍâÍn sempre dinlinuiçarcs. Um rcpcrtório dc coi-
sâs q!e eram sabidas e de repentc rlcsaparccern e são sLrbsliluí(las por
clcrncntos cognitivos de unportâr1ciâ muiio mcnor, qxe dáo portânio
i,,,s in.livÍdnos urn.r margem de açáo lambém rcstriiâ. lsso eü vi acon-
l.r(r já duâs ve7es, e tâlvez estejalros cnirândo numa fasc que vai leÍ
. tcrccir-(] esquecimento.
Is$ qüer dizer que nós vil.crnos de lato rro meio de Lrnr processo
.ntl1ipico, um prcccsso de desgâsie, c, se nato eriiÍe o esforco delibe
rLlft) parâ conscrvâr as possibilidades el.ls se perrlcnl. O indivíduo
rslá crente que está progrcdindo. mas não cstá. ele esrá é perdendo
possibilidêdes Ele poderia lalar de pr)grcsso na medidâ em que existe
IclLrnulaçáo, qucr dizet ele conscrvâ o que tirhâ ântes e cria u oütro
regócio. Agora, se sempre pcrde o que tinha anres e ganha oulro. não
§aiu do lug nâ verdâdc.
O prcgresso das ciências se baseia intejrâmentc no reglstro € na
conservação, c târnbém na contÍnua aiivklade quc permila decodificar
essos rcgistros de lal modo qlre os indivíduos dâ nova gerâção possân1
lilzer as mesmâs cxpe ências cognitivês voltadas para os mesmos ob_
iclos e sabcr, poliânto- qLl. clcs estáo lalando dâs nresmàs coisas que
lluclidcs ou Plâtáo talavant. À lacilidâdc con] que isso se perdc âs pes
.,.4. r.'u t(n ni.r|rr.rncn.. ( I \ 'ro. po-q ,. n ru \'\ ' r1r I um. \i u, c'r"
rrâurnática como estÂ. Agofa, estudúndo Hisiória. você !ê quc cssas
sii açócs eriisiem muitâs vezes. e no instante ern qle âconiece isso o
.tuc sucede en] conscqüência? Sucedc que as trânsformaçôes dlr nreio
politico, ecolrômico e social iÍnnam a .liân leirâ da inteligêncla e Passâm a
clelerniná-1â. Nío po.le hâvcrun1â respoÍa tcúicâaissoâqui porquê'?
Porque às vezes âconiece de un1 jêiio c às vezes ací]ntecc do ouiro.
[Aluno: Nessd q estàa rla sabedotia árabe q e houxe na ldat]e
llléd ia (...) ao é alfo potccido com isso'l Ou ao? Porque seten ütnd
:e saçtLo cle que na ldarle Média os áÍabes eram os maís sofislicados
e desenaal\iílas, pela me os lltais do qLte o kLarle Média eutopéia, e
depai: caitl, fido é?l
Na ycrdade náo caiü, nós é que paranros dc receber noiicias. Se você
pegat aHistótia da liloso,4l7 islArTicd,'tlc Hcrlry Corbin. SclTed Ossein
Nasr. vai ver qüe o Irâ. sozirl , rem rnais e nrelhorcs filósolbs do qüe â
tluropâ inicira. Nós é quc nunca ficônr()s sabcndo f) esquecimcnt(r lá
comeÇou agorn. ComeÇor m décâda.lc 19'10 a 1950 Se vocô p€rguntar
quais são as leituras dos aiâloiás. você pensa que clcs sabenl algumâ
coisa.le filosofiâ islânicà, .las suâs tradiça)es? Náo sabenr na.lal Elcs
leran Heideggel Derrida. Jean PaLrl Sâdrc..
Náo estou brincando, isso é sóriol Essas revohrçaes iranianas. Lr rndica-
lisnoislâmico queo pessoal a. Lr i charüa de "lirrdamcnialista", náo é rrâda
fundânrcntalista, lssôóiudo crir(ao ocidcr)tâl ovice doaiâiolá loxnneini
foi o sLrjeito lue iraduzju para 0 iralriâno o livrt, do Franiz Fanon. i-es
damnés cle Io Tetel lOs condenados da l'0rial, qrc cra o nlanual dâ
rcvoluçáo nlarÍisla no Tcrcciro Munclo lja inflrancjad.tÍcidcggcré
.norlnc'. ele lundânrcnia uma espécic dc rcbeliáo contrâ o munrlo lt1oder
no baseado no rctorno às raíres ótnicas. o que tâmbólr lundamentou o
naris ro. E cles aceitarn isso c misluran corn Sartrc. coln Der (1a. cic . e
usanl ulnfl miqrriagcnr islàmica que confLrnde a coisâ mâis aindâ.
Aí é uln câso dc ruptura: â Europa pára de reccbcr inÍi»nraÇa)es.
Durântc todâ â ldade Médiâ, a pâriir do sécuLo Xl. Xll, eles rênr um
irrcnso intercârnbio com o mLrndo islâmico, corrlo varnos cslud<rr
adimte. Rep€n1inâmcnie, à coisa mais csPaniosâ ôcorrrccc ê llislriria
da Filosofiâ é cheia de cr)isas esparltosas Nlas lu sto quândo corrreçarn
as grârlcles nàveglções c sc tein lnei()s.le ir 1á fisiotrmentc. de rcpcntc
corianr os contâtos. quancio devcriâ aconleccr o conirárioL S. l'mrás
de Aquino. por exemplr, discutiâ co r\verróis. com 
^vicena, 
connr
se losscm colegas de lâculdâdcr cle está lá contcntando um lerto dc Lrm
suieiio que el€ nunca viu pessoâlL cnic. mas que pâm clLr ó um membríl
da niesna conlunidâ.]c. Dc rlrpcntc,

Mais conteúdos dessa disciplina