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Semiologia do esôfago

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Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV 
 
Grego: Oisophagos, de oisein (levar) e phagein (comer), 
significando o tubo por onde passa o alimento a ser 
digerido. 
ANATOMIA 
• Comprimento: cerca de 27 cm 
• Conduto músculo membranoso, destinado a 
conduzir os alimentos da faringe ao estômago- 
principal função- motora 
• Função de transporte: tempo de trânsito 5 a 9 
segundos. 
• 3 regiões anatômicas: 
o Superior ou cervical 
o Média ou torácica 
o Diafragmática ou abdominal (o hiato) 
• Tem 3 impressões anatômicas: arco aórtico, 
brônquio fonte Esquerdo; diafragma 
• Anatomia microscópica: 
Mucosa/submucosa/muscular/adventícia/serosa 
 
 FISIOLOGIA – ESFÍNCTER SUPERIOR 
• Se mantem contraído em repouso 
• Impede que o ar na respiração vá para o trato 
digestório 
• O relaxamento ocorre pela deglutição 
• Esfíncter superior do esófago: 3 a 4cm de extensão 
(musculatura estriada) 
 FISIOLOGIA – CORPO 
• Corpo esofágico: segmento proximal (músculo 
estriado) e segmento distal (músculo liso) 
• Constituído de músculo que se contrai em resposta 
à deglutição 
o Ondas peristálticas primárias (iniciam na laringe 
com a deglutição) 
o Ondas peristálticas secundárias (não tem relação 
com a fase orofaringeana da deglutição - função de 
limpeza da luz do esôfago - clareamento esofágico) 
o Ondas terciárias: ocorre em pessoas idosas, 
irregularmente-patológico 
 
FISIOLOGIA – ESFÍNCTER INFERIOR 
Contraído em repouso devido a propriedades 
miogênicas e relaxado à deglutição. 
Obs. Quando a linha Z se desloca para cima, é 
indicativo de uma hérnia de hiato. 
ANAMNESE E EXAME FÍSICO 
• A anamnese faz diagnóstico em 80% dos casos 
• O exame físico não é muito informativo 
PRINCIPAIS SINTOMAS 
• Disfagia 
• Odinofagia 
• Globus 
• Pirose 
• Regurgitação 
• Dor retroesternal 
• Hematêmese 
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV 
 
DISFAGIA (DIFICULDADE DE DEGLUTIÇÃO) 
CLASSIFICAÇÃO 
• Orofaríngea ou de transferência 
• Esofagiana ou de transporte 
ANAMNESE 
• Sente dificuldade de o alimento descer? 
• Onde sente que o alimento para? 
• Mostre com seu dedo onde o alimento para 
• Tem tosse? 
• O alimento retorna para a boca? 
• A dificuldade começou para alimentos só sólidos ou 
só líquidos? 
• E atualmente, é para sólidos e líquidos? 
TEMPO DE EVOLUÇÃO 
• Início abrupto? Corpo estranho 
• Início agudo? Neoplasia 
• Início insidioso? Megaesôfago, estenose péptica 
CARACTERÍSTICAS 
• Intermitente? Distúrbios de motilidade 
• Lentamente progressiva? Megaesôfago 
• Rapidamente progressiva? Neoplasia 
• Para sólidos? Lesão estrutural 
• Para sólidos e líquidos? Distúrbio de motilidade. Ex: 
acalasia (megaesôfago) 
SINAIS DE ALARME 
• Perda de peso? Neoplasia 
• Sangramento? Neoplasia, DRGE complicada 
SINTOMAS ASSOCIADOS 
• Pirose, dor torácica, regurgitação? DRGE, distúrbios 
de motilidade 
DISFAGIA OROFARÍNGEA 
CAUSAS MECÂNICAS 
• Processos inflamatórios 
de boca e faringe 
• Compressões 
extrínsecas (bócio, 
adenomegalias) 
• Divertículo de Zenker 
• Anel esofagiano superior 
MIOPÁTICAS 
• Distrofia muscular 
• Dermatomiosite/polimiosite 
• Miastenia gravis 
NEUROLÓGICAS 
• Ave 
• Parkinson 
• Esclerose múltipla 
• Esclerose lateral amiotrófica 
DISFAGIA ESOFAGIANA 
CAUSAS OBSTRUTIVAS 
• Neoplasias 
• Estenoses: Ex. péptica (DRGE); 
cáustica 
• Compressões 
• Anel esofagiano inferior (schatzki) 
 
CAUSAS MOTORAS (MOTILIDADE) 
• Megaesôfago chagásico/acalasia idiopática 
• Espasmo difuso de esôfago 
• Esclerodermia/lúpus 
• Distrofia muscular 
• Diabetes 
• Doença de Parkinson 
• Esclerose lateral amiotrófica (ela) 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
DISFAGIA X ODINOFAGIA X GLOBUS 
ODINOFAGIA: DOR QUE OCORRE NO ATO DA 
DEGLUTIÇÃO 
• Intensidade variável 
• Pode estar associado a sialose: eliminação da saliva 
em forma de baba (dificuldade de deglutir) 
• Causas: infecções (herpes, citomegalovírus, 
candidíase, HIV), 
• Medicamentosa (ex. AINEs), cáustica, radiação 
 GLOBUS (HYSTERICUS) 
• Sensação de bolo na garganta 
• Não tem relação com alimentos 
• Ocorre no intervalo das refeições 
• Funcional? DRGE como sintoma atípico? 
 PIROSE 
• Dor em queimação em região retroesternal 
• Quase sempre manifestação de DRGE de conteúdo 
ácido ou não ácido 
• Ocorre geralmente após as refeições 
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV 
 
• Pode ser desencadeada por alimentos como 
frituras, bebidas gaseificadas, achocolatados e 
posição de decúbito 
Obs. Muitos pacientes referem como azia. Pirose é 
queimação retroesternal. Azia é queimação em 
epigástrio 
REGURGITAÇÃO 
Retorno e/ou sensação do retorno de alimento e/ou 
secreções à cavidade bucal 
• Decúbito, ortostase ou ambos 
• Não é precedida por náuseas! 
• Risco de broncoaspiração 
ANAMNESE 
• Sente o alimento voltar? 
• Deitado, em pé ou em ambas as posições? 
• Que tipo de alimento causa o sintoma? 
• Ocorre no logo no final das refeições ou demora 
mais? 
Pode estar relacionado a: 
o Doença do refluxo gastroesofágico 
o Megaesôfago 
o Neoplasia de esôfago 
o Impactação alimentar- 
Presbiesôfago 
o Fisiológico no RN 
DOR TORÁCICA RETROESTERNAL 
• Retroesternal, constrictiva, com irradiação para 
regiões laterais do tórax e da garganta 
• Semelhante à angina 
• Geralmente acomete pacientes sem fatores de risco 
para doença coronariana 
• Resulta da distensão e/ou contração das paredes do 
esôfago 
Pode estar associada à disfagia 
Estima-se que 50% sejam decorrentes de DRGE 
Ocorre no espasmo esofagiano difuso e nas fases 
iniciais do megaesôfago por acalasia idiopática 
Diferencia da dor torácica cardíaca pela ausência dos 
sinais de alteração hemodinâmica: sudorese, 
extremidades frias, hipotensão, tonturas etc. 
 HEMATÊMESE 
Vômito de sangue 
• Causa mais comum: 
Ruptura de varizes de 
esôfago 
• Outras causas: Esofagite 
erosiva (DRGE), neoplasia 
• Diagnóstico diferencial: síndrome de Mallory-Weiss 
(laceração do esôfago apó s vômitos repetidos) 
Sangramento ativo de variz 
esofágica 
 
 
 
Mallory-Weiss (laceração do 
esôfago após vômitos repetidos) 
 
 
 EXAME FÍSICO 
Não há dado específico para o esôfago; 
Buscar sinais indiretos de repercussão da patologia 
em questão; 
• Perda de peso 
• Mucosas descoradas- anemia 
• Alterações da pele (ex. Esclerodermia) 
• Hipertrofia bilateral de parótidas 
• Alteração da voz - refluxo/ neoplasia 
• Ausculta respiratória: créptos em situações de 
broncoaspiração 
esclerodermia 
 
 
 
 PRINCIPAIS EXAMES DIAGNÓSTICOS 
1. Radiografia do tórax PA/perfil 
2. Estudo radiológico do esôfago ou Esofagôgrama 
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV 
 
3. Endoscopia Digestiva Alta 
4. Manometria Esofágica 
➢ Convencional 
➢ Alta Resolução (MAR) 
5. pHmetria 24h 
6. Impedancio pHmetria 
7. Cápsula Bravo 
8. Cintilografia esofágica com Tc 99 
9. Videodeglutograma 
10. Outros... 
ACHADOS NO EXAME DE IMAGEM 
RX DE TÓRAX - Megaesôfago: 
duplo contorno cardíaco 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Megaesôfago: Esôfago dilatado, retenção de 
contraste, EIE afilado 
Esôfago Normal x Megaesôfago x Espasmo Esofagiano 
Difuso 
Neoplasia Esofágica 
(imagem de subtração) 
 
 
ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA 
• Avalia a mucosa 
• Propicia a realização de 
biópsias 
• Pode ser usada como 
terapêutica - erradicação de 
varizes, dilatações da cárdia (em casos de 
megaesôfago), introdução de próteses esofágicas 
(em disfagia relacionada a neoplasias) 
• Pode fazer inferências sobre o calibre esofágico, 
mas não é o método adequado para tal (em casos 
de megaesôfago grau IV, estenoses) 
Esofagite Erosiva, classificação de Los Angeles 
 
 
 
 
 
 
Esôfago de Barrett 
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina– UNIFACS Turma XV 
 
MANOMETRIA ESOFÁGICA 
Avalia a motilidade do esôfago 
• Pressão do EES 
• Pressão do EEl e relaxamento 
• Motilidade do corpo do esôfago 
Indicações 
• Distúrbios de motilidade- acalásia, EDE, 
esclerodermia 
• Avaliação pré-operatória do refluxo 
• Localização do EEl para posicionamento da sonda 
da pHmetria 
PHMETRIA DE 24H 
• Mede o refluxo 
• (pH abaixo de 4,0) 
• Informa sobre refluxo ortostático e em decúbito 
• Correlaciona sintomas com refluxo 
REFLUXO OU DRGE? 
• Refluxo: pode ser fisiológico - cerca de 50 
episódios/dia 
• Doença do refluxo: sintomas de pirose e 
regurgitação - 2 a 3x/semana 
• Forma erosiva (com lesão no esôfago) 
• Forma não erosiva (sem lesão em 70% dos casos) 
Sintomas típicos 
o Pirose 
o Regurgitação 
Sintomas atípicos 
o ORL: pigarro, odinofagia, rouquidão, dor de 
garganta 
o Respiratórios: tosse crônica, asma 
o Alteração no sono 
ESOFAGITE EROSIVA GRAU C + HÉRNIA DE 
HIATO 
• Sintomas: pirose, regurgitação 
• Pode cursar com disfagia 
• Pode cursar com sintomas atípicos 
 
 
COMPLICAÇÕES DA DRGE 
• ÚLCERAS 
• ESTENOSES 
 
ESÔFAGO DE BARRETT 
Transformação do epitélio estratificado em epitélio 
cilíndrico, com células caliciformes (Metaplasia 
Intestinal) 
Secundário à exposição persistente às secreções 
gastroduodenais 
Risco de câncer esofágico 30x maior que na população 
sem DRGE* 
CANCER DE ESÔFAGO 
• Há 2 subtipos principais 
➢ Carcinoma de células 
escamosas: 95% dos casos 
➢ Adenocarcinoma: 5% dos 
casos (segmento 
distal/cardia) 
• Mais frequente no sexo 
masculino 
• Aumenta da incidência com a idade 
• Sintoma mais frequentes: disfagia para sólidos 
• Outros sintomas: anorexia, dor, regurgitação 
• Fatores de risco 
• Alcoolismo, tabagismo, lesões prévias no 
esôfago (megaesôfago, esofagite cáustica, 
esofagite péptica (?), Barrett) 
• Diagnóstico: endoscopia + biópsia 
Referências: 
• Bickey, L. Bases Propedêutica Médica. 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2005. 
• Junqueira & Carneiro. Histologia Básica. 13ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2017. 
• Porto, C C. Semiologia Médica. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 
• Dani, R. Gastroenterologia Clínica. 
• Marcelo Averbach. Endoscopia digestiva-diagnóstico e tratamento. Revinter, 2013 
• Cecil. Tratado de Medicina Interna. 23ª ed. Elsevier, 2013. 
• Kahrilas P, Saunders, Philadelphia, 2002 
• Wienbeck M - Scand. J. Gastroenterol. 156 (supl): 1989

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