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GESTÃO DO FLUXO DE CAIXA E TESOURARIA - AULA 6 Fluxo de caixa descontado

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DISCIPLINA: 
GESTÃO DO FLUXO DE CAIXA E 
TESOURARIA 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Kessyane Novaes Horbucz 
 
 
2 
 
CONVERSA INICIAL 
Olá, caro aluno. Finalizaremos o conteúdo de nossa disciplina, mantendo 
a visão analítica do fluxo de caixa e de outras demonstrações contábeis. 
É interessante que você pratique resolvendo os exercícios, porém não se 
dê por satisfeito em apenas encontrar o resultado. Tente analisar os números 
obtidos, perguntando-se quais seriam suas decisões como gestor. 
 
Saiba mais: 
Assista o vídeo abaixo e observe as más decisões tomadas por um 
empresário e, posteriormente, as soluções encontradas por seu novo sócio. 
Perceba que a empresa não possuía capital de giro, e os ciclos econômicos e 
financeiros eram elevados, os quais desencadearam para a situação de 
insolvência da empresa: 
https://www.youtube.com/watch?v=5h3poQeMtas 
 
Bons estudos! 
 
 
CONTEXTUALIZAÇÃO 
Durante nossas aulas, observou-se o quão importante para a 
sobrevivência de uma empresa é a gestão dos recursos financeiros, sendo que 
um dos pontos que não se pode deixa estudar é o capital de giro, pois ele é 
essencial para manter as atividades operacionais. É muito mais do que um 
instrumento de controle de dinheiro da empresa; o capital de giro transmite 
informações sobre o valor da empresa. 
O tempo das atividades também é um quesito a ser avaliado, afinal, as 
empresas necessitam saber o tempo de giro de um produto, o tempo de 
recebimento dos produtos vendidos e tempo de pagamento das matérias-primas. 
 
É por meio de indicadores financeiros que gestores, analistas, 
investidores e consultores conseguem medir o desempenho de uma empresa, 
sendo que alguns dos indicadores mais avaliados são os de liquidez, os quais 
medem a capacidade da empresa de honrar suas obrigações no curto prazo. 
https://www.youtube.com/watch?v=5h3poQeMtas
 
 
3 
 
Desse modo, ressalta-se a importância de compreender o que englobam 
essas ferramentas e indicadores, pois encontrá-los por si só não faz um gestor. 
A competência do gestor está em lograr êxito em obter os dados, fazendo deles 
um instrumento para tomadas de decisões assertivas. 
 
PESQUISE 
O que é capital de giro? 
Qual a importância do fluxo de caixa descontado? 
O que é efeito tesoura? 
Quais são os ciclos de prazos analisados quando se trata de capital de 
giro? 
 
 
TEMA 1: FLUXO DE CAIXA DESCONTADO 
O Fluxo de Caixa Descontado é uma importante ferramenta de avaliação 
financeira, que serve também para a medição do tempo de retorno do 
capital investido. 
Segundo Sá (2012), o fluxo de caixa descontado é utilizado amplamente 
por investidores, bancos de investimento, empresários e consultores, tendo a 
finalidade de calcular o valor de uma empresa. Essa preocupação com o valor 
da empresa costuma surgir quando se prospectam sócios e há intenção de 
venda da empresa ou de uma fusão. 
O método do fluxo de caixa descontado leva em conta, além do fluxo de 
caixa, o valor da empresa no futuro, ou seja, pela quantidade de recursos que 
serão gerados no futuro, acrescida ao seu valor nos dias atuais, subtraindo-se o 
tempo e o risco que estão associados a tais estimativas (Sá, 2012). 
 
Vejamos o seguinte exemplo: 
Uma determinada empresa elaborou as projeções de geração de caixa de 
R$ 1.730.000,00, para os próximos cinco anos, e seus acionistas desejam saber 
quanto essa geração de caixa equivale aos valores atuais (VP) a um custo de 
capital de 10% a.a. Elabore o fluxo período a período: 
 
 
 
 
4 
Quadro 1 
 
Fonte: A autora. 
Posteriormente, traga a valor presente os valores referentes à geração de 
caixa período a período, a um custo de capital de 10% a.a. 
 
Quadro 2 
 
Fonte: A autora. 
Resultado final perfaz um valor presente de R$ 1.268.158,53. 
Quadro 3 
 
Fonte: A autora. 
ANO CAIXA
1 Custo 220.000,00
2 de 280.000,00
3 Capital 360.000,00
4 10% a.a. 420.000,00
5 450.000,00
TOTAL 1.730.000,00
FLUXO DE CAIXA
ANO CAIXA
1 Trazer *=200000/1,10^1
2 a *=280000/1,10^2
3 Valor *=360000/1,10^3
4 Presente *=420000/1,10^4
5 10% a.a *=450000/1,10^5
TOTAL Valor presente
FLUXO DE CAIXA DESCONTADO
ANO CAIXA
1 Trazer 200.000,00
2 a 231.404,96
3 Valor 270.473,33
4 Presente 286.865,65
5 10% a.a 279.414,60
TOTAL 1.268.158,53
FLUXO DE CAIXA DESCONTADO
 
 
5 
 
Outra opção de resolução: 
Figura 1 
 
Fonte: A autora. 
 
Quadro 4 
 
Fonte: A autora. 
Dessa maneira, o fluxo de caixa descontado é mais uma ferramenta de 
gestão financeira da empresa. Todavia, focaliza-se a mensurar o valor de uma 
organização; veja bem: estamos falando de "valor", e não de "preço". 
Então, qual é a diferença de preço e valor? Preço (o que se paga) é a 
expressão quantitativa do valor de um bem, já o valor (o que se leva) é expressão 
da soma dos benefícios que recebemos ou buscamos. 
ANO CAIXA
1 Custo 220.000,00
2 de 280.000,00
3 Capital 360.000,00
4 10% a.a. 420.000,00
5 450.000,00
TOTAL 1.730.000,00
VPL (fx) R$1.268.158,53
FLUXO DE CAIXA
 
 
6 
 
Por meio do fluxo de caixa descontado, a empresa pode, dentre outras 
análises, calcular o seu valor de mercado. Seguindo esse raciocínio, o fluxo de 
caixa descontado proporciona uma projeção dos ganhos e custos e, também, da 
estimativa de sua saúde financeira. 
 
 
TEMA 2: O CAPITAL DE GIRO 
Ao estudarmos os tipos de investimentos, aprendemos que existem dois 
tipos de investimentos que a empresa estabelece primeiramente. São eles: o 
investimento fixo, o qual é utilizado para a aquisição de máquinas, móveis, 
prédios, veículos, enfim, para investir em itens do ativo imobilizado; e outro 
importante investimento, tanto para a empresa que se inicia quanto para aquela 
já consolidada, é o capital de giro. 
O capital de giro é composto por recursos financeiros com o intuito de 
reserva, a qual será utilizada para honrar os compromissos, ou seja, refere-se a 
um tipo de capital circulante dentro de um negócio, recursos disponíveis para 
usar nas operações rotineiras ou em razão de imprevistos financeiros. 
Esses recursos correspondem àqueles bens que podem ser 
transformados, rapidamente, em capital, como os produtos em estoque, o 
dinheiro em caixa da loja e determinadas aplicações financeiras, por exemplo. 
Dentro da contabilidade, o capital de giro constitui a diferença entre o ativo 
circulante e o passivo circulante, ou seja, as obrigações de pagamento que a 
ótica tem a curto prazo, como dívidas com fornecedores ou contas de serviços 
mensais básicos (Luz, 2014). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Figura 2 
 
Fonte: A autora. 
O fluxo de caixa é altamente impactado pelo capital de giro; isso ocorre 
porque o capital giro tem a função de ajustar o desalinhamento dos pagamentos 
e recebimentos (ciclo operacional). A diferença entre o ativo corrente (ativo 
circulante) e o passivo corrente (passivo circulante) é o capital circulante líquido 
(CCL), ou capital de giro líquido (CGL). 
Quando a soma dos elementos do ativo corrente é maior do que a dos 
elementos do passivo corrente, o CCL é positivo; do contrário, o CCL é negativo 
(Hoji, 2004). 
Os recursos do ativo ficam nos estoques, nas contas a receber, no caixa 
e no banco, fazendo a empresa girar. 
Conforme Lopes (2010), o estoque de uma empresa é formado e mantido 
em função das necessidades do mercado consumidor; portanto, ele está sempre 
sofrendo mudanças de investimentos, seja em tipos de itens ou em quantidades. 
Quanto maior a necessidade de investimento em estoques, mais recursos 
financeiros a empresa deverá ter. 
Nas vendas, quanto maior o prazo oferecido aos clientes, ou quanto maior 
for a parcela de vendas a prazo no seu faturamento, mais recursos financeiros a 
empresadeverá ter. 
Uma parte dos recursos financeiros disponíveis da empresa é alocada nas 
contas banco e caixa, ou seja, aqueles que a empresa pode utilizar a qualquer 
tempo para honrar os compromissos diversos. 
 
 
8 
 
Dependendo do saldo inicial, das entradas e bem como das saídas, pode-
se deparar com falta ou sobra de recursos em momento específico, dia ou 
semana. Para que isso não ocorra, as decisões de compra e venda devem ser 
tomadas levando em conta critérios estabelecidos. Sempre que uma decisão 
for tomada, é necessária a realização de análise acerca da disposição dos 
recursos financeiros da empresa. 
Caso seja tomada decisão de compra em excesso ou de dar mais tempo 
para os clientes nas vendas a prazo, a empresa deverá ter uma quantidade 
maior de dinheiro (recursos financeiros). Se tais recursos não existirem, a 
entidade precisará utilizar recursos emprestados de bancos, de fornecedores ou 
de outras fontes, havendo a necessidade de pagamentos de juros, com isso, 
diminuindo a margem de lucro do negócio (Luz, 2012). 
 
Portanto, o capital de giro (capital circulante) é o recurso financeiro 
utilizado para financiar as operações de uma empresa. Quando se menciona a 
operação da empresa, está se referindo à sua atividade econômica; portanto, o 
capital de giro é o dinheiro que financiará o estoque, a inadimplência, a redução 
das vendas, etc. 
 
 
TEMA 3: CICLO ECONÔMICO, FINANCEIRO E OPERACIONAL 
A administração financeira observa os ciclos econômicos e financeiros da 
organização, mas não deixa de considerar, também, todo o ciclo de operações, 
sendo fundamental para a organização um olhar mais amplo do gestor 
financeiro. 
Essa mensuração realizada por meio dos ciclos serve para observar o 
tempo em que as atividades da empresa são desenvolvidas. O que tem papel 
fundamental no controle gerencial e na gestão de negócios, refletindo a cultura 
organizacional da empresa, dentro do seu ramo de negócios. Seus valores 
dependem dos processos de produção, capacidade de vendas e recebimentos 
de clientes (Sá, 2012). 
Chama-se ciclo financeiro o tempo decorrido entre saída dos pagamentos 
dos insumos necessários à geração da receita e ao recebimento do pagamento 
por parte dos clientes, pelos produtos ou pelos serviços adquiridos. Portanto, o 
 
 
9 
ciclo financeiro de uma empresa percorre o interregno que compreende do 
momento do pagamento da matéria-prima até o recebimento das vendas 
realizadas (Luz, 2012). 
Também denominado de ciclo de conversão de caixa é o tempo entre o 
pagamento a fornecedores e o recebimento das vendas. Quanto maior o poder 
de negociação da empresa com seus fornecedores, menor será o ciclo 
financeiro. 
 
 
Figura 3 
 
 
 CICLO FINANCEIRO 
Fonte: A autora. 
Conforme Luz (2012), quanto ao ciclo econômico de uma empresa, a 
visão se limita à compra de matéria-prima e à venda do produto acabado, pois o 
ciclo econômico é o tempo em que a mercadoria permanece em estoque. Vai 
desde a aquisição dos produtos até o ato da venda, não levando em 
consideração o recebimento das vendas. 
Figura 4 
 
 
 CICLO ECONÔMICO 
Fonte: A autora. 
 
 
10 
 
Já o ciclo operacional é o intervalo de tempo entre a compra de matéria-
prima e o recebimento das vendas. Dessa maneira, pode-se mensurar o tempo 
necessário, somando o prazo médio de estocagem (PME) e o prazo médio de 
recebimento (PMR). 
Assim, compreende o período entre a data da compra até o recebimento 
de cliente. Na hipótese de a empresa somente trabalhar com vendas à vista, o 
ciclo operacional tem o mesmo valor do ciclo econômico. 
Figura 5 
 
 
 CICLO OPERACIONAL 
Fonte: A autora. 
Vejamos um exemplo: 
Considere uma empresa em que as mercadorias permaneçam 32 dias em 
estoque, com uma média de recebimento de clientes igual a 50 dias, sendo em 
20 dias realizado o pagamento a fornecedores. Haverá os seguintes valores para 
o cálculo dos ciclos, como exemplo: 
Prazo Médio de Estocagem (PME) = 32 dias 
Prazo Médio de Contas a Receber (PMR) = 50 dias 
Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores (PMP) = 20 dias 
Ciclo Financeiro ou Ciclo de conversão de caixa 
Fórmula: 
Ciclo Financeiro = Ciclo Operacional - Prazo Médio de Pagamento a 
Fornecedores (PMP) 
Exemplo: 
Ciclo Financeiro = 82 dias - 20 dias 
Ciclo Financeiro = 62 dias 
 
 
 
 
11 
 
Ciclo Econômico 
Fórmula: 
Ciclo Econômico = Prazo Médio de Estocagem (PME) 
Exemplo: 
Ciclo Econômico = 32 dias 
Ciclo Operacional 
Fórmula: 
Ciclo Operacional = Ciclo Econômico + Prazo Médio de Contas a Receber 
(PMR) 
Exemplo: 
Ciclo Operacional = 32 dias + 50 dias 
Ciclo Operacional = 82 dias 
Figura 6 
 
 CF = 62 dias 
 CE = 32 dias 
 
 CO = 82 dias 
Fonte: A autora. 
É importante para a empresa sempre buscar alternativas que resultem em 
ciclos financeiros reduzidos. Não é interessante à empresa pagar os seus 
fornecedores e demorar para receber de seus clientes. No caso acima, pode-se 
observar que, durante o ano, a empresa gira aproximadamente 6 vezes, ou seja, 
durante os 365 dias, o ciclo financeiro de 62 dias ocorre em 5,9 vezes. 
 
 
 
 
12 
 
De acordo com Luz (2012), quanto maior for o prazo dado pelos 
fornecedores e menor o período que seus clientes precisam para pagar, mais 
dinheiro estará disponível no caixa da empresa. Além disso, menor será a 
dependência de financiamentos ou de pagamentos de juros bancários, por 
exemplo. 
Dessa maneira, quanto menor for o prazo dado pelos fornecedores e 
maior o prazo de pagamento de seus clientes, maior será a necessidade de sua 
empresa usar seu capital de giro ou seu caixa para financiar as atividades (Luz, 
2012). 
O ideal é que se procure ter o menor ciclo econômico possível, reduzindo 
os gastos com estoque, e um menor ciclo financeiro, o que diminuirá a 
necessidade de uso do capital da empresa ou de terceiros para financiar as 
atividades. 
 
 
TEMA 4: NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO E EFEITO TESOURA 
Dentro do ciclo financeiro de uma empresa, pode surgir a necessidade de 
capital de giro. É claro que toda empresa deverá perseguir recebimentos antes 
dos pagamentos, porém, na maioria das vezes, isso não é possível. As empresas 
compram matéria-prima, produzem, estocam, vendem e depois recebem, 
implicando na Necessidade de Capital De Giro (NCG) para esse processo. 
Sendo assim, quanto maior for o ciclo financeiro, maior será a necessidade de 
capital de giro. 
Para Sá (2012), a necessidade de capital de giro é um conceito 
econômico-financeiro, e não uma definição legal. Necessidade de capital de giro 
é função do ciclo de caixa da empresa. 
Quando o ciclo de caixa é longo, a demanda por capital de giro é maior, e 
vice-versa. Assim, a redução do ciclo de caixa, em resumo, significa receber 
“mais cedo” e pagar “mais tarde”, consubstanciado em meta da administração 
financeira. 
A despeito disso, a redução do ciclo de caixa requer adoção de medidas 
de natureza operacional, envolvendo o encurtamento dos prazos de estocagem, 
produção, operação e vendas. O cálculo por intermédio do ciclo financeiro 
 
 
13 
possibilita mais facilmente prever a necessidade de capital de giro em função de 
uma alteração nas políticas de prazos médios ou no volume de vendas. 
Para que se possa determinar a NCG, é necessário que se faça uma 
reclassificação no Ativo e Passivo Circulante da empresa, consistindo na 
subdivisão do ativo e do passivo circulante em financeiro e operacional. No 
subgrupo financeiro, ficam classificadasas contas que não estão diretamente 
relacionadas com o ciclo operacional da empresa, ao passo que, no subgrupo 
operacional, estão as contas diretamente relacionadas com o ciclo operacional 
da empresa. As contas que integram o operacional (para o ativo) são estoques, 
duplicatas a receber, dentre outras. No passivo operacional, estão classificadas 
as contas como fornecedores, salário dos funcionários, dentre outras. 
Figura 7 
 Fonte: A autora. 
Na maioria das empresas industriais, as saídas de caixa ocorrem antes 
das entradas. Tal situação cria uma necessidade de aplicação permanente de 
recursos; logo, há uma necessidade de capital de giro quando a NCG é positiva. 
Empresas de serviços que exigem altos níveis de entradas, ou 
pagamentos antecipados, têm geralmente NCG negativa, assim como algumas 
empresas no setor de varejo, ou seja, as empresas com NCG negativa recebem 
antes de desembolsar, resultando em ciclo financeiro negativo. 
NCG = ACO - PCO 
ACO: Ativo circulante operacional. 
PCO: Ativo circulante operacional. 
ACO > PCO: A empresa necessita de capital de giro. 
ACO < PCO: A empresa com uma certa folga não necessita de capital de giro. 
 
 
 
14 
 
ACP = PCO: A empresa está equilibrada e não necessita de capital de giro no 
momento. 
Quando a empresa possui dinheiro suficiente para honrar as obrigações 
financeiras de curto prazo, é sinal de que ela possui um saldo positivo de 
tesouraria. Caso o contrário, a empresa estará operando de forma inadequada, 
o pode acarretar no efeito tesoura; isso se dá quando a empresa precisa cada 
vez mais de capital de giro. 
Figura 8 
 
Uma importante função da gerência financeira de uma empresa é 
acompanhar a evolução do saldo em tesouraria, a fim de evitar que permaneça 
constantemente negativo e crescente. 
Por intermédio do saldo de tesouraria, pode-se identificar o grau de 
utilização de recursos de terceiros no curto prazo, que geralmente são 
destinados a financiar as necessidades líquidas de capital de giro da empresa. 
Caso o saldo seja positivo, pressupõe-se que a organização detém folga 
financeira, ou seja, ela possui recursos financeiros aplicados no curto prazo. Se 
o saldo for negativo, significa que os recursos financeiros de curto prazo estão 
financiando as atividades operacionais da empresa. Isso porque o saldo em 
tesouraria pode sinalizar o grau de adequação da política financeira empregada 
pela administração. 
O saldo de tesouraria (ST) pode ser demonstrado pela seguinte fórmula: 
 
Saldo de Tesouraria = AC Financeiro – PC Financeiro 
 
 
 
 
15 
 
A maioria das empresas, as quais operam com saldo em tesouraria 
negativo crescentemente, apresenta uma estrutura financeira inadequada, 
revelando uma dependência excessiva de empréstimos de curto prazo, que 
poderá conduzi-la em estado de insolvência. 
A fim de evitar o “efeito tesoura”, as empresas devem planejar a evolução 
do Saldo de Tesouraria. A evolução do saldo de tesouraria depende de variáveis 
que afetam o autofinanciamento da necessidade de capital de giro e de decisões 
estratégicas, que modificam o capital de giro (Luz, 2014). 
A definição do efeito tesoura foi exposta pelo francês Michel Fleuriet, e 
baseia-se no fato de uma empresa precisar de capital de giro cada vez maior, 
dispondo de um saldo em tesouraria cada vez menor (negativo). O nome efeito 
tesoura vem da forma como as linhas do gráfico dessa relação ficam dispostas: 
como uma tesoura aberta. 
Figura 9 
 
 
Fonte: Motta, 2014. 
Por meio do modelo de Fleuriet, é possível avaliar a posição de liquidez 
da empresa, pois, se o aumento das vendas significar que a empresa esteja 
contraindo empréstimos para pagar as dívidas já existentes, a saúde financeira 
estará prejudicada, o que pode levar uma empresa à falência. O ideal é reinvestir 
seu lucro no próprio negócio, para assim, aumentar as vendas (Hoji, 2004). 
A forma como os recursos serão utilizados deve ser levada em conta para 
se evitar o efeito tesoura. Os empréstimos, prazo e taxas devem estar em 
conformidade com o ciclo das vendas. Se a opção for por investimento em 
imobilizado, é importante que as taxas sejam baixas; por outro lado, os prazos, 
 
 
16 
longos. Essas medidas são essenciais para manter o saldo da tesouraria 
positivo, caso contrário, o efeito tesoura será inevitável. 
 
 
TEMA 5: AVALIAÇÃO DE LIQUIDEZ DO CAPITAL DE GIRO 
“A liquidez de uma empresa é medida pela sua capacidade de satisfazer 
suas obrigações de curto prazo, na data de vencimento”. (Gitman, 2010) 
Dessa maneira, três indicadores foram desenvolvidos para medir a 
liquidez de uma empresa, quais sejam: o primeiro indicador é o de liquidez 
corrente, que indica a capacidade de pagamento por parte da empresa no curto 
prazo; o segundo é o de liquidez seca, cujo indicador se assemelha ao de 
liquidez corrente, com a diferença de que se eliminam os estoques do ativo 
circulante da empresa; e, por último, o de liquidez imediata, o qual também mede 
a capacidade de pagamento da empresa, observando apenas uma parte do ativo 
circulante (as disponibilidades em caixa), caso se tenha que pagar no ato (Blatt, 
2001). 
Liquidez Corrente: esse índice indica se a quantidade de recursos que a 
empresa tem no ativo circulante é suficiente para pagar as dívidas do passivo 
circulante. Permite conhecer como está a liquidez da empresa no curto prazo 
(Blatt, 2001). 
Fórmula: 
ILC =Ativo Circulante/Passivo Circulante 
Liquidez Seca: o índice de liquidez seca consiste no ativo circulante menos os 
estoques, dividindo-se tudo pelo passivo circulante, a exclusão dos estoques é 
necessária para verificar se a empresa depende das vendas para liquidar seus 
compromissos. (Blatt, 2001) 
 
Fórmula: 
ILS = Ativo Circulante – estoques/Passivo Circulante 
Liquidez Imediata: O índice em apreço pode responder à seguinte pergunta: O 
volume de disponibilidade da empresa é suficiente para cobrir as obrigações no 
curto prazo? (Blatt, 2001) 
 
 
 
 
 
17 
 
Geralmente, as disponibilidades não são suficientes para cobrir as 
obrigações de curto prazo; mesmo assim, isso não é tão preocupante para a 
empresa. O disponível se traduz nos recursos financeiros disponíveis para a 
empresa. Todavia, o que acontece é que, na maioria das vezes, a empresa deixa 
seus recursos em aplicações financeiras, que exigem certo tempo de carência, 
com a finalidade de obter maiores rentabilidades. 
 
Fórmula: 
ILI = Disponibilidades/Passivo Circulante 
Interpretação dos índices 
Quanto ao índice de liquidez corrente, quanto maior, melhor, pois isso 
sugere que os investimentos no ativo circulante são suficientes para cobrir as 
dívidas de curto prazo (Blatt, 2001). 
ILC > 1: Demonstra folga no disponível para uma possível liquidação das 
obrigações. 
ILC = 1: Os valores de direitos e obrigações a curto prazo são 
equivalentes. 
ILC < 1: Sem disponibilidades suficientes para quitar as obrigações de 
curto prazo. 
Similar ao índice de liquidez corrente, o índice de liquidez seca exclui do 
cálculo os estoques; ou seja, não considerando os estoques, a empresa pode 
conhecer se tem condições de adimplir o que deve no curto prazo. 
ILS > 1: Demonstra folga no disponível para uma possível liquidação das 
obrigações sem levar em conta os estoques; 
ILS = 1: Os valores de direitos e obrigações a curto prazo neutros; 
ILS < 1: Sem disponibilidades suficientes para quitar as obrigações de 
curto prazo até mesmo excluindo os estoques. 
Já o índice de liquidez imediata é um índice conservado, pois considera 
apenas caixas, saldos bancários e aplicações financeiras, expurgando, além dos 
estoques, as contas e valores a receber. 
ILI > 1: Demonstra folga nas contas de altíssima liquidez. 
ILI = 1: Os valores docaixa, aplicações, bancos e obrigações, no curto 
prazo, neutros; 
 
 
 
18 
 
ILI < 1: Sem disponibilidades suficientes para quitar as obrigações de 
curto prazo, somente com o caixa, bancos e aplicações. 
 
Vejamos um exemplo: 
 
Figura 10 
 
Fonte: A autora. 
ILC = 112.000,00/70.000,00 
ILC = 1,60 
ILS = 70.000,00/70.000,00 
ILS = 1,00 
ILI = 20.300,00/70.000,00 
ILI = 0,29 
O resultado encontrado no exemplo supramencionado demonstra que a 
liquidez da empresa é favorável a ela, sendo que apenas não conseguirá honrar 
suas obrigações de imediato caso necessite possuir apenas 29% disponível em 
relação ao passivo circulante. 
 
 
 
 
19 
 
Leitura obrigatória 
Leia mais sobre capital de giro no livro Análise e demonstrações 
financeiras (Luz, 2014), unidade 4, páginas 85-105. 
 
 
TROCANDO IDEIAS 
Leia o artigo abaixo e reflita sobre a importância do capital de giro: 
http://exame.abril.com.br/pme/por-que-uma-empresa-precisa-de-capital-de-
giro-para-crescer/ 
 
 
NA PRÁTICA 
Calcule o fluxo de caixa descontado com a f(x) e, posteriormente, o fluxo 
de caixa, período a período. 
Quadro 5 
FLUXO DE CAIXA 
 
ANO CAIXA 
1 Custo 42.000,00 
2 de 47.500,00 
3 Capital 51.000,00 
4 15% a.a. 55.000,00 
5 57.000,00 
6 59.900,00 
TOTAL 312.400,00 
 
VPL (fx) R$_________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://exame.abril.com.br/pme/por-que-uma-empresa-precisa-de-capital-de-giro-para-crescer/
http://exame.abril.com.br/pme/por-que-uma-empresa-precisa-de-capital-de-giro-para-crescer/
 
 
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FLUXO DE CAIXA DESCONTADO 
 
ANO CAIXA 
1 Trazer R$________________________________ 
2 o R$________________________________ 
3 Valor R$________________________________ 
4 Presente R$________________________________ 
5 R$________________________________ 
6 15% a.a. R$________________________________ 
TOTAL R$________________________________ 
Fonte: A autora. 
Gabarito 
Quadro 6 
 
 
Fonte: A autora. 
 
 
ANO CAIXA
1 Custo 42.000,00
2 de 47.500,00
3 Capital 51.000,00
4 15% a.a. 55.000,00
5 57.000,00
6 59.900,00
TOTAL 312.400,00
VPL (fx) R$191.653,82
FLUXO DE CAIXA
ANO CAIXA
1 Trazer 36.521,74
2 a 35.916,82
3 Valor 33.533,33
4 Presente 31.446,43
5 28.339,07
6 15% a.a 25.896,42
TOTAL 191.653,82
FLUXO DE CAIXA DESCONTADO
 
 
21 
 
SÍNTESE 
Depois de entender os conceitos básicos de administração financeira, 
tesouraria e fluxo caixa, nada como colocar os conceitos em prática, 
interpretando os dados a partir da mensuração de vários indicadores, tais como: 
fluxo de caixa descontado, PMP, PMR, PME, NCG, CCC ou CF, Liquidez seca, 
corrente e imediata. 
Já diria Deming: "o que não é medido não é gerenciado". Dessa maneira, 
objetivou-se, com essa aula, desenvolver os métodos mais utilizados para extrair 
os indicadores das atividades operacionais das empresas e analisar a solvência 
das organizações. 
Afinal, com uma avaliação econômico-financeira bem elaborada, será 
possível obter um retrato fiel do capital da empresa, ou seja, conhecer e 
acompanhar a saúde financeira de uma empresa. 
 
 
REFERÊNCIAS 
BLATT, A. Análise de balanços: Estruturação e avaliação das 
demonstrações financeiras e contábeis. São Paulo: Makron Books, 2001. 
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São 
Paulo: Pearson Education, 2010. 
HOJI, M. Administração financeira: uma abordagem prática: 
matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, análise, planejamento e 
controle financeiro. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2004. 
IAVELBERG, M. Por que uma empresa precisa de capital de giro para 
crescer? Revista Exame, 2011. Disponível em: 
<http://exame.abril.com.br/pme/noticias/por-que-uma-empresa-precisa-de-
capital-de-giro-para-crescer>. Acesso em: 25 nov. 2016. 
LOPES, A. S. A contribuição da controladoria na tomada de decisão 
do administrador financeiro. 50 f. Trabalho de Conclusão de Curso 
(Especialização em Auditoria e Controladoria) – Instituto A Voz do Mestre, Rio 
de Janeiro, 2010. 
 
 
 
22 
 
LUZ, E. E. Análise e demonstrações financeiras. São Paulo: Pearson 
Education, 2014. 
MOTTA, R. Principal causa mortis das pequenas empresas. LinkedIn. 
2014. Disponível em: <https://www.linkedin.com/pulse/20141004000939-39848-
principal-causa-mortis-das-pequenas-empresas>. Acesso em: 25 nov. 2016. 
SÁ, C. A. Fluxo de caixa: a visão da tesouraria e da controladoria. 4. ed. 
São Paulo: Atlas, 2012.

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