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E-Book Completo_Direito Empresarial_TELESAPIENS(VERSÃO DIGITAL)

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gente criando o futuro
DIREITO EMPRESARIAL
Organizadora Livia Regina de Figueiredo
DIREITO EMPRESARIAL
Organizadora Livia Regina de Figueiredo
Direito Em
presarial
GRUPO SER EDUCACIONAL 
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
Direito Empresarial
eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 1eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 1 29/07/2020 18:33:5829/07/2020 18:33:58
© by Editora Telesapiens
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro 
tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia 
autorização, por escrito, da Editora Telesapiens.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Bibliotecário responsável: Nelson Oliveira da Silva – CRB 10/854)
F475d Figueiredo, Livia Regina de.
Direito empresarial[recurso eletrônico]/ Livia Regina de 
Figueiredo. – Recife: Telesapiens, 2020. 
232 p. : pdf
ISBN: 978-65-86073-03-4 
1. Direito empresarial I. Título.
CDU 347.72
eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 2eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 2 29/07/2020 18:33:5829/07/2020 18:33:58
Direito Empresarial
Fundador e Presidente do Conselho de Administração: 
Janguê Diniz
Diretor-Presidente: 
Jânyo Diniz
Diretor de Inovação e Serviços:
Joaldo Diniz 
Diretoria Executiva de Ensino:
Adriano Azevedo
Diretoria de Ensino a Distância:
Enzo Moreira
Créditos Institucionais
Todos os direitos reservados
2020 by Telesapiens
eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 3eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 3 29/07/2020 18:33:5829/07/2020 18:33:58
Olá. Meu nome é Livia Regina de Figueiredo. Sou 
Bacharel em Direito, Pós-graduada em Magistério Superior 
em Direito, cursei Mestrado em Direito e Desenvolvimento 
e, atualmente, curso o Doutorado em Direito Privado na 
Universidade de Salamanca, na Espanha. Advogo desde 1989 e 
há alguns anos presto serviços para grandes grupos econômicos 
na área de medicamentos e alimentos. Amo advogar e sou 
apaixonada pela docência. Também gosto muito de compartilhar 
minha experiência com aqueles que estão iniciando suas vidas 
profissionais. Em razão da minha experiência e qualificação fui 
convidada pela Editora Telesapiens para integrar o seu elenco 
de autores independentes e me sinto muito honrada com esse 
convite. Estou feliz por ajudá-lo nesta fase de estudo e trabalho. 
Tenho certeza de que o seu esforço e empenho nos estudos lhe 
trará muito sucesso.
A AUTORA
LIVIA REGINA DE FIGUEIREDO
eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 4eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 4 29/07/2020 18:33:5829/07/2020 18:33:58
ICONOGRÁFICOS
Esses ícones que irão aparecer em sua trilha de aprendizagem 
significam:
OBJETIVO
Breve descrição do objetivo 
de aprendizagem; +
OBSERVAÇÃO
Uma nota explicativa 
sobre o que acaba de 
ser dito;
CITAÇÃO
Parte retirada de um texto;
RESUMINDO
Uma síntese das 
últimas abordagens;
TESTANDO
Sugestão de práticas ou 
exercícios para fixação do 
conteúdo;
DEFINIÇÃO
Definição de um 
conceito;
IMPORTANTE
O conteúdo em destaque 
precisa ser priorizado;
ACESSE
Links úteis para 
fixação do conteúdo;
DICA
Um atalho para resolver 
algo que foi introduzido no 
conteúdo;
SAIBA MAIS
Informações adicionais 
sobre o conteúdo e 
temas afins;
+++
EXPLICANDO 
DIFERENTE
Um jeito diferente e mais 
simples de explicar o que 
acaba de ser explicado;
SOLUÇÃO
Resolução passo a 
passo de um problema 
ou exercício;
EXEMPLO
Explicação do conteúdo ou 
conceito partindo de um 
caso prático;
CURIOSIDADE
Indicação de curiosidades 
e fatos para reflexão sobre 
o tema em estudo;
PALAVRA DO AUTOR
Uma opinião pessoal e 
particular do autor da obra;
REFLITA
O texto destacado deve 
ser alvo de reflexão.
eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 5eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 5 29/07/2020 18:33:5829/07/2020 18:33:58
SUMÁRIO
UNIDADE 01
Personificação das sociedades, contrato e registro mercantil .12
A união das pessoas com um fim comum ......................... 12
Pessoa jurídica ................................................................. 14
Sociedade e empresa ......................................................... 16
Elementos essenciais do contrato ..................................... 17
Registros mercantis ......................................................... 23
Importância dos registros mercantis .................................. 23
Atos constitutivos ............................................................. 24
Concretização do registro mercantil .................................. 25
Trâmite dos registros – controle e fiscalização .................. 27
Do sigilo ........................................................................... 35
O significado do sigilo ...................................................... 35
Nome empresarial ............................................................. 38
Estabelecimento empresarial ............................................. 42
Microempresas e empresas de pequeno porte ................ 43
eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 6eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 6 29/07/2020 18:33:5829/07/2020 18:33:58
Compreendendo o significado das microempresas e empresas 
de pequeno porte ............................................................... 44
Sociedades simples e sociedades empresárias .................. 46
Sociedades não personificadas .......................................... 48
UNIDADE 02
Teoria geral do direito empresarial ................................ 54
Sociedades Empresárias .................................................... 54
Classificação quanto à sua natureza ............................ 54
Sociedade unipessoal ................................................. 60
Sociedade limitada entre cônjuges ............................. 64
Capacidade jurídica empresarial ................................... 67
Capacidade civil empresarial ............................................ 67
O Capital social e a sua integralização ........................... 75
O significado do capital social ......................................... 75
Alterações Contratuais e o Registro das Modificações ...... 78
Administração e representação social ............................ 80
O significado da administração ......................................... 80
Lucros e perdas ................................................................. 82
eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 7eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 7 29/07/2020 18:33:5829/07/2020 18:33:58
Direitos e obrigações dos sócios ....................................... 83
Relações jurídicas e sociais ............................................... 85
UNIDADE 03
Dissolução da sociedade ................................................. 92
Dissolução das sociedades ................................................ 92
Transformação .................................................................. 93
Incorporação ..................................................................... 94
Fusão ................................................................................ 95
Cisão ................................................................................. 96
Direito de terceiros ........................................................... 97
Regras para a dissolução da sociedade .............................. 99
Dissolução Parcial da Sociedade .............................. 102
Dissolução total da sociedade ..................................105
Liquidação das sociedades .............................................. 106
Desconsideração da personalidade jurídica ..................111
A desconsideração da pessoa jurídica ...............................111
Recuperação de empresas ............................................. 115
Lei de Recuperação e Falência de Empresas ................... 115
eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 8eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 8 29/07/2020 18:33:5829/07/2020 18:33:58
Pessoas jurídicas na lei 11.101/2005 - LRF ..................... 117
Aspectos processuais relevantes da LRF ......................... 120
Comitê de credores ......................................................... 124
Assembleia-geral de credores .......................................... 125
Recuperação judicial ....................................................... 126
Microempresas e empresas de pequeno porte .................. 133
Falência .......................................................................... 135
Compreendendo o significado da falência ...................... 135
UNIDADE 04
Sociedades empresárias ................................................ 142
Da sociedade comercial à sociedade empresária .............. 142
Sociedades personificadas ............................................. 147
Classificação das sociedades personificadas .................... 147
Sociedades simples .................................................. 148
Sociedade limitada ................................................... 150
Sociedade em nome coletivo .................................... 156
Sociedade em comandita simples ............................. 160
Sociedades personificadas por ações ............................ 165
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Sociedades anônimas ...................................................... 165
Das ações ................................................................. 173
Constituição das Sociedades Anônimas .................... 179
Valores mobiliários .................................................. 183
Capital social ........................................................... 185
Administração social ................................................ 187
Direitos e deveres dos acionistas .............................. 195
Demonstrações contábeis e partilha do lucro e prejuízos .200
Dissolução da sociedade anônima ............................ 203
Sociedade em comandita por ações ................................. 206
Sociedades cooperativas ................................................ 208
O nascimento do cooperativismo ................................... 208
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Direito Empresarial 11
UNIDADE
01
INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL
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Direito Empresarial12
INTRODUÇÃO
Você sabia que a área do direito empresarial é uma das 
mais importantes demandas na atual realidade brasileira e 
mundial? O empreendedorismo é cada vez mais incentivado 
nos países ocidentais e a iniciativa privada não pode prescindir 
de advogados especializados no Direito Empresarial. Cada 
vez mais, grandes escritórios e empresas buscam advogados 
especializados para assessoria na área, que também remunera 
bem esses especialistas. Nesta unidade estudaremos sobre a 
sociedade empresária e os empresários, os atos constitutivos 
e o registro das sociedades e, por fim, os direitos e obrigações 
das pessoas jurídicas. Tenho certeza de que você amará essa 
introdução dos meandros do Direito Empresarial. Vamos 
começar?
eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 12eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 12 29/07/2020 18:33:5829/07/2020 18:33:58
Direito Empresarial 13
OBJETIVOS
1
2
3
4
Olá. Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 01 – Teoria 
Geral do Direito Empresarial. Nesta unidade, o nosso objetivo 
é auxiliá-lo no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais: 
Compreender o empresário individual e a sociedade 
empresária;
Conhecer os requisitos e as razões legais para o 
registro mercantil;
Entender os trâmites para os registros;
Entender a razão dos procedimentos simplificados 
para micro e pequenos empresários.
Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
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Direito Empresarial14
Personificação das sociedades, contrato e 
registro mercantil 
A união das pessoas com um fim comum 
Os interesses sociais têm sua base na assunção de 
obrigações, cujas fontes estão na lei, nas declarações unilaterais 
de vontade, nos contratos e nos atos ilícitos.
A lei é classicamente definida como norma escrita emanada 
de um poder competente e é base para as relações sociais, por 
força do art. 5°, inciso II, da Constituição Federal, que reza: 
“ninguém pode ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma 
coisa, senão em virtude de lei”.
OBJETIVO
Neste capítulo você aprenderá como se formam as sociedades e 
quais as exigências legais para os registros mercantis, lembrando 
que podem nominar as relações jurídicas empresariais como 
Direito Empresarial, termo preferido pelos civilistas, ou como 
Direito Comercial, termo contido na Constituição Federal. Além 
disso, o Código Civil de 2002 revogou apenas a parte geral do 
Código Comercial de 1850, seguindo vigente a parte especial. 
Conhecer as exigências legais para a formação e desempenho 
das sociedades, bem como a importância dos registros e os 
riscos da sua ausência, é importante para que você entenda, 
posteriormente as características de cada uma das espécies de 
sociedades e seu papel no nicho de mercado que ocupam. E 
então, motivado para desenvolver essa competência e vencer? 
Vamos lá? 
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Direito Empresarial 15
As declarações unilaterais de vontade obrigam apenas 
aqueles que as firmam. Subdividem-se em unilaterais, quando as 
obrigações são apenas de quem firma o documento, a exemplo do 
doador ou do emitente de um cheque, e bilaterais ou plurilaterais, 
quando as obrigações são mútuas, como no caso dos contratos.
Os contratos são negócios jurídicos bilaterais ou 
plurilaterais que obrigam dois ou mais contratantes, cuja vontade 
converge para a concretização de interesses comuns. Quanto aos 
seus efeitos estes podem ser unilaterais pois se obrigam apenas 
uma das partes, ou bilaterais, pois se obrigam duas ou mais 
partes.
Atos ilícitos ou antijurídicos são faculdades de agir 
direcionadas para a infração às leis penais ou civis, que podem 
ou não resultar em danos e no consequente dever de ressarcir a 
lesão.
Ao longo da história, as pessoas uniram esforços para 
produzir e comercializar mais e melhor, obtendo maiores lucros, 
inicialmente reunidas em pequenos grupos familiares. Com 
a Revolução Industrial, expandiram essa união e formaram 
sociedades empresarias, que por sua vez evoluíram para as 
atuais pequenas, médias e grandes empresas com atuação em 
todos os segmentos econômicos. Essa diversidade e quantidade 
de sociedades comerciais precisaram ser regulamentadas para 
exercerem a função social que lhes é designada pela Constituição 
Federal.
Dessa forma, de 1850a 2003, quando entrou em vigência 
o Código Civil de 2002, as relações empresariais foram 
regulamentadas no Brasil pelo Código Comercial.
Nos dias atuais, o Direito Empresarial está regulamentado 
no Código Civil de 2002, que define as regras gerais para 
a constituição e gestão das sociedades empresárias e não 
empresárias.
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Direito Empresarial16
Porém, o Código Comercial não foi integralmente 
revogado. A parte especial segue vigente e regulamenta o 
comércio marítimo, as quebras e falências.
Pessoa jurídica 
Acreditamos que você já tenha ouvido falar no termo 
Pessoa Jurídica (PJ). Vejamos o que a ciência jurídica diz sobre 
isso.
Pessoa Jurídica é um termo extremamente amplo, que 
abrange tanto organizações da área pública como da área 
privada. Pode referir-se a órgãos públicos, autarquias, empresas 
e fundações públicas, e empresas privadas de qualquer porte.
A Pessoa Jurídica é definida como uma entidade criada nos 
termos da lei, com finalidade específica, dotada de personalidade 
jurídica própria e independente dos seus representantes legais, 
detentora de honra subjetiva (pode sofrer dano moral), que se 
subdivide em pessoa jurídica de direito público, interno ou 
externo, e de direito privado (art. 40, CC).
Vejamos a seguir a sua subdivisão. 
a. Pessoas jurídicas de direito público externo: são os 
Estados dotados de soberania, como: os Estados Unidos, a 
França, a China, a Argentina, dentre outros, além dos organismos 
internacionais dotados de personalidade jurídica regida pelo 
direito internacional público, como a Organização das Nações 
Unidas (ONU), a Organização Mundial do Comércio (OMC), 
o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Organização 
Internacional do Trabalho (OIT) etc. (art. 42, CC).
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Direito Empresarial 17
Figura 1 – Logotipo da ONU
Fonte:Pixabay
Você sabe o que é a ONU? A ONU é uma organização 
intergovernamental criada para promover a cooperação 
internacional. 
b. Pessoas jurídicas de direito público interno: considera-
se a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios – 
lembrando que na atual organização estatal não temos territórios 
–, os municípios, as autarquias (INSS, agências reguladoras, 
etc.), as associações públicas (consórcios públicos, Lei nº 
11.107/2005), as fundações públicas, e todas aquelas a que a 
lei conferir este status (art. 41, CC). Todas as pessoas jurídicas 
de direito público interno são criadas por lei, que estabelece se 
elas submeter-se-ão ao regime público ou ao regime privado 
do Código Civil. São também civilmente responsáveis pelos 
atos praticados pelos seus agentes, que resultarem em danos a 
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Direito Empresarial18
terceiros, ressalvado o direito regressivo contra os causadores do 
dano em caso de culpa ou dolo (art. 43, CC).
c. Pessoa jurídica de direito privado: são pessoas jurídicas 
constituídas com base no princípio da liberdade e da autonomia 
privada, fundadas em relações e interesses particulares, com 
objetivo lucrativo ou filantrópico, criadas a partir dos registros 
dos seus atos constitutivos nas Juntas Comerciais ou nos 
Cartórios do Registro Civil das Pessoas Jurídicas. São pessoas 
de direito privado as associações, as sociedades, as fundações, 
as organizações religiosas, os partidos políticos e as empresas 
individuais de responsabilidade limitada. Com base nos recursos 
utilizados para a sua constituição, as empresas privadas podem 
ter caráter público, se o capital em sua maior parte vier do Poder 
Público, ou privado, se o capital em sua maior parte vier de fonte 
privada (art. 44, CC).
No tópico a seguir apresentaremos os conceitos de 
sociedade e empresa. Vejamos. 
Sociedade e empresa
Ao longo dos seus estudos você deve ter aprendido o 
conceito de sociedade e o que os autores da área das ciências 
sociais tem a dizer a esse respeito. Também deve ter estudado 
as características atribuídas pelos estudiosos com relação a 
sociedade. Então, para você, qual o conceito de sociedade? 
Ao responder a indagação anterior é comum falarmos que 
a sociedade é composta por pessoas que possuem por objetivo o 
bem comum. E o que significa empresa? Pois bem, a sociedade 
e a empresa não são institutos sinônimos. Agora, vejamos o que 
a ciência jurídica tem a nos dizer sobre isso. 
A sociedade é a forma jurídica resultante da união de uma 
ou mais pessoas que objetivam alcançar um fim comum. Em 
uma sociedade prevalecem os interesses dos sócios, mas é a lei 
que regulamenta as suas obrigações, a sua estrutura interna e a 
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Direito Empresarial 19
responsabilidade civil perante terceiros. O Código Civil divide 
as sociedades entre empresárias e não empresárias ou simples.
Já a empresa é a atividade econômica. Para a caracterização 
da empresa o importante é a forma “como” a atividade econômica 
é desenvolvida. Por esta razão ela é mais abrangente que a 
sociedade, pois envolve os interesses dos sócios e de terceiros, 
como empregados, consumidores, fornecedores, Fisco etc. 
A sociedade pode existir sem que haja uma empresa, da 
mesma forma que uma empresa pode existir sem que haja uma 
sociedade. Exemplos disso são o MEI, o Empresário Individual 
e a EIRELI, nos quais não há sócios e centram na pessoa de 
um único indivíduo os direitos e obrigações empresariais; e as 
sociedades simples, ou não empresariais, que exercem atividades 
voltadas para a produção de bens e serviços.
Um outro ponto importante refere-se ao contrato. 
Abordaremos a seguir a sua definição e os seus elementos 
essenciais. 
Elementos essenciais do contrato 
Muitos de nós já assinamos um contrato de aluguel de um 
imóvel, um contrato de prestação de serviços ou até mesmo um 
contrato de franquia. Mas o que seria um contrato? Qual a sua 
importância? Para que serve um contrato? Ao longo desse tópico 
iremos responder aos questionamentos anteriores. 
Os contratos podem ser definidos como um acordo entre 
duas ou mais pessoas, de caráter patrimonial, fundado na boa-
fé e na função social, que tem por finalidade regulamentar e 
delimitar interesses comuns, de acordo com o estabelecido na 
ordem jurídica brasileira, e por objetivo a aquisição, alteração e 
extinção de direitos em proveito econômico das partes.
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Direito Empresarial20
São princípios formadores do contrato:
a. Autonomia da vontade: é a exteriorização de vontade 
das pessoas físicas e jurídicas na prática de atos jurídicos, para 
determinar a sua forma, efeitos e conteúdo sempre que não 
contrariem as leis, a ordem pública e os bons costumes. Abrange 
todos os aspectos dos negócios jurídicos, inclusive as opções de 
contratar, distratar ou não contratar.
b. Consensualismo: é a essência do contrato, o acordo 
mútuo acerca do seu objeto. Pode ser manifestado de forma 
verbal ou escrita, expressa ou tácita. Subdivide-se em: 
consensualismo puro quando se trata de acordo de vontades, 
tendo como exemplo o contrato de compra e venda (art. 482, 
CC); consensualismo real, quando além do acordo de vontades 
ocorre a tradição da coisa, tendo como exemplo o comodato (art. 
579, CC) e o contrato de depósito (art. 627, CC).
c. Obrigatoriedade ou forçaobrigatória: esse princípio é 
expresso no direito pelo brocardo latino pacta sunt servanda, 
ou seja, o que foi pactuado em contrato deve ser respeitado e 
cumprido pelas partes. É um princípio do liberalismo de que 
o contrato faz lei entre as partes. Esse princípio é relativizado 
pela cláusula rebus sic stantibus, ou seja, enquanto as condições 
contratadas não se alterarem criando ônus que torne difícil para 
qualquer das partes cumprir o acordado. É a chamada Teoria da 
Imprevisão.
d. Relatividade dos efeitos: segundo esse princípio, 
os efeitos dos contratos só obrigam as partes contratante e 
contratada, vinculando-as ao objeto do contrato, e não atingem 
terceiros ou o seu patrimônio.
e. Boa-fé: se traduz pela boa intenção, lealdade e confiança 
que deve nortear as partes contratantes desde a formação 
até a execução do contrato (arts. 113 e 422 do CC). A boa-fé 
contratual se subdivide em: objetiva - é um dever de conduta, 
de honestidade mútua que traduz pelo repeito de uma parte com 
eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 20eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 20 29/07/2020 18:33:5829/07/2020 18:33:58
Direito Empresarial 21
relação à outra; subjetiva - é um valor interno, uma qualidade 
das partes de dizer aquilo em que acreditam e ter convicção no 
que dizem.
f. Probidade: é o dever de honestidade, decoro, eticidade e 
lealdade contratual que deve nortear os atos das partes contratante 
e contratada durante toda a relação contratual.
g. Equilíbrio econômico: o princípio do equilíbrio 
econômico decorre do princípio constitucional da igualdade 
substancial (art. 3°, III, CF) e se traduz por paridade, simetria nas 
prestações recíprocas contratadas, de forma a evitar que, diante 
de fatos concretos, uma das partes seja excessivamente onerada 
pelas obrigações contratadas, em detrimento do benefício ou 
lucro monetário muito superior da outra parte. Vantagens e 
encargos devem estar sempre em equilíbrio e em harmonia para 
as partes contratante e contratada.
h. Função social: o princípio da função social do contrato 
decorre do princípio da solidariedade e está ligado não só à 
proteção dos interesses privados em favor do ser humano, mas 
à própria dignidade da pessoa humana (art. 421 e parágrafo 
único do art. 2.035, CC). É um conceito aberto que extrapola os 
interesses unicamente privados para abranger toda a sociedade 
e o seu bem-estar. Isso significa dizer que o contrato deve ser 
instrumento de progresso e pacificação social. 
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Direito Empresarial22
Além do respeito e obediência aos princípios, a norma 
civil exige, para a validade dos negócios jurídicos que os agentes 
sejam capazes, que o objeto do contrato seja lícito, possível, 
determinado ou determinável, e que obedeça à forma prescrita 
ou não defesa em lei.
A capacidade é uma qualidade mental do contratante para 
exercer os atos da vida civil. Está ligada à consciência do sujeito 
quanto ao ato em si e às consequências e responsabilidades que 
advêm das suas escolhas (art. 972, CC).
Isso não significa que os incapazes ou os relativamente 
capazes não possam contratar. Os interditos (incapazes) ou 
curatelados (relativamente capazes) podem fazê-lo por meio 
de pessoas que os representem legalmente (art. 974, III). A Lei 
nº 13.146/2015, chamada Estatuto da Pessoa com Deficiência, 
por sua vez, tem por norte a plena integração na sociedade das 
pessoas com deficiência, estimulando a sua participação na 
economia nacional, na medida da sua capacidade física e mental, 
seja através de empregos públicos ou privados, seja participando 
como sócios ou cotistas em empresas, independente do seu porte.
O objeto lícito, possível, determinado ou determinável: 
a. Licitude: se traduz por objeto que não esteja em 
desacordo com as leis; 
+++ EXPLICANDO DIFERENTE
A lei relativiza o pacta sunt cervanda em prol da igualdade e da 
harmonia social, ordenando que o contrato seja um instrumento 
de progresso em favor da sociedade. Por isso, as cláusulas 
contratuais que ofendem a ordem pública e a dignidade da 
pessoa humana são nulas de pleno direito.
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Direito Empresarial 23
b. Possível: é sinônimo de viável, de objeto que possa ser 
concretizado. Ninguém pode contratar uma viagem de turismo 
para o sol, pois, por impossibilidade absoluta, é impossível 
concretizar o traslado e a estadia no sol. Mas alguém pode 
contratar uma viagem para a lua, pois existe tecnologia para 
isso, o que torna a impossibilidade relativa, dependente de 
condições externas para a concretização do objeto. Exemplo 
são as condições físicas do viajante, que durante os meses de 
preparação para a viagem passa de 70 Kg a 150 kg de massa 
corporal. O peso excessivo inviabiliza uma viagem ao espaço, 
mas, como a impossibilidade relativa está no plano das eficácias, 
isso pode ser revertido se o contratante emagrecer e voltar aos 
70 Kg.
c. Determinado ou determinável: determinado é o objeto 
que pode ser perfeitamente identificado e delimitado, como, por 
exemplo, uma casa e os limites do seu terreno. Determinável é 
um objeto que pode ser identificado no momento da assinatura do 
contrato em seus elementos mínimos, mas que será delimitado e 
melhor especificado no futuro. Um exemplo de determinável é a 
compra de uma unidade habitacional em regime de cooperativa, 
cujas unidades serão sorteadas entre os compradores depois do 
prédio pronto.
Em resumo, são três os elementos essenciais do contrato: a 
res, o pretium e o consensum, ou seja, a coisa objeto do contrato, 
o preço e a livre vontade de contratar.
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Direito Empresarial24
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Agora, para termos 
certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vamos resumir o que vimos. Você deve ter 
aprendido no capítulo o conceito de sociedade e empresa e viu 
o que a ciência jurídica tem a dizer sobre isso. Também lhe foi 
apresentado o conceito de contrato, sua finalidade e importância. 
O contrato é uma celebração entre duas ou mais pessoas com 
um propósito; seria um acordo entre duas ou mais vontades na 
conformidade da ordem. É um vínculo jurídico resguardado pela 
segurança jurídica. As empresas iniciam sua vida por meio de 
um contrato ou um estatuto, que deve ser levado a registro na 
Junta Comercial. A importância dos registros dos trâmites legais 
para aquisição de personalidade jurídica pelas empresas permite 
que elas negociem, recolham impostos e se desenvolvam no 
nicho de mercado onde desempenham as suas atividades.
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Direito Empresarial 25
Registros mercantis
Importância dos registros mercantis
A partir da Revolução Industrial os atos negociais se 
diversificaram de tal modo que se tornou imprescindível para 
os Estados estabelecer uma forma de controle sobre as empresas 
responsáveis pela produção e circulação de bens e serviços, 
inicialmente para o recolhimento dos impostos e, no decorrer 
dos anos, na medida que a dignidade da pessoas humana passou 
a ser mais e mais valorada, também para facilitar a fiscalização 
das atividades, a segurança dos trabalhadores, o acatamento das 
leis trabalhistas, etc.
Atualmente, os registros públicos mercantis são serviços 
públicos prestados por órgãos federais e estaduais paradar vida 
às pessoas jurídicas, guardar o histórico dos seus atos - do registro 
inicial à extinção -, e publicitar esses atos para conhecimento de 
toda a sociedade.
Os registros mercantis e atividades afins estão 
regulamentados em Lei Especial, Lei nº 8.934/94, são 
obrigatórios em todo território nacional e devem ser feitos de 
forma sistêmica por órgãos federais, estaduais e distrital, com as 
seguintes finalidades:
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de entender a 
importância dos registros mercantis e dos atos constitutivos. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
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Direito Empresarial26
 “Art. 1°. (...)
I - dar garantia, publicidade, autenticidade, 
segurança e eficácia aos atos jurídicos das 
empresas mercantis, submetidos a registro na 
forma desta lei;
II - cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras 
em funcionamento no País e manter atualizadas as 
informações pertinentes;
III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares 
do comércio, bem como ao seu cancelamento.”
O registro confere credibilidade aos atos empresariais, 
criando presunção relativa de verdade aos negócios jurídicos e 
aos atos negociais, protege o nome empresarial e os direitos da 
empresa frente à concorrência desleal, garante externalidades 
positivas para a sociedade ao reduzir riscos para quem negocia 
com as empresas e possibilita ao Estado administrar a tributação 
do sistema econômico.
A única exceção à imposição legal do registro diz respeito 
à atividade rural. Mas, em que pese facultativo, uma vez efetuado 
o registro, o empresário rural equipara-se aos empresários para 
todos os efeitos legais (art. 971, CC).
Atos constitutivos
Ato constitutivo é o documento inicial para registro da 
vontade do empresário de constituir empresa. Regra geral é 
um Contrato Social ou, no caso da empresa individual, uma 
Declaração de Empresário, nos quais constará o tipo jurídico da 
empresa, o objetivo social, as regras para o funcionamento e a 
administração, os bens que integrarão o patrimônio da empresa, 
os direitos e obrigações dos sócios, a forma como se dará a 
dissolução da sociedade e a destinação final dos bens, etc.
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Direito Empresarial 27
Os atos constitutivos são elaborados pelo próprio 
interessado ou pelos seus contadores e, posteriormente, levados 
a registro nos termos do Código Civil, Lei Complementar 
nº 123/2006, Lei nº 11.107/2005, Lei nº 8.934/1994, Lei nº 
6.404/1976, dentre outros diplomas legais, dependendo da 
exigência legal para cada tipo empresarial.
Concretização do registro mercantil
Para o exercício do registro público, a Lei nº 8.934/94 
criou o Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis 
(SINREM), integrado pelo Departamento Nacional de Registro 
Empresarial e Integração, gestor central técnico, normativo e 
administrativo, e pelas Juntas Comerciais, órgãos locais que 
executam e administram os serviços registrais.
O Código Civil também estabelece regras para os registros 
públicos de empresas mercantis, mas, em que pese a exigência do 
registro de empresário antes do início da atividade empresarial 
(art. 967, CC), esse ato é meramente declaratório frente à 
exigência legal do exercício profissional e habitual de atividades 
efetivamente empresariais para a constituição de empresário 
(art. 966, CC). 
Ou seja, mesmo que o empresário ou a sociedade não 
estejam registrados na Junta Comercial antes do início das 
suas atividades, ainda assim serão considerados empresário 
individual ou sociedade empresária, nos termos do Enunciado 
198, do Conselho da Justiça Federal, muito embora sofram 
as consequências limitativas da falta do registro, como a 
impossibilidade de requerer recuperação judicial (art. 48, Lei 
11.101/2005):
Cada estado-membro da federação tem uma Junta 
Comercial, responsável por executar e administrar os registros 
empresariais.
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Direito Empresarial28
Para efetivar a inscrição o empresário deve atender também 
as formalidades legais do art. 968, do Código Civil, e protocolar 
um requerimento na Junta Comercial do estado onde exercerá 
suas atividades, no qual conste a sua qualificação completa 
(nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, 
o regime de bens), assinatura autógrafa ou digital, o capital 
da empresa, seu objeto e sede, e esteja visado por advogado, 
exigência da Lei 8.906/94, art. 1°, parágrafo 2°.
Pelo fato das Juntas Comerciais integrarem a estrutura 
administrativa dos estados-membros, elas se submetem 
tecnicamente ao Departamento Nacional de Registro 
Empresarial e Integração, órgão central do Sistema Nacional 
de Registro de Empresas Mercantis (SINREM), que é federal, 
mas administrativamente segue as regras administrativas 
estatais. Por isso, não são raras as variantes protocolares e de 
prazos administrativos nas Juntas Comerciais dos diferentes 
estados-membros. Esse caráter híbrido interfere também na 
competência jurisdicional. A análise judicial dos atos técnicos 
do registro de empresa no Departamento Nacional de Registro 
Empresarial e Integração, órgão do SINREM, é de competência 
da Justiça Federal; já a dos atos administrativos de competência 
exclusivamente das Juntas Comerciais é de competência da 
Justiça Estadual (art. 8°, da Lei nº 8.934/1994).
Filiais, sucursais ou agências abertas em estado diferente 
daquele no qual foi feito o registro da matriz devem ser 
registradas na Junta Comercial estadual mediante apresentação 
da inscrição originária. Estabelecimentos secundários, ainda que 
na mesma sede da matriz, também devem ser registrados (art. 
969 e parágrafo único, CC).
Para efeitos jurídicos: filial é um estabelecimento 
subordinado à matriz, mas que tem gestão própria; sucursal 
é um ponto de negócio acessório, subordinado à matriz 
administrativamente; agência é um estabelecimento que atua de 
forma intermediária em prestação de serviços.
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Direito Empresarial 29
Para efeitos de competência jurisdicional territorial, a 
súmula 363 do Supremo Tribunal Federal estabelece que “a 
pessoa jurídica de direito privado pode ser demandada no 
domicílio da agência, ou estabelecimento, em que se praticou o 
ato”. Neste sentido também o art. 75, parágrafo 1°, do Código 
Civil: “tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em 
lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio 
para os atos nele praticados”. Porém, se no local da prática do 
ato ou do evento danoso não houver agência ou estabelecimento, 
a competência é do juízo da sede da empresa.
A exceção à exigência do registro na Junta Comercial 
é o processo de abertura, registro, alteração e baixa das 
microempresas e empresas de pequeno porte, cujo trâmite é 
especial, simplificado e eletrônico, sendo possível a dispensa 
das informações relativas a estado civil e regime de bens, 
remessa de documentos e firma (art. 4°, parágrafo 1°, inciso I, 
Lei Complementar 123/2006, c/c o art. 468, parágrafo 4°, do 
CC).
Trâmite dos registros – controle e 
fiscalização
Nos termos do art. 8°, da Lei nº 8.934/1994, a competência 
das Juntas Comerciais é executiva e todos os seus atos devem 
ser publicitados através de publicação no Diário Oficial dos 
Estados ou do Distrito Federal, conforme o caso. Ou seja, cabe a 
ela executar os atos de registro dos empresáriosque se dividem 
em matrícula, cancelamento, arquivamento e autenticação (art. 
32, Lei nº 8.934/1994).
Conheça os termos a seguir:
a. Matrícula: é o ato de registro nas Juntas Comerciais 
de profissionais específicos: leiloeiros, tradutores públicos 
e intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de 
armazéns-gerais;
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Direito Empresarial30
b. Cancelamento: é o ato de revogação do registro de 
matrícula. A inscrição do nome empresarial, a requerimento 
do interessado, será cancelada quando cessar o exercício da 
atividade empresária ou quando a sociedade for liquidada (art. 
1.168, CC).
c. Arquivamento: é o ato de registro nas Juntas Comerciais 
dos atos constitutivos do empresário individual e das sociedades 
empresárias. São arquivados: os documentos de constituição, 
alteração, dissolução e extinção de firmas mercantis individuais, 
sociedades mercantis e cooperativas; os atos relativos a consórcio 
e grupo de sociedades anônimas (Lei nº 6.404/1976); os atos 
de empresas mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no 
Brasil; as declarações de microempresa; os atos ou documentos 
legalmente atribuídos ao Registro Público de Empresas 
Mercantis e Atividades Afins, ou que interessem ao empresário 
e às empresas mercantis; 
d. Autenticação: é o ato de registro dos livros empresariais 
obrigatórios, destinados à escrituração contábil das empresas 
mercantis registradas e dos agentes auxiliares do comércio. 
Esse é um pré-requisito de regularidade contábil e está previsto 
também no art. 1.181, do Código Civil.
Como o objetivo primeiro do ato registral é a publicidade, 
antes de formalizado, ele não pode ser oposto a terceiros, exceto 
quando provado que este o conhecia. Porém, concretizado o 
registro, é vedado ao terceiro alegar desconhecimento (art. 1.154 
e parágrafo único, CC).
A proteção do nome empresarial é consequência automática 
dos atos de registro (art. 33, Lei 8.934/1994).
Os seguintes órgãos integram as juntas comerciais: 
[...] a Presidência, como órgão diretivo e representativo; 
o Plenário, como órgão deliberativo superior; as Turmas, como 
órgãos deliberativos inferiores; a Secretaria Geral, como órgão 
administrativo; a Procuradoria, como órgão de fiscalização 
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Direito Empresarial 31
e de consulta jurídica; e, a critério de cada uma, assessoria 
técnica constituída por advogados, economistas, contadores ou 
administradores de empresa. (art. 9°, Lei nº 8.934/1994)
O plenário é composto por vogais e suplentes, formado por 
brasileiros natos ou naturalizados de conduta ilibada, em gozo 
dos direitos civis e políticos, quites com o serviço militar e com 
as obrigações eleitorais, nomeados pelos governos dos Estados 
e do Distrito Federal para mandatos de 04 anos, permitida uma 
recondução (art. 11 e 16, Lei nº 8.934/1994).
Às Turmas, compostas por 03 vogais, cabe julgar 
originariamente os pedidos de registro, à Secretaria Geral cabe 
executar os serviços de registro e administração das Juntas 
Comerciais, e à Procuradoria cabe fiscalizar e promover o 
cumprimento das normas legais e executivas, oficiando interna 
e externamente em atos e feitos de natureza jurídica, inclusive 
judiciais (arts. 23 a 28, Lei nº 8.934/1994).
Os interessados têm prazo de 30 dias corridos da 
assinatura dos documentos descritos no inciso II, do art. 32, 
da Lei nº 8.934/1994, para protocolar os documentos para 
arquivo na Junta Comercial, que serão decididos pelos vogais 
de forma singular em dois dias úteis, com efeitos ex tunc, ou 
seja, retroagindo à data da assinatura pelos sócios. Protocolado 
extemporaneamente, o efeito é ex nunc, ou seja, o arquivamento 
será decidido no mesmo prazo de dois dias úteis, mas a eficácia 
se dará a partir da data do despacho que o deferir (art. 36, Lei nº 
8.934/1994).
O Código Civil praticamente replica o art. 36, da Lei nº 
8.934/1994, no art. 1.151, mas acrescenta no inciso 3°, norma de 
responsabilidade civil pela demora ou omissão do responsável 
por providenciar os registros:
Art. 1.151. O registro dos atos sujeitos à 
formalidade exigida no artigo antecedente será 
requerido pela pessoa obrigada em lei, e, no caso 
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Direito Empresarial32
de omissão ou demora, pelo sócio ou qualquer 
interessado.
§ 1° Os documentos necessários ao registro 
deverão ser apresentados no prazo de trinta dias, 
contado da lavratura dos atos respectivos.
§ 2 Requerido além do prazo previsto neste 
artigo, o registro somente produzirá efeito a partir 
da data de sua concessão.
§ 3 As pessoas obrigadas a requerer o registro 
responderão por perdas e danos, em caso de 
omissão ou demora.
Alguns atos, pelo nível de complexidade envolvido no 
exame dos documentos e consequências advindas dos registros, 
são julgados de forma colegiada, no prazo de cinco dias 
úteis, o arquivamento dos atos de constituição das sociedades 
anônimas, atas de assembleias gerais, dentre outros atos sujeitos 
ao Registro Público, os atos de transformação, incorporação, 
fusão e cisão de empresas mercantis, e os atos de constituição e 
alterações de consórcio e de grupo de sociedades nos termos da 
Lei nº 6.404/1976, que dispões sobre as Sociedades por Ações, 
e, finalmente, o julgamento dos recursos interpostos contra 
decisões singulares dos vogais.
Os prazos para recursos ao Plenário, sem efeito suspensivo, 
são de 10 dias úteis para o interessado. A Procuradoria, se não 
interpôs o recurso, é ouvida no mesmo prazo e, posteriormente, 
o feito julgado no prazo de 30 dias.
Da decisão do Plenário cabe recurso ao Ministro da 
Economia, Indústria, Comercio Exterior e Serviços em última 
instância administrativa.
Importante ressalvar que, na análise dos documentos 
levados ao registro, as juntas comerciais analisam tão somente 
os aspectos formais exigidos nas leis. O exame de mérito do 
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Direito Empresarial 33
contido nos documentos, o acordado entre sócios ou decidido em 
reuniões de acionistas não é competência das Juntas Comerciais.
Algumas empresas, além do registro nas juntas comerciais, 
precisam ter registros em outros órgãos. Exemplo são as empresas 
de auditoria, que devem se registrar também na Comissão de 
Valores Mobiliários (CVM).
Como os assentamentos nas juntas comerciais são 
públicos, qualquer pessoa, sem necessidade de justificar razões, 
pode consultar os atos registrados e pedir certidões, pagando 
taxas administrativas (art. 29, Lei nº 8.934/1994).
Para desburocratizar os registros das empresas, a Lei 
Complementar nº 123/2006, criou a Rede Nacional para a 
Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e 
Negócios (REDESIM), regulamentada pela Lei nº 11.598/2007, 
que na atual estrutura administrativa federal está sob gestão 
do Ministério da Economia, Indústria, Comercio Exterior e 
Serviços, e simplificou os atos de registro, que hoje podem, 
em grande parte, tramitar pela internet, e diminuiu prazos nos 
processos administrativos.
ACESSE
Acesse a REDESIM no site http://bit.ly/31P29E9, para conferir 
como as atividades de registro foram desburocratizadas pelo uso 
da internet.
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Direito Empresarial34
Os empresários individuaisou sociedades empresárias 
devem manter um sistema de escrituração contábil que varia 
de acordo com a complexidade das atividades produtivas e 
negociais.
Diz o Código Civil:
Art. 1.179. O empresário e a sociedade 
empresária são obrigados a seguir um sistema 
de contabilidade, mecanizado ou não, com base 
na escrituração uniforme de seus livros, em 
correspondência com a documentação respectiva, 
e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o 
de resultado econômico.
§ 1 Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a 
espécie de livros ficam a critério dos interessados.
§ 2 É dispensado das exigências deste artigo o 
pequeno empresário a que se refere o art. 970.
Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos 
por lei, é indispensável o Diário, que pode ser 
substituído por fichas no caso de escrituração 
mecanizada ou eletrônica.
Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa 
o uso de livro apropriado para o lançamento do 
balanço patrimonial e do de resultado econômico.
A escrituração é tão importante que a lei que regulamenta 
a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário 
e da sociedade empresária, tipifica como crime a falta de 
elaboração, escrituração ou autenticação do livro contábil diário, 
antes ou após a decretação judicial da falência, concessão da 
recuperação judicial ou homologação do plano de recuperação 
extrajudicial, com pena de detenção de um a dois anos e multa, 
se o fato não constituir crime mais grave (art. 178 e 180, Lei 
11.101). O livro diário pode ser substituído por um sistema de 
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Direito Empresarial 35
lançamento de fichas e pelo livro Balancetes Diários e Balanços 
(art. 1.185 e 1.186, CC). 
Pelo Código Civil, afora o Livro Diário, balanço 
patrimonial e do de resultado econômico, os demais livros “em 
tese” seriam opcionais e para controle interno das empresas, 
como livro-caixa, razão, estoque etc. Porém, os dados inseridos 
no livro diário precisam ser comprovados através de informações 
contidas nos livros auxiliares, tornando-os obrigatórios por 
conexão.
Leis trabalhistas, previdenciárias e fiscais, por sua 
vez, também exigem escrituração em livros específicos que, 
entretanto, não são considerados legalmente livros empresariais. 
São exemplos: os leiloeiros, que devem ter os Livros de Registro 
Diário de Entradas, Diário de Saída, Contas Correntes, Protocolo, 
Diário de Leilões e Livro Talão, por forma de comando legal 
contido nos arts. 31 e 32 do Decreto 21.981/1932; as Sociedades 
Anônimas, que devem ter os Livros de Registro de Ações 
Nominativas, Transferência de Ações Nominativas, Registro 
de Partes Beneficiárias Nominativas, Atas das Assembleias 
Gerais, Presença dos Acionistas, Atas das Reuniões do Conselho 
de Administração e Atas e Pareceres do Conselho Fiscal, nos 
termos do art. 100, da Lei nº 6.404/1976.
Para fins penais, os livros mercantis são equiparados a 
documentos públicos e sua falsificação, no todo ou em parte, 
também é tipificada como crime de falsificação de documento 
público, com pena de reclusão de dois a seis anos e multa (art. 
297, § 2.º, do Código Penal).
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Direito Empresarial36
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Então vamos ao 
resumo dos assuntos tratados. Você deve ter aprendido sobre 
a importância do registro mercantil bem como os trâmites do 
registro e a sua fiscalização. Também aprendeu sobre as juntas 
comerciais o seu significado. Você certamente entendeu que as 
sociedades empresariais nascem da vontade dos sócios (affectio 
societatis) ou acionistas (interesse no capital) em torno de um 
objetivo comercial comum. 
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Direito Empresarial 37
Do sigilo
O significado do sigilo
Muitas empresas, especialmente as de grande porte, 
investem em pesquisas, têm produtos protegidos por regras de 
patentes, investem dinheiro de pessoas que não querem, até por 
segurança, para não ter os seus nomes divulgados, dentre muitas 
outras situações que não devem se tornadas públicas.
Pensando nisso, o legislador estabeleceu, no art. 1.190 do 
Código Civil, que ressalvados os casos previstos em lei, para 
exibição e/ou publicidade obrigatórios:
[...] nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob 
qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar 
diligência para verificar se o empresário ou a 
sociedade empresária observam, ou não, em seus 
livros e fichas, as formalidades prescritas em lei.
À primeira vista este artigo passa a impressão de que as 
empresas estão blindadas contra as ordens judiciais para a exibição 
dos seus livros e análise por juízes, peritos, fiscais, procuradores 
e outros operadores do direito, mas não é bem assim. Afinal, 
nos termos do entendimento consagrado pelo Supremo Tribunal 
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de entender o que 
significa o sigilo, o nome empresarial e o estabelecimento 
comercial. Isto será fundamental para o seu aprendizado e estudos 
na área. E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá. Avante!
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Direito Empresarial38
Federal, nenhuma norma é absoluta e nem deve ser interpretada 
de forma isolada do restante do ordenamento jurídico.
O que a lei veda neste artigo é a arbitrariedade; a 
solicitação e exibição dos livros sem uma razão respaldada na 
lei, protegendo-os da mera curiosidade alheia.
Sempre que houver previsão legal os livros devem ser 
apresentados e podem ser examinados, e o próprio Código Civil 
elenca algumas exceções, como no art. 1.191 e 1.193:
Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição 
integral dos livros e papéis de escrituração quando 
necessária para resolver questões relativas a 
sucessão, comunhão ou sociedade, administração 
ou gestão à conta de outrem, ou em caso de 
falência.
Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste 
Capítulo ao exame da escrituração, em parte ou por 
inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias, 
no exercício da fiscalização do pagamento de 
impostos, nos termos estritos das respectivas leis 
especiais. (grifo nosso)
Mas, a Lei também teve o cuidado de restringir o exame dos 
livros aquilo que interessar para o esclarecimento do problema 
levado a exame judicial (art. 1.191, parágrafo 1°, CC).
Há uma exceção importante também no art. 195 e parágrafo 
único da Lei nº 5.172/1966, Código Tributário Nacional, que 
torna sem aplicação quaisquer normas que excluam ou limitem 
os exames de mercadorias, livros, arquivos, documentos, papeis 
e efeitos comerciais ou fiscais de todos os empresários, até à 
prescrição, determinando ainda a obrigatoriedade da guarda de 
todos os livros e documentos até a sua ocorrência.
A Súmula 439 do Supremo Tribunal Federal, por sua vez, 
reconhece o direito fiscalizador do Estado e a obrigação de 
exibição dos livros com limites: “estão sujeitos à fiscalização 
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Direito Empresarial 39
tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, limitado 
o exame aos pontos objeto da investigação”.
O Código de Processo Civil autoriza o juiz a ordenar, a 
requerimento da parte, a exibição integral ou parcial dos livros 
empresariais e documentos de arquivo nos casos de liquidação 
de sociedade, sucessãopor morte de sócio ou quando e como 
determinarem as leis, extraindo deles o que interessar ao litígio, 
inclusive reproduções autenticadas (arts. 420 e 421, Lei nº 
13.105/2015).
A mesma norma estabelece que a recusa de exibição de 
documentos não será admitida quando a parte tiver o dever 
legal de exibi-lo, quando o objetivo da exibição é constituir 
prova e quando o documento, pelo seu conteúdo, for comum às 
partes, podendo o juiz penalizar a recusa na apresentação com 
a pena de confissão ou adotar medidas indutivas, coercitivas, 
mandamentais ou sub-rogatórias para obrigar a exibição do 
documento.
A Lei das Sociedades Anônimas, Lei nº 6.404/1976, prevê 
a exibição dos livros:
Art. 105. A exibição por inteiro dos livros da 
companhia pode ser ordenada judicialmente 
sempre que, a requerimento de acionistas que 
representem, pelo menos, 5% (cinco por cento) 
do capital social, sejam apontados atos violadores 
da lei ou do estatuto, ou haja fundada suspeita de 
graves irregularidades praticadas por qualquer 
dos órgãos da companhia.
E há outras normas no mesmo sentido, ou seja, a vedação 
de exibição prevista no Código Civil é relativa ante à previsão 
em várias normas legais de exibição dos livros mercantis, 
especialmente para fins de fiscalização e prova judicial.
Um questionamento doutrinário é se os livros auxiliares, 
não obrigatórios, também precisam ser exibidos.
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Direito Empresarial40
A resposta é sim. Desde que haja previsão legal para a 
exibição de documentos, ordem judicial ou requisição justificada 
do fisco, os livros auxiliares devem ser exibidos. Além disso, a 
escrituração contábil é indivisível, não fazendo diferença como 
valor probante se os livros são obrigatórios ou auxiliares (art. 
419, CPC).
Esse entendimento encontra respaldo também no 
art. 1.194 do Código Civil, que ordena ao empresário e à 
sociedade empresária a guarda adequada de toda a escrituração, 
correspondência e demais papeis concernentes à sua atividade 
até a ocorrência da prescrição ou da decadência.
Os micro e pequenos empresários, inclusive rurais, são 
desobrigados de manter escrituração mercantil, mas não são 
desobrigados da guarda dos documentos comprobatórios de 
renda e despesas (Decreto-Lei nº 486/69, Lei Complementar nº 
123/2006, Lei nº Complementar 48/84, Decreto nº 3.474/2000, 
Decreto nº 9.580/2018).
Por fim, cabe ressaltar o valor probante dos documentos 
empresariais, reconhecidos expressamente nos arts. 417 e 419 
do Código de Processo Civil: 
Art. 417. Os livros empresariais provam contra 
seu autor, sendo lícito ao empresário, todavia, 
demonstrar, por todos os meios permitidos em 
direito, que os lançamentos não correspondem à 
verdade dos fatos.
Art. 418. Os livros empresariais que preencham 
os requisitos exigidos por lei provam a favor de 
seu autor no litígio entre empresários.
Nome empresarial
O nome empresarial, ainda denominado popularmente 
“razão social”, recebe proteção especial da lei, tanto por ter 
conteúdo econômico, como pela sua importância subjetiva 
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Direito Empresarial 41
enquanto designação e individuação do exercício de empresa 
pelo empresário individual ou da sociedade empresária, e ainda 
por ter a capacidade de se tornar marca, designação que permite 
a pronta e imediata identificação da empresa, do produto ou 
serviço que oferece. Um exemplo clássico é a Coca-Cola 
Company, nome empresarial que se tornou marca de um dos 
refrigerantes mais consumidos no mundo, a Coca-Cola.
O nome empresarial também desempenha papel de ordem 
objetiva ao espelhar o bom nome, a reputação, a fama do 
empresário individual ou da sociedade empresária.
Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos 
de proteção legal, a denominação das sociedades simples, 
associações e fundações (art. 1.155, parágrafo único, CC).
É importante ressalvar que se aplica às pessoas jurídicas, 
no que couber, os direitos da personalidade (art. 52, CC). 
Sendo assim, o nome das pessoas jurídicas, independente da 
sua natureza pública ou privada, é direito personalíssimo, e 
por isso intransferível e inalienável, passível de ser atingido 
moralmente. Porém, não há impedimento legal de uso do nome 
pelo comprador em caso de venda da empresa. 
O Código Civil prevê ainda dois tipos de nomes 
empresariais: a firma, individual ou social, e a denominação (art. 
1.155, CC). A firma individual é o nome do próprio empresário, 
utilizado, por exemplo, na designação do microempresário 
individual. A firma social é o nome de um ou mais sócios 
como, por exemplo, a que nomina sociedade de advogados. A 
firma pode também designar o ramo de atividade empresarial. 
Exemplo: Barros, Silva e Figueiredo Advogados Associados, 
Instituto Clara de Beleza, Cícero Romano Curso Jurídico etc. 
A denominação social, por sua vez, é o nome dado a uma 
empresa, que pode ser uma palavra à escolha dos sócios, ou uma 
expressão fantasia, acrescida ou não de expressão que caracterize 
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Direito Empresarial42
a sociedade. Os sócios podem escolher também o nome de uma 
pessoa física, sob sua responsabilidade exclusiva.
Em caso de falecimento, exclusão ou retirada do sócio o 
seu nome deve ser excluído da firma social (art. 1.165, CC).
De acordo com o tipo societário, o nome variará de 
acordo com a espécie e estrutura da sociedade a ser constituída. 
Exemplo: a sociedade anônima deve conter o S.A. no final do 
nome; e a sociedade limitada deve conter a expressão limitada 
ou LTDA também no final do nome.
Cabe ressalvar o princípio da novidade do nome 
empresarial, inserido pelo legislador no art. 1.163 do Código 
Civil:
Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-
se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro.
Parágrafo único. Se o empresário tiver nome 
idêntico ao de outros já inscritos, deverá 
acrescentar designação que o distinga.
Ou seja, é possível haver dois nomes empresariais 
idênticos, desde que a designação os distinga. Exemplo: Sol e 
Mar Restaurante Ltda. e Sol e Mar Cosméticos Ltda.
Esta restrição, entretanto, está limitada ao âmbito estatal 
da Junta Comercial responsável pelo registro da inscrição do 
empresário ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou 
averbações no registro apropriado, exceto os casos de registro 
especial, cujo âmbito se estende a todo o território nacional (art. 
1.166 e parágrafo único, CC).
Por fim, uma inovação relevante trazida pelo Código Civil 
de 2002 é a imprescritibilidade da ação para anular a inscrição do 
nome empresarial decorrente de violação da lei ou do contrato 
(art. 1.167, CC).
Isso não se pode dizer sobre o registro empresarial. O 
Código Civil estabelece o prazo decadencial de 03 (três) anos 
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Direito Empresarial 43
para anular registros com defeitos nos atos constitutivos, no 
parágrafo único, do art. 45, do Código Civil:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas 
jurídicas de direito privado com a inscrição do 
ato constitutivo no respectivo registro, precedida, 
quando necessário, de autorização ou aprovação do 
Poder Executivo, averbando-se no registro todas 
as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de 
anular a constituição das pessoas jurídicas de 
direito privado, por defeito do ato respectivo, 
contado o prazo da publicação desua inscrição 
no registro.
O art. 116, da Lei de Registros Públicos, Lei nº 6.015/1973, 
coaduna com a Lei Civil quando proibe: 
O registro dos atos constitutivos de pessoas 
jurídicas, quando o seu objeto ou circunstâncias 
relevantes indiquem destino ou atividades ilícitos 
ou contrários, nocivos ou perigosos ao bem 
público, à segurança do Estado e da coletividade, 
à ordem pública ou social, à moral e aos bons 
costumes.
A proibição é abrangente e, em parte, de avaliação subjetiva, 
o que deixa a critério do Tabelião do Registro Civil das Pessoas 
Jurídica, num primeiro momento, a avaliação e a negativa do 
registro de atos constitutivos. Os interessados podem recorrer ao 
Judiciário para revisão da avaliação e recusa de registrar.
Porém, se acaso o registro for realizado e, a posteriori, se 
constatar o defeito no ato constitutivo, o prazo para o pedido de 
anulação é de 03 (três) anos. Passado este prazo, prevalecerá o 
registro.
Quanto à nulidade, ela está prevista na Lei de Registros 
Públicos, art. 216, para os registros feitos após a sentença de 
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Direito Empresarial44
abertura de falência ou do termo legal nele afixado. Se o registro 
for feito antes, não há nulidade.
O Código Civil prevê a nulidade quando os atos 
constitutivos das associações desatenderem os incisos do art. 
54, ou quando os atos forem simulados, nos termos do art. 167.
Estabelecimento empresarial
Nos termos do art 1.142 e 1.143, do Código Civil:
 Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo 
complexo de bens organizado, para exercício 
da empresa, por empresário, ou por sociedade 
empresária.
Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto 
unitário de direitos e de negócios jurídicos, 
translativos ou constitutivos, que sejam 
compatíveis com a sua natureza.
O estabelecimento comercial não é mais apenas o local 
onde o empresário exercia as suas atividades. Hoje ele engloba 
os bens materiais e imateriais, consumíveis, fungíveis e 
infungíveis utilizados pelo empresário para o desenvolvimento 
da sua atividade econômica. É um conjunto de bens e direitos 
que possibilita a concretização da atividade-fim do empresário.
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Direito Empresarial 45
Microempresas e empresas de pequeno 
porte
RESUMINDO
Vamos recapitular o que aprendemos? Abordamos a importância 
do sigilo e do nome empresarial. Você também viu como é 
importante sabermos o significado desses conceitos para a área 
do direito empresarial. Então, o sigilo, o nome empresarial e o 
estabelecimento empresarial são importantes para distinguir as 
empresas nesse nicho, proteger suas atividades.
Ao término deste capítulo você será capaz de entender como 
funcionam as microempresas, as empresas de pequeno e a 
importância das duas em nossa economia. Você também terá 
acesso a informações referentes às características dessas 
empresas e as suas responsabilidades perante o Estado brasileiro. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
OBJETIVO
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Direito Empresarial46
Compreendendo o significado das 
microempresas e empresas de pequeno 
porte
As micro e pequenas empresas têm um papel fundamental 
na economia do país e na geração de mão de obra, sendo 
responsáveis por parte importante do Produto Interno Bruto 
Nacional anualmente. 
Muito se tem falado e abordado, na grande mídia em nosso 
país, acerca da importância das microempresas e empresas de 
pequeno porte para a nossa economia. Há inclusive programa de 
televisão no qual apresenta casos empreendedores, inovadores 
e de sucesso sobre esses tipos de empresas. A mídia também 
divulga as quantidades crescentes anuais dessas empresas que 
são abertas em nosso país. 
Em um país com um índice de desemprego crescente, 
tal cenário, nos últimos anos, tem feito com que pessoas que 
até então eram empregados de empresas passassem a ser 
empreendedores. Então, diante dessa nova realidade que nos 
apresenta, é fundamental conhecermos mais a fundo o que 
significam as microempresas e as empresas de pequeno porte. 
Você já ouvir falar ou conhece alguma microempresa? E 
empresa de pequeno porte? Já consumiu algum serviço oferecido 
por elas? 
Não sem razão, a Constituição Federal de 1988, no art. 
179, estabelece que a União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios, devem dispensar às micro e pequenas empresas 
tratamento especial, a serem definidos na lei infraconstitucional, 
e tratamento jurídico diferenciado e simplificado nas áreas 
administrativa, tributárias, previdenciárias e creditícias, com 
vistas à diminuição da burocracia e à facilitação de acesso ao 
crédito.
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Direito Empresarial 47
No esteio do comando constitucional, os microempreen-
dedores, o empresário rural e o pequeno empresário recebem 
tratamento especial em todo o processo de inscrição do empre-
sário e facilitação para o cumprimento das obrigações empresa-
riais tributárias e administrativas, melhor explicitadas nos arts. 
968, parágrafo 4°, e 970, do Código Civil:
Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á 
mediante requerimento que contenha:
(...)
§ 4. O processo de abertura, registro, alteração e 
baixa do microempreendedor individual de que 
trata o art. 18-A da Lei Complementar nº 123, 
de 14 de dezembro de 2006, bem como qualquer 
exigência para o início de seu funcionamento 
deverão ter trâmite especial e simplificado, 
preferentemente eletrônico, opcional para o 
empreendedor, na forma a ser disciplinada pelo 
Comitê para Gestão da Rede Nacional para a 
Simplificação do Registro e da Legalização de 
Empresas e Negócios - CGSIM, de que trata o 
inciso III do art. 2 da mesma Lei. (Incluído pela 
Lei nº 12.470, de 2011)
(...) 
970. A lei assegurará tratamento favorecido, 
diferenciado e simplificado ao empresário rural e 
ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos 
efeitos daí decorrentes.
Coube à Lei Complementar nº 123/2006, o Estatuto 
Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, 
classificar quais são as micro e pequenas empresas, seleção que 
é feita por faixa de faturamento.
Em 2019, o faturamento máximo por categoria foi definido 
da seguinte forma:
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Direito Empresarial48
a. Microempreendedor Individual (MEI): Receita bruta 
anual de até R$ 81 mil;
b. Microempresa: Receita bruta anual de até R$ 360 mil, 
exceto MEI. 
c. Empresa de Pequeno Porte (EPP): Receita bruta anual 
acima de R$ 360 mil até R$ 4,8 milhões.
Sociedades simples e sociedades empresárias 
O Código Civil define como empresário “quem exerce 
profissionalmente atividade econômica organizada para a 
produção ou a circulação de bens ou de serviços” (art. 966) 
para logo, no parágrafo único, definir que não é considerado 
empresário, ou seja, aquele que “exerce profissão intelectual, de 
natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso 
de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão 
constituir elemento de empresa”. 
O elemento de empresa, por sua vez, é o nível de 
complexidade organizacional exigida para desenvolvimento 
da atividade empresarial, entendimento majoritário que 
prevalece no STJ (EREsp 866.286/ES, Rel. Ministro Hamilton 
Carvalhido,julgado em 29/09/2010, DJe 20/10/2010). Mas, há 
uma corrente minoritária que tem como um dos seus expoentes o 
civilista Sylvio Marcondes, que considera elemento de empresa 
tanto a complexidade da atividade e da estrutura para o seu 
desenvolvimento, como a existência de atividades paralelas 
também complexas no seu desempenho.
Na sequência, no art. 967, o Código Civil expressamente 
define como sociedade empresária aquela “que tem por objetivo 
o exercício de atividade própria de empresário, sujeito a registro, 
e simples as demais”, excepcionando no parágrafo único que, 
“independentemente do seu objeto, considera-se empresária a 
sociedade por ações, e simples a cooperativa”.
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Direito Empresarial 49
As sociedades empresárias devem ser registradas nas 
Juntas Comerciais dos estados, órgão responsável pela execução 
do registro público mercantil.
As sociedades simples, não empresárias, discriminadas no 
Código Civil e também as cooperativas, por previsão expressa 
no art. 982 do Código Civil, são registradas no Cartório do 
Registro Civil de Pessoas Jurídicas, à exceção das sociedades 
de advogados, cujos atos constitutivos devem ser registrados na 
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) (art. 15, § 1º, Lei n. 
8.906/94).
O empresário rural, as microempresas e empresas de 
pequeno porte que podem escolher submeter-se ou não ao 
regime jurídico do empresário, se atenderem às exigências para 
o registro nas juntas comerciais (art. 971, CC).
Como as sociedades simples não constituem empresa, não 
estão sujeitas à falência, à recuperação judicial ou extrajudicial 
previstas na Lei nº 11.101/2005.
É importante ressalvar, porém, que apesar de não 
constituírem empresa, o “art. 997, inc. II, não exclui a 
possibilidade de sociedade simples utilizar firma ou razão social” 
(CJF. Enunciado 213. III Jornada de Direito Civil. Coordenador-
Geral Min. Ruy Rosado de Aguiar. Referência Legislativa: 
Código Civil de 2002, Lei n. 10.406/2002, art. 997. Disponível 
em <https://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/417>. 
Consulta em 26.08.2019)
Relembrando: O Código Civil também excluiu as 
atividades intelectuais de natureza científica, literária ou 
científica do universo das atividades mercantis, independente 
de terem empregados ou colaboradores, por lhes faltar uma 
característica essencial às empresas: o elemento de organização 
dos fatores de produção. Entretanto, se este elemento estiver 
presente, a atividade intelectual caracteriza empresa. (parágrafo 
único, art. 966, CC).
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Direito Empresarial50
Finalmente, é importante ressalvar o Enunciado 476 
do Conselho da Justiça Federal, que na V Jornada de Direito 
Civil pacificou as diferentes classificações empresariais que, no 
Brasil, não guardam harmonia entre a União e os Estados, e nem 
mesmo entre as áreas tributária e administrativa.
Diz a ementa:
Eventuais classificações conferidas pela lei 
tributária às sociedades não influem para sua 
caracterização como empresárias ou simples, 
especialmente no que se refere ao registro dos atos 
constitutivos e à submissão ou não aos dispositivos 
da Lei n. 11.101/2005 (BRASIL, CJF, s/d).
Sociedades não personificadas
As sociedades não personificadas são aquelas que não 
possuem registro, ou seja, não possuem personalidade jurídica.
Figura 2 - Despersonalização
 
Fonte: Pixabay
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Direito Empresarial 51
Subdividem-se em: 
a. Sociedade em Comum: são as sociedades que não 
tiveram os seus atos constitutivos registrados, chamadas também 
sociedades de fato ou irregulares. A existência desse tipo de 
sociedade só pode ser provada por documentos escritos. Os 
bens e dívidas compõem um patrimônio especial que pertencem 
equitativamente aos sócios, respondendo os bens “pelos atos de 
gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto expresso 
limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro 
que o conheça ou deva conhecer” (art.986 a 990, CC).
b. Sociedade em Conta de Participação: é uma sociedade 
informal, sem registro por interesse dos sócios, que são de dois 
tipos: o sócio ostensivo, que assume publicamente a gestão da 
sociedade e gere os negócios em seu nome individual, sob sua 
própria e exclusiva responsabilidade, atuando como empresário 
individual ou sociedade empresária; e o sócio participante ou 
oculto, que não aparece para terceiros, respondendo apenas ao 
sócio ostensivo (arts. 991 a 996, CC).
Às vezes os sócios firmam um contrato informal, que gera 
efeitos apenas entre eles. Porém, considerando que tônica desse 
tipo de sociedade é a informalidade, a lei permite que o liame 
contratual seja provado por todos os meios de direito.
O Enunciado 208, do Conselho da Justiça Federal, 
harmonizou o entendimento doutrinário acerca da 
obrigatoriedade de aplicação das normas do Código Civil nas 
atividades despersonalizadas, independente de serem próprias 
de empresário. 
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Direito Empresarial52
RESUMINDO
E então? Gostou do conteúdo? Aprendeu tudo sobre a Introdução 
nos temas do Direito Empresarial? Vamos relembrar? 
Abordamos as diferenças entre as microempresas e empresas 
de pequeno porte, as sociedades e empresárias, e as sociedades 
não personificadas. Agora você está preparado para seguir 
aprendendo mais e mais sobre o Direito Empresarial.
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Direito Empresarial 53
UNIDADE
02
TEORIA GERAL DO DIREITO EMPRESARIAL
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Direito Empresarial54
A Teoria Geral do Direito Empresarial é de extrema 
importância para a compreensão dos aspectos jurídicos que 
abrangem sócios, empresários individuais e sociedades 
empresariais, sua estrutura jurídica, direitos e deveres, 
impedimentos e proibições para o exercício da atividade 
empresarial, etc. Da mesma forma a compreensão do capital 
social, sua integralização para a viabilização dos objetivos sociais 
e as regras legais para administração social são conhecimentos 
imprescindíveis para o estudante do Direito Empresarial e para 
o advogado. Esse conjunto de previsões legais é a base de toda a 
construção jurídica empresarial. Então, vamos estudar e refletir 
sobre estes conceitos e prescrições legais que se inserem na teoria 
geral do Direito Empresarial? Acho que irá gostar muito deste 
estudo e terá muito sucesso neste aprendizado. Bom estudo! 
INTRODUÇÃO
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Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2 – Teoria Geral 
do Direito Empresarial. Nosso objetivo é auxiliar você no 
desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o 
término desta etapa de estudos:
OBJETIVOS
Compreender a Teoria Geral do Direito Empresarial 
e sua importância;
Identificar as regras jurídicas que norteiam o sócio, 
a sociedade empresária e o empresário individual, 
proibições e impedimentos para o exercício da 
atividade empresária;

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