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LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES: 1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação, dispostas da seguinte maneira: a) questões de número 01 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; b) Proposta de Redação; c) questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias. ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às questões relativas a uma língua estrangeira (inglês ou espanhol). 2. Confira se a quantidade e a ordem das questões do seu CADERNO DE QUESTÕES estão de acordo com as instruções anteriores. Caso o caderno esteja incompleto, tenha defeito ou apresente qualquer divergência, comuni- que ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis. 3. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão. 4. O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos. 5. Reserve tempo suficiente para preencher o CARTÃO-RESPOSTA e a FOLHA DE REDAÇÃO. 6. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação. 7. Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO. 8. Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este CADERNO DE QUESTÕES e o CARTÃO-RESPOSTA/FOLHA DE REDAÇÃO. 9. Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação e NÃO poderá levar seu CADERNO DE QUESTÕES. ATENÇÃO: transcreva no espaço apropriado do seu CARTÃO-RESPOSTA, com sua caligrafia usual, considerando as letras maiúsculas e minúsculas, a seguinte frase: . SIMULADO ENEM 2020 – SETEMBRO PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS 1o DIA Se por acaso morrer do coração é sinal que amei demais. LC - 1o dia - Página 2 simulado LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) Questão 01 Inequalities in heart attack care ‘costing women’s lives’ Over 10 years, more than 8,000 women in England and Wales died unnecessarily after a heart attack, it found. Experts say there are inequalities in diagnosis, treatment and aftercare. “Unconscious biases are limiting the survival chances of women,” the report warns. It found that some commonly held myths – such as heart disease and heart attacks only affecting men – meant women were unaware of their risk, and slow to seek medical help. There is also a misperception that men and women experience completely different heart attack symptoms, but studies suggest that although symptoms can vary from person to person, chest pain is the most common symptom in both men and women. And younger women do have heart attacks, the report says, which should be taken seriously. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 20 nov. 2019. A notícia em questão objetiva A A mostrar que as mulheres não buscam ajuda médica. B B provar que os homens são considerados as únicas vítimas fatais de infartos. C C apresentar os mitos que levam as mulheres a não se preocuparem com o risco de infarto. D D explicar que as mulheres que têm problemas cardíacos não buscam ajuda devido a preconceitos. E E atestar que os sintomas dos homens e das mulheres que têm problemas cardíacos são diferentes. Questão 02 Take the kids to… the Black Country Living Museum This open-air museum brings the Black Country’s proud industrial heritage back to life by recreating a 19th-century village that’s both fun and fascinating. In a nutshell Over 50 buildings from around the Black Country – including a pub, Methodist chapel, school and shops – have been dismantled brick by brick and rebuilt to create a late 19th-century Black Country village in an open-air museum in Dudley. The 26-acre site was chosen because it was already home to a stretch of canal and disused lime kilns and a coal mine – all cornerstones of the industrial revolution. The museum has the world’s only full-scale replica of the [Thomas] Newcomen engine, invented 1712, which is the size of a house. Opening times: 10am-4pm, Wednesday to Sunday from November to Easter; 10pm-5pm seven days a week the rest of the year. MCOWAN, G. Disponível em: www.theguardian.com. Acesso em: 4 jan.2020. O texto, retirado de um guia turístico, tem informações sobre A A alguns fatos culturais fascinantes da cidade de Dudley. B B um museu a céu aberto, com itens da revolução industrial. C C os eventos ocorridos durante a construção da cidade de Dudley. D D detalhes específicos sobre o motor de Thomas Newcomen. E E os horários de funcionamento e os preços de entrada na capela Metodista do Black Country. Questão 03 Stress is often viewed as an exclusively negative sensation: Work deadlines pile up, family drama takes its toll, busy schedules wear us thin and we wind up drained. […] In small doses, however, experts say stress can actually have some positive effects. Moderate levels of daily, manageable stress – also known as ‘eustress’ – may help protect against oxidative damage, which is linked to aging and disease, a 2013 study published in Psychoneuroendocrinology found. Disponível em: http://time.com/. Acesso em: 26 abr. 2019. O texto informa sobre o stress que A A é uma sensação exclusivamente negativa. B B pode ter efeitos benéficos em doses reduzidas. C C quando está presente diariamente é chamado de “eustress”. D D tem efeitos positivos independente dos níveis, como foi descoberto na pesquisa feita em 2013. E E chamado de “eustress” só traz benefícios internos, de forma que a pessoa o controle. LC - 1o dia - Página 3 simulado Questão 04 On Aging When you see me sitting quietly, like a sack upon a shelf, Don’t think I need your chattering. I’m listening to myself. Hold! Stop! Don’t pity me! Hold! Stop your sympathy! Understanding if you got it, otherwise I’ll do without it! When my bones are stiff and aching and my feet won’t climb the stair, I will only ask one favor: Don’t bring me no rocking chair. When you see me walking, stumbling, don’t study and get it wrong. ‘Cause tired don’t mean lazy and every goodbye ain’t gone. I’m the same person I was back then, a little less hair, a little less chin, A lot less lungs and much less wind. But ain’t I lucky I can still breathe in. ANGELOU, M. Disponível em: www.poemhunter.com. Acesso em: 23 fev. 2020. O poema de Maya Angelou traz uma visão sobre o envelhe- cimento que evidencia A A simpatia, benevolência e gratidão. B B orgulho, brio, independência e autonomia. C C sofrimento, tristeza e falta de solidariedade. D D sorte, conforto, fraternidade e compreensão. E E desespero, necessidade de ajuda e compaixão. Questão 05 WEGNER, D. Disponível em: www.flickr.com. Acesso em: 23 nov. 2019. Na charge Shtikl, o uso do verbo modal shalt demonstra A A sua conjugação no modo particípio. B B uma adaptação ao contexto utilizando norma-padrão. C C um erro intencional de grafia como recurso de humor. D D a impossibilidade da ação questionada pela pergunta Which one?. E E uma linguagem mais rebuscada, adequada à citação do mandamento bíblico. LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) Questão 01 Treinta años después de ‘Como agua para chocolate’, Laura Esquivel compartió las recetas literarias que aplican en la cocina y la vida Treinta años después de la publicación de “Como agua para chocolate”, su primera novela, con la que tuvo un impacto a nivel internacional, la escritora mexicana Laura Esquivel aún se sorprende de su alcance. “Hay toda una generación que ni siquiera había nacido cuando escribí la novela, que la descubre y le sigue diciendo cosas.” “Como agua para chocolate”, que mezcló la novela rosa con el realismo mágico, también fue llevada al cine en 1992, bajo la dirección de Alfonso Arau. Esquivel convirtió a Tita de laGarza, la protagonista, en una heroína que genera conversación más allá del fin de su historia de amor con Pedro Muzquiz. La autora la perfiló como una “revolucionaria” desde la cocina, el lugar que desde su nacimiento se volvió su campo de acción. Y no es la única heroína de la familia. “Es importante ser la voz que habla por muchas mujeres”, destacó Esquivel. Disponível em: www.elpais.com. Acesso em: 26 nov. 2019. Segundo a entrevista com a escritora Laura Esquivel, sobre a sua famosa obra Como água para chocolate, entende-se que A A Tita é a única heroína da família. B B além de livro, a obra também foi transformada em filme. C C a protagonista poderia ser a voz que fala por muitas mulheres. D D as novas gerações continuam lendo o livro, mas fazendo críticas. E E a obra só teve destaque internacional após trinta anos do seu lançamento. LC - 1o dia - Página 4 simulado Questão 02 ¿Qué es un DRON? Son probablemente una de las tecnologías más avanzadas en el campo de la robótica, aeronáutica y electrónica. El nombre técnico de los drones es “Vehículos aéreos no tripulados” (UAVs o VANT). Son pequeños vehículos aéreos no tripulados con una gama amplia de tamaños, formas y funciones, controlados por sistemas de tierra (control remoto). La palabra dron es una adaptación al español de “drone”, y su significado literalmente alude a un abejorro o zángano, ya que los primeros prototipos fabricados eran pequeñas aeronaves que pretendían reproducir la facilidad de vuelo del abejorro para incrementar versatilidad y la profundidad de los aviones norteamericanos. El primer proyecto de dron, un avión no tripulado, fue llevado a cabo por Archibald Low en 1916. A partir de entonces, diversos prototipos han sido realizados. Disponível em: www.sabermas.umich.mx. Acesso em: 26 nov. 2019. Com base no texto, sobre uma das tecnologias mais avançadas no campo da robótica, constata-se que A A o nome do aparelho faz alusão a uma abelha ou a um zangão. B B os drones são controlados pelo sistema de ar, de forma remota. C C os drones são pequenos veículos aéreos, com poucas variedades de função. D D o inventor do drone, Archibald Low, realizou diversos protótipos a partir de 1916. E E o nome técnico para os drones seria veículos aéreos tripulados, conhecidos como UAVs. Questão 03 Na tira, a personagem Mafalda, criada pelo cartunista Quino, tem uma atitude questionável, pois A A desobedece à mãe para comer sua sobremesa favorita. B B chantageia a mãe para comer a sobremesa após a sopa. C C toma a sopa porque faz parte de seus princípios se alimentar bem. D D reclama pelo fato de sua mãe não servir sobremesa após a refeição. E E abre mão de suas convicções e toma a sopa para ganhar a sobremesa. © J O A Q U ÍN S A LV A D O R L AV A D O (Q U IN O ) TO D A M A FA LD A /F O TO A R E N A LC - 1o dia - Página 5 simulado Questão 04 Al centro de la injusticia Chile limita al norte con el Perú y con el Cabo de Hornos limita al sur, se eleva en el oriente la cordillera y en el oeste luce la costanera, la costanera. [...] El minero produce buenos dineros, pero para el bolsillo del extranjero, exuberante industria donde laboran por unos cuantos reales muchas señoras, muchas señoras [...] Linda se ve la patria, señor turista, pero no le han mostrado las callampitas. Mientras gastan millones en un momento, de hambre se muere gente que es un portento, que es un portento. PARRA, V. Violeta Parra 100 años. Cuaderno Pedagógico. Santiago: Consejo Nacional de la Cultura y las Artes, 2017. p. 46. A seguidilla é uma forma de canção popular que remonta à tradição ibérica, tendo sido amplamente incorporada à cultura hispano-americana. Essa seguidilla composta pela folclorista chilena Violeta Parra (1917-1967) constrói uma visão A A trágica da pátria, destacando a exploração dos recursos naturais. B B crítica da pátria, destacando a exploração dos operários urbanos. C C idílica da pátria, destacando a contribuição dos traba- lhadores rurais. D D harmônica da pátria, destacando o trabalho dos estran- geiros na região. E E lúgubre da pátria, destacando a exploração dos traba- lhadores chilenos. Questão 05 Disponível em: www.elpais.com. Acesso em: 29 jan. 2020. A charge critica a posição dos líderes mundiais no Fórum Econômico Mundial. Essa crítica reside no fato de A A o dinheiro ser desvalorizado por muitos setores da sociedade. B B o evento internacional produzir uma dicotomia entre o amor e o dinheiro. C C os políticos elegerem pautas irrelevantes, como o amor, em suas discussões. D D os líderes valorizarem mais os aspectos econômicos que outros, mais relevantes. E E o Fórum Econômico Mundial ser um evento destinado apenas a políticos importantes. Questões de 06 a 45 Questão 06 TEXTO I O chefe da folia pelo telefone manda me avisar Que com alegria não se questione para se brincar [...] Queres ou não / Sinhô, Sinhô, Vir pro cordão / Sinhô, Sinhô Ser folião / Sinhô, Sinhô De coração / Sinhô, Sinhô Porque este samba/ Sinhô, Sinhô É de arrepiar / Sinhô, Sinhô SANTOS, E.; ALMEIDA, M. Pelo Telefone (1916). TEXTO II Eu sou da Estação Primeira de Nazaré Rosto negro, sangue índio, corpo de mulher Moleque pelintra no buraco quente Meu nome é Jesus da Gente Nasci de peito aberto, de punho cerrado Meu pai carpinteiro, desempregado Minha mãe é Maria das Dores Brasil Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira Me encontro no amor que não encontra fronteira Procura por mim nas fileiras contra a opressão E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão [...] OITICICA, M.; MÁXIMO, L. C. A verdade vos fará livre (2020). Samba-enredo Estação Primeira de Mangueira. Para o antropólogo Roberto da Matta, o universo carnava- lesco é um espaço onde os múltiplos da realidade brasileira acontecem. Nesse sentido, é possível compreender que a manifestação cultural e artística do Carnaval no Brasil A A cria novas formas performáticas artísticas, abrindo mão de algumas linguagens da arte em prol da revitalização do que se entende por Carnaval. B B propõe a utilização de materiais de diferentes origens, prezando pelas construções sustentáveis nos desfiles e por uma conscientização social. C C estabelece uma clara diferenciação entre o que é artis- ticamente proposto por uma cultura africana e o que é proposto por uma cultura europeia. D D contempla um leque diverso de manifestações artísti- cas, alinhando-se tanto com a arte festiva quanto com a propositora de questionamentos e reflexões. E E desenvolve argumentos que possam contribuir com o entendimento da importância do apoio e patrocínio ao Carnaval, gerando renda às famílias participantes. LC - 1o dia - Página 6 simulado Questão 07 Não tenho sentimento nenhum político ou social. Tenho, porém, num sentido, um alto sentimento patriótico. Minha pátria é a língua portuguesa. Nada me pesaria que inva- dissem ou tomassem Portugal, desde que não me incomo- dassem pessoalmente. Mas odeio, com ódio verdadeiro, com o único ódio que sinto, não quem escreve mal portu- guês, não quem não sabe sintaxe, não quem escreve em ortografia simplificada, mas a página mal escrita, como pessoa própria, a sintaxe errada, como gente em que se bata, a ortografia sem ípsilon, como o escarro direto que me enoja independentemente de quem o cuspisse. Sim, porque a ortografia também é gente. A palavra é completa vista e ouvida. E a gala da transliteração greco- -romana veste-ma do seu vero manto régio, pelo qual é senhora e rainha. PESSOA, F. Livro do desassossego. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 5 fev. 2020. No trecho apresentado, o sujeito lírico revela sua aprecia- ção pela língua portuguesa baseada em uma abordagem A A política, uma vez que assume a existência de uma relação fundamental entre o idioma e a integridade de seu país de origem. B B conservadora, visto que parte da valorização da origem da língua e de seu papel na construção da identidade nacional de Portugal.C C preconceituosa, pois ataca os sujeitos que fogem à escrita ditada pela variante tida como padrão na comunidade de falantes. D D social, porque considera a ligação entre as variantes linguísticas e os aspectos que influenciam na plurali- dade de povos de uma mesma nação. E E objetiva, já que expõe as consequências negativas concretas do uso da língua fora das regras ortográficas determinadas pela gramática normativa. Questão 08 Cântico do Calvário À memória de meu filho Morto a 11 de dezembro de 1863 Eras na vida a pomba predileta Que sobre um mar de angústias conduzia O ramo da esperança!... eras a estrela [...] Eras a glória, a inspiração, a pátria, O porvir de teu pai! – Ah! no entanto, Pomba – varou-te a flecha do destino! Astro – engoliu-te o temporal do norte! Teto, caíste! Crença, já não vives! Correi, correi, oh! lágrimas saudosas, Legado acerbo da ventura extinta, Dúbios archotes que a tremer clareiam A lousa fria de um sonhar que é morto! [...] Inda te vejo pelas noites minhas, Em meus dias sem luz vejo-te ainda, Creio-te vivo, e morto te pranteio!... [...] Saudades e perpétuas, sinto o aroma Do incenso das igrejas, ouço os cantos Dos ministros de Deus que me repetem Que não és mais da terra!... E choro embalde!... Mas não! Tu dormes no infinito seio Do criador dos seres! Tu me falas Na voz dos ventos, no chorar das aves, Talvez das ondas no respiro flébil! Tu me contemplas lá do céu, quem sabe? [...] Pois bem! Mostra-me as voltas do caminho! Brilha e fulgura no azulado manto! Mas não te arrojes, lágrima da noite, Nas ondas nebulosas do ocidente! Brilha e fulgura! Quando a morte fria, Sobre mim sacudir o pó das asas, Escada de Jacó serão teus raios Por onde asinha subirá minh’alma. VARELLA, F. Cântico do Calvário. In.: Poemas. Pará: Núcleo de Educação a distância. O Ultrarromantismo foi um período marcado pela temática soturna. No poema exposto, esse aspecto está presente na A A idealização dos cenários naturais criados por Deus. B B palidez e languidez como ideal de beleza feminina. C C crítica aos costumes corrompidos da elite brasileira. D D esperança que o eu lírico tem de encontrar seu filho após a morte. E E expectativa em viver bem, mesmo após a morte de um ente querido. LC - 1o dia - Página 7 simulado Questão 09 EURICÃO — (Súplice.) Me dê minha porquinha que você tirou do cemitério da igreja! Você a roubou, mas eu não o denun- ciarei e lhe dou a metade do dinheiro que ela tem dentro! A metade não, seria uma injustiça, afinal de contas, quem juntou o dinheiro fui eu, não é? Um terço é muito, você leva um quarto e me devolve o meio, como comissão por eu ter tido o trabalho. Faça o que quiser, mas me dê minha porquinha! DODÓ — Como é que eu posso lhe dar a porca se não sei onde está? EURICÃO — Está bem, quem gosta de você é a polícia. Vou gritar! Acordem! Acordem! Acordem todos! Pega, pega o ladrão! SUASSUNA, A. O Santo e a porca. Disponível em: www.unicerp.edu.br. Acesso em: 6 fev. 2020. Uma das características que revelam o caráter informal do diálogo apresentado é o(a) A A uso de rubrica para orientar o tom do texto, como em “(Súplice.)”. B B emprego do pronome pessoal átono em “me dê minha porquinha”. C C alternância dos turnos de fala indicada pelos nomes das personagens. D D presença de pontos de exclamação para marcar exaltação e ordenação. E E utilização do modo verbal imperativo em “Acordem!” e “pega o ladrão!”. Questão 10 As canções, específicas e únicas, são fruto direto e dileto do século do individualismo e da solidão – o breve e terrível século XX. E foi quando as canções entraram em cena que a música brasileira se tornou a mais perfeita tradução do país: seu retrato mais fiel, seu mais exato reflexo. Nelson Motta, o branco gato de alma negra, homem de sete vidas e sete instrumentos, é um maduro filho do século e um típico fruto do Brasil Moderno. Até porque faz cinco décadas que entrou em cena (em 1966, com sua “Saveiros”). Quase 50 canções depois, tendo vivido frenéticos dancing days e amenas noites tropicais, Nelsinho, sabendo que a vida vem em ondas como o mar, mergulhou no cancioneiro nacional para forjar um cânone – o seu cânone, pessoal e intransferível, mas pronto para ser apropriado por quem quer que o queira. E foi assim que se alinharam estas 101 canções que tocaram o Brasil. BUENO, E. Brasil de todos os cantos (Prefácio). 101 canções que tocaram o Brasil. Rio de Janeiro: Estação Brasil, 2016. Ao qualificar o livro 101 canções que tocaram o Brasil como um “cânone, pessoal e intransferível”, o autor do texto de apresentação da obra A A profere uma crítica à tendência de alguns especialistas no sentido de restringir o alcance das produções musicais, por meio de gostos pessoais e listas redutoras. B B propõe que o livro constitui uma espécie de enciclopédia científica, já que traz a perspectiva de um crítico musical reconhecido por sua autoridade no assunto. C C deixa ao livre-arbítrio do leitor proferir juízo de valor em relação à obra prefaciada, pautada mais nas relações profissionais do autor do que em seus conhecimentos de causa. D D traz uma valorização da obra prefaciada que, mesmo perpassada por um toque de subjetividade em matéria de seleção, traça um panorama eclético e abrangente da MPB. E E justifica a parcialidade de sua abordagem, na qual recorre a trechos de composições de coautoria de Nelson Motta para prestar tributo ao compositor, produtor e crítico musical. Questão 11 Como marca do uso da linguagem nesse espaço de interação, o emprego da letra “k” repetidas vezes, ou das letras “a” e “h”, denotam o riso, sendo o número de letras repetidas correspondente ao humor despertado pelo enunciado. As diferentes formas representativas do riso nessa conversa comprovam a relação da imagem com o mundo real, onde as pessoas riem diferente umas das outras, mas também a mesma pessoa ri diferente dependendo da ocasião ou estado de espírito, com sons e gestos corporais. As carinhas ou emoticons buscam demonstrar virtualmente um sentimento ou uma emoção real. BARBOSA, E. A. S. Linguagem e interação no WhatsApp. Porto Velho: UNIR, 2016. Esse trecho, que trata sobre a linguagem utilizada no WhatsApp, demonstra que nesse meio de comunicação A A há diferentes formas de se comunicar, em virtude dos recursos disponíveis. B B há problemas na comunicação, por causa da informalidade empregada no discurso. C C é possível conversar preferencialmente com amigos, devido ao grau de informalidade do suporte. D D há um distanciamento do mundo real, já que não é possível fazer gestos nem expressões faciais. E E é difícil saber quando uma pessoa está rindo, pelo fato de cada pessoa representar o riso de um jeito. LC - 1o dia - Página 8 simulado Questão 12 Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse, e razões não tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós. [...] Os dicionários só são considerados fontes fáceis de com- pleto saber pelos que nunca os folhearam. [...] A rua era para eles apenas um alinhado de fachadas por onde se anda nas povoações. Ora, a rua é mais do que isso, a rua é um fator da vida das cidades, a rua tem alma! Em Benares ou em Amsterdão, em Londres ou Buenos Aires, sob os céus mais diversos, nos mais variados climas, a rua é a agasalhadora da miséria. Os desgraçados não se sentem de todo sem o auxílio dos deuses enquanto diante dos seus olhos uma rua abre para outra rua. A rua é o aplauso dos medíocres, dos infelizes, dos miseráveis da arte. RIO, J. A Alma Encantadora das Ruas. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 16 nov. 2019. No trecho, a linguagem utilizada por João do Rio é predo- minantemente poética porque o autor A A procura convencer o leitor de que eles compartilham um sentimento pela rua. B B enfatiza sua subjetividade por meio da declaração de admiração por paisagens urbanas. C C menciona o significado encontrado no dicionáriocomo uma reflexão da língua sobre si mesma. D D descreve a rua por meio de figuras que contribuem para a valorização da mensagem a ser transmitida. E E detalha a sua percepção da rua de forma que seja estabelecida uma comunicação eficiente com os leitores. Questão 13 A quem beneficia a União Europeia? Cui prodest? A quem beneficia? É mais do que legítimo, ante as eleições europeias, aplicar a célebre pergunta latina ao projeto que a União Europeia (UE) encarna. [...] Afinal, a quem beneficia a UE? [...] É razoável argumentar que [...] as classes com maior formação e mobilidade se beneficiaram mais do projeto comum que as desfavorecidas. A sensação de desproteção, expectativa frustrada e medo do futuro é o principal estímulo do auge nacionalista. Um reajuste do projeto que aplaque esses sentimentos será [...] seu maior seguro de vida. RIZZI, Andrea. A quem beneficia a União Europeia?. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/05/24/opinion/ 1558720735_061737.html. Acesso em: 7 jun. 2019. Modalidades dissertativas como o artigo de opinião buscam, no todo, um êxito persuasivo através de estraté- gias argumentativas operadas em suas partes. No texto, configura um dos artifícios de convencimento A A o emprego sucessivo de perguntas retóricas no título e no primeiro parágrafo, tornando implícita a opinião do autor. B B a avaliação positiva por parte do autor das próprias generalizações e análises, como em “é razoável argu- mentar que [...]”. C C a demonstração deliberada de erudição e conhecimento das técnicas oratórias ao citar uma expressão de origem latina. D D o apelo à opinião pública ao argumentar a favor das classes desfavorecidas e dar voz a este segmento social, relatando seus sentimentos. E E a harmonização entre as sentenças que constituem o texto, criando um efeito estético através de frases longas e direcionadas ao interlocutor. LC - 1o dia - Página 9 simulado Questão 14 De fato, apesar das inúmeras possibilidades educacio- nais que o esporte apresenta, cabe ressaltar que a con- quista dos objetivos educacionais por intermédio de sua prática não ocorre de maneira automática ou rápida. Em vez disso, as interações entre professores-treinadores e alunos-atletas devem se estabelecer por períodos de tempo relativamente longos, de modo que a organização intencional e competente do processo de ensino-aprendi- zagem seja significativa aos aprendizes e produza bons e permanentes resultados no esporte e em outros domínios, como a escola e o trabalho. MACIEL, L.; FOLLE, A.; SOUZA, P.; VAZ, G.; SALLES, W. Envolvimento esportivo e escolar: percepções de alunos-atletas do programa Basquetebol para Todos. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Brasília, 2017. v. 25, n. 4, p. 92-103. As habilidades e os valores desenvolvidos no desporto regular são comumente identificados como elementos favoráveis a outros campos da vida social. Segundo o texto, a prática integrada da atividade promove A A o êxito escolar e profissional contínuo, se executado de forma intermitente. B B interações sociais duradouras e sólidas, especialmente entre professores e alunos. C C o fortalecimento dos laços sociais na faculdade e no trabalho, a despeito da assiduidade. D D vantagens que extrapolam a esfera desportiva, desde que realizada de maneira consistente. E E o desenvolvimento de habilidades extraesportivas, de acordo com uma regularidade espontânea. Questão 15 Eu tinha acordado cedo naquela sexta – e acordar cedo sempre me predispõe à felicidade. O trabalho havia rendido bem e, antes do fim da manhã, já tinha acabado de escrever o que me propusera para o dia. À uma, fui almoçar com meu editor. Ele estava com alguns capítulos do meu livro novo desde dezembro e eu temia que não tivesse gostado. Gostou. Fez alguns reparos com que concordei. Comemos um peixe na brasa – peixe e brasa também costumam me predispor à felicidade – e como era sexta-feira, e como somos amigos, e como comemorávamos essa pequena alegria que é um trabalho andar bem, uma parceria funcionar, brindamos com vinho branco [...]. PRATA, A. Abraçando árvore. Disponível em: www.1folha.uol.com.br. Acesso em: 8 fev. 2020. O cronista expõe fatos que foram precursores da felicidade, a qual foi alcançada por meio de A A ocorrências hilárias que resultaram em momentos mais prazerosos. B B eventualidades inesperadas que afastaram um pouco a monotonia diária. C C acontecimentos simples do dia a dia que fizeram dife- rença no contexto de vida dele. D D predisposição para aceitar o trabalho cotidiano e a rotina encarando o tédio de forma positiva. E E lembranças repentinas que surgiram quando degustou sabores que ele não experimentava havia algum tempo. Questão 16 Tem suas raízes nos saberes, ritos e crenças dos povos africanos, principalmente os de língua bantu. São suges- tivos dessas origens o profundo respeito aos ancestrais, a valorização dos enigmas cantados e o elemento coreo- gráfico da umbigada. No Brasil, o jongo consolidou-se entre os escravos que trabalhavam nas lavouras de café e cana-de-açúcar, no sudeste brasileiro, principalmente no vale do Rio Paraíba. Nos tempos da escravidão, a poesia metafórica do jongo permitiu que os praticantes da dança se comunicassem por meio de pontos que os capatazes e senhores não conseguiam compreender. Sempre esteve, assim, em uma dimensão marginal onde os negros falam de si, de sua comunidade, através da crônica e da linguagem cifrada. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN. Jongo, patrimônio imaterial brasileiro. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br. Acesso em: 3 jun. 2019. A exemplo do jongo, a respeito das manifestações culturais afro-brasileiras, A A se infere que o caráter de codificação e enigma dificulta a compreensão, determinando a marginalização dessa forma de expressão. B B se compreende que a dança permite expressar os costumes e os valores afro-brasileiros de maneira lúdica e aceitável às demais camadas sociais. C C se deduz que, por terem surgido com o intuito de propagar mensagens ocultas, pertencem mais ao campo da comunicação do que da arte. D D se nota que a utilização de elementos culturais como ferramenta de insubmissão desloca essas manifesta- ções da arte para a política. E E se entende que a dança e a música não são apenas formas de expressão artística, mas também símbolos de resistência, identidade e memória. LC - 1o dia - Página 10 simulado Questão 17 Disponível em: www.f.i.uol.com.br. Acesso em: 17 mar. 2020. A obra A primeira missa do Brasil, pintada por Victor Meirelles entre 1859 e 1861, apresenta uma visão dos primeiros contatos entre portugueses e indígenas. André Dahmer, cartunista contemporâneo, ao inserir uma possível fala do indí- gena em um quadro já conhecido, usa sua arte para A A diminuir o valor simbólico dos quadros, ao alterá-los. B B retomar a arte tradicional, como forma de enaltecê-la. C C conscientizar sobre a intervenção negativa em quadros famosos. D D atualizar obras de arte, tornando-as acessíveis a um público mais amplo. E E questionar a visão hegemônica tradicionalmente representada em obras de arte. Questão 18 Uso da tecnologia faz com que estudantes esqueçam livros Principal fonte de leitura dos jovens são mensagens de texto e redes sociais Disponível em: https://veja.abril.com.br. Acesso em: 3 fev. 2019. As manchetes têm a função de atrair o leitor para o texto, além de introduzir o assunto que será abordado na notícia ou na reportagem. Essa manchete introduz uma crítica A A à prática de leitura de livros digitais. B B ao uso que os jovens fazem da tecnologia. C C aos estudantes que leem apenas textos não verbais. D D aos smartphones que são usados por menores de idade. E E aos pais que não inspecionam seus filhos nas redes sociais. Questão 19 Diadorim, Diadorim, oh, ah, meus-buritizais levados de verdes... Buriti, do ouro da flôr... E subiram as escadas com ele, em cimade mesa foi posto. Diadorim, Diadorim – será que amereci só por metade? Com meus molhados olhos não olhei bem – como que garças voavam... E fossem campear velas ou tocha de cera, e acender altas fogueiras de boa lenha, em volta do escuro do arraial... ROSA, J. G. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015. A passagem que se relaciona com o excerto de Grande sertão: veredas, no que diz respeito ao trabalho literário com a metáfora para a composição de Diadorim, é: A A “Olhei: aqueles esmerados esmartes olhos, botados verdes, de folhudas pestanas, luziam um efeito de calma, que até me repassasse.” B B “Assim, uns momentos, ao menos eu guardava a licença de prazo para me descansar. Conforme pensei em Diadorim. Só pensava era nele.” C C “Diadorim era aquela estreita pessoa – não dava de transparecer o que cismava profundo, nem o que presumia. Acho que eu também era assim.” D D “Olhe: Deus come escondido, e o diabo sai por toda parte lambendo o prato... Mas eu gostava de Diadorim para poder saber que estes gerais são formosos.” E E “E veja: eu vinha tanto tempo me relutando, contra o querer gostar de Diadorim mais do que, a claro, de um amigo se pertence gostar; e, agora aquela hora, eu não apurava vergonha de se me entender um ciúme amargoso.” LC - 1o dia - Página 11 simulado Questão 20 Pré-história: reflexão sobre sua importância para a Educação Física Tudo começou quando o homem primitivo sentiu a neces- sidade de lutar, fugir ou caçar para sobreviver. Assim o homem [...] executa os seus movimentos corporais mais básicos e naturais desde que se colocou de pé: corre, salta, arremessa, trepa, empurra, puxa e etc. Para alguns autores, o andar bípede [...] teria permitido ao ser humano liberar as mãos para realizar outras tarefas, como cons- truir e manipular ferramentas. Assim, os pés tornaram-se a base de sustentação de todo o corpo, e as mãos se espe- cializaram em movimentos refinados (coordenação motora fina). [...] a característica bípede, permitiu ao ser humano, durante seu processo de evolução, a possibilidade de uma variedade de deslocamentos, entre eles a corrida, a prá- tica de muitas modalidades esportivas e exercícios físicos. A capacidade do ser humano correr longas distâncias é responsável por sua postura bípede. Diferente de outros animais, o ser humano não é um bom corredor de velo- cidade, mas ótimo corredor de fundo, como a maratona. A necessidade em disputar a comida com outros animais [...] levou o ser humano à postura bípede. Atualmente, a corrida de longa duração é uma das principais formas de exercício e lazer, mas as suas raízes podem ser tão antigas quanto a origem do gênero humano. Disponível em: www.efdeportes.com. Acesso em: 16 mar. 2020. Ao refletir sobre os pretextos da educação física na pré-história, o autor sugere que A A o andar bípede é uma característica evolutiva que surgiu com a necessidade de correr as maratonas. B B a coordenação motora fina adquirida na pré-história fez que o ser humano pudesse correr longas distâncias. C C a necessidade de construir e manipular ferramentas desenvolveu no ser humano a coordenação motora fina. D D os primórdios da educação física podem estar rela- cionados com a necessidade de sobrevivência do ser humano. E E a necessidade em disputar comida com outros animais desenvolveu a capacidade de o homem correr em velocidade. Questão 21 Um acordo firmado entre governo e indústrias de alimentos prevê reduzir em níveis de até 62,4% a quantidade de açúcar em algumas categorias de alimentos, como bis- coitos, bolo, refrigerantes, achocolatados e iogurtes. [...] A redução deve ser gradual até 2022. Somadas as metas, o acordo prevê retirar 144 mil toneladas de açúcar nestes alimentos. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/. Acesso em: 11 dez. 2018. A característica predominante do gênero notícia é a função referencial da linguagem. No trecho, essa função é deter- minada pelos elementos A A subjetivos, que fazem referência ao mundo lúdico infantil, consumidor principal dos produtos citados no texto. B B persuasivos, por meio de dados reais sobre o consumo de açúcar, a fim de convencer o leitor. C C impessoais, por meio da linguagem objetiva, que visa a informar um determinado fato. D D informativos, mediante linguagem conotativa, que tem por intuito noticiar. E E metafóricos, a partir de palavras como “bolo” e “achocolatado”. LC - 1o dia - Página 12 simulado Questão 22 Disponível em: www.tse.jus.br. Acesso em: 24 nov. 2019. Analisando os recursos verbais e não verbais presentes na campanha publicitária, o anunciante estimula o jovem a soli- citar o documento de votação, principalmente, quando A A fala dos superpoderes que tem. B B ordena que procure o cartório eleitoral. C C diz para entrar “na luta por um país melhor”. D D mostra o poder do seu voto na mudança da realidade. E E lembra da urna eletrônica por meio da palavra “confirma”. Questão 23 O Leitor Ubíquo é aquele leitor que está o tempo inteiro transitando em informação enquanto ele se move. É o que eu chamo de hipermobilidade. A hipermobilidade se dá porque nós somos móveis, porque nosso corpo é móvel, ele se loco- move no mundo, e ao mesmo tempo nós estamos nos movimentando na informação que vem pela rede. SANTAELLA, L. Disponível em: www.youtube.com. Acesso em: 3 fev. 2020. Qual dos dispositivos tecnológicos a seguir é caracterizado, ao mesmo tempo, pelas ideias de “leitor ubíquo” e “hipermobi- lidade” apresentadas no texto? A A Fax. B B Rádio. C C Tablet. D D Relógio. E E Joystick. LC - 1o dia - Página 13 simulado Questão 24 TEXTO I TEXTO II Além de desigualdades materiais, o racismo produz marcas psicológicas profundas. É o que a psicóloga e psi- canalista Maria Lúcia da Silva observa em suas análises clínicas diariamente: na escola, no trabalho e na família, o preconceito racial provoca traumas, ansiedade, crises de identidade e depressão. É prejudicial à saúde psíquica dos sujeitos. A ideologia do racismo propõe a desumanização de um em contrapartida do privilégio do outro. Ele incide no negro no que constitui seu sujeito, seu corpo, sua imagem, que é sistematicamente desvalorizada. [...] As humi- lhações cotidianas vão produzindo marcas no negro. E, com a negação sistemática do Brasil e do brasileiro em relação ao racismo, esse sujeito também sofre algumas distorções na forma como ele mesmo vê a rea- lidade, questionando se aquilo que vive [o preconceito] é real ou imaginário. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br. Acesso em: 12 dez. 2018 (adaptado). Os textos abordam o racismo na sociedade contemporâ- nea. Nesse sentido, a relação do segundo texto com o primeiro se dá a partir do(a) A A esclarecimento das causas do racismo, contando com o depoimento pessoal de uma psicóloga. B B oposição de ideias acerca dos malefícios do racismo, pois o segundo texto não diz respeito ao SUS. C C crítica à desigualdade racial, mostrando que ela ocorre especialmente nos sistemas de saúde pública. D D ampliação de informações sobre os malefícios do racismo, fornecidos por uma profissional da área da saúde. E E ênfase à ideologia do racismo, apontando que ele é cometido principalmente por profissionais da área da saúde. R E P R O D U Ç Ã O /S E C R E TA R IA D E D IR E IT O S H U M A N O S / M IN IS TÉ R IO D A S A Ú D E /G O V E R N O F E D E R A L Questão 25 Vem Apariço e Ordoño, moços de esporas a buscar farelos, e diz logo Apariço: VICENTE, G. Quem tem farelos? Disponível em: www.teatro.gilvicente.eu. Acesso em: 27 fev. 2020. Glossário lazeira: azar, miséria. sandeu: tolo. O trecho apresentado é da farsa Quem tem farelos?, de Gil Vicente. Ela foi escrita e representada pela primeira vez no início do século XVI, período em que Portugal e o restante da Europa estavam saindo da Idade Média e passando por importantes transformações socioculturais. Considerando as respostasdadas por Apariço, no texto, é possível notar sua posição social como A A soberano, tendo Ordoño, seu irmão, como vassalo. B B nobre, uma vez que Apariço tem contato direto com trovadores e com o rei. C C escravo de um homem nobre que aproveita os praze- res da vida enquanto o deixa passar fome. D D cavaleiro do rei, o que pode ser percebido pelo uso de esporas e pela busca por farelos para alimentar seu cavalo. E E vassalo de um soberano decadente que lhe promete ascensão social por meio de relações mais estreitas com o rei. Apariço Ordoño Apariço Ordoño Apariço Ordoño Apariço Quem tem farelos? [...] Quién es tu amo? Di, hermano. É o demo que me tome..., morremos ambos de fome e de lazeira todo ano. [...] De qué sirve? De sandeu! [...] Sempre anda falando só..., faz uas trovas tam frias, tam sem graça, tam vazias, que é cousa pera haver dó. [...] Y el caballo? Está na pele... que lhe fura já a ossada, nam comemos quase nada, eu e o cavalo, nem ele [...] Y pues por qué estás con él? Diz que m'há de dar a el rei e tanto farei farei. 1 10 11 12 17 22 23 24 25 33 34 35 36 37 82 83 84 LC - 1o dia - Página 14 simulado Questão 26 Disponível em: www.f.i.uol.com.br. Acesso em: 17 mar. 2020. A língua portuguesa não é uniforme e varia no tempo, no espaço e em diferentes contextos socioculturais. Na situação da tirinha, espera-se que seja realizado um uso da variedade A A coloquial, demonstrado pela ausência de pronomes de tratamento entre as personagens da tirinha. B B histórica, demonstrado pela presença da atualização, no segundo quadrinho, de termos médicos obsoletos. C C social, demonstrado por meio do uso de léxicos próprios da linguagem médica, tais como “martelo” e “bigorna”. D D informal, demonstrado por meio do uso de expressões típicas da oralidade, como “Verdade!”, no último quadrinho. E E regional, demonstrado pela presença de léxicos que mudam conforme a região do Brasil, como “marreta” e “martelo”. Questão 27 O que é inteligência artificial [...] O termo se refere à inteligência presente em máquinas. O conceito, desenvolvido na década de 1950 como tema de pesquisa em diversas áreas – computação, linguística, filosofia, matemática, neurociência, entre outras –, remete à capacidade de raciocínio por máquinas, espelhado no funcionamento da mente humana. Dotadas dessa “inteligência”, poderiam avaliar situações por conta própria, resolver problemas imprevistos tão bem, ou ainda melhor, do que um ser humano [...] [...] hoje há quem tente projetar o futuro dominado por inteligência artificial avançada décadas adiante. Entre os atuais futurologistas estão o americano Ray Kurzweil [...] e o filósofo Nick Bostrom [...]. Kurzweil, apesar de ser o autor da ideia de “singularidade”, é um conhecido propagador. O termo se refere à “singularidade tecnológica” para a qual o mundo se encaminha caso o crescimento exponencial em inteligência artificial se mantenha. Nesse cenário – que se dará, segundo Kurzweil, em 2045 –, a inteligência artificial presente nas máquinas se tornará infinitamente superior à humana, transformando o mundo que conhecemos. Já Nick Bostrom lança mão da ideia de “superinteligência”, que se refere à capacidade de raciocínio “infinitamente superior à humana”. Para ele, uma máquina superinteligente seria “a última invenção que a humanidade precisará fazer”, já que elas saberiam criar coisas novas para resolver problemas de forma bem mais eficiente que a nossa. Segundo Bostrom, o medo sobre esses “agentes superinteligentes” se resume ao fato de que os humanos não estariam mais no controle da situação. A solução, para ele, seria ajustá-los para que compartilhem dos mesmos valores que os humanos. “O risco é de alguém descobrir como vencer o primeiro desafio [de criar uma IA superinteligente] sem que também tenha vencido o desafio adicional de garantir uma segurança perfeita”, diz.[...] RONCOLATO, M. Inteligência artificial: entre a próxima evolução tecnológica e o fim da humanidade. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br. Acesso em: 25 fev. 2019. De acordo com as opiniões presentes no texto, a relação harmoniosa entre a sociedade e as máquinas com inteligência artificial estará assegurada no futuro se a tecnologia, utilizada na criação desses mecanismos, A A atingir o contexto da “singularidade tecnológica”. B B deixar a humanidade exercer domínio sobre as máquinas. C C equiparar a inteligência artificial com a inteligência humana. D D proporcionar a partilha das normas morais humanas com as máquinas. E E garantir que as máquinas não substituam os humanos em suas profissões. LC - 1o dia - Página 15 simulado Questão 28 A educação tem variado infinitamente, com o tempo e o meio. Nas pólis gregas e latinas, a educação conduzia o indivíduo a subordinar-se cegamente à coletividade, a tornar-se uma coisa da sociedade. Hoje esforça-se em fazer dele personalidade autônoma. Em Atenas, pro- curava-se formar espíritos delicados, prudentes, sutis, embebidos da graça e harmonia, capazes de gozar o belo e os prazeres da pura especulação; em Roma, desejava-se especialmente que as crianças se tornassem homens de ação, apaixonados pela glória militar, indiferentes no que tocasse às letras e às artes. Na Idade Média, a educação era cristã, antes de tudo; no Renascimento, toma caráter mais laico e literário; nos dias de hoje, a ciência tende a ocupar o lugar que a arte outrora preenchia. Dir-se-á que isso não representa o ideal ou que, se a educação tem variado, tem sido pelo desconhecimento do que deveria ser. O argumento é insubsistente. [...] DURKHEIM, É. A educação, sua natureza e sua função. Educação e Sociologia. 10. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1975. Cap. 1. p. 2-3. No texto, o uso da expressão “o argumento é insubsistente” tem a finalidade de A A mostrar que o método científico é utilizado pelas escolas. B B contestar a ideia de que escola não deve ocupar o lugar da arte com a ciência. C C frisar a tendência das escolas à laicidade e à literatura como no período medieval. D D criticar as escolas atualmente por possuírem uma tendência menor para a arte e a coletividade. E E evidenciar o fato de as escolas atuais estarem utili- zando mais teorias artísticas que científicas. Questão 29 Não há vagas O preço do feijão não cabe no poema. O preço do arroz não cabe no poema. Não cabem no poema o gás a luz o telefone a sonegação do leite da carne do açúcar do pão [...] Só cabe no poema o homem sem estômago a mulher de nuvens a fruta sem preço [...] GULLAR, F. Dentro da noite veloz e Poema sujo. São Paulo: Círculo do Livro, 1963. Na construção do texto lírico, o autor usa as expressões “não cabe no poema” e “só cabe no poema” apontando para a A A dificuldade em se conseguir emprego no Brasil. B B função da poesia como meio de fuga da realidade concreta. C C necessidade de a literatura abordar valores sociais e humanos. D D impossibilidade de abordar problemas socioeconô- micos com a escrita. E E falta de posicionamento da população diante dos preços elevados de itens do dia a dia. Questão 30 WILL. Disponível em: www.willtirando.com.br. Acesso em: 20 nov. 2019. A atual sociedade da informação tem trazido diversos avan- ços tecnológicos e inovações nos suportes de informação e plataformas de acesso. Na consideração desse tema, a tira de Will configura um olhar A A crítico quanto ao relativismo de valores que perpassa a oferta e o consumo de livros digitais. B B valorativo quanto às potencialidades de livros digitais na formação de leitores competentes. C C alienado quanto à contribuição dos avanços tecnoló- gicos para a potencialização da leitura. D D crítico em relação à obsolescência dos livros impres- sos, quando comparados com os livros digitais. E E ampliado em relação aos diferenciais mercadológicos utilizados para atrair usuários de livros digitais. LC - 1o dia - Página 16 simulado Questão 31 Candido Portinari, um dos principais representantes do Modernismono Brasil, traduziu em suas pinturas a realidade do país nas primeiras décadas do século XX. Nesse contexto, a obra Morro ressalta o(a) A A exaltação da paisagem brasileira na busca pela identi- dade nacional. B B rejeição aos padrões estéticos europeus que limitavam a arte no país. C C marginalização de parte da população no enredo do crescimento urbano. D D estilo de vida luxuoso e formal que marcou a persona- lidade do brasileiro. E E diversidade étnica da população brasileira, mostrando suas várias origens. Questão 32 Afinal meu pai desesperou de instruir-me, revelou tristeza por haver gerado um maluco e deixou-me. Respirei, meti-me na soletração, guiado por Mocinha. E as duas letras amansaram. Gaguejei sílabas um mês. No fim da carta elas se reuniam, formavam sentenças graves, arreve- sadas, que me atordoavam. Certamente meu pai usara um horrível embuste naquela maldita manhã, inculcando-me a excelência do papel impresso. Eu não lia direito, mas, arfando penosamente, conseguia mastigar os conceitos sisudos: “A preguiça é a chave da pobreza – Quem não ouve conselhos raras vezes acerta – Fala pouco e bem: ter-te-ão por alguém.” Esse Terteão para mim era um homem, e não pude saber que fazia ele na página final da carta. As outras folhas se desprendiam, restavam-me as linhas em negrita, resumo da ciência anunciada por meu pai. — Mocinha, quem é o Terteão? Mocinha estranhou a pergunta. Não havia pensado que Terteão fosse homem. Talvez fosse. “Fala pouco e bem: ter-te-ão por alguém.” — Mocinha, que quer dizer isso? Mocinha confessou honestamente que não conhecia Terteão. E eu fiquei triste, remoendo a promessa de meu pai, aguardando novas decepções. RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 2003. R E P R O D U Ç Ã O /M U S E U D E A R TE M O D E R N A (M O M A ), N O VA Y O R K , E U A No trecho apresentado, retirado de seu livro de memórias Infância, Graciliano Ramos faz referência ao emprego da mesóclise na expressão ter-te-ão, presente em uma das cartilhas com as quais se alfabetizou. No fragmento, o nar- rador reconhece esse uso como A A estranho à linguagem que dominava quando criança. B B distante de sua realidade socioeconômica de extrema pobreza. C C característico da época que compreendeu o período de sua infância. D D pertinente à situação em questão, uma aula de alfabetização. E E relevante para o aprendizado da norma-padrão da língua portuguesa. Questão 33 O primeiro grande avanço na agricultura foi o uso do GPS que possibilitou a entrada de outras tecnologias como o emprego de novas máquinas guiadas por computador/ satélite. Tratores guiados por GPS para plantação de sementes, aplicação de pesticidas e principalmente nos processos de colheita possibilitam ganho de performance e redução dos tempos de parada. O uso de sistemas integrados foi outra grande inovação dos últimos anos. A possibilidade de acessar todos os dados e visualizar diversos KPIs através de qualquer computador, ou simplesmente pela tela do smartphone, permitiu aos gestores um controle total de toda a plantação. O último grande salto tecnológico do setor agrícola foi a introdução de drones em diversos processos. O uso destas pequenas aeronaves não tripuladas permite monitora- mento aéreo em tempo real dos processos de colheita e sensoriamento remoto mais acessível quando comparado ao realizado por satélites. Disponível em: https://pixforce.com.br/. Acesso em: 21 jan. 2019. A tecnologia facilita o dia a dia das pessoas, independente- mente se no campo ou na cidade. De acordo com o texto, a introdução de novas tecnologias na agricultura A A dispensa alguns conhecimentos anteriores de Agronomia. B B supera e suprime as técnicas da agricultura tradicional. C C propicia um melhor gerenciamento dos processos agrícolas. D D extingue a agricultura familiar para dar lugar ao agronegócio. E E substitui a mão de obra humana pelas máquinas de última geração. LC - 1o dia - Página 17 simulado Questão 34 A Organização Mundial da Saúde alerta que crianças de até 5 anos devem passar menos tempo sentadas em frente a telas de telefones celulares, computadores e televisões e/ou mantidas em carrinhos de bebê e assentos. No caso de crianças com 1 ano de idade ou menos não é recomen- dado que passem tempo em frente a telas. Para as que tenham mais de 1 ano, o tempo sedentário em frente a telas não deve ser superior a 1 hora no dia. Além disso, crianças com menos de 1 ano devem estar fisicamente ativas, por meio de brincadeiras interativas no chão, de várias maneiras e várias vezes ao dia. Crianças acima de 1 ano devem ter pelo menos 180 minutos de atividades físicas variadas em qualquer intensidade, distribuídas ao longo do dia. Para todas essas idades, em momentos de inatividade, recomenda-se ler ou contar histórias. Guidelines on physical activity, sedentary behaviour and sleep for children under 5 years of age. Geneva: World Health Organization. 2019. O texto retrata recomendações da Organização Mundial da Saúde que alertam sobre A A o crescimento da obesidade infantil. B B o prejuízo para o crescimento físico da criança. C C o comportamento sedentário nessa faixa etária. D D a falta de tempo das crianças para realizar atividades físicas. E E o excesso de conteúdo que pode prejudicar o desen- volvimento cognitivo da criança. Questão 35 R E P R O D U Ç Ã O /M IN IS TÉ R IO D A S A Ú D E /G O V E R N O F E D E R A L Campanhas como essa têm como objetivo alcançar deter- minado público-alvo. Esse cartaz publicitário busca persu- adir ao recorrer à estratégia argumentativa da A A intimidação, ao se valer do verbo no imperativo ˝Doe˝ e denotar uma ordem. B B chantagem, ao associar a imagem da criança à expres- são ˝quem espera por você˝. C C sedução, ao fazer a leitora acreditar que uma criança debilitada espera por sua ajuda. D D comoção, ao associar palavras com a imagem de uma criança frágil que precisa de leite. E E ironia, ao apresentar a criança segurada por diversas mãos e, ao mesmo tempo, solicitar ajuda. Questão 36 A “antropologia da estética” é o ramo da ciência antropo- lógica que estuda as produções artísticas dos povos indí- genas. Muitos termos foram cunhados para designar estas e outras produções artísticas não ocidentais: “arte primi- tiva”, “arte tribal”, “arte tradicional”, “arte nativa”, “arte índia”. Representam definições insatisfatórias, pois pressupõem julgamentos de valores que estabelecem distinções entre produções sofisticadas e toscas; são igualmente restritivas, pois sugerem tradições plásticas subalternas, oriundas de minorias que operam à margem das culturas dominantes, uma tese de difícil sustentação no confronto com a reali- dade que estas vivenciam. GRUPIONI, L. D. B. Índios no Brasil. Brasília: Ministério da Educação e do Desporto, 1994. p. 86. O grande desafio enfrentado pela antropologia da estética, considerando o texto, reside em A A deslocar as produções dos povos indígenas do campo da arte e situá-las no campo da história. B B promover a adequação e a inclusão das produções dos povos indígenas no meio artístico legítimo. C C superar a perspectiva elitista que domina o estudo da arte e inferioriza as produções indígenas. D D renovar as produções artísticas indígenas por meio do acesso a técnicas modernas e aprimoradas. E E elevar o padrão de refinamento das produções artísti- cas indígenas para eliminar discriminações. LC - 1o dia - Página 18 simulado Questão 37 Quebrar o brinquedo é mais divertido O balão sobe sobe sobe voa voa livre das mãos pequenas e ansiosas. AQUINO, M. A dor como método. Belo Horizonte: Fundação Municipal de Cultura, 2015. A linguagem e os recursos expressivos escolhidos para compor o texto poético influenciam a recepção dele pelo leitor. Nesse poema, a repetição de termos, aliada à au- sência de pontuação, induzem o leitor a ter a sensação de A A intensificação, umavez que os fatos narrados têm efeito de progressão contínua. B B confusão, pois aponta para a trajetória incerta de um balão carregado pelo vento. C C afetividade, já que ele é inserido no texto por meio da escolha individual de um eu lírico. D D suspense, uma vez que expressa uma pausa que implica a sustentação de uma mesma imagem. E E nostalgia, porque o poema expressa as memórias de uma pessoa que se debruça sobre sua infância. Questão 38 [...] Cada vez mais comum na comunidade brasileira no Japão: jovens filhos de migrantes que cresceram lá e não sabem falar fluentemente português. Em muitos casos, a comunicação é difícil porque os pais também não sabem falar o japonês. [...] A primeira leva migratória [...] era formada basicamente por jovens que trabalhavam em linhas de montagem e queriam ganhar dinheiro para voltar ao Brasil. Eles não precisavam, portanto, aprender o idioma nem se preocupavam com uma integração à sociedade. Com o tempo, entretanto, muitos acabaram se estabele- cendo no país e tiveram filhos. E saber japonês tornou-se essencial para as crianças se ambientarem socialmente e conseguirem acesso à universidade e a oportunidades de emprego qualificadas. “Assim, hoje vemos muitos filhos de brasileiros que não falam português, só japonês” [...] o problema é ainda mais grave entre adolescentes, que precisam discutir com os pais a decisão sobre a carreira que escolheram e a facul- dade. [...] Muitas vezes, os pais tentam abraçar os filhos, mas eles não querem porque isso não é costume no Japão. [...] O problema, para ele, é que parte desses jovens acaba sem uma identidade definida – eles cortam a relação com o Brasil, mas não são completamente assimilados pelo Japão. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 17 mar. 2020. O fragmento lido propõe uma reflexão acerca dos proble- mas linguísticos e de interação enfrentados por famílias imigrantes. Atentando para esse gênero textual, o texto busca A A mostrar que a integração a uma sociedade não ocorre apenas pela apropriação da língua local. B B explicar de que forma a pluralidade linguística existente no território contribui para uma maior diversidade. C C demonstrar de que forma a apropriação da língua local é o fator mais importante para a construção da identidade. D D ponderar sobre a diferença geracional entre pais e filhos como principal responsável pelas situações de incomunicabilidade. E E advertir sobre o preconceito de que a apropriação da língua e cultura locais implicam a rejeição de alguns costumes brasileiros. LC - 1o dia - Página 19 simulado Questão 39 Numa manhã, ao despertar de sonhos inquietantes, Gregório Samsa deu por si na cama transformado num gigantesco inseto. Estava deitado sobre o dorso, tão duro que parecia revestido de metal, e, ao levantar um pouco a cabeça, divisou o arredondado ventre castanho dividido em duros segmentos arqueados, sobre o qual a colcha dificil- mente mantinha a posição e estava a ponto de escorregar. Comparadas com o resto do corpo, as inúmeras pernas, que eram miseravelmente finas, agitavam-se desesperada- mente diante de seus olhos. Que me aconteceu? — pensou. Não era nenhum sonho. O quarto, um vulgar quarto humano, apenas bastante acanhado, ali estava, como de costume, entre as quatro paredes que lhe eram familiares. Por cima da mesa, onde estava deitado, desembrulhada e em completa desordem, uma série de amostras de roupas: Samsa era caixeiro- -viajante, estava pendurada a fotografia que recentemente recortara de uma revista ilustrada e colocara numa bonita moldura dourada. Mostrava uma senhora, de chapéu e estola de peles, rigidamente sentada, a estender ao espec- tador um enorme regalo de peles, onde o antebraço sumia! KAFKA, F. A Metamorfose. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 16 nov. 2019. No trecho, a descrição do espaço em que se passa a cena foi empregada com o intuito de A A relacionar a transformação repentina à desordem do quarto. B B contrapor o ambiente humano à condição de inseto de Gregório. C C justificar o pensamento de surpresa e dúvida da personagem. D D evidenciar a rápida adaptação e mudança de foco do protagonista. E E apontar a imposição da realidade sobre a hipótese de fantasia de Samsa. Questão 40 TEXTO I Fundado na neutra Zurique, em 1916, por um grupo de refu- giados da Primeira Guerra Mundial, o movimento dadá tomou seu nome de uma palavra nonsense. Em seus sete anos de vida, o Dadaísmo muitas vezes parecia mesmo sem sentido, mas tinha um objetivo não-sem-sentido: protestava contra a loucura da guerra. Nesse primeiro conflito global, anunciado como “a guerra para acabar com todas as guerras”, dezenas de milhares morriam diariamente nas trincheiras para con- quistar uns poucos metros de terra calcinada e em seguida eram forçadas a recuar pelos contra-ataques. Dez milhões de pessoas foram massacradas ou ficaram inválidas. Não admira que os dadaístas achassem que não podiam mais confiar na razão e na ordem estabelecida. STRICKLAND, C. Arte comentada: Da Pré-História ao Pós-Moderno. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. p. 148 (adaptado). TEXTO II DUCHAMP, M. L. H. O. O. Q (1919). Disponível em: www.flickr.com. Acesso em: 19 nov. 2019. A obra de Marcel Duchamp, produzida no contexto pós-Primeira Guerra Mundial, é representante do Dadaísmo, um movimento artístico de vanguarda, cujas intenções eram A A recorrer a obras célebres que simbolizam os preceitos tradicionais, rejeitando os novos princípios estéticos criados após a guerra. B B reinventar a arte por intermédio das obras clássicas, resgatando os valores de beleza e harmonia perdidos em meio aos horrores da guerra. C C provocar humor por meio da sátira de obras reno- madas, elevando a moral e o espírito do homem no contexto de depressão pós-guerra. D D decretar a morte da arte e da criação, incentivando a destruição das obras como manifestação da destruição do homem pela guerra. E E subverter a estética canônica e provocar escândalo, expressando a perplexidade do homem diante da devastação provocada pela guerra. LC - 1o dia - Página 20 simulado Questão 41 João e Maria Agora eu era o herói E o meu cavalo só falava inglês A noiva do cowboy Era você além das outras três Eu enfrentava os batalhões Os alemães e seus canhões Guardava o meu bodoque E ensaiava o rock para as matinês […] Agora era fatal Que o faz-de-conta terminasse assim Pra lá deste quintal Era uma noite que não tem mais fim Pois você sumiu no mundo sem me avisar E agora eu era um louco a perguntar O que é que a vida vai fazer de mim? BUARQUE, C. João e Maria. Disponível em: www.letras.mus.br. Acesso em: 5 fev. 2020. A letra da canção João e Maria, de Chico Buarque, busca elaborar uma relação intertextual com as histórias infantis. Um dos elementos fundadores dessa intertextualidade, em termos da construção textual, está presente no(a) A A criação de uma narrativa verossímil e finalizada de forma feliz para o eu lírico. B B utilização do advérbio de tempo “agora” para situar a narrativa no momento atual. C C retomada de substantivos que remetem ao passado, tais como “bodoque” e “matinês”. D D encerramento do texto com uma pergunta que busca se contrapor às afirmações expostas. E E emprego do pretérito imperfeito para estabelecer uma relação com a expressão “era uma vez”. Questão 42 Vigorexia Vigorexia, ou transtorno dismórfico muscular, [...] é um distúrbio já classificado como uma das manifestações do espectro do transtorno obsessivo-compulsivo. Diante do espelho, anoréxicos esquálidos e desnutridos se enxergam obesos, e os vigoréxicos se veem fracos, magrinhos, fran- zinos, apesar de fortes e muito musculosos. A autoimagem distorcida leva os portadores de vigorexia à prática exage- rada de exercícios físicos, em busca do corpo perfeito, de acordo com os padrões de beleza impostos pelos valores da sociedade contemporânea. Vigoréxicos passam horas e horas nasacademias, sempre aumentando a carga dos exercícios. Paralelamente, introduzem alterações na dieta constituída basicamente por proteínas, passam a consumir suplementos alimentares sem orientação e recorrem ao uso de esteroides e anabolizantes. Como o corpo que con- sideram perfeito é um ideal inatingível, [...] essas pessoas estão mais sujeitas a desenvolver quadros de depressão e ansiedade. Também chamada de overtraining, ou sín- drome de Adônis, em referência ao deus grego da beleza, a vigorexia acomete mais os homens entre 18 e 35 anos. Isso não quer dizer que as mulheres não desenvolvam esse tipo de transtorno. Disponível em: www.drauziovarella.uol.com.br. Acesso em: 16 mar. 2020. De acordo com a definição e os sintomas abordados no texto, a vigorexia A A é um transtorno dismórfico decorrente do excesso de exercícios físicos. B B está mais presente em pessoas com quadros de depressão e ansiedade. C C tem origem na insatisfação com a autoimagem e na busca pelo corpo “perfeito”. D D é decorrente de alterações alimentares pautadas basi- camente na ingestão de proteínas. E E acomete mais os homens que passam horas na academia, aumentando a carga de exercícios. LC - 1o dia - Página 21 simulado Questão 43 Chamo-me Simplício e tenho condições naturais ainda mais tristes do que o meu nome. Nasci sob a influência de uma estrela maligna, nasci marcado com o selo do infortúnio. Sou míope; pior do que isso, duplamente míope míope, física e moralmente. Miopia física: – a duas polegadas de distância dos olhos não distingo um girassol de uma violeta. E por isso ando na cidade e não vejo as casas. Miopia moral: – sou sempre escravo das ideias dos outros; porque nunca pude ajustar duas ideias minhas. MACEDO, J. M. Luneta mágica. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 24 nov. 2019. No processo de construção da narrativa, o eu lírico repete uma palavra durante a caracterização de si próprio com o objetivo de A A explicar os dois tipos clínicos diagnosticados da miopia. B B reforçar que a doença psicológica é pior do que a física. C C enfatizar a diferença de sentido da expressão citada em seu contexto de vida. D D esclarecer que o problema de visão que ele tem é mais grave que o de outras pessoas. E E indicar que ele não tem condições de tratar nenhuma de suas doenças por ser de origem simples. Questão 44 Meia tonelada de lixo eletrônico já foi arrecadada pelo MCTIC – Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações desde que os portões da Campus Party São Paulo foram abertos nesta quarta-feira (13). E quem fizer a doação de equipamentos eletrônicos, como celulares e notebooks, no estande do MCTIC ganha um ingresso para participar do evento, que vai até sábado (16). Em poucas horas, MCTIC arrecada meia tonelada de lixo eletrônico na Campus Party. Disponível em: www.mctic.gov.br. Acesso em: 23 set. 2019. A ação promovida pelo MCTIC promove uma reflexão acer- ca de um fato pouco abordado com relação às Tecnologias da Informação e da Comunicação, que é A A a geração de lixo eletrônico, causada pela substituição de aparelhos. B B a vida útil dos eletroeletrônicos, determinada pela obsolescência programada. C C o ritmo acelerado de desenvolvimento tecnológico, que cria a necessidade da constante substituição de aparelhos. D D a carência de investimentos em conhecimento digital, suprida pelo incentivo ao conserto de equipamentos descartados. E E a falta de consciência das pessoas que trocam seus aparelhos eletrônicos antes de eles estragarem, oca- sionada pela imposição consumista das redes sociais. Questão 45 Sei que não sou suposto dar título em inglês num jornal brasileiro, mas espero (o ideal seria usar hope, em vez de “esperar”, mas nossa língua é muito pobre e temos que nos resignar) que não me penalizem por isto, porque eu justo sigo a marcha inexorável da História, como oposta a estória, que é o equivalente em português, este idioma nefando, adequado apenas à expressão de pensamentos pedestres e filisteus, à indispensável palavra inglesa story. Se houver (sic, sic, sic) reclamações, estou disposto a deletar tudo do meu hard disk e impedir que os usuários da hotpage deste jornal downloadem, ou mesmo acessem, minhas infelizes gags. Tudo pela satisfação do customer. RIBEIRO, J. U. Going global. O conselheiro come. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000. O trecho da crônica se caracteriza A A pelo uso exagerado e indiscriminado de palavras de outros idiomas. B B pela depreciação de nosso idioma e nossa cultura, da parte do autor. C C pela constatação das limitações do vocabulário da língua portuguesa. D D pelo predomínio de frases que aparentam ser a tradu- ção literal de um idioma estrangeiro. E E pelo tom irônico adotado pelo autor, com relação à exal- tação feita pelo brasileiro à cultura de outros países. LC - 1o dia - Página 22 simulado INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO 1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 linhas. 3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas. 4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: 4.1 tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada "texto insuficiente". 4.2 fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. 4.3 apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto. 4.4 apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto. TEXTOS MOTIVADORES TEXTO I TÍTULO I DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS Art. 1o. A República Federativa do Brasil, formada pela união indis- solúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I. a soberania; II. a cidadania; III. a dignidade da pessoa humana; IV. os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V. o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. [...] CAPÍTULO VI DA INTERVENÇÃO Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I. manter a integridade nacional; II. repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; III. pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; IV. garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas uni- dades da Federação; V. reorganizar as finanças da unidade da Federação que [...] VI. prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; [...] Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 27 abr. 2020. TEXTO II Em resumo, cabe ao Executivo administrar o governo e aprovar as leis que passaram pelo poder Legislativo. Na esfera federal, ele é representado pelo presidente; na estadual, pelo governador; e na municipal, pelo prefeito. Já o Legislativo, no âmbito federal, é formado pela Câmara dos Deputados, pelo Senado e pelo Tribunal de Contas da União. Nos Estados, há as Assembleias Legislativas, e nos municípios, as Câmaras dos Vereadores. Todos eles criam e aprovam leis, além de fiscalizar o Executivo. No Judiciário, há o Supremo Tribunal Federal (STF), o Superior Tribunal de Justiça (STJ), além dos Tribunais Regionais Federais (TRF), tribunais e juízes eleitorais, militares e do trabalho. Os membros não são escolhidos pela população. Como funções, há a fiscalização do Executivo e do Legislativo e a aplicação das leis e dos direitos dos cidadãos. Disponível em: www.g1.globo.com. Acesso em: 27 abr. 2020. TEXTO III Responsabilidade dos três níveis de governo para a Saúde, Educação e Segurança e Justiça SERVIÇOS/ NÍVEIS FEDERAL ESTADUAL MINUCIPAL Saúde • Não tem responsa- bilidade direta sobre os serviços de saúde, mas organiza e finan- cia o SUS (SistemaÚnico de Saúde) • Atendimento para casos mais complexos, diagnósticos e terapias (ex: hospitais) • Atendimento básico (ex: postos de saúde) Educação • Cria a Política Nacional de Educação • Regula as instituições de ensino • Ensino superior • Ensino técnico • Educação de Ensino Médio • Educação da 2 a parte do Ensino Fundamental • Alguns estados também oferecem Ensino Superior • Creches • Educação Infantil • Educação da 1a parte do Ensino Fundamental Segurança e Justiça • Defesa Nacional (incluindo as Forças Armadas) • Polícias Federais • Presídios Federais • Tribunais Superiores • Polícia Militar • Polícia Civil • Corpo de Bombeiros • Sistema de Execuções Penais • Tribunais Estaduais • Guarda civil municipal Infra- estrutura • Grandes projetos de infraestrutra (ex: rodovias federais inte- restaduais, ferrovias, barragens, aeroportos internacionais) • Geração e distribui- ção de energia elétrica (incluindo a construção de hidrelétricas e termoelétricas) • Rodovias que ligam cidades do estado, aeroportos regionais, obras de abasteci- mento hídrico • Saneamento básico (água e esgoto) • Iluminação pública • Asfaltamento das ruas • Rodovias municipais • Espaços públicos (como parques e ginásios) • Mobilidade urbana (ex: ciclovias e faixas de ônibus) Outros • Relações e comércio internacional • Políticas fiscal, cambial e monetária • Previdência social • Reforma agrária • Moradias populares (a União e os Municípios podem participar também) • Transporte público interurbano (ônibus e trens) • Planejamento Urbano • Recolhimento de lixo e reciclagem • Limpeza urbana • Gestão do trânsito • Transporte público urbano Disponível em: www.politize.com.br. Acesso em: 27 abr. 2020 (adaptado). TEXTO IV federação (fe·de·ra·ção) sf 1 POLÍT Associação de Estados independentes para formar uma única entidade soberana, conservando cada um a autonomia em assuntos locais: Numa federação, os Estados que dela fazem parte não podem dissociar-se do poder central. república (re·pú·bli·ca) sf 2 JUR Forma de governo na qual o povo exerce sua soberania por in- termédio de seus representantes, nos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, com funções reconhecidas e por tempo determinado. Disponível em: www.michaelis.uol.com.br. Acesso em: 27 abr. 2020. PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Os desafios organizacionais da República Federativa do Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. CH - 1o dia - Página 23 simulado CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 46 a 90 Questão 46 A chefe de Assuntos Políticos das Nações Unidas afirmou no final de abril (29) que, apesar das contínuas respostas à crise humanitária, econômica e política no Território Palestino Ocupado, esforços estão sendo continuamente enfraquecidos pela falta de progresso político em direção a uma solução de dois Estados. [...] A ONU “alertou repetidamente que o conflito não pode ser administrado perpetuamente”, disse DiCarlo, acrescen- tando que, sem mudanças na abordagem, haverá apenas maior deterioração, “radicalização de todos os lados, maior sofrimento e conflitos”. ACNUDH. Ausência de solução política para Israel-Palestina prejudica esforços da ONU para encerrar crise. Disponível em: https://nacoesunidas.org. Acesso em: 20 maio 2019. Como está evidenciado no texto, um dos papéis fundamen- tais da ONU é A A o julgamento, incorporando uma função de judiciário internacional. B B a radicalização, incentivando o estopim do conflito em busca de sua finalização. C C a observação, respeitando o dogma de não intervenção estabelecido pela Liga das Nações. D D a mediação, buscando acordos com o intuito de prevenir o estabelecimento de novas guerras. E E o favorecimento, avaliando as desigualdades presentes no conflito e buscando a equidade entre os envolvidos. Questão 47 A fragmentação dos processos produtivos nas últimas décadas transformou de maneira significativa o comércio mundial, fazendo com que uma parte importante do intercâmbio passasse a se dar entre indústrias interna- cionalmente alocadas, levando a um intenso fatiamento das cadeias de valor. As chamadas cadeias produtivas globais atingiram seu estado da arte na indústria eletrô- nica de consumo, porque ali o processo de produção pode ser facilmente segmentado em distintos e independentes estágios produtivos, estabelecendo-se uma arquitetura industrial modular. MORAIS, I. N. Cadeias produtivas globais e agregação de valor: A posição da China na indústria eletroeletrônica de consumo. Revista Tempo do Mundo, v. 4, n. 3, 2012. Essa alteração nas cadeias produtivas pode representar um cenário de A A transformação na divisão de valor agregado, que, ao chegar ao produto final, está mínimo. B B diminuição no impacto ambiental, pois a produção é segmentada e os seus resquícios também. C C avanço no processo de globalização, responsável pela integração industrial e política de diferentes países. D D prosperidade na relação entre trabalhadores e empre- gadores, pois estes aliam-se em todas as etapas de produção. E E redução de hierarquia entre países desenvolvidos e sub- desenvolvidos, pois ambos participam dos processos produtivos. Questão 48 Comissão Europeia propõe proibição de produtos plásticos descartáveis Serão afetados produtos que tenham alternativas sustentáveis, como canudos e copos A Comissão Europeia propôs nesta segunda-feira a proi- bição da comercialização de produtos de plástico descar- táveis com apenas um uso, como cotonetes, canudos e talheres. A proposta também prevê que os países do bloco implementem projetos de coleta para que 90% das garrafas plásticas sejam recicladas em 2025, com as fabricantes arcando com custos de gestão e limpeza dos materiais. Disponível em: https://glo.bo. Acesso em: 7 fev. 2019. Vários governos estão restringindo a produção e a utilização dos produtos citados no texto. A problemática relacionada a tais produtos é relativa A A ao recente surgimento de ambientalistas, que até então não consideravam o descarte do plástico como um grande problema. B B aos grandes problemas ambientais ocasionados devido ao seu processo de produção e também de descarte. C C ao descarte inadequado, que pode atrapalhar a rápida decomposição ambiental do plástico. D D aos problemas ambientais relacionados à política de países subdesenvolvidos sem leis ambientais. E E à dependência do plástico, tornando praticamente impossível a efetividade de políticas públicas. CH - 1o dia - Página 24 simulado Questão 49 O ato de filosofar implica o estranhamento, a dúvida e o questionamento por meio do diálogo. Isso significa que o filosofar é uma maneira de observar e de relacionar-se com o mundo que está fundada, em boa parte, no modo de consciência racional, mas também, de forma mais específica, naquilo que chamamos de senso crítico ou consciência crítica. De modo que, julga e avalia uma ideia com cuidado e profundidade, buscando origens, validez, entre outros detalhes. COTRIM, G.; FERNANDES, M. Fundamentos de Filosofia. 2. ed. PNLD 2015. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 80 (adaptado). De acordo com o texto, o senso crítico se caracteriza A A pela ausência de fundamentação de conceitos. B B pela busca da veracidade sem exames críticos. C C por conceitos generalizados como verdades absolutas. D D por basear-se em concepções resultantes de heranças e culturas. E E pelo esforço de encontrar a razão por meio de questio- namentos, análises e reflexões. Questão 50 TEXTO I O autor Marcelo de Paiva Abreu coloca grande peso na incapacidade de
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