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2 Governador João Doria Secretário da Educação Rossieli Soares Secretário Executivo Haroldo Corrêa Rocha Coordenadoria de Gestão da Educação Básica - CGEB Caetano Siqueira Departamento de Desenvolvimento Curricular e de Gestão da Educação Básica – DEGEB Herbert Gomes da Silva Centro do Ensino Fundamental dos Anos Finais, do Ensino Médio e da Educa- ção Profissional – CEFAF Ana Joaquina Simões Sallares de Mattos Carvalho 3 Professoras e professores, A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo considera fundamental as ações colaborativas na rede de ensino para a consolidação de políticas educacionais voltadas à qualidade da aprendizagem dos alunos. A colaboração dos professores na construção de materiais de apoio articula o Currículo proposto com a prática pedagó- gica, onde a aprendizagem ocorre nos espaços escolares. Esse é o desafio para 2019. A Educação Paulista, nos últimos anos, passou da universalização da Educa- ção Básica, etapa praticamente vencida, para a construção de uma escola de quali- dade, em que os gestores, os professores e os alunos, sujeitos do processo educativo, e que levam o ensino à aprendizagem profícua, possam encontrar espaço efetivo para o desenvolvimento pessoal e coletivo, na perspectiva democrático-participativa. Nesse sentido, desde 2008, foi implementado o Currículo Oficial do Estado de São Paulo, com o apoio dos materiais didáticos do Programa São Paulo Faz Escola. Após dez anos da implantação do Currículo os materiais de apoio foram impor- tantes, no sentido de fornecer subsídios necessários para orientações e ações peda- gógicas em sala de aula que, pelo histórico, sempre se resguardaram na convergência das políticas públicas educacionais em prol da aprendizagem à luz das diretrizes do Currículo Oficial do Estado de São Paulo. Em 2019, um ano de transição, os materiais de apoio devem ser reconstruídos à luz da Base Nacional Comum Curricular - BNCC e do Currículo Paulista, que repre- senta um novo período educacional, marcado pelo regime de colaboração entre o Es- tado e os Municípios. Reafirmando os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá- los em seu trabalho, atribuindo significado e assegurando a construção colaborativa, apresentamos o Guia de Transição do São Paulo faz Escola, que tem como objetivo orientar diversas práticas e metodologias em sala de aula, que sirvam como ponto de partida para a construção dos novos materiais em 2020, com a participação de todos. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com as equipes curriculares da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica, apresentam sugestões que podem ser adequadas, redefinidas e reorientadas a partir da prática pedagógica, e, importante ressaltar, que para sua implementação na sala de aula, teremos como protagonistas os professores e os alunos. Juntos podemos redefinir o papel da escola, fortalecendo-a como uma institui- ção pública acessível, inclusiva, democrática e participativa, com a responsabilidade de promover a permanência e o bom desempenho de toda a sua população estudantil. Contamos com o engajamento e a participação de todas e todos! Caetano Siqueira Coordenador da CGEB 4 Guia de Transição O Guia de Transição é um documento que transpassa o Currículo Oficial do Estado de São Paulo, a Base Nacional Comum Curricular - BNCC e o Currículo Pau- lista, fundamentando as ações para a implementação de novos materiais de apoio ao professor do Ensino Fundamental Anos Finais e do Ensino Médio. O conjunto do guia, em dois volumes, é composto por 4 cadernos de orientações para o professor, por área de conhecimento. Espera-se que esses materiais de cada componente possam ser adaptados e reeditados pelo professor conforme o desenvolvimento das atividades realizadas com seus alunos. Em cada caderno do guia, são apresentadas orientações pedagógicas, meto- dológicas e de recursos didáticos, conjunto de competências e habilidades a serem desenvolvidas no percurso escolar, incluindo em seus tópicos a avaliação e a recupe- ração. Além de apoiar a prática docente, oferecem fundamentos importantes para as ações de acompanhamento pedagógico e de formação continuada, que contam com a mediação dos Professores Coordenadores, dos Supervisores de Ensino, dos Dire- tores do Núcleo Pedagógico e dos Professores Coordenadores do Núcleo Pedagó- gico, alinhando-se ao planejamento escolar 2019. É importante ressaltar que as orientações e atividades foram construídas pela rede estadual, o que faz que a sua implementação se apoie na experiência docente. 5 Sumário 1. Introdução .............................................................................................................................................. 7 2. A área de Matemática ........................................................................................................................ 7 3. O currículo de Matemática .............................................................................................................. 8 3.1 – Fundamentos para o ensino da Matemática .................................................................. 8 3.2 – A Matemática nos Anos Finais do Ensino Fundamental. ......................................... 10 3.3 – Organização dos conteúdos básicos. ............................................................................. 10 3.4 – As unidades temáticas da BNCC dos anos finais do Ensino Fundamental ....... 12 3.5 – Competências específicas de Matemática para o Ensino Fundamental, segundo a BNCC. ................................................................................................................................................. 15 4- Organização das grades curriculares. ....................................................................................... 17 4.1. Grade Curricular do 6º ano do Ensino Fundamental (1º Bimestre) ........................ 18 4.1.1 Sistema de Numeração Decimal..................................................................... 19 4.1.2 Múltiplos e Divisores de um Número Natural ........................................... 22 4.1.3 Operações com Números Naturais ............................................................... 25 4.2.3 Frações e seus significados ............................................................................... 27 4.2 Grade Curricular do 7º ano do Ensino Fundamental (1º Bimestre)......................... 30 4.2.1 Números inteiros .................................................................................................. 30 4.2.2 Representação fracionária e decimal/operações ..................................... 33 4.3 Grade Curricular do 8º ano do Ensino Fundamental (1º Bimestre)......................... 37 4.3.1 Princípio Multiplicativo da Contagem e Potenciação/Radiciação ...... 37 4.3.2 – Dízimas periódicas e fração geratriz .......................................................... 40 4.4 Grade Curricular do 9º ano do Ensino Fundamental (1º Bimestre)......................... 42 4.4.1 Dos naturais aos reais ......................................................................................... 43 5 Resumo das habilidades a serem desenvolvidas no 1º bimestre .................................... 48 6- Ensino Médio .................................................................................................................................... 51 6.2 Concepções da Matemática no Ensino Médio nos documentos oficiais .............. 51 6.3 Competências Específicas de Matemática e suas Tecnologias para o Ensino Médio – BNCC – Ensino Médio .................................................................................................................. 53 7. Grades curriculares – Ensino Médio .......................................................................................... 55 7.1 Currículo Oficial/ BNCC – 1ª Série do Ensino Médio – 1º Bimestre ....................... 56 7.1.1 As sequências numéricas e suas progressões ........................................... 57 6 7.2 Currículo Oficial / BNCC – 2ª Série do Ensino Médio – 1º Bimestre ....................... 60 7.2.1 Os fenômenos periódicos ................................................................................. 61 7.3 Currículo Oficial / BNCC – 3ª Série do Ensino Médio – 1º Bimestre ....................... 64 7.3.1 Fundamentos da Geometria Analítica .......................................................... 65 9 Referências Bibliográficas ............................................................................................................... 69 10 Créditos ............................................................................................................................................. 70 7 1. Introdução Este documento tem como objetivo revisitar o Currículo Oficial do Estado de São Paulo, referente a área de Matemática e suas tecnologias, destacando nos tópicos iniciais, seus pontos a fim de proporcionar uma possível reflexão sobre a área e o res- pectivo componente curricular. Posteriormente, será apresentado, um panorama referente as habilidades cons- tantes no Currículo Oficial, de cada segmento dos Anos Finais do Ensino Fundamental e sua interligação com as habilidades do Currículo Paulista, seguidas de algumas ori- entações curriculares. 2. A área de Matemática A opção pela constituição de uma área do conhecimento específica para a Ma- temática como uma área específica do conhecimento neste Currículo está baseada em três razões principais: A primeira leva em consideração que ela apresenta um universo próprio, muito rico de ideias e objetos específicos, como os números e as operações, as formas geo- métricas e as relações entre eles. Tais ideias e objetos são fundamentais para a expres- são pessoal, a compreensão dos fenômenos, a construção de representações signifi- cativas e argumentações consistentes nos mais variados contextos. Outra razão é que a Matemática compõe com a língua materna um par funda- mental, mas complementar. Naturalmente, existem diferenças fundamentais entre os significados de preci- são na Língua e na Matemática e os alunos devem ser conduzidos a apreciar a beleza presente tanto na exatidão dos cálculos quanto no rigor expressivo do texto poético. Finalmente, uma terceira razão é que a matemática propicia a compreensão, utilização e criação das tecnologias digitais de informação e comunicação. Lembra-se, entretanto, que a apresentação da Matemática como uma área específica não busca uma amplificação de suas supostas peculiaridades, nem como um tema 8 particularmente relevante, mas sim busca-se criar as condições para uma exploração mais adequada das possibilidades de a Matemática servir às outras áreas, na tarefa de transformação da informação em conhecimento em todas as suas formas de manifes- tação. 3. O currículo de Matemática 3.1 – Fundamentos para o ensino da Matemática O Currículo do Estado de São Paulo aponta como objetivo principal mapear o vasto conhecimento acumulado pela humanidade em áreas e disciplinas, articulando- as de tal modo que não haja uma delimitação rígida de fronteiras entre as disciplinas. Defende, ainda que em cada componente curricular, os conteúdos devem ser organizados de modo a possibilitar que os alunos adentrem ao complexo universo do conhecimento, em busca do desenvolvimento das competências básicas, as quais se constituirão eixos norteadores educacionais. E, como todos os adultos lidam com números, medidas, formas, operações; leem e interpretam textos e gráficos, vivenciam relações de ordem e de equivalência; argu- mentam e tiram conclusões a partir de informações, é consenso que a Matemática possibilita o desenvolvimento de competências que os indivíduos necessitam em suas ações. Ações estas referidas à contextos práticos. Mas, tão importante quanto referir o que se aprende a contextos práticos é ter a capacidade de abstrair, a realidade factual, imaginar contextos ficcionais, situações inventadas que proponham soluções novas para problemas efetivamente existentes. Limitar-se aos fatos, ao que já está feito, pode conduzir ao mero fatalismo. Sem tal abertura para o mundo da imaginação, do que ainda não existe enquanto contexto, estaríamos condenados a apenas reproduzir o que já existe, consolidando um conservadorismo, no sentido mais pobre da expressão. Ainda que o desenvolvimento de tal capacidade de abstração esteja presente nos conteúdos de todas as disciplinas, ela encontra-se especialmente associada aos objetos e aos conteúdos de Matemática. 9 Além disso a Matemática e a língua materna têm sido as disciplinas básicas na construção dos currículos escolares, em todas as épocas e culturas, havendo um razo- ável consenso ao fato de que sem o desenvolvimento adequado de tal eixo linguís- tico/lógico matemático a formação pessoal não se completa. Enfim, o Currículo do Estado de São Paulo, considerado em toda sua plenitude ao longo da escolarização básica, vislumbra articular as ações educacionais em três eixos de tal modo que possibilite o desenvolvimento de: o eixo expressão/compreensão: a capacidade de expressão do eu, por meio das diversas linguagens, e a capacidade de compreensão do outro, do não eu, do que me complementa, o que inclui desde a leitura de um texto, de uma tabela, de um gráfico, até a compreensão de fenômenos históricos, sociais, econômicos, naturais etc.; o eixo argumentação/decisão: a capacidade de argumentação, de análise e de articulação das informações e relações disponíveis, tendo em vista a viabilização da comunicação, da ação comum, a construção de consensos e a capacidade de ela- boração de sínteses de leituras e de argumentações, tendo em vista a tomada de decisões, a proposição e a realização de ações efetivas; o eixo contextualização/abstração: a capacidade de contextualização dos con- teúdos estudados na escola, de enraizamento na realidade imediata, nos universos de significações, sobretudo no mundo do trabalho, e a capacidade de abstração, de imaginação, de consideração de novas perspectivas, de virtualidades, de potenciali- dades para se conceber o que ainda não existe. No primeiro eixo, ao lado da língua materna, a Matemática compõe um par complementar como meio de expressão e de compreensão da realidade. No eixo argumentação/decisão, o papel da Matemática, também fica evidente, como instrumento para o desenvolvimento do raciocínio lógico e na obtenção de con- dições necessárias para análise racional. 10 No que se refere ao terceiro eixo de competências, a Matemática é uma instân- cia bastante adequada, ou mesmo privilegiada, para se aprender a lidar com os ele- mentos do par conceito/abstrato. Mesmo sendo considerados especialmente abstra- tos, os objetos matemáticos são os exemplos mais facilmente imagináveis para se com- preender a permanente articulação entre as abstrações e a realidade concreta. Tais eixos podem abrir horizontes e perspectivas de transformação da realidade, contribuindo para a imaginação de relações e situações que transcendem os contextos já existentes. 3.2 – A Matemática nos Anos Finais do Ensino Fundamental. O Currículo defende que a Matemática assim como a língua materna, com a qual interage continuamente precisam articular-se permanentemente com todas as formas de expressão, especialmente com as que são associadas às tecnologias infor- máticas. Além disso, nos lembra que os conteúdos devam ser considerados um meio para o desenvolvimento de competências citadas anteriormente: expressão/compre- ensão; argumentação/decisão e contextualização/abstração e que entre estes conteú- dosencontram-se as ideias fundamentais a serem exploradas, pois elas constituem a razão do estudo das disciplinas. A proporcionalidade, por exemplo, é considerada uma ideia fundamental na Ma- temática, assim como as ideias de equivalência, ordem e aproximação, uma vez que estão presentes nos mais diversos conteúdos ao longo dos anos finais do Ensino Fun- damental: no estudo das frações, na semelhança de triângulos, nas funções do 1º grau, nas equações, nos estudos de área e volume, na construção dos algoritmos, na reali- zação de cálculo do dia a dia e assim por diante. 3.3 – Organização dos conteúdos básicos. 11 Os conteúdos disciplinares de Matemática, nos Anos Finais do Ensino Funda- mental, encontram-se distribuídos em três grandes blocos temáticos: NÚMEROS, GE- OMETRIA e RELAÇÕES. O trabalho com o bloco de conteúdo denominado Números tem por objetivo principal um enriquecimento do escopo da linguagem numérica, inicialmente restrita a situações e problemas envolvendo a contagem e a medida. As sucessivas ampliações dos campos numéricos por meio de situações significativas que problematizem essa necessidade constituem o caminho natural para tal aprofundamento. Neste bloco, estão contemplados o estudo das representações algébricas, bem como das operações correspondentes, ou seja, a iniciação à Álgebra que se dá a partir do 7º ano do Ensino Fundamental, incluindo a generalização de padrões geométricos e numéricos e o estudo das equações, potencializando o simbolismo algébrico na constituição de uma linguagem cada vez mais rica e abrangente. Em Geometria, nos Anos Finais do Ensino Fundamental, a preocupação inicial é o reconhecimento, a representação e a classificação das formas planas e espaciais, pre- ferencialmente trabalhadas em contextos concretos com os estudantes do 6º e 7º anos e a ênfase na construção de raciocínio lógico dedutivo nos trabalhos dos 8º e 9º anos do Ensino Fundamental. Um aspecto importante a ser destacado na apresentação da Geometria, tanto nos Anos Finais do Ensino Fundamental, é o fato de que o conheci- mento geométrico apresenta quatro faces, que se relacionam permanentemente na caracterização do espaço: a percepção, a concepção, a construção e a representação. Não são fases, que se sucedem linear e periodicamente, mas faces, que se tocam mu- tuamente, contribuindo para uma compreensão mais rica da natureza do espaço em que vivemos. Quanto às Relações, o ponto de partida natural é o estudo das medidas; medir é comparar uma grandeza com um padrão e expressar o resultado da comparação por meio de um número. O estudo das medidas e das relações entre elas, ou seja, das relações métricas, parece especialmente adequado para favorecer a aproximação entre as diversas 12 disciplinas, ou seja, a interdisciplinaridade, e mesmo a consideração de questões mais amplas do que as de natureza disciplinar, que ingressam no terreno da transdisciplina- ridade. Uma vez que a ideia de número nasce tanto da contagem quanto da medida e que o estudo da Geometria certamente envolve relações métricas, as interconexões entre os três blocos temáticos: Números, Geometria, Relações, ocorrem quase que na- turalmente. 3.4 – As unidades temáticas da BNCC dos anos finais do Ensino Funda- mental Diferentemente da proposta apresentada no Currículo de Matemática da Rede Estadual de Ensino, a Base Nacional, propõe cinco unidades temáticas, correlacionadas que orientam a formulação de habilidades a ser desenvolvidas ao longo do Ensino Fundamental. Cada uma delas pode receber ênfase diferente a depender do ano de escolarização, a saber, Números, Álgebra, Geometria, Grandezas e Medidas e Probabili- dade e Estatística. Na unidade temática Números, cuja finalidade é desenvolver o pensamento nu- mérico, somos lembrados, também que: ...No processo da construção da noção de número os alunos precisam desenvolver entre outras, as ideias de aproximação proporcionalidade, equivalência e ordem, noções fundamentais da Matemática. (MEC, 2017, p. 266) Os autores, entendem que para a construção da noção de número, é importante que sejam propostas situações significativas com sucessivas ampliações dos campos numéricos, nas quais devam ser enfatizados os registros, a correta utilização de uma proposta de ensino, seus significados e as respetivas operações nos campos numéri- cos. Algumas características essenciais para o desenvolvimento desta unidade temá- tica, ainda são destacadas, como a “interdisciplinaridade interna” com outros temas: ...Cabe ainda destacar que o desenvolvimento do pensamento numé- rico não se completa, evidentemente, apenas com objetos de estudos 13 na unidade Números. Esse pensamento é ampliado e aprofundado quando se discutem situações que envolvem conteúdo das demais uni- dades temáticas: Álgebra, Geometria, Grandezas e medidas e Probabi- lidade e estatística. (MEC, 2017, p. 267) Na unidade temática Álgebra, os autores propõem a iniciação do raciocínio al- gébrico nos anos iniciais do Ensino Fundamental, com as ideias de regularidade, gene- ralização de padrões e propriedades da igualdade, salientando que nesta fase não se propõe o uso de letras. Para os Anos Finais, os estudos deste tema devem retomar, aprofundar e am- pliar o que foi trabalhado nos anos iniciais, de tal modo que ao final do Ensino Funda- mental, os estudantes devam compreender os diferentes significados das variáveis nu- méricas em uma expressão, estabelecer uma generalização de uma propriedade, in- vestigar a regularidade de uma sequência numérica, indicar um valor desconhecido em uma sequência algébrica e estabelecer as conexões entre variável e função e entre incógnita e equação. Lembrando que: As técnicas de resolução de equações e inequações, inclusive no plano cartesiano, devem ser desenvolvidas como uma maneira de represen- tar e resolver determinados tipos de problema, e não como objetos de estudo em si mesmos. (MEC, 2017, p. 269) Um fator em que se pode atrelar algum aspecto computacional no tema Álge- bra, seria a importância dos algoritmos que podem ser utilizados nas aulas de Mate- mática. Salienta-se que um algoritmo é uma sequência finita de procedimentos que permite resolver um determinado problema, decompondo um procedimento com- plexo em partes mais simples, relacionando-as e ordenando-as, e pode ser represen- tado graficamente por um fluxograma, enfim os autores destacam que: ... A linguagem algorítmica tem pontos em comum com a linguagem algébrica, sobretudo em relação ao conceito de variável. Outra habili- dade relativa à Álgebra que mantém estreita relação com o pensa- mento computacional é a identificação de padrões para se estabelecer generalizações, propriedades e algoritmos. (MEC, 2017, p. 269) O ensino de Geometria nos anos finais, também como em outros temas conso- lida e amplia as aprendizagens da etapa anterior de estudos, as expectativas referentes 14 aos anos finais, enfatizam o desenvolvimento do conhecimento geométrico relativos à Geometria plana, nas quais os estudantes, aprofundam os procedimentos relativos às transformações, ampliações/reduções de figuras planas, e que saibam aplicar esses e outros conhecimentos para realizar demonstrações simples. Assim, conforme a opinião dos autores: Assim a Geometria não pode ficar reduzida a mera aplicação de fór- mulas de cálculo de área e de volume nem a aplicações numéricas ime- diatas de teoremas sobre relações de proporcionalidade em situações relativas a feixes de retas paralelas cortadas por retas secantes ou do teorema de Pitágoras. (MEC, 2017, p. 270) E finalmente, o mais importante, o ensino da Geometria deverá proporcionar o desenvolvimento do raciocínio hipotético dedutivo. No que se refere ao eixo Grandezas e Medidas, o documento enfatiza que o reconhecimento das grandezas associadas às figuras geométricas auxilie os estudantes a resolver problemasenvolvendo essas grandezas com o uso de unidades de medida padronizadas mais usuais. Além disso espera-se o estabelecimento de relações entre tais grandezas com as grandezas não geométricas, como; densidade, velocidade, ener- gia, potência, entre outras e finalmente desenvolver a formulação de expressões de cálculo de áreas de figuras planas e volume de poliedros, especialmente os prismas. Por último, temos o tema Probabilidade e estatística, a expectativa é que os alu- nos saibam planejar e construir relatórios de pesquisas estatísticas descritivas, inclu- indo medidas de tendência central e construção de tabelas e diversos tipos de gráfico. Encerrando este tópico, cabe ressaltar que a escolha destas unidades temáticas, não é uma regra a ser seguida para o desenho dos currículos, pois esta divisão serve tão somente para facilitar a compreensão dos conjuntos de habilidades e de como elas se inter-relacionam no componente curricular propriamente dito e com outras áreas de conhecimento, considerando a dualidade ferramenta-objeto, da aplicação da Ma- temática. Desta forma, a Equipe Curricular de Matemática, entende que os eixos temáti- cos: Números, Geometria e Relações, correspondem e inserem perfeitamente as cinco 15 unidades temáticas destacadas anteriormente, cuja tipologia e nomenclatura será ado- tada neste guia de transição. 3.5 – Competências específicas de Matemática para o Ensino Fundamen- tal, segundo a BNCC. A BNCC, entende que o desenvolvimento dos processos matemáticos, potenci- alizam o desenvolvimento de competências fundamentais para o letramento matemá- tico (raciocínio, representação, comunicação e argumentação) e para o desenvolvi- mento do pensamento computacional e assim, garantir o desenvolvimento de compe- tências específicas, destacadas a seguir, conforme registro no documento oficial. Reconhecer que a Matemática é uma ciência humana, fruto das necessidades e preocupações de diferentes culturas, em diferentes momentos históricos, e tecno- lógicos e para alicerçar descobertas e construções, inclusive no mundo do trabalho. Desenvolver o raciocínio lógico, o espírito de investigação e a capacidade de produzir argumentos convincentes, recorrendo aos conhecimentos matemáticos para compreender e atuar no mundo. Compreender as relações entre conceitos e procedimentos dos diferentes cam- pos da Matemática (Aritmética, Álgebra, Geometria, Estatística e Probabilidade) e de outras áreas do conhecimento, sentindo segurança quanto à própria capacidade de construir e aplicar conhecimentos matemáticos, desenvolvendo a autoestima e a perseverança na busca de soluções. Fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos presen- tes nas práticas sociais e culturais de modo a investigar, organizar, representar e comunicar informações relevantes, para interpretá-las e avalia-las crítica e etica- mente, produzindo argumentos convincentes. Utilizar processos e ferramentas matemáticas, inclusive tecnologias digitais dis- poníveis, para modelar e resolver problemas cotidianos, sociais e de outras áreas de conhecimento, validando estratégias e resultados. 16 Enfrentar situações-problema em múltiplos contextos, incluindo-se situações imaginadas, não diretamente relacionadas com o aspecto prático-utilitário, expres- sar suas respostas e sintetizar conclusões, utilizando diferentes registros e lingua- gens (gráficos, tabelas, esquemas, além de texto escrito na língua materna e outras linguagens para descrever algoritmos, como fluxogramas, e dados). Desenvolver e/ou discutir projetos que abordem, sobretudo, questões de ur- gência social, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários, valorizando a diversidade de opiniões de indivíduos e de grupos sociais, sem pre- conceitos de qualquer natureza. Interagir com seus pares de forma cooperativa, trabalhando coletivamente no planejamento e desenvolvimento de pesquisas para responder a questionamentos e na busca de soluções para problemas, de modo a identificar aspectos consensuais ou não na discussão de uma determinada questão, respeitando o modo de pensar dos colegas e aprendendo com eles. Paralelamente, no Currículo Oficial, são indicadas as competências gerais em todas as áreas, especificamente no ensino da Matemática, as ideias centrais permeiam em todos os tópicos, e estas ideias sugerem centros de interesse como: equivalência, proporcionalidade, medida, aproximação, problematização, otimização, entre outras, nas quais buscam construir uma ponte que conduza dos conteúdos às competências pessoais: capacidade de expressão, que pode ser avaliada por meio da produção de re- gistros de relatórios, de trabalhos orais e/ou escritos. capacidade de compreensão, de elaboração de resumos, de sínteses, de mapas, da explicação de algoritmos etc.; capacidade de argumentação, de construção de análises; justificativas de pro- cedimentos, demonstrações etc.; capacidade propositiva, de ir além dos diagnósticos e intervir na realidade de modo responsável e solidário; 17 capacidade de contextualizar, de estabelecer relações entre os conceitos e teo- rias estudados e as situações que lhes dão vida e consistência; capacidade de abstrair, de imaginar situações fictícias, de projetar situações ainda não existentes. 4- Organização das grades curriculares. Tendo em mente as ponderações anteriores, apresentamos uma grade curricular para a transição do material de apoio do Currículo do Estado de São Paulo, contendo os temas, a descrição das habilidades do Currículo Oficial de Matemática e sua respec- tiva relação com o Currículo Paulista, além de algumas orientações pedagógicas, para os quatro anos finais do Ensino Fundamental. A lista dos conteúdos curriculares e habilidades, em Matemática, não é rígida e inflexível. O que se pretende é a articulação entre os temas (álgebra, geometria, gran- dezas e medidas, números e probabilidade e estatística), tendo em vista os princípios que fundamentam o Currículo Oficial: a busca de uma formação voltada para as com- petências pessoais, a abordagem dos conteúdos que valorize a cultura e o mundo do trabalho, a caracterização da escola como uma organização viva, que busca o ensino, mas que também aprende com as circunstâncias. Enfim, ao fixar os conteúdos disciplinares/objetos de conhecimento, é preciso ter em mente que a expectativa de todo o ensino é que a aprendizagem efetivamente ocorra. As disciplinas curriculares não são um fim em si mesmas, o que se espera dos conteúdos é que eles realmente possam ser mobilizados, tendo em vista o desenvol- vimento de competências pessoais, tais como a capacidade de expressão, de compre- ensão, de argumentação etc. Desta forma, os quadros apresentados destacam as habilidades a serem desen- volvidas pelos estudantes em cada unidade tem. Tais habilidades traduzem, de modo operacional, as ações que os alunos devem ser capazes de realizar, ao final de um determinado estágio de aprendizagem, após serem apresentados aos conteúdos cur- riculares listados. 18 4.1. Grade Curricular do 6º ano do Ensino Fundamental (1º Bimestre) Currículo Oficial – SEE-SP Currículo Paulista Tema/ Conteúdo Habilidades Tema/objeto de conheci- mento Habilidades Números Números naturais. o Característi- cas do Sis- tema de Nu- meração De- cimal, bases e valor posi- cional. Compreender as prin- cipais características do sistema decimal; significado da base e do valor posicional. Números Sistema de numeração decimal: ca- racterísti- cas, leitura, escrita e compara- ção de nú- meros na- turais e de números racionais representa- dos na forma deci- mal. (EF06MA02) Reconhe- cer o sistema de nume- ração decimal como fruto de um processo histórico, percebendo semelhanças e diferen- ças com outros siste- masde numeração, de modo a sistematizar suas principais caracte- rísticas (base, valor po- sicional e função do zero), utilizando, inclu- sive, a composição e decomposição de nú- meros naturais e núme- ros racionais em sua re- presentação decimal. 19 4.1.1 Sistema de Numeração Decimal O desenvolvimento desta habilidade deve ser tratado inicialmente por meio de uma retomada de conceitos que foram ou não adquiridos na etapa anterior de estudos, prevalecendo assim o caráter diagnóstico da habilidade em questão. Para uma sondagem inicial sugere-se a diagnose1 da capacidade cognitiva do estudante em se realizar agrupamentos, desta forma sugerimos a utilização das ativi- dades denominadas: “Contando de diferentes maneiras” da Situação de Aprendizagem 1, vol. 1, 6º Ano, p. 10 a 13, ed. 2014-2017, e finalizando o tópico com a atividade: “Aprendendo com a experimentação” p. 13 a 15, deste mesmo volume. Lembrando que neste momento não será necessária a revisita dos procedimen- tos relativos ao quadro de valor-posição, pois, esta atividade trata de uma sondagem dos conhecimentos básicos dos alunos. Para aprofundamento dos saberes relativos a este tema disponibilizamos o link do artigo: “Sentido de número na infância: uma interconexão dinâmica entre conceitos e procedimentos” – Barbosa H. H. J. (2007), disponível em: http://www.sci- elo.br/pdf/paideia/v17n37/a03v17n37.pdf, acesso em 04/05/2018. Considerações sobre a avaliação Ao final do trabalho com a habilidade descrita, espera-se que os alunos tenham ampliado o seu conhecimento do sistema de numeração decimal que servirá de base para a continuidade de seus estudos em cada unidade temática. Desta forma, elencamos os conceitos essenciais descritos para a habilidade mencionada: Compreender o funcionamento dos processos de contagem em diferentes ba- ses, com ênfase na base dez; 1 Descrição ou identificação da razão do problema numa certa circunstância. http://www.scielo.br/pdf/paideia/v17n37/a03v17n37.pdf http://www.scielo.br/pdf/paideia/v17n37/a03v17n37.pdf http://www.scielo.br/pdf/paideia/v17n37/a03v17n37.pdf http://www.scielo.br/pdf/paideia/v17n37/a03v17n37.pdf http://www.scielo.br/pdf/paideia/v17n37/a03v17n37.pdf http://www.scielo.br/pdf/paideia/v17n37/a03v17n37.pdf http://www.scielo.br/pdf/paideia/v17n37/a03v17n37.pdf http://www.scielo.br/pdf/paideia/v17n37/a03v17n37.pdf 20 Saber decompor um número natural nas unidades das diversas ordens, de acordo com o seu valor posicional. Orientação para recuperação Caso as expectativas mínimas de aprendizagem não tenham sido plenamente atingidas pela maioria dos estudantes, o professor poderá utilizar uma das aulas, para sistematizar novamente os tópicos relativos à habilidade, utilizando, por exemplo, a atividade denominada: Aprendendo com a experimentação, descrita na atividade 1 do Material de Apoio ao Currículo do Estado de São Paulo (2014), 6º ano, Vol. 1, p. 13 e 14. Ainda com relação às atividades de recuperação das aprendizagens, o professor poderá utilizar os objetos digitais de aprendizagem constantes na Plataforma Currículo +2 bem como as Aventuras do Currículo +3 e as atividades Currículo +4, relativos ao conteúdo proposto nesta seção, seguem os links: Plataforma Currículo +: http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/ (Acesso em 06/12/2018) Aventuras do Currículo +: http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/aventuras-curricu- lomais/ (Acesso em 06/12/2018) Atividades Currículo ++: http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/atividade/ (Acesso em 06/12/2018) 2 Plataforma Currículo +: http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/ 3 Aventuras do Currículo +: http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/aventuras-curriculomais/ 4 Atividades Currículo + : http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/atividade/ 21 Currículo Oficial – SEE-SP Currículo Paulista Tema/ Conteúdo Habilidades Tema/objeto de conheci- mento Habilidades Números e operações. Números naturais. Múltiplo e divisores, Números Primos. Conhecer as carac- terísticas e proprie- dades dos números naturais: signifi- cado dos números primos, de múlti- plos e divisores. Números Múltiplos e divisores de um número natural. Números primos e compostos. (EF06MA05) Classificar nú- meros naturais em primos e compostos, estabelecer re- lações entre números, ex- pressas pelos termos “é múltiplo de”, “é divisor de”, “é fator de”, e estabelecer, por meio de investigações, critérios de divisibilidade por 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10, 100 e 1000. (EF06MA06) Resolver e ela- borar problemas que envol- vam as ideias de múltiplo e de divisor, múltiplos e divi- sores. 22 4.1.2 Múltiplos e Divisores de um Número Natural Números Naturais e suas características A associação mais imediata dos números naturais é com a ideia de contagem, ou seja, um número natural serve para representar determinada quantidade, um con- ceito que está implicitamente ligado ao princípio de cardinalidade e além disso, os números naturais são utilizados para ordenar e identificar elementos de um conjunto. No estudo dos números naturais é importante o conhecimento de seus princi- pais subconjuntos: números pares, ímpares, primos, múltiplos e divisores. Existem di- ferentes maneiras de se explorar os conteúdos indicados, destacamos aqui a possibili- dade para explorar a ideia de múltiplo através da observação/identificação de padrões em sequências numéricas. Partindo do pressuposto de que os alunos já conhecem as sequências dos nú- meros naturais (0, 1, 2, 3,...), dos números pares (0, 2, 4,...) e dos números ímpares (1, 3, 5,...), eles podem ser apresentados a sequências numéricas diferentes, em que tenham de descobrir o padrão de formação. Por exemplo, as sequências aditivas específicas, que se iniciem a partir do número 0, tal como (0, 6, 12, 18, 24, 30,...), que nada mais são do que a sequência dos múltiplos de um número natural. Da sequência dos múltiplos de um número natural, podemos ampliar para ou- tros tópicos/conceitos fundamentais incluindo múltiplos comuns de dois números na- turais, que implica também na obtenção do menor (mínimo) múltiplo comum. Um conceito que está estritamente ligado à ideia de múltiplo é o divisor de um determinado número, ou seja, se um número a é múltiplo de um número b, então b é divisor de a, sendo b≠0. Desta noção básica, surge a questão da divisibilidade de um número por outro e, consequentemente, na comparação entre os divisores de dois números surge a questão de se estabelecer o maior (máximo) divisor comum entre eles. 23 Por último, os critérios de divisibilidade permitem a iniciação dos estudos refe- rentes à formação do conceito de número primo e de um processo em que irá subsidiar os assuntos posteriores, a decomposição de um número qualquer em fatores primos. As atividades referentes a este assunto podem ser inicializadas destacando a exploração da identificação de sequências numéricas, com o intuito de se identificar o seu padrão de formação, por meio de sequências aditivas e multiplicativas. Por exem- plo, a partir de uma sequência de cinco números, estabelecer outros números desta sequência (vide atividade 1 Situação de Aprendizagem 2: “Explorando os Números Na- turais”, vol. 1, 6º Ano, p. 25 e 26, ed. 2014-2017). Da mesma forma, podemos iniciar o estudo da sequência dos múltiplos e dos múltiplos comuns, utilizando as atividades 4, 5 e 6 do caderno citado anteriormente, p. 27 e 28, assim como sugerimos os exercícios 7 e 8, p. 30 e 31, para as atividades de divisores. Considerações sobre a avaliação No decorrer dos trabalhos referentes à habilidade descrita, a expectativa é a de que os alunos tenham ampliado seu conhecimento com relaçãoaos principais conte- údos relacionados aos números naturais: múltiplos e divisores de um número natural, mínimo múltiplo comum e máximo divisor comum, divisibilidade, números primos e decomposição em fatores. Alguns desses conteúdos possivelmente foram desenvolvi- dos nos anos iniciais do Ensino Fundamental, já no 6º ano tais conhecimentos serão aprofundados e consolidados, de forma a viabilizar a posterior ampliação do campo numérico com a introdução das operações com números fracionários. A avaliação da aprendizagem deve ser realizada de forma contínua pelo profes- sor, por meio de situações-problema ou atividades nas quais verifique os conceitos fundamentais a seguir: Reconhecer regularidades em sequências numéricas aditivas e multiplicativas; Resolver situações-problema envolvendo os conceitos de múltiplo e divisor co- mum. 24 Orientação para Recuperação Caso as expectativas mínimas de aprendizagem não tenham sido plenamente atingidas pelos estudantes, o professor poderá utilizar algumas aulas para retomar os conteúdos estudados, ou no início de cada aula revisitar alguns conceitos desta habi- lidade, procurando mostrar as articulações entre eles. Neste caso, referenciar que as ideias de múltiplos e divisores estão diretamente ligadas, pois um número somente é divisível por outro se o primeiro for múltiplo do segundo. Outra possibilidade é desta- car que a decomposição de um número em fatores envolve dois conceitos estudados: os números primos e a potenciação. Após esta retomada, é possível propor aos alunos que refaçam algumas atividades já realizadas ou a proposição de outras atividades, por exemplo, o jogo “Brincando com Divisores e Múltiplos” (disponível em: http://www.ibi- lce.unesp.br/#!/departamentos/matematica/extensao/lab-mat/jogos-no-ensino-de- matematica/6-ao-9-ano/). Nesse percurso, pode-se observar o movimento da apren- dizagem dos alunos com relação às expectativas de aprendizagem já definidas. Ainda com relação às atividades de recuperação das aprendizagens, o professor poderá utilizar os objetos digitais de aprendizagem constantes na Plataforma Currículo +5 bem como as Aventuras do Currículo +6 e as atividades Currículo +7, relativos ao conteúdo proposto nesta seção, seguem os links: Plataforma Currículo +: http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/ (Acesso em 06/12/2018) Aventuras do Currículo +: http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/aventuras-curricu- lomais/ (Acesso em 06/12/2018) Atividades Currículo ++: http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/atividade/ (Acesso em 06/12/2018) 5 Plataforma Currículo +: http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/ 6 Aventuras do Currículo +: http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/aventuras-curriculomais/ 7 Atividades Currículo + : http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/atividade/ 25 Currículo Oficial – SEE-SP Currículo Paulista Tema/ Conteúdo Habilidades Tema/objeto de conheci- mento Habilidades Números e operações. Números na- turais. o Operações bá- sicas (+, –, ∙, ÷) o Introdução às potências. Saber realizar operações com números natu- rais de modo significativo (adição, subtra- ção, multiplica- ção, divisão, po- tenciação). Números Operações (adição, subtração, multiplica- ção, divi- são e po- tenciação). (EF06MA03) Solucionar e propor problemas que en- volvam cálculos (mentais ou escritos, exatos ou aproxi- mados) com números natu- rais, por meio de estratégias pessoais, com compreensão dos processos neles envolvi- dos com e sem uso de cal- culadora. 4.1.3 Operações com Números Naturais Para que o aluno realize operações com números naturais de modo significativo é necessário enfatizar o trabalho com situações-problema, que envolvam as estruturas aditivas e/ou multiplicativas e possam ser resolvidos por meio de diferentes estraté- gias, ao invés de utilizar regras para a resolução ou possíveis algoritmos operacionais. Considerações sobre avaliação Quanto aos conceitos estabelecidos para a habilidade, esperamos que os alunos tenham ampliado o seu conhecimento do sistema de numeração decimal e também sobre as quatro operações aritméticas básicas, nas quais podemos destacar os seguin- tes conceitos essenciais: Resolver situações-problema envolvendo as quatro operações básicas e as relações de igualdade; Desenvolver procedimentos de cálculo mental (exato ou aproximado). Considerações sobre recuperação Com relação às operações básicas, deve-se retomar com os alunos o significado das quatro operações por meio de situações-problema. Compreender a ideia associ- ada a cada operação é de fundamental importância para a resolução de problemas, 26 relativos ao campo aditivo e/ou multiplicativo, que propiciam condições para que os alunos ampliem seus conhecimentos. Ainda com relação às atividades de recuperação das aprendizagens, o professor poderá utilizar os objetos digitais de aprendizagem constantes na Plataforma Currículo + bem como as Aventuras do Currículo +, relativos ao conteúdo proposto nesta seção, seguem os links: Plataforma Currículo +: http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/ (acesso em 06/12/2018) Aventuras do Currículo +: http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/aventuras-curricu- lomais/ (acesso em 06/12/2018) Atividades Currículo + : http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/atividade/ (acesso em 06/12/2018) 27 Currículo Oficial – SEE-SP Currículo Paulista Tema/ Conteúdo Habilidades Tema/objeto de conheci- mento Habilidades Números e operações. Frações o Represen- tação; o Compara- ção e ordena- ção; o Operações. Saber realizar operações com números natu- rais de modo significativo (adição, subtra- ção, multiplica- ção, divisão, po- tenciação). Números Operações (adição, subtração, multiplica- ção, divi- são e po- tenciação). (EF07MA08) Ler, compre- ender, comparar e ordenar frações associadas às ideias de partes de inteiros, resul- tado da divisão, razão e operador. 4.2.3 Frações e seus significados Entendemos que no 6º ano do Ensino Fundamental, a ideia de fração deva ser ampliada ou potencializada, relacionando-os com a ampliação do conjunto dos núme- ros racionais, com a introdução dos números racionais positivos e negativos. Historicamente, a ideia ou conceito de fração é apresentada com o significado de parte de um todo, de acordo com a representação a b , com a e b naturais e b ≠ 0. Esta apresentação encoraja os alunos a empregar apenas um tipo de procedimento de contagem dupla, ou seja, quando um número racional tem este significado, representa a comparação entre o número de partes consideradas e o número total de partes que constituem o todo. Porém os números racionais, neste caso, apenas os positivos, além da relação parte-todo, eles podem assumir diferentes significados, a saber: número, relação parte- todo, medida, quociente e operador multiplicativo, conforme destacaremos a seguir: Número: Neste caso, a ideia remete a representação a b , com b≠0, aqui não são consideradas as comparações relativas a dois estados, referentes às quantidades 28 específicas, que neste sentido não podem ser classificadas como discretas ou contí- nuas. Aqui o fator preponderante é a leitura •propriamente dita deste “número”, que aqui denomina-se como fração, suas características, como a nomenclatura, a represen- tação na reta numerada, reconhecendo que a fração não é uma superposição de dois números naturais, pois este sempre estará entre dois números naturais, pode-se con- jecturar que as operações neste campo numérico, iniciam-se a partir desta significação Relação parte-todo: Este significado é um dos procedimentos cognitivos mais utilizados para o conceito de fração, que consiste na partição de um todo (contínuo ou discreto) em partes iguais e que cadaparte pode ser representada como 1 n , podemos considerar, a utilização deste “raciocínio” apenas em situações estáticas, pois, esse pro- cedimento consiste no estabelecimento em “contar” quantas partes o todo foi dividido (denominador) e o número de partes tomadas (numerador), daí a concepção de dupla contagem. Medida: Aqui a ideia fundamental relativa às frações é a de comparação entre duas grandezas, que pode ser interpretada como a ideia de dividirmos uma unidade em partes iguais (unidades), e verificarmos quantas partes caberão naquele que se quer medir. O significado de fração como medida pode favorecer o entendimento do con- ceito de razão, utilizados em vários contextos, como: probabilidade de um evento, por- centagens, escalas, etc. Quociente: Esta situação remete a ideia da relação existente entre a relação in- versa do divisor e o quociente, ou seja, quanto maior o denominador, menor será a parte a ser considerada e possibilita o entendimento relativo à equivalência de frações. Operador multiplicativo: O olhar para esta significação de fração está ligado a ideia de uma fração a b que opera sobre uma quantidade, por exemplo 2 3 de 18, ou um terço da terça parte de um segmento. Finalmente, o motivo de se apresentar esta proposta de abordagem destes cinco significados, remete a possibilidade de suprir a lacuna de aprendizagem refe- rente ao reconhecimento de uma fração apenas à relação parte-todo, apontando-se 29 para a necessidade na elaboração, desenvolvimento, experimentação e análise de abordagens de ensino que tragam os outros significados do número racional. Após o reconhecimento ou representação de uma fração, o próximo assunto refere-se à sua operacionalização, e neste sentido o conceito de equivalência de fra- ções será importante, e o significado de fração como um número, está intimamente ligado à equivalência entre as frações a serem comparadas. Neste sentido, uma das ideias é que os denominadores constituem o referencial de equivalência que permite realizar uma operação entre frações como se fosse uma operação entre números inteiros. Esta abordagem pode ser encontrada no Material de Apoio ao Currículo, 7º ano, vol. 1, Situação de Aprendizagem 2, pg. 23 a 27. Para aprofundamento dos saberes relativos a este tema disponibilizamos o link do artigo: “As Operações com Números Racionais e seus Significados a partir da Con- cepção Parte-todo ” – Ferreira da Silva, Maria José, Ag Almouloud, Saddo . (2008), dis- ponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=291221883005, acesso em 12/11/2018. 30 4.2 Grade Curricular do 7º ano do Ensino Fundamental (1º Bimestre) 4.2.1 Números inteiros A apresentação dos inteiros negativos deve ser efetuada por meio de contextos reais ou históricos. Exemplos estes que são comumente encontrados em diversos ma- teriais didáticos, porém com um certo cuidado na abordagem dos mesmos. Uma ideia que também deve ficar clara é a de que os inteiros negativos podem ser conceituados a partir da ideia de simetria em relação dos inteiros positivos na reta numerada. Um desafio didático a ser considerado, consiste no fato de que, em determinado estágio de aprendizagem, no caso do conjunto dos números naturais o sinal de “me- nos” indica a operação de subtração, por exemplo: 5 – 3 = 2. Tratando-se do conjunto dos números inteiros, o aluno deverá compreender que o sinal à esquerda do número Currículo Oficial – SEE-SP Currículo Paulista Tema/ Conteúdo Habilidades Tema/objeto de conheci- mento Habilidades Números o Números negativos Repre- sentação; Opera- ções. Compreender o signi- ficado dos números negativos em situa- ções concretas, bem como das operações com negativos. Saber realizar de modo significativo as operações de adição, subtração, multiplica- ção e divisão de nú- meros negativos. Números Números inteiros: usos, histó- ria, ordena- ção, associ- ação com pontos da reta numé- rica e ope- rações. (EF07MA03) Ler, com- parar e ordenar números inteiros em diferentes contextos, incluindo o histórico, associá-los a pontos da reta numérica e utilizá-los em situações que envolvam adição e subtração. (EF07MA04) Resolver e elaborar situações-pro- blema que envolvam operações com números inteiros. 31 equivale ao “sinal do número” que deverá ser considerado na ocasião de se realizar a operação. Exemplo: 5 –3 ⇔ 5 + (–3) Considerações sobre a avaliação O trabalho com números negativos certamente deverá ser retomado pelo pro- fessor ao longo do ano em outros momentos para que haja fixação de conceitos por parte do aluno, bem como para que se desenvolva a destreza no cálculo com negati- vos. No momento em que o assunto é introduzido, o professor deve minimizar o foco de sua avaliação de extensas expressões numéricas envolvendo números negativos, e maximizar o reconhecimento da linguagem e uso correto da escrita. A partir da com- preensão da relação existente entre a escrita das operações com negativos e o seu cálculo formal, o caminho para a aprendizagem se torna mais tranquilo. Orientação para Recuperação Como orientação geral para o restabelecimento das aprendizagens não estabe- lecidas relativas a este tópico, consiste na realização de pesquisas em jornais e revistas de infográficos nas quais constam números negativos, como abordam os gráficos da atividade 3 do Material de Apoio ao Currículo, Caderno do Professor, pag. 36 e 37, Vol. 1 do 7º ano do Ensino Fundamental. Para atividades dessa natureza, o aluno poderá ser orientado de duas maneiras: Localizar material em que apareçam números negativos; Registrar com suas palavras o que compreendeu sobre os números e a informa- ção a que se referem. Ainda com relação às atividades de recuperação das aprendizagens, o professor poderá utilizar os objetos digitais de aprendizagem constantes na Plataforma Currículo + bem como as aventuras do currículo mais, relativos ao conteúdo proposto nesta seção, seguem os links: Plataforma Currículo +: http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/ 32 Aventuras do Currículo +: http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/aventuras-curri- culo-mais/ Atividades Currículo + : http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/atividade/ 33 4.2.2 Representação fracionária e decimal/operações Quando nos referimos aos números racionais, pensamos em duas questões in- dagadoras: Qual a diferença entre uma fração e a razão entre dois números quaisquer? Qual é a diferença entre uma fração e um número racional? Com referência a primeira questão, é muito comum associarmos a representa- ção a b , com b≠0 ao resultado da divisão de a por b e chamarmos o símbolo a b de fração, mesmo que a e b não sejam inteiros. Currículo Oficial – SEE-SP Currículo Paulista Tema/ Conteúdo Habilidades Tema/objeto de conheci- mento Habilidades Números Números racionais o Repre- sentação fracioná- ria e deci- mal; o Opera- ções com decimais e frações (comple- mentos) Compreender a rela- ção entre um fração e a representação deci- mal de um número, sabendo realizar de modo significativo as operações de adição, subtração, multiplica- ção e divisão com de- cimais. Saber realizar de modo significativo as operações de adição subtração multiplica- ção e divisão de fra- ções, compreendendo o significado das ope- rações realizadas. Números Números racionais na representa- ção fracio- nária e na decimal: usos, orde- nação e as- sociação com pontos da reta nu- mérica e operações. (EF07MA10) Ler, com- parar e ordenar números racionais em diferentes contextos e associá-los a pontos da reta numérica. (EF07MA11) Compre- ender e utilizar a multi- plicação e a divisão de números racionais, a re- lação entre elas e suas propriedades operató- rias. (EF07MA12) Resolver e elaborarsituações-pro- blema que envolvam as operações com números racionais. 34 Neste sentido, define-se fração como a razão entre dois números inteiros. No entanto, quando falamos de frações como 1, 2 3 , 5, ou, então, x y , em que x e y represen- tam grandezas quaisquer, estamos usando a palavra “fração” em sentido figurado. Resumindo, podemos dizer que um número racional sempre representa uma classe de frações equivalentes. Assim como o número natural 5 representa o que há de comum entre todos os conjuntos que podem ser colocados em correspondência biunívoca com os dedos de uma mão, um número racional representa o que há de comum entre todas as frações que representam a mesma parte da unidade. As frações 3 5 , 0,6 e 9 15 são diferentes, embora equivalentes, portanto eles são as diferentes repre- sentações do mesmo número racional. Embora cada número racional esteja associado a um ponto da reta, a recíproca aqui não é verdadeira, isto é, os pontos da reta não se esgotam com os números raci- onais. Como sabemos, existem pontos da reta que serão associados aos números irra- cionais, dando ao conjunto real a qualidade de continuidade que é atribuída à reta. A localização dos números racionais na reta permite que se façam algumas con- siderações lógicas sobre propriedades fundamentais que diferenciam os campos nu- méricos. Uma dessas ideias se refere à possibilidade da determinação do sucessor de um número. A todo número inteiro, seja positivo, negativo ou zero, podemos determinar seu sucessor e antecessor. Mas pensemos agora nos números racionais: quem é o sucessor de 1 2 ou de 0,53? Como vemos, não existem sucessores de números racionais. Outra ideia simples que pode ser discutida é a de que, dados dois números inteiros, podemos determinar que a quantidade de números inteiros entre eles é sem- pre finita e determinada. Por exemplo, entre –5 e 3 existem sete números inteiros {–4, –3, –2, –1, 0, 1, 2}. E com os racionais, como isso se dá? Considere os números racionais 1 3 e 1 2 : quantos racionais existem entre eles? Sabemos que pelo menos um existe: o número médio entre eles, isto é: 35 1 3 + 1 2 2 = 5 6 2 = 5 12 Com relação aos números 1 3 e 5 12 , podemos novamente determinar o número que está entre eles: Logo, o número encontrado também está entre 1 3 e 1 2 . Pensando dessa forma, podemos admitir que sempre haverá um número racio- nal entre dois racionais, e que a esse será associado um ponto na reta. Esse fato permite dizer que, entre dois números racionais, existem infinitos números racionais. Todo conjunto no qual existe uma infinidade de elementos do mesmo conjunto entre dois quaisquer de seus elementos é chamado de conjunto denso. Finalmente, é curioso notar que o conjunto dos números racionais é denso sem ser contínuo. Como dissemos, embora entre dois números racionais quaisquer sempre haja uma infinidade de números racionais, uma vez que ele é denso, o conjunto dos números racionais não completa a reta, isto é, ele não é contínuo. A continuidade é uma qualidade exclusiva do conjunto dos números reais, quando cada ponto da reta – imagem associada à continuidade – corresponderá a um número real, seja racional ou irracional. Considerações sobre a avaliação Ao final do 7º ano espera-se que o aluno saiba realizar isoladamente as quatro operações com decimais e com frações e saiba resolver expressões numéricas simples envolvendo decimais e frações. Também faz parte das expectativas de aprendizagem que ele saiba ler e interpretar informações na forma de frações ou decimais em textos, sejam eles problemas de Matemática, artigos de jornais, revistas, textos dos livros de outros componentes curriculares, não apenas da área de Matemática. Orientação para a recuperação Como orientação geral para a recuperação da aprendizagem dos alunos que não atingiram as expectativas, recomendamos que o professor organize trabalhos e atividades para serem realizadas em duplas ou trios de trabalhos. Para a elaboração de 36 atividades, recomendamos que o professor procure diversificar o tipo de enunciado, o uso de figuras e o grau de dificuldade. Essas poderão ser montadas com o apoio de livros didáticos, de preferência o indicado pela Unidade Escolar no Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD). Neste sentido, sugere-se a atividade denominada como desafio, constante nas páginas 30 e 31, do Vol. 1, 7º ano, Material de Apoio ao Currículo do Estado de São Paulo, Caderno do Professor. Ainda com relação às atividades de recuperação das aprendizagens, o professor poderá utilizar os objetos digitais de aprendizagem constantes na Plataforma Currículo + bem como as aventuras do currículo mais, relativos ao conteúdo proposto nesta seção, seguem os links: Plataforma Currículo +: http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/ Aventuras do Currículo +: http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/aventuras-curri- culo-mais/ Atividades Currículo + : http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/atividade/ 37 4.3 Grade Curricular do 8º ano do Ensino Fundamental (1º Bimestre) Currículo Oficial – SEE-SP Currículo Paulista Tema/ Conteúdo Habilidades Tema/objeto de conheci- mento Habilidades Números o Potencia- ção e radi- ciação Princípio multipli- cativo da conta- gem. Proprie- dades para ex- poentes inteiros. Proprie- dades para ex- poentes fracioná- rios. Compreender a utili- dade do uso da lin- guagem das potências para representar nú- meros muito grandes e muito pequenos. Conhecer as proprie- dades das potências e saber realizar de modo significativo as opera- ções com potências (expoentes inteiros). Números. O princípio multiplica- tivo da con- tagem. Potencia- ção e radi- ciação. (EF08MA03) Resolver e elaborar situações-pro- blema de contagem cuja resolução envolve a apli- cação do princípio multi- plicativo. (EF08MA02) Resolver e elaborar situações-pro- blema usando a relação entre potenciação e radi- ciação, para representar uma raiz como potência de expoente fracionário. 4.3.1 Princípio Multiplicativo da Contagem e Potenciação/Radiciação Da mesma forma que, dentre as várias maneiras de se pensar a multiplicação como a soma de parcelas repetidas, podemos entender este raciocínio para a poten- ciação como o produto de fatores repetidos, na qual podemos em alguns casos espe- cíficos reportar ao Princípio Fundamental da Contagem, ou simplesmente Princípio Multiplicativo, que é definido da seguinte maneira: “Se eventos A1, A2, A3 ... An puderem 38 ocorrer respectivamente, a1, a2, a3 ... e se A1, A2, A3 ... An, forem todos eventos indepen- dentes entre si, então a quantidade de maneiras distintas em que os n eventos ocorrem simultaneamente, isto é, ao mesmo tempo, é dada pelo produto: a1 ∙ a2 ∙ a3 ∙ ⋯ ∙an Um caso prototípico desta aplicação pode ser apresentado da seguinte maneira: “SEJA UM RETÂNGULO DIVIDIDO EM QUATRO COLUNAS, QUE DEVEM SER COLORIDAS DISTINTA- MENTE POR TRÊS CORES, SENDO QUE, CADA COLUNA DEVE SER COLORIDA COM UMA DAS TRÊS CORES, MAS AS CORES NÃO PODEM SER ADJACENTES UMA DAS OUTRAS OU SEJA, DE QUANTAS MANEIRAS DIFE- RENTES É POSSÍVEL PINTAR ESTE RETÂNGULO? Ao estabelecer os procedimentos constata-se que o cálculo poderá ser estabe- lecido da seguinte maneira: 3 ∙ 23 = 24 No que diz respeito ao estudo das potências, no 6º ano, os alunos foram apre- sentados ao assunto por meio das potências de base inteira e expoente natural. No 8º ano, a ideia de potência deverá ser ampliada pelo uso de expoentes naturais e pela discussão das principais propriedades operatórias das potências. Sem perder a generalidade do assunto, a radiciação pode ser entendida como a operação inversa da potenciação. Considerações sobre a avaliação O objetivo específico da apresentação deste tópicorefere-se à exclusividade da apresentação do Princípio Multiplicativo da Contagem e sua ligação com o conceito de potência de um número, neste sentido é importante que o trabalho referente a este assunto seja avaliado com base em problemas contextualizados. Tais problemas po- dem ser tanto os utilizados em sala de aula e criados pelos alunos. 39 Orientação para a recuperação De modo geral, a avaliação de aprendizagem dever ser um processo contínuo, realizado durante toda a etapa de aprendizagem do aluno, sendo assim o professor deve estar atento para eventuais dificuldades que são comuns no trato com os alunos. Essa observação é fundamental para que se fundamente e aplique atividades de recu- peração nas quais ajudem o aluno a acompanhar melhor o curso e obter sucesso na realização das atividades. Destaca-se também a correta identificação da natureza da dificuldade apresen- tada pelos alunos: se está relacionada a alguma defasagem anterior ou se está ligada à especificidade de um determinado conceito ou procedimento operatório. A discus- são de uma atividade exemplar, que articule os diferentes conceitos, pode ser bastante proveitosa, consistindo em uma boa estratégia de recuperação das aprendizagens. Ainda com relação às atividades de recuperação das aprendizagens, o profes- sor poderá utilizar os objetos digitais de aprendizagem constantes na Plataforma Cur- rículo + bem como as aventuras do currículo mais, relativos ao conteúdo proposto nesta seção, seguem os links: Plataforma Currículo +: http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/ Aventuras do Currículo +: http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/aventuras-curri- culo-mais/ Atividades Currículo + : http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/atividade/ 40 Currículo Oficial – SEE-SP Currículo Paulista Tema/ Conteúdo Habilidades Tema/objeto de conheci- mento Habilidades Números Dízimas periódicas e fração geratriz. Conhecer as condi- ções que fazem com que uma razão entre inteiros possa se ex- pressar por meio de dízimas periódicas; saber calcular a gera- triz de uma dízima. Números. Dízimas periódicas e fração geratriz. (EF08MA05) Reconhecer e utilizar procedimentos para a obtenção de uma fração geratriz para uma dízima periódica. 4.3.2 – Dízimas periódicas e fração geratriz Nesta habilidade o ponto central a ser discutido refere-se ao fato de que toda fração irredutível possui uma representação decimal, a qual pode ser finita, infinita e periódica. Além da discussão sobre a obtenção das frações geratrizes, é importante a exploração da “previsão” do tipo de representação decimal de uma fração irredutível por meio de análises e estratégias de fatoração do seu denominador, isto é, quando o denominador é formado apenas pelos fatores primos 2 e 5, geram decimais exatos. Nesse processo, serão aprofundados tanto os conceitos relacionados às noções de múltiplos e divisores de um número natural como as regras de divisibilidade. O conteúdo acima, poderá ser encontrado, no Material de Apoio ao Currículo do Estado de São Paulo, Caderno do Professor, Situação de Aprendizagem 2: As dízi- mas periódicas são previsíveis, Vol. 1, 8º ano, pg. 19 a 27, e também na Situação de Aprendizagem 2: Números racionais e sua escrita decimal, Vol. 1, 9º ano, pg. 29 a 38. Considerações sobre a avaliação Com o desenvolvimento deste conteúdo espera-se que os alunos compreen- dam o campo dos números racionais como compostos por números cuja 41 representação decimal pode ser finita ou periódica e infinita. Tal definição dos números racionais é importante, pois será retomada na discussão sobre outro tipo de campo numérico, os irracionais. No caso das dízimas periódicas, a exploração das primeiras experiências com representações infinitas serviu de base para uma série de atividades com um sentido de investigação e pesquisa. Portanto, na avaliação, a exploração da curiosidade dos alunos, a prática de uma reflexão crítica diante de situações insólitas ou curiosas na escrita dos números, como são as dízimas, é muito mais relevante do que a mera fixa- ção de regras operatórias para determinar as geratrizes. Orientações para a Recuperação Especificamente falando sobre o trato da obtenção da fração geratriz de uma dízima periódica, o professor pode retomar o método que utiliza o princípio da equi- valência entre expressões numéricas (efetuando o produto de ambos os membros por potências de 10), ampliando-a com outros valores. Ainda com relação às atividades de recuperação das aprendizagens, o profes- sor poderá utilizar os objetos digitais de aprendizagem constantes na Plataforma Cur- rículo + bem como as aventuras do currículo mais, relativos ao conteúdo proposto nesta seção, seguem os links: Plataforma Currículo +: http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/ Aventuras do Currículo +: http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/aventuras-curri- culo-mais/ 42 4.4 Grade Curricular do 9º ano do Ensino Fundamental (1º Bimestre) Currículo Oficial – SEE-SP Currículo Paulista Tema/ Conteúdo Habilidades Tema/objeto de conheci- mento Habilidades o Números o Conjuntos numéri- cos; o Números irracio- nais; o Números Reais; o Potencia- ção e radi- ciação em ℝ; o Notação científica. Compreender a neces- sidade das sucessivas ampliações dos con- juntos numéricos, cul- minando com os nú- meros irracionais. Saber representar os números reais na reta numerada. Incorporar a ideia bá- sica de que os núme- ros irracionais so- mente podem ser utili- zados em contextos práticos por meio de suas aproximações ra- cionais, sabendo cal- cular a aproximação racional de um nú- mero irracional. Saber realizar de modo significativo as operações de radicia- ção e de potenciação com números reais. Compreender o signi- ficado e saber utilizar a notação científica na representação de nú- meros muito grandes ou muito pequenos. Números Necessi- dade dos números reais para medir qual- quer seg- mento de reta. Números ir- racionais reconheci- mento e lo- calização de alguns na reta nu- mérica. Potências com expo- entes nega- tivos e fra- cionários. Números reais: nota- ção cientí- fica e pro- blemas. (EF09MA01) Reconhe- cer que uma vez fixada uma unidade de compri- mento, existem segmen- tos de reta cujo compri- mento não é expresso por número racional (como as medidas de di- agonais de um polígono e alturas de um triân- gulo, quando se toma a medida de cada lado como unidade.) (EF09MA02) Reconhe- cer um número irracional como um número real cuja representação deci- mal é infinita e não pe- riódica, e estimar a loca- lização de alguns deles na reta numérica. (EF09MA03) Efetuar cál- culos com números re- ais, inclusive potências com expoentes fracioná- rios. (EF09MA04) Resolver e elaborar situações-pro- blema com números re- ais, inclusive em notação científica, envolvendo di- ferentes operações. 43 4.4.1 Dos naturais aos reais Os conjuntos numéricos Ao longo dos anos finais do Ensino Fundamental os alunos tiveram contato com diferentes conjuntos de números: naturais, frações, decimais, negativos, etc. O 9º ano é o momento ideal para se fazer uma síntese desses números, retomando seus signifi- cados e organizando uma classificação. Antes de classificar os conjuntos numéricos sugerimos que se trabalhe a noção de conjunto e seus elementos. A ênfase maior deve ser dada à resolução de situações-problema e à representação por diagramas, e menos à linguagem simbólica, que será possivelmente desenvolvida ao longo do Ensino Mé- dio. Nesse sentido, o estudo dos conjuntos passou a ser menos centrado na lingua- gem formal e mais voltado para o desenvolvimento do pensamento lógico e a resolu- ção de situações-problema. Os números constituem um dos eixos centrais da Matemática. Aparentemente,a ideia de número pode parecer simples e natural. Se pensarmos em termos de conta- gem de objetos, os números chamados naturais são suficientes para expressar resul- tados e efetuar determinadas operações. Contudo, ao longo da história, as transformações socioculturais da humanidade criaram diferentes necessidades de representação, implicando a criação de outras for- mas de representação numérica; frações, decimais, números negativos, irracionais e imaginários. Cada tipo de número criado pelo homem ampliou não só a capacidade de representação, mas também as possibilidades de solução para diferentes proble- mas. Ao longo do Ensino Fundamental, os alunos tiveram contato com muitas formas de representação numérica. Com os números naturais, puderam representar quantida- des inteiras, registrar contagens, ordenar objetos e conjuntos, realizar operações. Os números racionais aparecem em seguida, primeiro na forma de fração e, depois, como 44 número decimal. As frações surgem para representar quantidades não inteiras, o re- sultado de medidas, a relação entre a parte e o todo de determinado objeto ou con- junto. Os números negativos são estudados no 7º ano, contradizendo a ideia de que os números só podem representar quantidades ou medidas. Finalmente, no 9º ano surgem os números irracionais que representam as medidas de segmentos incomen- suráveis, uma vez que elas não podem ser representadas na forma de uma fração entre dois inteiros. Conjuntos numéricos e operações dos naturais aos racionais. No conjunto dos números naturais sempre podemos realizar as duas operações fundamentais: a adição e a multiplicação, ou seja, quaisquer que sejam a e b perten- centes ao conjunto dos naturais, o resultado de a + b e de a ∙ b será também um na- tural. Dizemos então que o conjunto dos naturais é fechado para a adição e a multipli- cação. Contudo, o mesmo não ocorre em relação às operações inversas. No domínio dos naturais, nem sempre é possível realizar a subtração ou a divisão entre dois núme- ros. Por exemplo, o resultado 2 – 5 ou 5 ÷ 2 não é um número natural. A subtração a – b só pode ser realizada no conjunto dos números naturais se a for maior ou igual a b. A introdução dos números negativos permitiu a ampliação do campo numérico para incluir a operação de subtração sem restrições. No conjunto dos números inteiros, além da adição e multiplicação, qualquer subtração realizada resulta em um número inteiro. Contudo, no domínio dos inteiros, a divisão b ÷ a só pode resultar em um número inteiro se a for um fator de b. Assim de forma semelhante ao que aconteceu com a subtração, a criação dos números fracionários, na forma b a (a e b inteiros, com a≠0), removeu os obstáculos para a operação de divisão, com exceção da divisão por zero. 45 Esse domínio ampliado gerou o conjunto dos números racionais, que é fechado para adição, multiplicação, subtração e divisão. Assim, a ampliação do campo numérico dos naturais para os racionais possibi- litou a criação de um conjunto cujos resultados das quatro operações aritméticas bá- sicas podem ser obtidos sem restrições. Dos racionais aos irracionais. Como vimos, os números racionais permitem expressar o resultado de um pro- cesso de medida. Quando for possível expressar a medida de um segmento com base em outro por meio de uma fração ou número inteiro, dizemos que os segmentos são comensu- ráveis. Em termos práticos, os números racionais podem expressar a medida de quais- quer segmentos comensuráveis. Em termos teóricos, contudo, a questão deve ser ampliada. Nem toda medida pode ser expressa na forma de uma razão entre números inteiros. A descoberta da existência dos segmentos incomensuráveis foi um dos fatos mais surpreendentes da história da Matemática. Um dos exemplos mais conhecidos de incomensurabilidade é a medida da diagonal do quadrado em relação ao lado, que foi atribuída aos pitagóri- cos, na Grécia Antiga8. A existência de segmentos incomensuráveis implicou a criação de um conjunto complementar aos números racionais e que foi denominado irracionais. Entre os nú- meros irracionais, encontram-se as raízes não exatas, como √3, √5, √12, √55 etc., e números como Pi (π) ou Fi (𝜙𝜙), chamados transcendentais ou transcendentes. De modo geral, todos os irracionais possuem uma representação decimal infinita e não perió- dica. A reunião do conjunto dos números racionais com o conjunto dos irracionais deu origem ao conjunto dos números reais. Os números reais possuem uma 8 No Material de Apoio ao Currículo, Caderno do Professor, 9º ano, Vol. 2, pg. 25, consta um detalhamento da situação apresentada. 46 propriedade importante, que será amplamente utilizada no prosseguimento dos estu- dos. Para cada número real, é possível associar um único ponto de uma reta numérica. Assim, a reta real constitui um modelo para representação de todos os números reais, sejam eles racionais ou irracionais. Finalmente, é importante discutir com os alunos que, diferentemente do con- junto dos racionais, os irracionais não são fechados em relação às operações de adição e multiplicação. Por exemplo, embora √3 + √5 seja irracional, o resultado de √3+�–√3� é zero, que é racional. Do mesmo modo, √3 ∙ √3 = √9 = 3, que também é racional. O conjunto dos irracionais também não é fechado para subtração e para di- visão. Oportunizar momentos em que o aluno possa elaborar situações de própria au- toria ou adaptações referentes ao tema. Considerações sobre a avaliação Ao final do desenvolvimento das habilidades descritas no quadro, espera-se que os alunos conheçam as principais características associadas aos conjuntos numéricos, desde os números naturais até os reais e que saibam usar diagramas para representar situações-problema envolvendo relações entre as partes e o todo de um conjunto. Em relação aos conjuntos numéricos, destacamos dois aspectos importantes. O primeiro é a ampliação dos conjuntos numéricos dos naturais aos racionais com base nas quatro operações básicas. E o segundo é a passagem dos racionais para os irracionais, com- pondo o conjunto dos números reais. Estes dois aspectos devem ser bem trabalhados, pois constituirão uma base para o prosseguimento dos estudos no Ensino Médio, prin- cipalmente no que se refere às funções. Orientação para a Recuperação Caso alguns alunos demonstrem dificuldade para compreender o significado dos conjuntos numéricos, recomendamos que se retome um pouco da história dos números, mostrando como esse tipo de representação evoluiu ao longo da história em 47 função das necessidades do homem: o surgimento dos números naturais como uma forma de representar a contagem de objetos ou ordenação; a necessidade de medida provocando o surgimento dos números fracionários (racionais); o desenvolvimento do comércio e das finanças, que demandou a utilização de números negativos para regis- trar dívidas entre outros. Ainda com relação às atividades de recuperação das aprendizagens, o professor poderá utilizar os objetos digitais de aprendizagem constantes na Plataforma Currículo + bem como as aventuras do currículo mais, relativos ao conteúdo proposto nesta seção, seguem os links: Plataforma Currículo +: http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/ Aventuras do Currículo +: http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/aventuras-curri- culo-mais/ Atividades Currículo + : http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/atividade/ Propor situações desafiadoras que extrapolem o conjunto numérico. Exemplo dos naturais propor: 5-7. Também situações problema do cotidiano. Exemplo extrato bancário, saldo de gol de campeonato de futebol, entre outros. 48 5 Resumo das habilidades a serem desenvolvidas no 1º bimestre 6º ano do Ensino Fundamental Tema Habilidade Números Compreender as principais características
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