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19/03/2021 1 MANEJO DE FERIDAS Prof Eduardo Capasso Regeneração X Cicatrização • A regeneração tecidual é a reposição do tecido lesionado • mantendo-se a estrutura e função original (há reposição celular) • Lesões superficiais e sem perda de tecido • O reparo tecidual é a formação do tecido cicatricial • Tecido de preenchimento (tecido conjuntivo vascularizado) • Não funcional • Lesões extensas Os tecidos lesionados curam-se por regeneração, reparo, ou a combinação destas duas modalidades Regeneração X Cicatrização • Tecidos lábeis – divisão contínua • epitélio, hematopoiético, medula óssea • Tecidos estáveis – quiescentes • hepático , fibroblastos, musculatura lisa • Tecidos permanentes – não há divisão • Neurônios, m. estriados (esquelético e cardíaco) Capacidade de regeneração dos tecidos Regeneração X Cicatrização • Tecidos permanentes • Depende da extensão • Lesão tecidual • Prejuízo na função do órgão ou tecido • Tecido de granulação notável • Tecidos lábeis ,Tecidos estáveis • Lesão tecidual • Alterações quase que insignificantes na função do tecido • Tecido de granulação discreto 1 2 3 4 19/03/2021 2 Fases da cicatrização 1) Inflamatória / formação de Coagulo 2) Debridamento 3) Proliferação / Granulação 4) Maturação Fase Inflamação • Duração – 3 a 5 dias • Características – edema, dor, rubor, calor • Substâncias vasoconstritoras, formação de coágulo Fase debridamento 5 6 7 8 19/03/2021 3 Fase proliferativa Início - Após 3 a 5 dias Proliferação de fibroblastos – colágeno – angiogênese Tecido de granulação (0,4 a 1 mm/dia) Epitelização Fase maturação • início após o colágeno ser depositado adequadamente – 17 a 20 dias • centrípeta • Colágeno tipo 3 colágeno tipo 1 Tipos de Cicatrização • 1º intenção - União perfeita de bordos (intervenção) • Sutura, grampos ou cola Cirúrgica • 2º intenção - Cicatrização CENTRÍPETA “de FORA PRA DENTRO” , Ocorre por Granulação, Epitelização e Contração dos tecido • 3º intenção- Procedimento (cirúrgico) para acelerar a cicatrização por 2º intenção 9 10 11 12 19/03/2021 4 Principais causas de ferimentos • Traumática • Neoplasia • Medicações (Uso tópico, Aplicação) • Infecção - abscessos • Substâncias químicas • Temperatura • Parasitárias (Miíase – “Berne”) Principais causas • Traumático • Automobilístico • Brigas • Quedas • Armas de fogo • Iatrogenia Trauma • Cuidado com o que não consegue ser “visto” 13 14 15 16 19/03/2021 5 Armas de fogo • Pequeno orifício de entrada Briga - mordedura • Efeito “iceberg” Iatrogênico • Medicamentos em vias não corretas • Procedimentos Cirúrgicos • Atos de crueldade Infecção parasitária • Miíase 17 18 19 20 19/03/2021 6 Temperatura Classificação das feridas • TIPO • ETIOLOGIA • GRAU DE CONTAMINAÇÃO Classificação Tipo • Aberta • Fechada = Contusão • Equimose • Hematoma Classificação etiologia • Abrasão ou avulsão 21 22 23 24 19/03/2021 7 Classificação etiologia • Incisão e Laceração Classificação etiologia • Puntiforme Classificação por Contaminação • Limpa – procedimento cirúrgico • Limpa contaminada – cirúrgico com contaminação • Contaminada/ Suja – contaminação ambiental • Contaminada/ Suja e infectada – infeccionada Classificação das feridas • Limpa – procedimento cirúrgico • Não traumático 25 26 27 28 19/03/2021 8 Classificação das feridas • limpa contaminada – ferida cirúrgica na qual houve abertura dos tratos respiratório, gástrico e urinário Classificação das feridas • Suja – contaminação ambiental (BRIGAS E TRAUMAS) Classificação das feridas • Suja e infectada – infeccionada GESTÃO BÁSICA DE FERIMENTOS • Evite mais contaminação da ferida • remover tecidos mortos • Remova detritos e contaminantes estranhos • drenagem adequada da ferida • Estabelecer um leito vascular viável • Selecione o método apropriado de fechamento 29 30 31 32 19/03/2021 9 Contaminada X Infectada ❑ Feridas Contaminadas • Ocorreram há menos de 6 horas ❑ Feridas Infectadas – • Com mais de 6 horas de evolução • Após 3 horas em feridas por mordedura Fatores que alteram a cicatrização intrínsico • Alterações locais 1. Vascularização 2. C.E. 3. Espaço morto (Seroma) 4. Infecção 5. Técnica cirúrgica • Alterações Sistêmicas 1. Alterações metabólicas 2. Idade Fatores que alteram a cicatrização • Extrínsico ✓Umidade ✓Erro técnica curativos ✓Agentes tópicos inadequados ✓Medicamentos inadequados - corticóides Tratamento das feridas 1. Limpeza e Tricotomia 2. Curativo 3. Debridamento 4. Antimicrobianos 5. Drenos 33 34 35 36 19/03/2021 10 Manejo e limpeza das feridas • Tem como objetivo remover C.E., coágulos, tecidos necrosado, infecção. • Principal cuidado: HIGIENE Manejo e limpeza das feridas • Produtos para lavagem das feridas ✓ H2O potável ✓ Solução salina ✓ Solução RL ✓ Solução de Clorexidina 0,05 % ✓ Iodo polvidona 0,1 a 0,5% 37 38 39 40 19/03/2021 11 Lavagem das feridas • Grande volume • Em geral 0,5 a 1 litro , Fluxo continuo e com pressão • Frasco de soro com agulha (40x12 ou 40x16) • Sistema com Torneira de 3 vias • Equipo • Torneira de 3 vias • Seringa de 20 ou 60 ml • Agulha 40x12 ou 40x16 • Sondas Curativos Os curativos tem como principal função: • Proteger a Ferida (Proteção mecânica) • Contenção de danos • Analgesia • Promover a cicatrização • Diminuir edema • Proteger auto-multilação 41 42 43 44 19/03/2021 12 Curativos • Basicamente compostos por 3 camadas: 1. Camada de Contato – aderente ou não aderente 2. Camada Intermediária - absortivos 3. Camada Externa Camada de Contato Tem contato Direto com o Ferimento • Aderente : Tem função debridar a ferida (retirada mecânica de tecidos necrosados) – fase inflamatória • Material : Gaze seca, compressa • Não Aderente : Quando não tem necessidade de debridagem do ferimento – fase inflamatória/proliferativa • Material : Gaze com pomada, produtos comerciais Camada de contato Camada intermediária • Principais objetivos • Absorção de exsudato • Manter a camada de contato em seu lugar • Diminuir edema e espaço morto • Conforto Material - Algodão , Absorventes 45 46 47 48 19/03/2021 13 Camada Externa Principais objetivos • Fixação das outras camadas • Proteção contra contaminação externa Material o Fitas adesivas (Micropore, Esparadrapo) o Ataduras/Faixas elásticas o Malhas tubulares o Roupas “pós operatórias” Tratamento de feridas contaminadas • Debridamento • Antibióticoterapia Debridamento • Seletivo 1. Cirúrgico 2. Mecânico – Menos agressivo • Não seletivo 1. Autolitico (uso tópicol gels, dressings) 2. Enzimatico (use of topical enzymes) 3. Bioterapêutico (maggot debridement therapy) Debridamento seletivo - cirúrgico • Remoção tecido necrótico • Reavivar bordas 49 50 51 52 19/03/2021 14 Debridamento seletivo- mecânico • Material abrasivo – Gazes e compressas • Tecido viável • Pode ser feito sem anestesia geral- “esfregar até sangrar” Debridamento não seletivo - Autolítico (uso tópicol géis e curativos) - Autolise de tecido necrótico - Enzimático – papaína, tripsina, colagenase Debridamento não seletivo • Bioterapêutico • Larvas e sangue-sugas Antimicrobianos Tópicos - alguns cuidados devem ser observados • viabilidade do tecido, • infecção presente, • volume de exsudato, • estágio da cicatrização • imunidade Sistêmicos • Cultura e antibiograma 53 54 55 56 19/03/2021 15 Drenos • Função – drenar líquido derivado de espaço morto • Evitar deiscência de pontos • Diminuir potencial infeccioso Drenos Passivos • Penrose – (capilaridade) • Vantagens e complicações Drenos Ativos Dreno ativo Controle de espaço morto 57 58 59 60 19/03/2021 16 61 62 63 64 19/03/2021 17 Tratamento cirúrgicode feridas crônicas Tratamento a vácuo • Bactérias aeróbias • Vantagens e desvantagens conduta Ferida queimadura 65 66 67 68 19/03/2021 18 ABSCESSO Coleção de pus circunscrita em cavidade neoformada, localizada em qualquer parte do corpo, sendo menos freqüente em tecido ósseo, dentário e cartilaginoso. Membrana piogênica Pus Tecido de granulação Pele ABSCESSO ETIOLOGIA ▪ Traumática ▪ Piogênica ABSCESSO CLASSIFICAÇÃO ▪ Agudo/quente ou crônico/frio ▪ Superficial ou profundo ▪ Maduro ou imaturo 69 70 71 72 19/03/2021 19 ABSCESSO EVOLUÇÃO − Período de 4 a 6 dias − Centro duro e periferia macia − Centro flutuante e periferia dura ABSCESSO SINAIS CLÍNICOS ▪ Locais − Edema, hiperemia, calor e dor − Claudicação ▪ Sistêmicos − Hipertermia e inapetência − Variáveis em abscessos profundos ABSCESSO – EQÜINO ABSCESSO FACIAL – FELINO 73 74 75 76 19/03/2021 20 ABSCESSO MAMÁRIO – VACA ABSCESSO DIAGNÓSTICO ▪ Abscesso superficial − Anamnese, inspeção e palpação ▪ Abscesso profundo − Anamnese, inspeção e palpação − Exames auxiliares − Cirurgia exploratória ABSCESSO TRATAMENTO Objetivos: − Favorecer a formação de pus − Promover a drenagem − Orientar a cicatrização 77 78 79 80 19/03/2021 21 ABSCESSO TRATAMENTO ▪ Abscesso imaturo (fase inicial): − Estimular a maturação Compressas / duchas quentes − Antibiótico e antiinflamatório sistêmicos ABSCESSO TRATAMENTO ▪ Abscesso maduro: − Drenagem cirúrgica − Curetagem, lavagem e colocação de dreno − Antibiótico e antinflamatório sistêmicos ABSCESSO DRENODRENAGEM 81 82 83 84 19/03/2021 22 DRENO DRENOS 85 86 87 88 19/03/2021 23 TRATAMENTO CIRÚRGICO TRATAMENTO CIRÚRGICO TRATAMENTO CIRÚRGICO ABSCESSO PROFUNDO TRATAMENT O CIRÚRGICO ABSCESSO PROFUNDO 89 90 91 92 19/03/2021 24 TRATAMENTO CIRÚRGICO ABSCESSO CRÔNICO TRATAMENTO CIRÚRGICO ABSCESSO CRÔNICO FLEGMÃO FLEGMÃO Inflamação do tecido conjuntivo sem tendência à circunscrição, com formação de pus e tecido necrótico. 93 94 95 96 19/03/2021 25 FLEGMÃO ETIOLOGIA • Debilidade orgânica e contusões graves ▪ Fatores predisponentes • Agentes bacterianos piogênicos ▪ Fatores determinantes FLEGMÃO • SINAIS CLÍNICOS • ▪ Locais edema, hiperemia, calor e dor; pele escurecida e com insensibilidade; abscedação. • • Sistêmicos hipertermia, anorexia, polidipsia, desidratação, prostração e taquicardia. FLEGMÃO • DIAGNÓSTICO • Anamnese • Exame clínico • Exames auxiliares FLEGMÃO • TRATAMENTO (idem ao do abcesso) • Drenagem cirúrgica • Curetagem, lavagem e colocação de dreno • Antibiótico e antinflamatório sistêmicos • Corrigir alterações sistêmicas, quando presentes. 97 98 99 100 19/03/2021 26 FLEGMÃO PROGNÓSTICO Reservado ou ruim (toxemia) 101
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