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Resumo de IESC – Duda Valio Conhecer o conceito de acidente. acidente substantivo masculino 1. acontecimento casual, fortuito, inesperado; ocorrência. 2. qualquer acontecimento, desagradável ou infeliz, que envolva dano, perda, sofrimento ou morte. "o a. matou a família inteira" Quem corre risco maior? O risco é mais elevado para crianças em idade pré-escolar, de 2 a 5 anos, que costumam sofrer traumas e lesões com maior frequência. Nessa idade ainda não possuem o menor conhecimento dos riscos e perigos que as cercam. Se não forem bem supervisionadas e se a casa onde moram não estiver preparada e dotada das principais medidas de prevenção, certamente acabarão se acidentando com uma frequência ainda maior. Identificar os cuidados com as crianças a fim de evitar acidentes (de 0 a 10 anos). Quais são os ambientes da casa onde os casos de acidente acontecem com mais frequência? Nas residências, ou ambiente de uso corriqueiro, os locais mais frequentes, que representam maior risco e onde ocorrem lesões mais graves, são (em ordem decrescente): cozinha, banheiro, corredor, escada, quarto e sala. Recomendações gerais da SBP (válidas para todos os cômodos) 1) Tomadas elétricas devem estar protegidas. A fiação deve estar em bom estado e fixada no alto e os fios precisam ficar presos e recolhidos; 2) As janelas devem ser protegidas por grades ou telas. Se forem do tipo basculante, a abertura deve estar limitada a 10 cm com corrente; 3) Nenhum móvel deve estar embaixo das janelas para desestimular tentativas de escalada e evitar quedas; 4) Os móveis devem ter cantos arredondados para evitar lesões e traumas; 5) Não fumar dentro de casa e nunca na cama; 6) Cortinas não devem ter puxadores para evitar enforcamento e circulação; 7) As escadas devem ter portões ou cancelas (em cima e em baixo) para evitar quedas. Recomendações gerais da SBP - Cozinha 1) Deve contar com portão para impedir o acesso da criança, em especial no momento de preparo das refeições; 2) No momento de preparo de alimentos, utilizar os queimadores (bocas) da parte de trás do fogão; 3) Os cabos de panela devem estar virados para dentro e para trás; 4) Objetos cortantes (facas, garfos, pratos e copos de vidro) devem ficar fora do alcance, em gavetas e armários com travas; 5) Os materiais de limpeza devem estar em suas embalagens originais e fora do alcance, em armários altos e trancados; Resumo de IESC – Duda Valio 6) botijão de gás precisa ser mantido do lado de fora da cozinha e as válvulas de liberação sempre fechadas. Recomendações gerais da SBP - Banheiro 1) Armários contendo cosméticos, medicamentos, aparelhos elétricos devem ficar no alto e trancados; 2) O piso deve ser mantido seco. Se tiver tapete, que seja antiderrapante; 3) O ambiente precisa ser bem ventilado, sendo que se houver aquecedor a gás, ele deve passar por controle periódico; 4) Aparelhos elétricos não devem ser mantidos nas tomadas ou ligados após o uso; 5) A tampa do vaso sanitário deve ser mantida fechada e travada. Recomendações gerais da SBP – Corredor e escada 1) Essas áreas devem ser mantidas constantemente iluminados; 2) O piso deve ser antiderrapante, sem tapetes ou objetos que atrapalhem a circulação. Recomendações gerais da SBP – Quarto das crianças 1) As camas devem ter largura de 80 cm a 1 metro, com proteções laterais e os espaços entre as grades devem ser de 5 a 7 cm para evitar que as crianças prendam a cabeça, mãos ou pés; 2) Cuidados semelhantes devem ser tomados com os beliches; 3) Cobertores e lençóis devem ser presos no pé da cama para evitar asfixia; 4) Evitar colocar TV e abajures; 5) Os brinquedos devem ser acondicionados em caixas com tampas removíveis. No caso, os usados por crianças maiores precisam ficar em prateleiras mais altas, longe dos menores. Recomendações gerais da SBP – Quarto do casal 1) TV e outros aparelhos colocados devem ser instalados sobre móveis firmes e estáveis; 2) Evitar usar a mesma tomada para dois ou mais aparelhos elétricos; 3) Medicamentos, perfumes e cosméticos devem ser guardados em armários altos e trancados. Recomendações gerais da SBP – Salas de estar e de jantar 1) O espaço para a circulação precisa ser suficiente para todos; 2) É importante serem mantidas em ordem; 3) Os aparelhos eletrônicos devem ser deixados fora do alcance das crianças; 4) Bebidas alcoólicas, fósforos e isqueiros precisam ser acondicionados em armário alto e trancado; 5) Os móveis devem ter pontas rombas, sendo que as mesas precisam ser firmes, de material inquebrável e não ter objetos e enfeites pequenos que podem ser engolidos ou aspirados; 6) Evitar plantas ornamentais de fácil acesso; 7) As portas de vidro devem estar sinalizadas e mantidas fechadas. Recomendações gerais da SBP – lavanderia, jardim, quintal, garagem, varandas elevadoras Resumo de IESC – Duda Valio 1) Produtos de limpeza, pesticidas, herbicidas, ferramentas e outros objetos devem ser mantidos em armários altos e trancados; 2) Baldes e bacias devem ser esvaziadas após uso e mantidos em local alto; 3) O tanque de lavar roupa deve ter fixação adequada e não se deve deixá-lo cheio de água ou roupas; 4) A churrasqueira deve ter fixação adequada e mantida protegida e longe das crianças; 5) Não usar álcool líquido, pelo risco de queimaduras; 6) A piscina deve ter muro, cerca ou grades de proteção (em seus quatro lados) e portão com tranca alta, lona de cobertura e alarme; 7) Portões e portas de saída devem estar sempre fechados e trancados; 8) Deve ser realizada busca periódica de plantas venenosas ou tóxicas; 9) Menores de 10 anos nunca podem andar sozinhos no elevador. Contextualizar sobre o impacto da violência à criança. A violência contra crianças e adolescentes abrange os maus-tratos físicos e emocionais, o abuso sexual e a negligência. No caso de lactentes e crianças pequenas, a violência assume principalmente a forma de maus-tratos nas mãos de pais, mães, cuidadores e outras figuras de autoridade. À medida que as crianças crescem, também se tornam comuns a violência entre colegas e a violência nas relações íntimas — bullying, brigas, violência sexual e agressão, muitas vezes com armas de fogo e armas brancas. Durante a infância, uma de cada quatro crianças sofre maus-tratos físicos, ao passo que quase uma de cada cinco meninas e um de cada 13 meninos são vítimas de abuso sexual. O homicídio é uma das cinco principais causas de morte de adolescentes. Apesar da alta prevalência, muitas vezes esse tipo de violência é ocultado, passa despercebido ou não é denunciado. A violência contra crianças tem efeitos consideráveis e duradouros que ameaçam o bem-estar infantil e podem persistir até a idade adulta. A exposição à violência em idade precoce pode prejudicar o desenvolvimento cerebral e acarretar uma série de consequências imediatas e permanentes para a saúde física e mental. O impacto imediato e a longo prazo para a saúde pública e os custos econômicos corroem os investimentos em educação, saúde e bem-estar infantil. A violência contra crianças também abala a capacidade produtiva das gerações futuras. Resumo de IESC – Duda Valio Compreender as estratégias do profissional da Atenção Básica frente ao caso de violência contra a criança. Esta estratégia visa a melhorar o acesso a serviços de apoio de qualidade nas áreas de saúde, bem-estar social e justiça criminal para todas as crianças que deles necessitem — inclusive para denunciar casos de violência — a fim de reduzir o impacto da violência a longo prazo. As crianças expostas à violência precisam ter acesso a vários serviços de saúde e apoio que promovam a superação dessa experiência. Esses serviçostambém podem ajudar a romper o ciclo de violência na vida das crianças e ajudá- las a reagir melhor e se recuperar. Os serviços básicos de saúde, como a atenção médica de emergência a lesões relacionadas com a violência e a atenção clínica a vítimas de violência sexual (inclusive profilaxia pósexposição à HIV em casos de estupro, quando houver indicação), são a Resumo de IESC – Duda Valio prioridade. Quando esses serviços básicos existem e são voltados para crianças, serviços complementares as ajudam a buscar outros aspectos essenciais de apoio e Resultados esperados: • Redução da violência física contra crianças cometida por pais, mães ou outros cuidadores • Redução da violência infligida pelo parceiro íntimo • Redução do número de casos de casamento precoce e forçado de meninas • Redução do número de crianças testemunhas de violência infligida pelo parceiro íntimo • Ampliação de normas e atitudes sociais contrárias à violência infligida pelo parceiro íntimo atenção, a denunciar incidentes violentos e a ser encaminhadas a outros serviços de referência. Estes incluem aconselhamento e apoio terapêutico, rastreamento de casos combinado a intervenções, programas no sistema de justiça criminal de tratamento para jovens em conflito com a lei e intervenções de acolhimento com a participação de serviços de bem-estar social. Resultados esperados: • Redução da recorrência do mesmo tipo de violência a curto prazo • Redução de sintomas de trauma (por exemplo, transtorno de estresse pós-traumático, depressão, ansiedade) • Redução de infecções sexualmente transmissíveis e de suas consequências negativas para a saúde reprodutiva • Redução da probabilidade de ser vítima ou autor de violência a curto prazo e em etapas posteriores da vida ECA: Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente. Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao conselho tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais. 5 Parágrafo único. As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas à Justiça da Infância e da Juventude. Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos. Parágrafo único. É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias. Identificar os sinais de violência física e sexual. Mudanças de comportamento Resumo de IESC – Duda Valio O primeiro sinal é uma possível mudança no padrão de comportamento da criança, como alterações de humor entre retraimento e extroversão, agressividade repentina, vergonha excessiva, medo ou pânico. Essa alteração costuma ocorrer de maneira imediata e inesperada. Em algumas situações a mudança de comportamento é em relação a uma pessoa ou a uma atividade em específico. Proximidades excessivas A violência costuma ser praticada por pessoas da família ou próximas da família na maioria dos casos. O abusador muitas vezes manipula emocionalmente a criança, que não percebe estar sendo vítima e, com isso, costuma ganhar a confiança fazendo com que ela se cale. Comportamentos infantis repentinos É importante observar as características de relacionamento social da criança. Se o jovem voltar a ter comportamentos infantis, os quais já abandonou anteriormente, é um indicativo de que algo esteja errado. A criança e ao adolescente sempre avisam, mas na maioria das vezes não de forma verbal. Silêncio predominante Para manter a vítima em silêncio, o abusador costuma fazer ameaças de violência física e mental, além de chantagens. É normal também que usem presentes, dinheiro ou outro tipo de material para construir uma boa relação com a vítima. É essencial explicar à criança que nenhum adulto ou criança mais velha deve manter segredos com ela que não possam ser compartilhados com pessoas de confiança, como o pai e a mãe, por exemplo. Mudanças de hábito súbitas Uma criança vítima de violência, abuso ou exploração também apresenta alterações de hábito repentinas. O sono, falta de concentração, aparência descuidada, entre outros, são indicativos de que algo está errado. Comportamentos sexuais Crianças que apresentam um interesse por questões sexuais ou que façam brincadeiras de cunho sexual e usam palavras ou desenhos que se referem às partes íntimas podem estar indicando uma situação de abuso. Traumatismos físicos Os vestígios mais óbvios de violência sexual em menores de idade são questões físicas como marcas de agressão, doenças sexualmente transmissíveis e gravidez. Essas são as principais manifestações que podem ser usadas como provas à Justiça. Enfermidades psicossomáticas Unidas aos traumatismos físicos, enfermidades psicossomáticas também podem ser sinais de abuso. São problemas de saúde, sem aparente causa clínica, como dor de cabeça, erupções na pele, vômitos e dificuldades digestivas, que na realidade têm fundo psicológico e emocional. Negligência Muitas vezes, o abuso sexual vem acompanhado de outros tipos de maus tratos que a vítima sofre em casa, como a negligência. Uma criança que passa horas sem supervisão ou que não tem o apoio emocional da família estará em situação de maior vulnerabilidade. Resumo de IESC – Duda Valio Frequência escolar Observar queda injustificada na frequência escolar ou baixo rendimento causado por dificuldade de concentração e aprendizagem. Outro ponto a estar atento é a pouca participação em atividades escolares e a tendência de isolamento social. Explicar as dimensões da linha de cuidado na Atenção Básica e as estratégias de execução. • Desenvolver ações de promoção da saúde e prevenção de violências; • Conhecer as diversas formas de manifestação da violência; • Identificar os casos suspeitos de violência na comunidade; • Cuidar de crianças em situação de violência, procurando ampliar a rede de cuidados e de proteção social para a tomada de decisões; • Buscar apoio da rede de cuidados e de proteção social no território, para interromper a violência, especialmente a de repetição, encaminhando as crianças para os serviços especializados identificados como referências no território; • Realizar o acompanhamento da criança e da família, enquanto não houver a alta do serviço de saúde; • Realizar o seguimento da criança e de sua família em situação de violência para a continuidade do cuidado na rede de proteção social; • Fazer intenso trabalho de articulação em todo este processo, não apenas com os serviços da rede de saúde e das demais políticas públicas (escola, Cras etc.), mas também com as forças vivas da comunidade, como associações de moradores, organizações não governamentais, sindicatos, igrejas etc. (SOUZA, 2007; FERNANDES; CURRA, 2007). A Atenção Básica assume um papel importante para a atenção integral à saúde das crianças e de suas famílias em situações de violência, por ser o serviço responsável pela coordenação das ações de cuidado no território. Os cuidados relativos às crianças em situações de violência encontram-se detalhados no documento “Linha de Cuidado para a Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violências: Orientação para Gestores e Profissionais de Saúde”. No seu conteúdo são abordados os seguintes temas: (a) promoção da saúde e da cultura da paz; (b) prevenção de violência; (c) vulnerabilidade para violências; (d) situações de risco e de proteção; (e) alerta para sinais e sintomas de violências; (f) definição das quatro dimensões emlinha de cuidado; e (g) rede de cuidados e de proteção social (BRASIL, 2010). A seguir, serão apresentadas, de forma resumida, as quatro dimensões do cuidado como prática de saúde, conforme mostra a figura 4. Resumo de IESC – Duda Valio A linha de cuidado é uma estratégia para a ação, um caminho a ser percorrido para o alcance da atenção integral, uma vez que cria a sinergia entre os profissionais envolvidos e fortalece a responsabilização dos serviços numa cadeia de produção do cuidado em todos os espaços da atenção e de proteção (BRASIL, 2010). ● Acolhimento O acolhimento da criança e da família em situação de violência deve permear todos os locais e momentos do processo de produção de saúde, como uma ação contínua em todo o percurso da atenção na rede de cuidado e de proteção social, diferenciando-se da tradicional triagem. A atenção básica exerce um papel fundamental na dimensão da garantia do acesso e do acolhimento por ser o primeiro contato da criança e da família com o serviço. Neste sentido, os profissionais de saúde que compõem a equipe de Saúde da Família são os atores principais na referida abordagem (BRASIL, 2010; FERREIRA, 2005). Como fazer o acolhimento? • Todo e qualquer membro da equipe deve receber as crianças e suas famílias de forma empática e respeitosa; • Deve-se acolher a criança e a família em lugar específico para este tipo de atendimento; • Acompanhe o caso e proceda aos encaminhamentos desde a entrada da criança e de sua família no setor de saúde até o seguimento deles para a rede de cuidado e de proteção social; • Adote atitudes positivas e de proteção à criança e à sua família; • Atue de forma conjunta com toda a equipe (BRASIL, 2010). ● Atendimento De forma muito frequente, o profissional de saúde depara-se com situações de difícil diagnóstico e desconhece qual encaminhamento deve ser dado aos casos de violência. Sempre que possível, é importante que a avaliação seja feita por uma equipe multiprofissional, que pode compartilhar da decisão diante de cada caso (FERNANDES, C. L. C.; CURRA, 2007; ASSOCIAÇÃO..., 2003; SOCIEDADE..., 2001) [D]. Como o profissional de saúde pode contribuir para a interrupção do ciclo de violência? Situações de violência precisam ser interrompidas. Eticamente, é necessário conversar com a família, explicar que, mesmo que não tenha havido a intenção de ferir ou negligenciar, a criança está em situação de risco e o profissional de saúde tem a obrigação legal de comunicar o que está acontecendo às instituições de proteção. Além disso, deverá salientar que a família se beneficiará da ajuda dos órgãos competentes. Desta forma, mantém-se uma atitude de solidariedade e cooperação, pois a família precisará de amparo e de reorganização de vínculos durante o processo de atendimento. É importante orientar a família quanto ao seu papel de proteção, explicando as graves consequências da violência para o crescimento e o desenvolvimento da criança [D]. A proteção da criança deve nortear todo o atendimento prestado, objetivando seu bem-estar e o de seus familiares, além de sua segurança. Tal visão auxilia o profissional de saúde a acolher a família e a adotar uma atitude empática para com os pais e cuidadores (FERNANDES; CURRA, 2007; ASSOCIAÇÃO..., 2003; BRASIL, 2002; SOCIEDADE..., 2001; NATIONAL..., 2006; FERREIRA, 2005; LIVI, 2007). O que fazer? • Realize a consulta clínica: anamnese, exame físico; • Avalie o caso (quando necessário, requisite a presença de outros profissionais, para a complementação do diagnóstico); • trate e oriente a família sobre os cuidados; Resumo de IESC – Duda Valio • Ofereça à família e às crianças os serviços especializados de psicologia e assistência social da sua equipe Nasf de referência; • Discuta o caso com toda a equipe da área – médico(a), enfermeiro(a), odontólogos, técnicos e agentes comunitários de saúde –, para que todos se envolvam no plano de cuidado da família exposta à violência; • Garanta-lhes a assistência continuada e interdisciplinar. ● Notificação A notificação dos casos de violência deve ser entendida como um importante instrumento de proteção à criança e de apoio às suas famílias. Além do mais, permite que o profissional de saúde, após o registro e o conhecimento do caso, atue na perspectiva de prevenção da violência, especialmente as de repetição, mediante a orientação e o acompanhamento das famílias quando o evento ocorre no âmbito familiar (BRASIL, 2010). A comunicação dos casos suspeitos e confirmados à autoridade competente (Conselho Tutelar ou Vara da Infância e da Juventude) é obrigatória e de responsabilidade do profissional de saúde, conforme o previsto nos Artigos nº 13 e nº 245 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069/1990, regulamentada pelo Ministério da Saúde, por intermédio da Portaria MS/GM nº 1.968/2001, que dispõe sobre a notificação de casos suspeitos e confirmados de maus-tratos (violências) contra crianças e adolescentes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2002). Os registros claros e compreensíveis sobre o tipo e a natureza da violência e sobre os dados do local de ocorrência e do possível agressor são variáveis que podem subsidiar as autoridades de saúde e do sistema de defesa e proteção para a adoção de medidas adequadas de cuidados e de proteção integral da criança. Nesta mesma linha, recomenda-se que sejam registrados em prontuário os dados de anamnese e dos exames físico e complementar, pois o sistema judiciário poderá solicitá-los à unidade de saúde (BRASIL, 2010; BRASIL, 2002). Ao registrar a violência, o profissional reconhece as demandas especiais da vítima e aciona os mecanismos de proteção de responsabilidade do poder público. O trabalho do Conselho Tutelar visa à garantia dos direitos da criança, mediante a adoção de procedimentos necessários para a proteção integral da criança (BRASIL, 2002). Como notificar? • Preencha a “Ficha de Notificação/Investigação Individual: Violência Doméstica, Sexual e/ ou Outras Violências Interpessoais”. É muito importante que a ficha seja preenchida no seu inteiro teor. Isso exige que os profissionais de atenção básica sejam capacitados para garantir a confiabilidade dos dados. • Comunique o fato ao conselho tutelar que atende a comunidade ou ao conselho tutelar de sua respectiva área de atuação, mediante o envio de uma via da ficha. Se, porventura, não existir um conselho tutelar na região, encaminhe o caso para a Vara da Infância e da Juventude ou para o Ministério Público ou, ainda, para o órgão ou a autoridade competente. • Arquive uma via da ficha no serviço ou na unidade de saúde que realizou a notificação ou que seja responsável pelo registro do caso. • Qualquer pessoa vítima ou testemunha que necessite de orientação anônima pode utilizar o serviço de “disque-denúncia” no âmbito local ou discar 100 (Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes), que é um serviço válido para todo o território nacional e pode ser feito como uma simples ligação local, sem a necessidade de interurbano. O Disque-100 recebe denúncias de violação de direitos humanos de crianças e adolescentes, além Resumo de IESC – Duda Valio de prestar orientações sobre os serviços e as redes de atendimento, defesa e proteção existentes nos estados e municípios brasileiros ● Seguimento na rede A criança deve ser encaminhada e acompanhada para um serviço especializado que seja identificado com a referência, no território nacional, independentemente do nível de atenção, mesmo depois da notificação, pois as funções dos conselhos não substituem as da equipe de saúde no acompanhamento terapêutico de cada caso. É fundamental que a equipe de saúde que identificou o caso mantenha o vínculo e o acompanhamento da criança e de sua família, monitorando o atendimento pelo serviço especializado,quando for o caso, acolhendo e oportunizando espaço para que tanto a criança quanto a família possam expressar seus sentimentos frequentes (culpa, vergonha, impotência, confusão, ambivalência, tristeza, medo, insegurança e desamparo). É importante também que a equipe esteja alerta para novas situações de risco e novos episódios de violência e garanta à criança e à família o acompanhamento de saúde e a oferta de ações de promoção e proteção. O acompanhamento da criança e da família pela equipe de saúde e pelo serviço de atenção básica ou especializado pode ser determinante para a sua adesão ao tratamento (FERREIRA, 2005). A discussão dos casos atendidos, a supervisão continuada, as capacitações e a atuação multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial possibilitam que as equipes de saúde desenvolvam habilidades que permitem: (a) o reconhecimento de situações de vulnerabilidade e risco para a violência; (b) a atuação de forma preventiva junto às famílias e à comunidade; e (c) o aprimoramento de ações de promoção da saúde (SOUZA, 2007). Além disso, o atendimento às vítimas da violência e às suas famílias pelas equipes de saúde deve estar vinculado a redes de proteção e apoio que articulem ações intersetoriais (BRASIL, 2010). Como acionar a rede de cuidados e de proteção social? De acordo com cada caso e as possibilidades terapêuticas, deve-se: • Acionar a rede de saúde: unidades básicas, equipes de saúde da família, unidades e serviços especializados para a atenção a crianças e adolescentes em situações de violência, hospitais, unidades de pronto-atendimento (Upa 24h), unidades de urgências, Caps e Capsi. • Acionar a rede de defesa e proteção social: o Conselho Tutelar ou a Vara da Infância e da Adolescência, o Ministério Público, o Cras, o Creas e as escolas, entre outros órgãos e estabelecimentos. Apontar os fatores de vulnerabilidade contra a criança, durante a gestação e no puerpério. Fatores de vulnerabilidade para a violência contra crianças • Pais muito jovens, solteiros, de baixo nível socioeconômico e um dos parceiros com menos tempo de estudo do que o outro [B]. • Ambientes familiares instáveis (em decorrência de violência intrafamiliar), uso abusivo de álcool e/ou drogas. • Pais com baixa autoestima, controle deficiente de impulsos, problemas de saúde mental, comportamentos antissociais. • Pais que foram maltratados na infância [C]. Resumo de IESC – Duda Valio • Violência aprendida como forma de resolução de conflitos. • Uso da punição física (palmada) como prática normal de disciplina. • Abuso de substâncias, estresse e isolamento social [C]. • Fatores que aumentam o nível de conflito e a capacidade de lidar com ele e encontrar apoio (perda de emprego, doenças etc.) [C]. • Elevados níveis de pobreza, desemprego e rotatividade populacional que impactam o comportamento parental, deteriorando as estruturas físicas e sociais da comunidade [C]. • Normas culturais com definições rígidas de papéis do casal, relação com os filhos, famílias isoladas do convívio social (SOUZA, 2007). • Rede de proteção social frágil e ausência de políticas públicas de proteção para crianças e famílias, além da facilidade de ingresso e da receptividade das organizações criminosas que utilizam crianças e adolescentes [C]. • Crianças com distúrbios psíquicos ou mentais (RUBIN et al., 2003; BORDIN et al., 2006; HABIGZANG et al., 2005) [C]. Fatores de vulnerabilidade para a violência na gestação e no puerpério Na gestação, alguns dos fatores de vulnerabilidade são os seguintes: gravidez indesejada, ocultação da gravidez, tentativa de aborto, desejo de “doar” o filho, mãe solteira sem suporte emocional, desajustes sérios entre os genitores, história de doença mental ou distúrbios emocionais, drogadição, alcoolismo, história de comportamentos violentos, história pessoal de vitimização perinatal, depressão, raiva, apatia, comentários depreciativos sobre o bebê (CARDOSO et al., 2006) [D]. Já no puerpério, algumas atitudes atípicas da mãe para com seu bebê são consideradas fatores de vulnerabilidade, tais como: (a) não desejar segurá-lo; (b) não alimentá-lo e não acariciá-lo; (c) repulsa pelas secreções e pelos excrementos; (d) amamentar com indiferença; (e) desinteresse pelas orientações; (f) falta de visitas à criança hospitalizada; (g) não realizar o acompanhamento médico da criança; (h) rudeza no trato com a criança; (i) negligência na higiene; (j) agressividade; (k) extrema exigência em relação à criança; (l) criança de baixo peso e/ou com desenvolvimento prejudicado (CARDOSO et al., 2006) [D]. Explicar o ECA e compreender sua importância O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), sancionado em 13 de julho de 1990, é o principal instrumento normativo do Brasil sobre os direitos da criança e do adolescente. O ECA incorporou os avanços preconizados na Convenção sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas e trouxe o caminho para se concretizar o Artigo 227 da Constituição Federal, que determinou direitos e garantias fundamentais a crianças e adolescentes. Considerado o maior símbolo dessa nova forma de se tratar a infância e a adolescência no país, o ECA inovou ao trazer a proteção integral, na qual crianças e adolescentes são vistos como sujeitos de direitos, em condição peculiar de desenvolvimento e com prioridade absoluta. Também reafirmou a responsabilidade da família, sociedade e Estado de garantir as condições para o pleno desenvolvimento dessa população, além de colocá-la a salvo de toda forma de discriminação, exploração e violência. Para garantir a efetivação da proteção integral, governo e sociedade civil trabalham em conjunto por meio dos conselhos municipais, estaduais, distrital e nacional dos direitos da criança e do adolescente. Com caráter deliberativo e composição paritária, essas instâncias fazem o controle das políticas públicas e estão entre os principais atores do Sistema de Garantia de Direitos (SGD). Resumo de IESC – Duda Valio É nesse contexto que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, por meio da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, e o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) consideram o fortalecimento e a articulação entre esses órgãos colegiados como estratégias fundamentais para a promoção e a defesa dos direitos de crianças e adolescentes. O Estatuto é fruto de uma construção coletiva, que envolveu parlamentares, governo, movimentos sociais, pesquisadores, instituições de defesa dos direitos da criança e do adolescente, organismos internacionais, instituições e lideranças religiosas, entre outros atores. Após quase três décadas de vigência, o Brasil continua mobilizado para que o ECA se mantenha como uma legislação avançada e atualizada. Conhecer uma transição epidemiológica e demográfica brasileira (taxas de fecundidade, expectativa de vida, taxas de mortalidade etc.) Hoje, pela primeira vez na história, a maioria das pessoas pode esperar viver até os 60 anos e mais (1). Quando combinados com quedas acentuadas nas taxas de fertilidade, esses aumentos na expectativa de vida levam ao rápido envelhecimento das populações em todo o mundo. Essas mudanças são dramáticas e as implicações são profundas. Uma criança nascida no Brasil ou em Mianmar em 2015 pode esperar viver 20 anos mais que uma criança nascida há 50 anos. Na República Islâmica do Irã, apenas 1 em cada 10 pessoas da população tem mais de 60 anos em 2015. Em apenas 35 anos, essa taxa terá aumentado em torno de 1 a cada 3. E o ritmo de envelhecimento da população é muito mais rápido que no passado. Uma vida mais longa é um recurso incrivelmente valioso (2). Proporciona a oportunidade de repensar não apenas no que a idade avançada pode ser, mas como todas as nossas vidas podem se desdobrar. Por exemplo, em muitas partesdo mundo, o curso da vida é atualmente enquadrado em torno de um conjunto rígido de fases: infância, fase de estudos, um período defnido de trabalho e, em seguida, aposentadoria. A partir dessa perspectiva, frequentemente se assume que os anos extras são simplesmente adicionados ao fm da vida e permitem uma aposentadoria mais longa. Entretanto, quanto mais pessoas chegam a idades mais avançadas, há evidências de que muitas estão repensando este enquadramento rígido de suas vidas. Em vez de passar anos extras de outras maneiras, as pessoas estão pensando em talvez estudar mais, em ter uma nova carreira ou buscar uma paixão há muito negligenciada. Além disso, conforme as pessoas mais jovens esperam viver mais tempo, elas também podem realizar planejamentos diferentes, por exemplo, de iniciar suas carreiras mais tarde e passar mais tempo no início da vida para criar uma família. Contudo, a amplitude das oportunidades que surgem do aumento da longevidade dependerá muito de um fator fundamental: saúde. Se as pessoas vivem esses anos extras de vida com boa saúde, sua capacidade de realizar as tarefas que valorizam será um pouco diferente em relação a uma pessoa mais jovem. Se esses anos a mais são dominados por declínios na capacidade física e mental, as implicações para as pessoas mais velhas e para a sociedade é muito mais negativa. Infelizmente, embora seja assumido muitas vezes que o aumento da longevidade está sendo acompanhado por um período prolongado de boa saúde, existem poucas evidências sugerindo que os adultos maiores de hoje apresentam uma saúde melhor do que os seus pais tinham com a mesma idade. No entanto, a saúde precária não precisa dominar a idade mais avançada. A maioria dos problemas de saúde enfrentados por pessoas mais velhas são associados a condições crônicas, principalmente doenças não transmissíveis. Muitas delas podem ser prevenidas ou retardadas envolvendo-se em comportamentos saudáveis. Outros problemas de saúde podem ser controlados de maneira efcaz, principalmente se forem detectados cedo o sufciente. E mesmo para as pessoas com declínios na capacidade, os ambientes de apoio podem garantir que elas vivam vidas dignas e com crescimento pessoal contínuo. Entretanto, o mundo está muito longe desses ideais. Resumo de IESC – Duda Valio O envelhecimento da população, portanto, demanda uma resposta abrangente da saúde pública. Contudo, o debate tem sido insufciente e as evidências, do que pode ser feito, são limitadas (3, 4). Porém, isso não signifca que nada pode ser feito. De fato, a necessidade de ação é urgente. O presente relatório analisa detalhadamente o que sabemos sobre saúde e envelhecimento e constrói um quadro estratégico para falar sobre a ação pública, com um menu de próximos passos práticos que pode ser adaptado para utilização em países de todos os níveis de desenvolvimento econômico. Dessa maneira, o relatório aborda as mudanças associadas ao envelhecimento no contexto de todo o curso da vida. Entretanto, dadas às questões únicas que surgem em idade avançada e a atenção limitada que esse período, tradicionalmente, recebeu o relatório tem como foco a segunda metade da vida. Caracterizar histórico demográfica correlacionando-a epidemiológica envelhecimento no Brasil Mudança nas percepções de saúde e envelhecimento Um dos desafos ao se desenvolver uma resposta ampla para o envelhecimento da população é que muitas percepções e suposições comuns sobre pessoas mais velhas são baseadas em estereótipos ultrapassados. Isso limita a nossa forma de conceituar os problemas, as perguntas que fazemos e a nossa capacidade de aproveitar as oportunidades inovadoras (5). As evidências sugerem que perspectivas atuais são necessárias. Não há mais pessoa tipicamente velha As populações mais maiores são caracterizadas por grande diversidade. Por exemplo, alguns adultos maiores de 80 anos apresentam níveis de capacidade física e mental comparáveis aos níveis de muitos jovens de 20 anos. As políticas devem ser estruturadas de forma que permitam um maior número de pessoas alcançarem trajetórias positivas do envelhecimento. E elas devem servir para quebrar as muitas barreiras que limitam a participação social contínua e as contribuições de pessoas maiores. Porém, muitas pessoas experimentarão declínios signifcativos de capacidade em idades muito mais jovens. Por exemplo, algumas pessoas de 60 anos podem precisar de ajuda de outras pessoas para realizar até as tarefas mais simples. Uma resposta abrangente da saúde pública ao envelhecimento da população também deve abordar as suas necessidades. Ativar as capacidades e atender às necessidades de tais populações diversas pode resultar em políticas que parecem desconexas, e que podem até ser administradas por meio de esferas de governo diferentes e concorrentes. Contudo, as diferentes necessidades de pessoas mais velhas são vistas como um funcionamento contínuo. Uma resposta política ampla deve ser capaz de reconciliar essas diferentes ênfases em uma narrativa de envelhecimento coerente. Compreender as pirâmides etárias, caracterizando epidemiologia do envelhecimento no Brasil. Resumo de IESC – Duda Valio Conhecer os processos naturais do envelhecimento - fisiologia do envelhecimento Há controvérsias em relação ao início do envelhecimento, porém, por volta dos 25 anos já podemos observar modificações na composição corporal. Toda a celularidade diminui, reduzindo a função dos órgãos, continuamente. Ocorre diminuição da água intracelular, tornando o organismo da pessoa idosa desidratado, fisiologicamente. Daí devemos ficar alertas ao prescrevermos fármacos hidrossolúveis, como a digoxina, pois elas estarão em maior concentração, podendo ocorrer efeitos indesejáveis. A musculatura vai diminuindo, especialmente as fibras tipo II, de contração rápida, como as encontradas nas mãos. Com isso a força muscular vai diminuindo, estando na 8 a década de vida 40% menor quando comparada à 2 a década. Em contrapartida, há aumento proporcional da gordura, especialmente em torno da cintura pélvica, provocando modificações da silhueta. Aqui também teremos que dar atenção às regras farmacológicas, pois as substâncias lipossolúveis, como as de ação central, terão seu tempo de ação aumentado (Navazio e Testa, 2007). Definir senescência e senilidade, e identificar as diferenças entre elas Segundo o dicionário Michaelis: senescência se·nes·cên·ci·a sf 1 Qualidade ou estado de senescente. 2 BIOL Processo de envelhecimento nos indivíduos maduros. 3 BOT Processo que ocorre anterior à queda das folhas, em plantas decíduas. ETIMOLOGIA der do lat senescens, -ntis+ia2, como fr sénescence. senilidade se·ni·li·da·de sf 1 Estado, condição ou qualidade de senil; decrepitude, velhice. 2 Debilidade física e intelectual, causada pela velhice. 3 Idade senil. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES ANTÔN: juvenilidade, juventude. ETIMOLOGIA der de senil+i+dade, como fr sénilité. Diferenciado por: Por meio de estudos realizados nessa área foi possível estabelecer o limite entre senescência e senilidade, ou seja, respectivamente, entre o envelhecimento primário e o secundário a processos patológicos que são comuns nas idades mais avançadas da vida; entre o envelhecimento saudável ou bem-sucedido e o envelhecimento comum. Senescência ou senectude e senilidade A distinção entre senescência ou senectude, que resulta do somatório de alterações orgânicas, funcionais e psicológicas próprias do envelhecimento normal, e senilidade, que é caracterizada por modificações determinadas por afecções que frequentemente acometem a pessoa idosa, é, por vezes, extremamente difícil. O exato limite entre esses dois estados não é preciso e caracteristicamente apresenta zonas de transição frequentes, o que dificulta discriminar cada um deles.Essa dificuldade que os profissionais enfrentam no seu dia a dia e que está presente em todas as áreas que compõem a ciência gerontológica é consequência da indefinição da idade biológica, da grande variabilidade de comportamento do idoso perante fatores estressantes e de um fator genético, cuja importância já foi referida. Não somente na prática diária, no entanto, é importante a distinção entre essas duas condições, mas também é relevante na área da pesquisa em Gerontologia. Assim, acreditamos que várias investigações relativas ao fenômeno de envelhecimento deveriam ser reavaliadas, principalmente as realizadas em seres humanos, desde Resumo de IESC – Duda Valio que os resultados obtidos são muitas vezes decorrentes da presença de doenças associadas e não reconhecidas, e não somente do envelhecimento propriamente dito. Outro fato que merece ser destacado é que, diferentemente das pessoas mais jovens, nos idosos portadores de doenças, que frequentemente são múltiplas, somam-se os efeitos das alterações fisiológicas próprias do envelhecimento normal e os decorrentes de modificações funcionais produzidas pela presença de doenças concomitantes. Não se pode desconhecer que os efeitos da primeira podem atuar sobre os da última, induzindo graus variáveis de interação, a ponto de produzir ação deletéria muito acentuada (Papaléo Netto e Brito, 2001). Conceituar funcionalidade do idoso Capacidade funcional é definida como o manejo independente de atividades de vida diária (Neri, 2014). A funcionalidade é um aspecto essencial da avaliação neuropsicológica dos idosos visto que declínio progressivo na capacidade de realizar as atividades de vida diária devido à perda cognitiva é um elemento decisivo para o diagnóstico de quadros demenciais (APA, 2013). As atividades de vida diária (AVD) podem ser hierarquizadas em básicas (ABVD), instrumentais (AIVD) e avançadas (AAVD). As primeiras incluem capacidade para realizar higiene pessoal, alimentação e controle esfincteriano e são importantes para o autocuidado. As instrumentais são mais complexas e incluem a capacidade para preparar refeições, realizar trabalhos domésticos, usar transportes, fazer compras, administrar finanças, as próprias medicações, entre outras. As últimas são atividades físicas, cognitivas, sociais, de lazer e produtivas, que proporcionam ao idoso contato com a vida social (Baltes et al., 1993). Na avaliação neuropsicológica, devese focar principalmente a avaliação das AIVD, por serem estas as primeiras a declinarem nos estágios iniciais das demências (Chaves et al., 2011). As AAVD também devem ser consideradas, porém, podem sofrer influência de variáveis ligadas à história de vida, gênero, classe social, nível educacional e personalidade. Assim, seu declínio pode não ser suficiente para caracterizar incapacidade (Neri, 2014). É importante ressaltar que a interrupção de AAVD pode ser um indicador precoce de perda funcional. A avaliação das ABVD é relevante nos estágios mais avançados das demências (Chaves et al., 2011). As informações sobre o grau e o tipo de ajuda que os idosos precisam para realizar suas atividades de vida diária podem ser registradas por meio de entrevistas e relatos de familiares ou pessoas próximas, observações e aplicação de instrumentos e escalas padronizadas. O autorrelato pode ser considerado, embora seja o menos sensível para detectar declínio funcional nos estágios iniciais de demência. É importante discriminar se o declínio funcional é causado por limitações físicas, sensoriais, psicológicas ou cognitivas. Entrevistas e relatos sobre a funcionalidade podem ser solicitados durante a anamnese. A observação deste aspecto pelo avaliador deve ser realizada durante todo o processo da avaliação. Por exemplo, pode-se verificar como e com quem o paciente chega até o local, quem é o responsável pelos agendamentos dos dias e horários das sessões, se ele é capaz de relatar quais as medicações de que faz uso, dentre outros comportamentos possíveis de serem observados pelo examinador. Para avaliação das atividades básicas e instrumentais de vida diária, os instrumentos mais utilizados são a escala de Katz (Lino et al., 2008) e LawtonBrody (dos Santos e Júnior, 2008). Outros instrumentos empregados são: o Índice de Barthel (Minosso et al., 2010), o Questionário de Atividades Funcionais de Pfeffer (Pfeffer et al., 1982), a Functional Independence Measure – FIM (Keith, 1987), o Informant Questionare on Cognitive Decline in the Elderly – IQCODE (dos Santos Sanchez e Lourenço, 2009), a Disability Assessment for Dementia – DAD (CartheryGoulart et al., Resumo de IESC – Duda Valio 2007), a Bristol Activities of Daily Living Scale – BADLS (Bucks et al., 1996), a Bayer Activities of Daily Living Scale – BADL (Hindmarch et al. 1998), o Activities of Daily Living Questionare – ADLQ (Medeiros e Guerra, 2009) e a Direct Assessment of Functional statusRevised – DAFSR (Pereira et al., 2010). O Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia recomenda, para a avaliação da funcionalidade no processo diagnóstico de doença de Alzheimer, o uso das escalas IQCODE, DAFSR, DAD, ADLQ e Bayer por terem estudos de validação e adaptação para a população brasileira (Chaves et al., 2011). A escala Pfeffer é muito utilizada na prática clínica e em pesquisas por ser de fácil aplicação e fornecer informações sobre o grau e tipo de dependência para realização de atividades instrumentais de vida diária. Compreender a importância da caderneta do idoso. A Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa integra um conjunto de iniciativas que tem por objetivo qualificar a atenção ofertada às pessoas idosas no Sistema Único de Saúde, instrumento proposto para auxiliar no bom manejo da saúde da pessoa idosa, sendo usada tanto pelas equipes de saúde quanto pelos idosos, por seus familiares e cuidadores. É muito importante que seu preenchimento se dê por meio de informações cedidas pela pessoa idosa, por seus familiares e/ou cuidadores, para compor o Plano de Cuidado, a ser construído em conjunto com os profissionais de saúde. A Caderneta permitirá o registro e o acompanhamento, pelo período de cinco anos, de informações sobre dados pessoais, sociais e familiares, sobre suas condições de saúde e seus hábitos de vida, identificando suas vulnerabilidades, além de ofertar orientações para o seu autocuidado. Desejamos que a Caderneta contribua para qualificar a atenção à pessoa idosa no SUS. Conhecer as políticas públicas implementadas pelo SUS voltadas à saúde da pessoa idosa O Ministério da Saúde, em setembro de 2005, definiu a Agenda de Compromisso pela Saúde que agrega três eixos: o Pacto em Defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), o Pacto em Defesa da Vida e o Pacto de Gestão. Destaca-se aqui o Pacto em Defesa da Vida que constitui um conjunto de compromissos que deverão tornar-se prioridades inequívocas dos três entes federativos, com definição das responsabilidades de cada um. Foram pactuadas seis prioridades, sendo que três delas têm especial relevância com relação ao planejamento de saúde para a pessoa idosa. São elas: a saúde do idoso, a promoção da saúde e o fortalecimento da Atenção Básica. Em relação à promoção da saúde da população idosa as implementações de ações locais deverão ser norteadas pelas estratégias de implementação, contempladas na Política Nacional de Promoção da Saúde – Portaria 687/GM, de 30 de março de 2006, tendo como prioridades as seguintes ações específicas: a) Divulgação e implementação da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS); b) Alimentação saudável; c) Prática corporal/atividade física; d) Prevenção e controle do tabagismo; e) Redução da morbi-mortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e outras drogas; Resumo de IESC – Duda Valio f) Reduçãoda morbi-mortalidade por acidentes de trânsito; g) Prevenção da violência e estímulo à cultura de paz; h) Promoção do desenvolvimento sustentável. A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), Portaria GM nº 2.528, de 19 de outubro de 2006, define que a atenção à saúde dessa população terá como porta de entrada a Atenção Básica/Saúde da Família, tendo como referência a rede de serviços especializada de média e alta complexidade. A Política Nacional de Atenção Básica, regulamentada pela Portaria GM nº 648 de 28 de março de 2006, caracteriza-se por desenvolver um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção à saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. É desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações. Utiliza tecnologias de elevada complexidade (conhecimento) e baixa densidade (equipamentos), que devem resolver os problemas de saúde de maior freqüência e relevância em seu território. É o contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. A estratégia de Saúde da Família visa à reorganização da Atenção Básica no país, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde. Além dos princípios gerais da Atenção Básica, a Estratégia Saúde da Família deve: • Ter caráter substitutivo em relação à rede de Atenção Básica tradicional nos territórios em que as Equipes Saúde da Família atuam; • Atuar no território realizando cadastramento domiciliar, diagnóstico situacional, ações dirigidas aos problemas de saúde de maneira pactuada com a comunidade onde atua, buscando o cuidado dos indivíduos e famílias ao longo do tempo, mantendo sempre postura pró-ativa frente aos problemas de saúde-doença da população; • Desenvolver atividades de acordo com o planejamento e a programação realizadas com base no diagnóstico situacional e tendo como foco a família e a comunidade; • Buscar a integração com instituições e organizações sociais, em especial em sua área de abrangência, para o desenvolvimento de parcerias; • Ser um espaço de construção de cidadania. A Atenção à Saúde da pessoa idosa na Atenção Básica/Saúde da Família, quer por demanda espontânea, quer por busca ativa – que é identificada por meio de visitas domiciliares, deve consistir em um processo diagnóstico multidimensional. Esse diagnóstico é influenciado por diversos fatores, tais como o ambiente onde o idoso vive, a relação profissional de saúde/pessoa idosa e profissional de saúde/ familiares, a história clínica - aspectos biológicos, psíquicos, funcionais e sociais - e o exame físico. Na Atenção Básica espera-se oferecer à pessoa idosa e à sua rede de suporte social, incluindo familiares e cuidadores (quando existente), uma atenção humanizada com orientação, acompanhamento e apoio domiciliar, com respeito às culturas locais, às diversidades do envelhecer e à diminuição das barreiras arquitetônicas de forma a facilitar o acesso conforme proposto no Manual de Estrutura Física, do Ministério da Saúde, 2006. A adoção de intervenções que criem ambientes de apoio e promovam opções saudáveis são importantes em todos os estágios da vida e influenciarão o envelhecimento ativo. Resumo de IESC – Duda Valio Cabe ressaltar que, com base no princípio de territorialização, a Atenção Básica/ Saúde da Família deve ser responsável pela atenção à saúde de todas as pessoas idosas que estão na sua área de abrangência, inclusive, aquelas que se encontram em instituições, públicas ou privadas. Diante do envelhecimento populacional, muitas ações estão sendo planejadas para atender às demandas emergentes. Nesse contexto, a Organização Mundial de Saúde propôs, em 2002, um projeto denominado “Towards Age-friendly Primary Health Care”, cuja proposta é adaptar os serviços de atenção básica para atender adequadamente às pessoas idosas, tendo como objetivo principal a sensibilização e a educação no cuidado primário em saúde, de acordo com as necessidades específicas dessa população. São três as áreas de atuação previstas nesse projeto: 1. Informação, Educação, Comunicação e Treinamento: Por meio de treinamento busca-se melhorar a formação e as atitudes dos profissionais de saúde de modo que possam avaliar e tratar as condições que afligem pessoas idosas fornecendo ferramentas e fortalecendo-as na direção de um envelhecimento saudável; 2. Sistema de Gestão da Assistência de Saúde: Organização da gestão do serviço da Atenção Básica, de acordo com as necessidades das pessoas idosas; 3. Adequação do ambiente físico: tornando-o mais acessível para as pessoas que possuam alguma limitação funcional. Conhecer os pilares do envelhecimento ativo Segundo Organização Mundial de Saúde (2005) o Envelhecimento Ativo é o processo de otimização das oportunidades para a saúde, a participação e a segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem (Figura 2). O envelhecimento ativo aplica- se tanto a indivíduos quanto a grupos populacionais. Para Caldas (2006) o envelhecimento permite que as pessoas percebam o seu potencial para o bem-estar físico, social e mental ao longo do curso da vida, e permite que essas pessoas participem da sociedade de acordo com suas necessidades, desejos e capacidade, protegendo-as e providenciando segurança e cuidados. Nos três pilares configura a abordagem do envelhecimento ativo baseada no reconhecimento dos direitos humanos das pessoas idosas e nos princípios de independência, participação, dignidade, assistência e autorrealização estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (2005). Tais princípios têm por base a segurança, o planejamento estratégico, o trabalho, aposentadoria, acessibilidades. Resumo de IESC – Duda Valio O que permite o reconhecimento dos direitos dos idosos à igualdade de oportunidades e tratamento em vários aspectos na medida em que envelhecem. Diante desta abordagem nos veem as responsabilidades de promover para os idosos o exercício de sua participação nos processos políticos, no trabalho e em comunidade. Conhecer as ações de prevenção primária, secundária, terciária e quaternária para uma pessoa idosa A melhor estratégia para o controle dos riscos de instalação de doenças e suas limitações é a promoção da saúde e a prevenção de doenças, especialmente, entre os idosos, como foi visto na unidade anterior (Figura 1). Desta forma, Czeresnia; Freitas (2003) afirma que a prevenção secundária tem o objetivo de detectar precocemente e tratar doenças assintomáticas por meio do rastreamento de câncer, hipertensão, osteoporose, aneurisma de aorta abdominal e de alterações da visão e audição, além de intervenções farmacológicas específicas. Já a prevenção terciária identifica condições crônicas estabelecidas a fim de prevenir novos eventos ou declínio funcional, cognitivos, distúrbios da marcha e do equilíbrio que podem levar a quedas e incontinência urinária. Enquanto a prevenção quaternária é o conjunto de ações que visam evitar a iatrogenia associada às intervenções médicas, como abusos no tratamento dos fatores de risco e/ou os excessos preventivos, de rastreamento, exames e testes complementares. Trata-se de proteção contra intervenções médicas inapropriadas (CZERESNIA; FREITAS, 2003). Resumo de IESC – Duda Valio Conhecer sobre a avaliação funcional da pessoa idosa A avaliação funcional, preconizada pela Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, é fundamental e determinará não só o comprometimento funcional da pessoa idosa, mas sua necessidade de auxílio. Pode ser compreendida como umatentativa sistematizada de avaliar de forma objetiva os níveis no qual uma pessoa está funcionando numa variedade de áreas utilizando diferentes habilidades. Representa uma maneira de medir se uma pessoa é ou não capaz de desempenhar as atividades necessárias para cuidar de si mesma. Caso não seja capaz, verificar se essa necessidade de ajuda é parcial, em maior ou menor grau, ou total. Usualmente, utiliza-se a avaliação no desempenho das atividades cotidianas ou atividades de vida diária. Didaticamente essas atividades são subdivididas em: a) Atividades de Vida Diária (AVD) que são as relacionadas ao autocuidado e que, no caso de limitação de desempenho, normalmente requerem a presença de um cuidador para auxiliar a pessoa idosa a desempenhá-las. São elas: • Alimentar-se • Banhar-se • Vestir-se • Mobilizar-se • deambular • Ir ao banheiro • Manter controle sobre suas necessidades fisiológicas. b) Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD) que são as relacionadas à participação do idoso em seu entorno social e indicam a capacidade de um indivíduo em levar uma vida independente dentro da comunidade. São elas: • Utilizar meios de transporte • Manipular medicamentos • Realizar compras • Realizar tarefas domésticas leves e pesadas • Utilizar o telefone • Preparar refeições • Cuidar das próprias finanças Desde seu início, as avaliações funcionais dão ênfase às Atividades de Vida Diárias (AVD). A primeira escala desenvolvida, e a que é até os dias de hoje mais citada e utilizada, é a Escala de Katz, planejada para medir a habilidade da pessoa em desempenhar suas atividades cotidianas de forma independente e assim determinar as necessárias intervenções de reabilitação. Posteriormente, Lawton propôs um outro instrumento para avaliar as Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD), consideradas mais complexas e cuja independência para desempenho está diretamente relacionada com a capacidade de vida comunitária independente. A capacidade em realizá-las torna as pessoas idosas mais autoconfiantes para a vida em comunidade. Outro instrumento de avaliação funcional que vem sendo gradativamente adotado, é o denominado Medida de Independência Funcional (MIF) que, diferentemente dos outros que identificam se a pessoa precisa de ajuda ou não, procura quantificar a ajuda necessária mostrando-se, muito útil no planejamento assistencial. Resumo de IESC – Duda Valio Quando se avalia a funcionalidade da pessoa idosa é necessário diferenciar desempenho e capacidade funcional. • Desempenho avalia o que o idoso realmente faz no seu dia a dia. • Capacidade funcional avalia o potencial que a pessoa idosa tem para realizar a atividade, ou seja, sua capacidade remanescente, que pode ou não ser utilizada. Um exemplo disso é quando o idoso mora em uma casa que possui escada e não a utiliza porque a família teme que ele caia. Logo, o idoso não desempenha a função de descer e subir escada por limitação da família, mas, esse possui capacidade funcional para executá-la. A atenção à saúde da pessoa idosa por meio da avaliação da capacidade funcional, tem demonstrado ser mais significativa nas intervenções terapêuticas do que apenas a presença ou ausência de doenças. Para melhor entendimento, será utilizado o seguinte exemplo: dois idosos que tem o diagnóstico de Diabetes Mellitus, um se mantém independente para todas suas AVD e outro necessita de ajuda para sair da cama e alimentar-se. Os dois possuem a mesma doença de base, mas, seu nível funcional é muito diferente. O processo incapacitante corresponde à evolução de uma condição crônica que envolve fatores de risco – demográficos, sociais, psicológicos, ambientais, estilo de vida, comportamentos e características biológicas dos indivíduos. A figura a seguir ilustra o processo até então descrito: Dentre as conseqüências do processo incapacitante destacam-se a hospitalização e a institucionalização, que influenciam a qualidade de vida das pessoas idosas. Algumas intervenções – reabilitação, terapia medicamentosa e, modificações do ambiente físicosocial, mudanças no comportamento e estilo de vida, atributos psicosociais, adaptação às atividades e a presença de suporte extra (pessoal e/ou equipamento especial) - podem reduzir as dificuldades. Três conceitos apresentam-se interligados e interdependentes quando se discute o processo incapacitante. São eles: autonomia, independência e dependência. Autonomia – pode ser definida como autogoverno e se expressa na liberdade para agir e para tomar decisões. Independência – significa ser capaz de realizar as atividades sem ajuda de outra pessoa. Dependência – significa não ser capaz de realizar as atividades cotidianas sem a ajuda de outra pessoa. Muitas pessoas mantêm sua autonomia (capacidade de decisão) embora sejam dependentes (incapacidade física para executar uma determinada ação). Por exemplo: um idoso que após um Acidente Vascular Encefálico (AVE), apresenta limitação em sua mobilidade e requer auxílio para Resumo de IESC – Duda Valio tomar banho (dependência), mas pode ser perfeitamente capaz de decidir o horário do banho, a roupa que prefere vestir (autonomia), etc. A capacidade de tomar decisões e a de autogoverno podem ser comprometidas por doenças físicas e mentais ou por restrições econômicas e educacionais. Infelizmente, é muito freqüente observar que, na vigência de situações de dependência, a autonomia da pessoa idosa tende a não ser considerada. Parece ser erroneamente aceitável que, uma vez que ele não é parcial ou totalmente capaz de executar uma ação (em termos físicos), ele também não é capaz de decidir sobre ela. Tal observação ocorre tanto no contexto familiar como no institucional. A condição de dependência é a que mais amedronta os idosos. A principal conseqüência da associação entre velhice e dependência é o desenvolvimento de atitudes negativas em relação às pessoas idosas. Na presença de declínio cognitivo, as informações dadas pela pessoa idosa deverão ser confirmadas com o acompanhante. Se as deficiências forem relatadas ou observadas, o tempo e o motivo do aparecimento podem ajudar na determinação da causa e na avaliação de seu potencial reversibilidade. Déficits agudos ou subagudos são sintomas freqüentes de doenças, e tratá-las auxilia no restabelecimento da função. A avaliação funcional determinará, necessariamente, o grau de dependência da pessoa idosa e os tipos de cuidados que vão ser necessários, além de como e por quem eles poderão ser mais apropriadamente realizados. Espera-se que essa ajuda venha das famílias, no entanto, um estudo recente (Duarte, 2005) demonstrou, que a ajuda fornecida pelas famílias às pessoas idosas com dificuldade no desempenho de uma ou mais atividades de vida diária gira em torno de 50% da demanda, ou seja, cerca de metade das necessidades dos/as idosos/ as não são atendidas mesmo sendo necessárias. Isso mostra que, apesar do esforço da maioria das famílias no atendimento de seus familiares mais necessitados, essa ajuda não está sendo suficiente, necessitando, assim, de uma revisão nas políticas assistenciais adotadas até o momento. Frente a isso, a avaliação da rede de suporte social e da funcionalidade familiar torna-se essencial para o planejamento assistencial da pessoa idosa. Conhecer a Avaliação Multidimensional Rápida da Pessoa Idosa Este instrumento faz uma síntese da estrutura da avaliação multidimensional da pessoa idosa que poderá ser realizada nas Unidades Básica de Saúde. Representa uma avaliação rápida que pode ser utilizado para identificar problemas de saúde condicionantes de declínio funcional em pessoas idosas. Indica, quando necessário, a utilização de outros instrumentos mais complexos, que estão em anexo. No entanto, qualquer instrumento tem limitações e, por si só, não é suficiente para o diagnóstico. Devendoser tomado como complementar e não utilizado de forma mecânica. Nada substitui a escuta qualificada realizada por profissional de saúde habilitado e a investigação de todos os aspectos (familiares, sociais, culturais, econômicos, afetivos, biológicos etc.) que envolvem a vida da pessoa. Os problemas identificados, caso não sejam adequadamente tratados, podem conduzir a situações de incapacidade severa - imobilidade, instabilidade, incontinência, declínio cognitivo - colocando o idoso em risco de iatrogenia. Resumo de IESC – Duda Valio Resumo de IESC – Duda Valio Identificar problemas de saúde de pessoa idosa As principais incapacidades no idoso são a incapacidade cognitiva (demência, depressão, delirium e doença mental), a instabilidade postural (quedas), a imobilidade, a incontinência esfincteriana e a incapacidade comunicativa (cegueira e surdez). Essas incapacidades são condições crônicas na saúde da pessoa idosa, requerendo cuidados de longa duração e exigindo uma gestão diferenciada por parte dos profissionais de saúde e familiares. Um profissional com manejo clínico inadequado para essas situações resulta em maior risco de iatrogenia, assim como uma família que não se encontra preparada para prover os cuidados necessários (situação frequente, conhecida como “insuficiência familiar”), podendo agravar a situação do idoso (Quadro 3). Conhecer os instrumentos de avaliação de atividade de vida diária, funcionalidade global, cognitiva, de humor, mobilidade e comunicação de idosos INDEX DE INDEPENDÊNCIA NAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA DE KATZ O Index de Independência nas Atividades Básicas de Vida Diária de Sidney Katz é um dos instrumentos mais utilizados para avaliar as AVD. Avalia a independência no desempenho de seis funções (banho, vestir-se, ir ao banheiro, transferência, continência e alimentação) classificando as pessoas idosas como independentes ou dependentes. Objetivo: avaliar a independência funcional das pessoas idosas no desempenho das AVD Avaliações dos resultados: as pessoas idosas são classificadas como independentes ou dependentes no desempenho de seis funções a partir da utilização de um questionário padrão. Providências com os achados/resultados: para os idosos mais dependentes deverá ser elaborado um projeto terapêutico Singular. Resumo de IESC – Duda Valio Segundo os autores haveria uma regressão ordenada como parte do processo fisiológico de envelhecimento, em que as perdas funcionais caminhariam das funções mais complexas para as mais básicas, enquanto as funções que são mais básicas e menos complexas poderiam ser retidas por mais tempo. A escala mostra-se útil para evidenciar a dinâmica da instalação da incapacidade no processo de envelhecimento, estabelecer prognósticos, avaliar as demandas assistenciais, determinar a efetividade de tratamentos além de contribuir para o ensino do significado de “ajuda” em reabilitação. Resumo de IESC – Duda Valio ESCALA DE LAWTON De acordo com o grau de limitação apresentado para o desempenho das AIVDs é possível determinar se a pessoa idosa é ou não capaz de manter uma vida independente. A versão ora apresentada foi publicada por Freitas e Miranda. Objetivo: avaliar o desempenho funcional da pessoa idosa em termos de atividades instrumentais que possibilita que a mesma mantenha uma vida independente. Avaliações dos resultados: as pessoas idosas são classificadas como independentes ou dependentes no desempenho de nove funções. Avaliações dos resultados: Para cada questão a primeira resposta significa independência, a segunda dependência parcial ou capacidade com ajuda e a terceira, dependência. A pontuação máxima é 27 pontos. Essa pontuação serve para o acompanhamento da pessoa idosa, tendo como base a comparação evolutiva. As questões 4 a 7 podem ter variações conforme o sexo e podem ser adaptadas para atividades como subir escadas ou cuidar do jardim. Providências com os achados/resultados: para os idosos mais dependentes deverá ser elaborado um projeto terapêutico. Resumo de IESC – Duda Valio MEDIDA DE INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL (MIF) Seu objetivo medir o grau de solicitação de cuidados de terceiros que a pessoa com deficiência exige para realização de tarefas motoras e cognitivas. Traduzida e adaptada no Brasil por Riberto a MIF verifica o desempenho da pessoa idosa para a realização de um conjunto de 18 tarefas, referentes às subescalas de autocuidados, controle esfincteriano, transferências, locomoção, comunicação e cognição social. Diferentemente das outras escalas de avaliação funcional, a MIF consegue quantificar de forma mais objetiva a necessidade de ajuda ou a dependência parcial, o que facilita a elaboração do projeto terapêutico. Objetivo: avaliar independência funcional. Avaliações dos resultados: Cada item pode ser classificado em uma escala de graus de dependência de 7 níveis, sendo o valor 1 correspondente à dependência total e o valor 7 correspondentes à normalidade na realização de tarefas de forma independente. O nível de independência funcional segundo a MIF é classificado da seguinte forma: Independência completa (7), Independência modificada (6), Supervisão, estímulo ou preparo (5), Assistência mínima (4), Assistência moderada (3), Assistência máxima (2) Dependência total (1). Providências com os achados/resultados: para os idosos mais dependentes deverá ser elaborado um projeto terapêutico. Resumo de IESC – Duda Valio A MIF pode ser utilizada em duas partes separadas (motor e cognitivo). Nesse caderno será apresentada apenas a descrição da MIF motora. A seguir estão as classificados quanto aos níveis de dependência. INDEPENDÊNCIA (SEM AJUDA) – Não é necessária a ajuda de outra pessoa para realizar as atividades 7. INDEPENDÊNCIA COMPLETA - Todas as tarefas descritas que constituem a atividade em questão são realizadas em segurança, sem modificação, sem ajuda técnica e em tempo razoável. 6. INDEPENDÊNCIA MODIFICADA - A atividade requer uma ajuda técnica, adaptação, prótese ou órtese, um tempo de realização demasiado elevado, ou não pode ser realizada em condições de segurança suficientes. DEPENDENTE (COM AJUDA) – É necessária outra pessoa para supervisão ou ajuda física, sem esta, a atividade não pode ser realizada. 5. SUPERVISÃO OU PREPARAÇÃO – A pessoa só necessita de um controle, ou uma presença, ou uma sugestão, ou um encorajamento, sem contato físico. Ou ainda o ajudante (a ajuda) arranja ou prepara os objetos necessários ou coloca-lhe a órtese ou prótese (ajuda técnica). 4. ASSISTÊNCIA MÍNIMA - O contato é puramente “tátil’, com uma ajuda leve, a pessoa realiza a maior parte do esforço. 3. ASSISTÊNCIA MODERADA – A pessoa requer mais que um contato leve, uma ajuda mais moderada, realiza um pouco da metade do esforço requerido para a atividade. DEPENDÊNCIA COMPLETA – A pessoa efetua menos da metade do esforço requerido para a atividade. Uma ajuda máxima ou total é requerida, sem a qual a atividade não pode ser realizada. Os níveis são: 2. ASSISTÊNCIA MÁXIMA - A pessoa desenvolve menos da metade do esforço requerido, necessitando de ajuda ampla ou máxima, mas ainda realiza algum esforço que ajuda no desempenho da atividade. 1. ASSISTÊNCIA TOTAL – A pessoa efetua esforço mínimo, necessitando de ajuda total para desempenhar as atividades. Algumas observações devem ser consideradas: • Sempre que houver preparo para a tarefa por outrem, o nível máximo de avaliação é 5. • Se a pessoa idosa é posta em risco para testar algum dos itens, não o fazer e marcar 1. • Se a pessoa idosa não faz uma tarefa, deve ser classificado como 1. • Sempre que dois cuidadores forem necessários para a realização de uma tarefa, o nível é 1. • Nunca deixe um item sem marcação ou com registros do tipo “não avaliado” ou “não se aplica”. • Paraos itens Marcha/Cadeira de rodas, Compreensão e Expressão, é necessário marcar qual é a forma mais habitual de realizar a tarefa. Resumo de IESC – Duda Valio • No item Marcha/Cadeira de rodas, é necessário usar o mesmo modo no início e final do tratamento. Sempre que estiver em dúvida, pense: a) Qual é a quantidade de cuidados demandada? b) Qual é a quantidade de energia suplementar necessária para completar a tarefa? Avaliação Cognitiva Resumo de IESC – Duda Valio A avaliação cognitiva deve fazer parte da avaliação clínica, pois, auxilia na identificação das principais alterações na saúde mental das pessoas idosas. O desempenho físico e social do idoso depende da integridade de suas funções cognitivas. A perda de memória recente e a habilidade de cálculo são indicadores sensíveis de redução dessas funções. A avaliação da perda de memória recente é considerada como mais adequada, dado que a escolaridade pode influenciar na avaliação da habilidade de cálculo. Sugere-se para uma primeira avaliação a realização do teste rápido, que consiste em solicitar à pessoa idosa que repita o nome dos objetos: Mesa, Maçã e Dinheiro. Após 3 minutos, pedir que os fale novamente. Se for incapaz de repeti-los, há necessidade de uma investigação mais aprofundada. MINIEXAME DO ESTADO MENTAL (MEEM) É o teste mais utilizado para avaliar a função cognitiva por ser rápido (em torno de 10 minutos), de fácil aplicação, não requerendo material específico. Deve ser utilizado como instrumento de rastreio não substituindo uma avaliação mais detalhada, pois, apesar de avaliar vários domínios (orientação temporal, espacial, memória imediata e de evocação, cálculo, linguagem-nomeação, repetição, compreensão, escrita e cópia de desenho) o faz de maneira superficial. Não serve para diagnóstico, mas serve para indicar que funções devem ser melhor investigadas. É um dos poucos testes validados e adaptados para a população brasileira. Objetivo: é um teste neuropsicológico para avaliação da função cognitiva. Avaliações dos resultados: Pontuação total = 30 pontos. As notas de corte sugeridas são: Analfabetos = 19.1 a 3 anos de escolaridade = 23.4 a 7 anos de escolaridade = 24.> 7 anos de escolaridade = 28. Providências com os achados/resultados: escores muito baixos associados aos outros testes de função cognitiva sugerem encaminhamento para avaliação neuropsicológica específica. Resumo de IESC – Duda Valio DESENHO DO RELÓGIO Consiste em solicitar à pessoa idosa que desenhe um mostrador de relógio com números. Em seguida, solicita-se que sejam acrescentados os ponteiros do relógio, de horas e minutos, representando ali um horário específico, por exemplo, 2 horas e 50 minutos. Objetivo: Teste válido e confiável para rastrear pessoas com lesões cerebrais. Verifica a habilidade visuoconstrutiva ou praxia construcional que é a capacidade de desenhar ou construir a partir de um estímulo (no caso, um comando verbal). Independe da linguagem verbal e por essa razão é considerada uma prova cognitiva não-verbal. A tarefa tende a ser mais complexa e mais abstrata dada sua natureza integradora com input auditivo e output motor e maior necessidade de utilização de memória. Avaliação dos resultados: Se o paciente desenha um mostrador pequeno, onde não cabem os números, já há evidência preliminar de uma dificuldade com o planejamento. Na negligência unilateral, os números serão colocados apenas na metade do relógio. Pacientes com disfunção executiva (lesão frontal) podem apresentar dificuldade para colocar os ponteiros. QUESTIONÁRIO DE PFEFFER (QPAF) É uma escala de 11 questões aplicada ao acompanhante ou cuidador da pessoa idosa discorrendo sobre a capacidade desse em desempenhar determinadas funções. As respostas seguem um padrão: sim é capaz (0); nunca o fez, mas poderia fazer agora (0); com alguma dificuldade, mas faz (1); nunca fez e teria dificuldade agora (1); necessita de Resumo de IESC – Duda Valio ajuda (2); não é capaz (3). A pontuação de seis ou mais sugere maior dependência. A pontuação máxima é igual a 33 pontos. Objetivo: Verificar a presença e a severidade de declínio cognitivo por meio da avaliação da funcionalidade e consequentemente da assistência requerida. A combinação do MEEM com o Questionário de Pfeffer indica uma maior especificidade para a medida de declínio cognitivo mais grave. Ainda considerando o viés produzido pela baixa escolaridade nos resultados do MEEM parece ser adequada a associação do QPAF para se obter a confirmação do declínio cognitivo acompanhado de limitações funcionais sugerindo a presença de demência ou outros transtornos associados. Avaliações dos resultados: quanto mais elevado o escore maior a dependência de assistência. Providências com os achados/resultados: escores ≥6 associados aos outros testes de função cognitiva alterados sugerem encaminhamento para avaliação neuropsicológica específica. 1. (PESSOA IDOSA) é capaz de cuidar do seu próprio dinheiro? 2. (PESSOA IDOSA) é capaz de fazer as compras sozinho (por exemplo de comida e roupa)? 3. (PESSOA IDOSA) é capaz de esquentar água para café ou chá e apagar o fogo? 4. (PESSOA IDOSA) é capaz de preparar comida? 5. (PESSOA IDOSA) é capaz de manter-se a par dos acontecimentos e do que se passa na vizinhança? 6. (PESSOA IDOSA) é capaz de prestar atenção, entender e discutir um programa de rádio, televisão ou um artigo do jornal? 7. (PESSOA IDOSA) é capaz de lembrar de compromissos e acontecimentos familiares? 8. (PESSOA IDOSA) é capaz de cuidar de seus próprios medicamentos? 9. (PESSOA IDOSA) é capaz de andar pela vizinhança e encontrar o caminho de volta para casa? 10. (PESSOA IDOSA) é capaz de cumprimentar seus amigos adequadamente? 11. (PESSOA IDOSA) é capaz de ficar sozinho (a) em casa sem problemas? ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA ABREVIADAGERIATRIC DEPRESSION SCALE (GDS) (versão de 15 questões) Trata-se de um questionário de 15 perguntas com respostas objetivas (sim ou não) a respeito de como a pessoa idosa tem se sentido durante a última semana. A Escala de Depressão Geriátrica não é um substituto para uma entrevista diagnóstica realizada por Resumo de IESC – Duda Valio profissionais da área de saúde mental. É uma ferramenta útil de avaliação rápida para facilitar a identificação da depressão em idosos. A cada resposta afirmativa some 1 ponto. As perguntas não podem ser alteradas, deve-se perguntar exatamente o que consta no instrumento. Objetivo: verificar a presença de quadro depressivo. Avaliações dos resultados: Uma pontuação entre 0 e 5 se considera normal, 6 a 10 indica depressão leve e 11 a 15 depressão severa. Providências com os achados/resultados: escores elevados sugerem encaminhamento para avaliação neuropsicológica específica. ESCALA DE AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO E DA MARCHA DE TINNETI Realizado através de protocolo de Mary Tinneti proposto em 1986. O teste é capaz de avaliar as condições vestibulares e da marcha da pessoa idosa. Em 2003, esse teste foi adaptado para ser utilizado na população brasileira recebendo o nome de POMA-Brasil. Objetivo: avaliação de marcha e equilíbrio Avaliações dos resultados: Quanto menor a pontuação maior o problema. Pontuação menor que 19 indica risco 5 vezes maior de quedas. Providências com os achados/resultados: Escores muito baixos indicam necessidade de avaliação fisioterápica e/ou início de programa de reabilitação. Resumo de IESC – Duda Valio Resumo de IESC – Duda Valio Conhecer os instrumentos de avaliação nutricional de idosos Alimentação e Nutrição A antropometria é muito útil para o diagnóstico nutricional dos idosos. É um método simples, rápido, de baixo custo e com boa predição para doenças futuras, mortalidade e incapacidade funcional, podendo ser usada como triagem inicial, tanto para diagnóstico
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