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Resumo IESC 3

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Resumo de IESC – Duda Valio 
Conhecer o conceito de acidente. 
acidente 
substantivo masculino 
1. acontecimento casual, fortuito, inesperado; ocorrência. 
2. qualquer acontecimento, desagradável ou infeliz, que envolva dano, perda, sofrimento ou 
morte. 
"o a. matou a família inteira" 
Quem corre risco maior? 
O risco é mais elevado para crianças em idade pré-escolar, de 2 a 5 anos, que costumam sofrer traumas 
e lesões com maior frequência. Nessa idade ainda não possuem o menor conhecimento dos riscos e 
perigos que as cercam. Se não forem bem supervisionadas e se a casa onde moram não estiver 
preparada e dotada das principais medidas de prevenção, certamente acabarão se acidentando com 
uma frequência ainda maior. 
Identificar os cuidados com as crianças a fim de evitar acidentes (de 0 a 10 
anos). 
Quais são os ambientes da casa onde os casos de acidente acontecem com mais frequência? 
Nas residências, ou ambiente de uso corriqueiro, os locais mais frequentes, que representam maior 
risco e onde ocorrem lesões mais graves, são (em ordem decrescente): cozinha, banheiro, corredor, 
escada, quarto e sala. 
Recomendações gerais da SBP (válidas para todos os cômodos) 
1) Tomadas elétricas devem estar protegidas. A fiação deve estar em bom estado e fixada no 
alto e os fios precisam ficar presos e recolhidos; 
2) As janelas devem ser protegidas por grades ou telas. Se forem do tipo basculante, a abertura 
deve estar limitada a 10 cm com corrente; 
3) Nenhum móvel deve estar embaixo das janelas para desestimular tentativas de escalada e 
evitar quedas; 
4) Os móveis devem ter cantos arredondados para evitar lesões e traumas; 
5) Não fumar dentro de casa e nunca na cama; 
6) Cortinas não devem ter puxadores para evitar enforcamento e circulação; 
7) As escadas devem ter portões ou cancelas (em cima e em baixo) para evitar quedas. 
Recomendações gerais da SBP - Cozinha 
1) Deve contar com portão para impedir o acesso da criança, em especial no momento de preparo 
das refeições; 
2) No momento de preparo de alimentos, utilizar os queimadores (bocas) da parte de trás do 
fogão; 
3) Os cabos de panela devem estar virados para dentro e para trás; 
4) Objetos cortantes (facas, garfos, pratos e copos de vidro) devem ficar fora do alcance, em 
gavetas e armários com travas; 
5) Os materiais de limpeza devem estar em suas embalagens originais e fora do alcance, em 
armários altos e trancados; 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
6) botijão de gás precisa ser mantido do lado de fora da cozinha e as válvulas de liberação sempre 
fechadas. 
Recomendações gerais da SBP - Banheiro 
1) Armários contendo cosméticos, medicamentos, aparelhos elétricos devem ficar no alto e 
trancados; 
2) O piso deve ser mantido seco. Se tiver tapete, que seja antiderrapante; 
3) O ambiente precisa ser bem ventilado, sendo que se houver aquecedor a gás, ele deve passar 
por controle periódico; 
4) Aparelhos elétricos não devem ser mantidos nas tomadas ou ligados após o uso; 
5) A tampa do vaso sanitário deve ser mantida fechada e travada. 
Recomendações gerais da SBP – Corredor e escada 
1) Essas áreas devem ser mantidas constantemente iluminados; 
2) O piso deve ser antiderrapante, sem tapetes ou objetos que atrapalhem a circulação. 
Recomendações gerais da SBP – Quarto das crianças 
1) As camas devem ter largura de 80 cm a 1 metro, com proteções laterais e os espaços entre 
as grades devem ser de 5 a 7 cm para evitar que as crianças prendam a cabeça, mãos ou pés; 
2) Cuidados semelhantes devem ser tomados com os beliches; 
3) Cobertores e lençóis devem ser presos no pé da cama para evitar asfixia; 
4) Evitar colocar TV e abajures; 
5) Os brinquedos devem ser acondicionados em caixas com tampas removíveis. No caso, os 
usados por crianças maiores precisam ficar em prateleiras mais altas, longe dos menores. 
Recomendações gerais da SBP – Quarto do casal 
1) TV e outros aparelhos colocados devem ser instalados sobre móveis firmes e estáveis; 
2) Evitar usar a mesma tomada para dois ou mais aparelhos elétricos; 
3) Medicamentos, perfumes e cosméticos devem ser guardados em armários altos e trancados. 
Recomendações gerais da SBP – Salas de estar e de jantar 
1) O espaço para a circulação precisa ser suficiente para todos; 
2) É importante serem mantidas em ordem; 
3) Os aparelhos eletrônicos devem ser deixados fora do alcance das crianças; 
4) Bebidas alcoólicas, fósforos e isqueiros precisam ser acondicionados em armário alto e 
trancado; 
5) Os móveis devem ter pontas rombas, sendo que as mesas precisam ser firmes, de material 
inquebrável e não ter objetos e enfeites pequenos que podem ser engolidos ou aspirados; 
6) Evitar plantas ornamentais de fácil acesso; 
7) As portas de vidro devem estar sinalizadas e mantidas fechadas. 
Recomendações gerais da SBP – lavanderia, jardim, quintal, garagem, varandas elevadoras 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
1) Produtos de limpeza, pesticidas, herbicidas, ferramentas e outros objetos devem ser mantidos 
em armários altos e trancados; 
2) Baldes e bacias devem ser esvaziadas após uso e mantidos em local alto; 
3) O tanque de lavar roupa deve ter fixação adequada e não se deve deixá-lo cheio de água ou 
roupas; 
4) A churrasqueira deve ter fixação adequada e mantida protegida e longe das crianças; 
5) Não usar álcool líquido, pelo risco de queimaduras; 
6) A piscina deve ter muro, cerca ou grades de proteção (em seus quatro lados) e portão com 
tranca alta, lona de cobertura e alarme; 
7) Portões e portas de saída devem estar sempre fechados e trancados; 
8) Deve ser realizada busca periódica de plantas venenosas ou tóxicas; 
9) Menores de 10 anos nunca podem andar sozinhos no elevador. 
Contextualizar sobre o impacto da violência à criança. 
A violência contra crianças e adolescentes abrange os maus-tratos físicos e emocionais, o abuso 
sexual e a negligência. No caso de lactentes e crianças pequenas, a violência assume 
principalmente a forma de maus-tratos nas mãos de pais, mães, cuidadores e outras figuras de 
autoridade. À medida que as crianças crescem, também se tornam comuns a violência entre 
colegas e a violência nas relações íntimas — bullying, brigas, violência sexual e agressão, muitas 
vezes com armas de fogo e armas brancas. Durante a infância, uma de cada quatro crianças sofre 
maus-tratos físicos, ao passo que quase uma de cada cinco meninas e um de cada 13 meninos são 
vítimas de abuso sexual. O homicídio é uma das cinco principais causas de morte de adolescentes. 
Apesar da alta prevalência, muitas vezes esse tipo de violência é ocultado, passa despercebido ou 
não é denunciado. 
 
A violência contra crianças tem efeitos consideráveis e duradouros que ameaçam o bem-estar 
infantil e podem persistir até a idade adulta. A exposição à violência em idade precoce pode 
prejudicar o desenvolvimento cerebral e acarretar uma série de consequências imediatas e 
permanentes para a saúde física e mental. O impacto imediato e a longo prazo para a saúde pública 
e os custos econômicos corroem os investimentos em educação, saúde e bem-estar infantil. A 
violência contra crianças também abala a capacidade produtiva das gerações futuras. 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
 
Compreender as estratégias do profissional da Atenção Básica frente ao caso de 
violência contra a criança. 
Esta estratégia visa a melhorar o acesso a serviços de apoio de qualidade nas áreas de saúde, 
bem-estar social e justiça criminal para todas as crianças que deles necessitem — inclusive para 
denunciar casos de violência — a fim de reduzir o impacto da violência a longo prazo. 
As crianças expostas à violência precisam ter acesso a vários serviços de saúde e apoio que 
promovam a superação dessa experiência. 
Esses serviçostambém podem ajudar a romper o ciclo de violência na vida das crianças e ajudá-
las a reagir melhor e se recuperar. Os serviços básicos de saúde, como a atenção médica de 
emergência a lesões relacionadas com a violência e a atenção clínica a vítimas de violência sexual 
(inclusive profilaxia pósexposição à HIV em casos de estupro, quando houver indicação), são a 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
prioridade. Quando esses serviços básicos existem e são voltados para crianças, serviços 
complementares as ajudam a buscar outros aspectos essenciais de apoio e 
Resultados esperados: 
• Redução da violência física contra crianças cometida por pais, mães ou outros cuidadores 
• Redução da violência infligida pelo parceiro íntimo 
• Redução do número de casos de casamento precoce e forçado de meninas 
• Redução do número de crianças testemunhas de violência infligida pelo parceiro íntimo 
• Ampliação de normas e atitudes sociais contrárias à violência infligida pelo parceiro íntimo atenção, 
a denunciar incidentes violentos e a ser encaminhadas a outros serviços de referência. 
Estes incluem aconselhamento e apoio terapêutico, rastreamento de casos combinado a 
intervenções, programas no sistema de justiça criminal de tratamento para jovens em conflito com 
a lei e intervenções de acolhimento com a participação de serviços de bem-estar social. 
Resultados esperados: 
• Redução da recorrência do mesmo tipo de violência a curto prazo 
• Redução de sintomas de trauma (por exemplo, transtorno de estresse pós-traumático, depressão, 
ansiedade) 
• Redução de infecções sexualmente transmissíveis e de suas consequências negativas para a 
saúde reprodutiva 
• Redução da probabilidade de ser vítima ou autor de violência a curto prazo e em etapas posteriores 
da vida 
ECA: 
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcionar condições para a 
permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança 
ou adolescente. 
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente serão 
obrigatoriamente comunicados ao conselho tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras 
providências legais. 5 Parágrafo único. As gestantes ou mães que manifestem interesse em 
entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas à Justiça da Infância e da 
Juventude. 
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica 
para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas 
de educação sanitária para pais, educadores e alunos. Parágrafo único. É obrigatória a vacinação 
das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias. 
 
 
 
Identificar os sinais de violência física e sexual. 
Mudanças de comportamento 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
O primeiro sinal é uma possível mudança no padrão de comportamento da criança, como alterações 
de humor entre retraimento e extroversão, agressividade repentina, vergonha excessiva, medo ou 
pânico. Essa alteração costuma ocorrer de maneira imediata e inesperada. Em algumas situações 
a mudança de comportamento é em relação a uma pessoa ou a uma atividade em específico. 
Proximidades excessivas 
A violência costuma ser praticada por pessoas da família ou próximas da família na maioria dos 
casos. O abusador muitas vezes manipula emocionalmente a criança, que não percebe estar sendo 
vítima e, com isso, costuma ganhar a confiança fazendo com que ela se cale. 
Comportamentos infantis repentinos 
É importante observar as características de relacionamento social da criança. Se o jovem voltar a 
ter comportamentos infantis, os quais já abandonou anteriormente, é um indicativo de que algo 
esteja errado. A criança e ao adolescente sempre avisam, mas na maioria das vezes não de forma 
verbal. 
Silêncio predominante 
Para manter a vítima em silêncio, o abusador costuma fazer ameaças de violência física e mental, 
além de chantagens. É normal também que usem presentes, dinheiro ou outro tipo de material para 
construir uma boa relação com a vítima. É essencial explicar à criança que nenhum adulto ou 
criança mais velha deve manter segredos com ela que não possam ser compartilhados com 
pessoas de confiança, como o pai e a mãe, por exemplo. 
Mudanças de hábito súbitas 
Uma criança vítima de violência, abuso ou exploração também apresenta alterações de hábito 
repentinas. O sono, falta de concentração, aparência descuidada, entre outros, são indicativos de 
que algo está errado. 
Comportamentos sexuais 
Crianças que apresentam um interesse por questões sexuais ou que façam brincadeiras de cunho 
sexual e usam palavras ou desenhos que se referem às partes íntimas podem estar indicando uma 
situação de abuso. 
Traumatismos físicos 
Os vestígios mais óbvios de violência sexual em menores de idade são questões físicas como 
marcas de agressão, doenças sexualmente transmissíveis e gravidez. Essas são as principais 
manifestações que podem ser usadas como provas à Justiça. 
Enfermidades psicossomáticas 
Unidas aos traumatismos físicos, enfermidades psicossomáticas também podem ser sinais de 
abuso. São problemas de saúde, sem aparente causa clínica, como dor de cabeça, erupções na 
pele, vômitos e dificuldades digestivas, que na realidade têm fundo psicológico e emocional. 
Negligência 
Muitas vezes, o abuso sexual vem acompanhado de outros tipos de maus tratos que a vítima sofre 
em casa, como a negligência. Uma criança que passa horas sem supervisão ou que não tem o 
apoio emocional da família estará em situação de maior vulnerabilidade. 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
Frequência escolar 
Observar queda injustificada na frequência escolar ou baixo rendimento causado por dificuldade de 
concentração e aprendizagem. Outro ponto a estar atento é a pouca participação em atividades 
escolares e a tendência de isolamento social. 
Explicar as dimensões da linha de cuidado na Atenção Básica e as estratégias de 
execução. 
• Desenvolver ações de promoção da saúde e prevenção de violências; 
• Conhecer as diversas formas de manifestação da violência; 
• Identificar os casos suspeitos de violência na comunidade; 
• Cuidar de crianças em situação de violência, procurando ampliar a rede de cuidados e de 
proteção social para a tomada de decisões; 
• Buscar apoio da rede de cuidados e de proteção social no território, para interromper a 
violência, especialmente a de repetição, encaminhando as crianças para os serviços 
especializados identificados como referências no território; 
• Realizar o acompanhamento da criança e da família, enquanto não houver a alta do serviço 
de saúde; 
• Realizar o seguimento da criança e de sua família em situação de violência para a 
continuidade do cuidado na rede de proteção social; 
• Fazer intenso trabalho de articulação em todo este processo, não apenas com os serviços 
da rede de saúde e das demais políticas públicas (escola, Cras etc.), mas também com as 
forças vivas da comunidade, como associações de moradores, organizações não 
governamentais, sindicatos, igrejas etc. (SOUZA, 2007; FERNANDES; CURRA, 2007). 
A Atenção Básica assume um papel importante para a atenção integral à saúde das crianças e de 
suas famílias em situações de violência, por ser o serviço responsável pela coordenação das ações 
de cuidado no território. Os cuidados relativos às crianças em situações de violência encontram-se 
detalhados no documento “Linha de Cuidado para a Atenção Integral à Saúde de Crianças, 
Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violências: Orientação para Gestores e Profissionais 
de Saúde”. No seu conteúdo são abordados os seguintes temas: (a) promoção da saúde e da cultura 
da paz; (b) prevenção de violência; (c) vulnerabilidade para violências; (d) situações de risco e de 
proteção; (e) alerta para sinais e sintomas de violências; (f) definição das quatro dimensões emlinha de cuidado; e (g) rede de cuidados e de proteção social (BRASIL, 2010). A seguir, serão 
apresentadas, de forma resumida, as quatro dimensões do cuidado como prática de saúde, 
conforme mostra a figura 4. 
 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
A linha de cuidado é uma estratégia para a ação, um caminho a ser percorrido para o alcance da 
atenção integral, uma vez que cria a sinergia entre os profissionais envolvidos e fortalece a 
responsabilização dos serviços numa cadeia de produção do cuidado em todos os espaços da 
atenção e de proteção (BRASIL, 2010). 
● Acolhimento 
O acolhimento da criança e da família em situação de violência deve permear todos os locais e 
momentos do processo de produção de saúde, como uma ação contínua em todo o percurso da 
atenção na rede de cuidado e de proteção social, diferenciando-se da tradicional triagem. 
A atenção básica exerce um papel fundamental na dimensão da garantia do acesso e do 
acolhimento por ser o primeiro contato da criança e da família com o serviço. Neste sentido, os 
profissionais de saúde que compõem a equipe de Saúde da Família são os atores principais na 
referida abordagem (BRASIL, 2010; FERREIRA, 2005). Como fazer o acolhimento? 
• Todo e qualquer membro da equipe deve receber as crianças e suas famílias de forma empática 
e respeitosa; 
• Deve-se acolher a criança e a família em lugar específico para este tipo de atendimento; 
• Acompanhe o caso e proceda aos encaminhamentos desde a entrada da criança e de sua família 
no setor de saúde até o seguimento deles para a rede de cuidado e de proteção social; 
• Adote atitudes positivas e de proteção à criança e à sua família; 
• Atue de forma conjunta com toda a equipe (BRASIL, 2010). 
● Atendimento 
De forma muito frequente, o profissional de saúde depara-se com situações de difícil diagnóstico e 
desconhece qual encaminhamento deve ser dado aos casos de violência. Sempre que possível, é 
importante que a avaliação seja feita por uma equipe multiprofissional, que pode compartilhar da 
decisão diante de cada caso (FERNANDES, C. L. C.; CURRA, 2007; ASSOCIAÇÃO..., 2003; 
SOCIEDADE..., 2001) [D]. 
Como o profissional de saúde pode contribuir para a interrupção do ciclo de violência? 
Situações de violência precisam ser interrompidas. 
Eticamente, é necessário conversar com a família, explicar que, mesmo que não tenha havido a 
intenção de ferir ou negligenciar, a criança está em situação de risco e o profissional de saúde tem 
a obrigação legal de comunicar o que está acontecendo às instituições de proteção. Além disso, 
deverá salientar que a família se beneficiará da ajuda dos órgãos competentes. Desta forma, 
mantém-se uma atitude de solidariedade e cooperação, pois a família precisará de amparo e de 
reorganização de vínculos durante o processo de atendimento. 
É importante orientar a família quanto ao seu papel de proteção, explicando as graves 
consequências da violência para o crescimento e o desenvolvimento da criança [D]. 
A proteção da criança deve nortear todo o atendimento prestado, objetivando seu bem-estar e o de 
seus familiares, além de sua segurança. Tal visão auxilia o profissional de saúde a acolher a família 
e a adotar uma atitude empática para com os pais e cuidadores (FERNANDES; CURRA, 2007; 
ASSOCIAÇÃO..., 2003; BRASIL, 2002; SOCIEDADE..., 2001; NATIONAL..., 2006; FERREIRA, 
2005; LIVI, 2007). O que fazer? • Realize a consulta clínica: anamnese, exame físico; 
• Avalie o caso (quando necessário, requisite a presença de outros profissionais, para a 
complementação do diagnóstico); • trate e oriente a família sobre os cuidados; 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
• Ofereça à família e às crianças os serviços especializados de psicologia e assistência social da 
sua equipe Nasf de referência; 
• Discuta o caso com toda a equipe da área – médico(a), enfermeiro(a), odontólogos, técnicos e 
agentes comunitários de saúde –, para que todos se envolvam no plano de cuidado da família 
exposta à violência; 
• Garanta-lhes a assistência continuada e interdisciplinar. 
● Notificação 
A notificação dos casos de violência deve ser entendida como um importante instrumento de 
proteção à criança e de apoio às suas famílias. Além do mais, permite que o profissional de saúde, 
após o registro e o conhecimento do caso, atue na perspectiva de prevenção da violência, 
especialmente as de repetição, mediante a orientação e o acompanhamento das famílias quando o 
evento ocorre no âmbito familiar (BRASIL, 2010). 
A comunicação dos casos suspeitos e confirmados à autoridade competente (Conselho Tutelar ou 
Vara da Infância e da Juventude) é obrigatória e de responsabilidade do profissional de saúde, 
conforme o previsto nos Artigos nº 13 e nº 245 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 
nº 8.069/1990, regulamentada pelo Ministério da Saúde, por intermédio da Portaria MS/GM nº 
1.968/2001, que dispõe sobre a notificação de casos suspeitos e confirmados de maus-tratos 
(violências) contra crianças e adolescentes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (BRASIL, 
2002). 
Os registros claros e compreensíveis sobre o tipo e a natureza da violência e sobre os dados do 
local de ocorrência e do possível agressor são variáveis que podem subsidiar as autoridades de 
saúde e do sistema de defesa e proteção para a adoção de medidas adequadas de cuidados e de 
proteção integral da criança. Nesta mesma linha, recomenda-se que sejam registrados em 
prontuário os dados de anamnese e dos exames físico e complementar, pois o sistema judiciário 
poderá solicitá-los à unidade de saúde (BRASIL, 2010; BRASIL, 2002). 
Ao registrar a violência, o profissional reconhece as demandas especiais da vítima e aciona os 
mecanismos de proteção de responsabilidade do poder público. O trabalho do Conselho Tutelar 
visa à garantia dos direitos da criança, mediante a adoção de procedimentos necessários para a 
proteção integral da criança (BRASIL, 2002). 
Como notificar? 
• Preencha a “Ficha de Notificação/Investigação Individual: Violência Doméstica, Sexual e/ ou 
Outras Violências Interpessoais”. É muito importante que a ficha seja preenchida no seu inteiro teor. 
Isso exige que os profissionais de atenção básica sejam capacitados para garantir a confiabilidade 
dos dados. 
• Comunique o fato ao conselho tutelar que atende a comunidade ou ao conselho tutelar de sua 
respectiva área de atuação, mediante o envio de uma via da ficha. Se, porventura, não existir um 
conselho tutelar na região, encaminhe o caso para a Vara da Infância e da Juventude ou para o 
Ministério Público ou, ainda, para o órgão ou a autoridade competente. 
• Arquive uma via da ficha no serviço ou na unidade de saúde que realizou a notificação ou que seja 
responsável pelo registro do caso. 
• Qualquer pessoa vítima ou testemunha que necessite de orientação anônima pode utilizar o 
serviço de “disque-denúncia” no âmbito local ou discar 100 (Disque Denúncia Nacional de Abuso e 
Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes), que é um serviço válido para todo o território 
nacional e pode ser feito como uma simples ligação local, sem a necessidade de interurbano. O 
Disque-100 recebe denúncias de violação de direitos humanos de crianças e adolescentes, além 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
de prestar orientações sobre os serviços e as redes de atendimento, defesa e proteção existentes 
nos estados e municípios brasileiros 
● Seguimento na rede 
A criança deve ser encaminhada e acompanhada para um serviço especializado que seja 
identificado com a referência, no território nacional, independentemente do nível de atenção, mesmo 
depois da notificação, pois as funções dos conselhos não substituem as da equipe de saúde no 
acompanhamento terapêutico de cada caso. 
É fundamental que a equipe de saúde que identificou o caso mantenha o vínculo e o 
acompanhamento da criança e de sua família, monitorando o atendimento pelo serviço 
especializado,quando for o caso, acolhendo e oportunizando espaço para que tanto a criança 
quanto a família possam expressar seus sentimentos frequentes (culpa, vergonha, impotência, 
confusão, ambivalência, tristeza, medo, insegurança e desamparo). É importante também que a 
equipe esteja alerta para novas situações de risco e novos episódios de violência e garanta à criança 
e à família o acompanhamento de saúde e a oferta de ações de promoção e proteção. O 
acompanhamento da criança e da família pela equipe de saúde e pelo serviço de atenção básica 
ou especializado pode ser determinante para a sua adesão ao tratamento (FERREIRA, 2005). 
A discussão dos casos atendidos, a supervisão continuada, as capacitações e a atuação 
multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial possibilitam que as equipes de saúde desenvolvam 
habilidades que permitem: (a) o reconhecimento de situações de vulnerabilidade e risco para a 
violência; (b) a atuação de forma preventiva junto às famílias e à comunidade; e (c) o aprimoramento 
de ações de promoção da saúde (SOUZA, 2007). 
Além disso, o atendimento às vítimas da violência e às suas famílias pelas equipes de saúde deve 
estar vinculado a redes de proteção e apoio que articulem ações intersetoriais (BRASIL, 2010). 
Como acionar a rede de cuidados e de proteção social? 
De acordo com cada caso e as possibilidades terapêuticas, deve-se: 
• Acionar a rede de saúde: unidades básicas, equipes de saúde da família, unidades e serviços 
especializados para a atenção a crianças e adolescentes em situações de violência, hospitais, 
unidades de pronto-atendimento (Upa 24h), unidades de urgências, Caps e Capsi. 
• Acionar a rede de defesa e proteção social: o Conselho Tutelar ou a Vara da Infância e da 
Adolescência, o Ministério Público, o Cras, o Creas e as escolas, entre outros órgãos e 
estabelecimentos. 
Apontar os fatores de vulnerabilidade contra a criança, durante a gestação e no 
puerpério. 
Fatores de vulnerabilidade para a violência contra crianças 
• Pais muito jovens, solteiros, de baixo nível socioeconômico e um dos parceiros com menos tempo 
de estudo do que o outro [B]. 
• Ambientes familiares instáveis (em decorrência de violência intrafamiliar), uso abusivo de álcool 
e/ou drogas. 
• Pais com baixa autoestima, controle deficiente de impulsos, problemas de saúde mental, 
comportamentos antissociais. 
• Pais que foram maltratados na infância [C]. 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
• Violência aprendida como forma de resolução de conflitos. 
• Uso da punição física (palmada) como prática normal de disciplina. 
• Abuso de substâncias, estresse e isolamento social [C]. 
• Fatores que aumentam o nível de conflito e a capacidade de lidar com ele e encontrar apoio (perda 
de emprego, doenças etc.) [C]. 
• Elevados níveis de pobreza, desemprego e rotatividade populacional que impactam o 
comportamento parental, deteriorando as estruturas físicas e sociais da comunidade [C]. 
• Normas culturais com definições rígidas de papéis do casal, relação com os filhos, famílias 
isoladas do convívio social (SOUZA, 2007). 
• Rede de proteção social frágil e ausência de políticas públicas de proteção para crianças e 
famílias, além da facilidade de ingresso e da receptividade das organizações criminosas que 
utilizam crianças e adolescentes [C]. 
• Crianças com distúrbios psíquicos ou mentais (RUBIN et al., 2003; BORDIN et al., 2006; 
HABIGZANG et al., 2005) [C]. 
Fatores de vulnerabilidade para a violência na gestação e no puerpério 
Na gestação, alguns dos fatores de vulnerabilidade são os seguintes: gravidez indesejada, 
ocultação da gravidez, tentativa de aborto, desejo de “doar” o filho, mãe solteira sem suporte 
emocional, desajustes sérios entre os genitores, história de doença mental ou distúrbios 
emocionais, drogadição, alcoolismo, história de comportamentos violentos, história pessoal de 
vitimização perinatal, depressão, raiva, apatia, comentários depreciativos sobre o bebê (CARDOSO 
et al., 2006) [D]. 
Já no puerpério, algumas atitudes atípicas da mãe para com seu bebê são consideradas fatores de 
vulnerabilidade, tais como: (a) não desejar segurá-lo; (b) não alimentá-lo e não acariciá-lo; (c) 
repulsa pelas secreções e pelos excrementos; (d) amamentar com indiferença; (e) desinteresse 
pelas orientações; (f) falta de visitas à criança hospitalizada; (g) não realizar o acompanhamento 
médico da criança; (h) rudeza no trato com a criança; (i) negligência na higiene; (j) agressividade; 
(k) extrema exigência em relação à criança; (l) criança de baixo peso e/ou com desenvolvimento 
prejudicado (CARDOSO et al., 2006) [D]. 
Explicar o ECA e compreender sua importância 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), sancionado em 13 de julho de 1990, é o principal 
instrumento normativo do Brasil sobre os direitos da criança e do adolescente. O ECA incorporou 
os avanços preconizados na Convenção sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas e trouxe 
o caminho para se concretizar o Artigo 227 da Constituição Federal, que determinou direitos e 
garantias fundamentais a crianças e adolescentes. 
Considerado o maior símbolo dessa nova forma de se tratar a infância e a adolescência no país, o 
ECA inovou ao trazer a proteção integral, na qual crianças e adolescentes são vistos como sujeitos 
de direitos, em condição peculiar de desenvolvimento e com prioridade absoluta. Também reafirmou 
a responsabilidade da família, sociedade e Estado de garantir as condições para o pleno 
desenvolvimento dessa população, além de colocá-la a salvo de toda forma de discriminação, 
exploração e violência. 
Para garantir a efetivação da proteção integral, governo e sociedade civil trabalham em conjunto 
por meio dos conselhos municipais, estaduais, distrital e nacional dos direitos da criança e do 
adolescente. Com caráter deliberativo e composição paritária, essas instâncias fazem o controle 
das políticas públicas e estão entre os principais atores do Sistema de Garantia de Direitos (SGD). 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
É nesse contexto que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, por meio da 
Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, e o Conselho Nacional dos Direitos 
da Criança e do Adolescente (CONANDA) consideram o fortalecimento e a articulação entre esses 
órgãos colegiados como estratégias fundamentais para a promoção e a defesa dos direitos de 
crianças e adolescentes. 
O Estatuto é fruto de uma construção coletiva, que envolveu parlamentares, governo, movimentos 
sociais, pesquisadores, instituições de defesa dos direitos da criança e do adolescente, organismos 
internacionais, instituições e lideranças religiosas, entre outros atores. Após quase três décadas de 
vigência, o Brasil continua mobilizado para que o ECA se mantenha como uma legislação avançada 
e atualizada. 
Conhecer uma transição epidemiológica e demográfica brasileira (taxas de 
fecundidade, expectativa de vida, taxas de mortalidade etc.) 
Hoje, pela primeira vez na história, a maioria das pessoas pode esperar viver até os 60 anos e mais 
(1). Quando combinados com quedas acentuadas nas taxas de fertilidade, esses aumentos na 
expectativa de vida levam ao rápido envelhecimento das populações em todo o mundo. 
 
Essas mudanças são dramáticas e as implicações são profundas. Uma criança nascida no Brasil 
ou em Mianmar em 2015 pode esperar viver 20 anos mais que uma criança nascida há 50 anos. 
Na República Islâmica do Irã, apenas 1 em cada 10 pessoas da população tem mais de 60 anos 
em 2015. Em apenas 35 anos, essa taxa terá aumentado em torno de 1 a cada 3. E o ritmo de 
envelhecimento da população é muito mais rápido que no passado. 
 
Uma vida mais longa é um recurso incrivelmente valioso (2). Proporciona a oportunidade de 
repensar não apenas no que a idade avançada pode ser, mas como todas as nossas vidas podem 
se desdobrar. Por exemplo, em muitas partesdo mundo, o curso da vida é atualmente enquadrado 
em torno de um conjunto rígido de fases: infância, fase de estudos, um período defnido de trabalho 
e, em seguida, aposentadoria. A partir dessa perspectiva, frequentemente se assume que os anos 
extras são simplesmente adicionados ao fm da vida e permitem uma aposentadoria mais longa. 
Entretanto, quanto mais pessoas chegam a idades mais avançadas, há evidências de que muitas 
estão repensando este enquadramento rígido de suas vidas. Em vez de passar anos extras de 
outras maneiras, as pessoas estão pensando em talvez estudar mais, em ter uma nova carreira ou 
buscar uma paixão há muito negligenciada. Além disso, conforme as pessoas mais jovens esperam 
viver mais tempo, elas também podem realizar planejamentos diferentes, por exemplo, de iniciar 
suas carreiras mais tarde e passar mais tempo no início da vida para criar uma família. 
Contudo, a amplitude das oportunidades que surgem do aumento da longevidade dependerá muito 
de um fator fundamental: saúde. Se as pessoas vivem esses anos extras de vida com boa saúde, 
sua capacidade de realizar as tarefas que valorizam será um pouco diferente em relação a uma 
pessoa mais jovem. Se esses anos a mais são dominados por declínios na capacidade física e 
mental, as implicações para as pessoas mais velhas e para a sociedade é muito mais negativa. 
Infelizmente, embora seja assumido muitas vezes que o aumento da longevidade está sendo 
acompanhado por um período prolongado de boa saúde, existem poucas evidências sugerindo que 
os adultos maiores de hoje apresentam uma saúde melhor do que os seus pais tinham com a 
mesma idade. 
 
No entanto, a saúde precária não precisa dominar a idade mais avançada. A maioria dos problemas 
de saúde enfrentados por pessoas mais velhas são associados a condições crônicas, 
principalmente doenças não transmissíveis. Muitas delas podem ser prevenidas ou retardadas 
envolvendo-se em comportamentos saudáveis. Outros problemas de saúde podem ser controlados 
de maneira efcaz, principalmente se forem detectados cedo o sufciente. E mesmo para as pessoas 
com declínios na capacidade, os ambientes de apoio podem garantir que elas vivam vidas dignas 
e com crescimento pessoal contínuo. Entretanto, o mundo está muito longe desses ideais. 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
O envelhecimento da população, portanto, demanda uma resposta abrangente da saúde pública. 
 
Contudo, o debate tem sido insufciente e as evidências, do que pode ser feito, são limitadas (3, 4). 
Porém, isso não signifca que nada pode ser feito. De fato, a necessidade de ação é urgente. O 
presente relatório analisa detalhadamente o que sabemos sobre saúde e envelhecimento e constrói 
um quadro estratégico para falar sobre a ação pública, com um menu de próximos passos práticos 
que pode ser adaptado para utilização em países de todos os níveis de desenvolvimento 
econômico. 
 
Dessa maneira, o relatório aborda as mudanças associadas ao envelhecimento no contexto de todo 
o curso da vida. Entretanto, dadas às questões únicas que surgem em idade avançada e a atenção 
limitada que esse período, tradicionalmente, recebeu o relatório tem como foco a segunda metade 
da vida. 
 
Caracterizar histórico demográfica correlacionando-a epidemiológica envelhecimento 
no Brasil 
Mudança nas percepções de saúde e envelhecimento 
Um dos desafos ao se desenvolver uma resposta ampla para o envelhecimento da população é que 
muitas percepções e suposições comuns sobre pessoas mais velhas são baseadas em estereótipos 
ultrapassados. Isso limita a nossa forma de conceituar os problemas, as perguntas que fazemos e 
a nossa capacidade de aproveitar as oportunidades inovadoras (5). As evidências sugerem que 
perspectivas atuais são necessárias. 
 
Não há mais pessoa tipicamente velha 
As populações mais maiores são caracterizadas por grande diversidade. Por exemplo, alguns 
adultos maiores de 80 anos apresentam níveis de capacidade física e mental comparáveis aos 
níveis de muitos jovens de 20 anos. As políticas devem ser estruturadas de forma que permitam um 
maior número de pessoas alcançarem trajetórias positivas do envelhecimento. E elas devem servir 
para quebrar as muitas barreiras que limitam a participação social contínua e as contribuições de 
pessoas maiores. Porém, muitas pessoas experimentarão declínios signifcativos de capacidade em 
idades muito mais jovens. Por exemplo, algumas pessoas de 60 anos podem precisar de ajuda de 
outras pessoas para realizar até as tarefas mais simples. Uma resposta abrangente da saúde 
pública ao envelhecimento da população também deve abordar as suas necessidades. 
Ativar as capacidades e atender às necessidades de tais populações diversas pode resultar em 
políticas que parecem desconexas, e que podem até ser administradas por meio de esferas de 
governo diferentes e concorrentes. Contudo, as diferentes necessidades de pessoas mais velhas 
são vistas como um funcionamento contínuo. Uma resposta política ampla deve ser capaz de 
reconciliar essas diferentes ênfases em uma narrativa de envelhecimento coerente. 
Compreender as pirâmides etárias, caracterizando epidemiologia do envelhecimento 
no Brasil. 
 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
Conhecer os processos naturais do envelhecimento - fisiologia do envelhecimento 
Há controvérsias em relação ao início do envelhecimento, porém, por volta dos 25 anos já podemos 
observar modificações na composição corporal. Toda a celularidade diminui, reduzindo a função 
dos órgãos, continuamente. Ocorre diminuição da água intracelular, tornando o organismo da 
pessoa idosa desidratado, fisiologicamente. Daí devemos ficar alertas ao prescrevermos fármacos 
hidrossolúveis, como a digoxina, pois elas estarão em maior concentração, podendo ocorrer efeitos 
indesejáveis. A musculatura vai diminuindo, especialmente as fibras tipo II, de contração rápida, 
como as encontradas nas mãos. Com isso a força muscular vai diminuindo, estando na 8 a década 
de vida 40% menor quando comparada à 2 a década. Em contrapartida, há aumento proporcional 
da gordura, especialmente em torno da cintura pélvica, provocando modificações da silhueta. Aqui 
também teremos que dar atenção às regras farmacológicas, pois as substâncias lipossolúveis, 
como as de ação central, terão seu tempo de ação aumentado (Navazio e Testa, 2007). 
 
Definir senescência e senilidade, e identificar as diferenças entre elas 
 
Segundo o dicionário Michaelis: 
senescência 
se·nes·cên·ci·a 
sf 
1 Qualidade ou estado de senescente. 
2 BIOL Processo de envelhecimento nos 
indivíduos maduros. 
3 BOT Processo que ocorre anterior à queda 
das folhas, em plantas decíduas. 
ETIMOLOGIA 
der do lat senescens, -ntis+ia2, como fr 
sénescence. 
 
senilidade 
se·ni·li·da·de 
sf 
1 Estado, condição ou qualidade de senil; 
decrepitude, velhice. 
2 Debilidade física e intelectual, causada pela 
velhice. 
3 Idade senil. 
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES 
ANTÔN: juvenilidade, juventude. 
ETIMOLOGIA 
der de senil+i+dade, como fr sénilité.
 
Diferenciado por: 
Por meio de estudos realizados nessa área foi possível estabelecer o limite entre senescência e 
senilidade, ou seja, respectivamente, entre o envelhecimento primário e o secundário a processos 
patológicos que são comuns nas idades mais avançadas da vida; entre o envelhecimento saudável 
ou bem-sucedido e o envelhecimento comum. 
 
Senescência ou senectude e senilidade 
A distinção entre senescência ou senectude, que resulta do somatório de alterações orgânicas, 
funcionais e psicológicas próprias do envelhecimento normal, e senilidade, que é caracterizada por 
modificações determinadas por afecções que frequentemente acometem a pessoa idosa, é, por 
vezes, extremamente difícil. O exato limite entre esses dois estados não é preciso e 
caracteristicamente apresenta zonas de transição frequentes, o que dificulta discriminar cada um 
deles.Essa dificuldade que os profissionais enfrentam no seu dia a dia e que está presente em todas as 
áreas que compõem a ciência gerontológica é consequência da indefinição da idade biológica, da 
grande variabilidade de comportamento do idoso perante fatores estressantes e de um fator 
genético, cuja importância já foi referida. Não somente na prática diária, no entanto, é importante a 
distinção entre essas duas condições, mas também é relevante na área da pesquisa em 
Gerontologia. Assim, acreditamos que várias investigações relativas ao fenômeno de 
envelhecimento deveriam ser reavaliadas, principalmente as realizadas em seres humanos, desde 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
que os resultados obtidos são muitas vezes decorrentes da presença de doenças associadas e não 
reconhecidas, e não somente do envelhecimento propriamente dito. 
 
Outro fato que merece ser destacado é que, diferentemente das pessoas mais jovens, nos idosos 
portadores de doenças, que frequentemente são múltiplas, somam-se os efeitos das alterações 
fisiológicas próprias do envelhecimento normal e os decorrentes de modificações funcionais 
produzidas pela presença de doenças concomitantes. Não se pode desconhecer que os efeitos da 
primeira podem atuar sobre os da última, induzindo graus variáveis de interação, a ponto de produzir 
ação deletéria muito acentuada (Papaléo Netto e Brito, 2001). 
 
Conceituar funcionalidade do idoso 
 
Capacidade funcional é definida como o manejo independente de atividades de vida diária (Neri, 
2014). A funcionalidade é um aspecto essencial da avaliação neuropsicológica dos idosos visto que 
declínio progressivo na capacidade de realizar as atividades de vida diária devido à perda cognitiva 
é um elemento decisivo para o diagnóstico de quadros demenciais (APA, 2013). 
As atividades de vida diária (AVD) podem ser hierarquizadas em básicas (ABVD), instrumentais 
(AIVD) e avançadas (AAVD). As primeiras incluem capacidade para realizar higiene pessoal, 
alimentação e controle esfincteriano e são importantes para o autocuidado. As instrumentais são 
mais complexas e incluem a capacidade para preparar refeições, realizar trabalhos domésticos, 
usar transportes, fazer compras, administrar finanças, as próprias medicações, entre outras. As 
últimas são atividades físicas, cognitivas, sociais, de lazer e produtivas, que proporcionam ao idoso 
contato com a vida social (Baltes et al., 1993). 
 
Na avaliação neuropsicológica, devese focar principalmente a avaliação das AIVD, por serem estas 
as primeiras a declinarem nos estágios iniciais das demências (Chaves et al., 2011). As AAVD 
também devem ser consideradas, porém, podem sofrer influência de variáveis ligadas à história de 
vida, gênero, classe social, nível educacional e personalidade. Assim, seu declínio pode não ser 
suficiente para caracterizar incapacidade (Neri, 2014). É importante ressaltar que a interrupção de 
AAVD pode ser um indicador precoce de perda funcional. A avaliação das ABVD é relevante nos 
estágios mais avançados das demências (Chaves et al., 2011). 
 
As informações sobre o grau e o tipo de ajuda que os idosos precisam para realizar suas atividades 
de vida diária podem ser registradas por meio de entrevistas e relatos de familiares ou pessoas 
próximas, observações e aplicação de instrumentos e escalas padronizadas. O autorrelato pode ser 
considerado, embora seja o menos sensível para detectar declínio funcional nos estágios iniciais 
de demência. É importante discriminar se o declínio funcional é causado por limitações físicas, 
sensoriais, psicológicas ou cognitivas. 
 
Entrevistas e relatos sobre a funcionalidade podem ser solicitados durante a anamnese. A 
observação deste aspecto pelo avaliador deve ser realizada durante todo o processo da avaliação. 
Por exemplo, pode-se verificar como e com quem o paciente chega até o local, quem é o 
responsável pelos agendamentos dos dias e horários das sessões, se ele é capaz de relatar quais 
as medicações de que faz uso, dentre outros comportamentos possíveis de serem observados pelo 
examinador. 
 
Para avaliação das atividades básicas e instrumentais de vida diária, os instrumentos mais utilizados 
são a escala de Katz (Lino et al., 2008) e LawtonBrody (dos Santos e Júnior, 2008). Outros 
instrumentos empregados são: o Índice de Barthel (Minosso et al., 2010), o Questionário de 
Atividades Funcionais de Pfeffer (Pfeffer et al., 1982), a Functional Independence Measure – FIM 
(Keith, 1987), o Informant Questionare on Cognitive Decline in the Elderly – IQCODE (dos Santos 
Sanchez e Lourenço, 2009), a Disability Assessment for Dementia – DAD (CartheryGoulart et al., 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
2007), a Bristol Activities of Daily Living Scale – BADLS (Bucks et al., 1996), a Bayer Activities of 
Daily Living Scale – BADL (Hindmarch et al. 1998), o Activities of Daily Living Questionare – ADLQ 
(Medeiros e Guerra, 2009) e a Direct Assessment of Functional statusRevised – DAFSR (Pereira et 
al., 2010). 
 
O Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e Envelhecimento da Academia Brasileira de 
Neurologia recomenda, para a avaliação da funcionalidade no processo diagnóstico de doença de 
Alzheimer, o uso das escalas IQCODE, DAFSR, DAD, ADLQ e Bayer por terem estudos de 
validação e adaptação para a população brasileira (Chaves et al., 2011). A escala Pfeffer é muito 
utilizada na prática clínica e em pesquisas por ser de fácil aplicação e fornecer informações sobre 
o grau e tipo de dependência para realização de atividades instrumentais de vida diária. 
Compreender a importância da caderneta do idoso. 
A Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa integra um conjunto de iniciativas que tem por objetivo 
qualificar a atenção ofertada às pessoas idosas no Sistema Único de Saúde, instrumento proposto 
para auxiliar no bom manejo da saúde da pessoa idosa, sendo usada tanto pelas equipes de saúde 
quanto pelos idosos, por seus familiares e cuidadores. 
 
É muito importante que seu preenchimento se dê por meio de informações cedidas pela pessoa 
idosa, por seus familiares e/ou cuidadores, para compor o Plano de Cuidado, a ser construído em 
conjunto com os profissionais de saúde. A Caderneta permitirá o registro e o acompanhamento, 
pelo período de cinco anos, de informações sobre dados pessoais, sociais e familiares, sobre suas 
condições de saúde e seus hábitos de vida, identificando suas vulnerabilidades, além de ofertar 
orientações para o seu autocuidado. Desejamos que a Caderneta contribua para qualificar a 
atenção à pessoa idosa no SUS. 
Conhecer as políticas públicas implementadas pelo SUS voltadas à saúde da pessoa 
idosa 
O Ministério da Saúde, em setembro de 2005, definiu a Agenda de Compromisso pela Saúde que 
agrega três eixos: o Pacto em Defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), o Pacto em Defesa da 
Vida e o Pacto de Gestão. 
Destaca-se aqui o Pacto em Defesa da Vida que constitui um conjunto de compromissos que 
deverão tornar-se prioridades inequívocas dos três entes federativos, com definição das 
responsabilidades de cada um. Foram pactuadas seis prioridades, sendo que três delas têm 
especial relevância com relação ao planejamento de saúde para a pessoa idosa. São elas: a saúde 
do idoso, a promoção da saúde e o fortalecimento da Atenção Básica. 
Em relação à promoção da saúde da população idosa as implementações de ações locais deverão 
ser norteadas pelas estratégias de implementação, contempladas na Política Nacional de Promoção 
da Saúde – Portaria 687/GM, de 30 de março de 2006, tendo como prioridades as seguintes ações 
específicas: 
a) Divulgação e implementação da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS); 
b) Alimentação saudável; 
c) Prática corporal/atividade física; 
d) Prevenção e controle do tabagismo; 
e) Redução da morbi-mortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e outras drogas; 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
f) Reduçãoda morbi-mortalidade por acidentes de trânsito; 
g) Prevenção da violência e estímulo à cultura de paz; 
h) Promoção do desenvolvimento sustentável. 
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), Portaria GM nº 2.528, de 19 de outubro 
de 2006, define que a atenção à saúde dessa população terá como porta de entrada a Atenção 
Básica/Saúde da Família, tendo como referência a rede de serviços especializada de média e alta 
complexidade. 
A Política Nacional de Atenção Básica, regulamentada pela Portaria GM nº 648 de 28 de março 
de 2006, caracteriza-se por desenvolver um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e 
coletivo, que abrangem a promoção e a proteção à saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, 
o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. É desenvolvida por meio do exercício de 
práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipe, 
dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas quais assume a responsabilidade 
sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações. 
Utiliza tecnologias de elevada complexidade (conhecimento) e baixa densidade (equipamentos), 
que devem resolver os problemas de saúde de maior freqüência e relevância em seu território. É o 
contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. 
A estratégia de Saúde da Família visa à reorganização da Atenção Básica no país, de acordo com 
os preceitos do Sistema Único de Saúde. Além dos princípios gerais da Atenção Básica, a 
Estratégia Saúde da Família deve: 
• Ter caráter substitutivo em relação à rede de Atenção Básica tradicional nos territórios em 
que as Equipes Saúde da Família atuam; 
• Atuar no território realizando cadastramento domiciliar, diagnóstico situacional, ações 
dirigidas aos problemas de saúde de maneira pactuada com a comunidade onde atua, 
buscando o cuidado dos indivíduos e famílias ao longo do tempo, mantendo sempre postura 
pró-ativa frente aos problemas de saúde-doença da população; 
• Desenvolver atividades de acordo com o planejamento e a programação realizadas com 
base no diagnóstico situacional e tendo como foco a família e a comunidade; 
• Buscar a integração com instituições e organizações sociais, em especial em sua área de 
abrangência, para o desenvolvimento de parcerias; 
• Ser um espaço de construção de cidadania. 
A Atenção à Saúde da pessoa idosa na Atenção Básica/Saúde da Família, quer por demanda 
espontânea, quer por busca ativa – que é identificada por meio de visitas domiciliares, deve consistir 
em um processo diagnóstico multidimensional. Esse diagnóstico é influenciado por diversos fatores, 
tais como o ambiente onde o idoso vive, a relação profissional de saúde/pessoa idosa e profissional 
de saúde/ familiares, a história clínica - aspectos biológicos, psíquicos, funcionais e sociais - e o 
exame físico. 
Na Atenção Básica espera-se oferecer à pessoa idosa e à sua rede de suporte social, incluindo 
familiares e cuidadores (quando existente), uma atenção humanizada com orientação, 
acompanhamento e apoio domiciliar, com respeito às culturas locais, às diversidades do envelhecer 
e à diminuição das barreiras arquitetônicas de forma a facilitar o acesso conforme proposto no 
Manual de Estrutura Física, do Ministério da Saúde, 2006. A adoção de intervenções que criem 
ambientes de apoio e promovam opções saudáveis são importantes em todos os estágios da vida 
e influenciarão o envelhecimento ativo. 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
Cabe ressaltar que, com base no princípio de territorialização, a Atenção Básica/ Saúde da Família 
deve ser responsável pela atenção à saúde de todas as pessoas idosas que estão na sua área de 
abrangência, inclusive, aquelas que se encontram em instituições, públicas ou privadas. 
Diante do envelhecimento populacional, muitas ações estão sendo planejadas para atender às 
demandas emergentes. Nesse contexto, a Organização Mundial de Saúde propôs, em 2002, um 
projeto denominado “Towards Age-friendly Primary Health Care”, cuja proposta é adaptar os 
serviços de atenção básica para atender adequadamente às pessoas idosas, tendo como objetivo 
principal a sensibilização e a educação no cuidado primário em saúde, de acordo com as 
necessidades específicas dessa população. 
São três as áreas de atuação previstas nesse projeto: 
1. Informação, Educação, Comunicação e Treinamento: Por meio de treinamento busca-se 
melhorar a formação e as atitudes dos profissionais de saúde de modo que possam avaliar 
e tratar as condições que afligem pessoas idosas fornecendo ferramentas e fortalecendo-as 
na direção de um envelhecimento saudável; 
2. Sistema de Gestão da Assistência de Saúde: Organização da gestão do serviço da Atenção 
Básica, de acordo com as necessidades das pessoas idosas; 
3. Adequação do ambiente físico: tornando-o mais acessível para as pessoas que possuam 
alguma limitação funcional. 
Conhecer os pilares do envelhecimento ativo 
Segundo Organização Mundial de Saúde (2005) o Envelhecimento Ativo é o processo de otimização 
das oportunidades para a saúde, a participação e a segurança, com o objetivo de melhorar a 
qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem (Figura 2). O envelhecimento ativo aplica-
se tanto a indivíduos quanto a grupos populacionais. Para Caldas (2006) o envelhecimento permite 
que as pessoas percebam o seu potencial para o bem-estar físico, social e mental ao longo do curso 
da vida, e permite que essas pessoas participem da sociedade de acordo com suas necessidades, 
desejos e capacidade, protegendo-as e providenciando segurança e cuidados. 
 
Nos três pilares configura a abordagem do envelhecimento ativo baseada no reconhecimento dos 
direitos humanos das pessoas idosas e nos princípios de independência, participação, dignidade, 
assistência e autorrealização estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (2005). Tais 
princípios têm por base a segurança, o planejamento estratégico, o trabalho, aposentadoria, 
acessibilidades. 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
O que permite o reconhecimento dos direitos dos idosos à igualdade de oportunidades e tratamento 
em vários aspectos na medida em que envelhecem. Diante desta abordagem nos veem as 
responsabilidades de promover para os idosos o exercício de sua participação nos processos 
políticos, no trabalho e em comunidade. 
Conhecer as ações de prevenção primária, secundária, terciária e quaternária para 
uma pessoa idosa 
A melhor estratégia para o controle dos riscos de instalação de doenças e suas limitações é a 
promoção da saúde e a prevenção de doenças, especialmente, entre os idosos, como foi visto na 
unidade anterior (Figura 1). 
Desta forma, Czeresnia; Freitas (2003) afirma que a prevenção secundária tem o objetivo de 
detectar precocemente e tratar doenças assintomáticas por meio do rastreamento de câncer, 
hipertensão, osteoporose, aneurisma de aorta abdominal e de alterações da visão e audição, além 
de intervenções farmacológicas específicas. 
Já a prevenção terciária identifica condições crônicas estabelecidas a fim de prevenir novos eventos 
ou declínio funcional, cognitivos, distúrbios da marcha e do equilíbrio que podem levar a quedas e 
incontinência urinária. Enquanto a prevenção quaternária é o conjunto de ações que visam evitar a 
iatrogenia associada às intervenções médicas, como abusos no tratamento dos fatores de risco 
e/ou os excessos preventivos, de rastreamento, exames e testes complementares. Trata-se de 
proteção contra intervenções médicas inapropriadas (CZERESNIA; FREITAS, 2003). 
 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
Conhecer sobre a avaliação funcional da pessoa idosa 
A avaliação funcional, preconizada pela Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, é fundamental 
e determinará não só o comprometimento funcional da pessoa idosa, mas sua necessidade de 
auxílio. Pode ser compreendida como umatentativa sistematizada de avaliar de forma objetiva os 
níveis no qual uma pessoa está funcionando numa variedade de áreas utilizando diferentes 
habilidades. Representa uma maneira de medir se uma pessoa é ou não capaz de desempenhar 
as atividades necessárias para cuidar de si mesma. Caso não seja capaz, verificar se essa 
necessidade de ajuda é parcial, em maior ou menor grau, ou total. Usualmente, utiliza-se a 
avaliação no desempenho das atividades cotidianas ou atividades de vida diária. 
Didaticamente essas atividades são subdivididas em: 
a) Atividades de Vida Diária (AVD) que são as relacionadas ao autocuidado e que, no caso de 
limitação de desempenho, normalmente requerem a presença de um cuidador para auxiliar a 
pessoa idosa a desempenhá-las. São elas: 
• Alimentar-se 
• Banhar-se 
• Vestir-se 
• Mobilizar-se • deambular 
• Ir ao banheiro 
• Manter controle sobre suas necessidades fisiológicas. 
b) Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD) que são as relacionadas à participação do 
idoso em seu entorno social e indicam a capacidade de um indivíduo em levar uma vida 
independente dentro da comunidade. São elas: 
• Utilizar meios de transporte 
• Manipular medicamentos 
• Realizar compras 
• Realizar tarefas domésticas leves e pesadas 
• Utilizar o telefone 
• Preparar refeições 
• Cuidar das próprias finanças 
Desde seu início, as avaliações funcionais dão ênfase às Atividades de Vida Diárias (AVD). A 
primeira escala desenvolvida, e a que é até os dias de hoje mais citada e utilizada, é a Escala de 
Katz, planejada para medir a habilidade da pessoa em desempenhar suas atividades cotidianas de 
forma independente e assim determinar as necessárias intervenções de reabilitação. 
Posteriormente, Lawton propôs um outro instrumento para avaliar as Atividades Instrumentais de 
Vida Diária (AIVD), consideradas mais complexas e cuja independência para desempenho está 
diretamente relacionada com a capacidade de vida comunitária independente. A capacidade em 
realizá-las torna as pessoas idosas mais autoconfiantes para a vida em comunidade. 
Outro instrumento de avaliação funcional que vem sendo gradativamente adotado, é o denominado 
Medida de Independência Funcional (MIF) que, diferentemente dos outros que identificam se a 
pessoa precisa de ajuda ou não, procura quantificar a ajuda necessária mostrando-se, muito útil no 
planejamento assistencial. 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
Quando se avalia a funcionalidade da pessoa idosa é necessário diferenciar desempenho e 
capacidade funcional. 
• Desempenho avalia o que o idoso realmente faz no seu dia a dia. 
• Capacidade funcional avalia o potencial que a pessoa idosa tem para realizar a atividade, ou seja, 
sua capacidade remanescente, que pode ou não ser utilizada. 
Um exemplo disso é quando o idoso mora em uma casa que possui escada e não a utiliza porque 
a família teme que ele caia. Logo, o idoso não desempenha a função de descer e subir escada por 
limitação da família, mas, esse possui capacidade funcional para executá-la. 
A atenção à saúde da pessoa idosa por meio da avaliação da capacidade funcional, tem 
demonstrado ser mais significativa nas intervenções terapêuticas do que apenas a presença ou 
ausência de doenças. Para melhor entendimento, será utilizado o seguinte exemplo: dois idosos 
que tem o diagnóstico de Diabetes Mellitus, um se mantém independente para todas suas AVD e 
outro necessita de ajuda para sair da cama e alimentar-se. Os dois possuem a mesma doença de 
base, mas, seu nível funcional é muito diferente. 
O processo incapacitante corresponde à evolução de uma condição crônica que envolve fatores de 
risco – demográficos, sociais, psicológicos, ambientais, estilo de vida, comportamentos e 
características biológicas dos indivíduos. A figura a seguir ilustra o processo até então descrito: 
 
Dentre as conseqüências do processo incapacitante destacam-se a hospitalização e a 
institucionalização, que influenciam a qualidade de vida das pessoas idosas. Algumas intervenções 
– reabilitação, terapia medicamentosa e, modificações do ambiente físicosocial, mudanças no 
comportamento e estilo de vida, atributos psicosociais, adaptação às atividades e a presença de 
suporte extra (pessoal e/ou equipamento especial) - podem reduzir as dificuldades. 
Três conceitos apresentam-se interligados e interdependentes quando se discute o processo 
incapacitante. São eles: autonomia, independência e dependência. 
Autonomia – pode ser definida como autogoverno e se expressa na liberdade para agir e para 
tomar decisões. 
Independência – significa ser capaz de realizar as atividades sem ajuda de outra pessoa. 
Dependência – significa não ser capaz de realizar as atividades cotidianas sem a ajuda de outra 
pessoa. 
Muitas pessoas mantêm sua autonomia (capacidade de decisão) embora sejam dependentes 
(incapacidade física para executar uma determinada ação). Por exemplo: um idoso que após um 
Acidente Vascular Encefálico (AVE), apresenta limitação em sua mobilidade e requer auxílio para 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
tomar banho (dependência), mas pode ser perfeitamente capaz de decidir o horário do banho, a 
roupa que prefere vestir (autonomia), etc. 
A capacidade de tomar decisões e a de autogoverno podem ser comprometidas por doenças físicas 
e mentais ou por restrições econômicas e educacionais. Infelizmente, é muito freqüente observar 
que, na vigência de situações de dependência, a autonomia da pessoa idosa tende a não ser 
considerada. Parece ser erroneamente aceitável que, uma vez que ele não é parcial ou totalmente 
capaz de executar uma ação (em termos físicos), ele também não é capaz de decidir sobre ela. Tal 
observação ocorre tanto no contexto familiar como no institucional. A condição de dependência é a 
que mais amedronta os idosos. A principal conseqüência da associação entre velhice e 
dependência é o desenvolvimento de atitudes negativas em relação às pessoas idosas. 
Na presença de declínio cognitivo, as informações dadas pela pessoa idosa deverão ser 
confirmadas com o acompanhante. Se as deficiências forem relatadas ou observadas, o tempo e o 
motivo do aparecimento podem ajudar na determinação da causa e na avaliação de seu potencial 
reversibilidade. Déficits agudos ou subagudos são sintomas freqüentes de doenças, e tratá-las 
auxilia no restabelecimento da função. 
A avaliação funcional determinará, necessariamente, o grau de dependência da pessoa idosa e os 
tipos de cuidados que vão ser necessários, além de como e por quem eles poderão ser mais 
apropriadamente realizados. 
Espera-se que essa ajuda venha das famílias, no entanto, um estudo recente (Duarte, 2005) 
demonstrou, que a ajuda fornecida pelas famílias às pessoas idosas com dificuldade no 
desempenho de uma ou mais atividades de vida diária gira em torno de 50% da demanda, ou seja, 
cerca de metade das necessidades dos/as idosos/ as não são atendidas mesmo sendo necessárias. 
Isso mostra que, apesar do esforço da maioria das famílias no atendimento de seus familiares mais 
necessitados, essa ajuda não está sendo suficiente, necessitando, assim, de uma revisão nas 
políticas assistenciais adotadas até o momento. 
Frente a isso, a avaliação da rede de suporte social e da funcionalidade familiar torna-se essencial 
para o planejamento assistencial da pessoa idosa. 
Conhecer a Avaliação Multidimensional Rápida da Pessoa Idosa 
Este instrumento faz uma síntese da estrutura da avaliação multidimensional da pessoa idosa que 
poderá ser realizada nas Unidades Básica de Saúde. Representa uma avaliação rápida que pode 
ser utilizado para identificar problemas de saúde condicionantes de declínio funcional em pessoas 
idosas. Indica, quando necessário, a utilização de outros instrumentos mais complexos, que estão 
em anexo. 
No entanto, qualquer instrumento tem limitações e, por si só, não é suficiente para o diagnóstico. 
Devendoser tomado como complementar e não utilizado de forma mecânica. Nada substitui a 
escuta qualificada realizada por profissional de saúde habilitado e a investigação de todos os 
aspectos (familiares, sociais, culturais, econômicos, afetivos, biológicos etc.) que envolvem a vida 
da pessoa. 
Os problemas identificados, caso não sejam adequadamente tratados, podem conduzir a situações 
de incapacidade severa - imobilidade, instabilidade, incontinência, declínio cognitivo - colocando o 
idoso em risco de iatrogenia. 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
 
 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
 
 Identificar problemas de saúde de pessoa idosa 
As principais incapacidades no idoso são a incapacidade cognitiva (demência, depressão, delirium 
e doença mental), a instabilidade postural (quedas), a imobilidade, a incontinência esfincteriana e a 
incapacidade comunicativa (cegueira e surdez). Essas incapacidades são condições crônicas na 
saúde da pessoa idosa, requerendo cuidados de longa duração e exigindo uma gestão diferenciada 
por parte dos profissionais de saúde e familiares. Um profissional com manejo clínico inadequado 
para essas situações resulta em maior risco de iatrogenia, assim como uma família que não se 
encontra preparada para prover os cuidados necessários (situação frequente, conhecida como 
“insuficiência familiar”), podendo agravar a situação do idoso (Quadro 3). 
 
Conhecer os instrumentos de avaliação de atividade de vida diária, funcionalidade 
global, cognitiva, de humor, mobilidade e comunicação de idosos 
INDEX DE INDEPENDÊNCIA NAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA DE KATZ 
O Index de Independência nas Atividades Básicas de Vida Diária de Sidney Katz é um dos 
instrumentos mais utilizados para avaliar as AVD. Avalia a independência no desempenho de seis 
funções (banho, vestir-se, ir ao banheiro, transferência, continência e alimentação) classificando as 
pessoas idosas como independentes ou dependentes. 
Objetivo: avaliar a independência funcional das pessoas idosas no desempenho das AVD 
Avaliações dos resultados: as pessoas idosas são classificadas como independentes ou 
dependentes no desempenho de seis funções a partir da utilização de um questionário 
padrão. Providências com os achados/resultados: para os idosos mais dependentes deverá 
ser elaborado um projeto terapêutico Singular. 
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Segundo os autores haveria uma regressão ordenada como parte do processo fisiológico 
de envelhecimento, em que as perdas funcionais caminhariam das funções mais complexas 
para as mais básicas, enquanto as funções que são mais básicas e menos complexas 
poderiam ser retidas por mais tempo. A escala mostra-se útil para evidenciar a dinâmica da 
instalação da incapacidade no processo de envelhecimento, estabelecer prognósticos, 
avaliar as demandas assistenciais, determinar a efetividade de tratamentos além de 
contribuir para o ensino do significado de “ajuda” em reabilitação. 
 
 
 
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ESCALA DE LAWTON 
De acordo com o grau de limitação apresentado para o desempenho das AIVDs é possível 
determinar se a pessoa idosa é ou não capaz de manter uma vida independente. A versão 
ora apresentada foi publicada por Freitas e Miranda. 
Objetivo: avaliar o desempenho funcional da pessoa idosa em termos de atividades 
instrumentais que possibilita que a mesma mantenha uma vida independente. 
Avaliações dos resultados: as pessoas idosas são classificadas como independentes ou 
dependentes no desempenho de nove funções. 
Avaliações dos resultados: Para cada questão a primeira resposta significa 
independência, a segunda dependência parcial ou capacidade com ajuda e a terceira, 
dependência. A pontuação máxima é 27 pontos. Essa pontuação serve para o 
acompanhamento da pessoa idosa, tendo como base a comparação evolutiva. As questões 
4 a 7 podem ter variações conforme o sexo e podem ser adaptadas para atividades como 
subir escadas ou cuidar do jardim. 
Providências com os achados/resultados: para os idosos mais dependentes deverá ser 
elaborado um projeto terapêutico. 
 
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MEDIDA DE INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL (MIF) 
Seu objetivo medir o grau de solicitação de cuidados de terceiros que a pessoa com 
deficiência exige para realização de tarefas motoras e cognitivas. Traduzida e adaptada no 
Brasil por Riberto a MIF verifica o desempenho da pessoa idosa para a realização de um 
conjunto de 18 tarefas, referentes às subescalas de autocuidados, controle esfincteriano, 
transferências, locomoção, comunicação e cognição social. Diferentemente das outras 
escalas de avaliação funcional, a MIF consegue quantificar de forma mais objetiva a 
necessidade de ajuda ou a dependência parcial, o que facilita a elaboração do projeto 
terapêutico. 
Objetivo: avaliar independência funcional. 
Avaliações dos resultados: Cada item pode ser classificado em uma escala de graus de 
dependência de 7 níveis, sendo o valor 1 correspondente à dependência total e o valor 7 
correspondentes à normalidade na realização de tarefas de forma independente. O nível 
de independência funcional segundo a MIF é classificado da seguinte forma: Independência 
completa (7), Independência modificada (6), Supervisão, estímulo ou preparo (5), 
Assistência mínima (4), Assistência moderada (3), Assistência máxima (2) Dependência 
total (1). 
Providências com os achados/resultados: para os idosos mais dependentes deverá ser 
elaborado um projeto terapêutico. 
 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
A MIF pode ser utilizada em duas partes separadas (motor e cognitivo). Nesse caderno 
será apresentada apenas a descrição da MIF motora. A seguir estão as classificados 
quanto aos níveis de dependência. 
INDEPENDÊNCIA (SEM AJUDA) – Não é necessária a ajuda de outra pessoa para realizar 
as atividades 
7. INDEPENDÊNCIA COMPLETA - Todas as tarefas descritas que constituem a atividade 
em questão são realizadas em segurança, sem modificação, sem ajuda técnica e em tempo 
razoável. 
6. INDEPENDÊNCIA MODIFICADA - A atividade requer uma ajuda técnica, adaptação, 
prótese ou órtese, um tempo de realização demasiado elevado, ou não pode ser realizada 
em condições de segurança suficientes. 
DEPENDENTE (COM AJUDA) – É necessária outra pessoa para supervisão ou ajuda 
física, sem esta, a atividade não pode ser realizada. 
5. SUPERVISÃO OU PREPARAÇÃO – A pessoa só necessita de um controle, ou uma 
presença, ou uma sugestão, ou um encorajamento, sem contato físico. Ou ainda o ajudante 
(a ajuda) arranja ou prepara os objetos necessários ou coloca-lhe a órtese ou prótese (ajuda 
técnica). 
4. ASSISTÊNCIA MÍNIMA - O contato é puramente “tátil’, com uma ajuda leve, a pessoa 
realiza a maior parte do esforço. 
3. ASSISTÊNCIA MODERADA – A pessoa requer mais que um contato leve, uma ajuda 
mais moderada, realiza um pouco da metade do esforço requerido para a atividade. 
DEPENDÊNCIA COMPLETA – A pessoa efetua menos da metade do esforço requerido 
para a atividade. Uma ajuda máxima ou total é requerida, sem a qual a atividade não pode 
ser realizada. Os níveis são: 
2. ASSISTÊNCIA MÁXIMA - A pessoa desenvolve menos da metade do esforço requerido, 
necessitando de ajuda ampla ou máxima, mas ainda realiza algum esforço que ajuda no 
desempenho da atividade. 
1. ASSISTÊNCIA TOTAL – A pessoa efetua esforço mínimo, necessitando de ajuda total 
para desempenhar as atividades. 
Algumas observações devem ser consideradas: 
• Sempre que houver preparo para a tarefa por outrem, o nível máximo de avaliação é 5. 
• Se a pessoa idosa é posta em risco para testar algum dos itens, não o fazer e marcar 1. 
• Se a pessoa idosa não faz uma tarefa, deve ser classificado como 1. 
• Sempre que dois cuidadores forem necessários para a realização de uma tarefa, o nível 
é 1. 
• Nunca deixe um item sem marcação ou com registros do tipo “não avaliado” ou “não se 
aplica”. 
• Paraos itens Marcha/Cadeira de rodas, Compreensão e Expressão, é necessário marcar 
qual é a forma mais habitual de realizar a tarefa. 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
• No item Marcha/Cadeira de rodas, é necessário usar o mesmo modo no início e final do 
tratamento. 
Sempre que estiver em dúvida, pense: 
a) Qual é a quantidade de cuidados demandada? 
b) Qual é a quantidade de energia suplementar necessária para completar a tarefa? 
 
 
Avaliação Cognitiva 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
A avaliação cognitiva deve fazer parte da avaliação clínica, pois, auxilia na identificação das 
principais alterações na saúde mental das pessoas idosas. O desempenho físico e social 
do idoso depende da integridade de suas funções cognitivas. A perda de memória recente 
e a habilidade de cálculo são indicadores sensíveis de redução dessas funções. A avaliação 
da perda de memória recente é considerada como mais adequada, dado que a escolaridade 
pode influenciar na avaliação da habilidade de cálculo. 
Sugere-se para uma primeira avaliação a realização do teste rápido, que consiste em 
solicitar à pessoa idosa que repita o nome dos objetos: Mesa, Maçã e Dinheiro. Após 3 
minutos, pedir que os fale novamente. Se for incapaz de repeti-los, há necessidade de uma 
investigação mais aprofundada. 
MINIEXAME DO ESTADO MENTAL (MEEM) 
É o teste mais utilizado para avaliar a função cognitiva por ser rápido (em torno de 10 
minutos), de fácil aplicação, não requerendo material específico. Deve ser utilizado como 
instrumento de rastreio não substituindo uma avaliação mais detalhada, pois, apesar de 
avaliar vários domínios (orientação temporal, espacial, memória imediata e de evocação, 
cálculo, linguagem-nomeação, repetição, compreensão, escrita e cópia de desenho) o faz 
de maneira superficial. Não serve para diagnóstico, mas serve para indicar que funções 
devem ser melhor investigadas. É um dos poucos testes validados e adaptados para a 
população brasileira. 
Objetivo: é um teste neuropsicológico para avaliação da função cognitiva. 
Avaliações dos resultados: Pontuação total = 30 pontos. As notas de corte sugeridas são: 
Analfabetos = 19.1 a 3 anos de escolaridade = 23.4 a 7 anos de escolaridade = 24.> 7 anos 
de escolaridade = 28. 
Providências com os achados/resultados: escores muito baixos associados aos outros 
testes de função cognitiva sugerem encaminhamento para avaliação neuropsicológica 
específica. 
 
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DESENHO DO RELÓGIO 
Consiste em solicitar à pessoa idosa que desenhe um mostrador de relógio com números. 
Em seguida, solicita-se que sejam acrescentados os ponteiros do relógio, de horas e 
minutos, representando ali um horário específico, por exemplo, 2 horas e 50 minutos. 
Objetivo: Teste válido e confiável para rastrear pessoas com lesões cerebrais. Verifica a 
habilidade visuoconstrutiva ou praxia construcional que é a capacidade de desenhar ou 
construir a partir de um estímulo (no caso, um comando verbal). Independe da linguagem 
verbal e por essa razão é considerada uma prova cognitiva não-verbal. A tarefa tende a ser 
mais complexa e mais abstrata dada sua natureza integradora com input auditivo e output 
motor e maior necessidade de utilização de memória. 
Avaliação dos resultados: Se o paciente desenha um mostrador pequeno, onde não 
cabem os números, já há evidência preliminar de uma dificuldade com o planejamento. Na 
negligência unilateral, os números serão colocados apenas na metade do relógio. Pacientes 
com disfunção executiva (lesão frontal) podem apresentar dificuldade para colocar os 
ponteiros. 
QUESTIONÁRIO DE PFEFFER (QPAF) 
É uma escala de 11 questões aplicada ao acompanhante ou cuidador da pessoa idosa 
discorrendo sobre a capacidade desse em desempenhar determinadas funções. As 
respostas seguem um padrão: sim é capaz (0); nunca o fez, mas poderia fazer agora (0); 
com alguma dificuldade, mas faz (1); nunca fez e teria dificuldade agora (1); necessita de 
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ajuda (2); não é capaz (3). A pontuação de seis ou mais sugere maior dependência. A 
pontuação máxima é igual a 33 pontos. 
Objetivo: Verificar a presença e a severidade de declínio cognitivo por meio da avaliação 
da funcionalidade e consequentemente da assistência requerida. A combinação do MEEM 
com o Questionário de Pfeffer indica uma maior especificidade para a medida de declínio 
cognitivo mais grave. Ainda considerando o viés produzido pela baixa escolaridade nos 
resultados do MEEM parece ser adequada a associação do QPAF para se obter a 
confirmação do declínio cognitivo acompanhado de limitações funcionais sugerindo a 
presença de demência ou outros transtornos associados. 
Avaliações dos resultados: quanto mais elevado o escore maior a dependência de 
assistência. Providências com os achados/resultados: escores ≥6 associados aos outros 
testes de função cognitiva alterados sugerem encaminhamento para avaliação 
neuropsicológica específica. 
 
1. (PESSOA IDOSA) é capaz de cuidar do seu próprio dinheiro? 
2. (PESSOA IDOSA) é capaz de fazer as compras sozinho (por exemplo de comida e roupa)? 
3. (PESSOA IDOSA) é capaz de esquentar água para café ou chá e apagar o fogo? 
4. (PESSOA IDOSA) é capaz de preparar comida? 
5. (PESSOA IDOSA) é capaz de manter-se a par dos acontecimentos e do que se passa na 
vizinhança? 
6. (PESSOA IDOSA) é capaz de prestar atenção, entender e discutir um programa de rádio, 
televisão ou um artigo do jornal? 
7. (PESSOA IDOSA) é capaz de lembrar de compromissos e acontecimentos familiares? 
8. (PESSOA IDOSA) é capaz de cuidar de seus próprios medicamentos? 
9. (PESSOA IDOSA) é capaz de andar pela vizinhança e encontrar o caminho de volta para casa? 
10. (PESSOA IDOSA) é capaz de cumprimentar seus amigos adequadamente? 
11. (PESSOA IDOSA) é capaz de ficar sozinho (a) em casa sem problemas? 
ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA ABREVIADAGERIATRIC DEPRESSION SCALE 
(GDS) (versão de 15 questões) 
 Trata-se de um questionário de 15 perguntas com respostas objetivas (sim ou não) a 
respeito de como a pessoa idosa tem se sentido durante a última semana. A Escala de 
Depressão Geriátrica não é um substituto para uma entrevista diagnóstica realizada por 
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profissionais da área de saúde mental. É uma ferramenta útil de avaliação rápida para 
facilitar a identificação da depressão em idosos. A cada resposta afirmativa some 1 ponto. 
As perguntas não podem ser alteradas, deve-se perguntar exatamente o que consta no 
instrumento. 
Objetivo: verificar a presença de quadro depressivo. 
Avaliações dos resultados: Uma pontuação entre 0 e 5 se considera normal, 6 a 10 indica 
depressão leve e 11 a 15 depressão severa. Providências com os achados/resultados: 
escores elevados sugerem encaminhamento para avaliação neuropsicológica específica. 
 
ESCALA DE AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO E DA MARCHA DE TINNETI 
Realizado através de protocolo de Mary Tinneti proposto em 1986. O teste é capaz de 
avaliar as condições vestibulares e da marcha da pessoa idosa. Em 2003, esse teste foi 
adaptado para ser utilizado na população brasileira recebendo o nome de POMA-Brasil. 
Objetivo: avaliação de marcha e equilíbrio 
Avaliações dos resultados: Quanto menor a pontuação maior o problema. Pontuação 
menor que 19 indica risco 5 vezes maior de quedas. 
Providências com os achados/resultados: Escores muito baixos indicam necessidade 
de avaliação fisioterápica e/ou início de programa de reabilitação. 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
 
 
 Resumo de IESC – Duda Valio 
Conhecer os instrumentos de avaliação nutricional de idosos 
Alimentação e Nutrição 
A antropometria é muito útil para o diagnóstico nutricional dos idosos. É um método simples, rápido, 
de baixo custo e com boa predição para doenças futuras, mortalidade e incapacidade funcional, 
podendo ser usada como triagem inicial, tanto para diagnóstico

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