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Orçamento Público

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5 
 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 
 
- Orçamento Público 
- Princípios Orçamentários 
- Orçamento público no Brasil 
- Ciclo Orçamentário (Processo Orçamentário) 
- Plano Plurianual – PPA 
- Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO 
- PLOA: elaboração, acompanhamento e aprovação 
- Lei Orçamentária Anual - LOA: classificação funcional, estrutura programática e categorias econômicas 
- Créditos Adicionais 
- SIDOR 
- SIAFI 
- Receita Pública 
- Despesa Pública 
- Suprimento de Fundos 
- Restos a Pagar 
- Despesas de Exercícios Anteriores – DEA 
- Execução da Receita 
- Execução Orçamentária e Financeira (Despesa) 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
ORÇAMENTO PÚBLICO 
 
 
 
CONCEITO 
 
O orçamento possui inúmeras conceituações. A seguir, destacamos 
algumas delas: 
 
Podemos dizer que o orçamento público apresenta a característica de 
atender à execução de objetivos variados das diversas políticas que 
devem ser implementadas pela administração pública. Dessa forma, a 
elaboração do orçamento público constitui o passo inicial do processo de 
planejamento do setor público, pois é por meio desse instrumento que 
os governantes, de qualquer esfera, poderão apresentar à sociedade os 
programas prioritários de governo, com a discriminação da origem e do 
montante de recursos a serem obtidos, bem como a realização dos 
dispêndios alocados no tempo. 
 
Outro conceito define orçamento público como a materialização de 
ação planejada do Estado, quer na manutenção de suas atividades 
quer na execução de seus projetos, no qual é o instrumento que dispõe 
o Poder Público para expressar, em determinado período de tempo, o 
seu programa de ação, discriminando a origem e o montante de 
recursos a serem arrecadados, bem como os dispêndios a serem 
efetuados. 
 
Também, conceitua-se orçamento público sendo uma lei 
constitucionalmente prevista que estima a receita e fixa a 
despesa para um exercício. 
 
O artigo 2º da Lei nº 4.320/1964 estabelece que "a lei do orçamento 
conterá a discriminação da receita e despesa de forma a 
evidenciar a política econômica-financeira e o programa de 
trabalho do governo, obedecidos os princípios da unidade, 
universalidade e anualidade". Desse modo, legalmente, o orçamento 
público é um documento único que considera a previsão de todas as 
receitas e despesas do governo para o período de um ano. 
 
 
7 
 
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS 
 
Princípios orçamentários são premissas, linhas norteadoras a serem 
observadas na concepção e execução da lei orçamentária. 
 
De acordo com SANCHES (1997), princípio orçamentário é “um conjunto 
de proposições orientadoras que balizam os processos e as práticas 
orçamentárias, com vistas a dar-lhe estabilidade e consistência, 
sobretudo ao que se refere a sua transparência e ao seu controle pelo 
Poder Legislativo e demais instituições da sociedade...”. 
 
Segundo alguns doutrinadores, os princípios orçamentários não têm 
caráter absoluto ou dogmático, tendo divergências sobre estrutura e 
conceitos. Entretanto, abordaremos, a seguir, aqueles aceitos pela 
maioria dos doutrinadores. 
 
Princípio da legalidade 
Todas as leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) são encaminhadas pelo 
Poder Executivo para discussão e aprovação pelo Poder Legislativo. 
 
Princípio da anualidade/periodicidade 
O orçamento deve ter vigência limitada a um exercício financeiro. Esse 
princípio está consagrado na legislação brasileira por meio da 
Constituição Federal (art. 165, inciso III) e Lei nº 4.320/64 (arts. 2º e 
34). Exceção: créditos adicionais (especiais e extraordinários) com 
vigência plurianual. 
 
Princípio da unidade/totalidade 
O orçamento deve ser uno, ou seja, deve haver somente um orçamento 
para um exercício financeiro, com todas as receitas e despesas. Esse 
princípio está consagrado na legislação brasileira por meio da 
Constituição Federal (art. 165, §5º) e Lei nº 4.320/64 (art. 2º). 
 
Princípio da universalidade 
O orçamento deve conter todas as receitas e despesas referentes aos 
Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração 
direta e indireta. Esse princípio está consagrado na legislação brasileira 
por meio da Constituição Federal (art. 165, §5º) e Lei nº 4.320/64 (art. 
2º). 
 
 
8 
 
Princípio da exclusividade/pureza 
A lei orçamentária não poderá conter matéria estranha à previsão das 
receitas e à fixação das despesas. Exceção se dá para as autorizações 
de créditos suplementares e operações de crédito, inclusive ARO. Esse 
princípio está consagrado na legislação brasileira por meio da 
Constituição Federal (art. 165, §8º) e Lei nº 4.320/64 (art. 7º). 
 
Princípio da especificação/especialização/discriminação 
Veda as autorizações de despesas globais. As receitas e despesas 
devem ser discriminadas, demonstrando a origem e a aplicação dos 
recursos. O §4º do art. 5º da Lei de Responsabilidade Fiscal-LRF 
estabelece a vedação de consignação de crédito orçamentário com 
finalidade imprecisa, exigindo a especificação da despesa. As exceções a 
esse princípio orçamentário são os programas especiais de trabalho e a 
reserva de contingência (art. 5º, III da LRF). 
 
Princípio da publicidade 
Esse princípio zela pela garantia da transparência e total acesso a 
qualquer interessado às informações necessárias ao exercício da 
fiscalização sobre a utilização dos recursos arrecadados dos 
contribuintes. Deve ser divulgado por meio de veículos oficiais de 
comunicação para conhecimento público e para gerar eficácia de sua 
validade enquanto ato oficial de autorização de arrecadação de receitas 
e execução de despesas. 
 
Princípio do equilíbrio 
Esse princípio visa assegurar que as despesas não serão superiores à 
previsão das receitas. 
Contabilmente o orçamento está sempre equilibrado, pois se as receitas 
esperadas forem inferiores às despesas fixadas, e o governo resolver 
não cortar gastos, a diferença deve ser coberta por operações de crédito 
que, por lei, devem também constar do orçamento. 
 
Princípio do orçamento bruto 
Esse princípio estabelece que todas as receitas e despesas devem 
constar do orçamento em seus valores brutos (totais), sem qualquer 
tipo de dedução, de forma a permitir efetivo controle financeiro do 
orçamento e universalidade. Esse princípio está consagrado na 
legislação brasileira por meio da Lei nº 4.320/64 (art. 6º). 
 
Princípio da não-afetação (não-vinculação) das receitas 
Esse princípio dispõe que nenhuma receita de impostos poderá ser 
reservada ou comprometida para atender a certos e determinados 
9 
 
gastos (CF/88, art. 167, IV). Pretende-se, com isso, evitar que as 
vinculações reduzam o grau de liberdade do planejamento. As exceções 
estão dispostas nos arts. 158, 159, 198 e 212 da CF/88. Quando as 
receitas de impostos são vinculadas a despesas específicas, diz-se, em 
geral, que essas despesas são obrigatórias. 
 
Princípio da programação 
Esse princípio dispõe que o orçamento deve ter o conteúdo e a forma de 
programação. 
 
Princípio da clareza 
Esse princípio dispõe que o orçamento deve ser expresso de forma 
clara, ordenada e completa, embora diga respeito ao caráter formal, 
tem grande importância para tornar o orçamento um instrumento 
eficiente de governo e administração. 
 
 
 
ORÇAMENTO PÚBLICO NO BRASIL 
 
 
O orçamento público no Brasil destaca-se em dois momentos históricos: 
Império e República. 
 
 
IMPÉRIO 
 
# 1788 – 1789 (Tiradentes) 
 Tiradentes luta contra a arbitrariedade do governo de Portugal 
pela cobrança de tributos, a qualquer tempo, do Brasil Colônia. 
 
A Inconfidência Mineira representou verdadeiro marco na luta 
pelos direitos civis no orçamento, pois buscava a imposição de limites à 
cobrança descontrolada de tributos. 
 
 
# 1808 
D. João VI criação o Erário Público, uma espécie de Ministério da 
Fazenda dos dias de hoje, o Conselho da Fazenda e o Banco do Brasil, a 
fim de administrar as finanças do país. 
 
10 
 
 
# 1821 
Criação da Secretaria de Estadodos Negócios da Fazenda em 
substituição ao Real Erário Público. 
 
 
# 1824 (Constituição Imperial de 1824) 
A Constituição Imperial estabelece competência ao Executivo para 
elaboração da proposta orçamentária e à Assembléia Geral (Câmara dos 
Deputados e Senado) para aprovação da proposta. A legislação sobre 
impostos fica a cargo da Câmara dos Deputados. De acordo com o 
artigo 172 da Constituição de 1824: 
 
 
"O Ministro de Estado da Fazenda, havendo recebido dos 
outros ministros os orçamentos relativos às despesas das 
suas repartições, apresentará na Câmara dos Deputados 
anualmente, logo que esta estiver reunida, um balanço geral 
da receita e despesas do Tesouro Nacional do ano 
antecedente, e igualmente o orçamento geral de todas as 
despesas públicas do ano futuro e da importância de todas as 
contribuições e rendas públicas." 
 
 
# 1830 
 Primeiro orçamento aprovado pelo Legislativo. 
 
 
# 1834 
 Emenda à Constituição confere às Assembléias Legislativas das 
províncias competência para fixar despesas municipais e provinciais. 
Determina também a repartição das rendas entre municípios e a 
fiscalização da aplicação dos recursos. 
 
 
 
 
 
REPÚBLICA 
 
# 1891 (1ª Constituição Republicana) 
 Poder Legislativo elabora o orçamento a partir de proposta do 
Executivo. É instituído o Tribunal de Contas como órgão de controle. 
 
11 
 
 “Art 34 - Compete privativamente ao Congresso Nacional: 
 1º) orçar a receita, fixar a despesa federal anualmente e 
tomar as contas da receita e despesa de cada exercício 
financeiro;” 
 
# 1934 
 A Constituição confere ao Presidente da República competência 
para a elaboração do orçamento e ao Legislativo para apreciá-lo. 
Da Elaboração do Orçamento 
 Art 50 - O orçamento será uno, incorporando-se 
obrigatoriamente à receita todos os tributos, rendas e 
suprimentos dos fundos e incluindo-se discriminadamente na 
despesa todas as dotações necessárias ao custeio dos 
serviços públicos. 
 § 1º - O Presidente da República enviará à Câmara dos 
Deputados, dentro do primeiro mês da sessão legislativa 
ordinária, a proposta de orçamento. 
 § 2º - O orçamento da despesa dividir-se-á em duas 
partes, uma fixa e outra variável, não podendo a primeira ser 
alterada senão em virtude de lei anterior. A parte variável 
obedecerá a rigorosa especialização. 
 § 3º - A lei de orçamento não conterá dispositivo 
estranho à receita prevista e à despesa fixada para os 
serviços anteriormente criados. Não se incluem nesta 
proibição: 
 a) a autorização para abertura de créditos 
suplementares e operações de créditos por antecipação de 
receita; 
 b) a aplicação de saldo, ou o modo de cobrir o déficit. 
 § 4º - É vedado ao Poder Legislativo conceder créditos 
ilimitados. 
 § 5º - Será prorrogado o orçamento vigente se, até 3 de 
novembro, o vindouro não houver sido enviado ao Presidente 
da República para a sanção. 
 
12 
 
# 1937 (DASP) 
 Criação do Departamento Administrativo do Serviço Público - 
DASP com atribuições de da elaboração do orçamento e coordenação 
das ações de planejamento. 
 
Art. 67 - Haverá junto à Presidência da República, organizado 
por decreto do Presidente, um Departamento Administrativo 
com as seguintes atribuições: 
 a) o estudo pormenorizado das repartições, 
departamentos e estabelecimentos públicos, com o fim de 
determinar, do ponto de vista da economia e eficiência, as 
modificações a serem feitas na organização dos serviços 
públicos, sua distribuição e agrupamento, dotações 
orçamentárias, condições e processos de trabalho, relações 
de uns com os outros e com o público; 
 b) organizar anualmente, de acordo com as instruções 
do Presidente da República, a proposta orçamentária a ser 
enviada por este à Câmara dos Deputados; 
 c) fiscalizar, por delegação do Presidente da República e 
na conformidade das suas instruções, a execução 
orçamentária. 
 
# 1946 
 A Constituição confirma competência do Executivo para elaboração 
da proposta orçamentária e admite possibilidade de emendas. 
 
 
 # 1964 
A Lei nº 4.320/64 estabelece normais gerais de direito financeiro 
para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, 
estados, municípios e Distrito Federal, e institui a metodologia do 
orçamento-programa para todas as esferas públicas. 
 
Criação do Ministério Extraordinário de Planejamento e 
Coordenação Econômica. 
 
 
# 1967 
 É da competência do poder Executivo a iniciativa das leis 
orçamentárias, vedado ao Legislativo emendar o orçamento. 
 
13 
 
O Decreto-lei nº 200, de fevereiro de 1967, disciplina a 
organização administrativa da União e define o planejamento como 
"princípio fundamental" de administração. 
 
 
# 1988 
Com a Constituição Federal de 1988, o sistema orçamentário 
federal passou a ser regulado por três leis: 
 
 a Lei do Plano Plurinanual (PPA); 
 a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO); e 
 a Lei Orçamentária Anual (LOA). 
 
Possibilita também ao Congresso Nacional emendar restritamente 
o orçamento. 
 
 
# 2000 
 Publicação da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, que dispõe 
sobre a responsabilidade na gestão fiscal. 
 
 
 
TÉCNICAS ORÇAMENTÁRIAS 
 
Orçamento Tradicional 
Processo orçamentário em que é explicitado apenas o objeto de gasto. 
Apresenta valores para as despesas com pessoal, material, serviços 
etc., sem relacionar os gastos a nenhuma finalidade (programa ou 
ação). Também é conhecido como Orçamento Clássico. 
 
Orçamento Participativo 
Processo orçamentário que contempla a população no processo 
decisório, por meio de lideranças ou audiências públicas; transparência 
dos critérios e informações que nortearão a tomada de decisões. 
 
Orçamento Base-Zero (OBZ) 
O OBZ é uma abordagem orçamentária desenvolvida nos Estados Unidos 
da América, pela Texas Instruments Inc., durante o ano de 1969. Foi 
adotado pelo estado de Geórgia pelo governo Jimmy Carter, com vistas 
ao ano fiscal de 1973. Principais características: análise, revisão e 
avaliação de todas as despesas propostas e não apenas das solicitações 
14 
 
que ultrapassam o nível de gasto já existente; todos os programas 
devem ser justificados cada vez que se inicia um novo ciclo 
orçamentário. 
 
Orçamento base zero: é um processo operacional de planejamento e 
orçamento que exige de cada administrador a fundamentação da 
necessidade dos recursos totais solicitados e em detalhes lhe transfere o 
ônus da prova, a fim de que ele justifique a despesa. No orçamento 
base zero, desconsidera-se o anterior e se parte a cada ano como se 
fosse do zero para se justificar tudo. 
 
Processo orçamentário que se apóia na necessidade de justificativa de 
todos os programas cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário; 
analisa, revê e avalia todas as despesas propostas e não apenas as das 
solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente. 
 
Orçamento com Teto Fixo 
Critério de alocação de recursos que consiste em estabelecer um 
quantitativo financeiro fixo, geralmente obtido mediante a aplicação de 
percentual único sobre as despesas realizadas em determinado período, 
com base no qual os órgãos/unidades deverão elaborar suas propostas 
orçamentárias parciais. Também conhecido, na gíria orçamentária, como 
"teto burro". 
Critério de alocação de recursos por meio do estabelecimento de um 
quantitativo financeiro fixo (teto), obtido mediante a aplicação de um 
percentual único sobre as despesas realizadas em determinado período. 
 
Esse percentual único serve de base para que os órgãos/unidades 
elaborem suas proposta orçamentárias parciais. 
 
Orçamento com Teto Móvel 
Critério de alocação de recursos que representa uma variação do 
chamado "teto fixo", pois trabalha com percentuais diferenciados, 
procurando refletir um escalonamento de prioridades entre 
programações, órgãos e unidades. Em gíria orçamentária, conhecido 
como "teto inteligente". 
 
Orçamento de Desempenho 
Processo orçamentárioque se caracteriza por apresentar duas 
dimensões do orçamento: o objeto de gasto e um programa de trabalho, 
contendo as ações desenvolvidas. Toda a ênfase reside no desempenho 
organizacional, sendo também conhecido como orçamento funcional. 
 
 
15 
 
Processo orçamentário que apresenta duas dimensões do orçamento: a) 
objeto de gasto; e b) programa de trabalho. Enfatiza o desempenho 
organizacional. 
 
Orçamento Incremental 
Orçamento elaborado por meio de ajustes marginais nos seus itens de 
receita e despesa. Repetição do orçamento anterior acrescido da 
variação de preços ocorrida no período. 
 
Orçamento-Programa 
A formatação do orçamento-programa é de um sistema de 
planejamento, programação e orçamentação, introduzido nos Estados 
Unidos da América, no final da década de 50, sob a denominação de 
PPBS (Planning Programning Budgeting System). Tem como principais 
características: integração entre planejamento e orçamento; 
quantificação de objetivos e fixação de metas; relações insumo-produto; 
alternativas programáticas; acompanhamento físico-financeiro; 
avaliação de resultados; e gerência por objetivos. 
 
Orçamento que expressa, financeira e fisicamente, os programas de 
trabalho do governo, possibilitando: a) a integração do planejamento 
com o orçamento; b) a quantificação dos objetivos e a fixação das 
metas; as relações insumo-produto; as alternativas programáticas; o 
acompanhamento físico-financeiro; a avaliação de resultados; a 
gerência por objetivos. 
 
A concepção do orçamento-programa está ligada à idéia de 
planejamento. De acordo com ela, o orçamento deve considerar os 
objetivos que o Governo pretende alcançar, durante um período 
determinado de tempo. Com base nesta característica, o orçamento-
programa ultrapassa a fronteira do orçamento como simples documento 
financeiro, aumentando sua dimensão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orçamento-programa é um instrumento de planejamento da ação do governo, 
por meio da identificação dos seus programas de trabalho, projetos e atividades, 
além do estabelecimento de objetivos e metas a serem implementados, bem como 
a previsão dos custos relacionados. O programa é o módulo comum integrador 
entre o plano e o orçamento. 
16 
 
CICLO ORÇAMENTÁRIO NO BRASIL 
 
 
O processo de elaboração do orçamento público no Brasil obedece a um 
“ciclo” integrado ao planejamento de ações, que, de acordo com a 
Constituição Federal de 1988, compreende o Plano Plurianual, a Lei de 
Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual - LOA. 
 
 
 
Corresponde ao período de tempo em que se processam as atividades 
típicas do orçamento público, desde sua concepção até a apreciação 
final. Pode ser dividido nas seguintes fases: elaboração, apreciação 
legislativa, execução e acompanhamento, controle e avaliação, quando 
então se inicia o ciclo seguinte. 
 
Ciclo orçamentário é diferente de exercício financeiro. Este significa o 
período durante o qual se executa o orçamento, correspondendo a uma 
das fases do ciclo orçamentário. No caso do Brasil, por força da Lei nº 
4.320/64, o exercício financeiro coincide com o ano civil, isto é, começa 
em 1º de janeiro e termina em 31 de dezembro de cada ano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ciclo orçamentário = processo orçamentário É um processo 
contínuo, dinâmico e flexível, por meio do qual se elabora, aprova, 
executa, controla e avalia a programação de gastos do setor público 
nos aspectos físico e financeiro. Corresponde ao período de tempo em 
que se processam as atividades típicas do orçamento público, desde 
sua concepção até a apreciação final. 
 
17 
 
PLANO PLURIANUAL - PPA 
O Plano Plurianual – PPA é o instrumento de planejamento estratégico 
das ações do Governo para um período de 4 anos. 
De acordo com o que dispõe o artigo 165, § 1º, da Constituição Federal, 
a lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma 
regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública 
federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as 
relativas aos programas de duração continuada. 
 
... de forma regionalizada: o planejamento da aplicação de recursos públicos para 
diminuir as desigualdades entre as regiões brasileiras. 
 
 
 
 
... as diretrizes: princípios que nortearão a captação e o gasto público com vistas a 
alcançar os objetivos. 
... objetivos: discriminação dos resultados que se quer alcançar com a execução de 
ações governamentais. 
... metas: quantificação, física ou financeira, dos objetivos. 
... as despesas de capital: despesas realizadas com o propósito de formar e/ou 
adquirir um bem de capital. Abrangem, entre outras ações, o planejamento e a 
execução de obras, a compra de instalações, equipamentos, material permanente. 
... outras delas decorrentes: despesas que ocorrem em decorrência das despesas 
de capital, tais como despesas de manutenção. 
... as relativas aos programas de duração continuada: despesa vinculadas a 
programas com duração superior a um exercício financeiro. 
 
D..................diretrizes 
O..................objetivos 
M..................metas 
18 
 
 
O prazo de encaminhamento do projeto do PPA pelo Executivo, para 
discussão e aprovação no Congresso Nacional, deve ser feito até quatro 
meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro do 
mandato presidencial (31/8) e devolvido para sanção presidencial até o 
encerramento da sessão legislativa (22/12), conforme art. 57 da CF/88, 
com a nova redação dada pela EC nº 50. 
 
 
 
 
 
 
Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro 
poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei 
que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. 
 
 
MANDATO 
CHEFE DO 
PODER 
EXECUTIVO 
1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO 
1º ANO 
DO 
MANDATO 
SEGUINTE 
 
VIGÊNCIA 
DO PPA 
4º ANO 
DO 
PPA 
ANTERIOR 
1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO 
PODER 
EXECUTIVO 
Presidente da 
República 
PODER 
LEGISLATIVO 
Congresso 
Nacional 
 
19 
 
A não-coincidência entre a duração do PPA e o mandato do chefe do 
Poder Executivo ocorre para que não haja descontinuidade de 
programas governamentais na transição de um governo a outro. 
Programa 
 
Toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a 
realização dos objetivos estratégicos definidos para o período do Plano 
Plurianual – PPA, que, como já vimos, é de quatro anos. 
 
O programa é o instrumento de organização da atuação governamental 
que articula um conjunto de ações que concorrem para a concretização 
de um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores 
instituídos no plano, visando a solução de um problema ou o 
atendimento de determinada necessidade ou demanda da sociedade. 
 
 
 
A partir do PPA 2008-2011 a classificação dos programas se restringe 
em dois tipos: 
 
I. Programas Finalísticos: dos quais resultam bens ou serviços 
ofertados diretamente à sociedade, cujos resultados sejam 
passíveis de mensuração; 
 
II. Programas de Apoio às Políticas Públicas e Áreas 
Especiais: são programas voltados aos serviços típicos de 
Estado, ao planejamento, à formulação de políticas setoriais, à 
20 
 
coordenação, à avaliação ou ao controle dos programas 
finalísticos, resultando em bens ou serviços ofertados ao 
próprio Estado, podendo ser composto inclusive por despesas 
de natureza tipicamente administrativa. 
 
 
O programa é o módulo comum integrador entre o plano e o orçamento. 
A organização das ações do Governo sob a forma de programas visa 
proporcionar maior racionalidade e eficiência na administração pública e 
ampliar a visibilidade dos resultados e benefícios gerados para a 
sociedade, bem como elevar a transparência na aplicação dos recursos 
públicos. 
 
Cada programa contém objetivo e indicador que quantifica a situação 
que o programa tenha como finalidade modificar, bem como os produtos 
(bens e serviços) necessários para atingir o objetivo. A partir do 
programa são identificadasas ações sob a forma de atividades, projetos 
ou operações especiais, especificando os respectivos valores e metas e 
as unidades orçamentárias responsáveis pela realização da ação. A cada 
projeto ou atividade só poderá estar associado um produto, que, 
quantificado por sua unidade de medida, dará origem à meta. 
 
 
 
LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS - LDO 
 
 
A Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO é instrumento de planejamento 
de curto prazo e tem como funções básicas: 
 estabelecer as metas e prioridades da Administração Pública 
federal para o exercício financeiro seguinte; 
 orientar a elaboração da Lei Orçamentária Anual - LOA; 
 dispor sobre alteração da legislação tributária; e 
 estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais 
de fomento (BB, CEF, BASA, BNB, BNDES). 
Deve ser elaborada em harmonia com o PPA e orientará a elaboração da 
Lei Orçamentária Anual - LOA. 
 
 
 
21 
 
 
 
 
 
Estabelece as metas e prioridades da Administração, incluindo as 
despesas de capital, para o exercício financeiro subseqüente. 
 
 
 
... metas: quantificação, física ou financeira, dos objetivos. 
... prioridades: são os programas e ações constantes do Anexo I da LDO, os quais 
terão precedência na alocação dos recursos no projeto e na Lei Orçamentária Anual e 
na sua execução, não se constituindo, todavia, em limite à programação da despesa. 
... as despesas de capital: despesas realizadas com o propósito de formar e/ou 
adquirir um bem de capital. Abrangem, entre outras ações, o planejamento e a 
execução de obras, a compra de instalações, equipamentos, material permanente. 
... para o exercício financeiro subseqüente: o exercício financeiro compreende 1º 
de janeiro a 31 de dezembro. 
 
 
O encaminhamento, para discussão e aprovação do Congresso Nacional 
do projeto de lei de diretrizes orçamentárias - PLDO, pelo Presidente da 
República, deve ser feito até oito meses e meio antes do encerramento 
do exercício financeiro (15/4) e devolvido para sanção presidencial até o 
encerramento do primeiro período legislativo (17/7). A sessão legislativa 
não poderá ser interrompida sem a discussão, votação e aprovação do 
projeto de lei de diretrizes orçamentárias, conforme art. 57 da CF/88, 
com a nova redação dada pela EC nº 50. 
M..................metas 
P...................prioridades 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO DE LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL - PLOA 
 
 
ELABORAÇÃO DA PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA 
 
 
O processo de elaboração do orçamento público federal começa no 
Poder Executivo, com a expedição das regras gerais pela Secretaria de 
Orçamento Federal (SOF). 
 
Atores que se articulam na elaboração da proposta orçamentária anual: 
 
 
 Órgão Central : SOF/MP; 
 Órgão Setorial : ministérios, tribunais; e 
 Unidade Orçamentária : unidade a qual será 
consignado orçamento. 
 
PODER 
EXECUTIVO 
Presidente da 
República 
PODER 
LEGISLATIVO 
Congresso 
Nacional 
23 
 
 
Fonte: Manual Técnico de Orçamento – MTO 
 
A partir disso, os órgãos setoriais (Ministérios da Educação, Saúde, 
Agricultura etc.) fazem o levantamento das necessidades de gastos das 
áreas que compõem cada ministério e apresentam suas propostas à 
SOF, a quem compete compatibilizar as expectativas de gastos com o 
nível de receita que o governo espera arrecadar da sociedade. Os 
Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público também elaboram 
suas propostas, dentro dos parâmetros fixados pela LDO, e enviam-nas 
à SOF para que sejam integradas ao projeto de lei do orçamento. 
 
24 
 
O governo define no Projeto de Lei Orçamentária Anual, as prioridades 
contidas no PPA e as metas que deverão ser atingidas naquele ano. A 
Lei Orçamentária disciplina todas as ações do governo federal. Nenhuma 
despesa pública pode ser executada fora do Orçamento, mas nem tudo 
é feito pelo governo federal. 
Uma vez concluída a proposta, ela é encaminhada ao Presidente da 
República, juntamente com uma Exposição de Motivos do Ministro do 
Planejamento, Orçamento e Gestão, onde são apresentadas as 
perspectivas da economia e das finanças públicas para o exercício 
referido. Estando de acordo, o Presidente da República remete-a, em 
forma de projeto de lei, ao Congresso Nacional, por meio de Mensagem 
Presidencial, até o dia 31 de agosto de cada ano. Como co-responsável 
e participante na elaboração dos instrumentos de planejamento e 
orçamento, cabe ao Congresso Nacional analisar e aprovar os projetos 
de leis que compõem o processo orçamentário. 
 
As mensagens do Presidente da República encaminhando os projetos de 
lei orçamentária anual e seus créditos adicionais, de lei de diretrizes 
orçamentárias, de lei do plano plurianual e suas revisões serão 
recebidas pelo Presidente do Senado Federal e encaminhadas à CMO até 
48 (quarenta e oito) horas após a comunicação de seu recebimento às 
Casas do Congresso Nacional. 
Discussão, Votação e Aprovação da Lei Orçamentária 
Os projetos relativos ao PPA, à LDO e à LOA são apreciados 
conjuntamente pelas duas Casas do Congresso Nacional, cabendo à 
Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização – CMO - 
examinar e emitir parecer sobre os referidos projetos, também em 
sessão conjunta. Essa Comissão é composta por 40 parlamentares, 
sendo 10 Senadores e 30 Deputados, com igual número de suplentes, 
conforme disposto na Resolução nº 1, de 2006-CN. 
A forma constitucional prevista para a atuação do Congresso Nacional, 
em sua participação na elaboração dos planos e orçamentos, dá-se por 
meio de emendas aos referidos projetos de lei. 
 
Nos planos e orçamentos, os parlamentares, por meio das emendas, 
procuram aperfeiçoar a proposta encaminhada pelo Poder Executivo, 
visando a uma melhor alocação dos recursos públicos. Desse modo, 
identificam as localidades onde desejam que sejam executados os 
projetos ou inserem novas programações com o objetivo de atender às 
demandas das comunidades que representam. 
25 
 
 
As emendas parlamentares são sujeitas a restrições de diversas ordens. 
A norma constitucional, conforme art. 166, § 3º, estabelece as regras 
fundamentais para a aprovação de emendas parlamentares ao projeto 
de lei orçamentária anual, quais sejam: 
 
I. não pode acarretar aumento na despesa total do orçamento, a menos 
que sejam identificados omissões ou erros nas receitas, devidamente 
comprovados; 
 
II. é obrigatória a indicação dos recursos a serem cancelados de outra 
programação, já que normalmente as emendas provocam a inserção ou 
o aumento de uma dotação; 
 
III. não pode ser objeto de cancelamento as despesas com pessoal, 
benefícios previdenciários, juros, transferências constitucionais e 
amortização de dívida; 
 
IV. é obrigatória a compatibilidade da emenda apresentada com as 
disposições do PPA e da LDO. 
 
A harmonização dos relatórios setoriais e sua consolidação são feitas 
pelo Relator-Geral, que submete o seu Parecer, com o respectivo 
Substitutivo (ou seja, o Projeto de Lei modificado pelas emendas 
parlamentares), ao Plenário da CMO. Após a aprovação por esta 
Comissão, o substitutivo segue para a apreciação pelo Plenário do 
Congresso Nacional. 
Uma vez aprovado o substitutivo pelo Plenário do Congresso, agora 
chamado de autógrafo, este é enviado ao Presidente da República para 
sanção e publicação da lei orçamentária, dentro de um prazo máximo de 
quinze dias úteis. Ocorrendo vetos, comunicará, dentro de 48 horas, ao 
Presidente do Senado Federal os motivos do veto. O Congresso terá 
trinta dias para apreciá-los, contados de seu recebimento, podendo 
torná-los sem efeito, caso seja esta a decisão da maioria absoluta dos 
congressistas (deputados e senadores). 
Fiscalização 
Cabe à Comissão Mista de Orçamento exercer o acompanhamento e a 
fiscalização orçamentária, sem prejuízo das demais comissões do 
Congresso Nacional e de suas Casas, bem como de examinar e emitir 
parecer sobre os planos e programas nacionais. 
26 
 
LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL - LOA 
 
A Lei OrçamentáriaAnual - LOA discriminará os recursos orçamentários 
e financeiros para o atingimento das metas e prioridades estabelecidas 
pela Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e compreenderá: 
 
a) o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, 
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive 
fundações instituídas e mantidas pelo poder público (art. 165, § 5º, 
inciso I, da CF/88); 
 
b) o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta 
ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto 
(art. 165, § 5º, inciso II, da CF/88); e 
 
c) o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e 
órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como 
os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo poder público (art. 
165, § 5º, inciso III, da CF/88). 
 
Os Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social compreenderão a 
programação dos Poderes da União, seus fundos, órgãos, autarquias, 
inclusive especiais, e fundações instituídas e mantidas pelo Poder 
Público, bem como das empresas públicas, sociedades de economia 
mista e demais entidades em que a União, direta ou indiretamente, 
detenha a maioria do capital social com direito a voto e que dela 
recebam recursos do Tesouro Nacional. 
 
O Orçamento de Investimento abrangerá as empresas em que a União, 
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito 
a voto, ressalvadas aquelas que recebam recursos do Tesouro Nacional, 
e dele constarão todos os investimentos realizados, independentemente 
da fonte de financiamento utilizada. 
 
Serão consideradas investimento as despesas com: 
 
I - aquisição do ativo imobilizado, excetuadas as relativas à aquisição de 
bens para arrendamento mercantil; e 
 
II - benfeitorias realizadas em bens da União por empresas estatais. 
 
 
27 
 
Logo, destaque-se que as receitas e despesas contidas no orçamento de 
investimento resultam tão-somente das empresas estatais 
“independentes”, ou seja, aquelas estatais em que a União não contribui 
com recursos para a manutenção. Exs: Petrobras, Eletrobrás, 
Eletronorte, BB, Correios, CEF, Infraero, Hemobrás, Imbel, BASA, BNB, 
BNDES. 
 
As empresas cuja programação conste integralmente no Orçamento 
Fiscal ou no da Seguridade Social não integrarão o Orçamento de 
Investimento. 
 
A LOA deverá estar compatível com o PPA e a LDO. 
 
O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo 
regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de 
isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza 
financeira, tributária e creditícia. 
 
Os orçamentos fiscal e de investimento, compatibilizados com o plano 
plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-
regionais, segundo critério populacional. 
 
A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da 
receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a 
autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de 
operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos 
da lei. (Princípio da Exclusividade) 
 
Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do 
projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas 
correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante 
créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização 
legislativa. 
 
De acordo com a LDO, se o projeto de lei orçamentária não for 
sancionado pelo Presidente da República até 31 de dezembro, a 
programação dele constante poderá ser executada para o atendimento 
de algumas despesas, tais como: despesas que constituem obrigações 
constitucionais ou legais da União e também para outras despesas 
correntes de caráter inadiável. As despesas correntes de caráter 
inadiável estão limitadas à 1/12 (um doze avos) do total de cada ação 
prevista no projeto de lei orçamentária, multiplicado pelo número de 
meses decorridos até a sanção da respectiva lei. 
28 
 
 
Deverá estar compatível com o PPA e a LDO. 
Discriminará os recursos orçamentários e financeiros para o atingimento 
das metas e prioridades da LDO e compreenderá: 
 - o orçamento fiscal; 
 - o orçamento de investimento; e 
 - o orçamento da seguridade social. 
Os orçamentos fiscal e de investimento, compatibilizados com o PPA, 
têm entre suas funções a redução das desigualdades inter-regionais, 
segundo critério populacional. 
Não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da 
despesa. Não é incluída nessa proibição a autorização de abertura de 
créditos suplementares e operações de crédito, ainda que por 
antecipação de receita (ARO). 
O projeto de lei orçamentária deverá ser enviado pelo chefe do Poder 
Executivo, ao Congresso Nacional, até quatro meses antes do 
encerramento do exercício financeiro (31/08) e devolvido para sanção 
presidencial até o encerramento da sessão legislativa (22/12), conforme 
art. 57 da CF/88, com a nova redação dada pela EC nº 50. 
 
 
 
 
 
 
PODER 
EXECUTIVO 
Presidente da 
República 
PODER 
LEGISLATIVO 
Congresso 
Nacional 
29 
 
CRÉDITOS ADICIONAIS 
 
São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou 
insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento. 
Os créditos adicionais classificam-se em: 
 I - suplementares, os destinados a reforço de dotação 
orçamentária; 
 II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja 
dotação orçamentária específica; 
 III - extraordinários, os destinados a despesas imprevisíveis e 
urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou 
calamidade pública. 
Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e 
abertos por decreto executivo. 
De acordo com a LDO 2008 (Lei nº 11.514/2007), os créditos adicionais 
aprovados pelo Congresso Nacional serão considerados 
automaticamente abertos com a sanção e publicação da respectiva lei. 
A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da 
existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será 
precedida de exposição justificativa. 
Consideram-se recursos para o fim de abertura dos créditos 
suplementares e especiais, desde que não comprometidos: 
 I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do 
exercício anterior (Lei nº 4.320/64, art.43, §1º, I); 
 II - os provenientes de excesso de arrecadação (Lei nº 
4.320/64, art.43, §1º, II); 
 III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações 
orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei (Lei nº 
4.320/64, art.43, §1º, III); 
30 
 
 IV - o produto de operações de crédito autorizadas, em forma 
que juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las (Lei nº 
4.320/64, art.43, §1º, IV); 
 V - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição 
do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas 
correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante 
créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização 
legislativa (CF/88, § 8º do art. 166). 
Superávit financeiro é a diferença positiva entre o ativo financeiro e o 
passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos 
adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas. 
 
Excesso de arrecadação é o saldo positivo das diferenças acumuladas 
mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, 
ainda, a tendência do exercício. 
Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de 
arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários 
abertos no exercício. 
 
 
31 
 
Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder 
Executivo, que deles dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo, 
conforme dispõe a Lei nº 4.320/64. 
No entanto, a Constituição Federal, em seu artigo 167, §3º, c/c 
(combinado com) o art. 62, dispõe que a abertura de crédito 
extraordinário somente será admitidapara atender a despesas 
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção 
interna ou calamidade pública, e que em caso de relevância e urgência, 
o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força 
de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
Desse modo, na União, a abertura de créditos extraordinários é 
realizada por meio de medida provisória, haja vista disposto 
constitucional. Porém, nos estados ou municípios em que não haja 
dispositivo na constituição estadual ou na lei orgânica (município) 
prevendo o instituto da medida provisória para abertura de crédito 
extraordinário, deve-se fazer por decreto do executivo. 
Em relação aos créditos extraordinários, não há autorização do 
Legislativo para a abertura desses créditos (extraordinários) devido à 
sua urgência e imprevisibilidade. Além da tradicional reserva de 
contingência, os recursos disponíveis decorrentes do superávit 
financeiro, do excesso de arrecadação, da anulação parcial ou total de 
dotações orçamentárias e de operações de crédito autorizadas são 
fontes disponíveis para a abertura dos créditos extraordinários. 
Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em 
que forem autorizados, salvo expressa disposição legal em contrário, 
quanto aos especiais e extraordinários, se o ato de autorização for 
promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, 
reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento 
do exercício financeiro subseqüente. 
A reabertura dos créditos especiais e extraordinários, conforme disposto 
no art. 167, § 2º, da CF/88, será efetivada, quando necessária, 
mediante ato próprio de cada Poder e do Ministério Público. 
Créditos Ilimitados 
É vedado pela Constituição Federal, conforme art. 167, VII, a concessão 
ou utilização de créditos ilimitados. 
32 
 
Entende-se por crédito ilimitado, a não-indicação de valor para 
suplementação ao orçamento, ou seja, a não-limitação dos montantes 
de créditos passíveis de abertura de crédito. 
 
1 - Créditos Suplementares = destinados a reforço de dotação 
orçamentária. 
São autorizados por lei e abertos por decreto executivo. 
Dependem da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa 
e será precedida de exposição justificativa. 
 2 - Créditos Especiais = destinados a despesas para as quais não haja 
dotação orçamentária específica. 
São autorizados por lei e abertos por decreto executivo. 
Dependem da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa 
e será precedida de exposição justificativa. 
3 - Créditos Extraordinários = destinados a despesas imprevisíveis e 
urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou 
calamidade pública. 
Lei nº 4.320/64 = São abertos por decreto do Poder Executivo, que 
deles dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo. 
União = São abertos por medida provisória, devendo submetê-la de 
imediato ao Congresso Nacional (art. 167, §3º, c/c (combinado com) 
art. 62 da CF/88). 
Não dependem da existência de recursos disponíveis para ocorrer a 
despesa, tampouco fase de autorização ao Legislativo. 
 
 
33 
 
SIDOR 
 
O SIDOR tem por objetivo dotar o processo orçamentário do governo 
federal de uma estrutura de processamento de dados conforme as 
modernas ferramentas da tecnologia de informação, de processos 
informatizados e estruturas de dados para dar suporte às atividades do 
Sistema Orçamentário Federal. O sistema permite a elaboração da 
proposta orçamentária e a revisão do PPA para a formalização dos 
Projetos de Lei do Orçamento Anual (PLOA) e do Plano Plurianual, que 
são encaminhados ao Congresso Nacional. 
 
O SIDOR, operado e gerenciado pela Secretaria de Orçamento Federal – 
SOF -, foi desenvolvido com o intuito de auxiliar a sistematização de 
dados relativos ao orçamento da União, processando eletronicamente as 
informações de cunho orçamentário que são inseridas por meio dos 
terminais da rede SIDOR e da rede SERPRO. 
Utilizando o Sistema Integrado de Dados Orçamentários (SIDOR), a 
Secretaria de Orçamento Federal acompanha e avalia a execução 
orçamentária, procedendo a alterações, por meio de créditos adicionais, 
quando necessário. 
 
No SIDOR, cujas informações são sistematicamente utilizadas no 
desenvolvimento da elaboração dos Orçamentos Fiscais e da Seguridade 
Social, estão em funcionamento os seguintes subsistemas: 
 
a) Subsistema Cadastro de Programas e Ações; 
b) Subsistema Prioridades e Metas Anuais; 
c) Subsistema Legislação Orçamentária; 
d) Subsistema Alinhamento da Série Histórica; 
e) Subsistema Definição dos Limites; 
f) Subsistema Captação Quantitativa das Propostas dos Orçamentos e 
da Revisão do PPA; 
g) Subsistema Análise da Proposta Setorial; 
h) Subsistema Simulador de Fontes; 
i) Subsistema Compatibilização da Proposta Orçamentária; 
j) Subsistema Formalização do Projeto de Lei Orçamentária; 
k) Subsistema Receita; 
l) Subsistema Dívida; 
m) Subsistema Precatórios; 
n) Subsistema Pleitos; e 
o) Subsistema Pessoal. 
34 
 
 
SIAFI 
 
A Secretaria do Tesouro Nacional – STN definiu e desenvolveu, em 
conjunto com o SERPRO, o Sistema Integrado de Administração 
Financeira do Governo Federal – SIAFI em menos de um ano, 
implantando-o em janeiro de 1987, para suprir o Governo Federal de 
um instrumento moderno e eficaz no controle e acompanhamento dos 
gastos públicos. 
 
Com o SIAFI, os problemas de administração dos recursos públicos que 
apontamos acima ficaram solucionados. Hoje o Governo Federal tem 
uma Conta Única para gerir, de onde todas as saídas de dinheiro 
35 
 
ocorrem com o registro de sua aplicação e do servidor público que a 
efetuou. Trata-se de uma ferramenta poderosa para executar, 
acompanhar e controlar com eficiência e eficácia a correta utilização dos 
recursos da União. 
 
O SIAFI é um sistema informatizado que processa e controla, por meio 
de terminais instalados em todo o território nacional, a execução 
orçamentária, financeira, patrimonial e contábil dos órgãos da 
Administração Pública Direta federal, das autarquias, fundações e 
empresas públicas federais e das sociedades de economia mista que 
estiverem contempladas no Orçamento Fiscal e/ou no Orçamento da 
Seguridade Social da União. 
 
É o principal instrumento utilizado para registro, acompanhamento e 
controle da execução orçamentária, financeira e patrimonial do Governo 
Federal. Desde sua criação, o SIAFI tem alcançado satisfatoriamente 
seus principais objetivos: 
 
a) prover mecanismos adequados ao controle diário da execução 
orçamentária, financeira e patrimonial aos órgãos da 
Administração Pública; 
b) fornecer meios para agilizar a programação financeira, 
otimizando a utilização dos recursos do Tesouro Nacional, 
através da unificação dos recursos de caixa do Governo 
Federal; 
c) permitir que a contabilidade pública seja fonte segura e 
tempestiva de informações gerenciais destinadas a todos os 
níveis da Administração Pública Federal; 
d) padronizar métodos e rotinas de trabalho relativas à gestão dos 
recursos públicos, sem implicar rigidez ou restrição a essa 
atividade, uma vez que ele permanece sob total controle do 
ordenador de despesa de cada unidade gestora; 
e) permitir o registro contábil dos balancetes dos estados e 
municípios e de suas supervisionadas; 
f) permitir o controle da dívida interna e externa, bem como o 
das transferências negociadas (voluntárias); 
g) integrar e compatibilizar as informações no âmbito do Governo 
Federal; 
h) permitir o acompanhamento e a avaliação do uso dos recursos 
públicos; e 
i) proporcionar a transparência dos gastos do Governo Federal. 
 
 
36 
 
 
 
37 
 
RECEITA PÚBLICA 
 
Receita Pública é a soma de ingressos orçamentários (impostos, 
taxas, contribuições e outras fontes de recursos) arrecadados para 
atender às despesas públicas. 
 
Outro conceito para Receitas Públicas são todos os ingressos de 
caráter não devolutivo auferidas pelo poder público para alocaçãoe 
cobertura das despesas públicas. Dessa forma, todo o ingresso 
orçamentário constitui uma receita pública, pois tem como finalidade 
atender às despesas públicas. 
 
As receitas públicas constituem rendas do Estado e podem ser 
originárias ou derivadas (receitas correntes). 
 
a) Receitas Originárias: São aquelas que provêm do próprio 
patrimônio do Estado. Resultantes da venda de produtos ou serviços 
colocados à disposição dos usuários ou da cessão remunerada de bens e 
valores. Ex: Patrimoniais, Agropecuárias, Industriais, de Serviços. 
 
b) Receitas Derivadas: São aquelas obtidas pelo Estado mediante sua 
autoridade coercitiva (jus imperii). Dessa forma, o Estado exige que o 
particular entregue uma determinada quantia na forma de tributos ou 
de multas. 
 
A Lei nº 4.320/64 regulamenta os ingressos de disponibilidades de todos 
os entes da federação classificando-os em dois grupos: orçamentários e 
extra-orçamentários. 
 
Os ingressos orçamentários são aqueles pertencentes ao ente público 
arrecadados exclusivamente para aplicação em programas e ações 
governamentais. Estes ingressos são denominados Receita Pública. 
 
Os ingressos extra-orçamentários são aqueles pertencentes a 
terceiros arrecadados pelo ente público exclusivamente para fazer face 
às exigências contratuais pactuadas para posterior devolução. Têm 
caráter provisório. Esses ingressos são denominados recursos de 
terceiros. 
 
De acordo com os conceitos contábeis e orçamentários estabelecidos, a 
Receita Pública pode ou não provocar variação na situação patrimonial 
38 
 
líquida. Conforme os efeitos produzidos ou não no Patrimônio Líquido, a 
Receita Pública pode ser efetiva e não-efetiva (por mutação). 
 
A Receita Pública Efetiva é aquela em que os ingressos de 
disponibilidades de recursos não constituem obrigações correspondentes 
e por isto alteram a situação líquida patrimonial. É aquela proveniente 
das funções próprias do setor público enquanto agente arrecadador. São 
as receitas correntes, com exceção do recebimento da dívida ativa, e a 
receita de capital decorrente do recebimento de transferências de 
capital. 
 
A Receita Pública Não-Efetiva (por mutação) é aquela em que os 
ingressos de disponibilidades de recursos não alteram a situação líquida 
patrimonial. As receitas não-efetivas (por mutação) não partem da 
arrecadação. São as receitas de capital, com exceção do recebimento de 
transferências de capital, e da receita corrente decorrente do 
recebimento da dívida ativa. 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
1. Natureza da Receita 
 
Cabe à Secretaria de Orçamento Federal/MP o detalhamento da 
classificação da receita a ser utilizado, no âmbito da União, o que é feito 
por meio de portaria de classificação orçamentária por natureza de 
receita. 
 
A classificação da receita por natureza busca a melhor identificação da 
origem do recurso segundo seu fato gerador. Face à necessidade de 
constante atualização e melhor identificação dos ingressos aos cofres 
públicos, o esquema inicial de classificação foi desdobrado em seis 
níveis, que formam o código identificador da natureza de receita, 
conforme consta no Manual Técnico do Orçamento – MTO, bem como no 
Ementário de Classificação das Receitas Orçamentárias, de 2006, às 
páginas 42 e 43. 
 
 
 
O sistema de classificação de receitas obedecia a seguinte codificação: 
 
 
 
Com a finalidade de melhorar o entendimento dessa codificação, a 
mesma foi substituída pela codificação a seguir: 
 
 
 
CORES RUBRAS 
 
C ategoria Econômica 
OR igem 
ES pécie 
RUBR ica 
A línea 
S ubalínea 
40 
 
Observa-se que esta atual classificação substitui a anterior com relação 
aos itens Y e Z, em que esses eram classificados como fonte e subfonte, 
respectivamente. 
 
1.1. Categoria Econômica da Receita 
A receita é classificada em duas categorias econômicas, com os 
seguintes códigos: 
 
1. Receitas Correntes: classifica-se nessa categoria aquelas 
receitas oriundas do poder impositivo do Estado - Tributária e de 
Contribuições; da exploração de seu patrimônio – Patrimonial; da 
exploração de atividades econômicas - Agropecuária, Industrial e 
de Serviços; as provenientes de recursos financeiros recebidos de 
outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a 
atender despesas classificáveis em Despesas Correntes – 
Transferências Correntes; e as demais receitas que não se 
enquadram nos itens anteriores – Outras Receitas Correntes; e 
 
2. Receitas de Capital: de acordo com o art. 11, § 2º da Lei nº 
4.320, de 17 de março de 1964, com redação dada pelo Decreto-
Lei nº 1.939, de 20 de maio de 1982, são as provenientes da 
realização de recursos financeiros oriundos de constituição de 
dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos 
recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, 
destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de 
Capital e, ainda, o Superávit do Orçamento Corrente. O 
Superávit do Orçamento Corrente resultante do balanceamento 
dos totais das receitas e despesas correntes não constituirá item 
de receita orçamentária. 
 
Superávit do orçamento corrente é receita de 
CAPITAL, mas NÃO constitui ITEM de receita 
orçamentária!!! 
41 
 
 
 
 
 
1.2. Origem 
A origem refere-se ao detalhamento da classificação econômica das 
receitas, ou seja, ao detalhamento das receitas correntes e de capital de 
acordo com a Lei nº 4.320, de 1964. A mudança da atual nomenclatura 
(de “fonte” para “origem”) deveu-se à imprecisão do conceito existente 
entre a fonte a que se refere esse classificador de receitas e a fonte 
relacionada com o financiamento das despesas constantes da 
programação orçamentária. 
 
42 
 
Receitas Correntes 
 
1. Receita Tributária 
2. Receita de Contribuições 
3. Receita Patrimonial 
4. Receita Agropecuária 
5. Receita Industrial 
6. Receita de Serviços 
7. Transferências Correntes 
9. Outras Receitas Correntes 
 
 
 
 
Receitas de Capital 
 
1. Operações de Crédito 
2. Alienação de Bens 
3. Amortização de Empréstimos 
4. Transferências de Capital 
5. Outras Receitas de Capital 
 
 
 
Receitas Correntes 
 
 Receita Tributária 
Arrecadação da receita tributária (impostos, taxas e contribuições 
de melhoria). 
 
 Receita de Contribuições 
Arrecadação de receita de contribuições sociais, de intervenção no 
domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas, como instrumento de intervenção nas respectivas 
áreas. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão 
instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, 
em beneficio destes, de sistemas de previdência e assistência 
social. 
 
TRIBUTA 
CON 
P 
A 
I 
S 
OPERA 
ALI 
AMOR 
43 
 
 Receita Patrimonial 
Arrecadação da receita patrimonial referente ao resultado 
financeiro da fruição do patrimônio, seja decorrente de bens 
imobiliários ou mobiliários, seja de participação societária. 
 
 Receita Agropecuária 
Arrecadação da receita de produção vegetal, animal e derivados e 
outros. Receitas decorrentes das seguintes atividades ou 
explorações agropecuárias: 
a) agricultura (cultivo do solo), inclusive hortaliças e flores; 
b) pecuária (criação, recriação ou engorda de gado e de 
animais de pequeno porte); 
c) atividades de beneficiamento ou transformação de 
produtos agropecuários em instalações existentes nos próprios 
estabelecimentos (excetuam-se as usinas de açúcar, fábricas de 
polpa, de madeira, serrarias e unidades industriais com produção 
licenciada, que são classificadas como industriais). 
 
 Receita Industrial 
Arrecadação da receita da indústria de extração mineral, de 
transformação, de construção e outros, provenientes das 
atividades industriais definidas como tais pela Fundação Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. 
 
 Receita de Serviços 
Arrecadação da receita originária da prestação de serviços, tais 
como: atividades comerciais, financeiras, de transporte, de 
comunicação, de saúde, de armazenagem, serviços científicose 
tecnológicos, de metrologia, agropecuários e etc. 
 
 Transferências Correntes 
Recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou 
privado, independentemente de contraprestação direta de bens e 
serviços. 
 
 Outras Receitas Correntes 
Arrecadação de outras receitas correntes tais como multas, juros, 
restituições, indenizações, receita da dívida ativa, aplicações 
financeiras e outras. 
 
 
 
 
44 
 
Receitas de Capital 
 
 Operações de Crédito 
Receita decorrente da colocação de títulos públicos ou de 
empréstimos obtidos junto a entidades estatais ou particulares 
internas ou externas. 
 
 Alienação de Bens 
Receita decorrente da alienação de bens móveis e imóveis. É o 
ingresso proveniente da alienação de componentes do ativo 
permanente. 
 
 Amortização de Empréstimos 
Receita relativa à amortização de empréstimos concedidos em 
títulos e contratos. Ex.: recebimento do principal de um 
empréstimo concedido. 
 
 Transferências de Capital 
Transferências de capital para outra esfera de governo 
(intergovernamentais), instituições privadas, exterior e/ou 
pessoas, de convênios, tendo por finalidade concorrer para a 
formação de um bem de capital, estando vinculadas à constituição 
ou aquisição do mesmo. 
 
 Outras Receitas de Capital 
Arrecadação com outras receitas vinculadas ao acréscimo 
patrimonial da unidade. Exs.: receita proveniente da 
integralização do capital social, do resultado do Banco Central do 
Brasil, da remuneração das disponibilidades do Tesouro Nacional e 
outras. 
 
 
1.3. Espécie 
A espécie constitui um maior detalhamento da categoria anterior 
(origem). Essa classificação não está relacionada à Lei nº 4.320, de 
1964, mas sim à classificação adotada pela SOF/STN (classificação 
discricionária). No caso dos tributos, a espécie relaciona os tipos de 
tributos previstos na Constituição Federal. A mudança da atual 
nomenclatura (de “subfonte” para “espécie”) deveu-se também à 
imprecisão daquele conceito, uma vez que alguns entendiam que se 
tratava de especificação das fontes de recursos relacionadas ao 
financiamento das despesas constantes da programação orçamentária. 
 
45 
 
1.4. Rubrica 
A rubrica é o nível que detalha a espécie com maior precisão, 
especificando a origem dos recursos financeiros. Agrega determinadas 
receitas com características próprias e semelhantes entre si. 
 
1.5. Alínea 
A alínea é o nível que apresenta o nome da receita propriamente dita e 
que recebe o registro pela entrada de recursos financeiros. 
 
1.6. Subalínea 
A subalínea constitui o nível mais analítico da receita, o qual recebe o 
registro de valor, pela entrada do recurso financeiro, quando houver 
necessidade de maior detalhamento da alínea. 
 
1.7. Exemplo de Natureza da Receita 
 
 
 
2. Classificação da Receita por Fonte de Recursos 
 
A classificação por natureza da receita busca a melhor identificação da 
origem do recurso segundo seu fato gerador. No entanto, existe a 
necessidade de classificar a receita conforme a destinação legal dos 
recursos arrecadados. 
 
Assim, foi instituído pelo Governo Federal um mecanismo denominado 
“fontes de recursos”. As fontes de recursos constituem-se de 
determinados agrupamentos de naturezas de receitas, atendendo a uma 
determinada regra de destinação legal, e servem para indicar como são 
financiadas as despesas orçamentárias. Entende-se por fonte de 
46 
 
recursos a origem ou a procedência dos recursos que devem ser gastos 
com uma determinada finalidade. É necessário, portanto, individualizar 
esses recursos de modo a evidenciar sua aplicação segundo a 
determinação legal. Atualmente, a classificação de fontes de recursos 
consiste de um código de três dígitos: 
 
1º dígito: Grupo de Fonte de Recursos 
 
1 - Recursos do Tesouro – Exercício Corrente; 
2 - Recursos de Outras Fontes - Exercício Corrente; 
3 - Recursos do Tesouro – Exercícios Anteriores; 
6 - Recursos de Outras Fontes - Exercícios Anteriores; e 
9 - Recursos Condicionados. 
 
2º e 3º dígito: Especificação das Fontes de Recursos 
 
Exemplos: 
 
Fonte 100 – Recursos do Tesouro - Exercício Corrente (1); 
 Recursos Ordinários (00); 
Fonte 156 – Recursos do Tesouro - Exercício Corrente (1); 
 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social do 
Servidor (56); 
Fonte 150 – Recursos do Tesouro – Exercício Corrente (1); 
 Recursos Próprios Não-Financeiros (50); 
Fonte 250 – Recursos de Outras Fontes – Exercício Corrente (2); 
 Recursos Próprios Não-Financeiros (50); 
Fonte 300 – Recursos do Tesouro – Exercícios Anteriores (3); e 
 Recursos Ordinários (00). 
Fonte 900 – Recursos Condicionados – (9); e 
 Recursos Ordinários (00). 
 
 
Recursos do Tesouro são aqueles geridos de forma centralizada pelo Poder Executivo 
do ente, que detêm a responsabilidade e controle sobre as disponibilidades financeiras. 
Essa gestão centralizada se dá, normalmente, através do Órgão Central de 
Programação Financeira, que administra o fluxo de caixa, fazendo liberações aos 
órgãos e entidades de acordo com a programação financeira com base nas 
disponibilidades e os objetivos estratégicos do governo. 
 
Recursos de Outras Fontes são aqueles arrecadados e controlados de forma 
descentralizada e cuja disponibilidade está sob responsabilidade desses órgãos e 
entidades, mesmo nos casos em que dependam de autorização do Órgão Central de 
Programação Financeira para dispor desses valores. De forma geral esses recursos têm 
47 
 
origem no esforço próprio das entidades, seja pelo fornecimento de bens, prestação de 
serviços ou exploração econômica do patrimônio próprio. 
 
Recursos Condicionados são aqueles incluídos na previsão da receita orçamentária, 
mas que dependem da aprovação de alterações na legislação para integralização dos 
recursos. Quando confirmadas tais proposições os recursos são remanejados para as 
destinações adequadas e definitivas. 
 
 
3. Classificação da Receita por Identificador de Resultado 
Primário 
 
A receita é classificada, ainda, como Primária (P) quando seu valor é 
incluído na apuração do Resultado Primário no conceito “acima da linha” 
(apura o desempenho fiscal do Governo mediante a apuração dos fluxos 
de receitas e despesas orçamentárias em determinado período) e Não-
Primária ou Financeira (F) quando não é incluída nesse cálculo. As 
receitas financeiras são basicamente as provenientes de operações de 
crédito (endividamento), de aplicações financeiras e de juros, em 
consonância com o Manual de Estatísticas de Finanças Públicas do Fundo 
Monetário Internacional – FMI, de 1986. 
 
As demais receitas, provenientes dos tributos, contribuições, 
patrimoniais, agropecuárias, industriais e de serviços são classificadas 
como primárias. 
 
O Resultado Primário é o resultado obtido entre receitas fiscais e 
despesas fiscais. 
 
As receitas primárias (fiscais ou não-financeiras) correspondem às 
receitas provenientes de tributos, receitas patrimoniais, dentre outras. 
Ou seja, as receitas fiscais referem-se às receitas “arrecadadas”, 
provenientes de atividade fim do Estado. 
 
As receitas não-primárias (não-fiscais ou financeiras) correspondem às 
receitas provenientes das receitas de juros que o governo recebe, por 
exemplo, como rendimento de aplicações financeiras. 
 
O Resultado Primário não considera a apropriação de juros sobre a 
dívida existente. Evidencia o esforço fiscal do setor público em equilibrar 
suas contas. Se o setor público gasta menos do que arrecada, 
desconsiderando a apropriação de juros sobre a dívida existente, há 
superávit primário. 
48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Demonstrativo da apuração do Resultado Primário 
 
 RECEITAS PRIMÁRIAS..................200 
 DESPESAS PRIMÁRIAS...........(-) 110 
 _____________ 
 RESULTADO PRIMÁRIO...................90 
 
 
2. Estágios da Receita 
 
Estágio da receita é cada passo identificado que evidencia o 
comportamento da receita e facilita o conhecimento e a gestão dos 
ingressos de recursos. São estágios dareceita: 
 
 Previsão: é a estimativa do que se pretende arrecadar durante o 
exercício. 
 
 Lançamento: é a relação individualizada dos contribuintes, 
discriminando a espécie, o valor e o vencimento do imposto de 
cada um, ou seja, é o assentamento dos débitos futuros dos 
contribuintes. Algumas receitas não percorrem o estágio do 
lançamento. As receitas originárias, não estão sujeitas a 
lançamento e ingressam diretamente no estágio da arrecadação. 
49 
 
 
Existem 03 (três) tipos de lançamento: 
- Lançamento direto ou de ofício - é de iniciativa do 
órgão arrecadador, que adota providências quanto ao 
fato gerador e a base de cálculo. Ex: IPTU, IPVA. 
- Lançamento por homologação - é feito pelo próprio 
contribuinte, sendo posteriormente verificado pela 
autoridade fazendária. Ex: pagamento do ICMS, IPI, 
ISS, IPI. 
- Lançamento por declaração ou misto - é feito pela 
autoridade administrativa, com a colaboração do 
contribuinte. Ex: ITR. 
 
 Arrecadação: é o momento em que os contribuintes comparecem 
perante aos agentes arrecadadores a fim de liquidarem suas 
obrigações para com o estado. 
 
 Recolhimento: é a transferência dos valores arrecadados à conta 
específica do Tesouro, responsável pela administração e controle 
da arrecadação e programação financeira, ou seja, é o ato pelo 
qual os agentes arrecadadores entregam diariamente ao Tesouro 
público o produto da arrecadação. 
 
Alguns autores classificam os estágios da receita em três: previsão, 
incluindo o lançamento como uma etapa dessa previsão, arrecadação e 
recolhimento. 
 
 
Previsão 
 
Lançamento 
 
Arrecadação 
 
Recolhimento 
 
 
 
 
50 
 
DESPESA PÚBLICA 
 
1. Estrutura da Programação Orçamentária da Despesa 
 
1.1. Programação Qualitativa 
 
A estruturação atual do orçamento público considera que as 
programações orçamentárias estejam organizadas em Programas de 
Trabalho, e que esses possuam programação física e financeira. O 
Programa de Trabalho, que define qualitativamente a programação 
orçamentária, deve responder, de maneira clara e objetiva, às 
perguntas clássicas que caracterizam o ato de orçar, sendo, do ponto de 
vista operacional composto dos seguintes blocos de informação: 
Classificação por Esfera, Classificação Institucional, Classificação 
Funcional e Estrutura Programática, conforme detalhado na tabela a 
seguir: 
 
 
 
 
51 
 
1.2. Programação Quantitativa 
 
A programação física define quanto se pretende desenvolver do produto, 
conforme a tabela a seguir: 
 
 
 
A programação financeira define o que adquirir, com quais recursos, de 
acordo com a tabela a seguir: 
 
 
 
52 
 
1.3. Estrutura Completa da Programação Orçamentária 
 
 
 
 
Exemplo: 
 
 
 
53 
 
2. Componentes da Programação Qualitativa – Programa de 
Trabalho 
 
2.1. Classificação por Esfera Orçamentária 
 
A esfera orçamentária tem por finalidade identificar se o orçamento é 
fiscal (F), da seguridade social (S) ou de investimento das empresas 
estatais (I), conforme disposto no § 5º do art. 165 da Constituição: 
 
• o orçamento fiscal: referente aos Poderes da União, seus fundos, 
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; 
 
• o orçamento de investimento: orçamento das empresas em que a 
União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com 
direito a voto; e 
 
• o orçamento da seguridade social: abrange todas as entidades e 
órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como 
os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. 
 
O § 2º do art. 195 da Constituição estabelece que a proposta de 
orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos 
órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, 
tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes 
orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. 
 
Na base do SIDOR o campo destinado à esfera orçamentária é composto 
de dois dígitos e será associado à ação orçamentária, com os seguintes 
códigos: 
 
10 - Orçamento Fiscal; 
20 - Orçamento da Seguridade Social; ou 
30 - Orçamento de Investimento. 
 
 
2.2. Classificação Institucional 
 
A classificação institucional reflete a estrutura organizacional e 
administrativa governamental e está estruturada em dois níveis 
hierárquicos: órgão orçamentário e unidade orçamentária. As dotações 
orçamentárias, especificadas por categoria de programação em seu 
menor nível, são consignadas às unidades orçamentárias, que são as 
54 
 
estruturas administrativas responsáveis pelos recursos financeiros 
(dotações) e pela realização das ações. 
 
O código da classificação institucional compõe-se de cinco dígitos, sendo 
os dois primeiros reservados à identificação do órgão e os demais à 
unidade orçamentária. 
 
1º / 2º dígitos: identificam o órgão orçamentário; e 
3º / 4º / 5º dígitos: identificam a unidade orçamentária. 
 
Um órgão ou uma unidade orçamentária não corresponde 
necessariamente a uma estrutura administrativa, como ocorre, por 
exemplo, com alguns fundos especiais e com os “órgãos” 
“Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios”, “Encargos 
Financeiros da União”, “Operações Oficiais de Crédito”, 
“Refinanciamento da Dívida Pública Mobiliária Federal” e “Reserva de 
Contingência”. 
 
Alguns exemplos de classificação institucional: 
 
 
 
 
2.3. Classificação Funcional da Despesa 
 
A classificação funcional, por funções e subfunções, busca responder 
basicamente à indagação “em que” área de ação governamental a 
despesa será realizada. Cada atividade, projeto e operação especial 
identificará a função e a subfunção às quais se vinculam. A atual 
classificação funcional foi instituída pela Portaria nº 42, de 14 de abril de 
1999, do então Ministério do Orçamento e Gestão, e é composta de um 
rol de funções e subfunções prefixadas, que servem como agregador 
dos gastos públicos por área de ação governamental nas três esferas de 
55 
 
Governo. Trata-se de uma classificação independente dos programas, e 
de aplicação comum e obrigatória, no âmbito dos Municípios, dos 
Estados, do Distrito Federal e da União, o que permite a consolidação 
nacional dos gastos do setor público. 
 
2.3.1. Função 
 
A classificação funcional é representada por cinco dígitos. Os dois 
primeiros referem-se à função, que pode ser traduzida como o maior 
nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor público. A 
função está relacionada com a missão institucional do órgão, por 
exemplo, cultura, educação, saúde, defesa, que guarda relação com os 
respectivos Ministérios. 
 
A função “Encargos Especiais” engloba as despesas em relação às quais 
não se pode associar um bem ou serviço a ser gerado no processo 
produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, indenizações e 
outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra. 
 
 
2.3.2. Subfunção 
 
A subfunção, indicada pelos três últimos dígitos da classificação 
funcional, representa um nível de agregação imediatamente inferior à 
função e deve evidenciar cada área da atuação governamental, por 
intermédio da agregação de determinado subconjunto de despesas e 
identificação da natureza básica das ações que se aglutinam em torno 
das funções. As subfunções podem ser combinadas com funções 
diferentes daquelas a que estão relacionadas na Portaria nº 42, de 
1999. As ações devem estar sempre conectadas às subfunções que 
representam sua área específica. Existe também a possibilidade de 
matricialidade na conexão entre função e subfunção, ou seja, combinar 
qualquer função com qualquer subfunção, mas não na relação entre 
ação e subfunção. Deve-se adotar como função aquela que é típica ou 
principal do órgão. Assim, a programação de um órgão, via de regra, é 
classificada em uma única função, ao passo que a subfunção é escolhida 
de acordo com a especificidade de cada ação. A exceção à matricialidade 
encontra-se na função 28– Encargos Especiais e suas subfunções 
típicas que só podem ser utilizadas conjugadas. 
 
 
 
56 
 
Exemplos: 
 
 
 
 
Na base do SIDOR, existem dois campos correspondentes à classificação 
funcional, quais sejam: 
 
 
 
 
 
A seguir encontra-se a íntegra da Portaria nº 42/1999 e se anexo, a 
qual atualiza a discriminação da despesa por funções. 
57 
 
 
58 
 
ANEXO 
FUNÇÕES E SUBFUNÇÕES DE GOVERNO 
 FUNÇÕES SUBFUNÇÕES 
01 - Legislativa 031 - Ação Legislativa 032 - Controle Externo 
02 - Judiciária 061 - Ação Judiciária 062 - Defesa do Interesse Público no Processo Judiciário 
03 - Essencial à Justiça 091 - Defesa da Ordem Jurídica 092 - Representação Judicial e Extrajudicial 
04 - Administração 
121 - Planejamento e Orçamento 
122 - Administração Geral 
123 - Administração Financeira 
124 - Controle Interno 
125 - Normatização e Fiscalização 
126 - Tecnologia da Informação 
127 - Ordenamento Territorial 
128 - Formação de Recursos Humanos 
129 - Administração de Receitas 
130 - Administração de Concessões 
131 - Comunicação Social 
05 - Defesa Nacional 
151 - Defesa Área 
152 - Defesa Naval 
153 - Defesa Terrestre 
06 - Segurança Pública 
181 - Policiamento 
182 - Defesa Civil 
183 - Informação e Inteligência 
07 - Relações Exteriores 211 - Relações Diplomáticas 212 - Cooperação Internacional 
08 - Assistência Social 
241 - Assistência ao Idoso 
242 - Assistência ao Portador de Deficiência 
243 - Assistência à Criança e ao Adolescente 
244 - Assistência Comunitária 
09 - Previdência Social 
271 - Previdência Básica 
272 - Previdência do Regime Estatutário 
273 - Previdência Complementar 
274 - Previdência Especial 
10 - Saúde 
301 - Atenção Básica 
302 - Assistência Hospitalar e Ambulatorial 
303 - Suporte Profilático e Terapêutico 
304 - Vigilância Sanitária 
305 - Vigilância Epidemiológica 
306 - Alimentação e Nutrição 
11 - Trabalho 
331 - Proteção e Benefícios ao Trabalhador 
332 - Relações de Trabalho 
333 - Empregabilidade 
334 - Fomento ao Trabalho 
12 - Educação 
361 - Ensino Fundamental 
362 - Ensino Médio 
363 - Ensino Profissional 
364 - Ensino Superior 
365 - Educação Infantil 
366 - Educação de Jovens e Adultos 
367 - Educação Especial 
13 - Cultura 391 - Patrimônio Histórico, Artístico e Arqueológico 
392 - Difusão Cultural 
14 - Direitos da Cidadania 
421 - Custódia e Reintegração Social 
422 - Direitos Individuais, Coletivos e Difusos 
423 - Assistência aos Povos Indígenas 
59 
 
15 - Urbanismo 
451 - Infra-Estrutura Urbana 
452 - Serviços Urbanos 
453 - Transportes Coletivos Urbanos 
16 - Habitação 481 - Habitação Rural 482 - Habitação Urbana 
17 - Saneamento 511 - Saneamento Básico Rural 
512 - Saneamento Básico Urbano 
18 - Gestão Ambiental 
541 - Preservação e Conservação Ambiental 
542 - Controle Ambiental 
543 - Recuperação de Áreas Degradadas 
544 - Recursos Hídricos 
545 - Meteorologia 
19 - Ciência e Tecnologia 
571 - Desenvolvimento Científico 
572 - Desenvolvimento Tecnológico e Engenharia 
573 - Difusão do Conhecimento Científico e Tecnológico 
20 - Agricultura 
601 - Promoção da Produção Vegetal 
602 - Promoção da Produção Animal 
603 - Defesa Sanitária Vegetal 
604 - Defesa Sanitária Animal 
605 - Abastecimento 
606 - Extensão Rural 
607 - Irrigação 
21 - Organização Agrária 631 - Reforma Agrária 632 - Colonização 
22 - Indústria 
661 - Promoção Industrial 
662 - Produção Industrial 
663 - Mineração 
664 - Propriedade Industrial 
665 - Normalização e Qualidade 
23 - Comércio e Serviços 
691 - Promoção Comercial 
692 - Comercialização 
693 - Comércio Exterior 
694 - Serviços Financeiros 
695 - Turismo 
24 - Comunicações 721 - Comunicações Postais 
722 - Telecomunicações 
25 - Energia 
751 - Conservação de Energia 
752 - Energia Elétrica 
753 - Petróleo 
754 - Álcool 
26 - Transporte 
781 - Transporte Áreo 
782 - Transporte Rodoviário 
783 - Transporte Ferroviário 
784 - Transporte Hidroviário 
785 - Transportes Especiais 
27 - Desporto e Lazer 
811 - Desporto de Rendimento 
812 - Desporto Comunitário 
813 - Lazer 
28 - Encargos Especiais 
841 - Refinanciamento da Dívida Interna 
842 - Refinanciamento da Dívida Externa 
843 - Serviço da Dívida Interna 
844 - Serviço da Dívida Externa 
845 - Transferências 
846 - Outros Encargos Especiais 
 
 
 
 
60 
 
3. Estrutura Programática 
 
Toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a 
realização dos objetivos estratégicos definidos para o período do Plano 
Plurianual – PPA, que é de quatro anos. 
 
3.1. Programa 
 
O programa é o instrumento de organização da atuação governamental 
que articula um conjunto de ações que concorrem para a concretização 
de um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores 
instituídos no plano, visando a solução de um problema ou o 
atendimento de determinada necessidade ou demanda da sociedade. 
 
O programa é o módulo comum integrador entre o plano e o orçamento. 
 
A organização das ações do Governo sob a forma de programas visa 
proporcionar maior racionalidade e eficiência na administração pública e 
ampliar a visibilidade dos resultados e benefícios gerados para a 
sociedade, bem como elevar a transparência na aplicação dos recursos 
públicos. 
 
Cada programa contém objetivo e indicador que quantifica a situação 
que o programa tenha como finalidade modificar e os produtos (bens e 
serviços) necessários para atingir o objetivo. A partir do programa são 
identificadas as ações sob a forma de atividades, projetos ou operações 
especiais, especificando os respectivos valores e metas e as unidades 
orçamentárias responsáveis pela realização da ação. A cada projeto ou 
atividade só poderá estar associado um produto, que, quantificado por 
sua unidade de medida, dará origem à meta. 
 
3.2. Ação 
 
Os programas são compostos de ações, que, conforme suas 
características, podem ser classificadas como atividades, projetos ou 
operações especiais. 
 
Atividade 
É um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de 
um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam 
de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto ou 
serviço necessário à manutenção da ação de Governo. 
61 
 
Projeto 
É um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de 
um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no 
tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o 
aperfeiçoamento da ação de Governo. 
 
Operação Especial 
Enquadram-se nessa classificação as despesas que não contribuem para 
a manutenção, a expansão ou o aperfeiçoamento das ações de Governo 
Federal, predefinidas na listagem a seguir: 
 
1. Amortização, juros, encargos e rolagem da dívida contratual e 
mobiliária; 
 
2. Pagamento de aposentadorias e pensões; 
 
3. Transferências constitucionais ou legais por repartição de receita 
(FPM, FPE, Salário-Educação, Compensação de Tributos ou Participações 
aos Estados, Distrito Federal e Municípios, Transferências ao GDF); 
 
4. Pagamento de indenizações, ressarcimentos, abonos, seguros, 
auxílios, benefícios previdenciários, benefícios de assistência social; 
 
5. Reserva de contingência, inclusive as decorrentes de receitas próprias 
ou vinculadas; 
 
6. Cumprimento de sentenças judiciais (precatórios, sentenças de 
pequeno valor, sentenças contra empresas, débitos vincendos, etc.); 
 
7. Operações de financiamento e encargos delas decorrentes 
(empréstimos, financiamentos diretos, concessão de créditos, 
qualizações, subvenções, subsídios, coberturas de garantias, coberturas 
de resultados, honras de aval, assistência financeira) reembolsáveis ou 
não; 
 
8. Ações de reservas técnicas (centralização de recursos para atender 
concursos, provimentos, nomeações, reestruturação de carreiras e etc.); 
 
9. Complementação ou compensação financeira da União; 
 
10. Contraprestação da União nos contratos de Parcerias Público-
Privadas; 
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11. Contribuição a organismos e/ou entidades nacionais ou 
internacionais; 
 
12. Integralização

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