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Poder Legislativo - Processo Legislativo

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	CURSO: Direito
DISCIPLINA:	Direito Constitucional II
PERÍODO MINISTRADO/SEMESTRE/ANO:	1º/2015
PROFESSOR:	Juliano Vieira Alves
PODER LEGISLATIVO 4/4
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PROCESSO LEGISLATIVO
sentidos
Sociológico – fontes materiais
“refere-se ao conjunto de fatores reais ou fáticos que põem em movimento os legisladores e ao modo como eles costumam proceder ao realizar a tarefa legislativa” (Nelson de Sousa Sampaio apud TAVARES, 2012, p. 1274)
“Seria a sociologia do processo legislativo, preocupada em identificar e analisar as diversas ocorrências presentes no decorrer da formação das leis, como a pressão popular, a mídia, os grupos de pressão, os ajustes político-partidários, as trocas de favores do Governo com os parlamentares, e outros tantos fatores que circundam a elaboração das leis” (TAVARES, 2012, p. 1274)
“Sociologicamente, ele pode ser definido como um conjunto de fatores políticos e ideológicos que condicionam a elaboração das leis em nosso ordenamento. Como exemplos, temos fatores econômicos, políticos, geográficos (terremotos, tsunami), ambientais, religiosos, etc. sem dúvida, o conceito sociológico nos remonta à clássica ideia das fontes de direito e, no caso específico, da fonte material do direito” (FERNANDES, 2012, p. 843).
JURÍDICO
Diz respeito ao Direito Processual quando “regula a sua própria criação, estabelecendo as normas que presidem à produção de outras normas, sejam normas gerais ou individualizadas” (Nelson de Sousa Sampaio apud TAVARES, 2012, p. 1274)
“...o conjunto de regras (de fases e atos preordenados) que visam a produção (elaboração) de normas em nosso ordenamento jurídico” (FERNANDES, 2012, p. 843).
A Constituição Federal prevê a sequência de atos e etapas a serem cumpridas para inovar no ordenamento jurídico.
“...conjunto de atos preordenados visando à criação de normas de direito” (José Afonso da Silva)
DEVIDO PROCESSO LEGISLATIVO: “Estando o indivíduo no Estado Democrático, apenas obrigado por força de lei, não se pode deixar de considerar como obrigatório para o Estado o cumprimento dos requisitos para a formação das leis que, posteriormente, irão atingir seus cidadãos” (TAVARES, 2012, p. 1275)
PROCESSO: “...conjunto de atos orgânicos, que se exteriorizam por uma seqüência procedimental, esta de natureza instrumental.” (Ives Gandra Martins)
	Espécies de Processo Legislativo
	Levando em consideração a sequência de fases procedimentais, o processo legislativo pode ser classificado em:
	a) Ordinário – destinado à elaboração de leis ordinárias;
	b) Sumário – distingue-se do ordinário em razão da existência de prazo.
Ocorre quando o Presidente da República solicita, ao Congresso Nacional, urgência na apreciação de projeto de lei de sua iniciativa (Art. 64, §1º e seguintes).
	c) Especiais – são aqueles estabelecidos para a elaboração das emendas à Constituição, as leis complementares, as leis delegadas, as medidas provisórias, os decretos legislativos e as resoluções. 
	CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO À ORGANIZAÇÃO POLÍTICA (FERNANDES, 2012, p. 844)
	a) autocrático: “o povo não participa da elaboração das leis, na medida em que as mesmas são produzidas autocraticamente, sem legitimidade popular. Seja por um Soberano, por um líder ou mesmo por um grupo”
	b) direto: “aquele no qual o povo participa diretamente na produção das leis, não havendo representantes para tal produção”
	c) indireto: “as leis são produzidas por meio de representantes populares. É a regra em nosso ordenamento constitucional. É o nosso processo legislativo por excelência
	d) semidireto: “as leis são produzidas por representantes populares e posteriormente são encaminhadas a referendo popular. Esse tipo de processo legislativo, embora não seja a regra, poderá ocorrer em nosso ordenamento constitucional com base nas figuras do referendo ou do plebiscito (se a consulta for prévia, para autorizar posterior produção normativa)”
	PROCEDIMENTO
	é a instrumentalização do
	PROCESSO
	
	permite a concreção do
	
	Existe uma conformação externa semelhante entre os processos:
	- Judicial
	
	- Administrativo
	
	- Legislativo
O procedimento legislativo é matéria infraconstitucional.
“Não poucos autores pensam em integrar a concepção de procedimento naquele de processo, sem perceber, todavia, que os procedimentos são a instrumentalização do processo,mecanismos capazes de permitir a concreção do processual” (Ives Gandra, p. 317).
	Os atos (José Afonso da Silva) são os seguintes:
	- iniciativa legislativa
	
	- emendas
	
	- votação
	
	- sanção e veto
	
	- promulgação e publicação
	As espécies normativas (Pedro Lenza) ou veículos (Ives Gandra Martins) são os seguintes:
	- Emenda à Constituição
	
	- Lei complementar
	
	- Lei ordinária
	
	- Lei delegada
	
	- Medida Provisória
	
	- Decreto Legislativo
	
	- Resolução
	VÍCIOS
	formal
	Subjetivo: na fase de iniciativa
	
	
	Objetivo: outras fases de formação
	
	material
	Conteúdo/matéria da espécie normativa
Fases do processo legislativo
	Fases para MANOEL GONÇALVES FERREIRA FILHO
	Introdutória
	A iniciativa
	Constitutiva
	Deliberação e sanção
	Complementar
	Promulgação e publicação
	FASES PARA JOSÉ AFONSO DA SILVA
	Introdutória ou da iniciativa
	
	Exame dos projetos nas Comissões permanentes
	
	Discussões do projeto em plenário
	
	Decisória
	
	Revisória (além dos “incidentes processuais”)
	
Processo legislativo da lei ordinária
O processo legislativo das leis ordinárias é utilizado “como referência geral para o das demais espécies normativas” (TAVARES, 2012, p. 1275)
	Decorrente do exercício do mandato
	Não decorre do exercício do mandato
	Parlamentares
	Tribunais Superiores
	Presidente da república
	Ministério Público
	
	Cidadãos
	Exclusiva ou singular
	Concorrente
	“quando sobre determinada matéria apenas algum ou alguns legitimados possam apresentar o respectivo projeto” (TAVARES, 2012, p. 1276)
	“quando a iniciativa pertencer a diversos legitimados concomitantemente” (TAVARES, 2012, p. 1276)
A iniciativa
É a faculdade que se atribui a alguém ou a algum órgão para apresentar projetos de lei ao legislativo.
A iniciativa é muito importante, pois, entre outras questões, será decidido o papel de cada Casa: principal ou revisora.
“a Câmara tem posição sobranceira sobre o Senado, já que no conflito sobre a adoção de determinada norma geralmente prevalecerá a posição assumida pela Câmara” (TAVARES, 2012, p. 1277)
	INICIATIVA
	Geral
art. 61
	A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a:
qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional
ao Presidente da República
ao Supremo Tribunal Federal
aos Tribunais Superiores
ao Procurador-Geral da República
aos cidadãos
	Concorrente
	Art. 60, I, II e III – PEC
Art. 61, caput, CF/88.
	Privativa / exclusiva / reservada
	Presidente
art. 61, §1º
	Item a seguir
	
	
	• Estados-membros e DF – “princípio da simetria” com o modelo federal (chefes do Executivo)
	
	Câmara dos deputados–art. 51, IV
	iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na L.D.O.
	
	Senado Federal – art. 52, XIII
	
	
	Judiciário – art. 96, II e 93
	
	Organização do MP da União
•Iniciativa compartilhada: PR e PGR (art. 61, §1º, II, “d” e art. 128, §5º)
“A letra d, portanto, exterioriza resquício de uma visão ultrapassada, quando o Ministério Público não tinha nem a autonomia, nem a independência que possui” (Ives Gandra Martins).
• Simetria para os Estados e DF (art. 21, XIII)
•MP junto ao TC – iniciativa do TC
	Popular
Art. 61, §2º
	A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com nãomenos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
	Conjunta
	“A faculdade é atribuída a mais de uma pessoa ou ente, porém, em comunhão (em grupo)” (FERNANDES, 2012, p. 847);
v. antigo artigo 48, XV: “fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, por lei de iniciativa conjunta dos Presidentes da República, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do SUpremo Tribunal Federal, observado o que…” – texto anterior à EC nº 16/1998.
	Art. 67
	Após a rejeição
	Parlamentar ou extraparlamentar
	PARLAMENTAR: deputado ou senador
EXTRAPARLAMENTAR: PR, STF, Trib. Sup, PGR e povo
	OBSERVAÇÃO CONCEITUAL:
	"Iniciativa vinculada tem caráter compulsório e obrigatório, determinando a apresentação do projeto de lei. Ela é imposta pela própria Constituição, como a apresentação do projeto de orçamento federal. O Presidente da República deve encaminhar os projetos de lei de plano plurianual, de diretrizes orçamentárias e orçamentos anuais (CF, art. 84, XXIII, c/c o art. 165)"(Comentários à Constituição Brasileira. Pinto Ferreira, São Paulo: Saraiva, 1992, 3° Vol, pp. 259/60).
VER TAMBÉM O 37, X
	
	A iniciativa reservada ou exclusiva permite ao seu titular a decisão de propor direito novo dentro dos limites de sua competência.
	
	"A disciplina jurídica do processo de formação das leis tem matriz essencialmente constitucional, pois residem, no texto da Constituição - e nele somente -, os princípios que regem o procedimento de elaboração legislativa, inclusive aqueles que concernem ao exercício do poder de iniciativa das leis. - A teoria geral do processo legislativo, ao versar a questão da iniciativa vinculada das leis, adverte que esta somente se legitima - considerada a qualificação eminentemente constitucional do poder de agir em sede legislativa - se houver, no texto da própria Constituição, dispositivo que, de modo expresso, a preveja. Em conseqüência desse modelo constitucional, nenhuma lei, no sistema de direito positivo vigente no Brasil, dispõe de autoridade suficiente para impor, ao Chefe do Executivo, o exercício compulsório do poder de iniciativa legislativa, pois a iniciativa vinculada - que nunca se presume - só pode derivar de expressa determinação constitucional" (MS 22538, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 23/04/1997).
	
	É possível compelir autoridades a enviar ao Congresso Nacional projeto de lei destinado a fixar o subsídio mensal dos Ministros do STF?
Não. SEPARAÇÃO DE PODERES. ADI 1898, rel. Ministro Celso de Melo: "...cabe enfatizar que a instauração do processo legislativo a que se refere o art. 48, XV, da Constituição, na redação que lhe foi dada pela EC nº 19/98, resultará de iniciativa conjunta, de caráter meramente facultativo, dependente da avaliação discricionária dos Chefes dos Poderes da República e do Presidente da Câmara dos Deputados, a quem competirá, em momento oportuno - desde que exista a necessária base consensual - apresentar, ao Congresso Nacional, o concernente projeto de lei destinado a fixar o subsídio mensal a ser pago aos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Vê-se, portanto, que a ausência de fixação de qualquer prazo constitucional para apresentação desse projeto de lei, perante o Congresso Nacional, descaracteriza, por completo, a ocorrência, no caso, de hipótese configuradora de iniciativa vinculada. Na realidade, a instauração do processo legislativo em causa não decorrerá de qualquer imposição constitucional, mas sim, da vontade convergente e consensual dos Presidentes da República, da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal."
	Três informações importantes sobre as iniciativas reservadas:
	1 - "O Poder Legislativo detém a competência de emendar todo e qualquer projeto de lei, ainda que fruto da iniciativa reservada ao Chefe do Poder Executivo (art. 48 da CF). Tal competência do Poder Legislativo conhece, porém, duas limitações: a) a impossibilidade de o Parlamento veicular matéria estranha à versada no projeto de lei (requisito de pertinência temática); b) a impossibilidade de as emendas parlamentares aos projetos de lei de iniciativa do Executivo, ressalvado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 166, implicarem aumento de despesa pública (inciso I do art. 63 da CF)" - ADI 3288, Relator: Min. AYRES BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 13/10/2010
	2 - "A Constituição de 1988 admite a iniciativa parlamentar na instauração do processo legislativo em tema de direito tributário. - A iniciativa reservada, por constituir matéria de direito estrito, não se presume e nem comporta interpretação ampliativa, na medida em que - por implicar limitação ao poder de instauração do processo legislativo - deve necessariamente derivar de norma constitucional explícita e inequívoca" - ADI 724 MC, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 07/05/1992.
	3 - “Muito embora a Constituição fale em competência privativa, melhor seria dizer competência exclusiva (ou reservada), em razão da marca de sua indelegabilidade...” (LENZA, 2012, p. 547)
A INICIATIVA PRIVATIVA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA (61, §1º)
Fixar ou modificar os efetivos das Forças Armadas, e o regime jurídico dos militares das Forças Armadas bem como o provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva
	INCIDE O PRINCÍPIO DA SIMETRIA: "À luz do princípio da simetria, é de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo estadual as leis que disciplinem o regime jurídico dos militares (art. 61, § 1º, II, f, da CF/1988). Matéria restrita à iniciativa do Poder Executivo não pode ser regulada por emenda constitucional de origem parlamentar" ADI 2.102, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 15-4-2009, Plenário, DJE de 21-8-2009.
Dispor sobre os seguintes temas da União:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
	"É inconstitucional a norma de Constituição do Estado-membro que disponha sobre valor da remuneração de servidores policiais militares." (ADI 3.555, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 4-3-2009, Plenário, DJE de 8-5-2009)
	Sobre a competência legislativa do Poder Executivo e o princípio da reserva legal: "A Constituição da República não oferece guarida à possibilidade de o Governador do Distrito Federal criar cargos e reestruturar órgãos públicos por meio de simples decreto” (RE 577.025, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 11-12-2008, Plenário, DJE de 6-3-2009)
	Decreto não pode criar cargos públicos remunerados: "São inconstitucionais a lei que autorize o chefe do Poder Executivo a dispor, mediante decreto, sobre criação de cargos públicos remunerados, bem como os decretos que lhe deem execução" - ADI 4.125, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 10-6-2010, Plenário, DJE de 15-2-2011.
	Observância do princípio da simetria: "Afronta, na espécie, ao disposto no art. 61, §1º, II, a e c, da Constituição de 1988, o qual se aplica aos Estados-membros, em razão do princípio da simetria” (ADI 2.192, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 4-6-2008, Plenário, DJE de 20-6-2008.)
	"Tratando-se de criação de funções, cargos e empregos públicos ou de regime jurídico de servidores públicos impõe-se a iniciativa exclusiva do chefe do Poder Executivo nos termos do art. 61, § 1º, II, da CF, o que, evidentemente, não se dá com a Lei Orgânica" (ADI 980, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 6-3-2008, Plenário, DJE de 1º-8-2008.)
	o caso da emenda parlamentar: “Incorre em vício de inconstitucionalidade formal (CF, arts. 61, § 1º, II, a e c e 63, I) a norma jurídica decorrente de emenda parlamentar em projeto de lei de iniciativa reservada ao chefe do Poder Executivo, de que resulte aumento de despesa" ADI 2.113, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 4-3-2009, Plenário, DJE de 21-8-2009.
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;
	“A Constituição,nos arts. 84, XXIII, e 165, reserva também ao Presidente da República a iniciativa de leis no âmbito orçamentário (plano plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamentos anuais). Trata-se de iniciativa reservada e vinculada, já que a apresentação da proposta é vinculada” (BRANCO, 2013, p. 869)
	“Art. 2º da Lei 3.189/2003, do Distrito Federal. Inclusão de evento privado no calendário de eventos oficiais do Distrito Federal. Previsão da destinação de recursos do Poder Executivo para seu patrocínio. Encargo adicional à Secretaria de Segurança Pública. Iniciativa legislativa de deputado distrital. Inadmissibilidade. Aparente violação aos arts. 61, § 1º, II, b; e 165, III, da CF.” (ADI 4.180-MC-REF, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 10-3-2010, Plenário, DJE de 27-8-2010)
	Parlamentar pode instaurar processo legislativo de norma que prevê desconto no pagamento antecipado do IPVA: "Não ofende o art. 61, §1º, II, b, da CF, lei oriunda de projeto elaborado na Assembleia Legislativa estadual que trate sobre matéria tributária, uma vez que a aplicação deste dispositivo está circunscrita às iniciativas privativas do chefe do Poder Executivo Federal na órbita exclusiva dos territórios federais" RE 601.348-ED, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 22-11-2011, Segunda Turma, DJE de 7-12-2011.
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;
	Primeiro esclarecimento: "Significação constitucional do regime jurídico dos servidores públicos (civis e militares). A locução constitucional ‘regime jurídico dos servidores públicos’ corresponde ao conjunto de normas que disciplinam os diversos aspectos das relações, estatutárias ou contratuais, mantidas pelo Estado com os seus agentes" (ADI 2.867, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 3-12-2003, Plenário, DJ de 9-2-2007)
	Segundo esclarecimento: trata-se de uma "regras básicas do processo legislativo federal, de observância compulsória pelos Estados, por sua implicação com o princípio fundamental da separação e independência dos Poderes" ADI 2.856, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 10-2-2011 - postulado constitucional da reserva absoluta de lei
	Terceiro esclarecimento: a sanção do projeto de lei não convalida o defeito de iniciativa: "Regime jurídico dos servidores públicos estaduais. Aposentadoria e vantagens financeiras. Inconstitucionalidade formal. Vício que persiste, não obstante a sanção do respectivo projeto de lei" ADI 2.904, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 15-4-2009, Plenário, DJE de 25-9-2009.
	O Poder Legislativo não pode, por meio de decreto legislativo, interferir em ato espontâneo de adesão dos servidores ao PDV: "Na verdade, o decreto legislativo invade competência específica do Poder Executivo que dá cumprimento à legislação própria instituidora desse programa especial de desligamento espontâneo dos servidores públicos” RE 598.340-AgR, Rel. Min Cármen Lúcia, julgamento em 15-2-2011, Primeira Turma, DJE de 18-3-2011.
	Perdão por falta ao trabalho: "Ofende o art. 61, § 1º, II, c, e o art. 2º da CF de 1988 emenda parlamentar que estabeleça perdão a servidores por falta ao trabalho" (ADI 13, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 17-9-2007, Plenário, DJ de 28-9-2007)
	É inconstitucional lei de iniciativa parlamentar que:
	cuida "de jornada de trabalho, distribuição de carga horária, lotação dos profissionais da educação e uso dos espaços físicos e recursos humanos e materiais do Estado e de seus Municípios na organização do sistema de ensino" (ADI 1.895, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 2-8-2007, Plenário, DJ de 6-9-2007)
disponha "sobre a situação funcional de servidores públicos" (ADI 2.029, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 4-6-2007, Plenário, DJ de 24-8-2007)
"disciplina acompanhamento preventivo de saúde aplicável exclusivamente a parte do funcionalismo público estadual" (ADI 3.403, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 18-6-2007, Plenário, DJ de 24-8-2007)
imponha "o pagamento de décimo terceiro salário aos servidores estaduais em data e forma definidas" (ADI 1.448, Rel. p/ o ac. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 16-8-2007, Plenário, DJ de 11-10-2007)
vede "o estabelecimento de limite máximo de idade para inscrição de candidatos nos concursos públicos realizados por órgãos da administração direta e Indireta do Estado (...) por cuidar de matéria atinente ao provimento de cargos públicos" (ADI 776, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 2-8-2007, Plenário, DJ de 6-9-2007)
regulamente a Jornada de trabalho de Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem (ADI 3.175, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 17-5-2007, Plenário, DJ de 3-8-2007)
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
Como compatibilizar esse dispositivo com os seguintes?
127, §2º: Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.
128, §5º: Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros.
POSSÍVEIS CONCLUSÕES PRÁTICAS:
1 - Essa iniciativa legislativa concorrente foi qualificada pelo ministro Sepúlveda Pertence como sendo “esdrúxula” (MORAES, 2012, p. 680). José Afonso da Silva denomina de “iniciativa compartilhada” (apud LENZA, 2012, p. 565)
2 - Não é possível limitar ao Governador: "A atribuição, exclusivamente ao chefe do Poder Executivo estadual, da iniciativa do projeto de Lei Orgânica do Ministério Público, por sua vez, configura violação ao art. 128, §5º, da CF, que faculta tal prerrogativa aos procuradores-gerais de Justiça" (ADI 852, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 28-8-2002, Plenário, DJ de 18-10-2002)
3 - Elimina a possibilidade parlamentar: Para Paulo Gustavo Gonet Branco, o STF, na Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 400, declarou a impropriedade terminológica, mas conciliou os dispositivos ao entender que "essa privatividade [da iniciativa do Presidente da República] só pode ter um sentido, que é o de eliminar a iniciativa parlamentar" - ADI 400 MC, Relator: Min. CARLOS VELLOSO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 22/11/1990 (BRANCO, 2013, p. 867).
4 - ENTRETANTO: "...a iniciativa da criação por lei de cargos do Ministério Público é predicado explícito da sua autonomia (CF, art. 127, §2º) e, por isso, iniludivelmente privativa dos seus próprios órgãos diretivos, em particular, do seu chefe" - MS 21239, Relator: Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 05/06/1991.
	Outras decisões: "O Ministério Público pode deflagrar o processo legislativo de lei concernente à política remuneratória e aos planos de carreira de seus membros e servidores" (ADI 603, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 11-8-2006, Plenário, DJ de 6-10-2006)
	"Na competência reconhecida ao Ministério Público, pelo art. 127, §2º, da CF, para propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de cargos e serviços auxiliares, compreende-se a de propor a fixação dos respectivos vencimentos, bem como a sua revisão" (ADI 63, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 13-10-1993, Plenário, DJ de 27-5-1994.)"
	“A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que gera inconstitucionalidade formal a emenda parlamentar a projeto de lei de iniciativa do Ministério Público estadual que importa aumento de despesa” ADI 4.062-MC, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 4-6-2008, Plenário,DJE de 20-6-2008.
	"No julgamento da ADI 126-4, Rel. Min. O. Gallotti, o STF decidiu que a competência do Ministério Público para propor a fixação de vencimentos decorre do poder que lhe confere a Constituição de iniciativa para a criação de cargos (CF, art. 127, §2º)." (ADI 595-MC, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 30-10-1991, Plenário, DJ de 13-12-1991)
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI
A INICIATIVA POPULAR (61, §2º)
REQUISITOS PARA A INICIATIVA POPULAR
O projeto dever ser subscrito por:
(a) no mínimo, 1% do eleitorado nacional
(b) distribuído pelo menos por cinco Estados
(c) mínimo de 0,3% de assinaturas do eleitorado de cada um dos Estados
Há quem defenda a possibilidade de proposta de Emenda Constitucional de iniciativa popular – OLIVEIRA, Luan José Silva. A proposta de Emenda Constitucional de iniciativa popular no direito brasileiro. Jus Navigandi. Teresina, ano 18, n. 3550, 21 mar. 2013. Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/23991>. Acesso em: 10 jun. 2013.
Pedro Lenza cita ainda “José Afonso da Silva observa que a iniciativa popular para PEC pode vir a ser reconhecida” (LENZA, 2012, p. 558)
Várias constituições estaduais admitem o encaminhamento de emendas por iniciativa popular
José Afonso da Silva não admite a iniciativa legislativa popular em matéria destinada à iniciativa reservada, mas aceita a “iniciativa legislativa que ingressa no campo das iniciativas concorrentes” (apud LENZA, 2012, pp. 560/561).
Fase das comissões
geralmente são feitos estudos e pareceres
Art. 58
Art. 24 do RICD
As deliberações das comissões serão tomadas por maioria de votos presente a maioria absoluta dos membros - 47 CF
As maiorias são constitucionais e expressas.
Maioria absoluta é o primeiro número inteiro acima da metade, levando-se em conta o total dos membros de um colegiado. quórum mínimo para tomar início a votação
Já a maioria relativa ou simples é o primeiro número inteiro acima da metade dos presentes, mas desde que esteja presente a Maioria Absoluta. quórum para se considerar aprovada a proposição apresentada
A maioria fracionária é a fração dada pela CF e aplicada ao universo total de membros (ex.: 3/5, 1/3, 2/5, etc.).
A maioria absoluta é invariável com a presença. Na maioria relativa é necessário ter quorum deliberativo sob pena de se ter aprovações com quorum irrisório.
	
TIPOS DE MAIORIA
	simples ou relativa
	nº de presentes
	
	qualificada
	absoluta
	nº de integrantes
	
	
	fracionária
	3/5, 1/3, 2/5, etc.
	Casa
	Integrantes
	Maioria
	MA
	3/5
	1/3
	2/5
	2/3
	CD
	513
	129
	257
	308
	171
	206
	342
	SF
	81
	21
	41
	49
	27
	33
	54
	Matérias
	PLO, MP, Res., DL
	PLC (69)
perda de mandato (55, §2º)
	PEC (60, §2º) e Tratados (5º, §3º)
	PEC (60, I) e CPI (58, §3º)
	Art. 223, §2º
	impedimento (51, I) – imunidade no estado de sítio (53, §8º)
Projetos de lei ordinária – maioria simples – Art. 47 da CF/88;
maioria absoluta - projetos de lei complementar – Art. 69 da CF/88;
maioria de três quintos dos membros das Casas do Congresso, para aprovação de emendas constitucionais (Art. 60, §2º da CF/88).
Quorum
É a quantidade necessária de membros de uma assembleia para a prática de um ato válido.
Classificação:
Quorum de deliberação: número exigido para o início da decisão, no momento da votação.
Quorum de aprovação: número mínimo que legitima a decisão favorável de um colegiado.
Quorum de apoiamento: o assentimento necessário para iniciar um ato.
Quorum de presença ou reunião: número exigido para iniciar uma reunião.
PERTINENCIA TEMÁTICA
“A discussão nas comissões, contudo, deverá cingir-se a suas respectivas atribuições específicas, sendo considerado como não escrito o parecer ou parte deste que infringir os limites materiais afetos a cada uma das comissões existentes” (TAVARES, 2012, p. 1281)
Art. 55 e parágrafo único do RICD – “A nenhuma Comissão cabe manifestar-se sobre o que não for de sua atribuição específica”.
A CCJ
Art. 32, III e 53, III do RICD
Art. 72, nº 3 e 101, I, do RISF
Junto com o veto jurídico constituem o Controle preventivo de constitucionalidade
O parecer quanto à constitucionalidade da matéria será terminativo
Art. 54, I, do RICD e art. 133, §1º, do RISF
Possibilidade de apresentar emendas
Art. 57, IV, do RICD e 122, I, do RISF
	Reiterando as duas limitações:
	a) a impossibilidade de o parlamento veicular matérias diferentes das versadas no projeto de lei, de modo a desfigurá-lo; e
	b) a impossibilidade de as emendas parlamentares aos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, ressalvado o disposto no §3º e no § 4º do art. 166, implicarem aumento de despesa pública (inciso I do art. 63 da CF) - ADI 2.583, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 1º-8-2011, Plenário, DJE de 26-8-2011.
ESPÉCIES DE EMENDAS
Art. 118 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados:
Emenda é a proposição apresentada como acessória de outra
§1º As emendas são supressivas, aglutinativas, substitutivas, modificativas ou aditivas.
§2º Emenda supressiva é a que manda erradicar qualquer parte de outra proposição.
§3º Emenda aglutinativa é a que resulta da fusão de outras emendas, ou destas com o texto, por transação tendente à aproximação dos respectivos objetos.
§4º Emenda substitutiva é a apresentada como sucedânea a parte de outra proposição, denominando-se “substitutivo” quando a alterar, substancial ou formalmente, em seu conjunto; considera-se formal a alteração que vise exclusivamente ao aperfeiçoamento da técnica legislativa.
§5º Emenda modificativa é a que altera a proposição sem a modificar substancialmente.
§6º Emenda aditiva é a que se acrescenta a outra proposição.
§7º Denomina-se subemenda a emenda apresentada em Comissão a outra emenda e que pode ser, por sua vez, supressiva, substitutiva ou aditiva, desde que não incida, a supressiva, sobre emenda com a mesma finalidade.
§8º Denomina-se emenda de redação a modificativa que visa a sanar vício de linguagem, incorreção de técnica legislativa ou lapso manifesto.
Após a aprovação nas comissões, o projeto segue para o Plenário da respectiva Casa
DELEGAÇÃO INTERNA CORPORIS
Art. 58, §2º, I
A constituição habilita as comissões a atuar em nome do plenário
Para André Ramos Tavares, “não se trata propriamente de delegação, mas de atribuição constitucional originária. Contudo, é o Regimento, elaborado por cada uma das Casas, que indica os projetos de lei que dispensarão deliberação em Plenário. É vista por este prisma que a ideia de delegação interna corporis ganha consistência” (TAVARES, 2012, p. 1283)
Fase do Plenário
DISCUSSÃO
trata-se de uma subfase dos trabalhos: “Cada parlamentar vai ter a oportunidade de apresentar sua posição pessoal, cuja finalidade é influir na votação subsequente por seus pares. Durante a votação, os parlamentares terão direito à palavra” (TAVARES, 2012, p. 1284)
VOTAÇÃO
é o momento da decisão parlamentar
a apreciação do projeto é feita em turno único
art. 148 RICD
art. 270 RISF
turno suplementar: ocorre no caso “de haver substitutivo integral, aprovado pelo Plenário no turno único [nesse caso], o projeto será submetido a novo turno” (TAVARES, 2012, p. 1284)
fase revisional
CF - Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar. Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.
Na fase de discussão e votação, três são as possibilidades possíveis
A - REJEIÇÃO DO PROJETO
O projeto rejeitado é arquivado
Princípio da irrepetibilidade dos projetos rejeitados na mesma sessão legislativa (CF, art. 67 – 60,§5º E 62, §10)
A matéria, nesse caso, somente poderá constituir objeto denovo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.
O Presidente da República pode (ADI 2.010-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 30-10-1999:
(a) apresentar projeto de lei no início do ano seguinte àquele em que se deu a rejeição parlamentar da medida provisória - mesmo quando reunido em convocação extraordinária (CF, art. 57, § 6º, II).
o presidente da República não pode submeter à apreciação do Congresso Nacional:
(a) medida provisória para disciplinar matéria que já tenha sido objeto de projeto de lei anteriormente rejeitado na mesma sessão legislativa (RTJ 166/890, Rel. Min. Octavio Gallotti)
(b) reedição de medida provisória que veicule matéria constante de outra medida provisória anteriormente rejeitada pelo Congresso Nacional
B - APROVAÇÃO PARCIAL DO PROJETO, COM MODIFICAÇÃO NO ORIGINAL
Caso haja alterações, o projeto não segue para deliberação executiva
O projeto retorna para a casa inicial e deverá passar por todas as fases
As emendas da Casa Revisora não podem ser objeto de novas emendas
“Constata-se, pois, que a emenda apresentada em qualquer das casas deverá ser apreciada pela outra Casa, que se pronunciará sobre ela em definitivo. Conclui-se, pois, que o entendimento da Casa inicial (que deflagra o processo legislativo) acaba por prevalecer, no caso de divergência com a Casa revisional, já que aquela se pronunciará em caráter terminativo sobre a questão” (TAVARES, 2012, p. 1287).
C - APROVAÇÃO INTEGRAL DO PROJETO
Encerramento da fase parlamentar
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.
Autógrafos
antes do encaminhamento ao Presidente da República: “Os autógrafos ocorrem já com o texto definitivamente aprovado pelo Plenário ou pelas comissões, quando for o caso. Os autógrafos devem reproduzir com absoluta fidelidade a redação final aprovada. O projeto aprovado será encaminhado em autógrafos ao Presidente da República” (TAVARES, 2012, p. 1287)
AUTÓGRAFO É “a reprodução de todo trâmite legislativo e o conteúdo final do projeto aprovado e/ou emendado, para posterior sanção ou veto presidencial, promulgando (no caso de emendas à Constituição) ou à outra Casa” (LENZA, 2012, p. 571)
SANÇÃO
Adesão – concordância – aquiescência do Chefe do Executivo ao projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo.
Expressa – Dar-se-á quando o Presidente emite o ato de sanção assinando o projeto – prazo de 15 dias
Tácito – Dar-se-á quando o Presidente, tendo recebido o projeto para sanção, silencia-se (não assina), nos moldes do Art. 66, §3º da CF/88.
Duas observações:
A) Nem todos os projetos são sancionáveis – ver 48, 49, 51, 52 e PEC
B) (reiterando) o vício de iniciativa não convalida vício formal subjetivo
O VETO PRESIDENCIAL
“Importante instrumento de controle do exercício da competência legislativa do Congresso” (MORAES, 2009, p. 610)
Mecanismos de freios e contrapesos
A posição do Presidente da República em face do Congresso Nacional é o que distingue o Presidencialismo do Parlamentarismo
Na versão clássica do Presidencialismo, a iniciativa da Lei será do Poder Legislativo
O Presidente da República participa da elaboração da lei orçamentária
“o Chefe do Executivo tem o direito de dizer por favor ao Congresso, significando que ele pode recomendar leis. Ele pode dizer sim, significando que a medida torna-se lei com sua assinatura. Ele também pode dizer não, significando que ele pode vetar a legislação. Em outras palavras, ele pode desaprovar projetos aprovados pelo Congresso e retorná-los à legislatura com suas objeções” (ERNEST FINCHER, apud MORAES, 2009, p. 609)
NATUREZA JURÍDICA: há “inúmeros juristas defensores da tese de tratar-se de um direito, outros os entendem como um poder, há ainda tese intermediária que consagra o veto como um poder-dever do Presidente da República” (MORAES, 2009, p. 611).
Impede o caroneiro
O veto tem por característica a sua relatividade: pode ser afastado pelo CN – 66, §4º
	VETO
	Jurídico
	(aspecto formal) o Presidente discorda da lei por entender inconstitucional
	Político
	(aspecto material) o Presidente discorda da lei por entender contrário ao interesse público
	Pode existir o veto jurídico-político
Impede o abuso na produção legislativa
“técnica de controle de exercício do poder político, para garantia do Estado de Direito” (MORAES, 2009, p. 611)
É irretratatável: “...uma vez manifestado e comunicadas as razões ao Poder Legislativo, tornar-se-á insuscetível de alteração de opinião do Presidente da República” (MORAES, 2009, p. 611)
Não há veto tácito e deve ser motivado – 66, §1º: a motivação serve para “que se conheçam as razões que conduziram à discordância, se referentes à inconstitucionalidade ou à falta de interesse público ou, até se por ambos os motivos. Esta exigência decorre da necessidade do Poder Legislativo, produtor último da lei, de examinar as razões que levaram o Presidente da República ao veto, analisando-as para convencer-se de sua mantença ou de seu afastamento, com a consequente derrubada do veto. Além disso, o veto é formal, pois deverá ser feito por escrito, juntamente com suas razões” (MORAES, 2009, p. 612)
Pode ser parcial – 66, §2º - mas não pode ser sobre palavras, frases ou orações isoladas, pois transformaria o PR em legislador
Não é possível o controle judicial das razões do veto, salvo se for extemporâneo: “8. No processo legislativo, o ato de vetar, por motivo de inconstitucionalidade ou de contrariedade ao interesse público, e a deliberação legislativa de manter ou recusar o veto, qualquer seja o motivo desse juízo, compõem procedimentos que se hão de reservar à esfera de independência dos Poderes Políticos em apreço. 9. Não é, assim, enquadrável, em princípio, o veto, devidamente fundamentado, pendente de deliberação política do Poder Legislativo - que pode, sempre, mantê-lo ou recusá-lo, - no conceito de "ato do Poder Público", para os fins do art. 1º, da Lei nº 9882/1999. Impossibilidade de intervenção antecipada do Judiciário, - eis que o projeto de lei, na parte vetada, não é lei, nem ato normativo, - poder que a ordem jurídica, na espécie, não confere ao Supremo Tribunal Federal, em via de controle concentrado. 10. Argüição de descumprimento de preceito fundamental não conhecida, porque não admissível, no caso concreto, em face da natureza do ato do Poder Público impugnado” - ADPF 1 QO, Relator: Min. NÉRI DA SILVEIRA, Tribunal Pleno, julgado em 03/02/2000.
Nada impede que haja a rejeição parcial de veto total – “Não há, na Constituição Federal, qualquer norma que impeça a rejeição parcial de veto total” – Rp 1385, Relator: Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 21/05/1987.
	SOBRE A ORDEM CRONOLÓGICA DE DELIBERAÇÃO ACERCA DO VETO PRESIDENCIAL�
	Deliberação legislativa acerca de veto presidencial e ordem cronológica - 1
Ao salientar a singular gravidade do cenário fático-jurídico da situação em apreço, o Plenário, por maioria, deu provimento a agravo regimental para revogar medida liminar concedida pelo Min. Luiz Fux, em mandado de segurança do qual relator. Trata-se de writ impetrado por deputado federal contra ato da Mesa Diretora do Congresso Nacional consubstanciado na aprovação de requerimento de urgência para exame do Veto Parcial 38/2012, aposto pela Presidente da República ao Projeto de Lei 2.565/2011, que dispõe sobre a distribuição entre os entes federados de royalties relativos à exploração de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos. Sustenta-se, em síntese, violação ao devido processo legislativo por inobservância ao art. 66, §§ 4º e 6º, da CF (“Art. 66. ... § 4º - O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto�. ... § 6º - Esgotadosem deliberação o prazo estabelecido no §4º, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final”) e a dispositivos do Regimento Comum do Congresso Nacional. A decisão agravada determinara àquele órgão que se abstivesse de deliberar acerca do veto presidencial antes que se procedesse à apreciação, em ordem cronológica de recebimento da respectiva comunicação, de todos os vetos pendentes com prazo constitucional de análise expirado até a data da concessão da medida acauteladora.
	
Deliberação legislativa acerca de veto presidencial e ordem cronológica - 3
No tocante ao exame da liminar, prevaleceu o voto do Min. Teori Zavascki. Obtemperou que os argumentos de ofensa a normas regimentais não mereceriam consideração, notadamente em juízo de delibação. Quanto às cláusulas constitucionais que disciplinariam a votação sobre o veto presidencial (CF, art. 66, §§ 4º e 6º), concordou com o Relator que teriam sido descumpridas. Mencionou que a sanção acarretada pelo não atendimento do prazo fixado na Constituição (prazo peremptório) atrairia, de forma automática e sem formalidade ou necessidade de manifestação de vontade, a colocação do veto na ordem do dia, sobrestadas as demais proposições até sua votação final. Registrou, no ponto, que essa imposição alcançaria não apenas a votação de outros vetos, mas sim todas as demais proposições de competência do Congresso Nacional. Aludiu a informações sobre a inércia parlamentar, tendo em vista a existência, nos dias de hoje, de mais de 3000 vetos pendentes de análise, alguns com prazo vencido há cerca de 13 anos. Assinalou que esse quadro mostrar-se-ia mais grave quando levado em conta que a estrita observância dos preceitos constitucionais do processo legislativo configuraria pressuposto de validade dos correspondentes atos normativos. Dessumiu que a aplicação rígida dos referidos artigos constitucionais, com eficácia retroativa, não apenas imporia futuro caótico para a atuação daquela Casa Legislativa — a paralisar nova deliberação, exceto a de vetos pendentes por ordem de vencimento —, assim como causaria insegurança jurídica sobre as deliberações tomadas pelo Congresso Nacional nos últimos 13 anos.
	
Deliberação legislativa acerca de veto presidencial e ordem cronológica - 4
Ademais, explicitou a relação de compatibilidade material que deveria ocorrer entre a decisão liminar e a sentença final, a limitar o juízo de verossimilhança, que consistiria na alta probabilidade de atendimento pela sentença definitiva da providência objeto de antecipação. Reputou que a questão em debate seria semelhante à enfrentada pelo STF no julgamento da ADI 4029/DF (DJe de 27.6.2012), razão pela qual tudo estaria a indicar o acolhimento de solução similar. A par disso, concluiu que, embora a Corte pudesse vir a declarar a inconstitucionalidade da prática até agora adotada pelo Congresso Nacional no processo legislativo de apreciação de vetos, dever-se-ia atribuir à decisão eficácia ex nunc. Excluir-se-iam as deliberações tomadas, os vetos presidenciais apreciados e os que já tivessem sido apresentados, mas pendentes de exame. Alinhavou que, sendo essa a decisão definitiva mais provável, a medida liminar deveria, desde logo, com ela se compatibilizar. Desse modo, a improbabilidade de êxito retiraria da impetração o indispensável requisito da verossimilhança.
	Deliberação legislativa acerca de veto presidencial e ordem cronológica - 5
A Min. Rosa Weber acentuou, com relação às normas regimentais, jurisprudência do Supremo no sentido de que sua eventual afronta caracterizaria matéria interna corporis. O Min. Dias Toffoli acrescentou que o pedido final cingir-se-ia à afirmação de existência de fila de vetos em ordem cronológica, histórica ou, ao menos, na presente sessão legislativa. Nesse tocante, não vislumbrou, da leitura do §6º do art. 66 da CF, a imposição de ordem cronológica de votação, de maneira a subtrair-se do Congresso Nacional a pauta política de votar o veto quando e na ordem que lhe aprouvesse. Evidenciou que, na espécie, o prazo constitucionalmente previsto não estaria exaurido e, portanto, teria dificuldades em proferir decisão que impediria outro Poder de deliberar. O Min. Ricardo Lewandowski, outrossim, não entreviu exigência de ordem cronológica na apreciação de vetos. Ressaiu que o constituinte ao referir-se à ordem cronológica, fizera-o em termos explícitos (CF, art. 100; ADCT, art. 86, §§ 1º e 3º; art. 97, §§ 6º e 7º). Sinalizou dúvida sobre o termo inicial em que se contaria o prazo de 30 dias para trancamento da pauta: se da comunicação do Presidente da República ao Presidente do Senado ou se do recebimento do veto pelo Plenário do Congresso Nacional. Destacou que, entre esses marcos, haveria iter complexo, disposto no art. 104 do Regimento Comum daquela Casa. Além disso, sublinhou que o impetrante não trouxera informação sobre a existência de data definida para o exame do referido veto presidencial. A Min. Cármen Lúcia distinguiu os requisitos da liminar em mandado de segurança — expressos taxativamente no art. 7º, III, da Lei 12.016/2009 — de outras formas cautelares no processo civil em geral. Realçou a necessidade de ocorrência de relevante fundamento para que se transcendesse o aguardo do julgamento final. Entendeu que a manutenção da liminar poderia gerar conjuntura mais gravosa ao Parlamento, à sociedade brasileira e ao Direito. O Min. Gilmar Mendes sobressaiu que, se a Corte estivesse a apreciar o mérito, pronunciar-se-ia pelo não recebimento do §1º do art. 104 do Regimento Comum do Congresso Nacional (“§1º O prazo de que trata o §4º do art. 66 será contado a partir da sessão convocada para conhecimento da matéria”). De igual modo, também não inferia da Constituição a necessidade de observância cronológica.
	
Deliberação legislativa acerca de veto presidencial e ordem cronológica - 6
Vencidos os Ministros Luiz Fux, Marco Aurélio, Celso de Mello e Joaquim Barbosa, Presidente, que mantinham a decisão agravada. O Relator considerava inconstitucional a deliberação aleatória dos vetos presidenciais pendentes de análise legislativa, cuja simples existência subtrairia do Poder Legislativo a autonomia para definição da respectiva pauta política (CF, art. 66, §6º). Ressurtia ser necessária a deliberação dos vetos presidenciais em ordem cronológica de comunicação ao Congresso Nacional, a resultar na apreciação do Veto Parcial 38/2012 somente após a análise daqueles com prazo constitucional expirado. Aludia, ainda, à cognoscibilidade, em sede mandamental, das assertivas de transgressão à disciplina das regras dos regimentos das Casas Legislativas. Pontuava que, pela qualidade de normas jurídicas, elas reclamariam instrumentos jurisdicionais idôneos a resguardar-lhes a efetividade. Repelia, em consequência, a doutrina das questões interna corporis ante sua manifesta contrariedade ao Estado de Direito (CF, art. 1º, caput) e à proteção das minorias parlamentares. Arrematava que a leitura do citado veto, em regime de urgência, violaria as disposições regimentais que impediriam a discussão de matéria estranha à ordem do dia e a deliberação do veto sem prévio relatório da comissão mista. O Min. Marco Aurélio ressaltava que a concessão da liminar não teria implicado o trancamento da pauta do Congresso. O Min. Celso de Mello reiterava que nenhum Poder da República teria legitimidade para desrespeitar a Constituição ou para ferir direitos públicos e privados de seus cidadãos. Além disso, consignava que o debate envolveria típica situação de inconstitucionalidade por omissão, a comprometer a força normativa da Constituição. Mencionava a prática institucional em que o Congresso Nacional diminuir-se-ia perante o Poder Executivo ao não exercer o dever que lhe incumbiria, pela Constituição, de apreciar os vetos presidenciais, o que os transformaria, de superáveis e relativos, em absolutos. Nessa mesma linha, pronunciou-se o Presidente ao citar que se estaria diante de exemplo da hipertrofiado Poder Executivo, em face da abdicação, pelo Congresso Nacional, de suas prerrogativas.
EMENTA DO JULGADO ACIMA: "A medida liminar, que tem natureza antecipatória, não pode ir além nem deferir providência diversa da que deriva da sentença definitiva. Assim, no entender majoritário da Corte, não há como manter a determinação liminar ordenando ao Congresso Nacional que “se abstenha de deliberar acerca do Veto Parcial nº 38/2012 antes que proceda à análise de todos os vetos pendentes com prazo de análise expirado até a presente data, em ordem cronológica de recebimento da respectiva comunicação”. Isso porque se mostra pouco provável que tal determinação venha a ser mantida no julgamento definitivo da demanda, especialmente pela gravidade das consequências que derivariam do puro e simples reconhecimento, com efeitos ex tunc, da inconstitucionalidade da prática até agora adotada pelo Congresso Nacional no processo legislativo de apreciação de vetos presidenciais (ADI nº 4.029/DF, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 27.06.2012)" (MS 31816 MC-AgR, Relator: Min. LUIZ FUX, Relator p/ Acórdão: Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 27/02/2013).
PROMULGAÇÃO
É o ato que atesta a existência da lei e garante sua executoriedade. O Chefe do Executivo, por meio da promulgação, ordena a aplicação e o conseqüente cumprimento da lei. Quanto à promulgação, observar o Art. 66, §7º da CF/88.
“é um referendo que a ordem jurídica foi inovada e que, portanto, existe uma nova lei no ordenamento. A promulgação incidirá sempre sobre a lei. Dessa feita, a natureza jurídica da promulgação é meramente declaratória” (FERNANDES, 2012, p. 860)
“A promulgação não passa de mera comunicação aos destinatários da lei, que esta foi criada com determinado conteúdo. Nesse sentido, pode-se dizer que é o meio de constatar a existência da lei; esta é perfeita antes de ser promulgada; a promulgação não faz a lei, mas os efeitos dela somente se produzem depois daquela” (José Afonso da Silva apud, FERNANDES, 2012, p. 860, nota 26)
PUBLICAÇÃO
Fase derradeira do processo legislativo.
É ato que confere obrigatoriedade a lei. É “uma condição de eficácia da lei” (FERNANDES, 2012, p 860).
Sua função é dar a todos conhecimento de que a ordem jurídica foi inovada impedindo assim, a alegação de desconhecimento (ignorância) da lei.
Ocorre com a inserção do texto promulgado no Diário Oficial.
OBSERVAÇÃO: nem sempre a promulgação e a publicação serão atos conjuntos: “Pode ocorrer a promulgação e, só posteriormente, a publicação da nova lei” (FERNANDES, 2012, p. 860).
	LC 95/1998�: Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão.
§1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua consumação integral.
§2º As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial’.
LINDB-Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
§1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.
(...)
§3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
§4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
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EMENDA CONSTITUCIONAL
O constituinte de 1988 previu a possibilidade de alteração das normas constitucionais, por meio de um procedimento especial e mais rígido que o ordinário – constituição rígida.
O constituinte derivado reformador pode alterar a constituição, mas não mudá-la, devendo observar seu núcleo essencial, previsto no Art. 60.
Valer dizer, enquanto proposta, as emendas constitucionais são espécies normativas infraconstitucionais, galgando status de normas constitucionais com sua aprovação.
Podem sofrer, segundo o STF, controle de constitucionalidade.
“A eficácia das regras jurídicas produzidas pelo poder constituinte (redundantemente chamado de ‘originário’) não está sujeita a nenhuma limitação normativa, seja de ordem material, seja formal, porque provém do exercício de um poder de fato ou suprapositivo. Já as normas produzidas pelo poder reformador, essas têm sua validez e eficácia condicionadas à legitimação que recebam da ordem constitucional” - ADI 2.356-MC e ADI 2.362-MC, Rel. p/ o ac. Min. Ayres Britto, julgamento em 25-11-2010.
	LIMITAÇÕES AO PODER CONSTITUINTE DE REFORMA
	Expressas ou explícitas
	Formais ou procedimentais
Art. 60
	Iniciativa
	Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
	
	
	Quorum de aprovação
	§2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
	
	
	Promulgação
	§3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
	
	
	PEC rejeitada
	§5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
	
	Circunstanciais – 60, §1º
	A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio
	
	Materiais – 60, §4º
(cláusulas pétreas)
	Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
	Implícita
	Impossibilidade de se alterar o:
	Titular do Poder Constituinte Originário
	
	
	Titular do Poder Constituinte derivado reformador
	
	
	A norma constitucional que prevê as limitações expressas – art. 60.
	Temporais?
	Art. 174, da CF de 1824 -- Se passados quatro annos, depois de jurada a Constituição do Brazil, se conhecer, que algum dos seus artigos merece roforma, se fará a proposição por escripto, a qual deve ter origem na Camara dos Deputados, e ser apoiada pela terça parte delles
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LEI COMPLEMENTAR
A existência da lei complementar, consubstancia-se no fato de que o legislador Constituinte entendeu que determinadas matérias, não deveriam ser regulamentadas na própria Constituição, sob pena de engessamento de futuras alterações, bem como, ao mesmo tempo, não poderiam comportar constantes alterações por meio de um processo legislativo ordinário.
O procedimento da elaboração de Lei Complementar segue o modelo do processo ordinário, distinguindo-se unicamente quanto ao quorum de votação.
Hierarquia lei complementar x lei ordinária
1ª corrente
A jurisprudência atual do STF afirma inexistir relação hierárquica entre lei ordinária e lei complementar: "Questão exclusivamente constitucional, relacionada à distribuição material entre as espécies legais" - AI 702533 AgR, Relator: Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 02/04/2013
Explicação pelo fundamento de validade: “...não há que se falar em hierarquia, na medida em que a lei ordinária não retira seu fundamento de validade da lei complementar e vice-versa. Ambas têm por fundamento de validade a Constituição” (FERNANDES, 2012, p. 863)
2ª correnteHaveria hierarquia em razão da previsão no inciso II e III do art. 59
Aspecto formal do quórum: maioria absoluta para LC e maioria simples para LO
Ver 59, parágrafo único e 22, parágrafo único
Ver Pet-AgRg 5915 no STJ
PERGUNTAS
A) Se uma lei ordinária regulamentar matéria reservada à lei complementar, essa lei ordinária é constitucional?
“A lei ordinária que destoa da lei complementar é inconstitucional por invadir âmbito normativo que lhe é alheio, e não por ferir o princípio da hierarquia das leis” (BRANCO, 2015, p. 912)
“Será inconstitucional, pois invadiu esfera material de competência de lei complementar” (FERNANDES, 2012, p. 863)
B) Se uma lei complementar regulamentar matéria reservada à lei ordinária, essa lei complementar é constitucional?
Quem pode o mais pode o menos!
No julgamento da ADC 1, o Ministro Moreira Alves ressaltou: "A jurisprudência desta Corte, sob o império da Emenda Constitucional nº 1/69 – e a Constituição atual não alterou esse sistema -, se firmou no sentido de que só se exige lei complementar para as matérias para cuja disciplina a Constituição expressamente faz tal exigência, e, se porventura a matéria, disciplinada por lei cujo processo legislativo observado tenha sido o da lei complementar, não seja daquelas para que a Carta Magna exige essa modalidade legislativa, os dispositivos que tratam dela se têm como dispositivos de lei ordinária”
Ver o RE419629
C) Se, partindo da hipótese “B”, uma lei ordinária regulamentar a mesma matéria?
“...não será inconstitucional a lei ordinária que dispuser em sentido diverso do que estatui um dispositivo de lei complementar. O dispositivo da lei complementar, no caso, vale como lei ordinária” (BRANCO, 2013, p. 874)
“...quando a lei complementar for apenas formalmente complementar, mas materialmente ordinária, a mesma pode ser revogada por lei ordinária posterior” (FERNANDES, 2012, p. 864)
O STF julgou constitucional a revogação pelo art. 56 da Lei 9.430/96 da isenção concedida às sociedades civis de profissão regulamentada pelo art. 6º, II, da Lei Complementar 70/91�
	DIFERENÇA
	LEI COMPLEMENTAR
	LEI ORDINÁRIA
	MATERIAL
	Só existirá lei complementar para matérias taxativamente previstas: ex: 22, § único; 93; 128, §5º; 79, § único
	Matérias que não sejam objeto de lei complementar. A lei ordinária é subsidiária.
	FORMAL
	Aprovada com um quórum de maioria absoluta – 69
	Aprovada com maioria simples 47
	REGIME DE TRAMITAÇÃO
	Somente possui regime tradicional
	Pode ter regime de tramitação tradicional ou conclusivo (terminativo)
	TRAMITAÇÃO
	No Senado possui um só turno.
Na Câmara, o projeto tem, em regra, dois turnos de votação�. No caso de urgência, o turno extra da Câmara é suprimido
	O PLO tem apenas um turno de votação na Câmara e no Senado.
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MEDIDA PROVISÓRIA
CONCEITO
 “é um ato normativo elaborado e editado pelo Presidente da República com força de lei, sob o fundamento de relevância e urgência e que deve ser apreciado pelo Congresso Nacional em prazo de 60 dias prorrogáveis por mais 60 dias” (FERNANDES, 2012, p. 867).
“...são atos normativos primários, sob condição resolutiva, de caráter excepcional no quadro da separação dos Poderes, e, no âmbito federal, apenas o Presidente da República contra o poder de editá-las. Ostentam nítida feição cautelar. Embora produzam o efeito de concitar o Congresso a deliberar sobre a necessidade de converter em norma certo trecho da realidade social, não se confundem com meros projetos de lei, uma vez que desde quando editadas já produzem efeitos de norma vinculante” (BRANCO, 2015, p. 914)
PRESSUPOSTOS
Urgência e relevância: “Para que se legitime a edição da medida provisória, há de estar configurada uma situação em que a demora na produção da norma possa acarretar dano de difícil ou impossível reparação para o interesse público” (BRANCO, 2015, pp. 914/915).
Existe a possibilidade de controle pelo Congresso Nacional (62, §5º)
Sobre o Poder Judiciário, o STF rejeitava essa competência (RE 62739, 74096 e 75935), mas, a partir da ADI 162, esse entendimento mudou. Ver ADI 526, ADI-MC 1205 e ADI-MC 1753.
PROCEDIMENTO
MEDIDA PROVISÓRIA SEM EMENDA
Presidente elabora e publica a MP
MP envia para a Mesa do CN
Designação de Comissão Mista Temporária – 12 dep. E 12 sen – 62, §9º
a utilidade do parecer: "As Comissões Mistas e a magnitude das funções das mesmas no processo de conversão de Medidas Provisórias decorrem da necessidade, imposta pela Constituição, de assegurar uma reflexão mais detida sobre o ato normativo primário emanado pelo Executivo, evitando que a apreciação pelo Plenário seja feita de maneira inopinada, percebendo-se, assim, que o parecer desse colegiado representa, em vez de formalidade desimportante, uma garantia de que o Legislativo fiscalize o exercício atípico da função legiferante pelo Executivo" - ADI 4.029, Rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 8-3-2012, Plenário, DJE de 27-6-2012.
IMPORTANTE: Toda Medida Provisória que dá origem a Leis e que não é examinada pela comissão mista de Deputados e Senadores de que trata o art. 62, § 9º, da Constituição é inconstitucional a partir de 08.03.2012, julgamento da ADI 4.029.
A Comissão elabora parecer sobre relevância e urgência, adequação financeira e o mérito da MP (conteúdo)
Deliberação da Câmara - §8º
Requisitos formais (relevância e urgência) - §5º
Mérito da MP
Quórum de votação – maioria simples
Deliberação do Senado Federal
Requisitos formais (relevância e urgência) - §5º
Mérito da MP
Quórum de votação – maioria simples
Uma vez aprovada, o Presidente do SF promulga
O presidente da República publica a Lei (ordinária)
MEDIDA PROVISÓRIA COM EMENDA
Presidente elabora e publica a MP
MP envia para a Mesa do CN
Designação de Comissão Mista Temporária – 12 dep. E 12 sen. – 62, §9º
A Comissão elabora parecer sobre relevância e urgência, adequação financeira e o mérito da MP (conteúdo)
Há um prazo de 6 dias, contados da data da publicação da MP para apresentação de emendas
Parecer sobre as emendas
Se favorável:
Elabora um projeto de lei de conversão;
Elabora um projeto de decreto legislativo para regular as situações jurídicas que ocorreram à época da MP pura
Deliberação da Câmara
Deliberação do Senado Federal
Uma vez convertida em projeto de lei (o Legislativo mudou a MP), remete-se ao Presidente
O presidente da República pode:
Sancionar o PLO
Vetar o PLO
Volta para o CN – 66
Se o veto for rejeitado, volta para o PR
Se o veto for mantido, o PLO vai para o arquivo
Efeitos da rejeição da MP – ex tunc: ela “perde a eficácia desde a sua edição ao teor do art. 62, §3º, CR/88” (FERNANDES, 2013, p. 873)
O §11º do 62 trata de “hipótese de ultra-atividade da medida provisória não convertida em lei, mas apenas para a disciplina das relações formadas com base na mesma medida provisória e durante a sua vigência” (BRANCO, 2013, p. 888).
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DOS FUNDAMENTOS DE RELEVÂNCIA E URGÊNCIA
Em 1989, o Supremo veiculou a possibilidade de apreciar os pressupostos: "Os conceitos de relevância e de urgência a que se refere o artigo 62 da Constituição, como pressupostos para a edição de Medidas Provisórias, decorrem, em princípio, do Juízo discricionário de oportunidade e de valor do Presidente da República, mas admitem o controle judiciário quando ao excesso do poder de legislar, o que, no caso, não se evidencia de pronto" - ADI 162 MC, Relator: Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 14/12/1989
Em 1998, uma medida provisória foi desaprovada pela falta do pressuposto formal: "1. Medida provisória: excepcionalidade da censura jurisdicional da ausência dos pressupostos de relevância e urgência à sua edição: raia, no entanto, pela irrisão a afirmação de urgência para as alterações questionadas à disciplina legal da ação rescisória, quando, segundo a doutrina e a jurisprudência, sua aplicação à rescisão de sentenças já transitadasem julgado, quanto a uma delas - a criação de novo caso de rescindibilidade - é pacificamente inadmissível e quanto à outra - a ampliação do prazo de decadência - é pelo menos duvidosa" - ADI 1753 MC, Relator: Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 16/04/1998.
	“Os pressupostos da urgência e da relevância, embora conceitos jurídicos relativamente indeterminados e fluidos, mesmo expondo-se, inicialmente, à avaliação discricionária do Presidente da República, estão sujeitos, ainda que excepcionalmente, ao controle do Poder Judiciário, porque compõem a própria estrutura constitucional que disciplina as medidas provisórias, qualificando-se como requisitos legitimadores e juridicamente condicionantes do exercício, pelo Chefe do Poder Executivo, da competência normativa primária que lhe foi outorgada, extraordinariamente, pela Constituição da República. Doutrina. Precedentes. - A possibilidade de controle jurisdicional, mesmo sendo excepcional, apóia-se na necessidade de impedir que o Presidente da República, ao editar medidas provisórias, incida em excesso de poder ou em situação de manifesto abuso institucional, pois o sistema de limitação de poderes não permite que práticas governamentais abusivas venham a prevalecer sobre os postulados constitucionais que informam a concepção democrática de Poder e de Estado, especialmente naquelas hipóteses em que se registrar o exercício anômalo e arbitrário das funções estatais” - ADI 2213 MC, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 04/04/2002.
	Imprevisibilidade e urgência: “LIMITES CONSTITUCIONAIS À ATIVIDADE LEGISLATIVA EXCEPCIONAL DO PODER EXECUTIVO NA EDIÇÃO DE MEDIDAS PROVISÓRIAS PARA ABERTURA DE CRÉDITO EXTRAORDINÁRIO. Interpretação do art. 167, §3º c/c o art. 62, §1º, inciso I, alínea "d", da Constituição. Além dos requisitos de relevância e urgência (art. 62), a Constituição exige que a abertura do crédito extraordinário seja feita apenas para atender a despesas imprevisíveis e urgentes. Ao contrário do que ocorre em relação aos requisitos de relevância e urgência (art. 62), que se submetem a uma ampla margem de discricionariedade por parte do Presidente da República, os requisitos de imprevisibilidade e urgência (art. 167, § 3º) recebem densificação normativa da Constituição. Os conteúdos semânticos das expressões "guerra", "comoção interna" e "calamidade pública" constituem vetores para a interpretação/aplicação do art. 167, §3º c/c o art. 62, §1º, inciso I, alínea "d", da Constituição. "Guerra", "comoção interna" e "calamidade pública" são conceitos que representam realidades ou situações fáticas de extrema gravidade e de conseqüências imprevisíveis para a ordem pública e a paz social, e que dessa forma requerem, com a devida urgência, a adoção de medidas singulares e extraordinárias. A leitura atenta e a análise interpretativa do texto e da exposição de motivos da MP n° 405/2007 demonstram que os créditos abertos são destinados a prover despesas correntes, que não estão qualificadas pela imprevisibilidade ou pela urgência. A edição da MP n° 405/2007 configurou um patente desvirtuamento dos parâmetros constitucionais que permitem a edição de medidas provisórias para a abertura de créditos extraordinários. IV. MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA. Suspensão da vigência da Lei n° 11.658/2008, desde a sua publicação, ocorrida em 22 de abril de 2008" - ADI 4048 MC, Relator: Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 14/05/2008.
	VEDAÇÕES PARA A EDIÇÃO DE MEDIDAS PROVISÓRIAS:
	Direito político - a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
	b) direito penal, processual penal e processual civil;
"Medida provisória: sua inadmissibilidade em matéria penal, extraída pela doutrina consensual da interpretação sistemática da Constituição, não compreende a de normas penais benéficas, assim, as que abolem crimes ou lhes restringem o alcance, extingam ou abrandem penas ou ampliam os casos de isenção de pena ou de extinção de punibilidade" RE 254.818, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 8-11-2000.
	c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
	d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, §3º;
	Trauma de 1990 – Collor: II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
	III - reservada a lei complementar;
	IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República.
	§10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.
PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE - É impossível a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória revogada:
"Tese contrária importaria violação do princípio da separação de poderes, na medida em que o presidente da República passaria, com tais expedientes revocatório-reedicionais de medidas provisórias, a organizar e operacionalizar a pauta dos trabalhos legislativos. Pauta que se inscreve no âmbito do funcionamento da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e, por isso mesmo, matéria de competência privativa dessas duas Casas Legislativas" - ADI 3.964-MC, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 12-12-2007.
Na Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1441 assentou-se a possibilidade de editar MP no início da sessão legislativo ordinária que iniciou logo após o fim de convocação extraordinária - no mesmo ano (ADI 1441 MC, Relator: Min. OCTAVIO GALLOTTI, Tribunal Pleno, julgado em 28/06/1996.
Sobre a expressão " sobrestadas (...) todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando", confira importante decisão do ministro Celso de Mello: “Trata-se de mandado de segurança preventivo (...) contra decisão do Senhor Presidente da Câmara dos Deputados (...) ‘(...) no sentido de que o sobrestamento das deliberações legislativas – previsto no §6º do art. 62 da CF – só se aplicaria, supostamente, aos projetos de lei ordinária’ (...). A construção jurídica formulada pelo Senhor Presidente da Câmara dos Deputados, além de propiciar o regular desenvolvimento dos trabalhos legislativos no Congresso Nacional, parece demonstrar reverência ao texto constitucional, pois – reconhecendo a subsistência do bloqueio da pauta daquela Casa legislativa quanto às proposições normativas que veiculem matéria passível de regulação por medidas provisórias (não compreendidas, unicamente, aquelas abrangidas pela cláusula de pré-exclusão inscrita no art. 62, §1º, da Constituição, na redação dada pela EC 32/2001) – preserva, íntegro, o poder ordinário de legislar atribuído ao Parlamento. Mais do que isso, a decisão em causa teria a virtude de devolver, à Câmara dos Deputados, o poder de agenda, que representa prerrogativa institucional das mais relevantes, capaz de permitir, a essa Casa do Parlamento brasileiro, o poder de selecionar e de apreciar, de modo inteiramente autônomo, as matérias que considere revestidas de importância política, social, cultural, econômica e jurídica para a vida do País, o que ensejará – na visão e na perspectiva do Poder Legislativo (e não nas do Presidente da República) – a formulação e a concretização, pela instância parlamentar, de uma pauta temática própria, sem prejuízo da observância do bloqueio procedimental a que se refere o §6º do art. 62 da Constituição, considerada, quanto a essa obstrução ritual, a interpretação que lhe deu o Senhor Presidente da Câmara dos Deputados.” – MS 27.931-MC, Rel. Min. Celso de Mello, decisão monocrática, julgamento em 27-3-2009, DJE de 1º-4-2009�
MEDIDA PROVISORIA QUE REVOGA OUTRA: "O presidente da república pode expedir medida provisória revogando outra medida provisória, ainda em curso no congresso nacional. A medida provisória revogada fica, entretanto, com sua eficácia suspensa,até que haja pronunciamento do poder legislativo sobre a medida provisória ab-rogante. Se for acolhida pelo congresso nacional a medida provisória ab-rogante, e transformada em lei, a revogação da medida anterior torna-se definitiva; se for, porém, rejeitada, retomam seu curso os efeitos da medida provisória ab-rogada, que há de ser apreciada, pelo congresso nacional, no prazo restante a sua vigência" – ADI 1204 MC, Relator: Min. NÉRI DA SILVEIRA, Tribunal Pleno, julgado em 15/02/1995.
Portanto, o impacto da MP no ordenamento é o seguinte: suspende a eficácia – paralisação – das normas que a contrariam
Decisão do Min. Sepúlveda Pertence na Medida Cautelar no Mandado de Segurança nº 24643: "É que, desde a sua publicação, o edito revogatório vige. Certo, será uma vigência provisória, que, não obstante, enquanto dure, até a solução definitiva que lhe dê o Congresso, paralisa necessariamente a vigência, igualmente provisória, da medida anterior" – MS 24643 MC, Relator: Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, julgado em 04/09/2003.
“Publicada a medida provisória e tendo ela força de lei, as demais normas do ordenamento jurídico, que com ela sejam incompatíveis, terão a sua eficácia suspensa. Rejeitada a medida provisória, a lei que teve a sua eficácia suspensa volta a produzir efeitos (lembrando que ela não foi revogada pela medida provisória). Aprovada e convertida em lei, a nova lei (fruto da conversão) revogará a lei anterior, se com ela incompatível, ou se tratar inteiramente de matéria de que tratava a lei anterior” (LENZA, 2012, p. 598)
“a edição de medida provisória paralisa temporariamente a eficácia da lei que versava a mesma matéria. Se a medida for aprovada, se opera a revogação. Se, entretanto, a medida provisória for rejeitada, restaura-se a eficácia da norma anterior. Isto porque, com a rejeição, o Legislativo expediu ato volitivo consistente em repudiar o conteúdo daquela medida provisória, tornando subsistente anterior vontade manifestada de que resultou a lei antes editada” (Michel Temer apud LENZA, 2012, p. 598, nota 97).
O ESTADO MEMBRO PODE EDITAR MEDIDAS PROVISÓRIAS: “1. Podem os Estados-membros editar medidas provisórias em face do princípio da simetria, obedecidas as regras básicas do processo legislativo no âmbito da União (CF, artigo 62). 2. Constitui forma de restrição não prevista no vigente sistema constitucional pátrio (CF, § 1º do artigo 25) qualquer limitação imposta às unidades federadas para a edição de medidas provisórias. Legitimidade e facultatividade de sua adoção pelos Estados-membros, a exemplo da União Federal" - ADI 425, Relator: Min. MAURÍCIO CORRÊA, Tribunal Pleno, julgado em 04/09/2002.
	Prazos
	Contados da publicação da MP
	60 dias - (prorrogável 1 vez
	- perda da eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei
- suspende-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional
	45 dias
	- entra em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional
- sobresta, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.
	60 dias
	- desde sua rejeição ou perda da eficácia
- ultra-atividade da medida provisória: "as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão” regidas pela MP se o Congresso Nacional não disciplinar, por decreto legislativo as relações jurídicas delas decorrentes
Medida provisória sobre matéria tributária – ver o 62, §2º
�
LEI DELEGADA
Elaborada e editada pelo presidente da república
Princípio da indelegabilidade de atribuições legiferantes
Natureza jurídica: é lei “porque inova originalmente a ordem jurídica, não se submetendo senão à própria Constituição, da qual aufere seu fundamento de validade” (TAVARES, 2013, p. 1315)
Pouco utilizada em razão da existência da Medida Provisória
Esse é o iter da delegação típica ou própria – nesse caso o processo se esgota dentro do próprio Poder Executivo. Assim, retornando a resolução ao Presidente da República, este elaborará o texto normativo, promulgando-o e determinando sua publicação. Não há sanção: “não há sentido de o Presidente da República dar aquiescência ao que ele mesmo fez” (FERNANDES, 2012, p. 866).
Já no caso da delegação imprópria ou atípica, o Projeto de Lei é apreciado pelo Congresso Nacional em votação única – não é possível emendá-la. “O Congresso poderá rejeitar ou aprovar o projeto de lei (quórum de maioria simploes). Se rejeitar, o projeto será arquivado. Se aprovar, a lei é enviada ao Presidente para sua promulgação e publicação (3ª fase)” (FERNANDES, 2012, p. 866).
Observações:
Restrições - O Congresso Nacional poderá estabelecer restrições de conteúdo e exercício que entender necessárias, como período de vigência.
Em razão da irrenunciabilidade, nada impede que o Congresso Nacional, mesmo durante o prazo concedido, discipline a matéria por meio de lei ordinária.
O prazo máximo de uma delegação é o de uma legislatura (Art. 44, parágrafo único da CF) sob pena de abdicação ou renúncia do Poder Legislativo em sua função Constitucional, o que não é permitido.
O Presidente não é obrigado a editar a lei:
“o Presidente terá a discricionariedade de elaborar ou não a lei, não sendo obrigado a fazer a lei só porque recebeu a delegação” (FERNANDES, 2012, p. 866).
“O Presidente da República não fica obrigado a editar a lei para a qual obteve a resolução delegatória. Esta o habilita a legislar – não o obriga a tanto” (BRANCO, 2013, p. 873)
MAS: A resolução é vinculativa.
CONTROLE POLÍTICO: 49, V
Controle jurisdicional
A sustação “opera-se com efeito ex nunc (para o futuro)” (FERNANDES, 2012, p. 867).
VEDAÇÕES (art. 68, §1º):
- matéria reservada à lei complementar;
- atos de competência exclusiva 
do Congresso Nacional, 
de competência privativa da Câmara dos Deputados 
do Senado Federal
- legislação sobre:
organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
	Justificativas possíveis da existência da Lei Delegada
	(a) falta de tempo do Parlamento, pela sobrecarga das matérias
	(b) caráter técnico de certos assuntos
	(c) aspectos imprevisíveis de certas matérias a serem reguladas
	(d) exigência de flexibilidade de certas regulamentações
	(e) possibilidade de fazerem-se experimentos por meio da legislação delegada
	(f) situações extraordinárias ou de emergência
�
DECRETO LEGISLATIVO
Espécie normativa primária.
Possui efeitos internos ou externos às Casas
Desenvolvem, instrumentalizam ou formalizam “os trabalhos das Casas, sem a necessidade de passar pelo crivo do Presidente da República” (FERNANDES, 2012, p. 881)
Não haverá participação do Presidente da República em seu processo legislativo, logo, inexistirá veto ou sanção.
veiculam matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional (49);
o processo de tramitação não foi previsto constitucionalmente
é matéria de Regimento Interno
EXEMPLOS:
49, I: resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.
49, V: sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa
62, §3º: As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do §7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes
Iniciativa:
José Afonso da Silva, ao tratar das atribuições meramente deliberativas do Congresso Nacional descreve-as como sendo “a prática de atos concretos:
de

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