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Início do Desenvolvimento Embrionário

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INÍCIO DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO
06/09/2019
	Os embriões dos mamíferos estão entre os menores do reino animal, o que os torna difíceis de serem manipulados experimentalmente. Além disso, os zigotos dos mamíferos não são produzidos em quantidades elevadas como nos outros animais. O desenvolvimento dos embriões dos mamíferos ocorre geralmente dentro de um outro organismo, o que constitui outro obstáculo e só recentemente foi possível reproduzir algumas das condições internas e observar o desenvolvimento in vitro.
Desenvolvimento embrionário
	A fertilização marca o início do período embrionário pré-implantação, caracterizado por uma sucessão de divisões celulares mitóticas, até a ocorrência da primeira diferenciação celular no estágio de blastocisto e a liberação da zona pelúcida.
	Imediatamente depois da fecundação, inicia-se a clivagem. Denomina-se clivagem a série de divisões mitóticas, extremamente rápidas, através das quais o zigoto, que tem grande volume citoplasmático, é dividido em numerosas células pequenas. Essas células são chamadas de blastômeros.
	A primeira clivagem separa o zigoto em dois blastômeros de tamanhos iguais, e em todas espécies de mamíferos ocorre entre 11 e 20 horas após a fertilização. A primeira diferença fundamental da clivagem dos mamíferos é a lentidão relativa das divisões. A segunda é caracterizada pela orientação singular dos planos de clivagem. A primeira clivagem é uma divisão meridional comum; entretanto, na segunda clivagem, um dos dois blastômeros se divide meridionalmente e o outro equatorialmente. Esse tipo de clivagem é chamado de clivagem rotacional.
	A terceira diferença fundamental entre a clivagem dos mamíferos e a da maioria dos outros embriões é a assincronia marcante das divisões iniciais. Os blastômeros não se dividem todos ao mesmo tempo. Assim, embriões de mamíferos não crescem uniformemente do estágio de 2 células para o de 4 e de 8 células, mas frequentemente contêm um número ímpar de células. Além disso, diferente da maioria dos outros animais, o genoma do mamífero é ativado durante as clivagens iniciais, produzindo as proteínas necessárias para a ocorrência da clivagem.
	Talvez a maior diferença entre a clivagem de mamíferos e todos os outros tipos de clivagem envolva o fenômeno de compactação. Os blastômeros de mamíferos, até o estágio de 8 células, formam um arranjo frouxo, com espaço abundante entre eles. Em seguida à terceira ou quarta divisão, os blastômeros sofrem uma drástica mudança em seu comportamento. Repentinamente se amontoam, aumentando o contato entre si, formando uma massa compacta de células. Esse arranjo firmemente empacotado é estabilizado por junções de oclusão que se formam entre as células superficiais, vedando, consequentemente, a passagem para o interior da esfera. As células internas da esfera formam entre si junções comunicantes, permitindo, deste modo, o transporte de pequenas moléculas e íons entre elas. Logo antes do início do processo de compactação, cada um dos blastômeros sofre extensivas mudanças em suas membranas, conhecidas como polarização. Componentes diferentes da superfície células migram para diferentes regiões da célula.
	As células do embrião compactado se dividem para produzir uma mórula de 32 células. Essa mórula consiste de um pequeno grupo de células internas rodeadas por um grupo maior de células externas. A maioria das descendentes das células externas não produz estruturas embrionárias, transformando-se em células do trofoblasto que originam o cório ou porção embrionária da placenta.
	O cório é o tecido que permite ao feto obter oxigênio e alimento a partir da mãe. Este também secreta hormônios, que permitem ao útero da mãe reter o feto, além de produzir reguladores da resposta imune, assim a mãe não rejeita o embrião.
	O embrião é derivado das descendentes das células internas da mórula no estágio de 32 células, suplementadas por uma célula ocasional originada do trofoblasto durante a transição para o estágio de 64 células. Essas células originam a massa celular interna (MCI) que dará origem ao botão embrionário. As células da MCI não somente são morfologicamente diferentes das células do trofoblasto, mas também sintetizam proteínas diferentes nesse estágio inicial do desenvolvimento. Próximo ao estágio de 64 células, as camadas celulares da MCI e do trofoblasto se separam. Assim, o primeiro evento de diferenciação do desenvolvimento embrionário dos mamíferos é a distinção entre os blastômeros do trofoblasto e da MCI.
	Inicialmente, a mórula não tem uma cavidade interna. Entretanto, durante um processo chamado cavitação, as células do trofoblasto secretam um fluido para o interior da mórula, o qual ocupa um espaço central, originando a blastocele ou cavidade central da mórula. A massa celular interna posiciona-se de um lado do anel de células do trofoblasto, formando a estrutura característica da clivagem dos mamíferos, conhecida como blastocisto. A principal característica da fase de blastocisto é a diferenciação em trofoblasto e botão embrionário.
	O trofoblasto é constituído por células especializadas, as quais são achatadas e com numerosas microvilosidades, formando a parede do blastocisto em contato com a zona pelúcida. Em contraste, a MCI é constituída por células esféricas, pequenas, que se dividem rapidamente e são pouco especializadas.
Eclosão do blastocisto
	Enquanto o embrião está se movendo no interior do oviduto, forma-se a blastocele, a qual se expande após a entrada do blastocisto no útero. As membranas das células do trofoblasto contêm bomba de sódio voltada para a blastocele, transportando íons de sódio para a cavidade central. Esse acúmulo de íons de sódio faz com que a água entre por osmose na blastocele, dilatando-a.
	Durante este período é essencial que a zona pelúcida evite a adesão do blastocisto à parede do oviduto. A ocorrência de tal aderência leva a gestação ectópica. Essa condição é perigosa, porque pode causar hemorragia e risco de vida.
	Quando alcança o útero, entretanto, o embrião precisa eclodir, isto é, sair da zona pelúcida, de modo que possa aderir à parede do útero. A eclosão dá-se pela lise de uma porção da zona pelúcida formando um orifício através do qual o blastocisto se comprime e abandona a zona pelúcida, enquanto se expande. Uma protease semelhante à tripsina, chamada estripsina, localizada na membrana das células do trofoblasto, lisa a matriz fibrilar da zona pelúcida, formando o orifício. No caso de ruminantes e principalmente de suínos, após a eclosão o embrião se alonga formando uma fina fita que se distribui ao longo dos cornos uterinos.
	Uma vez fora da zona pelúcida, o blastocisto pode fazer contato direto com o útero. No útero, as células do trofoblasto secretam outras proteínas, tais como colagenase, estromalisina e um ativador de plasminogênio. Essas enzimas, que hidrolisam proteínas, digerem a matriz extracelular do tecido uterino, capacitando o blastocisto a penetrar na parede uterina.
Particularidades do embrião de equinos
	No caso de embriões de equinos, algumas considerações especiais devem ser feitas.
	A fertilização do óvulo dos equinos ocorre na ampola do oviduto, como na maioria das espécies de mamíferos. A primeira clivagem ocorre aproximadamente 24 horas após a fecundação e a compactação se inicia no estágio de 8 a 16 células. A chegada do embrião no útero ocorre usualmente ao redor do 6º dia após a fecundação, no estágio de mórula ou blastocisto inicial.
	Nas éguas, observa-se um fenômeno raro, que é a retenção de óvulos no oviduto. O óvulo pode ficar retido por mais de 7 meses e geralmente acaba degenerando. O mecanismo pelo qual somente ovos viáveis são transportados até o útero permanece obscuro, mas parece estar ligado aos processos de clivagem e à liberação de prostaglandina E (PGE) pelo embrião viável.
	O processo de clivagem do ovo ou zigoto de equino é similar ao observado nos demais mamíferos. Entretanto, nessa espécie, ocorre um processo de extrusão de material celular para o espaço vitelínico, chamadode deutoplasmólise. O material segregado se deposita em um dos pólos do embrião, no espaço perivitelínico, enquanto os blastômeros continuam seu desenvolvimento no outro polo. A partir do estágio de 16 blastômeros, o material extrudado vai diminuindo e desaparece. O processo de deutoplasmólise parece estar associado à quantidade de lipídeos presente no ovo. Em ovos particularmente ricos em lipídeos, como os de equinos e suínos, muito material é eliminado durante a segmentação.
	O estágio de blastocisto, logo após a entrada do embrião no útero, caracteriza-se também pela formação de uma cápsula acelular entre a zona pelúcida e as células do trofoblasto. Durante alguns dias, a cápsula permanece recoberta pela zona pelúcida, que vai se adelgaçando gradativamente até a ocorrência da eclosão do embrião, mas, mesmo depois da eliminação da zona pelúcida, o embrião fica recoberto pela cápsula acelular até aproximadamente o 20º dia da gestação, quando, então, aparentemente, esta se fragmenta, ou se desintegra devido à ação de enzimas proteolíticas secretadas pelo trofoblasto, ou pelo endométrio uterino.
	A cápsula é constituída por dois componentes principais: uma matriz com estrutura semelhante ao colágeno e pelo ácido fosfotúngstico. Conforme o embrião cresce, a aderência entre os dois componentes torna-se maior.
	Especula-se que a função da cápsula é semelhante à da zona pelúcida, substituindo-a após sua perda. Entretanto, essa função aparentemente não é essencial, pois hemiembriões transferidos sem essa proteção se desenvolvem normalmente. Acredita-se também que desemprenhe uma função protetora contra um ambiente uterino potencialmente adverso.
	Mesmo quando sua espessura é fina, a cápsula e bastante resistente e representa uma estrutura importante para o desenvolvimento do embrião de equino. Caracteriza-se por ser um envoltório sujeito a pressões consideráveis durante a fase de migração do embrião através do útero, fenômeno esse fundamental para que ocorra o reconhecimento materno da gestação. Durante a migração, a forma esférica da vesícula sofre distorções; contudo, a elasticidade e resistência da cápsula protegem o embrião das contrações uterinas. A mobilidade do embrião termina ao redor do 15º dia de gestação, antes do desaparecimento da cápsula.
Particularidades do embrião da cadela
	Na cadela, aparentemente, todas as ovulações ocorrem em um curto intervalo de tempo. No entanto, os óvulos caninos estão ainda imaturos nesse momento, sendo ovulados como ovócito primário. Assim, o término da maturação ovular ocorre no oviduto, podendo durar de 2 a 5 dias. Diversos processos têm sido desenvolvidos para estimar o momento da ovulação em cadelas como a observação direta dos ovários, e métodos indiretos baseados no dia do ciclo, comportamento, citologia vaginal e concentração plasmática de LH ou progesterona.
	O momento da ovulação pode ser determinado a partir da mensuração da onda pré-ovulatória de LH. A ovulação ocorre cerca de 48 horas após o pico de LH na maioria das cadelas. O pico de LH é determinado diretamente através de sua mensuração no plasma sanguíneo.
	A fertilização ocorre 2 a 3 dias após a ovulação; portanto, para a maioria das cadelas, o momento da fertilização dá-se 4 a 5 dias após a onda de LH.
	O embrião se desenvolve até mórula nos segmentos iniciais do oviduto e a entrada do blastocisto no útero ocorre através da abertura da junção útero-tubárica ao redor do 10º dia após a ovulação, no estágio de mórula compacta ou blastocisto inicial. O embrião em estágio de blastocisto é caracterizado por estar envolvido por uma estrutura muito mais fina que a zona pelúcida presente nos primeiros estágios de clivagem. Ao redor do 16º dia, essa estrutura se rompe e os sítios de adesão começam a se estabelecer. A implantação é evidente ao redor do 18º dia.

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