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Multiculturalismo: Respeito e Diversidade Cultural

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Mas o que é o multiculturalismo? 
 
O multiculturalismo é uma visão filosófica que defende que as diferenças entre culturas 
devem ser mais do que respeitadas, devem ser encorajadas e reconhecidas. 
 
Assim, os Estados teriam a obrigação de aceitar as demandas de certos “direitos culturais de 
grupo” (povos indígenas no Brasil, bascos na Espanha etc.), produzindo meios políticos para 
o reconhecimento da identidade cultural desses grupos. 
 
Nessa direção, em defesa das demandas multiculturalistas, tornou-se célebre a fala de 
Boaventura de Souza Santos, quando afirmou: “Temos o direito de sermos iguais quando a 
nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de sermos diferentes quando a nossa 
igualdade nos descaracteriza.” 
 
No entanto, o multiculturalismo não é uma corrente filosófica unívoca. Pelo contrário, 
existem várias subcorrentes, sendo que duas são mais abrangentes: a relativista e a 
universalista. Uma abordagem multicultural é relativista quando não são estabelecidos 
critérios mínimos para o diálogo entre culturas, isto é, deve-se aceitar tudo, já que não é 
possível questionar a validade das práticas de uma dada cultura. 
 
Nessas circunstâncias, não é possível se falar em direitos humanos, pois cada cultura seria 
livre para estabelecer seus próprios valores e direitos. Situações como a circuncisão 
feminina, a discriminação feminina, os sacrifícios humanos teriam de ser aceitos sem 
contestação sob a alegação de serem práticas legítimas de uma dada cultura. 
 
Por outro lado, há uma corrente multiculturalista de viés universalista que mais se aproxima 
do que chamamos de pluralismo. Esta permite a propagação e convívio de diferentes ideias, 
contanto que se estabeleça aprioristicamente um denominador comum mínimo que viabilize 
o diálogo entre as partes. Esse mínimo a ser considerado seriam os direitos humanos. Assim, 
as culturas devem ser respeitadas até que se entenda que uma de suas práticas é violadora 
da dignidade humana. 
 
Por isso, as posições universalistas não devem gerar temor. Ao contrário do que possa pensar, 
universalizar não significa estabelecer uma única via para o pensamento. No caso dos direitos 
humanos, a universalidade que os definem busca exatamente estabelecer um marco mínimo 
de respeito entre as mais diversas culturas, de forma a viabilizar o diálogo, estabelecendo 
uma ponte entre elas.

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