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Estratégia Empresarial 1ª edição 2017 Estratégia Empresarial Presidente do Grupo Splice Reitor Diretor Administrativo Financeiro Diretora da Educação a Distância Gestor do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas Gestora do Instituto da Área da Saúde Gestora do Instituto de Ciências Exatas Autoria Parecerista Validador Antônio Roberto Beldi João Paulo Barros Beldi Claudio Geraldo Amorim de Souza Jucimara Roesler Henry Julio Kupty Marcela Unes Pereira Renno Regiane Burger Fabiana Sampaio Fabíola Bevervanço Zdepski Aécio Antônio de Oliveira *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. 44 Sumário Unidade 1 História, Evolução, Conceitos da Administração Estratégica – Formulações e Implementações ...........7 Unidade 2 Missão, Visão, Valores, Objetivos e Metas ................23 Unidade 3 Análise ambiental: ambiente externo e interno: avaliando a posição competitiva da empresa ..........43 Unidade 4 Os três níveis de estratégia: Estratégia Corporativa, Estratégia de Negócio e Estratégia Funcional. .......62 Unidade 5 Controle Estratégico e Desempenho: conceitos e ferramentas – Balanced Scorecard ...................................78 Unidade 6 Gestão de Portfólio: o desafio do alinhamento estratégico ....................................................................99 55 Sumário Unidade 7 Gerenciamento de portfólio – Ferramentas de análise e suporte à decisão estratégica. ..............................117 Unidade 8 Gestão Estratégica – inovação e competitividade .........................................................133 6 Palavras do professor Caro aluno, Seja bem-vindo à disciplina de Estratégia Empresarial. Como parte da administração estratégica, ela é de fundamental importância para o desenvolvimento das atividades de gestão. Dividida em oito unidades de aprendizagem, aqui vamos refletir sobre a gestão dos processos, recursos e de tomada de decisões com foco no alinhamento estratégico organizacional. Ao gestor não basta somente antecipar ou reconhecer problemas: devemos estar aptos a analisar infor- mações de diferentes graus de complexidade para, desta forma, tomar decisões a respeito dos elementos sob seu controle e gerenciamento. O conteúdo da disciplina inicia com a apresentação da evolução histó- rica e conceitos relacionados à administração estratégica, na Unidade 1. Em seguida, na Unidade 2, trataremos do planejamento estratégico e da estratégia de uma empresa que se resulta da união do tripé: missão, visão e valores. Na Unidade 3, veremos as ferramentas de análise ambiental, para avaliar os cenários de negócios e definir escolhas estratégicas. Já na Unidade 4, compreenderemos os três níveis de estratégia que a organização pode adotar para competir no mercado, enquanto que na Unidade 5 analisare- mos as ferramentas de controle estratégico. A gestão de portfólio e o alinhamento estratégico serão tratados na Uni- dade 6, e na Unidade 7 conheceremos as ferramentas de análise mais adotadas pelas empresas em âmbito nacional e internacional. Na Uni- dade 8, identificaremos os fatores fundamentais da inovação para a cons- trução de uma organização inovadora, bem como as estratégias utiliza- das para penetração em mercados internacionais, como as estratégias de fusão, incorporação, joint ventures, dentre outras. O desenvolvimento de um pensamento estratégico garante meios para que as organizações possam alcançar objetivos, metas e resultados satis- fatórios. Assim, o conhecimento dos processos estratégicos nas empre- sas possibilita que nós, gestores, possamos formular e implementar ações estratégicas com segurança, permitindo que as empresas se tornem competitivas em um mercado cada vez mais concorrido e complexo. Sejam todos bem-vindos e bom curso! 1 7 Unidade 1 História, Evolução, Conceitos da Administração Estratégica – Formulações e Implementações Para iniciar seus estudos Nesta unidade, você irá conhecer a evolução histórica e os principais con- ceitos relacionados à introdução ao tema da administração estratégica. Além disso, veremos como as empresas desenvolvem o processo de estra- tégias para conhecer o mercado e assegurar as condições de competição. Objetivos de Aprendizagem • Possibilitar o conhecimento da evolução histórica e dos conceitos relacionados à administração estratégica, ou seja, o processo de estratégias empresariais para torná-la altamente competitiva no mercado. • Formular e implementar ações de gestão estratégicas, garantindo meios para que as organizações tenham segurança na aplicação de novas metas e objetivos para garantir resultados satisfatórios. 8 Estratégia Empresarial | Unidade 1: História, Evolução, Conceitos da Administração Estratégica – Formulações e Implementações 1.1 Conceitos relacionados à administração estratégica Para darmos início aos estudos sobre estratégia empresarial, abordaremos alguns conceitos importantes para o entendimento do assunto, tais como administração estratégica, competitividade estratégica e liderança estratégica. 1.1.1 Administração estratégica A administração estratégica é um grande, se não o maior, desafio para os administradores, pois seu processo depende do preparo do gestor para tomar decisões e julgamentos em um ambiente dinâmico e de mudanças rápidas. Consiste, de acordo com Wright; Krol; Parnell (2000, p. 25), “em decisões e ações administrativas que auxiliam a asse- gurar que a organização formula e mantém adaptações benéficas com seu ambiente”. Trata-se de um conjunto de passos em que a alta administração deve seguir para avaliar as organizações e manter um ajuste compatível entre o negócio que a organização desenvolve e o ambiente para manter ou desenvolver uma vantagem competitiva. Segundo Wright; Krol; Parnell (2000), os estudos sobre administração estratégica surgiram nos anos 1950, quando a Ford Foundation e a Carnegie Corporation financiaram uma análise dos currículos das Escolas de Administra- ção, o que resultou na proposição de uma disciplina que integrasse os conhecimentos adquiridos nas disciplinas como Contabilidade, Finanças e Economia. Como resultado, criou-se a então disciplina de Política de Negócios, a qual foi discutida e aprimorada com o tempo, para agregar análises mais formais do macroambiente da empresa, do ambiente setorial, da implementação e do controle estratégicos, entre outros assuntos, configurando aquela que conhecemos hoje como Administração Estratégica. Levando a administração estratégia para as organizações, podemos perceber que o gestor é o responsável pela tomada de decisões estratégicas. Sua autonomia, porém, depende do porte e do tipo de organização. As infor- mações podem ser obtidas de diferentes formas e fontes, seja pela observação da forma de trabalho, pela recla- mação de clientes ou no processo de desenvolvimento de novos produtos ou serviços. As decisões estratégicas envolvem várias áreas da organização e requerem a alocação de recursos (humanos, financeiros, materiais e informacionais). Além disso, as decisões estratégicas envolvem um certo período de tempo, de curto a longo prazo, dependendo do nível estratégico analisado. Em razão disso, as decisões estraté- gicas são voltadas para o futuro e, por isso, requerem comprometimento de todos os envolvidos na organização. 1.1.2 Competitividade estratégica A competitividade estratégica é fundamental para o sucesso das organizações, pois a elas não é possível atuar em todas as frentes e a organização deve decidir quais são as suas prioridades. De acordo com Hitt; Ireland; Hoskisson (2008, p. 28), uma organização obtém competitividade estratégica“quando consegue formular e implantar com sucesso uma estratégia de criação de valor”. Os autores identificam a estratégia como “um conjunto integrado e coordenado de compromissos e ações definido para explorar competências essenciais e conseguir vantagem competitiva”, ou seja, ao definirem uma estratégia, as organizações definem, também, as alternativas para competir. Dessa forma, podemos afirmar que uma empresa terá vantagem competitiva quando implementa uma estraté- gia que os concorrentes não conseguem copiar ou a acham custosa demais para imitar. É importante destacar que nenhuma vantagem competitiva é permanente e a sua duração depende da capacidade dos concorrentes em adquirir as habilidades necessárias para multiplicar os benefícios de uma estratégia de criação de valor. 9 Estratégia Empresarial | Unidade 1: História, Evolução, Conceitos da Administração Estratégica – Formulações e Implementações A competitividade está cada vez mais acirrada entre as organizações. Além disso, há também um alto grau de exigência dos consumidores. A economia, cada vez mais globalizada, exige que as organizações estabeleçam parcerias e disputem mercado a nível global. Quando falamos em competitividade estratégica, devemos ter em mente que a empresa busca retornos acima da média, ou seja, “retornos maiores do que o investidor espera ganhar com outros investimentos com risco semelhantes” (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2008, p. 28). Já os retornos médios, de acordo com estes autores (2008, p. 28), “são os retornos iguais aos que os investidores esperam ganhar em outros investimentos com risco semelhante”. O retorno é medido, na maioria das vezes, em termos de valores contábeis, como o retorno sobre as vendas, por exemplo, ou em termos da quantidade e velocidade do crescimento, de acordo com o tamanho da organização ou o setor de atuação. Risco é a incerteza do investidor quanto às perdas ou aos ganhos financeiros que resultarão de um determinado investimento (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2008, p. 28). Glossário 1.1.3 Liderança estratégica Todo gestor se depara com desafios em suas atividades cotidianas, mas também pode fazer a diferença na forma como a empresa atua, seja em relação às decisões e ao relacionamento com parceiros e, principalmente, com os seus colaboradores. Para isso, o gestor precisa agir com firmeza em relação ao capital humano para que a organi- zação possa alcançar os resultados pretendidos, o que traz um grande desafio ao gestor ao equilibrar os objetivos organizacionais, as necessidades e os objetivos pessoais dos colaboradores. Para Wright; Krol; Parnell (2000), quando falamos em administração estratégica, o gestor ideal deverá ser um líder, e não um mero administrador. Deve ser um visionário e um parceiro da organização e das partes interessa- das que dela fazem parte. De acordo com estes autores (2008, p. 342), “é por meio da liderança estratégica que as empresas demonstram sua capacidade de utilizar com sucesso o processo de gestão estratégica”. Os gestores, como membros da alta administração e na qualidade de líderes estratégicos, devem orientar e facilitar o desenvolvimento das ações estratégicas adequadas para que a organização atinja seus objetivos, a partir da definição da visão e da missão organizacionais. Para isso, os líderes devem, também, orientar a forma de execução das estratégias, culminando em competitividade e retorno acima da média. 10 Estratégia Empresarial | Unidade 1: História, Evolução, Conceitos da Administração Estratégica – Formulações e Implementações Figura 1.1 – Liderança estratégica e processo de gestão estratégica. Relação entre liderança estratégica e o processo de gestão estratégica. Fonte: Hitt; Ireland; Hoskisson (2008, p. 342). Para Hitt; Ireland; Hoskisson (2008, p. 344), liderança estratégica é “a capacidade de antecipar, vislumbrar, man- ter a flexibilidade e capacitar outros a promover mudanças estratégicas sempre que necessário”, isto é, do desafio em gerenciar toda a organização por meio de terceiros, monitorando e implementando as mudanças necessárias para manter a organização competitiva. Segundo os autores, a responsabilidade principal pela decisão estratégica é do alto escalão, entretanto, outros líderes reconhecidos incluem membros da diretoria, a equipe da alta administração e gerentes-gerais de divisão. A liderança estratégica é complexa, porém imprescindível, pois não é possível formular e implementar estraté- gias com vistas a resultados acima da média sem a presença de líderes eficientes. Levando em consideração a complexidade e a dinâmica do ambiente em que a empresa está inserida, o líder deve exercer influência na equipe que gerencia para que esta seja capaz de desempenhar suas tarefas com o máximo de eficiência. Ou seja, a capacidade da empresa em obter ou superar os resultados esperados e obter vantagem competitiva depende da habilidade de liderança do seu gestor, pois ele deve organizar e orientar a equipe sob sua responsabilidade a utilizar adequadamente os recursos à disposição para alcançar os retornos esperados. Além disso, o líder estratégico deve ser capaz de identificar e de responder à necessidade de mudar, lidando com situações diversas e complexas sob condições de incerteza. 11 Estratégia Empresarial | Unidade 1: História, Evolução, Conceitos da Administração Estratégica – Formulações e Implementações Eficiência, para Chiavenato; Sapiro (2015), é a capacidade de fazer as coisas da maneira certa para resolver os problemas, salvaguardar os recursos aplicados, cumprir o dever e reduzir custos. Glossário O líder estratégico, para Hitt; Ireland; Hoskisson (2008), precisa tomar decisões imparciais, baseadas em uma antevisão de fatos, analisando como as decisões afetarão internamente a organização. As decisões tomadas influenciam a forma como o projeto da empresa é elaborado e a capacidade da organização de alcançar ou não os objetivos pretendidos. O critério gerencial varia conforme o setor ou a indústria de atuação e é influenciado por fatores ambientais externos, como a estrutura da indústria e as características da organização: tamanho, seus recursos e cultura organizacional, características do gerente, suas aptidões e compromisso com a organização e: Visto que as decisões dos líderes estratégicos têm como objetivo contribuir para a empresa no sentido de alcançar uma vantagem competitiva, a forma como os gerentes aplicam seu critério ao determinar quais ações estratégicas são apropriadas é crítica para o sucesso da empresa (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2008, p.368-369). Ações-chave em liderança estratégica, tais como o gerenciamento eficaz dos recursos, o desenvolvimento do capital humano e a promoção de uma cultura eficiente, são fundamentais para o estabelecimento das estraté- gias e da orientação que será dada para o seu cumprimento. O quadro a seguir apresenta, em resumo, as ações que caracterizam uma liderança estratégica: Quadro 1.1 – Ações-chave em liderança estratégica Ação estratégica Características Determinação da direção estratégica • Envolve a definição da imagem e do caráter que a empresa quer desenvolver ao longo do tempo. • Divide-se em ideologia central (que motiva os funcionários por meio da herança corporativa) e o futuro previsto (que estimula o funcioná- rio a ir além de suas expectativas de realização e requer mudança e progresso significativos para que seja concretizado). Estabelecimento de controles organizacionais equilibrados • Os controles organizacionais são procedimentos formais com base em informação, utilizados para manter ou alterar padrões em ativi- dades organizacionais. • Ajudam a garantir que os resultados desejados pela organização sejam alcançados. • Indicam ações corretivas a serem tomadas em caso de necessidade de ajustes na implementação das estratégias. 12 Estratégia Empresarial | Unidade 1: História, Evolução, Conceitos da Administração Estratégica – Formulações e Implementações Gestão eficazdo portfólio de recursos da empresa • As empresas possuem recursos múltiplos, que podem ser categori- zados em: capital humano, capital financeiro, capital social e capital organizacional. • A gestão eficaz dos recursos é essencial para extrair valor destes. • Líderes devem gerenciar o portfólio de recursos da empresa orga- nizando-o em capacidades, estruturando a organização para usar essas capacidades e desenvolvendo e implementando uma estraté- gia de modo a alavancar esses recursos para alavancar uma vanta- gem competitiva. • Os líderes devem explorar e manter as competências principais da empresa, bem como desenvolver e conservar os capitais humano (conhecimentos e habilidades de toda a força de trabalho de uma empresa) e social (relacionamentos dentro e fora da empresa, que a ajudam a realizar tarefas e gerar valor para clientes e acionistas). Manutenção de uma cultura organizacional eficaz • Cultura organizacional é o conjunto de ideologias, símbolos e valo- res-chave compartilhados por toda a empresa e que influenciam a maneira como o negócio é administrado. • A cultura organizacional influencia a forma como a empresa conduz seu negócio e ajuda a controlar e regular o comportamento dos fun- cionários, podendo ser uma fonte de vantagem competitiva. • É tarefa dos líderes estratégicos moldar o contexto no qual a empresa formula e implementa suas estratégias e, consequentemente, sua cultura organizacional. Ênfase nas práticas éticas • Empresas éticas estimulam e capacitam indivíduos em todos os níveis organizacionais a agir de forma ética quando as ações necessárias à execução das estratégias da empresa estão sendo realizadas. • As práticas éticas devem moldar o processo de tomada de decisão da empresa, se tornando parte integral de sua cultura. • Os líderes devem fazer da prática ética uma parte integrante de sua orientação estratégica dentro da empresa. Devem estar dispostos a fazer o que é certo e priorizar a honestidade, a verdade e a integridade. • Líderes estratégicos éticos inspiram seus funcionários a trabalha- rem no desenvolvimento e fortalecimento da cultura organizacional, fazendo da prática ética a norma comportamental esperada. • É mais fácil para gestores e colaboradores incorporarem valores éticos a suas decisões quando a empresa dispõe de um código de ética explicito. Ações que caracterizam uma liderança estratégica. Fonte: Hitt; Ireland; Hoskisson (2008, p. 350-361, adaptado). 13 Estratégia Empresarial | Unidade 1: História, Evolução, Conceitos da Administração Estratégica – Formulações e Implementações Podemos concluir que uma liderança estratégica eficaz é fundamental para que o processo de gestão estratégica seja bem-sucedido, pois requer a habilidade de antever eventos, visualizar possibilidades e manter a flexibilidade para que a organização possa desenvolver e explorar vantagens competitivas. Para direcionar estrategicamente a organização, os líderes estratégicos devem ser capazes de avaliar as con- dições, avaliando, por exemplo, oportunidades e ameaças no ambiente externo e identificar os desafios que a organização deverá enfrentar nos próximos anos. A utilização das ações-chave permite que os líderes estratégicos exerçam seu comando de forma eficaz, afe- tando positivamente a determinação da direção estratégica empresarial. Na Unidade 2, veremos detalhadamente mais conceitos relacionados à administração estratégica, tais como pla- nejamento, estratégia, estratégia empresarial, planejamento estratégico, norteadores estratégicos e plano de ação. 1.2 Evolução histórica da administração estratégica e do pensamento estratégico A estratégia e, consequentemente, a administração estratégica tiveram diferentes fases e significados, evoluindo de um conjunto de ações e manobras militares para uma disciplina do conhecimento administrativo e uma ferra- menta para que as organizações possam ser competitivas no mercado. De acordo com Chiavenato; Sapiro (2015), a estratégia é uma arte, uma ciência e um processo de reflexão e ação escolhidos pela organização dentre as várias hipóteses existentes para a tomada de decisão. Ela é tida como uma abordagem competitiva que pode ser vista sob o ângulo militar, biológico, esportivo e empresarial. Sob o ângulo militar, segundo os autores, foi onde nasceu o conceito de como a conhecemos hoje. Temos que a palavra estratégia vem do grego strategos e significa “a arte do general”, confirmando sua origem militar, sendo entendida como a forma com a qual o general formulava as ações (ou estratégias) para derrotar seus inimigos. Um dos primeiros usos do termo foi há mais de 3 mil anos pelo estrategista chinês Sun Tzu. Ao longo do tempo, o conceito de estratégia passou por constantes mudanças na sua interpretação até chegarmos à abordagem usada nas organizações nos dias de hoje. Segundo os autores, são estratégias de guerra aplicadas aos negócios (ditas estratégias ofensivas), que são ide- alizadas para obter objetivos sobre o objetivo da concorrência, como o ganho de participação no mercado, por exemplo. Já as estratégias de defesa são aquelas idealizadas para proteger as ações da organização, a lucrativi- dade ou o posicionamento da marca. Também são utilizadas as estratégias de flanqueamento, para evitar o confronto, como quando, por exemplo, a organização opta em atuar em segmentos sem concorrência. A estratégia de guerrilha é utilizada para enfraque- cer a concorrência a partir da identificação dos seus pontos ou momentos fracos. A competição nos âmbitos político, biológico e esportivo também inspiram os estrategistas ao fornecer indicati- vos sobre o jogo de poder, regras, busca por resultados e sobrevivência. As primeiras organizações industriais surgem com a Revolução Industrial a partir do século XVIII e, com elas, nasce a competição pelos commodities (algodão, ferro, aço e produtos agrícolas), principalmente. Neste período, inicia-se o uso da estratégia como uma forma de controlar as forças de mercado e o ambiente competitivo. De acordo com Chiavenato; Sapiro (2015), até o século XIX as empresas não tinham estímulos para crescer e mantinham o mínimo capital fixo possível. No fim do século XIX e início do século XX, surge um novo tipo de 14 Estratégia Empresarial | Unidade 1: História, Evolução, Conceitos da Administração Estratégica – Formulações e Implementações empresa, segundo os autores, verticalmente integrada e composta de muitas divisões e, com isso, desenvolve- ram-se técnicas de coordenação das funções, com hierarquia, processos de fabricação e marketing. Entre os anos de 1920 e 1950, o foco da gestão das organizações era financeiro, o que direcionava os planos de produção, gastos e investimento. Entre as décadas de 1950 e 1960, houve a inserção da discussão do tema nas Escolas de Negócios dos Estados Unidos e, com isso, surgiu o debate e a criação de teorias, além de grandes pen- sadores na área de administração estratégica, tais como (CHIAVENATO; SAPIRO, 2015): • Theodore Levitt: criticava as organizações que focavam suas estratégias no produto, em vez de servirem os clientes e os mercados. • Igor Ansoff: apregoava a necessidade de a organização alinhar primeiramente seus novos produtos àqueles existentes, em vez de erroneamente se alinhar às preferências do comprador. Escreveu o que foi considerado um dos mais importantes livros sobre estratégia organizacional. Nele, Ansoff defendia que o planejamento estratégico deveria ser formalizado e detalhado, incluindo listas de checagem para assegurar a obtenção dos objetivos. • Peter Drucker: sua contribuição se deu a partir, principalmente, da abordagem da gestão por objetivos, na qual ele dizia que uma organização sem objetivos seria como um navio sem leme. • Alfred Chandler: identificou que o crescimento de uma organização era resultado da aplicação de recursos da organização de modo mais inteligente e aproveitando as oportunidades que, para ele, se originariam nas alterações de fatores incontroláveis(mudanças demográficas, econômicas ou tecnológicas, por exemplo). Os anos de 1970 foram marcados, de acordo com Chiavenato; Sapiro (2015), pela adoção do planejamento de portfólio e pelo desenvolvimento de técnicas e ferramentas de previsão, que permitiram a ampliação do prazo do planejamento. No início dos anos de 1980, de acordo com os autores, surgiu a teoria do posicionamento de Al Ries e Jack Trout, que tinha como premissa básica a ideia de que a estratégia não deveria se basear nas competências distintas de uma organização, mas sim como os compradores viam a sua organização em relação à concorrência, ou seja, a implementação de uma estratégica significa criar uma posição firme na mente do seu consumidor. Também nos anos de 1980, temos o surgimento dos trabalhos fundamentais de Michael Porter, que viria a ser um dos grandes expoentes da academia dos estudos sobre estratégia. Porter define as características e os contornos das forças competitivas de forma a identificar seus determinantes de sucesso (CHIAVENATO; SAPIRO, 2015). Entre os anos de 1980 e 1990, com o surgimento da Era da Informação, temos a Revolução da Tecnologia da Informação, que permitiu, a partir do acesso aos sistemas de informação, a ampliação da perspectiva do processo de planejamento estratégico. Já nos anos de 1990, começam a aparecer os estudos propondo uma nova abordagem para o pensamento estra- tégico: o modelo baseado em recursos, que vê a organização como um conjunto único de recursos e capacidades que embasam sua estratégia, os quais podem ser aprimorados ao longo do tempo e assume que a transferên- cia desses recursos, capacidades e recursos é própria de cada organização e, por isso, é difícil de ser imitada ou transferida para outras organizações – é nisso que reside a sua vantagem competitiva: mais em fatores internos do que fatores externos. Com uma abordagem de gestão do conhecimento, Kaplan; Norton introduziram um sistema compreensivo para toda a organização: o chamado Balanced Scorecard, que será explicado detalhada- mente na Unidade 7 (CHIAVENATO; SAPIRO, 2015). O pensamento estratégico permite tanto que as organizações identifiquem e localizem oportunidades que podem ser utilizadas como vantagem competitiva quanto identifica oportunidades e ameaças que serão evita- das ou minimizadas ao longo do processo estratégico (CHIAVENATO, SAPIRO, 2015). 15 Estratégia Empresarial | Unidade 1: História, Evolução, Conceitos da Administração Estratégica – Formulações e Implementações Para saber mais sobre pensamento estratégico, assista ao vídeo “Pensamento Estratégico”. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ScuqizMD3y4>. O processo de planejamento estratégico, de acordo com Chiavenato; Sapiro (2015), tem variado ao longo do tempo, sendo estudado tanto segundo abordagens mais prescritivas e normativas quanto por aquelas mais des- critivas, explicativas e prescritivas (estas são as que prescrevem como a estratégia deve ser elaborada). Neste con- texto, encontramos o trabalho de Mintzberg; Ahlstrand; Lampel (2010), que identificaram dez diferentes dimen- sões ou escolas de planejamento estratégico, sendo três de caráter prescritivo e normativo (do planejamento, do design e do posicionamento) e sete de caráter descritivo e explicativo (do empreendedorismo, cognitiva, do aprendizado, do poder, da cultura, do ambiente, da configuração). O quadro a seguir explica as características de cada uma delas: Quadro 1.1 – Ações-chave em liderança estratégica Escolas de caráter prescritivo e normativo Escola Características Do planejamento • Trata a estratégia como um processo formal e documentado de des- membramento do planejamento estratégico em planos táticos e deles em planos operacionais, compondo uma hierarquia de planos. • Fixa objetivos. Do design • Pressupõe que o processo de formação estratégica funciona como um ajustamento entre os aspectos internos, que tratam da organiza- ção e dos aspectos externos ambientais. • A análise SWOT ou DAFO é uma ferramenta utilizada para a formula- ção de estratégias. • Considera a estratégia racional e lógica, devendo ser elaborada pelo executivo principal. https://www.youtube.com/watch%3Fv%3DScuqizMD3y4 16 Estratégia Empresarial | Unidade 1: História, Evolução, Conceitos da Administração Estratégica – Formulações e Implementações Do posicionamento • A estratégia é vista como um processo analítico, e o estrategista é um analista da situação ambiental e um construtor de hipóteses de ação a respeito da estratégia. • Pressupõe que existem duas decisões estratégicas que podem ser tomadas pela organização: a decisão de portfólio e a decisão de posi- cionamento. • Surgem as estratégias genéricas de Porter, liderança de custo e dife- renciação, identificadas pelo modelo das cinco forças (5Fs). Escolas de caráter descritivo e explicativo Do empreendedorismo • A estratégia é vista como um processo visionário. • O principal executivo da organização é visto como o maior responsá- vel pela idealização da visão e do impulso do negócio, ou seja, a visão substitui a formulação de um plano esquematizado. • Algumas premissas básicas: a estratégia surge na mente do gestor/ líder como uma perspectiva, sendo uma direção em longo prazo; o processo de formação da estratégia é semiconsciente, pois é emba- sado na intuição e na experiência; a estratégia tende a assumir a forma de nicho. Cognitiva • A estratégia é vista como um processo mental por conta de como a realidade do ambiente é percebida e interpretada. • A percepção e a interpretação são resultados da cognição definida como o processamento de informações para organizar o conhecimento. • O ambiente, então, pode ser objetivo, percebido ou decretado pela cognição do estrategista. Do aprendizado • A estratégia é vista como um processo emergente de aprendizagem e de construção incremental. O aprendizado é emergente e surge de vários lugares. • O papel da liderança é gerenciar o processo de aprendizagem e o foco é a gestão progressiva das mudanças. Do poder • A estratégia é vista como um processo de negociação. • O planejamento estratégico é percebido como um processo de natu- reza política, e o poder é disputado internamente na organização, o que envolve persuasão, negociação e barganha. • Cada organização desenvolve diferentes estratégias para adequar o ambiente às suas capacidades, seja por meio de um processo polí- tico de influenciar ou negociar com o ambiente externo ou, ainda, de modo reativo ao ambiente, para cumprir requisitos ambientais. 17 Estratégia Empresarial | Unidade 1: História, Evolução, Conceitos da Administração Estratégica – Formulações e Implementações Da cultura • A estratégia é vista como um processo coletivo e social. • O planejamento estratégico se baseia na cultura organizacional, pois busca interesses comuns e a integração do sistema. • As organizações são dominadas por valores essenciais (qualidade e inovação, por exemplo), que são considerados vantagem competitiva. Do ambiente • A estratégia é vista como um processo relacionado e reativo. • O planejamento estratégico é um meio utilizado pelas organizações se movimentarem em função das demandas do meio ambiente. • Como esta escola surgiu com a Teoria da Contingência, a estratégia trata das respostas esperadas das organizações em relação às condi- ções ambientais. Da configuração • A estratégia é vista como um processo de transformação. • O planejamento estratégico é visto como um processo de configura- ção da organização para cada tipo de situação ambiental para inte- grar e articular suas partes. • Parte do pressuposto que a organização passa continuamente por estados de configuração ou estabilidade, seguidos por estados de ruptura ou transformação. Ações que caracterizam uma liderança estratégica. Fonte: Hitt; Ireland; Hoskisson (2008, p. 350-361, adaptado). Você pode aprofundar seu conhecimento sobre a relação entre as escolas do planejamento estratégico aoler o artigo “Escolas do Pensamento Estratégico: uma Contribuição para a Teoria dos Jogos”. Disponível em: <http://internext.espm.br/index.php/internext/article/ view/89/85> Chega-se ao século XXI, quando, de acordo com Chiavenato; Sapiro (2015), ocorrem duas visões básicas sobre a estratégia e como elaborá-las: estruturalista (que admite um fluxo causal entre a estrutura do mercado, a con- duta dos participantes e o desempenho das organizações, que leva as organizações a dividir os setores em atra- entes e não atraentes para decidir em quais deles entrar, buscando captar riqueza em vez de criá-la); reconstru- tivista (baseia-se no deslocamento da atenção do lado da oferta para a demanda, para a inovação de valor, a fim de converter a demanda potencial em demanda real). Ao analisarmos a evolução do pensamento estratégico ao longo do tempo, percebemos que a elaboração das estratégias é o resultado da prática e do questionamento, que envolve imaginação, iniciativa e impulso para a ação. http://internext.espm.br/index.php/internext/article/view/89/85 http://internext.espm.br/index.php/internext/article/view/89/85 18 Estratégia Empresarial | Unidade 1: História, Evolução, Conceitos da Administração Estratégica – Formulações e Implementações Chegamos à gestão estratégica, entendida como uma metodologia voltada a assegurar o sucesso da organi- zação no momento atual, mas também com o objetivo de manter o seu sucesso no futuro. Para tanto, a gestão estratégica inclui as etapas de planejamento estratégico, a execução e o controle. Aprofunda o conhecimento sobre as organizações, os mercados onde atuam e os clientes que dele fazem parte, seus concorrentes, parcei- ros e fornecedores, buscando fundamentar as decisões dos gestores e estabelecer uma direção a ser seguida durante o desenvolvimento do processo de administração estratégica (OLIVEIRA, 2013). 1.3 Cenário competitivo atual Ao entendermos que a administração estratégica e seu processo são baseados no esforço da organização em se adaptar a um ambiente dinâmico e mutável onde a competição acontece, precisamos então compreender o cenário competitivo para que possamos também captar a realidade do cenário competitivo atual. De acordo com Hitt; Ireland; Hoskisson (2008, p. 30), “a natureza fundamental da competição em várias indús- trias no mundo está mudando” e essas mudanças estão acontecendo em um ritmo cada vez mais frenético. Com o avanço das tecnologias, por exemplo, houve mudanças significativas em como as organizações produzem e também como se comunicam e se relacionam com os seus diversos públicos ou partes interessadas. Muitas organizações, ao não perceberem a necessidade de mudança ou não responderem às mudanças do ambiente competitivo em tempo hábil, simplesmente desapareceram por se tornarem obsoletas. Outras mudaram seu portfólio de produtos para poder sobreviver nesse contexto dinâmico e instável. Com base nessas mudanças, estes autores (2008, p. 30) afirmam que “os gerentes têm de adotar uma nova mentalidade que valorize a flexibilidade, velocidade, inovação, integração e os desafios que surgem como resul- tado das constantes mudanças”. Os escritores adotam o termo “hiperconcorrência” para se referir à realidade do cenário competitivo do século XXI. Nele, temos um mercado marcado pela instabilidade inerente e pelas mudan- ças, gerado pela dinâmica das estratégicas estabelecidas entre concorrentes globais e onde há um desafio agres- sivo entre as organizações na busca da vantagem competitiva, da melhoria da sua posição competitiva e, conse- quentemente, do seu desempenho. Vivemos em uma economia globalizada em que serviços, pessoas, habilidades e ideias circulam livremente entre as fronteiras geográficas, trazendo oportunidades e desafios para as organizações, que devem analisar cuida- dosamente os mercados nos quais competem, identificando o potencial dos mercados mundiais para tomar decisões estratégicas adequadas e atuar em localidades que posam se tornar fonte de receita e lucratividade. A globalização, segundo Hitt; Ireland; Hoskisson (2008, p. 32), “afeta o design, a produção, a distribuição e o pós-venda de bens e serviços”. As ações competitivas tender a resultar em bens e serviços de mais qualidade, pois as organizações, ao competirem em nível global, estimulam e são estimuladas a ofertar um bem ou serviço de valor superior. As empresas que forem capazes de atender ou até mesmo de superar os padrões globais terão mais capacidade de desenvolver uma vantagem competitiva global e, com isso, serem capazes de obter retornos acima da média. 1.4 Processo de administração estratégica O processo de administração estratégica é, para Hitt; Ireland; Hoskisson (2008, p. 29), “o conjunto de compro- missos, decisões e ações necessários para que a empresa obtenha vantagem competitiva e retornos acima da 19 Estratégia Empresarial | Unidade 1: História, Evolução, Conceitos da Administração Estratégica – Formulações e Implementações média”. Portanto, é uma abordagem racional, utilizada pelas organizações para ter condições de competir no mercado e obter retornos além da média. Como se configura em um processo, o primeiro passo é a análise dos ambientes interno e externo para deter- minar as fontes de informações estratégicas ou inputs e determinar seus recursos, capacitações e competências essenciais para competir no mercado. A partir das informações recolhidas e analisadas, a organização pode, então, desenvolver a sua missão (a razão da sua existência), a visão (como pretende estar ao fim de um determinado período de tempo) e formula sua estraté- gia, estipulando o que e como fazer para atingir os resultados ou os desafios apontados durante o processo. Então, a organização buscará tomar ações e decisões para obter vantagem competitiva e os retornos além do normal. De acordo com Hitt; Ireland; Hoskisson (2008, p. 30), a sequência de atividades contempla: “ações estratégicas eficazes que ocorrem no contexto para cuidadosamente integrar as ações de formulação e implementação da estratégia produzem resultados estratégicos desejados”. Como os mercados são dinâmicos e estão em constante mudança e adaptação, o processo de administração estratégica deve se adaptar a essa velocidade. São, em resumo, as etapas do processo de administração estratégica: • Análises dos ambientes interno e externo: realizadas para identificar oportunidades e ameaças do ambiente externo e pontos fortes e fracos do ambiente interno para decidir como utilizar os recursos, capacitações e competências essenciais para buscar as oportunidades e vencer as ameaças e estabelecer a missão e visão da organização. • Inputs estratégicos: com eles, a organização tem a base para escolher e implantar as estratégias de forma adequada, sendo que a integração entre a formulação e implementação é importante para dar ao gestor a possibilidade de refletir sobre a necessidade de mudança nas estratégias enquanto há a implementa- ção da estratégia escolhida, em nível estratégico, tático e operacional. • Estrutura e medidas organizacionais: são necessárias para controlar as operações da empresa, o empre- endedorismo e a inovação como formas de manter a organização atuante e competitiva. Wright; Krol; Parnell (2000, p. 25) desenvolvem um modelo de administração estratégica, o qual apresentaremos na Figura 1.2 a seguir. Nele, o modelo começa com a análise ambiental, em que se apresentam as oportunidades e ameaças. Em seguida, nas próximas etapas, apresentam-se a análise do ambiente interno e a formulação de estratégias. Perceba que as duas etapas são ligadas por uma seta de duplo sentido, o que demostra a inter-relação entre as ações e informações entre as fases. A determinação da missão, por exemplo, depende do contexto das oportunidades e ameaças. Já a implementação de estratégias coloca a implementação das estratégias em curso. 20 Estratégia Empresarial | Unidade 1: História, Evolução, Conceitos da Administração Estratégica – Formulaçõese Implementações Figura 1.2 – Modelo de administração estratégica. Modelo de sequências de tarefas para a administração estratégica. Fonte: Oliveira (2015). A partir do entendimento da definição e dos modelos, podemos compreender a importância da administração estratégica, pois os gestores não tomam decisões de forma independente e isolada, mas sim dependem de uma compreensão mais ampla do ambiente e do contexto em que uma organização está inserida para tomar decisões. A análise do contexto e da estratégia adotada aproxima o gestor da organização, aumentando as chances de sucesso. Ao longo do módulo de Estratégia Empresarial veremos em detalhes as etapas do processo de administração estra- tégica e como ele é utilizado pelas organizações para obter competitividade estratégica e retornos acima da média. Não se esqueça de consultar as atividades do Fórum relacionadas a essa unidade. 21 Considerações finais Nesta unidade, você estudou e conheceu: • Alguns dos principais conceitos relacionados à introdução ao tema da administração estratégica, competição e liderança estra- tégica. • A evolução histórica da administração estratégica, os principais autores e as formas de pensamento estratégico predominantes em cada período. • A importância do processo de administração estratégica, da sua formulação e gestão como meio para garantir que as organiza- ções tenham segurança na aplicação de novas metas e objetivos para garantir resultados satisfatórios. Revise constantemente os assuntos abordados aqui, pois eles serão fun- damentais para a compreensão dos conteúdos das demais unidades desta disciplina. Referências bibliográficas 22 CHIAVENATO, I.; SAPIRO, A. Planejamento Estratégico: Fundamentos e Aplicações - da Intenção aos Resultados. Rio de Janeiro: Campus, 2015. MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J. Safári de Estratégia: um Roteiro pela Selva do Planejamento Estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2010. OLIVEIRA, D. de P. R. Administração Estratégica na Prática: a Competi- tividade para Administrar o Futuro das Empresas. São Paulo: Atlas, 2013. HITT, M. A.; IRELAND, R. D.; HOSKISSON, R. E. Administração Estratégica: Competitividade e Globalização. 2. ed. São Paulo: 7 Letras, 2008. WRIGHT, P.; KROLL, M. J.; PARNEL, J. Administração Estratégica: Concei- tos. São Paulo: Atlas, 2000. 2 23 Unidade 2 Missão, Visão, Valores, Objetivos e Metas Para iniciar seus estudos Nesta unidade, você aprenderá os conceitos iniciais relacionados à estra- tégia empresarial e ao planejamento estratégico, bem como os nortea- dores estratégicos que embasam a tomada de decisões de uma organiza- ção. Esse conteúdo é de fundamental importância para o entendimento dos assuntos a serem desenvolvidos nas demais unidades. Objetivos de Aprendizagem • Desenvolver os conhecimentos relacionados ao planejamento estratégico das empresas com o intuito de garantir sua estabili- dade no mercado atual, alinhando seus objetivos com o ambiente econômico do momento. • Planejar estrategicamente utilizando os recursos disponíveis de forma eficiente e contribuindo para o desenvolvimento da orga- nização de modo geral. • Possibilitar o conhecimento da estratégia empresarial que resulte na união do tripé: missão, visão e valores, fonte e base na tomada de decisões de uma organização e direcionamento para as empre- sas, contextualizado no desenvolvimento e na atualização contí- nua no mercado atual. • Criar direcionamentos estratégicos por meio de objetivos e metas alcançáveis com plano de ações bem definidos e claros. 24 Estratégia Empresarial| Unidade 2 -Missão, Visão, Valores, Objetivos e Metas 2.1 Conceitos iniciais Para darmos início ao estudo da Unidade 2, apresentaremos alguns conceitos que serão importantes para o entendimento do assunto ao longo desta unidade. 2.1.1 O que é planejamento? De acordo com o Dicionário Aurélio Online (s/d), planejar “é o processo que leva ao estabelecimento de um con- junto coordenado de ações (pelo governo, pela direção de uma empresa etc.), visando à consecução de determi- nados objetivos”, isto é, decidir antecipadamente o que fazer, como fazer e quais recursos utilizar. Mesmo sem percebermos, planejamos diariamente, sejam as nossas atividades pessoais, nossa vida familiar e até a financeira. Alguns planejamentos são concretizados, outros não. Ao buscarmos informações sobre o clima e a temperatura para escolhermos o que vestir para ir a um evento ou ir trabalhar no dia seguinte, por exemplo, já estamos planejando. A grande diferença é que, quando o fazemos em uma organização, pensamos em um planejamento formal, adotamos um processo formalizado, um esquema para agir. O planejamento é um processo de reflexão, tomada de decisão e ação em cima do que foi pensado. Seu objetivo é dar flexibilidade e agilidade para que as organizações possam se adaptar às mudanças em um ambiente cada vez mais dinâmico e incerto. Buscamos o equilíbrio entre meios, fins e recursos, visando ao melhor funciona- mento das organizações. 2.1.2 O que é estratégia? Como já estudamos na Unidade 1, o termo estratégia tem sua origem do grego strategos, que significa “a arte dos generais”, ou seja, o uso de recursos e forças em larga escala contra um inimigo (OLIVEIRA, 2013). Henderson (1998) faz uma analogia entre administração e biologia ao utilizar o Princípio de Gause para abordar o processo competitivo empresarial. Para o autor, duas organizações que operam de forma idêntica não podem coexistir e, por questão de sobrevivência, desenvolvem estratégias para diferenciar a sua organização das demais. Apesar da sua origem, quando trabalhamos a estratégia na perspectiva das organizações, estamos falando dos planos da alta administração, como veremos mais adiante, para buscar resultados consistentes. Trata-se de mobilizar os recursos para o alcance dos objetivos a partir da habilidade de se adequar às demandas e necessida- des do mercado para competir correndo o menor risco possível. Para Montgomery; Porter (1998), a finalidade da estratégia é planejar a evolução de uma empresa, então ela deve ser entendida como a busca deliberada de um plano de ação para desenvolver a vantagem competitiva da empresa, concluindo que a essência da formulação estratégica é lidar com a competição. Toda organização tem uma estratégia, mesmo que não seja formalmente formulada, pois cada empresa tem uma relação com o ambiente. A partir da criação das estratégias formais, as organizações podem buscar ou manter uma posição favorável para alcançar os objetivos propostos. 25 Estratégia Empresarial| Unidade 2 -Missão, Visão, Valores, Objetivos e Metas 2.1.3 O que é estratégia empresarial? Estratégia empresarial é o que a empresa decide (ou não) fazer, ou seja, indicam as ações que poderão ser ado- tadas, em forma de linhas de comportamento, ações táticas e operacionais, a fim de atingir os objetivos estabe- lecidos. Tem como propósito, de acordo com Porter (1980), ampliar ou manter as vantagens competitivas frente aos concorrentes, ou seja, é um mecanismo de defesa contra as forças do mercado. Elas são criadas a partir das tendências relevantes e da análise do ambiente, identificando seus pontos fortes e fracos, ferramentas que veremos ainda nesta e em outras unidades. Por ora, é fundamental compreender que as estratégias devem ser compatíveis com os recursos (humanos, financeiros, materiais e informacionais) que a empresa possa mobilizar para atingir seus objetivos. Desta forma, podemos entender que são o conjunto de objetivos, metas, diretrizes e planos utilizados para atingir os objetivos estabelecidos. Para Oliveira (2013), ela é o posicionamento da organização no ambiente onde opera e serve de orientação para a tomada de decisões, estabelecendo, portanto, a melhor forma de utilizar os recursos que a organização dispõe e aproveitando as oportunidades disponíveis. Sua elaboração é fundamental para a administração das organizações, pois permite compreender as regrase o momento atual no ambiente em que ele está inserido, a partir da compreensão da análise estrutural do ambiente competitivo e o correto posicionamento. Isso quer dizer que a identificação de estratégias pode combater as fra- quezas da organização, impedindo que elas possam comprometer sua rentabilidade, ao mesmo tempo em que utilizam favoravelmente suas fortalezas para maximizar as suas potencialidades (PORTER, 1980). As constantes mudanças no mundo globalizado e na economia causam alterações profundas na estrutura do ambiente empresarial, propiciando um aumento da concorrência e da necessidade de adaptação em um ambiente cada vez mais instável e competitivo. Desta forma, as organizações precisam adotar métodos de gestão que sejam adequados a este contexto, pois o sucesso das organizações em um mercado competitivo demanda, principalmente, a capacidade gerencial para coordenar seus recursos para responder rapidamente às mudanças e incertezas mercadológicas. Para saber mais sobre a origem da estratégia e sua relação com o planejamento estratégico, assista ao vídeo “O que Você Precisa Saber sobre Estratégia”: <https://www.youtube.com/ watch?v=3Ff4EShgabA> https://www.youtube.com/watch?v=3Ff4EShgabA https://www.youtube.com/watch?v=3Ff4EShgabA 26 Estratégia Empresarial| Unidade 2 -Missão, Visão, Valores, Objetivos e Metas 2.1.4 O que é planejamento estratégico? É um processo contínuo e sistemático de tomada de decisões e de organizar as atividades necessárias para a implementação e o controle das decisões tomadas. Desta forma, é uma ferramenta fundamental para a sobrevi- vência e o sucesso das organizações. Consiste em elaborar, a partir da definição dos seus elementos norteadores estratégicos, tais como a missão e a visão, um plano de ação para garantir a consecução dos objetivos e metas estabelecidos, que se traduzem em, por exemplo, qualidade, lucratividade e participação no mercado. Figura 1: Planejamento estratégico. Legenda: O planejamento estratégico é como um jogo de xadrez, isto é, o ges- tor deve tomar decisões acertadas para o sucesso da organização. Fonte: <https://previews.123rf.com/images/36clicks/36clicks1506/36clicks150600001/41411270-Concentrated-man- thinking-strategically-about-his-next-move--Stock-Photo.jpg>. De acordo com Oliveira (2013), o planejamento estratégico proporciona uma sustentação metodológica para a tomada de decisão. A partir do levantamento de informações, o processo de planejamento estratégico nos permite tomar decisões com menos risco, pois assim temos como analisar e refletir sobre as possibilidades e resultados antes de agirmos, diminuindo os níveis de incerteza. https://previews.123rf.com/images/36clicks/36clicks1506/36clicks150600001/41411270-Concentrated-man-thinking-strategically-about-his-next-move--Stock-Photo.jpg https://previews.123rf.com/images/36clicks/36clicks1506/36clicks150600001/41411270-Concentrated-man-thinking-strategically-about-his-next-move--Stock-Photo.jpg 27 Estratégia Empresarial| Unidade 2 -Missão, Visão, Valores, Objetivos e Metas 2.2 A importância do planejamento estratégico para as organizações O planejamento estratégico é o ponto de partida na administração estratégica das organizações. Todas as empre- sas, para serem bem-sucedidas, devem realizar e revisar seu planejamento estratégico, independentemente do setor de atuação, porte ou tipo. Ele é um processo que a orienta em busca da melhor direção em longo prazo e da definição de métodos de ação para definir o melhor caminho a seguir e é, normalmente, de responsabilidade dos níveis mais altos da empresa (OLIVEIRA, 2013). Seu propósito é permitir, a partir do levantamento e da análise de dados e informações, que as organizações adotem medidas seguras em sua gestão, operando, portanto, com as implicações futuras de decisões presentes. Um bom planejamento estratégico deve responder às questões: Figura 2 - Questões Fonte: <https://previews.123rf.com/images/sentavio/sentavio1511/sentavio151100540/48577467-Flat-business- -report-meeting-skull-session-council-presentation--Stock-Photo.jpg>. Para Oliveira (2013), dentre as vantagens de realizar um planejamento estratégico estão a possibilidade de criar um comportamento sinérgico entre as áreas funcionais da organização e ampliar o horizonte de análise dos ges- tores, já que os orienta na prospecção do ambiente em que ela irá operar, dando uma visão mais clara do negócio. https://previews.123rf.com/images/sentavio/sentavio1511/sentavio151100540/48577467-Flat-business-report-meeting-skull-session-council-presentation--Stock-Photo.jpg https://previews.123rf.com/images/sentavio/sentavio1511/sentavio151100540/48577467-Flat-business-report-meeting-skull-session-council-presentation--Stock-Photo.jpg 28 Estratégia Empresarial| Unidade 2 -Missão, Visão, Valores, Objetivos e Metas Além disso, o planejamento estratégico propicia um melhor conhecimento do mercado e do contexto em que a empresa está inserida, o que dá mais agilidade na tomada de decisões, pois os objetivos já estão definidos e claros para toda a organização e todos os colaboradores já sabem o que a organização espera deles. Há, também, uma melhor comunicação entre os colaboradores, pois, ao serem integrados no processo de defi- nição do planejamento, já estão adaptados ao contexto organizacional. O planejamento estratégico também possibilita mais capacitação organizacional, pois a definição clara de sua visão e missão permite a escolha dos profissionais com perfis mais adequados ao seu quadro funcional. Como consequência, há mais motivação e comprometimento dos colaboradores, pois todos conhecem a impor- tância do seu trabalho para o atingimento de objetivos e metas estabelecidos no planejamento estratégico. 2.2.1 Tipos de planejamento: estratégico, tático e operacional Considerando os níveis hierárquicos das organizações, é possível identificar três tipos de planejamento: estraté- gico, tático e operacional (OLIVEIRA, 2013). Figura 3: Níveis ou tipos de decisão. Legenda: Níveis ou tipos de decisão de acordo com a hierarquia organizacional. Fonte: <https://previews.123rf.com/images/luissantos84/luissantos840910/luissantos84091000185/5737422-concept- of-tree-different-decision-levels-on-a-corkboard-with--Stock-Photo.jpg>. Resumidamente, três perguntas são essenciais para o planejamento estratégico: onde esta- mos?; para onde queremos ir?; como chegar lá? Elas se referem a etapas específicas do pla- nejamento: análise de cenários, definição de objetivos estratégias e plano de ação. https://previews.123rf.com/images/luissantos84/luissantos840910/luissantos84091000185/5737422-concept-of-tree-different-decision-levels-on-a-corkboard-with--Stock-Photo.jpg https://previews.123rf.com/images/luissantos84/luissantos840910/luissantos84091000185/5737422-concept-of-tree-different-decision-levels-on-a-corkboard-with--Stock-Photo.jpg 29 Estratégia Empresarial| Unidade 2 -Missão, Visão, Valores, Objetivos e Metas • Planejamento estratégico: relaciona-se com os objetivos de longo prazo (acima de um ano) e compre- ende a organização como um todo. Proporciona uma sustentação metodológica, ou seja, define a melhor direção a ser seguida neste e nos demais níveis e é realizado a partir da análise da interação da organiza- ção com o ambiente. • Planejamento tático: tem relação com os objetivos de médio prazo (até um ano). As estratégias e políticas estabelecidas são desmembradas, direcionadas e adaptadas para cada um dos setores ou departamentos que fazem parte da estrutura da organização. Aqui, os departamentos de Gestão de Pessoas, Financeiro e Produção, por exemplo, realizam o seu processo de planejamento específico a partir das orientações gerais do planejamento estratégico da organização. • Planejamento operacional: relaciona-se com os objetivos de curtíssimo e curto prazos (de imediatos até um mês) e afetam, principalmente, as unidades operacionais. É a formalização do planejamento estra- tégico em documentos escritos pelasmetodologias de implantação. É desmembrado a partir das ações que irão estabelecer os planos de ação ou planos operacionais, os quais deverão indicar: os recursos necessários para sua implantação, os procedimentos a serem adotados, os prazos estabelecidos a serem cumpridos e os responsáveis por sua implantação. 2.3 Norteadores estratégicos Os norteadores estratégicos, também chamados de filosofia institucional, representam a identidade da organi- zação e têm como objetivos guiar as organizações na definição de suas estratégias, consolidar suas caracterís- ticas e sua forma de atuação e identificar as necessidades de mudança a partir do monitoramento do ambiente que rodeia a organização. Devem ser desenvolvidos por qualquer organização, independentemente do seu porte, se for pública ou privada ou do setor em que atue. Para Chiavenato; Sapiro (2015, p. 52), o primeiro passo do processo de planejamento estratégico é a reflexão sobre a intenção estratégica da organização, que pode ser entendida como “a alavancagem de todos os recursos internos, capacidades e competências de uma organização com a finalidade de cumprir suas metas no ambiente competitivo”. Ela vai proporcionar “aos membros da organização a meta que merece seu esforço, dedicação e compromisso pessoal” para com a organização. Com o advento da internet e a criação dos sites institucionais, as organizações têm optado por declarar publica- mente seus norteadores estratégicos. Isso, por um lado, dá mais visibilidade para a organização, mas ao mesmo tempo traz uma pressão da sociedade em relação ao seu posicionamento, o que implica fazer com que esses norteadores sejam compreendidos por todos os envolvidos. Ou seja, os norteadores estratégicos só serão úteis para as organizações se forem vivenciados e praticados no cotidiano e em todos os níveis organizacionais. As organizações traçam seu planejamento estratégico para guiar as ações em um determinado período de tempo. O processo de sua definição deve ser feito a partir da definição do seu negócio, missão, visão e valores organizacionais, pois estes elementos definem o posicionamento da organização, o que ela preza e norteia nas ações e decisões em todos os níveis organizacionais, desde os sócios, passando pelo conselho ou diretoria, che- gando aos colaboradores, que estão na linha de frente das empresas. 30 Estratégia Empresarial| Unidade 2 -Missão, Visão, Valores, Objetivos e Metas 2.3.1 Definição do negócio A definição do negócio indica a razão pela qual a organização foi criada, a relação dos bens e serviços que ela ofertará no mercado. Para Chiavenato; Sapiro (2015), ele deve ser definido a partir de três dimensões: 1. Mercados ou segmentos: a análise dessa dimensão leva em consideração o perfil dos clientes, identifi- cando, a partir de pesquisas de mercado, suas necessidades e expectativas em relação aos bens e serviços que a organização oferece. 2. Setores de atuação: a partir do item anterior, a organização poderá definir, utilizando-se de métodos de análise, quais bens e/ou serviços irá oferecer ao mercado, levando em consideração fatores como capa- cidade de produção, rentabilidade e qualidade. 3. Tecnologia e processos: são definidos a partir na análise da capacidade da própria organização em se adaptar às necessidades de demandas de tecnologia e da possibilidade de adequar seus processos à dinâmica do mercado atual. Nem sempre há uma descrição formal e escrita da definição de negócios, mas identificar as questões anteriores pode auxiliar na definição da missão, visão e outros elementos que irão nortear as atividades organizacionais. Periodicamente ou quando há uma mudança significativa das condições de mercado, Chiavenato; Sapiro (2015) apontam que há a necessidade de redefinir o negócio, ou seja, repensar os mercados de atuação, bens e serviços oferecidos. As alterações propostas irão implicar, também, a atualização, não somente da definição do negócio, mas tam- bém de todos os demais norteadores estratégicos para readequá-los e assegurar que a organização tenha con- dições de atuação. 2.3.2 Missão A missão identifica o propósito da organização, o que ela é e qual é o benefício gerado para o seu público. Ela é perene e descreve o que faz e o negócio onde está inserida. Está relacionada aos objetivos organizacionais e res- ponde ao “por quê?” da sua existência. Deve levar em consideração todos os níveis da empresa, pois servirá para que todos tenham a mesma percepção da sua finalidade e do seu significado. De acordo com Hitt; Ireland; Hoskisson (2008, p. 18), “a missão especifica o(s) negócio(s) no(s) qual(is) a empresa pretende competir e os clientes aos quais pretende atender”. Ainda segundo os autores, “a missão deve definir a individualidade da empresa, ser inspiradora e relevante para os stakeholders”. Quais poderiam ser ações para a elaboração, assimilação e divulgação dos enunciados dos norteadores estratégicos? 31 Estratégia Empresarial| Unidade 2 -Missão, Visão, Valores, Objetivos e Metas De acordo com Chiavenato; Sapiro (2015), ela deve contemplar a razão de ser da organização, seu papel na socie- dade, a natureza do negócio, o valor ou o benefício que a organização constrói para os seus públicos de interesse e os tipos de atividade em que irá concentrar os seus esforços ao longo do tempo. Por lidar mais diretamente com mercados de produtos e clientes, a missão deve traduzir o que a organização espera atingir ao definir os clientes que deseja atender e como deseja atendê-los, sejam pessoas ou grupos. Definir qual é o principal benefício que sua organização leva ao seu público é o primeiro passo para a sua redação. Ao definir os benefícios, a organização deve, também, identificar qual é a sua vantagem competitiva, o seu dife- rencial, em relação à concorrência. Sua definição ajuda a concentrar os esforços para uma direção específica, pois explicita quais são os principais compromissos da organização e, com isso, dá suporte à criação de políticas e objetivos organizacionais. Ela deve ser redigida em uma frase curta, de forma clara e sintética; por isso, devem ser evitadas palavras muito longas e difíceis ou gerúndios. A seguir, apresentamos alguns exemplos: Figura 4 - Exemplos Missão Fonte: Oliveira, Aécio A. (2015) Stakeholders são pessoas, grupos ou organizações capazes de influenciar ou ser influen- ciados pelos resultados estratégicos alcançados e participam direta ou indiretamente do sucesso do negócio, contribuindo de alguma forma para o negócio, esperando retornos dessa contribuição. É o mesmo que partes interessadas, grupos de interesse ou públicos de interesse (CHIAVENARO; SAPIRO, 2015, p. 91). 32 Estratégia Empresarial| Unidade 2 -Missão, Visão, Valores, Objetivos e Metas Missão da Caixa Econômica Federal: “Atuar na promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável do país, como instituição financeira, agente de políticas públicas e parceira estratégica do Estado brasileiro.” Missão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES): “Promover o desenvolvimento sustentável e competitivo da economia brasileira, com geração de emprego e redução das desigualdades sociais e regionais.” Como vimos nos exemplos, a redação da missão deve se iniciar com um verbo de ação, que indica o que a empresa faz, somando-se uma descrição da forma de atuação da organização e, finalmente, adicionando-se um desafio, que irá incitá-la à ação, a fazer algo além de suas possibilidades, da seguinte forma: Verbo de ação (o que faz?) + descrição da forma de atuação da organização (para quem?) + desafio (de que forma?). A missão não pode ser genérica demais, pois corre o risco de perder o foco, logo ela deve se encaixar ao seu negócio. Então, se em uma análise você perceber que a missão escrita serve para qualquer outra organização, ela simplesmente não serve para a sua. Após a redação da missão, valide com as partes interessadas para verificar o entendimento e, eventualmente, façaos ajustes até chegar à redação que de fato se caracterize como a missão e que possa ser compreendida por todos. 2.3.3 Visão A visão determina como a organização deseja ser vista e reconhecida. Para Hitt; Ireland; Hoskisson (2008, p. 17), é “um retrato do que a empresa pretende ser” relacionando uma visão ideal de organização com o futuro que se pretende alcançar, realizar objetivamente, ou seja, descreve o que a organização espera ser em um determinado horizonte de tempo (geralmente entre três e cinco anos). Ela deve ser trabalhada com todas as pessoas que fazem parte da organização, por esse motivo tente a ser dura- dora, pois traduz os sonhos e as emoções e deve ajudar as pessoas a sentirem o que devem fazer. Sua declaração é mais eficaz quando envolve pessoas de diferentes áreas da empresa para elaborá-la, pois per- mite que seja coerente com as condições internas e externas da organização, além de ser realizável (HITT; IRE- LAND; HOSKISSON, 2008). Deve ser inspiradora e desafiadora o suficiente para poder orientar os colaboradores ao longo do tempo. Ao fim do processo, deve ter a capacidade de responder como você gostaria que a sua orga- nização estivesse ao fim do horizonte de tempo estipulado. Chiavenato; Sapiro (2015) apontam que a visão deve ter como premissas a aderência aos fatos reais, uma descri- ção concisa, porém poderosa, e que promova o equilíbrio para todas as partes interessadas. Além disso, a redação deve esclarecer a todas as partes interessadas a direção de negócios, estabelecendo uma condição futura, motivando os interessados à ação e inspirando as pessoas a buscar juntas o atingimento dos objetivos propostos. A missão deve ser específica para a sua organização e deve ser validada e ajustada até que seja compreendida por todos. 33 Estratégia Empresarial| Unidade 2 -Missão, Visão, Valores, Objetivos e Metas Para ser efetiva, deve ser passível de ser desmembrada em indicadores de avaliação e metas numéricas, que possam ser medidas e avaliadas ao longo do tempo. Isso é importante para que você, enquanto gestor, tenha como avaliar se, de fato, a organização conseguiu atingir os resultados pretendidos e, se não, fazer as alterações necessárias tendo como base dados e informações palpáveis. A redação deve ser curta, compreensiva e apontar para o futuro, projetando oportunidades futuras. Deve respon- der à questão: “Para onde queremos chegar?”. Pode ser descrita usando a seguinte fórmula: Verbo (no futuro) + objetivos + tempo (até quando?). Toda visão deve ter um horizonte estratégico, também chamado de horizonte temporal, que vai ser definido a partir da dinâmica do negócio em que a organização atua. De acordo com Oliveira (2013, p. 65), ela é o que a organização espera “em um futuro próximo ou distante, de acordo com o horizonte de tempo” que os executivos conseguem visualizar. Em algumas organizações, principalmente nas privadas, esse horizonte é mais facilmente observado e, muitas vezes, pode ser identificado na escrita da visão. Outras vezes, sua escrita subentende que esses objetivos serão buscados ao longo do tempo. Alguns exemplos: Visão do Banco do Brasil: “Nossa visão é a de ser o banco mais confiável e relevante para a vida dos clientes, funcionários e para o desenvolvimento do Brasil.” Visão da Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB: “Ser referência como empresa de inteligência, formulação e execução de políticas públicas voltadas à agropecuária e ao abastecimento.” Pela análise dos exemplos, percebemos que os objetivos da organização devem ser bem descritos na visão e ela deve ser passível de ser desmembrada em objetivos e metas estratégicas. Lembre-se de que ela faz parte e deve estar relacionada com os demais norteadores estratégicos. 2.3.4 Valores Também chamados de declaração de valores, são as regras morais que descrevem os princípios, as crenças e a filosofia que irão guiar os ideais de comportamentos, atitudes e decisões de todas as pessoas que fazem parte da organização e representam os princípios éticos que orientam as ações e decisões da organização. Eles podem ser utilizados pelas organizações em sua lista de valores em seu processo seletivo, na escrita de seus manuais de procedimentos e de conduta e na avaliação de desempenho dos seus colaboradores, pois há a neces- sidade de compatibilizar os interesses individuais e coletivos e valores que auxiliam na busca de uma relação ideal entre o perfil dos seus colaboradores e os princípios que norteiam a organização. Na redação, a descrição deve ser curta, devendo ser identificado um conjunto de valores que caracterize compor- tamentos e atitudes de acordo com as linhas de conduta estabelecidas. Se sua organização fosse uma pessoa, por quais atitudes você gostaria que ela fossa lem- brada? 34 Estratégia Empresarial| Unidade 2 -Missão, Visão, Valores, Objetivos e Metas O ideal é que esse conjunto de valores não seja representado por mais de cinco frases, para que esses princípios não se tornem repetitivos, e sim sejam facilmente transmitidos dentre os colaboradores. É importante que eles possam representar a identidade da organização, pois costumam ser inegociáveis e perenes. Alguns exemplos: Valores dos Correios: “Ética, meritocracia, respeito às pessoas, compromisso com o cliente, sustentabilidade.” Importante: os valores devem ser descritos de forma a serem reconhecidos e praticados por todos na empresa, em todos os cargos, nos diversos níveis hierárquicos, desde a zeladora até o acionista. 2.3.5 Objetivos Os objetivos são os resultados, gerais e/ou específicos, qualitativos ou quantitativos, que a organização espera atingir. São gerais quando tratam de toda a organização, e específicos quando se referem a resultados operacio- nais, financeiros ou qualquer outro buscado pela organização. Figura 5: Objetivos. Legenda: Um objetivo é um alvo a atingir em função de um período de tempo. Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Objetivos_o_metas.jpg>. Para formulá-los, é preciso estabelecer o alvo que pretendemos atingir. Quem são eles? Podem ser os consumi- dores, os fornecedores, os colaboradores e assim por diante. Como geralmente você terá objetivos diferentes para alvos diferentes, é preciso escolher os alvos prioritários e definir, para cada um deles, o que você pretende, ou seja, quais resultados são esperados. 35 Estratégia Empresarial| Unidade 2 -Missão, Visão, Valores, Objetivos e Metas Chiavenato; Sapiro (2015) identificam a importância dos objetivos organizacionais: • Servem como padrões para a identificação do êxito e da eficiência em relação ao que foi pretendido. • Servem como unidade de medida para comparar a produtividade pretendida e alcançada, seja no tempo ou em comparação com os concorrentes. • Funcionam como um aglutinador de esforços, pois traçam um caminho em comum a ser seguido, o que traz convergência de atividades e de esforços coordenados. Eles devem ser cumpridos em certo prazo, que denominamos de horizonte de tempo, os quais costumam ser divididos em curto, médio e longo prazos. Cada negócio tem um horizonte de tempo diferente, que é determinado pela dinâmica do mercado: quanto mais dinâmico, mais curto deve ser seu horizonte de tempo. Por exemplo: se o mercado onde sua organização está inserida muda a cada três meses, é prudente considerar um ano o seu horizonte de longo prazo. Para a determi- nação do horizonte de tempo, é necessário, também, levar em consideração fatores estruturais (como o tempo de desenvolvimento de um novo produto e o tempo de produção, por exemplo). O quadro a seguir apresenta os requisitos dos objetivos: Quadro 2.1: Requisitos dos objetivos. Requisito Descrição Mensurabilidade Devem ser passiveis de mensuração/medição. Para isso, é importante estabelecer métricas e formas de levantamen- to de dados quantitativos (porcentagens, valores, núme- ros). Abrangência Devem cobrir todas as áreas da organização, principal- mente as áreas-chave. Desafio Devem trazerdesafios e possibilidades de desenvolvi- mentos pessoais e organizacionais a partir de uma base razoável. Temporalidade Devem ser definidos para um determinado período de tempo para que seu desenvolvimento possa ser medido, acompanhado e, possivelmente, revisto. Relevância Devem ser perceptivelmente relevantes e relacionados a recompensas pelo seu cumprimento. Comunicação Devem ser adequadamente comunicados, pois devem ser perfeitamente entendidos por seus responsáveis. Legenda: Requisitos para a elaboração dos objetivos organizacionais. Fonte: Chiavenato; Sapiro (2015, adaptado). Os objetivos devem ser arrojados, para desafiar a organização a avançar no processo de planejamento estraté- gico. Percebemos, assim, que eles são fundamentais para garantir a sobrevivência da organização, pois garantem a unidade organizacional e ajudam a mostrar em qual patamar a organização se encontra. 36 Estratégia Empresarial| Unidade 2 -Missão, Visão, Valores, Objetivos e Metas 2.3.6 Metas Metas são tarefas específicas para se alcançar os objetivos em um dado horizonte de tempo. Enquanto os objeti- vos indicam o que você pretende alcançar, as metas especificam esses objetivos quantitativamente e, para serem efetivos, precisam ser mensuráveis. É importante estabelecer indicadores (porcentagens, números) que ajudem a organização a identificar se e de que forma os objetivos e as metas foram alcançados. Um exemplo seria: aumentar o faturamento em 10% e atingir a meta de R$ 100.000,00 em vendas em um mês. O resultado do alcance das metas pode indicar o grau de superação da organização. O monitoramento perió- dico das metas possibilita que a organização se adapte melhor em um ambiente dinâmico e mutável, pois se os indicadores definidos para as metas estiverem abaixo do padrão para uma atividade em determinado período, a organização poderá fazer as correções e as mudanças necessárias para a melhoria do desempenho da organi- zação. 2.4 Plano de ação Planos de ação são desdobramentos do planejamento estratégico, elaborados para alcançar os objetivos deli- neados. Cada área funcional é responsável pela implantação dos planos de ação correspondentes para o atingi- mento de seus objetivos específicos. Desta forma, entende-se que ele é o planejamento das ações, em cada área funcional, para atingir um resultado desejado. A 5w2h é uma das ferramentas utilizadas na elaboração de planos de ação, pois nos permite definir exatamente o que precisa ser feito. É algo que se tornou tão popular que não se sabe ao certo quem a desenvol- veu. Para saber mais sobre objetivos e suas perspectivas nas organizações, leia o artigo “A Questão dos Objetivos nas Organizações”. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0034-75901990000200002>. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75901990000200002 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75901990000200002 37 Estratégia Empresarial| Unidade 2 -Missão, Visão, Valores, Objetivos e Metas Para sua implementação, devemos responder às seguintes perguntas: Figura 6 Fonte: <https://previews.123rf.com/images/sombatkapan/sombatkapan1403/sombatkapan140300087/26504981- Questions-mark-with-icons-long-shadows-Stock-Photo.jpg>. Ele deverá, também, indicar as formas de implementação, monitoramento e controle do planejamento estraté- gico para que possamos ter parâmetros de comparação entre o que foi decido e idealizado com o que de fato conseguimos obter de resultados no fim do processo. A criação de indicadores nos auxilia a realimentar o pro- cesso e a corrigir eventuais falhas que não foram identificadas em um primeiro momento. https://previews.123rf.com/images/sombatkapan/sombatkapan1403/sombatkapan140300087/26504981-Questions-mark-with-icons-long-shadows-Stock-Photo.jpg https://previews.123rf.com/images/sombatkapan/sombatkapan1403/sombatkapan140300087/26504981-Questions-mark-with-icons-long-shadows-Stock-Photo.jpg 38 Estratégia Empresarial| Unidade 2 -Missão, Visão, Valores, Objetivos e Metas A ferramenta 5w2h pode ser utilizada tanto sozinha (para resolver problemas ou tomar decisões cotidianas) quanto atrelada a outras ferramentas analíticas (como a análise SWOT, BCG ou PESTEL), as quais veremos mais adiante em outras unidades. Pode ser respondida em um quadro ou utilizada em uma planilha para indicar a resposta/análise das seguintes informações: Figura 7 Fonte: <https://previews.123rf.com/images/theseamuss/theseamuss1405/theseamuss140500012/28454811-Layout- for-options-or-steps-Abstract-template-for-background--Stock-Photo.jpg>. https://previews.123rf.com/images/theseamuss/theseamuss1405/theseamuss140500012/28454811-Layout-for-options-or-steps-Abstract-template-for-background--Stock-Photo.jpg https://previews.123rf.com/images/theseamuss/theseamuss1405/theseamuss140500012/28454811-Layout-for-options-or-steps-Abstract-template-for-background--Stock-Photo.jpg 39 Estratégia Empresarial| Unidade 2 -Missão, Visão, Valores, Objetivos e Metas Para ser utilizado de forma mais prática, o quadro pode ser desenvolvido da seguinte forma: Quadro 2.2: 5w2h. What O quê? Why Por quê? Who Quem? Where Onde? When Quando? How Como? How much Quanto? Identifique, liste e descreva ações, problemas ou desafios. Justifique a necessidade de cada intervenção necessária de acordo com cada problema identificado. Identifique quem será responsável por cada ação. Identifique qual(is) local(is) onde as ações ocorrerão. Estabeleça prazos para o desenvolvimento das ações. Liste os procedimentos e/ou as etapas para a execução. Identifique custos, formas e datas de desembolso. Legenda: Ferramenta 5w2h para o plano de ação. Fonte: Elaborado pela autora (2017). Como se trata, basicamente, de uma tabela, a ferramenta pode ser feita em editores ou planilhas online. Desta forma, todos os envolvidos no processo de discussão e elaboração poderão acessá-la e editá-la. Não se esqueça de consultar as atividades do Fórum relacionadas a essa unidade. 40 Considerações finais Nesta unidade, abordamos os seguintes assuntos: Conceitos iniciais relacionados à estratégia empresarial e ao planeja- mento estratégico (estratégia, planejamento, estratégia empresarial, pla- nejamento estratégico). Esses conceitos são importantes para que possa- mos compreender a relação entre eles e os assuntos que foram abordados em profundidade na unidade. A importância do planejamento estratégico para as organizações. Os norteadores estratégicos (missão, visão, valores, objetivos e metas) que embasam a tomada de decisões de uma organização. Vimos que eles fazem parte do esforço da organização em prever e propagar o planeja- mento estratégico por todos os níveis, setores e pessoas envolvidas na organização. Criar direcionamentos estratégicos, por meio de objetivos e metas alcan- çáveis, com planos de ação bem definidos e claros. A ferramenta 5w2h é uma das mais conhecidas na elaboração de planos de ação nas organizações. Revise constantemente os assuntos abordados nesta unidade, pois eles serão fundamentais para a compreensão dos conteúdos das demais uni- dades desta disciplina. Referências bibliográficas 41 BANCO DO BRASIL. Quem somos. Disponível em: <http://www.bb.com. br/pbb/pagina-inicial/sobre-nos/quem-somos#/>. Acesso em: 1 maio 2017. BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL. Quem somos. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/wps/portal/ site/home/quem-somos>. Acesso em: 1 maio 2017. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. Apresentação. Disponível em: <http:// www.caixa.gov.br/sobre-a-caixa/apresentacao/Paginas/default.aspx>. Acesso em: 1 maio 2017. CHIAVENATO, I.; SAPIRO, A. Planejamento Estratégico: Fundamentos e Aplicações - da Intenção aos Resultados. Rio de Janeiro: Campus, 2015. COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Planejamento e Gestão. Disponível em: <http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1051&t=1>. Acesso em: 1 maio 2017. CORREIOS. Identidade