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Administração de Recursos Humanos 1ª e di çã o Planejamento Estratégico Kenya Lima Planejamento Estratégico 2 DIREÇÃO SUPERIOR Chanceler Joaquim de Oliveira Reitora Marlene Salgado de Oliveira Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva FICHA TÉCNICA Texto: Kenya Lima Revisão Ortográfica: Marcus Vinícius da Silva e Natália Barci de Souza Projeto Gráfico e Editoração:, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos, Marcos Antonio Lima da Silva Supervisão de Materiais Instrucionais: Janaina Gonçalves de Jesus Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos COORDENAÇÃO GERAL: Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói Bibliotecária: Elizabeth Franco Martins CRB 7/4990 Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se responsabilizando a ASOEC pelo conteúdo do texto formulado. © Departamento de Ensino a Distância - Universidade Salgado de Oliveira Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). L732p Lima, Kenya. Planejamento estratégico / Kenya Lima ; revisão Natália Barci de Souza e Marcus Vinicius da Silva. – Niterói, RJ: EAD/UNIVERSO, 2012. 96 p. : il. 1. Planejamento estratégico. 2. Mercado (Economia). 3. Administração estratégica. 4. Gestão estratégica. 5. Organização. 6. Educação à distância. I. Souza, Natália Barci de. II. Silva, Marcus Vinicius da. III. Título. CDD 658 Planejamento Estratégico 3 Palavra da Reitora Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD que reúne os diferentes segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria aprendizagem. O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem- sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, graduação ou pós-graduação. Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! Professora Marlene Salgado de Oliveira Reitora Planejamento Estratégico 4 Planejamento Estratégico 5 Sumário Apresentação da Disciplina ......................................................................................................... 7 Plano da Disciplina .......................................................................................................................... 8 Unidade 1 – Processo de Planejamento Estratégico .......................................................... 11 Unidade 2 - Analise Setorial – Modelo das Cinco Forças da Concorrência ................ 35 Unidade 3 – Análise das Competências Essenciais ............................................................. 51 Unidade 4 – Elaboração de Planos de Ação Funcionais .................................................... 65 Unidade 5 – Estudos de Casos .................................................................................................... 79 Referências ......................................................................................................................................... 89 Considerações Finais ...................................................................................................................... 91 Conhecendo a Autora .................................................................................................................... 92 Anexos ................................................................................................................................................. 93 Planejamento Estratégico 6 Planejamento Estratégico 7 Apresentação da Disciplina Caro aluno, Seja bem-vindo à disciplina Planejamento Estratégico. A área de Planejamento estratégico trata da maneira pela qual as organizações planejam suas estratégias, direcionam e antecipam as suas atividades. “Não é a mais forte das espécies que sobrevive, nem a mais inteligente, mas aquela que melhor responde às mudanças” (Charles Darwin, 1809 – 1882). Nesta disciplina, serão trabalhados os conteúdos relacionados com o planejamento estratégico e que constantemente estão mudando para enfrentar os novos e excitantes desafios do atual mundo dos negócios. O campo da estratégia – aí incluída denominações como pensamento estratégico, administração estratégica, ou planejamento estratégico – necessita ser encarado de forma ampla e aberta. Também suas muitas tendências devem ser discutidas e questionadas, objetivando reconciliação que produza uma melhora contínua seja na teoria, seja na aplicação prática por indivíduos ou empresas. Esta disciplina pretende propiciar a você, a oportunidade de compreender como uma empresa planeja em um ambiente competitivo, valendo-se da análise do ambiente externo: cenários, oportunidades, ameaças e o ambiente competitivo, análise do ambiente interno e a aplicação das principais ferramentas estratégicas. Didaticamente, os conteúdos serão apresentados em cinco unidades que estarão acompanhadas de seus respectivos objetivos. Após a exposição do material teórico, serão oferecidas atividades de revisão e fixação dos conteúdos trabalhados. Estaremos sempre presentes no sentido de auxiliá-los em suas tarefas. Bons Estudos. Planejamento Estratégico 8 Plano da Disciplina A disciplina Planejamento Estratégico tem comoprincipal objetivo transmitir conceitos permitindo ao aluno pensar e agir estrategicamente. Formulação de estratégias competitivas, no âmbito do Planejamento Estratégico e Financeiro. A disciplina foi dividida em cinco unidades, as quais estão subdivididas em tópicos, com o objetivo de facilitar a compreensão dos conteúdos. Sendo assim, faremos um pequeno resumo de cada unidade, enfatizando seus objetivos para que você tenha uma visão generalizada daquilo que irá estudar. Unidade 1 – Processo de Planejamento Estratégico Nesta primeira unidade de estudos, será apresentada uma visão geral sobre o processo de planejamento estratégico; o conceito de estratégia e planejamento estratégico, declaração da missão, visão, valores e o entendimento do funcionamento da ferramenta SWOT para analisar o ambiente interno e externo da organização. Objetivos: Compreender a importância do processo do planejamento estratégico para uma organização, entender o conceito de estratégia e planejamento estratégico, entender o funcionamento da ferramenta SWOT. Unidade 2 - Analise Setorial – Modelo das Cinco Forças da Concorrência Em nossa segunda unidade vamos estudar as forças que atuam na indústria, vamos entender o funcionamento do modelo elaborado por Michael Porter - Modelo das cinco forças da concorrência e as estratégias competitivas genéricas. Objetivos: Apresentação das forças que atuam na indústria, entender o funcionamento do Modelo das cinco forças da concorrência, entender o conceito das estratégias competitivas genéricas. Planejamento Estratégico 9 Unidade 3 – Análise das Competências Essenciais Em nossa terceira unidade será apresentada a definição de competências essenciais, vamos entender como essas competências essenciais podem ser percebidas pelo cliente e serem fonte de vantagem competitiva para a organização. Objetivo: Apresentar a definição de competências essenciais, entender o conceito de competências como fonte de vantagem competitiva para a organização, identificar as competências necessárias para o cumprimento da estratégia da organização. Unidade 4 – Elaboração de Planos de Ação Funcionais Na quarta unidade vamos descobrir o que é um plano de ação, focaremos na interação e influências do plano de ação estratégico com orçamento das organizações. Vamos estudar a ferramenta 5W2H para construção do plano de ação. Objetivo: Compreender o conceito de plano de ação estratégico, analisar a interação e a influência do plano no orçamento da empresa, identificar a importância e compreender a ferramenta 5W2H. Unidade 5 – Estudos de Casos Em nossa última unidade vamos aprender a estruturar e realizar o planejamento estratégico organizacional a partir de um estudo caso. Ainda com base no estudo de caso vamos aprender também a realizar um plano de ação estratégico funcional através da ferramenta 5W2H. Objetivo: Tornar claro o processo de planejamento estratégico cada vez mais frequente na vida das organizações, relacionar conceitos, princípios, ferramentas e metodologias de formulação de estratégias do processo de planejamento estratégico e no plano de ação estratégico funcional, obter uma ampla visão das atividades de planejamento e plano de ação, propiciando conhecimento sobre áreas funcionais. Planejamento Estratégico 10 Planejamento Estratégico 11 1 Processo de Planejamento Estratégico Processo de Planejamento Estratégico. Missão e Definição de Negócio. Construção de Cenários, Diagnóstico Estratégico. Estabelecimento de Objetivos e Metas. Interação entre Cenários, Missão e Objetivos. Planejamento Estratégico 12 Nessa primeira unidade de estudos, será apresentada uma visão geral sobre o processo de planejamento estratégico; o conceito de estratégia e planejamento estratégico, declaração da missão, visão, valores e o entendimento do funcionamento da ferramenta SWOT para analisar o ambiente interno e externo da organização. Objetivos da Unidade: Compreender a importância do processo do planejamento estratégico para uma organização; Entender o conceito de estratégia e planejamento estratégico; Entender o funcionamento da ferramenta SWOT. Plano da Unidade Processo de Planejamento Estratégico. Missão e Definição de Negócio. Construção de Cenários, Diagnóstico Estratégico. Estabelecimento de Objetivos e Metas. Interação entre Cenários, Missão e Objetivos. Bem-vindo à primeira Unidade de Estudo. Sucesso! Planejamento Estratégico 13 Processo de Planejamento Estratégico Existem inúmeras possibilidades para se conceituar estratégia. De forma muito abrangente poderemos visualizá-la como sendo uma conspiração para o sucesso. Em termos funcionais podemos configurá-la como a arte de capturar oportunidades, neutralizar ameaças, sustentar posições conquistadas, além de equacionar crises externas ou internas à organização. A estratégia é um termo transportado das aplicações militares para a administração que, em sua acepção original, está ligada à arte de planejar, executar movimentos e operações visando alcançar ou manter posições relativas. Esse termo foi gradativamente agregado à administração com o objetivo de lidar com a acirrada competitividade das empresas de mercado. A partir dessa ideia, percebe- se que, inicialmente, faz-se necessário fixar os objetivos para que, a partir destes, sejam definidos os meios para obtê-los. A estratégia pode ser visualizada como um processo, no qual existe uma série de etapas vão ocorrendo, desde a captura de informações até a implementação de projetos, sucedidos pela concretização de ações e realizações. O grande desafio inerente ao próprio processo estratégico é jamais descuidarmos do mesmo, mantendo-nos, num estado de alerta permanente. Em outras palavras, o processo estratégico não permite descuidos nem distrações, pois o preço a pagar é inevitavelmente (e sempre) muito alto. Dentro desse contexto deveremos estar sempre atentos a todas as fases e etapas do referido processo estratégico, como se fossemos dotados de uma visão de 360º, varrendo todo um oceano de oportunidades, ameaças e seus desdobramentos – os quais logicamente poderão ser benéficos ou perversos. Os Três Níveis de Estratégia Para melhor compreender as diferentes abordagens estratégicas adotadas pelas empresas, podemos dividir a Estratégia em três níveis: Estratégia Funcional, Estratégia Competitiva (ou de Negócios), Estratégia Corporativa (ou Empresarial). Planejamento Estratégico 14 Estratégia Funcional Define as atividades de valor da empresa; são os métodos operacionais que a administração escolhe para a empresa – “O QUE”. Ter um processo de logística & distribuição eficiente é uma estratégia funcional da Coca-Cola e da Souza Cruz, por exemplo, embora nenhuma dessas duas empresas tenha como atividade principal o transporte de produtos. O que acontece é que a venda de bebidas e de cigarros depende fundamentalmente da disponibilização dos produtos nos pontos de venda. Estratégia Competitiva (ou de Negócios) Estratégias de negócios são os planos de batalha utilizados para lutar contra a concorrência no setor do qual uma empresa participa. Uma vez posta em prática em cada uma de suas áreas de negócio, define os movimentos que a empresa deve realizar para se posicionar favoravelmente frente a seus concorrentes num dado setor –“COMO”. A estratégia de baixo preço das empresas de transporte aéreo, como por exemplo, a Gol é um exemplo de como ganhar mercado utilizando uma estratégia competitiva bem definida. Estratégia Corporativa (ou Empresarial) Determina as áreas de negócios da empresa, levando-a a se introduzir em um setor ou se retirar de outro, a fim de obter um portfólio equilibrado de negócios – “ONDE”. Como exemplos,podem ser citadas as estratégias de atuar em todo o mundo da Microsoft ou a estratégia de focar em determinadas regiões da Natura. Planejamento Estratégico 15 Nas organizações, o futuro é incerto quando há insuficiência de informações, por isso é de suma importância o planejamento. O planejamento é uma técnica para estudar o futuro (incerto e inevitável). Planejar é definir objetivos e as formas de realiza-los. E do que se trata o planejamento estratégico? Planejamento Estratégico é uma maneira de formalizar – ou colocar no papel – a estratégia de uma organização. É uma sequência de análises e decisões que visa elaborar uma estratégia com base na análise da situação atual, ambiente externo e ambiente interno. Peter Drucker (1998) ressalta que “o planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas as implicações futuras de decisões presentes.”. Um dos problemas enfrentados pelo executivo que toma decisões não é o que a sua empresa deve fazer no futuro, mas sim o que deve fazer hoje para a empresa estar preparada para as incertezas do futuro. O planejamento tem o objetivo de fixar metas organizacionais, definindo o rumo que a organização quer tomar e para isso, a organização deve ter uma visão holística, globalizada do ambiente interno e externo, que vão influenciar na escolha das estratégias. O planejamento estratégico é o processo contínuo de, sistematicamente e com o maior conhecimento possível do futuro contido, tomar decisões atuais que envolvem riscos; organizar sistematicamente as atividades necessárias à execução dessas decisões e, através de uma retroalimentação organizada e sistemática, medir os resultados dessas decisões em confronto com as expectativas alimentadas. Segundo OLIVEIRA (1995), o planejamento estratégico pode ser definido como um processo contínuo que visa estabelecer um estado futuro desejado, com a melhor concentração de esforços e recursos pela empresa, considerando como aspectos principais: a) Decidir no presente pensando nas implicações futuras; b) A inter - relação de ações que visam alcançar os objetivos previamente estabelecidos; c) O processo de planejamento é mais importante que o seu produto final, ou seja, ele deve ser feito pela empresa e não para a empresa. Planejamento Estratégico 16 Planejar é importante, mas por si só não apresenta resultados, deve ter o apoio e a participação de todos os integrantes. O problema está na implementação do plano estratégico, pois depende diretamente da habilidade, experiência e valores dos integrantes, isto implica em mudanças, resistências e conflito de interesses. Missão, Visão e Definição de Negócio Para se definir o negócio há necessidade de perguntarmos qual é o nosso negócio? Sua definição será dada quanto ao âmbito de sua atuação. Esta resposta tem que ser ampla e levar em consideração as oportunidades e ameaças do meio ambiente. Segundo Drucker (1989), a questão é que tão raramente perguntamos ao menos de forma clara e direta ou dedicamos um estudo e uma reflexão adequada sobre o assunto, que este pode ser, talvez, a mais importante causa do fracasso dos negócios. A definição não é tão óbvia quanto à maioria das pessoas pode pensar. Enquanto buscamos identificar de fato o negócio nos deparamos com muitas perguntas que precisam ser respondidas antes que nosso fim maior seja atingido. Na verdade, a definição do negócio é a determinação de seu âmbito de atuação. Algumas perguntas importantes: O que fazemos hoje que devemos continuar fazendo no futuro? O que fazemos hoje que não devemos mais fazer no futuro? O que não fazemos hoje e que devemos começar a fazer para criarmos nosso futuro? O que os nossos concorrentes estão fazendo que lhes garantirão o sucesso no futuro? Quem são e serão nossos clientes? Planejamento Estratégico 17 O critério de definição de negócio relacionado com a agregação de valor que o produto/serviço proporciona ao Cliente denomina-se CORE BUSINES (CB). Exemplo de Core Business (CB) de diferentes empresas. Empresa Core Business Restrito Core Business Ampliado ARISCO Temperos Alimentos INTEL Chips de memória Processadores CITIBANK Serviços Financeiros Soluções Financeiras KOPENHAGEN Chocolates Presentes PETROBRAS Petróleo Energia Exemplificando Qual o negócio da Kopenhagem? Visão restrita: Chocolate Visão ampla: Presentes Consequências práticas: Preço Embalagem Localização Atendimento Horário de funcionamento Competidores definidos Planejamento Estratégico 18 Declaração de Missão, Visão e Valores “... – O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminhoque devo tomar para sair daqui? – perguntou Alice.– Isso depende muito de para onde você quer ir – respondeu o Gato.– Não me importo muito para onde... – retrucou Alice– Então não importa o caminho que você escolha – disse o Gato....” “As Aventuras de Alice no País das Maravilhas”, Lewis Carrol (diálogo entre as personagens Alice e o Gato). Declaração da Visão A declaração de visão expressa à direção em que a empresa pretende seguir. Aponta o caminho para o futuro. A Visão é o objetivo, a ideia que se quer concretizar. O plano estratégico é o instrumento que prevê cada etapa, cada passo dessa construção – é tudo que uma empresa precisa fazer para que a visão de hoje seja realidade amanhã. Características da visão. É o que se “sonha” para o negócio. É “aonde vamos”. Projeta “quem desejamos ser”. Deve ter uma data. Quando? Estabelece direções e foco Energiza a empresa. É inspiradora. Focalizada no futuro. É mutável conforme os desafios. É o “Passaporte” para o futuro. Planejamento Estratégico 19 Só se deve desenvolver a estratégia corporativa a partir do momento em que se sabe aonde se quer chegar, como na estória da Alice no País das maravilhas se não sabe aonde se quer chegar, qualquer direção irá servir. Declaração de Missão A declaração de missão expressa à razão de ser da organização, o que a empresa é, bem como o que faz, porém não limita descrever somente os objetivos da empresa em termos de produtos e clientes; ele capta a alma da organização. Características da Missão Identifica o negócio. É a partida. Identifica quem somos. Dá rumo à empresa. É motivadora. Foco no presente para o futuro. Vocação para a eternidade. É a “Carteira de identidade” da empresa. Exemplificando Visão da Kopenhagem Ser um grupo competitivo que atue de forma abrangente no segmento alimentício, através de um portfólio de produtos com qualidade, representado por marcas fortes, com características e propostas únicas. Visão da Petrobrás A Petrobras será uma empresa integrada de energia com forte presença internacional e líder na América Latina, atuando com foco na rentabilidade, na responsabilidade social e ambiental. Planejamento Estratégico 20 Declaração dos Valores A ética empresarial tem girado em torno da sobrevivência no mercado. Atenda seus clientes, vença a concorrência. Contudo, mesmo em um ambiente de negócios dominado pelas economias de mercado, pela competição global e pelas leis da selva, os valores continuam sendo importantes. Os valores mantêm todos em sua organização no curso certo, caminhando na mesma direção. Quando ocorrer o inesperado, você estará preparado para reagir rápida e decisivamente, baseado numa clara compreensão do que realmente importa. São descritos no plano estratégico, os valores são a forma como a organização pauta suas estratégias, ações e projetos. Eles devem estar presentes na condução das atividades e refletir o jeito de ser da organização. Eemplificando Missão da Kopenhagem Fabricar produtos de altíssima qualidade, preservando seu sabor com sofisticação e originalidade. Preocupada em proporcionar felicidade através do seu chocolate,está sempre atenta às mudanças do mercado para inovar e ir ao encontro das preferências de seus consumidores, oferecendo as melhores lojas, o melhor atendimento, o melhor produto para consumir e presentear. Missão da Petrobrás Atuar de forma segura e rentável, com responsabilidade social e ambiental, nas atividades da indústria de óleo, gás e energia, nos mercados nacional e internacional, fornecendo produtos e serviços adequados às necessidades dos seus clientes, contribuindo para o desenvolvimento do Brasil e dos países onde atua. Planejamento Estratégico 21 Construção de Cenários, Diagnóstico Estratégico Devido ao fato do futuro ser imprevisível, entre desistir de prever o que vai acontecer e conseguir se aproximar dos acontecimentos futuros, as organizações têm escolhido a segunda opção. A criação de cenários é uma técnica cada vez mais utilizada, porque busca prever combinações de variáveis de diversas naturezas e origens (econômicas, sociais, políticas, mercadológicas, entre outras), buscando uma forma melhor para lidar com incertezas em que as decisões serão tomadas. É muitas vezes útil gerar cenários baseados em resultados prováveis: otimista, pessimista e mais provável. A consideração de um cenário pessimista é frequentemente útil para se testarem pressupostos e planos existentes. A aura de otimismo que muitas vezes cerca um plano estratégico pode incluir suposições explícitas de que concorrentes não irão reagir agressivamente, de que o mercado não irá se diluir ou desintegrar ou de que problemas tecnológicos não virão à tona Exemplificando Valores e princípios da Petrobras Desenvolvimento sustentável. Integração. Prontidão para mudanças. Empreendedorismo e inovação. Ética e Transparência. Respeito à vida. Diversidade humana e cultural. Pessoas. Orgulho de ser Petrobras. Planejamento Estratégico 22 As principais funções dos cenários são: Proporcionar meios seguros para reflexões para as possíveis alternativas de evolução do ambiente; Prever o significado que as alternativas de evolução do ambiente poderão ter sobre a organização; Preparar a organização para qualquer contingência; Auxiliar a organização na tomada de decisões estratégicas que possam contribuir para a obtenção de vantagem para a organização, por intermédio da identificação de ameaças e oportunidades. A formulação de cenários consiste em imaginar possíveis futuros, ou seja, modelos do que pode vir a acontecer. ERRA, TORRES e TORRES (2003), sugerem seis etapas para o processo de formulação de cenários, as quais serão descritas a seguir: 1. Identificação do foco ou da decisão-chave 2. O foco ou a decisão chave para a elaboração de cenários pode ser genérico, relacionado com uma questão ampla da evolução do ambiente, ou específico, correspondente a uma determinada decisão que a organização necessita tomar. 3. Identificação das forças motrizes 4. Esta etapa consiste em identificar os fatores que influenciam e direcionam os cenários relacionados com o foco ou a decisão-chave. Estes fatores, em geral, podem ser de origem econômica, social, política, cultural, tecnológica, legal ou ecológica. Nesta etapa, convém identificar as tendências dos diversos fatores identificados e suas consequências para a organização em termos de ameaças e oportunidades, de modo a auxiliar a organização na tomada de decisões. Planejamento Estratégico 23 5. Classificação das forças motrizes 6. Esta etapa consiste em analisar o inter-relacionamento entre as forças motrizes, classificar as forças motrizes quanto ao grau de importância e certeza para o foco ou a decisão-chave. 7. Seleção dos cenários 8. Esta etapa consiste em selecionar os cenários a serem desenvolvidos. 9. Desenvolvimento de cenários 10. Nesta etapa os cenários são desenvolvidos a partir de suposições que envolvem as forças motrizes. 11. Estabelecimento de indicadores 12. Os cenários descrevem situações possíveis, desta forma, é importante estabelecer um conjunto de indicadores que mostre em que direção se está caminhando. Análise ambiental De acordo com PORTER (1999), a competição vem afetando a estabilidade dos negócios e a dominação dos mercados. A competição deve ser conscientemente exercida uma vez que não se pode evitá-la. O estudo da competição remete a uma análise da organização e as influências provenientes do ambiente na qual esta se insere. A análise ambiental envolve, portanto, o diagnóstico do ambiente interno e externo. A análise do ambiente interno compreende o levantamento de forças e fraquezas inerentes à organização e aos fatores do ambiente externo que interferem na atividade empresarial são imprescindíveis para a identificação de oportunidades e ameaças. A análise externa estuda os fatores do macro ambiente que se subdividem em fatores econômicos, sociais, políticos, demográficos, culturais, tecnológicos, legais, ecológicos e do microambiente que compreende clientes, fornecedores, concorrentes e canais de distribuição. Planejamento Estratégico 24 Na análise interna são verificados os pontos fortes e fracos ambos são variáveis internas controláveis, porém enquanto os pontos fortes promovem uma situação favorável para a organização, os pontos fracos contribuem para uma desfavorável. Na análise externa são verificadas oportunidades e ameaças ambas são variáveis externas não controláveis, porém enquanto as oportunidades podem gerar condições favoráveis, as ameaças podem gerar condições desfavoráveis. O ambiente externo está totalmente fora do controle da organização. Mas, apesar de não poder controlá-lo, a empresa deve conhecê-lo e monitorá-lo com frequência, de forma a aproveitar as oportunidades e evitar as ameaças. Evitar ameaças nem sempre é possível, no entanto pode-se fazer um planejamento para enfrentá-las, minimizando seus efeitos. A Matriz SWOT deve ser utilizada entre o diagnóstico e a formulação estratégica propriamente dita. O diagnóstico estratégico fornece uma fotografia da situação atual, os gestores devem considerar tanto as variáveis internas como as externas. Caso considere apenas variáveis controláveis (internas), deixará a organização enfraquecida perante aos fatores externos, o mesmo ocorre se considerar apenas as variáveis externas. Análise SWOT A palavra SWOT é um acrônimo formado pelas palavras inglesas Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças). A SWOT busca mapear ameaças, oportunidades, forças e fraquezas. É uma análise dinâmica, uma vez que as ameaças, oportunidades, forças e fraquezas modificam-se dia a dia. Uma forma interessante de abordar a questão refere-se ao desenvolvimento de uma série de questionamentos sobre a efetiva situação do mesmo com relação às referidas ameaças, oportunidades, pontos fortes e pontos fracos. O modelo proposto é a "formulação de estratégia que busque atingir uma adequação entre as capacidades internas e as possibilidades externas" (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2000). Planejamento Estratégico 25 S: O que a empresa faz de melhor em relação a seus competidores. W: Aquilo que restringe o que a empresa pode realizar. O: Situações onde as fortalezas da empresa e outros fatores externos podem ser utilizados para ajudar a resolver os problemas que estão sendo enfrentados. T: Situações que podem impactar negativamente a habilidade da empresa em resolver os problemas que estão sendo enfrentados. Relação entre os aspectos da análise SWOT e o ambiente. As relações entre os aspectos internos e externos resultam em quatro situações distintas que irão orientar as opções estratégicas: Ofensivas Ocorre quando uma oportunidade encontra um ou mais pontos fortes da organização, permitindo que a organização possa tirarproveito da situação. Defensivas Ocorre quando uma existe uma ameaça, mas a organização possui um ou mais pontos fortes para amenizar ou anular seus efeitos. Planejamento Estratégico 26 Debilidades Ocorre quando uma oportunidade não pode ser aproveitada devido a um ou mais pontos fracos da organização. Vulnerabilidades Ocorre quando uma ameaça encontra um ou mais pontos fracos, deixando a organização vulnerável. Cuidados na utilização do Matriz SWOT Foco: apesar de interagirem, as forças competitivas comportam-se de maneiras distintas ao serem examinadas em partes diferentes de um mesmo setor. Temporariedade: o Modelo proporciona uma “fotografia” estática do setor, devendo ser exercitado periodicamente para fins de ajustes na atividade de planejamento (variação das forças competitivas no tempo; novos determinantes). Após avaliar as forças que afetam a competição na indústria e suas causas subjacentes, podem-se identificar as forças e fraquezas da empresa com relação a cada uma delas – e à sua resultante. Estabelecimento de Objetivos e Metas O planejamento estratégico tem relação direta com o estabelecimento de objetivos estratégicos, também denominados de objetivos-chave. Tais objetivos devem reforçar as habilidades exclusivas da organização, converter a visão da organização em alvos específicos, fixar marcos pelos quais o desempenho desejado é definido e fazer com que a empresa seja orientada pela busca de resultados. Em suma, os objetivos estratégicos são os grandes desafios que a empresa deverá suplantar para chegar a sua Visão. São AMPLOS. Objetivos estratégicos da Kopenhagem: Planejamento Estratégico 27 1. Capacitar Pessoas. 2. Expandir número de franquias. As metas estratégicas resultam do detalhamento dos objetivos estratégicos. São ESPECÍFICAS. Devem ser: possíveis; mensuráveis; e devem ter prazo. Metas estratégicas da Kopenhagem: 1. Capacitar 250 pessoas em atendimento em 6 meses. 2. Aumentar em 20% o número de franquias em 1 ano. Interação Entre Cenários, Missão e Objetivos O objetivo de planejar a organização de uma empresa é buscar a eficiência, evitar o desperdício de tempo, recursos humanos etc. Por isso é importante que o planejamento organizacional seja algo simples, que todos dentro da empresa entendam e possam seguir. A missão e visão devem ser claros e incorporados no dia a dia da organização. A partir da declaração da visão e missão podem-se estabelecer ações estratégicas que serão implementadas, analisadas e acompanhadas visando atingir os objetivos e metas estipuladas pela organização. A análise do cenário competitivo da organização e do cenário interno da empresa permite identificar as oportunidades e ameaças, forças e fraquezas resultando nas definições dos objetivos, na elaboração das estratégias e no plano de ação para efetuas as mudanças. Um dos grandes desafios relacionados ao planejamento estratégico é justamente a sua implementação, ou seja, é de extrema importância à compreensão da estratégia por todos na organização, normalmente o plano é elaborado pela alta cúpula, mas depende de todos os colaboradores para sua correta execução. Faz-se necessário uma boa comunicação das diretrizes desse plano. Parece ser um grande desafio comunicar algo de forma a garantir um entendimento uniforme e mobilizar para uma ação alinhada; realmente é. As organizações são compostas de pessoas que diferem em cultura, formação, religião, personalidade. Esses fatores influenciam para que a atividade de comunicar e alinhar toda a organização em torno de objetivos comuns seja desafiadora. Planejamento Estratégico 28 Um efetivo plano de comunicação do planejamento estratégico deve ser um instrumento permanente e atuar em três pontos fundamentais: 1. Comunicar o projeto de construção do Mapa Estratégico e conceitos de gestão estratégica: Para que todos estejam alinhados quanto aos conceitos e entendam o projeto que está sendo desenvolvido na empresa, evitando ruídos de comunicação; 2. Comunicar a estratégia: Comunicar a visão, missão de futuro, as metas e objetivos estratégicos da organização, 3. Comunicar as decisões estratégicas: A cada processo de tomada de decisão é de suma importância encaminhar as decisões para quem deve implementá- las. Os públicos dentro de uma organização são diversos: diretoria, fábrica, áreas de compras, finanças, marketing, comercial, etc. É importante que um dos objetivos da comunicação seja fazer com que esses diversos públicos sintam-se parte integrante do processo e enxerguem claramente seu papel e sua contribuição na implementação da estratégia, utilizando os meios e a mensagem mais adequada a cada um dos públicos identificados. Terminamos aqui nossa primeira unidade, aonde vimos visão geral sobre o processo de planejamento estratégico. Na próxima unidade veremos as forças que atuam na indústria. É HORA DE SE AVALIAR! Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo, elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino- aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois às envie através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco Planejamento Estratégico 29 Exercícios – Unidade 1 1- A definição do motivo central do planejamento estratégico, que representa a razão de ser da organização, é o que se denomina: a) estratégia organizacional. b) cenário estratégico. c) visão organizacional. d) objetivos estratégicos. e) missão organizacional. 2- O planejamento estratégico, em uma de suas etapas, propõe um diagnóstico estratégico, onde as variáveis do ambiente interno e do ambiente externo são avaliadas. São consideradas variáveis do ambiente externo: a) variáveis econômicas, legais e políticas. b) estratégias de marketing, de produção e de recursos humanos. c) clima organizacional, cultura organizacional e resistência às mudanças. d) estratégias de marketing, clima organizacional e variáveis legais. e) resistência às mudanças, estratégias de recursos humanos e cultura organizacional. Planejamento Estratégico 30 3- O planejamento estratégico é um processo organizacional que procura responder a questões básicas, como: por que a organização existe, o que ela faz e como faz. Assinale a alternativa INCORRETA, sobre as características do planejamento estratégico: a) o planejamento estratégico está relacionado com a adaptação da organização a um ambiente mutável. b) o planejamento estratégico é orientado para o futuro. c) o planejamento estratégico é uma forma de aprendizagem organizacional. d) o planejamento estratégico é focalizado para o curtíssimo prazo. e) o planejamento estratégico constitui uma tentativa constante de ajustar-se a um ambiente complexo, competitivo e mutável. 4- Um processo de planejamento estratégico de uma organização deve ser iniciado a partir da: a) análise do ambiente externo (oportunidades e ameaças). b) análise do ambiente interno (forças e fraquezas). c) declaração de visão e missão do negócio. d) formulação de metas e objetivos. e) formulação de estratégia. Planejamento Estratégico 31 5- A Matriz SWOT é composta por quatro itens de análise que auxiliam a identificar a) missão; valores; resultados esperados e competências. b) riscos; necessidades; ambiente de negócios e soluções. c) deficiências; grade de sucessos; áreas de foco e metas. d) resultados obtidos; dificuldades; boas práticas e desafios. e) pontos fortes; pontos fracos; oportunidades e ameaças. 6- Com relação a uma organização, analise a afirmativa a seguir. "Ser reconhecida como líder pela qualidade e inovação". Em planejamento estratégico, essa afirmativa corresponde: a) à missão corporativa. b) à visão corporativa.c) ao objetivo estratégico. d) ao objetivo tático. e) ao objetivo operacional. 7- O Planejamento Estratégico I. enfatiza metas precisas que podem ser alcançadas em curto prazo, tendo em vista reduzir a incerteza que predomina em ambientes competitivos. II. tem como foco central a relação entre a análise ambiental externa e a análise organizacional interna, tendo em vista a formulação de objetivos de longo prazo. Planejamento Estratégico 32 III. visa obter um efeito de sinergia entre as capacidades e as potencialidades da organização, envolvendo-a como um todo. IV. pressupõe a separação entre fatores ambientais externos e internos, enfatizando os comportamentos estratégicos reativos das pessoas dentro da organização. V. deve envolver de forma exclusiva a alta gerência da organização, por enfatizar a relação entre conhecimento técnico e capacidade de previsão. Está correto o que se afirma APENAS em: a) I, II e IV. b) I e III. c) II e III. d) III, IV e V. e) IV e V. 8- A Análise SWOT é uma ferramenta utilizada para fazer análise de ambiente, sendo usada como base para gestão e planejamento estratégico de uma corporação ou empresa. Nesse contexto, considere: I. As forças são competências essenciais da empresa, as quais estão sobre sua influência e que podem ser encontradas nas respostas a questionamentos do tipo “o que a empresa possui de melhor que seus concorrentes?”, “o que faz os clientes voltarem à empresa?”, dentre outras. II. As fraquezas são as competências que estão sob influência da empresa, mas que, de alguma forma, atrapalham e/ou não geram vantagem competitiva, podendo ser encontradas nas respostas a questionamentos do tipo “por que os clientes não voltam depois de uma compra?”, “os funcionários são capacitados para suas funções?”, dentre outras. Planejamento Estratégico 33 III. As oportunidades e ameaças são fatores externos de criação ou destruição de valor, que não estão sob influência da empresa, mas que emergem ou da dinâmica competitiva do mercado, ou de fatores demográficos, econômicos, políticos, tecnológicos, sociais ou legais. Está correto o que consta em a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) I e II, apenas. e) I, II e III. 9- Diferencie Meta e Objetivo. 10- Cite 3 funções da construção de cenários. Planejamento Estratégico 34 Planejamento Estratégico 35 Analise Setorial – Modelo das Cinco Forças da Concorrência Forças que atuam na Indústria. Ameaças de Entrada em Mercados. Forças que Influenciam a Competição de Mercados. Pressão dos Produtos Substitutos, dos Clientes e dos Fornecedores. Estratégias Competitivas Genéricas. 2 Planejamento Estratégico 36 Nessa segunda unidade de estudos, serão apresentadas as forças que atuam na indústria, vamos entender o funcionamento do modelo elaborado por Michael Porter - Modelo das cinco forças da concorrência e as estratégias competitivas genéricas. Objetivos da Unidade: Conhecer as forças que atuam na indústria; Entender o funcionamento do Modelo das cinco forças da concorrência; Entender o conceito das estratégias competitivas genéricas. Plano da Unidade: Forças que atuam na Indústria. Ameaças de Entrada em Mercados. Forças que Influenciam a Competição de Mercados. Pressão dos Produtos Substitutos, dos Clientes e dos Fornecedores. Estratégias Competitivas Genéricas. Bem-vindo à segunda unidade de estudo. Sucesso! Planejamento Estratégico 37 Forças que Atuam na Indústria Segundo PORTER (1999), a intensidade da competição em um determinado setor depende das cinco forças básicas apresentadas abaixo. O conjunto destas forças determina o grau de atratividade e em última análise, as perspectivas de lucro do setor. “O modelo das cinco forças que dirigem a concorrência numa indústria é aplicável na etapa da análise ambiental do planejamento estratégico”. Segundo este modelo, o grau da concorrência em uma indústria depende de cinco forças competitivas básicas. É o conjunto destas forças que determina o potencial de lucro final na indústria. (PORTER,1999). Forças que governam a competição em um setor. Serão apresentados, adiante, os principais aspectos inerentes a cada uma das cinco forças do modelo. Planejamento Estratégico 38 Ameaça de Novos Entrantes À medida que uma indústria recebe novos concorrentes, sua capacidade produtiva aumenta. Contudo, a não ser que o mercado esteja crescendo rapidamente, uma nova entrada intensifica a luta por fatias de mercado, reduzindo, assim, os preços e diminuindo a lucratividade do setor. A probabilidade de novas empresas entrarem em uma indústria depende de dois fatores: barreiras de entrada e a retaliação esperada da parte dos concorrentes existentes. Não é difícil perceber que quanto maiores são as barreiras de entrada em uma indústria, mais difícil será a tarefa para novos entrantes ávidos em participar do setor. Se as barreiras forem fortes, tenderão a desestimular a entrada dos novos participantes; se forem fracas não desestimularão os candidatos e poderão, até mesmo, estimular outros possíveis candidatos. As principais variáveis que constituem barreiras de entrada, segundo Porter (1986), são: 1. Economias de escala; Dificultam a entrada de novos concorrentes, pois forçam os candidatos a suprirem volumes elevados ou lidarem com desvantagens em custos. 2. Diferenciação de produtos; Os novos participantes terão investir, despender elevadas somas de dinheiro para estabelecer uma marca que seja forte. 3. Exigências de capital; Um negócio que demande investimentos elevados dificulta e afasta possíveis candidatos. 4. Custos de mudança; Os concorrentes estabelecidos podem ter vantagens de custo independente dos seus tamanhos. Tais vantagens podem estar relacionadas com o uso de uma tecnologia exclusiva, pela localização favorável, pelos subsídios concedidos pelo governo, pelos ativos comprados a preços competitivos ou pelo domínio e conhecimento de operações ou etapas de um determinado processo. Planejamento Estratégico 39 5. Acesso a canais de distribuição; O concorrente que acabará de se estabelecer deve garantir meios de distribuir o seu novo produto ou serviço. É de se esperar que estes meios já estejam sendo utilizados pelos concorrentes já existentes nestas indústrias. Quanto maior o controle dos concorrentes existentes sobre os canais de distribuição, maior dificuldade do entrante se estabelecer. 6. Políticas governamentais. Os governos podem impor uma série de restrições que dificultam a entrada de novos concorrentes, como: regulamentação, taxação, licenciamento, concessão. O governo também pode desempenhar uma função indireta determinante, colocando barreiras aos novos entrantes através de controles como padrões ambientais (níveis de poluição do ar e da água) e regulamentações de segurança. Rivalidade entre os concorrentes existentes Porter (1999) define a rivalidade como a consequência da interação de diversos fatores estruturais, os quais podem potencializar ou minimizar a sua intensidade, tais como: concorrentes numerosos ou bem equilibrados, crescimento lento da indústria, custos fixos ou de armazenamento elevados, ausência de diferenciação ou custos de mudança, capacidade aumentada em grandes incrementos, concorrentes divergentes, grandes interesses estratégicos e barreiras de saída elevadas. Barreiras de saída são fatores econômicos, estratégicos e emocionais que mantêm as companhias competindo em atividades, mesmo que estejam obtendo retornos baixos, ou até negativos, sobre seus investimentos. A corrida competitiva entre empresas rivais é um processo dinâmico em que as empresas iniciamnovas mudanças defensivas e ofensivas, mudando a ênfase de um misto de armas competitivas para outro. Planejamento Estratégico 40 Pressão dos Produtos Substitutos, dos Clientes e dos Fornecedores Empresas de uma determinada indústria podem concorrer com organizações de outras indústrias que fabricam produtos substitutos, os quais são alternativas satisfatórias às necessidades dos clientes, mas são diferentes em relação às características específicas. Os produtos substitutos acabam, assim, estabelecendo um teto para os preços que os players existentes em uma indústria podem cobrar. No caso do preço subir além do preço aceitável pelos consumidores, esses passariam a procurar substitutos. Exemplos clássicos são materiais plásticos substituindo materiais ferrosos; cinemas sofrendo concorrência de canais de TV por assinatura e lentes de contato ou óculos sendo substituídas por cirurgias corretoras, à medida que essas têm seu grau de confiabilidade aumentado e seu custo reduzido. A concorrência de produtos substitutos é mais forte quando os preços dos substitutos são atrativos, os custos de mudança do comprador são baixos, e o comprador acredita que o substituto possui as características iguais ou melhores. Poder de barganha dos compradores Os compradores, por sua vez, podem exercer um poder sobre uma determinada empresa se estes possuírem meios de forçar a queda dos preços ou de exigirem qualidade dos serviços oferecidos. A situação torna-se crítica para a empresa fornecedora quando não existem (ou são pequenos) os custos de mudança impostos aos compradores em caso de troca de fornecedor. Poder de barganha dos fornecedores Os fornecedores podem exercer um poder de negociação sobre os participantes de um setor interferindo em sua rentabilidade. Os fornecedores possuem poder em relação a uma empresa quando: Existem poucos fornecedores no mercado, inexistem produtos substitutos, os compradores não são clientes importantes para os fornecedores, os produtos comercializados pelos fornecedores constituem insumos com importância significativa para o negócio do comprador e os produtos comercializados pelos fornecedores são diferenciados ou têm custos de mudança elevados para os compradores. Planejamento Estratégico 41 Utilizando seu modelo de análise, Porter (1999), salienta que as “tendências em si mesmas não são importantes; o que é crítico é se elas afetam as fontes de competição”. Desta maneira, diante deste modelo, o estrategista passa a ter conhecimento dos pontos fortes e fracos de sua empresa dentro da perspectiva ambiental da indústria, o que possibilita posicioná-la de forma a se defender contra as forças competitivas, influenciar o “balanço” das forças mediante movimentos estratégicos antecipando, inclusive o movimento de seus oponentes. Estratégias Competitivas Genéricas Uma das grandes contribuições de Michael Porter para o pensamento estratégico foi, sem dúvida, o conceito de estratégia genérica. Antes de seu famoso livro “Estratégia Competitiva” (Porter, 1986), a estratégia era encarada como um processo customizado para cada organização. Porter quebra com esse paradigma afirmando que existem somente três posições estratégicas sustentáveis, as quais denominou de estratégias genéricas. Embora a organização possa ter inúmeros pontos fortes, ela poderá alcançar vantagem competitiva de dois modos: diferenciando-se em relação aos demais competidores ou com um custo tão baixo que a concorrência não consiga acompanhar. Tais opções combinadas com a escolha do ambiente competitivo permitem que a organização busque um posicionamento a partir das estratégias genéricas: Liderança em custo; Diferenciação; Foco em baixo custo; Foco em diferenciação. Planejamento Estratégico 42 Estratégias Genéricas de Porter (Adaptado de Porter, 1986). Estratégia de Liderança no Custo Total O ponto central da estratégia de liderança no custo total é a empresa fazer com que seu custo total seja menor do que o de seus concorrentes. O custo mais baixo funciona como mecanismo de defesa da empresa contra a rivalidade de seus concorrentes, especialmente no que se refere à guerra de preços. Esta opção estratégica implica que a empresa seja a líder no custo e não uma dentre várias empresas disputando esta posição. As empresas poderão optar por praticarem preços equiparados aos concorrentes, alcançando margens mais altas, ou praticar preços mais baixos do que estes. Esta última opção implica que a empresa deva não apenas buscar a eficiência operacional e estar estruturalmente enxuta em comparação com seus concorrentes, mas também estar capitalizada para suportar os períodos de baixa lucratividade ou eventual guerra de preços entre os concorrentes. Porter (1986) entende que somente pode existir um líder em custo numa indústria, porquanto, de contrário, a batalha por parcela de mercado entre várias empresas que aspiram à liderança em custo levaria a uma guerra de preços que seria desastrosa para a estrutura de longo prazo da indústria. Isto demanda que a empresa melhore o custo das operações e busque, continuamente, a participação e conscientização dos funcionários para a redução dos custos. Planejamento Estratégico 43 Diferenciação Na estratégia de diferenciação a organização busca um posicionamento singular, ofertando produtos / serviços que possuam características superiores ou produtos /serviços exclusivos que sejam percebidas pelo cliente como um serviço de maior valor em relação às demais alternativas do mercado. As empresas que adotam esta estratégia podem praticar preços superiores pelos serviços prestados ou cobrar um valor menor com o objetivo de aumentar a participação no mercado ou de retenção dos clientes. A diferenciação oferece à empresa uma defesa contra as forças do ambiente, embora de forma diferente daquela permitida pela liderança em custo. A lealdade e a diminuição da sensibilidade ao preço (clientes dispostos a pagar mais para terem um produto que eles consideram que melhor atende às suas necessidades) isolam, em maior ou menor grau, a empresa da rivalidade de seus concorrentes. Similarmente, o poder dos compradores também diminui, uma vez que (por definição de produto diferenciado) eles não encontrarão no mercado outro produto com as mesmas características. Esta estratégia demanda que a empresa sustente a vantagem competitiva inovando os serviços de modo que estes incorporem atributos desejados pelos clientes e possuam características difíceis de serem copiadas pelos concorrentes. Foco em baixo custo ou diferenciação A estratégia de foco consiste em optar por um ambiente competitivo tanto pela definição do escopo de serviços como pela segmentação do mercado de modo que a organização tenha melhores condições de atender o cliente do que os concorrentes. Importante Empresas que fabricam produtos de grife, destinados ao público da classe AAA ou fabricantes de cosméticos com produtos destinados à população de raça negra, são bons exemplos de estratégia de enfoque. Planejamento Estratégico 44 Por fim, Porter (1999) afirma, enfaticamente, que a posição do “meio-termo” não é sustentável, pois não confere vantagem competitiva a seus seguidores. Uma empresa no “meio-termo”, ou seja, aquela que não escolhe de forma unívoca uma das três estratégias genéricas irá competir em desvantagem porque o líder no custo, diferenciadores e enfocadores estarão mais bem posicionados para competir em qualquer segmento. Uma estratégia de foco pode ser arriscada se: Os concorrentes tiverem condições e intenção de atender os segmentos-alvo; Se as preferências dos clientes alinharem-se com os serviços usualmente ofertados no mercado; Se os segmentos-alvo tornarem-se atrativos. Estratégias Específicas Além da opção poruma das estratégias genéricas, a empresa pode fortalecer esta opção com a adoção de uma estratégica específica como as que serão apresentadas nos subitens a seguir. Alianças estratégicas Segundo DOZ e HAMEL (2000), as alianças estratégicas são acordos entre empresas que possuem pelo menos três objetivos distintos: a criação de valor sinérgico que resulta da combinação de recursos, posições, habilidades e fontes de conhecimentos anteriormente isolados, a aprendizagem e a internalização de novas habilidades ou a transformação de concorrentes potencias em aliados e fornecedores de serviços complementares que permitem que novos negócios se desenvolvam. Planejamento Estratégico 45 Fusões e aquisições Uma fusão ocorre quando duas empresas se juntam para formar uma terceira, com um novo nome, já a aquisição ocorre quando uma empresa compra a outra que passa a ter o nome da compradora. Ambas as opções estratégicas são adotadas quando a empresa busca ter operações mais integradas e autônomas não encontradas em uma possível aliança estratégica. Os principais benefícios das fusões ou aquisições são melhores capacidades, maior escopo de serviços, maior cobertura geográfica, maiores recursos financeiros, oportunidades de reduzir custos e lacunas tecnológicas e de aumentar a capacidade de lançamento de novos serviços. Também existem possíveis desvantagens, como as resistências internas das empresas que se juntam, conflitos entre diferentes culturas corporativas e estilos de gerenciamento, dificuldade na integração das operações e problemas para conseguir manter os custos em patamares competitivos, compartilhar tecnologia e melhorar capacitações. Integração A integração visa estender as operações de uma organização, dentro de setor que ela atua, em direção aos seus fornecedores e clientes. A integração da cadeia no sentido do fornecimento visa à redução de custos, à garantia da qualidade de fornecimento ou à garantia dos itens fundamentais para a atividade da organização. Já a integração na direção dos clientes tem como objetivo a redução de custos de distribuição, o contato direto com os consumidores e a não dependência de distribuidores e intermediários. Desintegração e terceirização A terceirização ocorre quando uma empresa transfere uma ou mais atividades para serem executadas por outras empresas com o objetivo de permitir que a empresa se concentre melhor no negócio principal ou nas atividades essenciais da empresa. Em geral ao reduzir as atividades de uma empresa, entregando-as para serem executadas por outras empresas, a empresa ganha foco e diminui seus custos e riscos já que as atividades terceirizadas geralmente são transferidas para empresas especializadas. O principal risco desta estratégia e terceirizar as atividades erradas, principalmente aquelas que são cruciais para a empresa. Planejamento Estratégico 46 E assim chegamos ao final de nossa segunda, na qual estudamos as forças que atuam na indústria, vimos como funciona o modelo das cinco forças da concorrência e as estratégias competitivas genéricas. Mas vamos avançar. Na próxima unidade vamos estudar as competências essenciais que podem são percebidas pelo cliente e que são fonte de vantagem competitiva para a organização. É HORA DE SE AVALIAR! Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo, elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino- aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois às envie através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! Planejamento Estratégico 47 Exercícios – Unidade 2 1- O modelo das cinco forças de Michael Porter é uma ferramenta bastante utilizada para análise da indústria de uma organização. As cinco forças de Porter são: a) poder de negociação de fornecedores, poder de negociação de compradores, penetração de mercado dos concorrentes, ameaça de substitutos e rivalidade de concorrentes. b) poder de negociação de fornecedores, poder de negociação de compradores, cultura de uso de mercado, ameaça de substitutos e rivalidade de concorrentes. c) poder de negociação de fornecedores, poder de negociação de compradores, penetração de mercado dos concorrentes, cultura de uso de mercado e rivalidade de concorrentes. d) ameaça de novos entrantes, poder de negociação de fornecedores, poder de negociação de compradores, ameaça de substitutos e rivalidade de concorrentes. e) ameaça de novos entrantes, poder de negociação de fornecedores, poder de negociação de compradores, cultura de uso de mercado e rivalidade de concorrentes. 2- Assinale a alternativa que não corresponda a um determinante estrutural da intensidade da concorrência. a) ameaça de entrada. b) intensidade da rivalidade entre concorrentes. c) defesa cruzada. d) pressão de produtos substitutos. e) poder de negociação de fornecedores. Planejamento Estratégico 48 3- Porter, no delineamento do seu modelo de estratégia competitiva genérica afirma que, embora uma empresa possa ter inúmeros pontos fortes e pontos fracos em comparação com seus concorrentes, existem dois tipos básicos de vantagem competitiva que uma empresa pode possuir: baixo custo e diferenciação. Esses dois tipos básicos de vantagem competitiva, combinados com o escopo de atividades, levam a três estratégias genéricas que são liderança de custo, a) enfoque e diversificação. b) diferenciação e diversificação. c) diferenciação e enfoque d) diferenciação e desenvolvimento de mercado. e) enfoque e desenvolvimento de produto. Complete abaixo: 4- As principais variáveis que constituem barreiras de entrada, segundo Porter, são: economias de escala; diferenciação de produtos; exigências de capital; acesso a canais de distribuição; e_________________________: a) custo de mudança e novos concorrentes. b) custo de mudança e políticas governamentais. c) políticas governamentais e novos concorrentes. d) novos concorrentes e Padrões ambientais. e) nenhuma das respostas anteriores. Planejamento Estratégico 49 5- Empresas de uma determinada indústria podem concorrer com organizações de outras indústrias que fabricam________________, os quais são alternativas satisfatórias às necessidades dos clientes, mas são diferentes em relação às características específicas. a) produtos substitutos. b) produtos estanques. c) produtos diferenciados. d) produtos competitivos. e) produtos estratégicos. 6- Empresas que fabricam produtos de grife, destinados ao público da classe AAA ou fabricantes de cosméticos com produtos destinados à população de raça negra, são bons exemplos de estratégia de_______________. a) liderança em custos. b) diferenciação. c) foco em baixo custo. d) foco em diferenciação. e) competitividade. 7- A terceirização ocorre quando: a) uma empresa transfere uma ou mais atividades para serem executadas por outras empresas. b) uma empresa elimina a burocracia. c) uma empresa elimina os níveis hierárquicos. d) duas empresas se juntam para formar uma terceira, com um novo nome. e) nenhuma das respostas anteriores. Planejamento Estratégico 50 8-Suponha um bairro nobre que esteja passando por recente crescimento habitacional e grande fluxo de veículos particulares. Nesse bairro, surgiram, recentemente, dezenas de postos de gasolina bem localizados. Todos os postos incluem lojas de conveniências e lavagem automática. Qual fator explica a rivalidade intensa entre os concorrentes desses postos? a) Ameaça de produtos substitutos providos por outro setor. b) Barreiras de saída baixas pela existência de contratos. c) Disputa por mercado consolidado e baixo potencial. d) Concorrentes numerosos e igualmente equilibrados. e) Custos fixos de estoque earmazenagem baixos. 9- Explique o poder de barganha dos compradores. 10-O que são estratégias competitivas genéricas? Cite uma estratégia. Planejamento Estratégico 51 Análise das Competências Essenciais Definição de Competências Essenciais. Processo de Levantamento das Competências Essenciais. 3 Planejamento Estratégico 52 Nessa terceira unidade de estudos será apresentada a definição de competências essenciais, vamos entender como essas competências essenciais podem ser percebidas pelo cliente e serem fonte de vantagem competitiva para a organização. Objetivos da Unidade: Definir competências essenciais; Entender o conceito de competências como fonte de vantagem competitiva para a organização; Identificar as competências necessárias para o cumprimento da estratégia da organização. Plano da Unidade: Definição de Competências Essenciais. Processo de Levantamento das Competências Essenciais. Bons Estudos. Planejamento Estratégico 53 Definição de Competências Essenciais Outro conceito importante que pode ajudar no processo de formulação de estratégias empresariais é o de competências essenciais (core competences). Segundo Parry (1996), uma definição de competência comumente utilizada por profissionais de RH é conjunto de características percebidas nas pessoas que envolvem conhecimentos, habilidades, atitudes que levam a um desempenho superior. Competências envolvem comportamentos observáveis e mensuráveis relacionadas ao trabalho. São componentes da competência: Conhecimento – É o “saber” adquirido por meio de educação, treinamento, leituras, etc. SABER. Habilidades – É o saber colocado em prática. SABER FAZER Atitudes – É o agir, ou seja, são os comportamentos que podemos observar; é a forma como o profissional age no ambiente organizacional. É o seu atitudinal. QUERER FAZER CHA: Conhecimento, Habilidade e Atitudes. Planejamento Estratégico 54 A gestão por competências é uma das mais modernas ferramentas de gestão de pessoas que as organizações podem contar atualmente. Sua aplicação possibilita desenvolver expertises para sustentar vantagem competitiva, por meio de: Identificação e desenvolvimento de competências organizacionais; Alocação do perfil profissional certo no lugar certo; Preenchimento do gap (gargalos) de competências; Potencialização de competências de forma a garantir os resultados esperados pela organização. O termo competência essencial (core competence) ganhou importância no cenário administrativo a partir do artigo “The core competence of the corporation”, de Prahalad &Hamel, em 1990. De acordo com os autores, competências essenciais são recursos intangíveis que em relação aos concorrentes são difíceis de serem imitados, em relação a mercados e clientes são os recursos essenciais para que a empresa possa prover produtos/serviços diferenciados. O processo de mudança e evolução da própria empresa são os fatores fundamentais de uma maior flexibilidade, a qual permite a exploração de diferentes mercados. Competência organizacional seria, assim, a capacidade de combinar, misturar, integrar recursos em produtos e serviços. Ainda, para ser considerada uma competência essencial, essa capacidade deve estar associada a um sistemático processo de aprendizagem, que envolve descobrimento, inovação e capacitação de recursos humanos. Hamel e Prahalad (1995) consideram que uma competência essencial da organização deve: Ter valor percebido pelo cliente, ou seja, o benefício deve ser visível aos olhos do cliente e não as nuanças técnicas, proporcionadas pela competência subjacente ao benefício; Mostrar diferenciação entre concorrentes e ser difícil de imitar; Possuir capacidade de expansão, ou seja, possibilitar acesso a diferentes mercados. Planejamento Estratégico 55 Prahalad (1998) argumenta que competência essencial é um dos conceitos menos compreendidos de todos os tempos. Ele, além de esclarecer o que é uma competência essencial, esclarece também o que não é uma competência essencial. Competência essencial não é infraestrutura. Ter um sistema de distribuição nacional não é nenhuma competência essencial. Significa apenas que se tem uma infraestrutura. Competência essencial também não é tecnologia. O fato de ser muito bom em projetar, não implica uma competência essencial. Geralmente as empresas confundem competência essencial com tecnologia ou infraestrutura. Além disso, outro problema alertado por Prahalad, é que as empresas misturam competências essenciais com capacidade. Por exemplo, o gerenciamento just-in-time de sistemas de suprimentos foi uma competência essencial, mas hoje, muitas empresas praticam a mesma coisa, é uma capacidade básica. Ao longo do tempo, uma competência pode se tornar uma capacidade. Uma competência essencial é de uma forma mais básica, uma fonte de vantagem competitiva, pois é competitivamente única e contribui para o valor percebido pelo cliente ou para o custo. Para Paul Green (1999), uma competência essencial é um conjunto peculiar de knowhow, que é o centro do propósito organizacional. Ela está presente nas múltiplas divisões da organização, nos diferentes produtos e serviços. Não será competência essencial se um conjunto de habilidades ou tecnologias estiver em restritos a uma única unidade. Pode-se encontrar como exemplos de competências essenciais nas organizações: Sony que oferece um benefício do “tamanho do bolso” de seus produtos. Neste caso, a competência essencial seria a miniaturização; na Federal Express, o benefício é a entrega rápida e a sua competência essencial seria a gestão logística; a logística também é essencial à capacidade da Wal-Mart de oferecer aos seus clientes o benefício de escolha, disponibilidade e valor; a Motorola oferece aos clientes o benefício das comunicações “sem fio”. O sistema Just in Time, denominado JIT, foi desenvolvido no início da década de 50, na Toyota Motors Company no Japão, como um método para aumentar a produtividade sem geração de estoque. Knowhow - termo em inglês que significa literalmente: "Saber como". E é exatamente a isso que se refere à expressão: saber como realizar alguma coisa. Possui know-how a organização que consegue dominar o mercado por apresentar conhecimento especializado sobre algum produto ou Planejamento Estratégico 56 É possível afirmar que gerentes e autores acadêmicos sempre abordaram a estratégia de duas perspectivas. Ou viam as situações estratégicas de fora para dentro – focalizando fatores-chave competitivos, também denominados de fatores críticos de sucesso, no ambiente externo – ou de dentro para fora – focalizando as competências organizacionais que levaram ao sucesso competitivo. A perspectiva de fora para dentro enfatiza a exigência de sucesso ditada pelas demandas de um dado ambiente competitivo. Os fatores críticos de sucesso, por exemplo, baseiam-se em uma ideia que determinadas atividades, recursos ou capacidades são muito mais importantes para o sucesso do que outras em uma determinada indústria e que é nelas que os gestores envolvidos no processo de gestão estratégica deveriam se concentrar. A perspectiva de dentro para fora, por outro lado, examina os recursos, as competências e capacidades internas responsáveis pelo sucesso de uma empresa. Os recursos de uma empresa são ativos estão externamente disponíveis e podem ser transferidos. Incluem aspectos como know-how, ativos físicos, financeiros e capital humano. Já as capacidades são os processos organizacionais usados na alocação de recursos. São os processos tangíveis ou intangíveis, baseados em recursos, que são específicos a uma empresa, depois de desenvolvidos por meio de interações complexas entreos recursos da empresa. Assim, as capacidades poderiam incluir serviços altamente confiáveis, repetidas inovações de produtos ou processos, flexibilidade de produção, capacidade de resposta às tendências do mercado e ciclos curtos de desenvolvimento de produtos. O mapeamento de competências é utilizado para identificar as competências necessárias para o cumprimento da estratégia da organização. Cumprir a estratégia significa alcançar os objetivos e metas estratégicos, estipulados na base da missão, visão de futuro da organização. Valores e direcionadores estratégicos. Nas organizações encontramos os seguintes tipos de competências: Planejamento Estratégico 57 Processo de Levantamento das Competências Essenciais Para Drucker (1999), as competências organizacionais fazem parte da personalidade de cada organização às diferenciam das demais e geram vantagem competitiva. Prahalad e Hamel (1995) definem competências como um conjunto de habilidades e tecnologias. Elas proporcionam as vantagens para a empresa competir e constituem o recurso mais valioso da organização. Básicas – são as capacidades indispensáveis das quais a empresa necessita para administrar com eficácia o seu negócio – e sem as quais elas “morrem”. Competências requeridas para um desempenho de excelência em todos os níveis da organização. A atuação com higiene em organizações, como hospitais é uma competência organizacional básica. Essencial/ Diferenciadoras – são as capacidades que têm valor percebido pelos clientes, contribuem para a diferenciação entre os concorrentes, geram vantagem competitiva e aumenta aFuncionais Conjunto de competências específicas que permitem aos funcionários desenvolverem suas funções alinhadas aos objetivos estratégicos da organização. Exemplos de Competências Planejamento, Orientação estratégica, liderança, gestão de pessoas, visão sistémica, criatividade e inovação, gestão da mudança, gestão de processos, empreendedorismo, foco no cliente, foco em resultados, trabalho em equipe, comportamento ético, comprometimento, criatividade, negociação, dinamismo, capacidade de tomar decisões, logísticas, excelência em serviços, domínio técnico, domínio de tecnologia de ponta, cultura da qualidade, visão de negócios, comunicação, construção de relacionamentos, desenvolvimento de pessoas etc. Terminamos mais uma unidade de estudos. Nesta unidade aprendemos sobre o conceito de competências, o qual é fonte de vantagem competitiva para a organização. Além disso, estudamos as competências necessárias para o cumprimento da estratégia da organização. Planejamento Estratégico 58 Na próxima unidade você irá descobrir o que é um plano de ação. Vamos conhecer também a ferramenta 5W2H para construção do plano de ação. É HORA DE SE AVALIAR! Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo, elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino- aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois às envie através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! Planejamento Estratégico 59 Exercícios – Unidade 3 1- CHA é uma sigla utilizada para simplificar os componentes das competências. São eles: a) conhecimento, habilidade e ameaça. b) comunicação, habilidade e ameaça. c) conhecimento, habilidade e atitude. d) concorrentes, habilidade e atitude. e) nenhumas das alternativas anteriores. 2- Assinale a alternativa que não corresponda a um determinante da gestão por competências: a) identificação e desenvolvimento de competências organizacionais. b) alocação do perfil profissional certo no lugar certo. c) preenchimento do gap (gargalos) de competências. d) potencialização de competências de forma a garantir os resultados esperados pela organização. e) método para aumentar a produtividade, sem geração de estoque. Planejamento Estratégico 60 3- Segundo Hamel e Prahalad uma competência essencial da organização deve: a) mostrar diferenciação entre concorrentes e ser difícil de imitar. b) permitem aos funcionários desenvolverem suas funções alinhadas aos objetivos estratégicos da organização. c) observar comportamentos: forma como o profissional age no ambiente organizacional. d) transferir uma ou mais atividades para serem executadas por outras empresas. e) todas as alternativas anteriores. 4- Em relação ao conceito de competências essenciais. I. As competências essenciais são competências organizacionais que dependem de uma hierarquia de competências funcionais, gerenciais e pessoais. II. As competências essenciais constituem um arranjo sistêmico e integrado de várias competências pessoais e grupais são o resultado da sinergia do sistema. III. As competências essenciais dão a base e a sustentação das quais dependem as competências organizacionais. IV. Em certos casos, a competência essencial está embasada em uma só pessoa ou em uma única equipe; caracterizando as empresas mais criativas e dinâmicas. V. São competências essenciais aquelas requeridas de qualquer profissional, independentemente da função ou área de atuação, mas cujo nível de exigência ou necessidade difere de função para função ou entre as distintas áreas de atuação. a) estão corretas APENAS as afirmativas I e II. b) estão corretas APENAS as afirmativas I, II e V. c) estão corretas APENAS as afirmativas I, III e V. d) estão corretas APENAS as afirmativas II, III e IV. e) estão corretas APENAS as afirmativas II, III, IV e V. Planejamento Estratégico 61 5- Um programa sistematizado e desenvolvido para definir perfis profissionais que proporcionem maior produtividade e adequação ao negócio, identificando pontos de excelência e pontos de carências, suprindo lacunas e agregando conhecimento e, tendo por base certos critérios mensuráveis objetivamente é denominado: a) gestão social. b) gestão do conhecimento. c) educação corporativa. d) desenvolvimento organizacional. e) gestão por competências. 6- Competências básicas são as características pessoais essenciais para o desenvolvimento das atividades organizacionais e que diferenciam o desempenho das pessoas. Sobre as competências exigidas pelas empresas nos novos ambientes de negócios, assinale a alternativa INCORRETA: a) as pessoas devem contribuir construtivamente e, para tanto, devem ter condições de aprender continuamente. b) os funcionários devem pensar criativamente, solucionar problemas e analisar situações, fazer perguntas e esclarecer o que não compreendam para sugerir melhorias. c) existe a necessidade de pessoas treinadas em um conjunto de habilidades que levem em conta um ambiente competitivo global, mutável e volátil. d) o bom desempenho funcional significa executar um conjunto de tarefas repetitivas e estanques e a qualificação é restrita a cada tarefa em particular. e) dá-se ênfase à comunicação e ao compartilhamento das idéias na busca pela melhoria nos processos de trabalho. Planejamento Estratégico 62 7- As competências de uma organização devem ser do conhecimento de seus profissionais, para que estes possam defini-las e descrevê-las, bem como identificar as habilidades a elas incorporadas. Nessa perspectiva, analise as afirmativas a seguir. I - As competências básicas são suficientes para garantir o diferencial competitivo. II - As competências essenciais são a alma da empresa e, como tal, precisam ser partes integrantes do processo administrativo como um todo. III - As competências funcionais são suficientes para garantir o diferencial competitivo. IV - As competências básicas são aquelas características pessoais que favorecem o desempenho da atividade. V - Quando um funcionário possui um elevado perfil de competências, demonstra as qualidades requeridas para
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