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Conceito, Autonomia, Fontes, Princípios e Hierarquia da Norma Trabalhista

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1 
 
DIREITO	
  DO	
  TRABALHO	
  I	
  –	
  17/08/2015	
  	
  
	
  
AULA	
  02	
  –	
  CONCEITO,	
  AUTONOMIA,	
  FONTES	
  E	
  PRINCÍPIOS	
  DO	
  DIREITO	
  DO	
  TRABALHO	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
1.	
  DENOMINAÇÃO,	
  CONCEITO	
  E	
  AUTONOMIA	
  DO	
  DIREITO	
  DO	
  TRABALHO	
  	
  
	
  	
  	
  	
  A.	
  DENOMINAÇÃO	
  
1)	
  DIREITO	
  INDUSTRIAL	
  	
  
	
   O	
   Direito	
   do	
   Trabalho	
   recebeu	
   diferentes	
   denominações	
   conforme	
   sua	
   evolução	
   ao	
  
longo	
   dos	
   tempos.	
   A	
   primeira	
   delas	
   surgiu	
   logo	
   após	
   a	
   Revolução	
   Industrial,	
   no	
   início	
   do	
  
século	
  XIX,	
  na	
  Inglaterra	
  e	
  EUA,	
  sendo	
  assim	
  denominado	
  de	
  Direito	
  Industrial,	
  pois	
  regulava	
  
as	
  relações	
  entre	
  o	
  capital	
  e	
  o	
  trabalho	
  na	
  indústria.	
  	
  
	
   Atualmente	
   o	
   Direito	
   Industrial	
   integra	
   o	
   Direito	
   Comercial	
   que	
   estuda	
   as	
   relações	
  
jurídicas	
   inerentes	
   às	
   marcas,	
   patentes	
   e	
   invenções.	
   O	
   Direito	
   do	
   Trabalho	
   tem	
   por	
   objeto	
  
estudar	
  as	
  relações	
  de	
  trabalho	
  subordinado.	
  
2)	
  LEGISLAÇÃO	
  DO	
  TRABALHO	
  	
  
	
   Essa	
  terminologia	
  foi	
  utilizada	
  na	
  Constituição	
  Federal	
  de	
  1934	
  (art.	
  121,	
  §	
  1º).	
  A	
  Justiça	
  
do	
  Trabalho	
  só	
  foi	
  instituída	
  em	
  1º	
  de	
  maio	
  de	
  1939,	
  porém	
  ainda	
  não	
  possuía	
  autonomia,	
  pois	
  
atuava	
  como	
  órgão	
  administrativo	
  subordinado	
  ao	
  Poder	
  Executivo.	
  	
  
Somente	
   em	
   setembro	
   de	
   1946	
   é	
   que	
   a	
   Justiça	
   do	
   Trabalho	
   vinculou-­‐se	
   ao	
   Poder	
  
Judiciário,	
  tornando-­‐se	
  autônoma	
  em	
  relação	
  ao	
  do	
  poder	
  executivo.	
  Tal	
  nomenclatura	
  se	
  deu	
  
ao	
   fato	
   de	
   que	
   existiam	
  muitas	
   leis	
   tratando	
   do	
   tema,	
   porém	
   sem	
   existir	
   um	
   sistema,	
   uma	
  
autonomia	
  da	
  matéria.	
  	
  
3)	
  DIREITO	
  OPERÁRIO	
  	
  
	
   	
  	
  Vários	
  autores	
  utilizavam-­‐se	
  dessa	
  denominação,	
  principalmente	
  na	
  França.	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
   	
  	
  A	
  Constituição	
  Federal	
  de	
  1937	
   (art.	
  16,	
  XVI)	
  empregava	
  essa	
  expressão	
  referindo-­‐se	
  
aos	
  operários	
  (trabalhadores	
  braçais	
  das	
  fábricas),	
  buscando	
  proporcionar	
  uma	
  maior	
  proteção	
  
a	
  eles.	
  	
  
Mais	
   tarde	
   o	
  Direito	
   do	
   Trabalho,	
   viria	
   a	
   abranger	
   qualquer	
   espécie	
   de	
   trabalhador,	
  
não	
   se	
   limitando	
   a	
   estudar	
   apenas	
   os	
   operários,	
   mas	
   também	
   os	
   patrões	
   e	
   os	
   outros	
  
trabalhadores.	
  
S	
  U	
  M	
  Á	
  R	
  I	
  O	
  
	
  1.	
  DENOMINAÇÃO,	
  CONCEITO	
  E	
  AUTONOMIA	
  DO	
  DIREITO	
  DO	
  TRABALHO.	
  
2.	
  RELAÇÕES	
  DO	
  DIREITO	
  DO	
  TRABALHO	
  COM	
  OUTROS	
  RAMOS	
  DO	
  DIREITO.	
  
3.	
  FONTES	
  DO	
  DIREITO	
  DO	
  TRABALHO.	
  
4.	
  HIERARQUIA,	
  CLASSIFICAÇÃO	
  E	
  APLICAÇÃO	
  DAS	
  NORMAS	
  TRABALHISTAS.	
  
5.	
  PRINCÍPIOS	
  DO	
  DIREITO	
  DO	
  TRABALHO.	
  
2 
 
4)	
  DIREITO	
  CORPORATIVO	
  	
  
	
   	
  	
  Denominação	
   usada	
   em	
   Portugal	
   e	
   na	
   Itália,	
   países	
   com	
   regime	
   fascista.	
   O	
  
corporativismo	
  italiano	
  visava	
  unificar	
  produção	
  e	
  trabalho	
  e	
  relacionava-­‐se	
  às	
  ações	
  do	
  Estado	
  
de	
  forma	
  a	
  desenvolver	
  a	
  economia.	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
   	
  	
  No	
   Brasil	
   o	
   corporativismo	
   floresceu	
   durante	
   o	
   Estado	
   Novo,	
   a	
   partir	
   de	
   1937,	
   no	
  
governo	
  Vargas.	
  Nesse	
  período	
  foi	
  criado	
  o	
  imposto	
  sindical	
  e	
  atribuiu-­‐se	
  um	
  poder	
  normativo	
  
à	
  Justiça	
  do	
  Trabalho.	
  	
  
	
   	
  	
  O	
   corporativismo	
   relacionava-­‐se	
   à	
   organização	
   sindical,	
   suas	
   corporações	
   ou	
  
associações,	
  destinando-­‐se	
  a	
  unificar	
  toda	
  a	
  economia	
  nacional.	
  	
  
5)	
  DIREITO	
  SOCIAL	
  	
  
Esta	
  denominação	
  relacionava-­‐se	
  à	
  proteção	
  dos	
  hipossuficientes,	
  abrangendo	
  não	
  só	
  
questões	
   de	
   direito	
   do	
   trabalho,	
  mas	
   também	
   às	
   questões	
   do	
   direito	
   coletivo,	
   assistencial	
   e	
  
previdenciário.	
  	
  
A	
  denominação	
  de	
  Direito	
  Social	
  foi	
  atribuída	
  justamente	
  porque	
  havia	
  prevalência	
  do	
  
interesse	
  coletivo	
  sobre	
  o	
  individual.	
  	
  
Direitos	
   sociais	
   são	
   garantias	
   estabelecidas	
   às	
   pessoas	
   para	
   a	
   proteção	
   de	
   suas	
  
necessidades	
  básicas,	
  visando	
  possibilitar	
  uma	
  vida	
  com	
  um	
  mínimo	
  de	
  dignidade.	
  
A	
   Constituição	
   Federal	
   estabelece	
   em	
   seu	
   art.	
   6°	
   os	
   seguintes	
   direitos	
   sociais:	
  
educação,	
   saúde,	
   moradia,	
   trabalho,	
   lazer,	
   segurança,	
   previdência	
   social,	
   proteção	
   à	
  
maternidade	
  e	
  à	
  infância	
  e	
  assistência	
  aos	
  desamparados.	
  
No	
   entanto	
   tal	
   denominação	
   é	
   genérica	
   e	
   vaga,	
   pois	
   o	
   Direito,	
   por	
   sua	
   própria	
  
natureza	
  já	
  é	
  social	
  e	
  todos	
  os	
  seus	
  ramos	
  já	
  possuem	
  essa	
  peculiaridade.	
  
6)	
  DIREITO	
  SINDICAL	
  	
  
O	
  uso	
  desta	
  expressão	
   também	
  não	
   serve	
  para	
   justificar	
  a	
  denominação	
  da	
  matéria,	
  
pois	
  diz	
   respeito	
   apenas	
   ao	
   sindicato.	
  A	
  denominação	
  da	
  matéria	
  ora	
  estudada	
   como	
  Direito	
  
Sindical	
  a	
  restringe	
  apenas	
  a	
  um	
  dos	
  segmentos	
  abordados	
  pelo	
  Direito	
  do	
  Trabalho.	
  
7)	
  DIREITO	
  DO	
  TRABALHO	
  
Tal	
   denominação	
   surgiu	
   na	
   Alemanha,	
   por	
   volta	
   de	
   1912.	
   Abrange	
   as	
   relações	
   de	
  
trabalho	
  em	
  geral	
  e	
  não	
  apenas	
  alguns	
  segmentos	
  como	
  o	
  trabalho	
  na	
  indústria	
  ou	
  às	
  relações	
  
sindicais.	
   A	
   CF	
   de	
   1946	
   e	
   as	
   que	
   se	
   seguiram	
   passaram	
   a	
   utilizar	
   a	
   expressão	
   Direito	
   do	
  
Trabalho.	
   No	
   Brasil,	
   a	
   Lei	
   2.724/56	
   mudou	
   a	
   denominação	
   da	
   cadeira	
   nas	
   faculdades,	
  
determinando	
  a	
  incorporação	
  do	
  Direito	
  Industrial	
  ao	
  Direito	
  Comercial	
  e	
  passando	
  a	
  empregar	
  
a	
  expressão	
  Direito	
  do	
  Trabalho.	
  
	
  
	
  	
  	
  	
  B.	
  CONCEITO	
  
DIREITO	
   DO	
   TRABALHO	
   é	
   o	
   conjunto	
   de	
   PRINCÍPIOS,	
   REGRAS	
   E	
   INSTITUIÇÕES,	
   que	
  
regulam	
  às	
  RELAÇÕES	
  DE	
  TRABALHO	
  SUBORDINADO	
  e	
  SITUÇÕES	
  ANÁLOGAS	
  DE	
  TRABALHO,	
  
que	
  visem	
  ASSEGURAR	
  AO	
  TRABALHADOR	
  MELHORES	
  CONDIÇÕESDE	
  TRABALHO,	
  de	
  acordo	
  
com	
  as	
  MEDIDAS	
  DE	
  PROTEÇÃO	
  que	
  lhes	
  são	
  destinadas.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
   Regras	
  são	
  as	
  instruções	
  normativas	
  (dispositivos	
  legais)	
  que	
  versam	
  sobre	
  a	
  matéria.	
  A	
  
maioria	
  delas	
  encontram-­‐se	
  na	
  CLT.	
  
3 
 
	
   	
  Princípios	
   são	
   proposições	
   genéricas	
   das	
   quais	
   se	
   derivam	
   as	
   demais	
   normas.	
   Ao	
   se	
  
reconhecer	
  que	
  existem	
  princípios	
  que	
  norteiam	
  a	
  disciplina,	
  verifica-­‐se	
  que	
  a	
  ela	
  foi	
  atribuído	
  
um	
  tratamento	
  científico	
  e	
  autonomia.	
  
	
   Instituições	
  são	
  as	
  entidades	
  que	
  criam	
  e	
  aplicam	
  o	
  referido	
  ramo	
  do	
  Direito.	
  
A	
   expressão	
   situações	
   análogas	
   relaciona-­‐se	
   às	
   situações	
   que	
   guardem	
   certa	
  
semelhança	
  com	
  o	
  trabalho	
  subordinado.	
  
	
  	
  	
  	
  	
   O	
  OBJETIVO	
  do	
  Direito	
  do	
  Trabalho	
  é	
  o	
  estudo	
  do	
  trabalho	
  subordinado.	
  Daí	
  o	
  emprego	
  
de	
  duas	
  teorias	
  para	
  conceituar	
  a	
  matéria	
  em	
  estudo:	
  subjetiva	
  e	
  objetiva.	
  
A	
  TEORIA	
   SUBJETIVA	
   relaciona-­‐se	
   ao	
   tipo	
   de	
   trabalhadores	
   a	
   que	
   se	
   aplica	
   o	
   Direito	
   do	
  
Trabalho.	
  Porém,	
  nem	
  todos	
  os	
  trabalhadores	
  serão	
  amparados	
  pelo	
  Direito	
  do	
  Trabalho,	
  como	
  
ocorre	
  com	
  o	
  servidor	
  público	
  e	
  o	
  trabalhador	
  autônomo,	
  que	
  são	
  espécies	
  de	
  trabalhadores,	
  
não	
  sendo,	
  portanto,	
  assistidos	
  pelo	
  Direito	
  do	
  Trabalho.	
  
A	
  TEORIA	
  OBJETIVA	
  parte	
  do	
  tipo	
  da	
  matéria	
  a	
  ser	
  analisada	
  e	
  não	
  das	
  pessoas.	
  O	
  Direito	
  
do	
  Trabalho	
  estuda	
  não	
  o	
  trabalho	
  autônomo,	
  mas	
  sim	
  o	
  trabalho	
  subordinado.	
  	
  
O	
   trabalhador	
   temporário	
   e	
   o	
   empregado	
   doméstico	
   também	
   possuem	
   vínculo	
   de	
  
subordinação.	
  Já	
  o	
  trabalhador	
  avulso	
  apesar	
  de	
  não	
  ser	
  subordinado,	
  também	
  será	
  estudado	
  
pelo	
  Direito	
  do	
  Trabalho.	
  
	
   A	
   finalidade	
   do	
   Direito	
   do	
   Trabalho	
   é	
   assegurar	
   não	
   apenas	
  melhores	
   condições	
   de	
  
trabalho,	
  mas	
  também,	
  condições	
  sociais	
  satisfatórias	
  aos	
  trabalhadores.	
  
	
   A	
  melhoria	
  das	
   condições	
  de	
   trabalho	
  e	
   sociais	
  do	
   trabalhador	
   será	
   feita	
  por	
  meio	
  da	
  
legislação	
  que	
  tem	
  por	
  objetivo	
  proteger	
  o	
  trabalhador	
  (hipossuficiente),	
  que	
  é	
  considerado	
  o	
  
pólo	
  mais	
  fraco	
  da	
  relação	
  com	
  o	
  seu	
  patrão,	
  que,	
  normalmente,	
  é	
  economicamente	
  mais	
  forte.	
  
	
  	
  	
  	
   No	
  Direito	
  do	
  Trabalho	
  a	
  lei	
  fixa	
  um	
  mínimo,	
  mas	
  as	
  partes	
  podem	
  convencionar	
  direitos	
  
superiores	
  a	
  esse	
  mínimo.	
  
	
  
C.	
  AUTONOMIA	
  DO	
  DIREITO	
  DO	
  TRABALHO	
  
	
  	
  	
  	
  	
  1)	
  Introdução	
   	
  
Muito	
   se	
   discutiu	
   sobre	
   a	
   autonomia	
   do	
   Direito	
   do	
   Trabalho	
   em	
   relação	
   ao	
   Direito	
  
Civil.	
  O	
  Direito	
  do	
  Trabalho	
  nasceu	
  a	
  partir	
  do	
  momento	
  em	
  que	
  começaram	
  a	
  ser	
  reguladas	
  as	
  
antigas	
  locações	
  de	
  serviço	
  que	
  eram	
  previstas	
  na	
  legislação	
  civil.	
  	
  
O	
   Código	
   Civil	
   brasileiro	
   trata	
   da	
   prestação	
   de	
   serviços	
   nos	
   arts.	
   593	
   a	
   609	
   e	
   da	
  
empreitada	
  nos	
  arts.	
  610	
  a	
  626.	
  	
  
O	
   contrato	
   de	
   prestação	
   de	
   serviço	
   subordinado	
   foi	
   uma	
   evolução	
   da	
   locação	
   de	
  
serviços.	
   Com	
   o	
   aprimoramento	
   da	
   locação	
   de	
   serviços	
   surgiu	
   o	
   contrato	
   de	
   trabalho,	
   que	
  
passou	
  a	
  ser	
  tratado	
  em	
  normas	
  especiais.	
  
Para	
  se	
  caracterizar	
  a	
  autonomia	
  de	
  uma	
  ciência	
  é	
  necessário	
  que:	
  
(a)	
  seja	
  vasta	
  a	
  ponto	
  de	
  merecer	
  um	
  estudo	
  particular;	
  
(b)	
   contenha	
   doutrinas	
   homogêneas	
   dominadas	
   por	
   conceitos	
   gerais	
   comuns	
   e	
  
distintos	
  dos	
  conceitos	
  gerais	
  das	
  outras	
  disciplinas;	
  e	
  
(c)	
  possua	
  método	
  próprio	
  empregando	
  processos	
  especiais	
  para	
  o	
  conhecimento	
  das	
  
verdades	
  que	
  constituem	
  o	
  objeto	
  de	
  suas	
  investigações.	
  
4 
 
2)	
  Critérios	
  	
  Relativos	
  à	
  Autonomia	
  do	
  Direito	
  do	
  Trabalho	
  
Haverá	
  AUTONOMIA	
  de	
  um	
  ramo	
  do	
  Direito	
  se	
  os	
  seus	
  princípios	
  e	
  regras	
  tiverem	
  
identidade	
   própria	
   e,	
   ao	
   mesmo	
   tempo,	
   apresentem	
   diferenças	
   em	
   relação	
   aos	
   demais	
  
ramos.	
  Esses	
  aspectos	
  devem	
  ser	
  examinados	
  em	
  relação	
  ao	
  desenvolvimento	
  didático,	
  legal	
  e	
  
doutrinário.	
  E	
  sob	
  os	
  aspectos	
  jurisdicional	
  e	
  científico.	
  
1)	
  Autonomia	
  Científica	
  à 	
  o	
  Direito	
  do	
  Trabalho	
  tem	
  institutos	
  próprios,	
  traduzidos	
  
por	
  um	
  conjunto	
  de	
  normas	
  e	
  regras	
  específicas	
  que	
  pertencem	
  a	
  seu	
  sistema.	
  	
  
Possui	
  ainda	
  princípios	
  próprios,	
  somente	
  a	
  ele	
  aplicado,	
  tais	
  como:	
  	
  
-­‐	
  continuidade	
  do	
  contrato	
  de	
  trabalho;	
  e	
  irrenunciabilidade	
  de	
  direitos	
  trabalhistas	
  
e	
  proteção	
  ao	
  trabalhador.	
  
2)	
  Autonomia	
   Jurisdicional	
  à 	
  consagrada	
  a	
  partir	
  da	
  edição	
  da	
  CLT	
   (1943)	
  e	
  dos	
  
julgamentos	
   dos	
   pleitos	
   trabalhistas	
   por	
   órgãos	
   especializados	
   da	
   Justiça	
   do	
   Trabalho	
   que	
  
tornou-­‐se	
  autônoma	
  e	
  independente	
  do	
  Poder	
  Executivo	
  a	
  partir	
  da	
  CF	
  de	
  1946,	
  quando	
  passa	
  
a	
  integrar	
  o	
  Poder	
  Judiciário.	
  	
  
3)	
  Desenvolvimento	
  Legal	
  à 	
  as	
  normas	
  do	
  Direito	
  do	
  Trabalho	
  são	
  encontradas	
  no	
  
art.	
   7°/CF	
   que	
   estabelece	
   os	
   direitos	
   dos	
   trabalhadores	
   urbanos,	
   rurais,	
   domésticos	
   entre	
  
outros.	
   A	
   CLT	
   comporta	
   as	
   principais	
   normas	
   trabalhistas,	
   porém	
   existem	
   outras	
   leis	
   que	
  
abordam	
  as	
  relações	
  trabalhistas:	
  
-­‐	
  Lei	
  605/49	
  que	
  dispõe	
  sobre	
  o	
  repouso	
  semanal	
  remunerado;	
  
-­‐	
  Lei	
  5.859/72,	
  que	
  dispõe	
  sobre	
  os	
  empregados	
  domésticos;	
  	
  
-­‐	
  Lei	
  5.889/73	
  que	
  dispõe	
  sobre	
  os	
  trabalhadores	
  rurais;	
  	
  
-­‐	
  Lei	
  6.019/74	
  que	
  dispõe	
  sobre	
  o	
  trabalhador	
  temporário;	
  	
  
-­‐	
  Lei	
  7.418/85,	
  que	
  dispõe	
  sobre	
  o	
  vale-­‐transporte;	
  e	
  	
  
-­‐Lei	
  8.036/80	
  que	
  regulamenta	
  o	
  FGTS.	
  
4)	
   Desenvolvimento	
   Didático	
  à	
   todas	
   as	
   faculdades	
   de	
   Direito	
   têm,	
   em	
   seus	
  
currículos,	
  a	
  disciplina	
  de	
  Direito	
  do	
  Trabalho	
  em	
  pelo	
  menos	
  dois	
  semestres.	
  Os	
  exames	
  da	
  
OAB	
  exigem	
  conhecimentos	
  do	
  Direito	
  do	
  Trabalho	
  e	
  da	
  prática	
  processual	
  nos	
  exames.	
  
5)	
   Desenvolvimento	
   Doutrinário	
  à	
   várias	
   são	
   as	
   obras	
   de	
   renomados	
   autores,	
  
nacionais	
  ou	
  estrangeiros,	
  que	
  dão	
  sustentação	
  à	
  autonomia	
  do	
  Direito	
  do	
  Trabalho.	
  Dentre	
  os	
  
principais	
   doutrinadores	
   do	
   direito	
   do	
   Trabalho	
   podem	
   ser	
   citados	
   Amauri	
   Mascaro	
   do	
  
Nascimento,	
   Maurício	
   Godinho,	
   Sérgio	
   Pinto	
   Martins,	
   Orlando	
   Gomes,	
   Evaristo	
   de	
   Moraes	
  
Gustavo	
  Garcia	
  e	
  Renato	
  Saraiva,	
  entre	
  outros.	
  
	
  
2.	
  RELAÇÕES	
  DO	
  DIREITO	
  DO	
  TRABALHO	
  COM	
  OUTROS	
  RAMOS	
  DO	
  DIREITO	
  
a.	
  DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  
Previsão	
   de	
   cinco	
   artigos	
   na	
   CF/88	
   dispondo	
   sobre	
   regras	
   relacionadas	
   ao	
   Direito	
   do	
  
Trabalho	
  (arts.	
  7º	
  ao	
  11).	
  O	
  art.	
  7º	
  da	
  CF	
  garante	
  direitos	
  mínimos	
  aos	
  trabalhadores	
  urbanos	
  e	
  
rurais,	
  especificando	
  em	
  34	
  incisos.	
  
Empregado	
   doméstico	
   tem	
   alguns	
   direitos	
   reconhecidos:	
   salário	
   mínimo;	
   13º	
   salário;	
  
irredutibilidade	
   salarial	
   (salvo	
   disposto	
   em	
   convenção	
   ou	
   acordo	
   coletivo);	
   repouso	
   semanal	
  
remunerado	
  e	
  férias;	
  licença	
  à	
  gestante	
  e	
  licença	
  paternidade;	
  aviso	
  prévio	
  e	
  aposentadoria.	
  
5 
 
b.	
  DIREITO	
  CIVIL	
  
O	
   contrato	
   de	
   trabalho	
  originou-­‐se	
   no	
  Direito	
   Civil,	
   como	
  uma	
   espécie	
   do	
   gênero	
   dos	
  
contratos.	
  O	
  Direito	
  do	
  Trabalho	
  utiliza-­‐se,	
  subsidiariamente,	
  do	
  Direito	
  Civil,	
  principalmente	
  da	
  
parte	
  de	
  obrigações	
  e	
  contratos	
  previstos	
  no	
  Código	
  Civil,	
  pois	
  o	
  §	
  único	
  do	
  art.	
  8º	
  da	
  CLT,	
  que	
  
determina	
  que	
  o	
  Direito	
  comum	
  será	
  fonte	
  subsidiária	
  do	
  Direito	
  do	
  Trabalho.	
  
As	
  normas	
  do	
  Direito	
  Civil	
   são	
   fontes	
   integrativas	
  das	
   lacunas	
  do	
  Direito	
  do	
  Trabalho.	
  
Para	
  aplicação	
  subsidiária	
  é	
  preciso	
  que	
  não	
  haja	
  incompatibilidade	
  com	
  o	
  Direito	
  do	
  Trabalho	
  e	
  
haja	
  omissão	
  da	
  norma	
  trabalhista.	
  
c.	
  DIREITO	
  INTERNACIONAL	
  
	
  	
  	
  O	
  Direito	
  Internacional	
  Público	
  do	
  Trabalho	
  relaciona-­‐se	
  as	
  normas	
  de	
  ordem	
  pública,	
  de	
  
âmbito	
   internacional,	
   como	
   as	
   Convenções,	
   Recomendações	
   e	
   Resoluções	
   editadas	
   pela	
  OIT,	
  
que	
  dependem,	
  ou	
  não,	
  de	
  ratificação	
  dos	
  seus	
  Estados-­‐membros.	
  
	
  	
  	
  Convenções	
  Internacionais	
  são	
  normas	
  jurídicas	
  emanadas	
  da	
  Conferência	
  Internacional	
  
da	
  OIT,	
  destinadas	
  a	
  constituir	
  regras	
  gerais	
  e	
  obrigatórias	
  para	
  os	
  Estados	
  deliberantes,	
  que	
  as	
  
incluem	
   no	
   seu	
   ordenamento	
   interno,	
   observadas	
   as	
   respectivas	
   prescrições	
   constitucionais	
  
dos	
  seus	
  ordenamentos	
  jurídicos	
  internos.	
  
d.	
  DIREITO	
  COMERCIAL	
  
O	
   Direito	
   Comercial	
   regula	
   as	
   várias	
   formas	
   de	
   sociedades	
   mercantis,	
   sendo	
   que	
   a	
  
empresa	
  é	
  uma	
  das	
  partes	
  do	
  contrato	
  de	
  trabalho.	
  Mesmo	
  nos	
  casos	
  de	
  falência,	
  recuperação	
  
judicial	
  ou	
  extrajudicial	
  do	
  empregador,	
  o	
  trabalhador	
  terá	
  direito	
  de	
  reivindicar	
  as	
  verbas	
  que	
  
lhe	
   são	
   devidas.	
  Em	
   casos	
   de	
  mudança	
   na	
   estrutura	
   jurídica	
   e	
   propriedade	
   da	
   empresa,	
   os	
  
direitos	
  dos	
  trabalhadores	
  serão	
  assegurados	
  (art.	
  10	
  e	
  448/	
  CLT).	
  	
  
e.	
  DIREITO	
  PENAL	
  
A	
  prática	
   de	
   algum	
   delito	
   na	
   esfera	
   penal	
   pode	
   influir	
   no	
   campo	
   trabalhista	
   podendo	
  
provocar	
   a	
   demissão	
   por	
   justa.	
   O	
   Código	
   Penal	
   também	
   regula	
   alguns	
   tipos	
   penais	
  
relacionados	
  aos	
  crimes	
  contra	
  a	
  organização	
  do	
  trabalho	
  (arts.	
  197	
  a	
  207).	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  -­‐	
  Atentado	
  contra	
  a	
  liberdade	
  de	
  trabalho	
  e	
  do	
  contrato	
  de	
  trabalho	
  (arts	
  197/198	
  -­‐	
  CP).	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  -­‐	
  Atentado	
  contra	
  a	
  liberdade	
  de	
  associação	
  (arts.	
  199	
  e	
  200).	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  -­‐	
  Paralisação	
  de	
  trabalho	
  de	
  interesse	
  coletivo	
  (art.	
  201).	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  -­‐	
  Invasão	
  de	
  estabelecimento	
  trabalhista	
  (art.	
  202).	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  -­‐	
  Frustração	
  de	
  direito	
  trabalhista	
  (art.	
  203).	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  -­‐	
  Aliciamento	
  de	
  trabalhadores	
  (art.	
  206	
  e	
  207).	
  
f.	
  DIREITO	
  DA	
  SEGURIDADE	
  SOCIAL	
  
Esse	
  ramo	
  do	
  Direito	
  está	
  previsto	
  nos	
  arts.	
  194	
  a	
  204	
  da	
  CF:	
  proteção	
  à	
  maternidade,	
  
(art.	
  201,	
   II	
  da	
  CF);	
  assistência	
  social,	
  quando	
  menciona	
  o	
  amparo	
  a	
   infância	
  e	
  à	
  adolescência	
  
(CF,	
  art.	
  203,	
  II);	
  e	
  promoção	
  da	
  integração	
  ao	
  mercado	
  de	
  trabalho	
  (art.	
  203,	
  III	
  da	
  CF).	
  	
  
	
  	
  	
  	
  g.	
  DIREITO	
  ADMINISTRATIVO	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
   As	
   normas	
  de	
  medicina	
   e	
   segurança	
  do	
   trabalho,	
   como	
   também	
  as	
   de	
   fiscalização	
  do	
  
trabalho	
   podem	
   ser	
   consideradas	
   atinentes	
   à	
   atividade	
   administrativa	
   do	
   Estado,	
   sendo	
  
aplicadas	
   e	
   fiscalizadas	
   por	
   meio	
   das	
   Superintendências	
   Regionais	
   do	
   Trabalho	
   e	
   Emprego	
   -­‐	
  
SRTE	
  (antigas	
  Delegacias	
  Regionais	
  do	
  Trabalho,	
  órgãos	
  vinculados	
  ao	
  Ministério	
  do	
  Trabalho).	
  	
  
O	
   próprio	
   Estado	
   contrata	
   servidores	
   sob	
   o	
   regime	
   da	
   CLT	
   ou	
   regime	
   temporário,	
  
aproximando	
  esses	
  dois	
  ramos	
  do	
  Direito.	
  
6 
 
	
  	
  	
  h.	
  DIREITO	
  PROCESSUAL	
  DO	
  TRABALHO	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Este	
   ramo	
   do	
   Direito	
   vem	
   a	
   ser	
   a	
   forma	
   de	
   se	
   assegurar	
   o	
   cumprimento	
   dos	
   direitos	
  
materiais	
  do	
  empregado,sendo	
  que	
  as	
  controvérsias	
  surgidas	
  sobre	
  a	
  aplicação	
  da	
   legislação	
  
serão	
  apreciadas	
  pela	
  Justiça	
  do	
  Trabalho.	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  A	
   CLT	
   dispõe	
   de	
   regras	
   atinentes	
   ao	
   processo	
   do	
   trabalho	
   (arts.	
   643	
   a	
   910),	
  
estabelecendo	
  normas	
  de	
  competência,	
  para	
  a	
  propositura	
  da	
  ação,	
  recursos	
  e	
  etc.	
  Todas	
  essas	
  
regras	
  visam	
  assegurar	
  o	
  direito	
  material	
  do	
  obreiro.	
  
	
  	
  	
  	
  i.	
  DIREITO	
  TRIBUTÁRIO	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  As	
  relações	
  do	
  Direito	
  Tributário	
  com	
  o	
  Direito	
  do	
  Trabalho	
  são	
  relevantes	
  quando	
  se	
  refere	
  
ao	
  fato	
  gerador,	
  incidência	
  de	
  tributos,	
  ou	
  contribuições	
  sobre	
  certas	
  verbas	
  trabalhistas,	
  base	
  
de	
  cálculo	
  das	
  referidas	
  verbas,	
  contribuintes.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  As	
   contribuições	
   do	
   FGTS	
   e	
   do	
   PIS-­‐PASEP	
   realçam	
   ainda	
  mais	
   essa	
   relação,	
   pois	
   o	
   FGTS	
  
incide	
   sobre	
   diversas	
   verbas	
   trabalhistas	
   e	
   o	
   PIS-­‐PASEP	
   que	
   é	
   pago	
   pela	
   empresa	
   concede	
  
certos	
  direitos	
  aos	
  empregados	
  que	
  recebem	
  baixos	
  salários.	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  Por	
  fim,	
  o	
  IR	
  incide	
  sobre	
  salários,	
  remuneração	
  e	
  outras	
  verbas	
  de	
  natureza	
  trabalhista.	
  
	
  	
  	
  	
  j.	
  DIREITO	
  ECONÔMICO	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  A	
  relação	
  como	
  o	
  Direito	
  do	
  Trabalho	
  ocorre	
  quando	
  se	
  verifica	
  a	
  obtenção	
  de	
  uma	
  política	
  
econômica	
  de	
  pleno	
  emprego	
  (art.	
  170,	
  VIII/CF)	
  e	
  a	
  valorização	
  do	
  trabalho	
  humano	
  (art.	
  170	
  
da	
  CF),	
  que	
  são,	
  entre	
  outros,	
  os	
  objetivos	
  a	
  serem	
  assegurados	
  pela	
  ordem	
  econômica.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  A	
  própria	
  política	
  econômica	
  e	
  salarial	
  terá	
  grandes	
  reflexos	
  na	
  relação	
  de	
  emprego,	
  ao	
  se	
  
ter	
  em	
  vista	
  o	
  desenvolvimento	
  geral	
  do	
  país	
  e	
  a	
  garantia	
  do	
  bem-­‐estar	
  da	
  nação.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Um	
   dos	
   objetivos	
   fundamentais	
   da	
   República	
   Federativa	
   do	
   Brasil	
   é	
   dar	
   respaldo	
   aos	
  
“valores	
  sociais	
  do	
  trabalho	
  e	
  da	
  livre	
  iniciativa”.	
  
	
  
3.	
  FONTES	
  DO	
  DIREITO	
  DO	
  TRABALHO	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
   Dispõe	
  o	
  art.	
  8°/CLT:	
  “as	
  autoridades	
  administrativas	
  e	
  a	
  Justiça	
  do	
  Trabalho,	
  na	
  falta	
  de	
  
disposições	
   legais	
   ou	
   contratuais,	
   decidirão,	
   conforme	
  o	
   caso,	
   pela	
   jurisprudência,	
  analogia,	
  
eqüidade	
  e	
  outros	
  princípios	
  e	
  normas	
  gerais	
  de	
  direito,	
  principalmente	
  do	
  direito	
  do	
  trabalho,	
  
e	
  ainda,	
  de	
  acordo	
  com	
  os	
  usos	
  e	
  costumes,	
  o	
  direito	
  comparado,	
  mas	
  sempre	
  de	
  maneira	
  que	
  
nenhum	
  interesse	
  de	
  classe	
  ou	
  particular	
  prevaleça	
  sobre	
  o	
  interesse	
  público”.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
   Os	
   Princípios	
   Gerais	
   de	
   Direito	
   são	
   formas	
   de	
   interpretação	
   das	
   regras	
   jurídicas,	
   já	
  
Analogia	
  e	
  Eqüidade	
  são	
  métodos	
  de	
  integração	
  da	
  norma	
  jurídica.	
  A	
  Jurisprudência	
  também	
  
não	
  pode	
  ser	
  considerada	
  como	
  fonte	
  do	
  Direito	
  do	
  Trabalho,	
  porque	
  não	
  se	
  configura	
  como	
  
obrigatória,	
  não	
  vinculando	
  o	
  juiz	
  que	
  é	
  livre	
  para	
  decidir.	
  O	
  estudo	
  das	
  fontes	
  do	
  Direito	
  pode	
  
ter	
   várias	
   acepções,	
   como	
   sua	
   origem,	
   o	
   fundamento	
   de	
   validade	
   das	
   normas	
   jurídicas,	
   as	
  
formas	
  de	
  exteriorização	
  do	
  Direito	
  e	
  a	
  vontade	
  das	
  pessoas.	
  
a.	
  Quanto	
  ao	
  FUNDAMENTO	
  DE	
  VALIDADE	
  as	
  fontes	
  são	
  classificadas	
  em:	
  
	
  	
   	
  	
  	
  	
  	
  FONTES	
   FORMAIS	
  à 	
   são	
   formas	
   de	
   exteriorização	
   do	
   Direito,	
   decorrentes	
   das	
  
espécies	
  legislativas	
  previstas	
  no	
  art.	
  59	
  da	
  CF,	
  ou	
  mesmo	
  dos	
  costumes.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
   	
  	
  	
  	
  	
  FONTES	
   MATERIAIS	
  à 	
   constituem	
   os	
   fatores	
   (sociais,	
   psicológicos,	
   econômicos	
   e	
  
históricos)	
  que	
  propiciam	
  o	
  surgimento	
  de	
  normas	
  envolvendo	
  fatos	
  e	
  valores.	
  	
  
7 
 
b.	
  Quanto	
  às	
  FORMAS	
  DE	
  EXTERIORIZAÇÃO	
  as	
  fontes	
  são	
  classificadas	
  em:	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
  FONTES	
  HETERÔNOMAS	
  à 	
  são	
  as	
  impostas	
  por	
  agentes	
  externos.	
  Ex:	
  constituição,	
  
leis,	
  decretos	
  sentenças	
  normativas,	
  regulamentos	
  unilaterais.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  FONTES	
   AUTÔNOMAS	
  à 	
   são	
   as	
   elaboradas	
   por	
   agentes	
   internos.	
   Ex:	
   costumes,	
  
convenções,	
  acordos	
  coletivos,	
  contrato	
  de	
  trabalho	
  e	
  regulamentos	
  bilaterais.	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
   c.	
  Quanto	
  à	
  ORIGEM	
  as	
  fontes	
  podem	
  ser:	
  
	
  	
  	
  	
  	
   	
  	
  	
  	
  FONTES	
  ESTATAIS	
  à	
  quando	
  provêm	
  do	
  Estado,	
  como	
  a	
  constituição,	
  leis	
  e	
  decretos.	
  
	
  	
  	
  	
  	
   	
  	
  	
  	
  FONTES	
  EXTRA-­‐ESTATAIS	
  OU	
  PROFISSIONAISà	
  quando	
  emanadas	
  de	
  certos	
  grupos	
  
de	
  pessoas	
  e	
  não	
  do	
  Estado,	
  como	
  o	
  regulamento	
  de	
  empresa,	
  os	
  costumes,	
  convenção,	
  acordo	
  
coletivo	
  e	
  contrato	
  de	
  trabalho.	
  
d.	
  Quanto	
  à	
  VONTADE	
  DAS	
  PESSOAS	
  as	
  fontes	
  podem	
  ser:	
  
	
  	
  	
  	
  	
   	
  	
  	
  	
  FONTES	
  VOLUNTÁRIAS	
  à 	
  dependem	
  da	
  vontade	
  das	
  partes	
  para	
  sua	
  elaboração.	
  Ex.:	
  
contrato	
  de	
  trabalho,	
  convenção	
  e	
  acordo	
  coletivo.	
  
	
  	
  	
  	
  	
   	
  	
  	
  	
  FONTES	
   IMPERATIVAS	
   à 	
   alheias	
   a	
   vontade	
   das	
   partes,	
   como	
   leis	
   e	
   sentenças	
  
normativas.	
  
	
  
1)	
  FONTES	
  FORMAIS	
  DO	
  DIREITO	
  DO	
  TRABALHO	
  
a)	
  CONSTITUIÇÃO	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
   A	
  Constituição	
  de	
  1934	
  foi	
  a	
  primeira	
  a	
  tratar	
  de	
  normas	
  de	
  Direito	
  do	
  Trabalho.	
  A	
  atual	
  
CF	
   dedica	
   o	
   Cap.	
   II	
   do	
   Título	
   II	
   –	
  Dos	
  Direitos	
   Sociais	
   para	
   tratar	
   de	
   normas	
   de	
   proteção	
   ao	
  
trabalhador.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
   O	
  art.	
  22,	
  I	
  da	
  CF/88	
  determina	
  que	
  é	
  de	
  competência	
  privativa	
  da	
  União	
  legislar	
  sobre	
  
Direito	
  do	
  Trabalho.	
  
b)	
  LEISA	
   CLT	
   apenas	
   organizou	
   e	
   sistematizou	
   a	
   legislação	
   trabalhista	
   que	
   se	
   encontrava	
  
esparsa.	
  Além	
  da	
  CLT,	
  há	
  várias	
  leis	
  esparsas	
  que	
  tratam	
  das	
  relações	
  trabalhistas.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  c)	
  ATOS	
  DO	
  PODER	
  EXECUTIVO	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Anteriormente,	
   o	
   Poder	
   Executivo	
   podia	
   expedir	
   decretos-­‐leis	
   que	
   tinham	
   força	
   de	
   lei,	
  
como	
   foi	
   o	
   caso	
   da	
   própria	
   CLT,	
   editada	
   pelo	
   DL	
   5452/43.	
  Desde	
   a	
   CF/88	
   que	
   os	
   DL	
   foram	
  
substituídos	
   pelas	
   MP,	
   que	
   tem	
   força	
   de	
   lei	
   e	
   validade	
   de	
   60	
   dias,	
   prorrogáveis	
   por	
   igual	
  
período.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
   O	
  Poder	
   Executivo	
   também	
   tem	
   competência	
   para	
   expedir	
  decretos	
   e	
   regulamentos	
  
(art.	
  84,	
   IV	
  da	
  CF).	
  O	
  Ministério	
  do	
  Trabalho	
   também	
  expede	
  portarias	
  e	
  ordens	
  de	
  serviço.	
  
Como	
  exemplo	
   a	
  Portaria	
   3.214/78	
  que	
  especifica	
  questões	
   sobre	
  medicina	
  e	
   segurança	
  do	
  
trabalho.	
  
	
  	
  	
  	
  	
   d)	
  SENTENÇA	
  NORMATIVA	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
   É	
  a	
  decisão	
  dos	
  Tribunais	
  Regionais	
  do	
  Trabalho	
   (TRT)	
  ou	
  do	
  TST	
  no	
   julgamento	
  dos	
  
dissídios	
  coletivos.	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
   O	
   art.	
   114,	
   caput,	
   e	
   seu	
   §	
   2°,	
   da	
   CF	
   dão	
   competência	
   à	
   Justiça	
   do	
   Trabalho	
   para	
  
estabelecer	
  normas	
  e	
  condições	
  de	
  trabalho.	
  	
  
8 
 
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
   É,	
   portanto,	
   por	
  meio	
  da	
   sentença	
  normativa	
   em	
  dissídio	
   coletivo	
   que	
   serão	
   criadas,	
  
modificadas	
   ou	
   extintas	
   as	
   normas	
   e	
   condições	
   aplicáveis	
   ao	
   trabalho,	
   garantindo	
   direitos	
   e	
  
obrigações	
  a	
  empregados	
  e	
  empregadores.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
   Terá	
   efeito	
   erga	
   omnes,	
   valendo	
   para	
   todas	
   as	
   pessoas	
   integrantes	
   da	
   categoria	
  
econômica	
  e	
  profissional	
  envolvidas	
  no	
  dissídio	
  coletivo.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  e)	
  CONVENÇÕES	
  E	
  ACORDOS	
  COLETIVOS	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Exteriorizam	
   a	
   autonomia	
   privada	
   dos	
   sindicatos	
   nas	
  negociações	
   coletivas.	
   O	
   art.	
   7°,	
  
XXVI/CF	
   reconhece	
   os	
   acordos	
   e	
   as	
   convenções	
   coletivos	
   do	
   trabalho.	
   As	
   regras	
   que	
   forem	
  
estabelecidas	
   em	
   convenções	
   e	
   acordos	
   coletivos	
   serão	
   de	
   observância	
   nas	
   respectivas	
  
categorias.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Acordos	
  Coletivos	
  à	
  são	
  os	
  pactos	
  celebrados	
  entre	
  uma	
  ou	
  mais	
  de	
  uma	
  empresa	
  e	
  o	
  
sindicato	
  da	
  categoria	
  profissional	
  a	
  respeito	
  de	
  condições	
  de	
  trabalho	
  (§	
  1°	
  do	
  art.	
  611	
  da	
  CLT).	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Convenções	
  Coletivas	
  à 	
  são	
  os	
  pactos	
  firmados	
  a	
  respeito	
  das	
  condições	
  de	
  trabalho	
  da	
  
categoria	
   (art.	
   611	
   da	
   CLT),	
   entre	
  dois	
   ou	
  mais	
   sindicatos,	
   estando	
  de	
   um	
   lado	
   o	
   sindicato	
  
patronal	
  e	
  do	
  outro	
  lado	
  o	
  sindicato	
  profissional	
  dos	
  trabalhadores.	
  
	
  	
  	
  	
  f)	
  REGULAMENTOS	
  DE	
  EMPRESA	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  O	
   regulamento	
   da	
   empresa	
   disciplina	
   as	
   relações	
   entre	
   os	
   sujeitos	
   do	
   contrato	
   de	
  
trabalho,	
   vinculando	
   não	
   só	
   os	
   empregados	
   atuais	
   da	
   empresa,	
   como	
   também	
   aqueles	
   que	
  
forem	
  sendo	
  admitidos	
  posteriormente	
  em	
  seus	
  quadros.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  g)	
  DISPOSIÇÕES	
  CONTRATUAIS	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  As	
   disposições	
   inseridas	
   no	
   contrato	
   de	
   trabalho	
   darão	
   origem	
   aos	
   direitos	
   e	
   deveres	
  
entre	
  empregado	
  e	
  empregador.	
  
O	
  art.	
  444/CLT	
  dispõe	
  que	
  as	
  relações	
  contratuais	
  de	
  trabalho	
  podem	
  ser	
  objeto	
  de	
  livre	
  
estipulação	
   das	
   partes,	
   desde	
   que	
   não	
   se	
   contraponham	
   às	
   disposições	
   de	
   proteção	
   ao	
  
trabalho,	
  às	
  convenções	
  e	
  aos	
  acordos	
  coletivos	
  e	
  às	
  decisões	
  das	
  autoridades	
  competentes.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  h)	
  USOS	
  E	
  COSTUMES	
  
Em	
  muitas	
  ocasiões	
  a	
  utilização	
  reiterada	
  pela	
  sociedade	
  dos	
  usos	
  e	
  costumes	
  dá	
  origem	
  a	
  
uma	
   norma	
   legal.	
   Como	
   exemplo,	
   tem-­‐se	
   a	
  gratificação	
   natalina	
  que	
   é	
   um	
  pagamento	
   feito	
  
pelo	
   empregador	
   que	
   tem	
   por	
   natureza	
   costume.	
   De	
   tanto	
   os	
   empregadores	
   pagarem	
   uma	
  
gratificação	
  natalina	
  aos	
  empregados	
  ela	
  passou	
  a	
  ser	
  compulsória,	
  dando	
  origem	
  ao	
  atual	
  13°	
  
salário	
  (Lei	
  4.090/62).	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Outro	
   caso	
   típico	
   foram	
   as	
   horas	
   extras	
   que	
   passaram	
   a	
   integrar	
   outras	
   verbas	
  
remuneratórias	
  (férias,	
  13	
  salário,	
  aviso	
  prévio,	
  FGTS,	
  etc.)	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  A	
   CLT	
   prevê	
   no	
   art.	
   443	
   que	
   o	
   próprio	
   contrato	
   de	
   trabalho	
   não	
   precisa	
   ser	
  
necessariamente	
  feito	
  por	
  escrito,	
  podendo	
  ser	
  regido	
  por	
  regras	
  do	
  costume.	
  
	
  
i)	
  NORMAS	
  INTERNACIONAIS	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
   As	
   normas	
   internacionais	
   são	
   fontes	
   de	
   direitos	
   e	
   obrigações,	
   como	
   ocorre	
   com	
   os	
  
tratados	
  e	
  as	
  convenções	
  da	
  OIT,	
  que	
  obrigam	
  seus	
  signatários.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
   O	
   inciso	
  VIII	
  do	
  art.	
  84	
  da	
  CF	
  determina	
  que:	
  “compete	
  privativamente	
  ao	
  Presidente	
  
da	
  República	
  celebrar	
  tratados,	
  convenções	
  e	
  atos	
  internacionais”.	
  
9 
 
	
   A	
   Convenção	
   da	
   OIT	
   tem	
   natureza	
   de	
   lei	
   ordinária,	
   tanto	
   que	
   o	
   Congresso	
   tem	
  
competência	
  exclusiva	
  para	
   resolver	
  definitivamente,	
   sobre	
   tratados	
   internacionais	
   (art.	
   49,	
   I	
  
da	
  CF),	
  o	
  que	
  é	
   feito	
  por	
   intermédio	
  de	
  decreto	
   legislativo,	
  que	
  também	
  tem	
  natureza	
  de	
   lei	
  
federal	
  (art.	
  59,	
  VI	
  /CF).	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Recentemente,	
   o	
   STF	
   já	
   entendeu	
   que	
   os	
   tratados	
   concluídospelo	
   Estado	
   Federal	
  
possuem,	
   em	
   nosso	
   sistema	
   normativo,	
   o	
   mesmo	
   grau	
   de	
   autoridade	
   e	
   de	
   eficácia	
   das	
   leis	
  
mencionadas,	
  não	
  havendo	
  necessidade	
  de	
  aprovação	
  de	
  uma	
  lei	
  ordinária	
  para	
  que	
  o	
  tratado	
  
tenha	
  validade	
  interna.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
   O	
   §	
   3°	
   do	
   art.	
   5°/CF	
   estabelece	
   que	
   os	
   tratados	
   e	
   convenções	
   internacionais	
   sobre	
  
direitos	
  humanos	
  que	
  forem	
  aprovados,	
  em	
  cada	
  Casa	
  do	
  Congresso	
  Nacional,	
  em	
  dois	
  turnos,	
  
por	
   três	
   quintos	
   dos	
   votos	
   dos	
   respectivos	
   membros,	
   serão	
   equivalentes	
   às	
   emendas	
  
constitucionais.	
  
	
  
4.	
  HIERARQUIA,	
  CLASSIFICAÇÃO	
  E	
  APLICAÇÃO	
  DAS	
  NORMAS	
  TRABALHISTAS	
  
a.	
  HIERARQUIA	
  
A	
   hierarquia	
   entre	
   as	
   normas	
   somente	
   ocorre	
   quando	
   a	
   norma	
   inferior	
   tem	
   seu	
  
fundamento	
   de	
   validade	
   em	
   regra	
   superior.	
   Isso	
   significa	
   que	
   a	
   validade	
   de	
   determinada	
  
norma	
   dependa	
   diretamente	
   de	
   outra,	
   como	
   é	
   o	
   caso	
   de	
   um	
   decreto	
   em	
   relação	
   a	
   uma	
   lei	
  
ordinária	
  e	
  desta	
  em	
  relação	
  à	
  Constituição.	
  
	
   	
  O	
  art.	
  619	
  da	
  CLT	
  dispõe	
  que	
  nenhuma	
  disposição	
  do	
  contrato	
   individual	
  de	
   trabalho	
  
que	
   contrarie	
   normas	
   de	
   convenção	
   ou	
   acordo	
   coletivo	
   de	
   trabalho	
   poderá	
   prevalecer	
   na	
  
execução	
  do	
  mesmo,	
  sendo	
  considerada	
  nula	
  de	
  pleno	
  direito.	
  	
  
	
  
b.	
  CLASSIFICAÇÃO	
  
	
  
CONSTITUIÇÃO	
  FEDERAL	
  
LEIS	
  ORDINÁRIAS	
  
DECRETOS	
  
PORTARIAS,	
  CIRCULARES	
  E	
  ORDENS	
  DE	
  SV	
   PROVIMENTOS	
  E	
  INSTRUÇÕES	
  NORMATIVAS	
   ACORDO	
  OU	
  CONVENÇÃO	
  COLETIVA	
  
CONTRATO	
  DE	
  TRABALHO	
  
LEIS	
  COMPLEMENTARES	
   TRATADOS	
  E	
  CONVENÇÕES	
  INTERNACIONAIS	
   DECRETOS	
  LEGISLATIVOS	
  
NORMAS	
  TRABALHISTAS	
  
NORMAS	
  	
  DE	
  ORDEM	
  PÚBLICA	
  
ABSOLUTAS	
  
RELATIVAS	
  NORMAS	
  DISPOSITIVAS	
  
NORMAS	
  AUTÔNOMAS	
  
INDIVIDUAIS	
  
COLETIVAS	
  
10 
 
1) AS	
  NORMAS	
  DE	
  ORDEM	
  PÚBLICA	
  ABSOLUTA	
  à 	
  são	
  aquelas	
  que	
  não	
  podem	
  ser	
  derrogadas	
  
por	
  convenções	
  das	
  partes,	
  uma	
  vez	
  que	
  preponderam	
  o	
  interesse	
  público	
  sobre	
  o	
  particular.	
  
São	
   as	
   regras	
   de	
   natureza	
   protetiva,	
   indisponíveis	
   por	
   parte	
   do	
   obreiro	
   e	
   que	
   não	
   podem	
  
deixar	
  de	
  ser	
  cumpridas	
  pelo	
  empregador,	
  sob	
  pena	
  de	
  multa.	
  	
  
	
   São	
   normas	
   que	
   tratam	
   de	
   medicina	
   e	
   segurança	
   do	
   trabalho,	
   da	
   fiscalização	
  
trabalhista,	
  do	
  salário	
  mínimo,	
  das	
  férias	
  e	
  do	
  repouso	
  semanal	
  remunerado.	
  
2) AS	
   NORMAS	
   DE	
   ORDEM	
   PÚBLICA	
   RELATIVA	
  à 	
   embora	
   haja	
   interesse	
   do	
   Estado,	
   em	
   ver	
  
cumpridas	
  as	
  determinações,	
  podem	
  ser	
  flexibilizadas.	
  	
  
	
   Por	
   exemplo,	
   a	
   possibilidade	
   de	
   redução	
   de	
   salários	
   por	
   meio	
   de	
   convenções	
   ou	
  
acordos	
  coletivos	
  (art.	
  7,	
  II/CF);	
  da	
  compensação	
  e	
  redução	
  da	
  jornada	
  de	
  trabalho	
  mediante	
  
acordo	
   ou	
   convenção	
   coletiva	
   (art.	
   7,	
   XIII	
   /CF);	
   e	
   do	
   aumento	
   da	
   jornada	
   nos	
   turnos	
  
ininterruptos	
  (art.	
  7,	
  XIV/CF).	
  
3) AS	
   NORMAS	
   DISPOSITIVAS	
  à 	
   são	
   aquelas	
   que	
   o	
   Estado	
   tem	
   interesse	
   em	
   tutelar	
   os	
  
direitos	
  do	
  empregado,	
  porém	
  esse	
  interesse	
  é	
  menor,	
  podendo	
  haver	
  autonomia	
  da	
  vontade	
  
das	
  partes	
  em	
  estabelecer	
  outras	
  regras.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
   	
  Pode-­‐se	
   dizer	
   que	
   a	
   legislação	
   apenas	
   estabelece	
   um	
   mínimo,	
   que	
   pode	
   ser	
  
complementado	
  pelas	
  partes.	
  Não	
  dispondo	
  as	
  partes	
  de	
  modo	
  diverso,	
  prevalece	
  o	
  mínimo	
  
estabelecido	
  em	
  lei.	
  Ex.	
  adicional	
  noturno	
  e	
  adicional	
  de	
  hora	
  extra.	
  
4) AS	
  NORMAS	
  AUTÔNOMAS	
  à 	
  são	
  aquelas	
  em	
  que	
  o	
  Estado	
  não	
  interfere	
  estabelecendo	
  
regras	
   de	
   conduta	
   no	
   campo	
   trabalhista.	
   As	
   partes	
   é	
   que	
   estabelecem	
   preceitos,	
   fruto	
   do	
  
entendimento	
  direto	
  entre	
  elas.	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
   No	
   campo	
   coletivo,	
   seria	
   a	
   hipótese	
   do	
   acordo	
   ou	
   a	
   convenção	
   coletiva	
   estabelecer	
  
regras	
   não	
   previstas	
   na	
   lei.	
   No	
   campo	
   individual,	
   seria	
   a	
   contratação	
   mediante	
   cláusula	
  
inserida	
  no	
  contrato	
  de	
  trabalho.	
  	
  
c.	
  APLICAÇÃO	
  DAS	
  NORMAS	
  TRABALHISTAS	
  	
  
Aplicabilidade	
  tem	
  o	
  sentido	
  de	
  pôr	
  a	
  norma	
  em	
  contato	
  com	
  fatos	
  e	
  atos.	
  Realiza-­‐
se	
  por	
  meio	
  da	
  interpretação,	
  integração	
  e	
  execução	
  das	
  normas	
  trabalhistas.	
  	
  
1) Interpretação	
  
a) Gramatical	
  ou	
  Literal	
  à	
  visa	
  verificar	
  qual	
  o	
  sentido	
  literal	
  do	
  texto.	
  
b) Lógica	
  à	
  conexão	
  entre	
  vários	
  textos	
  legais.	
  
c) Teleológica	
  ou	
  Finalística	
  à	
  a	
  interpretação	
  será	
  dada	
  de	
  acordo	
  com	
  o	
  fim	
  pretendido	
  pelo	
  
legislador.	
  
d) Sistemática	
  à	
  a	
  interpretação	
  decorre	
  da	
  análise	
  do	
  sistema	
  jurídico.	
  
e) Extensiva	
  ou	
  Ampliativa	
  à	
  atribui-­‐se	
  um	
  sentido	
  mais	
  amplo	
  à	
  norma.	
  
f) Restritiva	
  ou	
  Limitativa	
  à	
  busca-­‐se	
  restringir	
  o	
  sentido	
  da	
  norma.	
  
g) Histórica	
  à	
  decorre	
  de	
  um	
  processo	
  evolutivo,	
  analisando-­‐se	
  a	
  história.	
  
h) Autêntica	
  à	
  realizada	
  pelo	
  próprio	
  órgão	
  que	
  editou	
  a	
  norma,	
  que	
  irá	
  declarar	
  seu	
  sentido,	
  
alcance	
  e	
  conteúdo,	
  por	
  meio	
  de	
  outra	
  norma	
  jurídica.	
  
i) Sociológica	
  à	
  verifica-­‐se	
  a	
  realidade	
  e	
  necessidade	
  social	
  na	
  elaboração	
  e	
  na	
  aplicação	
  da	
  lei.	
  
2)	
  Integração	
  
O	
  intérprete	
  fica	
  autorizado	
  a	
  suprir	
  as	
  lacunas	
  existentes	
  na	
  norma	
  jurídica	
  por	
  
meio	
  da	
  utilização	
  da	
  analogia,	
  eqüidade,	
  princípios	
  gerais	
  do	
  direito	
  e	
  doutrina.	
  
Analogia	
   consiste	
   na	
   utilização	
   de	
   uma	
   regra	
   similar	
   para	
   o	
   caso	
   concreto.	
  
Eqüidade	
  é	
  a	
  possibilidade	
  de	
  suprir	
  a	
  imperfeição	
  da	
  lei	
  ou	
  torná-­‐la	
  mais	
  branda	
  moldando-­‐a	
  à	
  
realidade.	
  Só	
  é	
  possívelnas	
  hipóteses	
  autorizadas	
  por	
  lei	
  (art.	
  127	
  do	
  CPC).	
  
11 
 
d.	
  EFICÁCIA	
  E	
  VIGÊNCIA	
  DA	
  NORMA	
  TRABALHISTA	
  	
  
Eficácia	
  significa	
  aplicação	
  ou	
  execução	
  da	
  norma	
  jurídica.	
  É	
  a	
  produção	
  de	
  efeitos	
  
jurídicos	
   concretos	
   que	
   não	
   se	
   confunde	
   com	
   a	
   validade	
   da	
   lei.	
   A	
   eficácia	
   relaciona-­‐se	
   ao	
  
tempo	
  e	
  ao	
  espaço.	
  A	
  eficácia	
  no	
  tempo	
  refere-­‐se	
  à	
  entrada	
  da	
  lei	
  em	
  vigor,	
  normalmente	
  na	
  
data	
  de	
  sua	
  publicação.	
   Inexistindo	
  disposição	
  expressa	
  na	
   lei,	
  esta	
  começa	
  a	
  vigorar	
  45	
  dias	
  
depois	
  de	
  oficialmente	
  publicada	
   (art.	
  1°	
  da	
  LICC).	
  A	
  eficácia	
  da	
   lei	
   trabalhista	
  no	
  espaço	
  diz	
  
respeito	
  ao	
  território	
  em	
  que	
  vai	
  ser	
  aplicada	
  a	
  norma.	
  
Validade	
   da	
   lei	
   se	
   refere	
   a	
   sua	
   força	
   imponível,	
   isto	
   é,	
   a	
   possibilidade	
   de	
   ser	
  
observada.	
  A	
  vigência	
  da	
  norma	
  diz	
  respeito	
  ao	
  seu	
  tempo	
  de	
  atuação.	
  	
  
	
  
5.	
  PRINCÍPIOS	
  DO	
  DIREITO	
  DO	
  TRABALHO	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
   	
  	
  	
  O	
   Princípio	
   é	
   o	
   primeiro	
   passo	
   na	
   consecução	
   de	
   uma	
   regulação	
   científica,	
   alberga	
  
uma	
  diretriz	
  ou	
  norte	
  magnético,	
  muito	
  mais	
  abrangente	
  que	
  uma	
  simples	
  regra.	
  	
  
	
   	
  	
  	
  Além	
   de	
   estabelecer	
   certas	
   limitações	
   ao	
   poder	
   normativo,	
   fornece	
   diretrizes	
   que	
  
embasam	
  uma	
  ciência	
  visando	
  à	
  sua	
  correta	
  compreensão	
  e	
  interpretação.	
  Violar	
  um	
  princípio	
  
é	
  muito	
  mais	
  grave	
  do	
  que	
  violar	
  uma	
  regra.	
  Assim,	
  pode-­‐se	
  dizer	
  que	
  os	
  princípios	
  possuem	
  
uma	
  tríplice	
  função:	
  
	
  	
  	
  	
  	
   	
  	
  	
  Uma	
   função	
   interpretativa,	
   servindo	
   como	
   um	
   elemento	
   de	
   apoio	
   na	
   interpretação	
  
das	
   normas	
   jurídicas	
   estudadas.	
   Uma	
   outra	
   função	
   de	
   elaboração,	
   uma	
   vez	
   que	
   auxiliam	
   o	
  
legislador	
  na	
  elaboração	
  das	
  normas.	
  E,	
  por	
  fim,	
  uma	
  função	
  de	
  aplicação	
  do	
  direito,	
  na	
  medida	
  
em	
  que	
  serve	
  de	
  base	
  para	
  o	
  juiz	
  sentenciar.	
  	
  
	
  
a.	
  PRINCÍPIOS	
  COMUNS	
  APLICÁVEIS	
  AO	
  DIREITO	
  DO	
  TRABALHO	
  	
  
1)	
  AUTONOMIA	
  DAS	
  VONTADES	
  	
  
Este	
   princípio	
   também	
   está	
   presente	
   nas	
   relações	
   de	
   trabalho,	
   porém	
   com	
   uma	
  
interferência	
  mais	
   ampla	
   da	
   lei.	
   Enquanto	
   no	
   Direito	
   Civil	
   as	
  disposições	
   legais	
   em	
  matéria	
  
contratual	
  têm	
  caráter	
  supletivo	
  ou	
  subsidiário,	
  no	
  Direito	
  do	
  Trabalho	
  têm	
  caráter	
  principal,	
  
funcionando	
  a	
  autonomia	
  da	
  vontade	
  de	
   forma	
  complementar.	
  A	
  CLT	
   corrobora	
  a	
  aplicação	
  
desse	
   princípio	
   ao	
   estabelecer,	
   em	
   seu	
  art.	
   444,	
   que	
   é	
   livre	
   a	
   estipulação	
   das	
   condições	
   de	
  
trabalho	
  em	
  tudo	
  o	
  que	
  não	
  contrariar	
  a	
  ordem	
  pública,	
  as	
  decisões	
  judiciais	
  e	
  as	
  convenções	
  
coletivas	
  de	
  trabalho.	
  
2)	
  FORÇA	
  OBRIGATÓRIA	
  DOS	
  CONTRATOS	
  (pacta	
  sunt	
  servanda)	
  	
  
	
   	
  	
  	
  	
  Este	
  princípio	
  estabelece	
  que	
  o	
  contrato	
  deva	
  ser	
  executado	
  pelas	
  partes	
  de	
  acordo	
  
com	
  os	
   termos	
   ajustados.	
   As	
   convenções	
   coletivas	
   valem	
  pelo	
   prazo	
  da	
   sua	
   vigência,	
   sendo	
  
inviável	
  a	
  sua	
  modificação	
  a	
  não	
  ser	
  em	
  casos	
  extremos.	
  	
  
3)	
  EXCEPTIO	
  NON	
  ADIMPLETI	
  CONTRACTUS	
  	
  
Nenhum	
  dos	
  contratantes	
  pode	
  exigir	
  o	
  implemento	
  da	
  obrigação	
  do	
  outro	
  contratante,	
  
antes	
  de	
  cumprida	
  a	
  sua	
  obrigação.	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
4)	
  BOA-­‐FÉ	
  NOS	
  CONTRATOS	
  
Confere	
  ao	
  juiz	
  o	
  poder	
  de	
  interpretar	
  e,	
  quando	
  necessário,	
  suprir	
  e	
  corrigir	
  o	
  contrato	
  
segundo	
   a	
   boa-­‐fé	
   objetiva,	
   entendida	
   como	
   a	
   exigência	
   de	
   comportamento	
   leal	
   dos	
  
contratantes.	
  
	
  
12 
 
b.	
  PRINCÍPIOS	
  UNIVERSAIS	
  DO	
  DIREITO	
  DO	
  TRABALHO	
  	
  
1)	
  LIBERDADE	
  DE	
  TRABALHO	
  	
  
	
  	
  O	
   trabalho	
   deve	
   ser	
   prestado	
   de	
   forma	
   livre,	
   por	
   escolha	
   do	
   trabalhador,	
   não	
   se	
  
admitindo	
  o	
  trabalho	
  forçado	
  do	
  trabalhador	
  por	
  atentar	
  contra	
  a	
  dignidade	
  humana.	
  
2)	
  DIREITO	
  DE	
  ORGANIZAÇÃO	
  SINDICAL	
  
	
  	
  Qualquer	
   que	
   seja	
   o	
   regime	
  político	
   ou	
   econômico	
   todo	
   trabalhador	
   tem	
  o	
   direito	
   de	
  
filiar-­‐se	
  a	
  uma	
  organização	
  sindical.	
  
3)	
  MÍNIMAS	
  GARANTIAS	
  DE	
  TRABALHO	
  	
  
	
  	
  Em	
   todos	
   os	
   países	
   há	
   direitos	
   trabalhistas	
   mínimos	
   que	
   devem	
   ser	
   respeitados.	
  
Corroborando	
  com	
  este	
  princípio	
  existe	
  a	
  OIT.	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
4)	
  MULTINORMATIVIDADE	
  DO	
  DIREITO	
  DO	
  TRABALHO	
  	
  
	
  	
  A	
  norma	
  trabalhista	
  emana	
  não	
  apenas	
  do	
  Estado,	
  mas	
  também	
  de	
  outras	
  fontes,	
  como	
  
da	
  própria	
  empresa,	
  por	
  seus	
  regulamentos	
  e	
  dos	
  sindicatos,	
  em	
  sua	
  atividade	
  negocial	
  com	
  as	
  
empresas.	
  
5)	
  NORMA	
  FAVORÁVEL	
  AO	
  TRABALHADOR	
  	
  
	
  	
  A	
  norma	
   jurídica,	
  ao	
  ser	
  elaborada,	
  deve	
  voltar-­‐se	
  à	
  proteção	
  do	
  trabalhador	
  e,	
  ao	
  ser	
  
interpretada,	
  no	
  caso	
  de	
  dúvida,	
  deve-­‐se	
  ser	
  escolhido	
  o	
  sentido	
  da	
  norma	
  mais	
  benéfico	
  ao	
  
trabalhador,	
  salvo	
  lei	
  proibitiva.	
  
6)	
  IGUALDADE	
  SALARIAL	
  	
  
	
  	
  Trabalhos	
  semelhantes	
  devem	
  ser	
  remunerados	
  de	
  maneira	
  semelhante,	
  sem	
  qualquer	
  
tipo	
  de	
  discriminação.	
  
7)	
  JUSTA	
  REMUNERAÇÃO	
  	
  
	
  	
  É	
   função	
   do	
   Direito	
   do	
   Trabalho	
   promover	
   medidas	
   destinadas	
   a	
   garantir	
   aos	
  
trabalhadores	
  adequada	
  retribuição	
  pelos	
  serviços	
  prestados.	
  
8)	
  DIREITO	
  AO	
  DESCANSO	
  	
  
	
  	
  Assegura	
  a	
   inserção	
  de	
  normas	
   voltadas	
  para	
  a	
  obrigatoriedade	
  de	
  descansos	
   diários,	
  
semanais	
  e	
  anuais	
  no	
  exercício	
  das	
  atividades	
  profissionais.	
  
9)	
  CONDIÇÃO	
  MAIS	
  BENÉFICA	
  	
  
	
  	
  No	
  Direito	
  do	
  Trabalho	
  encontra	
  sustentação	
  no	
  art.	
  5°,	
  XXXVI	
  da	
  CF/88.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  10)	
  DIREITOAO	
  EMPREGO	
  	
  
	
   Também	
  conhecido	
  como	
  o	
  princípio	
  do	
  direito	
  ao	
  trabalho,	
  em	
  razão	
  do	
  qual	
  o	
  Estado	
  
tem	
  o	
  dever	
  de	
  promover	
  medidas	
  econômicas	
  destinadas	
  à	
  abertura	
  de	
  frentes	
  de	
  trabalho	
  
em	
  dimensão	
  suficiente	
  para	
  absorver	
  a	
  mão-­‐de-­‐obra	
  que	
  ingressa	
  na	
  ordem	
  trabalhistas	
  e	
  de	
  
impedir	
  o	
  desemprego	
  em	
  massa.	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  11)	
  DIREITO	
  À	
  PREVIDÊNCIA	
  SOCIAL	
  
	
   	
  	
  	
  É	
   dever	
   do	
   Estado	
   organizar	
   sistemas	
   previdenciários	
   que	
   estabeleça	
   proteção	
   ao	
  
trabalhador	
  diante	
  dos	
  riscos	
  a	
  que	
  se	
  sujeita,	
  fornecendo-­‐lhe	
  encontre	
  o	
  devido	
  amparo.	
  
	
  
13 
 
c.	
  PRINCÍPIOS	
  DOUTRINÁRIOS	
  DO	
  DIREITO	
  DO	
  TRABALHO	
  	
  
	
  	
  1)	
  PRINCÍPIO	
  DA	
  PROTEÇÃO	
  	
  
	
  	
  	
  	
  É	
  uma	
  forma	
  de	
  compensar	
  a	
  superioridade	
  econômica	
  do	
  empregador	
  em	
  relação	
  ao	
  
empregado,	
  atribuindo	
  a	
  este	
  último	
  uma	
  superioridade	
  jurídica.	
  	
  
	
   Este	
  princípio	
  é	
  desmembrado	
  em	
  outros	
  três:	
  in	
  dubio	
  pro	
  operario;	
  aplicação	
  da	
  norma	
  
mais	
  favorável	
  ao	
  trabalhador;	
  aplicação	
  da	
  condição	
  mais	
  benéfica	
  ao	
  trabalhador.	
  
	
  	
  	
  	
  a)	
  In	
  dubio	
  pro	
  operario	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
  Na	
   dúvida	
   deve	
   se	
   aplicar	
   a	
   regra	
   mais	
   favorável	
   ao	
   trabalhador	
   ao	
   se	
   analisar	
   um	
  
preceito	
   que	
   encerra	
   um	
   regra	
   trabalhista.	
   Não	
   se	
   aplica	
   integralmente	
   ao	
   Processo	
   do	
  
Trabalho,	
   devido	
   ao	
   ônus	
   da	
   prova	
   no	
   caso	
   concreto	
   (art.	
   33/CPC	
   e	
   art.	
   818/CLT),	
   que,	
   em	
  
certos	
  casos,	
  poderá	
  ser	
  do	
  empregado.	
  
	
  b)	
  Aplicação	
  da	
  norma	
  mais	
  favorável	
  ao	
  trabalhador	
  	
  
	
  	
  Regra	
  implícita	
  no	
  art.	
  7°/CF	
  que	
  prescreve	
  “além	
  de	
  outros	
  que	
  visem	
  à	
  melhoria	
  de	
  sua	
  
condição	
  social”,	
  subdividi-­‐se	
  em	
  outras	
  três:	
  
	
  O	
   art.	
   620/CLT	
   dispõe	
   que	
   “as	
   condições	
   estabelecidas	
   em	
   convenção,	
   quando	
   mais	
  
favoráveis,	
  prevalecerão	
  sobre	
  as	
  estipuladas	
  em	
  acordo”.	
  	
  
c)	
  Aplicação	
  da	
  condição	
  mais	
  benéfica	
  ao	
  trabalhador	
  	
  
Deve	
  ser	
  entendida	
  como	
  o	
  fato	
  de	
  que	
  as	
  vantagens	
  já	
  obtidas	
  anteriormente,	
  que	
  são	
  
mais	
  benéficas	
  ao	
  trabalhador,	
  não	
  podem	
  ser	
  modificadas	
  para	
  pior.	
  	
  
É	
  a	
  aplicação	
  da	
  regra	
  do	
  direito	
  adquirido	
  (art.	
  5,	
  XXXVI	
  da	
  CF).	
  Vide	
  Súmula	
  51	
  do	
  TST.	
  
	
  
2)	
  PRINCÍPIO	
  DA	
  IRRENUNCIABILIDADE	
  DE	
  DIREITOS	
  	
  
	
  O	
  art.	
  9°	
  da	
  CLT	
  é	
  claro	
  ao	
  dizer	
  que	
  serão	
  nulos	
  de	
  pleno	
  direito	
  os	
  atos	
  praticados	
  com	
  
o	
  objetivo	
  de	
  desvirtuar,	
  impedir,	
  ou	
  fraudar	
  a	
  aplicação	
  dos	
  preceitos	
  trabalhistas.	
  	
  
	
  Em	
  regra,	
  os	
  direitos	
  são	
  irrenunciáveis	
  por	
  parte	
  dos	
  trabalhadores,	
  quando	
  diante	
  do	
  
empregador.	
  	
  
No	
  entanto,	
  o	
  trabalhador	
  poderá	
  renunciar	
  a	
  seus	
  direitos	
  se	
  estiver	
  em	
  juízo,	
  diante	
  do	
  
juiz	
  do	
  trabalho,	
  nesse	
  caso	
  não	
  se	
  pode	
  afirmar	
  que	
  o	
  empregado	
  esteja	
  sendo	
  forçado	
  pelo	
  
seu	
  patrão,	
  pois	
  não	
  se	
  encontrará	
  em	
  posição	
  de	
  inferioridade.	
  	
  
Também	
  é	
  possível	
  ao	
  trabalhador	
  transigir,	
  fazendo	
  concessões	
  recíprocas.	
  A	
  transação	
  
pressupõe	
  incerteza	
  do	
  direito	
  (dúvida)	
  para	
  que	
  possam	
  ser	
  feitas	
  concessões	
  mútuas.	
  Não	
  se	
  
pode	
  falar	
  em	
  transação	
  quanto	
  ao	
  direito	
  de	
  verbas	
  rescisórias.	
  	
  
A	
  Súmula	
  276	
  do	
  TST	
  mostra	
  que	
  aviso	
  prévio	
  é	
  irrenunciável	
  pelo	
  trabalhador.	
  
	
  
3)	
  PRINCÍPIO	
  DA	
  CONTINUIDADE	
  DA	
  RELAÇÃO	
  DE	
  EMPREGO	
  	
  
	
  Presume-­‐se	
  que	
  o	
  contrato	
  de	
  trabalho	
  terá	
  validade	
  por	
  tempo	
  indeterminado,	
  ou	
  seja,	
  
haverá	
  continuidade	
  da	
  relação	
  de	
  emprego.	
  	
  
A	
   exceção	
   à	
   regra	
   são	
   os	
   contratos	
   por	
   prazo	
   determinado,	
   inclusive	
   o	
   contrato	
  
temporário.	
  	
  
14 
 
A	
  Súmula	
  212	
  do	
  TST	
  adota	
  essa	
   ideia	
  ao	
  estabelecer:	
  “o	
  ônus	
  de	
  provar	
  o	
  término	
  do	
  
contrato	
   de	
   trabalho,	
   quando	
   negados	
   a	
   prestação	
   de	
   serviço	
   e	
   o	
   despedimento,	
   é	
   do	
  
empregador,	
   pois	
   o	
   princípio	
   da	
   continuidade	
   da	
   relação	
   de	
   emprego	
   constitui	
   presunção	
  
favorável	
  ao	
  empregado”.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  
4)	
  PRINCÍPIO	
  DA	
  PRIMAZIA	
  DA	
  REALIDADE	
  	
  
No	
  Direito	
  do	
  Trabalho	
  os	
  fatos	
  são	
  muitos	
  mais	
  importantes	
  do	
  que	
  os	
  documentos.	
  Por	
  
exemplo,	
   se	
   um	
   empregado	
   é	
   rotulado	
   de	
   autônomo	
  pelo	
   empregador,	
   possuindo	
   contrato	
  
escrito	
  de	
  representação	
  com	
  o	
  último,	
  o	
  que	
  deve	
  ser	
  observado	
  realmente	
  são	
  as	
  condições	
  
fáticas	
  que	
  demonstrarem	
  a	
  existência	
  do	
  contrato	
  de	
  trabalho.	
  
São	
   privilegiados,	
   portanto,	
   os	
   fatos,	
   a	
   realidade,	
   sobre	
   a	
   forma	
   ou	
   a	
   estrutura	
  
empregada.	
  
	
  
REFERÊNCIAS	
  
	
  
CASSAR,	
  Vólia	
  Bomfim.	
  Direito	
  do	
  Trabalho.	
  São	
  Paulo:	
  Método,	
  8ª	
  ed.,	
  2013.	
  	
  	
  	
  
DELGADO,	
  Maurício	
  Godinho.	
  Curso	
  de	
  Direito	
  do	
  Trabalho.	
  São	
  Paulo:	
  LTR,	
  12ª	
  ed.,	
  2013.	
  
GARCIA,	
  Gustavo	
  Filipe	
  Barbosa.	
  Curso	
  de	
  Direito	
  do	
  Trabalho.	
  Rio	
  de	
  Janeiro:	
  Forense,	
  8ª	
  ed.,	
  
2014	
  
MARTINS,	
  Sérgio	
  Pinto.	
  Direito	
  do	
  Trabalho.	
  São	
  Paulo:	
  Atlas,	
  2014.	
  
MARTINEZ,	
  Luciano.	
  Curso	
  de	
  Direito	
  do	
  Trabalho.	
  São	
  Paulo:	
  Saraiva,	
  6ª	
  ed.	
  2015.	
  
NASCIMENTO,	
  Amauri	
  Mascaro.	
  Curso	
  de	
  Direito	
  do	
  Trabalho.	
  São	
  Paulo:	
  Saraiva,	
  2012.	
  
	
  
	
  
COMPLEMENTE	
  SEUS	
  ESTUDOS	
  FAZENDO	
  A	
  LEITURA	
  DA	
  BIBLIOGRAFIA	
  RECOMENDADA!	
  
PROFESSOR	
  JOÃO	
  PRIÁTICO

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