Buscar

Smart cities - CIDADES INTERLIGENTES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ARQUITETURA E 
INFRAESTRUTURA 
DE IOT
Heber Marques Gimenes
Smart cities 
(cidades inteligentes)
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Conceituar smart cities. 
  Explicar as tecnologias para smart cities. 
  Exemplificar smart cities. 
Introdução
As tecnologias da Internet das Coisas (IoT, do inglês Internet of Things) 
têm influenciado cada vez mais a forma como vemos as grandes cidades 
mundiais, muitas das quais são hoje conhecidas como smart cities. Essas 
cidades adotaram novos rumos em relação ao uso de tecnologias nos 
mais variados setores, como energia, transporte, água e esgoto, dentre 
muitos outros. Seu uso de tecnologias inteligentes visa o melhor aprovei-
tamento de recursos tanto financeiros quanto naturais e humanos, tudo 
isso convergindo para um resultado mais significativo: o bem-estar da 
sua respectiva população. 
Neste capítulo, você conhecerá alguns dos conceitos de smart cities 
estabelecidos ao longo dos anos, bem como as tecnologias reconhecidas 
para uso nessas cidades.
1 Conceito de smart cities
Desde seus primórdios, as cidades foram formadas para promover o melhor à 
sua população. Com o passar do tempo, deixaram de ser meros aglomerados 
sociais e foram servindo de terreno para o fl orescimento de toda a estrutura 
usufruída atualmente pela sociedade. 
Na visão de Rizzon et al. (2017), ao longo da história é possível identificar 
um processo paulatino de mudança no perfil urbano, mas foi somente a partir da 
Revolução Industrial que as cidades aumentaram de tamanho e de população, 
contribuindo para o surgimento de tecnologias necessárias para respaldar as 
demandas significativas dos novos mercados de trabalho. Assim, por todo o 
mundo, começaram a surgir nas cidades demandas laborais e avanços tec-
nológicos nas áreas de transporte, saneamento, saúde, moradia, entre outras. 
Mais recentemente, após a Segunda Guerra Mundial, novas tendências urba-
nas ditaram os rumos das grandes cidades, com destaque para o crescimento do 
setor de prestação de serviços e a intensificação da globalização, com a abertura 
dos mercados. Diante disso, passou a haver maior troca de informações sobre 
produtos, tecnologias, culturas, etc. entre cidades, regiões e países. Nos últimos 
tempos, o foco das cidades volta-se cada vez mais para o desenvolvimento 
sustentável, com base na difusão de informação e conhecimento nessa esfera.
Segundo Bauer e Barracho (2019), atualmente as sociedades urbanas vêm 
passando por mudanças de um modelo industrial para um modelo inteligente 
de cidade. Com isso, pode-se observar uma crescente presença desse novo 
conceito no cotidiano da sociedade, visando a melhor aplicação e aprovei-
tamento de recursos limitados no âmbito municipal. Para uma cidade ser 
considerada inteligente, deve apresentar investimentos no desenvolvimento de 
capital humano e infraestrutura, impulsionando o crescimento econômico e a 
qualidade de vida da sociedade local pelo uso de tecnologias de informação e 
comunicação (TICs), o que eleva sua eficiência e competitividade (CARAGLIU; 
DEL BO; NIJKAMP, 2011; SEBRAE, 2017). 
Uma smart city é composta por algumas características particulares que 
as diferenciam das demais cidades:
  sua infraestrutura é usada para gerar eficiência política e econômica, 
buscando o desenvolvimento da sociedade como um todo;
  seu desenvolvimento urbano está ligado ao florescimento dos negócios;
  seu principal objetivo é a inclusão dos residentes urbanos nos serviços 
públicos;
  suas indústrias de tecnologia têm um papel muito importante para o 
desenvolvimento urbano;
  seu foco é voltado para o papel da sociedade no desenvolvimento da cidade;
  sua base estratégia inclui principalmente a sustentabilidade do ambiente 
e da sociedade.
Smart cities (cidades inteligentes)2
Seja como for, em uma smart city a aplicação tecnológica não está ligada 
somente à instalação de sensores, câmeras, atuadores e outros objetos da IoT. 
Na verdade, esses componentes são utilizados para que a cidade possa ser 
melhorada, aproveitando estrategicamente seus serviços de infraestrutura em 
conjunto com a tecnologia. Segundo Alperstedt Neto, Rolt e Alperstedt (2018, 
p. 291), a arquitetura de TIC de uma smart city “[...] deve compor a integração 
de rede, sensores, dispositivos móveis, câmeras, redes sociais, hardware, 
software e banco de dados passíveis de análises sistemáticas em tempo real”. 
Pensando nesse conceito, a estrutura de TIC de uma smart city vem para 
somar esforços no que diz respeito a administração, execução de processos e 
levantamento de informações, e para que seja possível gerar uma visão sistê-
mica melhorada da cidade, a fim de determinar as ações corretas para buscar 
seu desenvolvimento sustentável com foco na sociedade. Em outras palavras:
[...] uma boa estrutura de TIC deve ter a capacidade de transformar os dados 
recebidos em tempo real e transformá-los em informação importante e usável, 
e, ainda, permitir que os habitantes possam predefinir ações em resposta 
aos eventos, o que irá consolidar uma personalidade smart àquela cidade 
(ALPERSTEDT, 2018, p. 291).
Portanto, a estrutura de TIC se torna um princípio básico para uma boa 
estratégia de implantação de uma smart city. Com isso, pode-se identificar 
que essa tecnologia se baseia na movimentação de dados reais quanto ao 
funcionamento da cidade em seus diferentes setores, dentre os quais podem ser 
destacados aqueles relacionados a mobilidade, saúde, segurança, governança 
e meio ambiente.
Tomando-se como referência esses setores, a seguir algumas tecnologias são 
apresentadas e exemplificadas, com seus respectivos benefícios à população. 
No site da organização Brazil Lab (2019), você encontra um ranking com a classificação 
das 100 cidades brasileiras mais inteligentes no ano de 2019. Encabeça o ranking a 
cidade Campinas, seguida por São Paulo e em terceiro lugar Curitiba. A referência 
completa pode ser encontrada ao final deste capítulo, na seção Leituras Recomendadas. 
3Smart cities (cidades inteligentes)
2 Tecnologias utilizadas nas smart cities
Numa cidade, inteligência inclui localizar e utilizar o que se produz de melhor, 
considerando a cultura e atividades econômicas já estabelecidas e aproveitando 
o potencial já instalado. Ao mesmo tempo, novas descobertas não devem ser 
deixadas de lado. Devemos pensar nas novas oportunidades que poderão ser 
aproveitadas, gerando inovação, empregos e fomento para o desenvolvimento 
da sociedade como um todo.
Tecnologias aplicadas à mobilidade
Em praticamente todo o mundo, um dos maiores problemas das grandes cida-
des é a mobilidade das pessoas. A difi culdade de locomoção envolve muitos 
setores da economia e afeta toda a estruturada urbana, prejudicando inclusive 
a qualidade de vida dos habitantes e o meio ambiente. 
A aplicação de soluções inteligentes nesta área permite que as cidades se 
adaptem a fim de atender sua população. Podemos listar algumas soluções 
aplicadas por smart cities espalhadas pelo mundo.
  Utilização de carros compartilhados, que podem ser agendados via apli-
cativo de celular, visando reduzir a quantidade e o custo de viagens, di-
minuir o número de veículos em circulação e agilizar os deslocamentos.
  Serviço de bicicletas compartilhadas, com pontos para retirada em 
diversos lugares da cidade. Para utilizar o meio de transporte, basta 
que a pessoa tenha um cartão de crédito e realize o pagamento da taxa 
de uso por meio de um aplicativo. A bicicleta pode ser entregue em 
qualquer outro ponto da cidade.
  Instalação de sensores em veículos de transporte coletivo que garan-
tam a passagem preferencial em semáforos ou cruzamentos, além de 
mudanças na forma como o serviço é prestado à população, incluindo 
a criação de corredores exclusivos de ônibus.
  Utilização de modais de transporte mais modernos. Um exemplo foi a 
implantação do veículo leve sobre trilhos (VLT) na cidade do Rio de 
Janeiro(Figura 1). 
Smart cities (cidades inteligentes)4
Figura 1. Melhoria de mobilidade na cidade do Rio de Janeiro pela im-
plantação do VLT.
Fonte: Frazão (2016, documento on-line).
A Unidade de Assessoria Institucional — Sebrae Nacional (2017) produziu o artigo 
“Referências Internacionais: cidades inteligentes”, uma análise completa sobre as smart 
cities pelo mundo, contendo exemplos locais e as tecnologias utilizadas. O material 
ainda apresenta uma classificação contendo dados interessantes de vários índices em 
relação às soluções aplicadas.
Tecnologias utilizadas na saúde
O setor da saúde tem grande importância para a sociedade e as cidades. Por 
isso, uma smart city não poderia deixar de atender às necessidades desse 
segmento. Uma cidade doente não produz tudo o que poderia e ainda pode 
acarretar um consumo maior de recursos. Dessa forma, o uso de tecnologias é 
essencial nessa esfera, pois favorece a criação de um ambiente mais saudável 
para a sociedade. 
5Smart cities (cidades inteligentes)
Conforme relata Alves (2019), os cidadãos devem ser protagonistas na 
apropriação das inovações tecnológicas para proporcionar melhor qualidade 
de vida em termos da resolução de problemas objetivos e satisfação das ne-
cessidades subjetivas. Nesse sentido, alguns serviços para saúde e qualidade 
de vida têm se mostrado presentes nas smart cities.
  Monitoramento da água: por meio de sensores, podem ser verifica-
dos os níveis de qualidade da água, acidez, poluição e muitas outras 
informações.
  Monitoramento do ar: são coletados dados para pesquisas de campo de 
doenças respiratórias ou índices de poluição por regiões.
  Índices de incidência de raios ultravioleta (UV): as informações levan-
tadas permitem um controle para envio de informações à população e 
dados para pesquisas.
  Acessibilidade de pessoas com dificuldade de locomoção: com a apli-
cação dessas tecnologias, essas pessoas percebem uma melhoria em 
sua qualidade de vida.
Ainda devemos lembrar que, com o uso dos dados, podem ser levantadas 
informações com relação a doenças pré-existentes. O cruzamento dessas 
informações pode auxiliar em diagnósticos ou deixar a postos os serviços de 
saúde da cidade.
Tecnologias aplicadas à segurança
A segurança é um setor vital para uma cidade. Além do cuidado com a so-
ciedade, sentir-se seguro pode ser considerado um bem fundamental para 
qualquer cidadão. Com isso, as smart cities buscam inúmeras ferramentas a 
serem empregadas nesse setor.
Na visão de Araújo (2019), as novas smart cities têm como um de seus 
princípios o estabelecimento de redes integradas de monitoramento urbano, 
que podem auxiliar na atividade policial e, consequentemente, no combate e 
prevenção de crimes. Isso ocorre por meio de aplicações que envolvem, por 
exemplo, o reconhecimento facial, sistemas de vídeo-vigilância e captação 
biométrica. Outras incluem:
  câmeras de vigilância — podem ser utilizadas para acompanhamento 
de tráfego viário, atendimento a acidentes ou até mesmo na busca de 
fugitivos;
Smart cities (cidades inteligentes)6
  rastreamento via celular — permite rastrear o caminho que uma pessoa 
percorreu, gerando dados de deslocamento, velocidade, entre outros;
  rastreamento por sensores — monitoram o tráfego de veículos e de 
pessoas e detectam produtos perigosos, como os inflamáveis;
  câmeras de acompanhamento de policiais — utilizadas em viaturas e 
uniformes;
  circuitos de monitoramento por imagens em tempo real — monitoram 
setores e ruas;
  detector de fumaça e detector de ruídos — utilizados na identificação 
de incêndios e também para monitoramento de possíveis tiroteios ou 
disparos na cidade.
Com esses e outros exemplos de tecnologias que as smart cities têm uti-
lizado nessa área, há grande ganho em controle de situações relacionadas à 
segurança e uma resposta imediata em emergências.
Tecnologias aplicadas na governança
O setor de governança é a área que, a bem dizer, engloba todos os demais 
setores. Todas as decisões são baseadas no governo, que defi ne as ações 
que deverão ser tomadas. Dentre as funcionalidades, as smart cities tem por 
objetivo fomentar a participação da sociedade na criação e na participação do 
desenvolvimento social, econômico e ambiental da cidade. 
O uso de tecnologias inteligentes pode servir de ponte entre a administração 
municipal e a sociedade, buscando atender solicitações, ideias de inovação 
e ainda verificar a qualidade dos serviços prestados. Eis alguns exemplos 
nesse âmbito.
  Contato direto com a prefeitura: sistemas on-line para solicitar serviços 
junto à prefeitura, como conserto de ruas e calçadas, coleta de lixo e 
muitos outros.
  Aplicativo para envio de sugestões: utilizado para envio de sugestões 
e necessidades de determinada região, informando aos governantes 
sobre a real necessidade de bairros, podendo até mesmo influenciar a 
cidade como um todo.
  Portais de transparência: o uso dessa ferramenta visa uma melhor 
visualização e controle por parte dos cidadãos em relação aos investi-
mentos e gastos públicos. 
7Smart cities (cidades inteligentes)
Tecnologias aplicadas às construções inteligentes
As construções inteligentes representam um ótimo exemplo de utilização de inova-
ção nas smart cities, pois são visíveis e grandiosas. Essas construções adotam muito 
conceitos inovadores, desde o próprio projeto até a execução, pensando no melhor 
aproveitamento possível dos recursos naturais. São exemplos dessa aplicação:
  luz natural — com intuito de diminuir o consumo de energia para 
iluminação, busca-se melhor aproveitamento da luz natural;
  temperatura — melhor aproveitamento das correntes de ar na refrige-
ração do imóvel;
  reuso de água — sistemas para a reutilização de água da chuva, coletada 
e reutilizada para a limpeza do edifício;
  painéis solares — empregados tanto para a produção de energia limpa 
quanto para aquecimento de água;
  acessibilidade — ferramentas para auxílio na acessibilidade das pessoas, 
padrões de sanitários e outros elementos, como corrimãos, rampas e barras. 
Esses conceitos de edificação e arquitetura podem ser aplicados tanto para 
resolução de problemas habitacionais nas grandes cidades e condomínios quanto 
em grandes empresas, sem deixar de lado a conservação do meio ambiente.
Tecnologias aplicadas ao meio ambiente
O meio ambiente é um fator muito importante para as smart cities, que buscam 
fontes renováveis e melhor aproveitamento de seus recursos naturais. Um 
bom exemplo é uso de tecnologia nas redes de energia, chamadas de smart 
grids, que consistem no uso consciente da energia a partir de informações e 
levantamentos. Examinemos esse e outros exemplos.
  Smart grid: energia inteligente como uso de placas solares, sensores 
que indicam status do serviço e ainda outros equipamentos de IoT para 
acompanhar a distribuição em unidades consumidoras.
  Controle de coleta de lixo: sensores em latas de lixo informam o nível 
de cada lixeira. Isso otimiza a coleta e ainda serve de indicação para a 
lixeira mais próxima do usuário.
  Produção de energia de fontes renováveis: utilização de painéis solares 
para a geração de energia elétrica e uso de rejeitos para a produção de 
gases que podem ser utilizados na geração de energia. 
Smart cities (cidades inteligentes)8
3 Exemplos de smart cities
Até o momento, analisamos vários conceitos e defi nições que são importantes 
para a implantação das smart cities. Neste tópico, examinaremos aspectos 
práticos e aplicações nessa área, conhecendo algumas smart cities e como 
tiram proveito das tecnologias de IoT.
Uma smart city é conhecida por usar seus recursos para se tornar um centro 
urbano eficiente e sustentável. Assim, busca levar serviços melhores a toda 
população, de forma que muitas ações são tomadas em várias áreas: segurança 
pública, sustentabilidade, mobilidade, educação, planejamento, governança e 
transparência em todos os processos. 
Segundo Guimarães e Xavier (2016, documentoon-line): 
A incorporação e valorização dos bens intangíveis, típica da economia criativa, 
com reforço de sistemas produtivos com redução do uso e consumo dos recursos 
naturais e incorporação da criativa e tecnologia em todas as expressões, representa 
um salto produtivo que a vida urbana cada vez mais incorpora. Planejar a cidade 
e a metrópole nesse paradigma pode significar um processo de beneficiar-se de 
sistemas produtivos inovadores para ampliar a gestão democrática das cidades, 
com ganhos ambientais e de legitimidade social, a partir da mudança cultural.
Portanto, pode-se resumir o caminho que uma smart city deve percorrer: 
melhorar o aproveitamento dos recursos disponíveis e ampliar a participação da 
população em seu desenvolvimento, criando uma economia criativa com base 
nas informações que são geradas a partir do uso de tecnologias inovadoras.
A seguir, examinamos alguns exemplos de smart cities pelo mundo e de 
tecnologias utilizadas nos mais variados segmentos. 
Nova York, Estados Unidos
A cidade de Nova York é conhecida como o maior centro fi nanceiro do mundo, 
segundo instituto Z/Yen (2019), pois concentra em seu território muitas multi-
nacionais, bancos e bolsa de valores. No ano de 2018, foi eleita a cidade mais 
inteligente do mundo, segundo o índice Cities in Motion (2018).
Um dos exemplos aplicados na cidade é a plataforma que fez a conversão 
de telefones públicos em hotspots (pontos de acesso à rede Wi-Fi) com intuito 
de fornecer internet a todos os moradores. Esse serviço fornece informações 
sobre eventos, alertas de segurança e entretenimento na região. Além disso, 
esses totens contam com indicações em braile e tela sensível que permite 
busca por localização e uso de mapas inteligentes.
9Smart cities (cidades inteligentes)
Segundo o Sebrae (2017), a cidade de Nova York utiliza projetos em vá-
rios setores como: mobilidade, segurança e saúde, meio ambiente e governo. 
Vejamos alguns destaques por setor de atuação.
  Mobilidade:
 ■ a cidade conta com mais de 200 km em ciclovias espalhadas pela 
cidade, incentivando o uso de bicicletas;
 ■ Midtown in Motion: esse sistema engloba o uso de câmeras e sen-
sores para análise de tráfego, gerando rotas para facilitar fluxo do 
trânsito em geral;
 ■ preferência no trânsito: veículos que estão envolvidos diretamente 
no transporte coletivo da cidade contam com identificadores, e, ao 
chegarem em semáforos ou outras conexões, leitores identificam 
esses veículos e facilitam seu fluxo.
  Governança:
 ■ aplicativo 311: segundo portal da cidade de Nova York (NYC 311, 
2020), o aplicativo 311 promove à população um contato direto com 
a administração municipal, podendo ser utilizado para reclamações, 
sugestões e denúncias e servindo como grande base de dados para a 
estratégia de melhorias e planejamento da cidade.
  Meio ambiente:
 ■ lixeiras inteligentes foram fabricadas com material que suporta 
uma carga maior de lixo que as convencionais, e ainda contam com 
sensores para que possam avisar quando precisam ser esvaziadas.
  Segurança e saúde:
 ■ Compsat: sistema que capta em tempo real informações de câmeras 
de monitoramento e sensores, além de imagens de câmeras instaladas 
em carros de polícia, permitindo uma melhor busca de dados de 
pessoas em abordagens à suspeitos;
 ■ câmeras escondidas: permitem melhor acompanhamento de abor-
dagens, além de gerarem provas que ajudam a polícia na condução 
de processos contra condutas de seus policiais;
 ■ sensores: controlam a qualidade do ar, rastreiam poluentes e geram 
índices de qualidade do ar a cada 15 minutos; 
 ■ acústica inteligente: uso de tecnologia para análise de sons e iden-
tificação de disparos de arma de fogo, ajudando a polícia a detectar 
possíveis tiroteios em tempo real.
Smart cities (cidades inteligentes)10
Amsterdã, Holanda
Segundo o Sebrae (2017), os esforços mais recentes por melhorias na cidade para 
se tornar uma smart city se iniciaram em 2011, com a implementação de políticas 
para melhorias da mobilidade com uso de transportes alternativos. No ano de 2015, 
a cidade reforçou sua busca por tecnologias, em um esforço conjunto público-
-privado. Foram utilizados dados cedidos pelo setor privado para tentar solucionar 
os problemas de trânsito na cidade, levando a inovações em mobilidade, tais como:
  controle de trânsito via monitoramento inteligente por órgãos especí-
ficos, que geram informações para os usuários, como melhor rota em 
tempo real e situação das vias; 
  desenvolvimento do aplicativo Mobypark, voltado ao aluguel de vagas 
particulares para usuários mediante cobrança de taxa de aluguel.
Além disso, Amsterdã também aplica tecnologia inteligente na área do 
meio ambiente:
  projeto City Zen — visa produzir energia renovável e soluções inova-
doras para a rede elétrica, bem como moradias sustentáveis e sistemas 
de aquecimento;
  rede elétrica inteligente — acompanhamento do consumo com me-
didores e sensores, visando a diminuição de cortes e interrupções do 
serviço, ajudando também na retroalimentação da energia produzida 
por usuários que possuem placas solares;
  sistemas de aquecimento — buscam otimizar o sistema de aquecimento, 
com utilização de resíduos e ainda coleta de energia solar para aque-
cimento, mesmo em dias nublados;
  iluminação pública — controle automático de acordo com o movimento 
das ruas, pelo uso de sensores;
  reuso de energia — geração de energia a partir do esgoto da cidade.
Barcelona, Espanha
A cidade de Barcelona, na região espanhola da Catalunha, é considerada uma 
das mais modernas do mundo, um ótimo exemplo de smart city. O histórico 
mais recente de adoção de tecnologias de IoT pelo município se inicia por volta 
de 2011, com o projeto Smart City Barcelona, que busca desenvolver a cidade e 
torná-la sustentável e efi ciente. Conforme Marques (2015, documento on-line): 
11Smart cities (cidades inteligentes)
Em 2011, o Ayuntamiento de Barcelona — a administração municipal — pôs em 
prática a estratégia Smart City Barcelona, um amplo projeto de cidade inteligente 
baseado em valores de sustentabilidade, eficiência e produtividade que visa 
transformar a cidade a longo prazo, num processo que a torne aberta, inclusiva 
e inovadora e ofereça qualidade de vida e crescimento econômico eficiente.
Na verdade, mesmo antes do advento das chamadas smart cities, Barcelona 
já investia em tecnologia: há mais de 30 anos levou fibra óptica a suas redes, 
ligando prédios do governo. Segundo a Cisco (2014), esse projeto foi a base para a 
cidade investir em tecnologia e seguir os caminhos para se tornar uma smart city. 
Atualmente, a cidade conta com inúmeros projetos, divididos em 12 frentes 
de trabalho: meio ambiente, TIC, mobilidade, água, energia, resíduos, natureza, 
domínio interno, espaços públicos, governo aberto, fluxos de informações e 
serviços (CISCO, 2014).
Com base nesse histórico de investimentos, a cidade de Barcelona se destaca 
no uso de tecnologias em sua estrutura, tornando-se uma referência e servindo 
de sede para a Smart City Expo World, que ocorre desde o ano de 2017 e tem por 
objetivo divulgar e conscientizar a sociedade em relação ao conceito de smart cities.
Martins (2018) retrata a cidade de Barcelona como um modelo de smart 
city no panorama atual, pautada em políticas estratégicas de desenvolvimento 
econômico, competitividade internacional e uso substancial de tecnologias de 
informação. Logo, é preciso reconhecer a cidade como um centro de referência 
para que possamos pensar os novos e contemporâneos desafios urbanos. 
A cidade baseia seus projetos em certas características principais, como:
  acesso democrático à informação;
  união do interesse privado e público;
  participação da sociedade na definição do modelo de gestão;
  uso e disseminação das TICs;
  gestão baseada no modelo de smart city.
A cidade conta com a uma grande variedade de aplicativos de celular 
para ajudar no cotidianos de seus cidadãos e visitantes, incluindoapps para 
encontrar vagas de estacionamentos, horários de ônibus, informações sobre 
o zoológico local e situação do trânsito.
Segundo o portal Urban Hub (2020), a evolução das smart cities está 
tomando um novo caminho, rumo às smart cities 3.0, que representa uma 
tentativa de vincular intimamente a participação dos cidadãos tanto com as 
metas do governo quanto com as novas tecnologias. A diretora de tecnologia 
de Barcelona Francesca Bria defende uma “estratégia de soberania digital” 
Smart cities (cidades inteligentes)12
(URBAN HUB, 2020, documento on-line). Ela acredita que a melhor forma 
de fazer a tecnologia avançar é incluir as comunidades locais em seu desen-
volvimento e recompensá-las com evidências claras de como a tecnologia 
pode melhorar sua qualidade de vida. 
Já no Brasil, contamos com algumas cidades na categoria de smart cities. Segundo 
o ranking Cities In Motion (2019), São Paulo (SP) é a cidade nacional que ocupa 
a melhor posição nesse ranking, no 123º lugar. Outra cidades brasileiras incluídas 
foram: Rio de Janeiro (RJ) — 132º; Brasília (DF) — 135º; e Curitiba (PR) — 138º.
ALPERSTEDT NETO, C. A.; ROLT, C. R. de; ALPERSTEDT, G. D. Acessibilidade e tecnologia 
na construção da cidade inteligente. Revista de Administração Contemporânea, v. 22, n. 
2, p. 291–310, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rac/v22n2/1982-7849-
rac-22-02-0291.pdf. Acesso em: 31 ago. 2020.
ALVES, L. A. Cidades saudáveis e cidades inteligentes: uma abordagem compara-
tiva. Sociedade & Natureza, v. 31, p. 1–31, 2019. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/
index.php/sociedadenatureza/article/view/47004/27464. Acesso em: 31 ago. 2020.
ARAÚJO, D. V. Smart cities, segurança pública e proteção de dados pessoais pelo poder 
público: uma análise do uso de dados pessoais pelo poder público. 2019. Disserta-
ção (Mestrado em Direito) — Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 
2019. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/27660/1/
Smartcitiesseguran%c3%a7a_Ara%c3%bajo_2019.pdf. Acesso em: 31 ago. 2020.
BAUER, I.; BARRACHO, R. Dados abertos e suas aplicações em cidades inteligentes. 
Liinc em Revista, v. 15, n. 2, p. 101–120, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.18617/
liinc.v15i2.4767. Acesso em: 31 ago. 2020.
BRAZIL LAB. Conheça as cidades mais inteligentes do Brasil em 2019, segundo ranking 
Connected Smart Cities. [S. l.: s. n.], 2019. Disponível em: https://brazillab.org.br/noticias/
conheca-as-cidades-mais-inteligentes-do-brasil-em-2019-segundo-ranking-connected-
-smart-cities#. Acesso em: 31 ago. 2020.
CARAGLIU, A.; DEL BO, C.; NIJKAMP, P. Smart cities in Europe. Journal of Urban Technology, 
v. 18, n. 2, p. 65–82, 2011. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1080/10630732.2011.601
117. Acesso em: 31 ago. 2020.
CISCO. A iniciativa cidade inteligente de Barcelona orientada pela IoE reduz as contas de 
abastecimento de água, aumenta as receitas de estacionamento, cria empregos e muito 
mais. [S. l.]: Cisco, 2014. Disponível em: https://www.cisco.com/c/dam/m/pt_br/ioe/
public_sector/pdfs/Jurisdictions/Barcelona_Jurisdiction_Profile_final.pdf. Acesso 
em: 31 ago. 2020.
13Smart cities (cidades inteligentes)
CITIES IN MOTION. IESE cities in motion index 2018. [S. l.: s. n.], 2018. Disponível em: https://
blog.iese.edu/cities-challenges-and-management/2018/05/23/iese-cities-in-motion-
index-2018/. Acesso em: 31 ago. 2020.
FRAZÃO, F. Ficheiro:Viagem inaugural do VLT carioca 01.jpg. Rio de Janeiro: [s. n.], 2016. 
Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/rdc/article/view/26871. 
Acesso em: 31 ago. 2020.
GUIMARÃES, P. B. V.; XAVIER, Y. M. de A. Smart cities e direito: conceitos e parâmetros 
de investigação da governança urbana contemporânea. Revista de Direito da Cidade, 
v. 8, n. 4, p. 1362–1380, 2016. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.
php/rdc/article/view/26871. Acesso em: 31 ago. 2020.
MARQUES, J. A. L. F. As cidades inteligentes, nosso futuro?: estudo de caso de cinco 
projetos de cidades inteligentes. In: CONGRESSO INTERNACIONAL INSTERDISCIPLINAR 
EM SOCIAIS E HUMANIDADES, 4., 2015. Anais... Foz do Iguaçu: UNIOESTE, 2015. Disponí-
vel em: http://www.aninter.com.br/Anais%20Coninter%204/GT%2016/08.%20AS%20
CIDADES%20INTELIGENTES.pdf. Acesso em: 31 ago. 2020.
MARTINS, V. Barcelona: o projeto cidade inteligente. In: VIA. [S. l.: s. n.], 2018. Disponível 
em: https://via.ufsc.br/barcelona-o-projeto-cidade-inteligente/. Acesso em: 31 ago. 2020.
NYC 311. Nova York: NYC 311, 2020. Disponível em: https://portal.311.nyc.gov/. Acesso 
em: 31 ago. 2020.
RIZZON, F. et al. Smart City: um conceito em construção. Revista Metropolitana de Susten-
tabilidade — RMS, v. 7, n. 3, p. 123–142, 2017. Disponível em: https://pdfs.semanticscholar.
org/d444/4909a111b740e772b59f380a3809ba6006d1.pdf. Acesso em: 31 ago. 2020.
SEBRAE. Unidade de Assessoria Institucional. Referências internacionais: cidades inte-
ligentes. Brasília: SEBRAE, 2017. Disponível em: http://ois.sebrae.com.br/wp-content/
uploads/2017/06/Refer%C3%AAncias-Internacionais-Smart-Cities.pdf. Acesso em: 31 
ago. 2020.
URBAN HUB. Smart City 3.0: pergunte a Barcelona sobre a próxima geração de cidades 
inteligentes. [S. l.: s. n.], 2020. Disponível em: https://www.urban-hub.com/pt-br/cities/
barcelona-deixa-a-cidade-ainda-mais-inteligente/. Acesso em: 31 ago. 2020.
Z/YEN. The global financial centres index 25. [S. l.: s. n.], 2019. Disponível em: https://
www.zyen.com/publications/public-reports/the-global-financial-centres-index-25/. 
Acesso em: 31 ago. 2020.
Leituras recomendadas
AMSTERDAM smart city: the future starts now. [S. l.: s. n.], 2015. 1 vídeo (1 min 45 seg). 
Publicado no canal Amsterdamsmartcity. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=ZMUvQZqvjFg. Acesso em: 31 ago. 2020.
AS 10 cidades mais inteligentes do mundo em 2018. Forbes Brasil, 2018. Disponível em: 
https://forbes.com.br/listas/2018/07/10-cidades-mais-inteligentes-do-mundo-em-2018/. 
Acesso em: 31 ago. 2020.
Smart cities (cidades inteligentes)14
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
SMART cities: Barcelona. [S. l.: s. n.], 2016. 1 vídeo (5 min). Publicado no canal Compu-
terworld. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=lXjibS8j3KA. Acesso 
em: 31 ago. 2020.
SMART cities: Nova York. [S. l.: s. n.], 2017. 1 vídeo (9 min). Publicado no canal Compu-
terworld. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=KY_Ba6fqV-c&t=91s. 
Acesso em: 31 ago. 2020.
VÉLIB METROPOLE. França: Vélib, 2018. Disponível em: https://www.velib-metropole.
fr/pt/service. Acesso em: 31 ago. 2020.
15Smart cities (cidades inteligentes)

Continue navegando