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Faculdade Anhanguera FARMACOLOGIA VETERINÁRIA M.V. Tiefanny Zart AGONISTAS E ANTAGONISTAS COLINÉRGICOS Introdução Receptores colinérgicos→muscarínicos e nicotínicos Principal ação → estimulação (agonistas) ou bloqueio (antagonistas) das células efetoras (pós- ganglionares) do SNA parassimpático Drogas que produzem respostas semelhantes as obtidas após estimulação do SNA parassimpático = colinérgicas, colinomiméticas ou parassimpatomiméticas ✓ Acetilcolina (Ach) faz parte deste grupo→ agonistas muscarínicos e/ou nicotínicos ✓ E agentes de ação indireta ou agentes anticolinesterásicos→mimetizam as ações da Ach Drogas antagonistas ou bloqueadores de receptores colinérgicos muscarínicos = anticolinérgicas, antimuscarínicos, ou parassimpatolíticos DROGAS COLINÉRGICAS DE AÇÃO DIRETA Classificação Mimetizam os efeitos da estimulação dos neurônios colinérgicos, atuando diretamente em receptores da Ach Segundo sua estrutura química em dois grupos: ✓ 1) Alcaloides naturais e análogos sintéticos o Muscarina→ cogumelos o Pilocarpina→ folhas de arbusto o Arecolina→ nozes de betel o Oxotremorina→ substância sintética o McNA343→ substância sintética Classificação ✓ 2) Ésteres da colina o Acetilcolina • Neurotransmissor endógeno das sinapses e junções neuro-efetoras do SNC e SNP • Não tem aplicação terapêutica → ação difusa e rápida hidrólise pela acetilcolinesterase (AchE) e butirilcolinesterase • Derivados sintéticos = ação + seletiva e efeitos + prolongados. Ação no SNC é limitada Drogas Colinérgicas de Ação Direta o Metacolina → ação + prolongada, é hidrolisada pela AchE em taxa + lenta do que a Ach e é totalmente resistente à hidrólise pela butirilcolinesterase o Carbacol e Betanecol→ totalmente resistentes à hidrólise pelas enzimas AchE e butirilcolinesterase • Meias-vidas mais longas e são distribuídos para áreas ou estruturas com pouca circulação sanguínea Mecanismo de Ação Depende do tipo e da localização dos receptores colinérgicos muscarínicos Receptores → encontrados nas células efetoras autônomas inervadas pelos neurônios parassimpáticos pós- ganglionares, cérebro, nos gânglios e em algumas células, como dos vasos sanguíneos M1: “neural” = extensa distribuição no SNC, gânglios autonômicos “ganglionar” e células parietais gástricas M2: “cardíaco”, presente em átrios, tecido de condução, músculo liso, no SNC; na próstata (contração). Reduz a liberação de Ach. Pode reduzir a habilidade de agonistas beta-adrenérgicos (endógenos ou drogas) em diminuir o tônus das células musculares Mecanismo de Ação M3: “glandular” → glândulas exócrinas, músculo liso e endotélio vascular e envolvido na constrição traqueal em equinos M4: SNC, olhos, pulmão e coração. Faz auto inibição da liberação de Ach em terminações nervosas M5: encontrado no SNC e regula a liberação de dopamina ✓ Muscarina: agente utilizado para inicialmente caracterizar o receptor muscarínico ✓ Pilocarpina: ações muscarínicas (+) quanto nicotínicas o Efeitos sobre glândulas pronunciados = secreção de saliva e sudorese e brônquica o Efeitos discretos sobre o coração e o sistema gastrintestinal o Contração intensa do músculo liso da íris→ tto do glaucoma Mecanismo de Ação ✓ Arecolina: atua tanto em receptores muscarínicos como em nicotínicos ✓ Oxotremorina: droga sintética → instrumento em pesquisa para estudo da ativação de receptores muscarínicos do subtipo M1 ✓ McNA343: substância sintética com ação em receptores muscarínicos M1 ✓ Carbacol: atua tanto em receptores muscarínicos quanto nicotínicos→ gânglios autonômicos o Contrações uterinas (camundongos)→ receptores M3 o Ativação isolada de receptores M2 → não causou contrações uterinas, mas sua ativação aumentou a contração mediada por M3 ✓ Metacolina: ação nicotínica discreta e atua preferencialmente em receptores muscarínicos ✓ Betanecol: atua + em receptores muscarínicos, com alguma seletividade no SGI e na motilidade vesical Efeitos farmacológicos Alcaloides naturais ou sintéticos como os ésteres da colina→ ações farmacológicas bastante similares ✓ Músculo liso: o musculatura lisa e relaxamento de esfíncteres de todo organismo animal o No SGI → tônus e da motilidade (pode ser acompanhado de: náuseas, eructações, vômitos, cólicas intestinais e defecação), contração da vesícula biliar e atividade secretora o Altas doses = espasmo e tenesmo o No sistema urinário→ contração da bexiga e ureteres o Na musculatura brônquica→ broncoconstrição e secreção das glândulas traqueobrônquicas o Pilocarpina → topicamente no olho = constrição pupilar, espasmo da acomodação e transitório PIO, seguida de redução mais persistente • A miose dura de poucas horas até 24h→ efeito visual desaparece em 2h Efeitos farmacológicos ✓ Glândulas: o Estímulo da secreção: sudoríparas, lacrimais, brônquicas, salivares e de todo sistema digestório o Muscarina, Pilocarpina e Arecolina são diaforéticos (sudoríficos) potentes ✓ Sistema Cardiovascular: o Ach produz 4 efeitos principais: • Vasodilatação • FC (efeito cronotrópico negativo) • taxa de condução nos tecidos especializados dos nodos sinoatrial (SA) e atrioventricular (AV) (efeito dromotrópico negativo) • força de contração cardíaca (efeito inotrópico negativo) Efeitos farmacológicos ✓ Sistema Cardiovascular: o Administração IV de Ach = PA e bradicardia (mesmo em doses muito baixas) o Ésteres da Ach → dilatação em quase todos os leitos vasculares → pulmonar e coronariano → ações em receptores muscarínicos (subtipo M3) o Efeitos podem ser mascarados pelos mecanismos compensatórios = taquicardia compensatória ✓ SNC: o Ach praticamente não atravessa a barreira hematoencefálica o Administração intracerebroventricular→ excitabilidade e convulsões o Pilocarpina, Muscarina e Arecolina IV → ativação cortical em gatos, semelhante à injeção de Ach ou estimulação da formação reticular do tronco cerebral Usos terapêuticos Pilocarpina: ✓ Tto de glaucoma → PIO dentro de poucos minutos e persiste por 4 a 8h o Cautela quando houver risco de descolamento da retina! ✓ Atua no músculo liso do olho = contrai a pupila (miose), drenagem do humor aquoso e PIO ✓ Associação: Pilocarpina + Timolol (bloqueador adrenérgico) → formulações comerciais Carbacol: ✓ Empregado a 0,01% para produzir miose durante cirurgia ocular ✓ Terapia prolongada do glaucoma de ângulo aberto não congestivo → 0,75 a 3% ✓ PIO em pacientes resistentes aos efeitos da Pilocarpina ou do anticolinesterásico Fisostigmina Usos terapêuticos Betanecol: ✓ Utilizado por VO → estimula a contração da bexiga e do sistema geniturinário ✓ Indicado no tto da retenção urinária e esvaziamento incompleto da bexiga → quando não houver obstrução mecânica ✓ Efeitos duram em média 1h ✓ Em equinos → contração intestinal Arecolina: ✓ Utilizada como anti-helmíntico em cães e gatos → substituída por outros agentes + eficientes Outras drogas: ✓ Cevimelina (M3) → localizados em glândulas salivares e lacrimais → secreções em xerostomia e pacientes com síndrome de Sjögren (afeta o sistema imune e causa secura de olhos e boca) Efeitos colaterais e Contraindicações Caracterizados pela exacerbação do SNA parassimpático Sudorese, cólicas abdominais, eructações, dificuldade de acomodação visual, secreção salivar e lacrimal Contraindicações: ✓ Pacientes com obstrução intestinal ou urinária ✓ Portadores de asma brônquica→ crises precipitadas devido às ações broncoconstritoras ✓ Pacientes com insuficiência coronariana→ hipotensão e a bradicardia = fluxo coronariano = morte ✓ Pacientes com úlcera péptica→ secreção de ácido clorídrico (agrava) ✓ Pacientes gestantes→motilidade uterina *Em caso de efeitos colaterais graves → administrar sulfato de atropina (0,5 a 1,0 mg/kg) por via SC ou IV. A epinefrina (0,3 a 1,0 mg/kg) por via SC = controla as alterações cardiovasculares e o broncospasmo DROGAS COLINÉRGICAS DE AÇÃO INDIRETA – AGENTES ANTICOLINESTERÁSICOS Introdução Nãoatuam em receptores colinérgicos → inibem a enzima que degrada a Ach (colinesterase) = permite que permaneça ativa para atuar em receptores colinérgicos = anti-colinesterásicos ✓ Acúmulo de Ach nos receptores = estimulação excessiva no SNC, SNA e na junção neuromuscular Colinesterases podem ser de dois tipos: ✓ 1) Acetilcolinesterase (AChE), colinesterase verdadeira ou eritrocitária o Presente no SNC, nas fibras do SNAs e SNAp, nas fibras que inervam glândulas sudoríparas e na membrana dos eritrócitos o Maior afinidade pela Ach do que pelos outros ✓ 2) Butirilcolinesterase (BChE), pseudocolinesterase, falsa colinesterase ou colinesterase plasmática o Encontrada no plasma o Maior afinidade pela hidrólise dos análogos da colina o Associada a fatores de risco→ doenças cardiovasculares: obesidade, metabolismo de lipídios e PA Classificação Todos os agentes anticolinesterásicos inibem tanto a acetilcolinesterase como a pseudocolinesterase → nem sempre na mesma extensão Inibidores reversíveis das colinesterases (agentes de curta duração) ✓ Antagonistas competitivos das colinesterases o Fisostigmina ou eserina • Atravessa a barreira hematoencefálica e produz efeitos no SNC • Rapidamente absorvida pelo SGI, tecido subcutâneo e mucosas o Neostigmina, piridostigmina e ambenônio • dificuldade em atravessar a barreira hematencefálica • Ações nicotínicas nos músculos esqueléticos→ tto da miastenia gravis • Ambenônio = ação mais prolongada e Neostigmina = ação mais curta Classificação Inibidores reversíveis das colinesterases (agentes de curta duração) o Edrofônio • Inibidor reversível de curta duração (3 a 4 min) • Na espécie humana por via IV = diferencia os sintomas de uma crise colinérgica dos sintomas da miastenia gravis ▪ Pacientes miastênicos = transiente melhora ▪ Pacientes em crise colinérgica = transiente piora o Rivastigmina • Tto de pacientes com demência leve, moderada e grave→ Alzheimer. • Inibe a colinesterase presente no SNC com duração intermediária (10 h) Classificação Inibidores reversíveis das colinesterases (agentes de curta duração) o Tacrina • Duração de efeito que varia de 4 a 6h • Pode causar hepatotoxicidade→monitoramento laboratorial frequente! o Donepezila • Ação prolongada o Galantamina • Tto da doença de Alzheimer→ produz ligeira melhora cognitiva o Outros • Carbarila→ inseticida extensamente utilizado em produtos de jardinagem Classificação Inibidores irreversíveis das colinesterases ✓ Agentes denominados genericamente de organofosforados ✓ Desde agentes “gás dos nervos” = arma química, até praguicidas usados na agropecuária, produtos domissanitários e medicamentos anti-helmínticos ✓ Produzem fosforilação do sítio esterásico da acetilcolinesterase, formando uma ligação covalente e bastante estável = inibidores não reversíveis das colinesterases ✓ “Gases dos nervos” = agentes sintéticos mais conhecidos que existem → letais para animais de laboratório em baixas doses ✓ São líquidos altamente lipossolúveis→ podem se depositar no tecido adiposo e retornar à circulação posteriormente Classificação Inibidores irreversíveis das colinesterases ✓ Rapidamente absorvidos por diferentes vias: pele, mucosas dos sistemas digestório e respiratório ✓ Parationa o Baixa volatilidade e instabilidade em solução aquosa = inseticida o É responsável por mais casos de intoxicação acidental e óbito do que qualquer outro composto ✓ Malationa o Inseticida→ borrifação aérea contra moscas-das-frutas e mosquitos o Encontrado em diversos preparados dermatológicos utilizados para tto da pediculose o Dose letal para mamíferos = 1 g/kg ✓ Ecotiofato o Único que tem utilidade clínica → tto de glaucoma Efeitos farmacológicos Junção neuromuscular (JNM) ✓ contração da musculatura esquelética→ receptores nicotínicos ✓ Estimulação excessiva→ sinais clínicos são: fasciculação muscular e contração espasmódica ✓ Revertem o antagonismo causado pelos bloqueadores neuromusculares competitivos Sistema Gastrointestinal ✓ secreções do sistema, contração da musculatura lisa e relaxamento dos esfíncteres Sistema Respiratório ✓ Broncoconstrição e secreções→ conduz a dispneia e respiração ruidosa Efeitos farmacológicos Sistema Cardiovascular ✓ Efeitos complexos o Tendência de predomínio do tônus do SNA parassimpático = conduz a bradicardia e vasodilatação → em consequência de mecanismos compensatórios podem ocorrer episódios de taquicardia e vasoconstrição o Ach liberada na adrenal promove a liberação de norepinefrina/epinefrina = predomínio do tônus do SNA simpático Sistema Nervoso Central ✓ Alguns compostos atravessam a barreira hematencefálica = excitação, convulsões, seguidas de depressão intensa com perda de consciência e insuficiência respiratória Efeitos farmacológicos Neurônios periféricos ✓ Alguns organofosforados→ desmielinização = fraqueza muscular e perda sensorial ✓ Não ocorre com os usados clinicamente Olhos ✓ Aplicado no saco conjuntival→ hiperemia da conjuntiva e contração do músculo esfíncter pupilar (miose) e do m. ciliar = bloqueio do reflexo de acomodação→ focalização para visão próxima ✓ PIO quando = cai em decorrência da facilitação da drenagem do humor aquoso Glândulas exócrinas ✓ respostas secretoras das glândulas brônquicas, lacrimais, sudoríparas, salivares, gástricas, intestinais e pancreáticas acinares Usos terapêuticos Antiparasitários ✓ Em Medicina Veterinária → organofosforados → anti-helmínticos e como ectoparasiticidas (Triclorfom) indicado em ovinos, caprinos, equinos, suínos, aves, coelhos, cães e peixes Glaucoma ✓ Fisostigmina e Ecotiopato (longa duração) o Colírios→ constrição da pupila e contração do músculo ciliar = drenagem do humor aquoso o Efeitos colaterais sistêmicos de acordo com a dose utilizada o Podem ser instilados no saco conjuntival→ intervalos de 12 a 48h o PIO no máximo por um dia→ uso prolongado = predispõe a catarata Usos terapêuticos Miastenia gravis ✓ = fraqueza progressiva da musculatura esquelética = paralisia neuromuscular ✓ Agentes de curta duração → Neostigmina e Piridostigmina = a degradação da Ach → atua nos receptores nicotínicos remanescentes = transmissão muscular que foi interrompida Reversão do bloqueio neuromuscular ✓ Agentes de curta duração → Edrofônio, Neostigmina e Piridostigmina → revertem o bloqueio neuromuscular induzido por agentes bloqueadores competitivos da junção neuromuscular Íleo paralítico e atonia de bexiga ✓ Neostigmina = agente mais satisfatório→ alivia a distensão abdominal Usos terapêuticos Doença de Alzheimer ✓ = deficiência funcional de neurônios colinérgicos no SNC→ leva à perda de memória ✓ Fisostigmina e Tacrina (anticolinesterásico de ação prolongada) → usadas nos estágios iniciais da doença = melhora da memória o Tacrina → administrada 4 vezes/dia → efeitos colaterais intensos: náuseas, espasmos abdominais e hepatotoxicidade o Donepezila → induz menos efeitos adversos em pacientes com demência → arritmias relatadas em alguns estudos Efeitos Colaterais e/ou Tóxicos Efeitos são consequência do acúmulo de Ach em todas as terminações nervosas colinérgicas → efeitos característicos da excessiva estimulação→ receptores muscarínicos e nicotínicos Tratamento da Intoxicação Efeitos muscarínicos→ controlados com doses adequadas de agentes anti-muscarínicos = atropina Intoxicações por organofosforados → reativadores das colinesterases (oximas) = Pralidoxima, uma das mais utilizadas o Emprego precoce→ logo após a exposição o Não são recomendados para o tto da superdosagem de Neostigmina ou Fisostigmina → são contraindicadas na intoxicação por carbarila DROGAS ANTAGONISTAS COLINÉRGICAS OU ANTIMUSCARÍNICAS Introdução Agentes antimuscarínicos ou parassimpatolíticos→ antagonizam competitivamente a Ach em seus receptores Principal uso clínico → relaxante da musculatura lisa dos brônquios, sistemas urinário e digestório, midriáticos e antídoto em altas doses de colinomiméticosou na intoxicação por organofosforados Classificação Antimuscarínicos de ocorrência natural ✓ Principais compostos que pertencem a esta classificação o Atropina→ alcaloide extraído das solanáceas: Atropa beladona e outras o Escopolamina→ também denominados alcaloides da beladona Análogos sintéticos dos antimuscarínicos ✓ Agentes sintéticos→ estruturalmente relacionadas à atropina Classificação Antimuscarínicos de ocorrência natural o Homatropina → menos potente que a atropina com relação à atividade anti-muscarínica, mas é 4X mais potente como agente bloqueador ganglionar o Metantelina→ atividade bloqueadora ganglionar > ação anti-muscarínica o Propantelina→ quimicamente semelhante à metantelina: 2 a 5x mais potente o Ipratrópio, tiotrópio, oxitrópio e aclidíneo → efeitos semelhantes aos da atropina (via parenteral), e usados via inalatória como broncodilatadores o Ciclopentolato, tropicamida e hidrobrometo de atropina→ ação mais curta o Benzatropina e trihexafenidila→ atravessam a barreira hematencefálica o Pirenzepina → anti-muscarínico seletivo para receptores do tipo M1 Classificação Antimuscarínicos de ocorrência natural o Telenzepina→maior potência e seletividade para os receptores M1 o Glicopirrolato→ pré-anestésica em Medicina Veterinária o Galamina→ bloqueadora neuromuscular e antagonista muscarínico do subtipo M2 o Himbacina→ antagonista seletivo para o subtipo M4 com efeitos predominantes no SNC o Tolterodina → antagonista de receptores muscarínicos: tto de pacientes com bexiga hiperativa que apresentam frequência, urgência ou incontinência urinária. o Outros→ AFDX 116, Metoctramina, Hexahidrosiladifenidol e 4DAMP Mecanismo de Ação Alcaloides de ocorrência natural e seus análogos sintéticos = antimuscarínicos → atuam competitivamente bloqueando as ações da Ach→ receptores muscarínicos centrais (quando atravessam a barreira hematencefálica) e receptores muscarínicos periféricos Atropina e Escopolamina → competem com a Ach por todos os subtipos de receptores muscarínicos de M1 a M4 Outras drogas que bloqueiam receptores muscarínicos: antidepressivos, neurolépticos e anti- histamínicos→ em doses terapêuticas produzem efeitos semelhantes à atropina Farmacocinética Alcaloides da beladona → absorvidos rapidamente pelo SGI e também alcançam a circulação quando aplicados topicamente nas mucosas Alguns compostos aplicados topicamente nos olhos → cicloplegia e midríase = permite seu uso em exames e tratamentos de algumas enfermidades oftálmicas Atropina ✓ Meia-vida = aprox. 4h ✓ Biotransformação hepática → elimina cerca de 50% da dose → restante é excretado inalterado na urina o Traços podem ser encontrados em várias secreções, inclusive no leite humano Farmacocinética Ipratrópio e Metescopolamina ✓ Absorção reduzida, entre 10 e 25%, e imprevisível após a administração oral ✓ Não atravessam a barreira hematencefálica ✓ Ações mais prolongadas do que os alcaloides da beladona ✓ Metescopolamina → atua por 6 a 8 h Benzatropina e Trihexafenidila→ estruturas de amina terciária→ penetram facilmente no SNC Efeitos farmacológicos Todos produzem efeitos muito semelhantes→ alguns apresentam seletividade para determinados órgãos SNC ✓ Atropina em doses terapêuticas→ causa discreta excitação o Frequência e amplitude respiratória ✓ Escopolamina em doses terapêuticas→ causa depressão (sonolência, amnésia e fadiga) o Foi empregada como pré-anestésico o Pacientes com dor intensa→ doses pequenas: excitação, agitação, alucinações e delírios Sistema cardiovascular ✓ Atropina→ alteração da frequência cardíaca o Resposta predominante = taquicardia (bloqueio M2 no marcapasso nodal sinoatrial) o Pode diminuir com doses intermediárias (bloqueio M1 neurônios parassimpáticos) Efeitos farmacológicos ✓ Baixas doses de escopolamina→ bradicardia é maior do que observada com atropina o Com doses normais = taquicardia inicial, mas de curta duração ✓ Na circulação → atropina impede a vasodilatação e a PA após administração de drogas colinérgicas o Administrada isoladamente→ efeitos sobre os vasos e PA não são acentuados e nem constantes Sistema gastrintestinal ✓ Antiespasmódicos→ distúrbios gastrintestinais e tto da úlcera péptica o atividade motora do estômago, duodeno, jejuno, íleo e cólon → caracterizada por no tônus, na amplitude e na frequência das contrações peristálticas ✓ Atropina → bloqueia a atividade motora excessiva do sistema gastrintestinal induzida pelos medicamentos parassimpatomiméticos e agentes anticolinesterásicos. o Ação antiespasmódica discreta na vesícula e ductos biliares dos seres humanos Efeitos farmacológicos Sistema gastrintestinal ✓ Pirenzepina e Diciclomina → bloqueiam receptores do tipo M1 = secreção gástrica é reduzida o Pirenzepina = tto da úlcera péptica em humanos (receptores M1) → inibição da secreção ácida gástrica Secreções ✓ Todos produzem das secreções das glândulas: salivares, sudoríparas, lacrimais e brônquicas o Secreção salivar → sensível à inibição pelos anticolinérgicos → boca seca, fala e deglutição podem ser dificultadas Efeitos farmacológicos Sistema respiratório ✓ SNP → regulação do tônus bronquiolar = broncoconstrição (receptores M3 → presentes na musculatura lisa das vias respiratórias) ✓ São eficazes contra o broncospasmo produzido pelos medicamentos parassimpatomiméticos ✓ Antagonizam parcialmente a broncoconstrição produzida pela histamina, bradicinina ou prostaglandina F2α ✓ Alcaloides da beladona → inibem secreções do nariz, boca, faringe e brônquios = ressecam as mucosas das vias respiratórias o Atropina e Escopolamina → agentes pré-anestésicos = secreções durante o procedimento anestésico e cirúrgico Efeitos farmacológicos Músculo liso ✓ Musculatura lisa bronquiolar e vias urinárias = relaxamento ✓ Broncoconstrição reflexa que pode ocorrer durante a anestesia→ evitada pela atropina ✓ Atropina → reduz o tônus normal e a amplitude das contrações do ureter e bexiga e pode eliminar a hipertonia uretral ✓ Efeitos sobre a motilidade uterina→ questionáveis Olhos ✓ Drogas semelhantes à atropina → bloqueiam as respostas do esfíncter muscular da íris e da musculatura ciliar do cristalino ✓ Midríase e cicloplegia (paralisia da acomodação visual)’ Usos terapêuticos Sistema gastrintestinal ✓ Amplamente empregados no tto da úlcera péptica =motilidade e secreções gástricas o Possui efeitos indesejáveis → preferem-se os antagonistas da histamina e/ou os inibidores da bomba de prótons o Pirenzepina→ ainda é empregada para esta finalidade = ações mais seletivas o Diciclomina e Metronitrato de atropina→motilidade gastrintestinal o Homatropina→ alívio de espasmos abdominais o Atropina→ secreção ácida basal em cavalos Medicação pré-anestésica (MPA) ✓ Atropina e Escopolamina → eram usados para inibir a salivação e secreções excessivas das vias respiratórias, induzidas pela administração dos anestésicos gerais + efeito broncodilatador Usos terapêuticos Medicação pré-anestésica (MPA) o Atualmente → utilização de anestésicos relativamente não irritantes = eliminou-se a necessidade de administrar antagonistas muscarínicos ✓ Atropina → ainda é utilizada para evitar reflexos vagais induzidos pela manipulação cirúrgica dos órgãos internos ✓ Escopolamina → contribui para tranquilização, sedação e amnésia em diversas situações clínicas (incluindo o parto + outros agentes = analgesia e sedação) o Indicação terapêuticamuito nos últimos anos ✓ Glicopirrolato→ cães e gatos = acidez e o volume das secreções gástricas e motilidade intestinal → usado como MPA Usos terapêuticos Cinetose ✓ Escopolamina → prevenção de náuseas e vômitos associados à cinetose → exposição curta (4 a 6h) a movimentos intensos o Primeira linha de tto, seguida de anti-histamínicos de 1ª geração Olhos ✓ Administração local = midríase e cicloplegia o Homatropina, ciclopentolato ou tropicamida = menor duração de efeitos o Atropina e Escopolamina não são usadas→efeitos muito prolongados Usos terapêuticos Sistema cardiovascular ✓ Aplicação limitada ✓ Atropina → antídoto para o colapso cardiovascular em administração acidental de um colinérgico ou de um anticolinesterásico ✓ Tto inicial de pacientes com infarto agudo do miocárdio ✓ Atropina administrada previamente à medetomidina = previne a bradicardia induzida por este sedativo→mas, gera hipertensão e alteração de pulso Doença de Parkinson ✓ Benzatropina e Trihexafenidila→ atenuam o tremor ✓ Atropina e Escopolamina → salivação excessiva (pacientes parkinsonianos ou com intoxicação por metais pesados) Usos terapêuticos Trato geniturinário ✓ Atropina + opioide → tto de cólica renal = relaxamento da musculatura lisa ureteral e uretral ✓ Alcaloides da beladona → pressão intravesical, capacidade vesical e frequência das contrações da bexiga = antagoniza o controle parassimpático desse órgão Tratamento da intoxicação por anticolinesterásicos ✓ Atropina = droga de escolha para bradicardia e antagonizar o da secreção bronquial ✓ Administrada IV→ se VO ou SC = duram somente algumas horas Usos terapêuticos Sistema respiratório ✓ Brometo de Ipratrópio → equinos com obstrução aérea recorrente (OAR) → via inalatória = minimiza os efeitos colaterais ✓ Humanos e animais com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) → broncodilatador e antitussígeno Bexiga hiperativa ✓ Tolterodina → sintomas como: urgência, incontinência e alta frequência de micção, e o volume da bexiga funcional ✓ Eficácia similar à Oxibutinina→ incidência de efeitos colaterais é menor Efeitos Colaterais Doses altas = ressecamento da boca→ dificulta tanto a deglutição quanto a conversação Sistema cardiovascular→ frequência cardíaca Distúrbios oculares→ turvação da visão ✓ Atropina→ efeito midriático = contraindicada em casos de glaucoma Uso prolongado→ retenção urinária Ingestão intencional ou acidental dos alcaloides da beladona ou de outros→ intoxicação Casos fatais de intoxicação com atropina e escopolamina são raros ✓ Dose letal 50% da atropina IV para cães e gatos→ 50 mg/kg e 70 mg/kg Efeitos Colaterais Alguns pacientes podem apresentar convulsões Casos graves de intoxicação→ depressão e colapso circulatório, pressão sanguínea, respiração ineficaz e óbito→ insuficiência respiratória→ paralisia e coma ✓ Diagnóstico da intoxicação com atropina → paralisia generalizada dos órgãos inervados pelos neurônios parassimpáticos ✓ Tto sintomático → Fisostigmina (1 a 4 mg IV lenta) → medicamento mais indicado = controla rapidamente o delírio e o coma causados pelas doses elevadas de atropina o Se houver excitação acentuada→ Diazepam para sedação e controle das convulsões OBRIGADA PELA ATENÇÃO! tiefazart@gmail.com
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