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Combate incêndio - ed multifamiliar

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1 
 
UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO 
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS 
 
Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Engenharia de Segurança do 
Trabalho 
 
 
FÁBIO FAGUNDES 
 
 
 
 
 
 
PLANO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS: ESTUDO DE 
CASO EM EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL MULTIPAVIMENTADA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Rosa / RS 
2013 
 
 
 
2 
 
 
 
FÁBIO FAGUNDES 
 
 
 
 
 
 
 
PLANO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS: ESTUDO DE 
CASO EM EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL MULTIPAVIMENTADA 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia do Curso de Pós Graduação Lato Sensu em 
Engenharia de Segurança do Trabalho apresentado como 
requisito parcial para obtenção de título de Engenheiro de 
Segurança do Trabalho. 
 
 
 
 
Orientadora: Cristina Eliza Pozzobon 
 
 
 
 
 
Santa Rosa / RS 
2013 
 
 
 
3 
 
 
 
FABIO FAGUNDES 
 
 
PLANO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS: ESTUDO DE CASO EM 
EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL MULTIPAVIMENTADA 
 
 
Monografia defendida e aprovada em sua forma final pelo professor orientador e pelo 
membro da banca examinadora 
 
 
 
 
Banca examinadora 
 
 
 
________________________________________ 
Prof.ª Cristina Eliza Pozzobon, Mestre em Eng. Civil e 
Esp. em Eng. de Segurança do Trabalho - Orientadora 
 
 
 
________________________________________ 
Prof.° Fernando Wypyszynski, Eng. Civil e Esp. em Eng. de 
Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
Santa Rosa, 08 de novembro de 2013. 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
A toda minha família, em especial a minha esposa. 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
Agradeço a todos os envolvidos, que de alguma forma participaram, auxiliaram e 
propiciaram a realização deste trabalho. Seja através do incentivo, amizade e da orientação 
técnica, em especial, pela compreensão de todos nos momentos difíceis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 
Nas edificações, a proteção contra incêndios deve ser encarada como uma obrigação e 
um dever indeclinável de proteger acima de tudo as vidas humanas e o patrimônio envolvido. 
Logo, a prevenção, instalação de processos e métodos na proteção contra incêndios não 
podem ser negligenciados em favor da economia de custos, pois seus prejuízos podem se 
traduzir em perdas irreparáveis. Este trabalho objetiva analisar e aprofundar o estudo sobre o 
Plano de Prevenção e Combate a Incêndios (PPCI) de uma edificação residencial 
multipavimentada, Residencial Dona Laura, construído na Rua Mauá, em Santa Rosa/RS. Em 
decorrência do objetivo geral, os objetivos específicos foram: [i] Aprofundar os 
conhecimentos adquiridos no Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do 
Trabalho, com ênfase em Plano de Prevenção e Combate a Incêndios (PPCI) e; [ii] Produzir 
subsídios e ter acesso a informações, tomando como base as normas técnicas e legislação 
brasileira para a elaboração de projetos de PPCI exigidos pelo Corpo de Bombeiros. Nesse 
sentido, o trabalho inicia com uma revisão bibliográfica do tema, continua descrevendo a 
edificação analisada, os equipamentos de proteção contra incêndio, obtendo a quantificação e 
o custo financeiro da sua implantação. Conclui-se que os métodos de prevenção e proteção 
descritos no projeto de PPCI e adotados na edificação em estudo atendem as normas técnicas 
regulamentadoras da ABNT e as exigências legais do Estado do Rio Grande do Sul, com a sua 
conseqüente aprovação e liberação pelo Corpo de Bombeiros. 
 
Palavras-chave: PPCI; Proteção e Segurança; Incêndios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS E SÍMBOLOS 
 
 
 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 
ART – Anotação de Responsabilidade Técnica 
CO2 – Gás Carbônico 
CREA – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia 
GLP – Gás Liquefeito de Petróleo 
GN – Gás Natural 
IRB – Instituto de Resseguros do Brasil 
NRB – Norma Regulamentadora Brasileira 
PPCI – Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio 
PSPCI – Plano Simplificado de Prevenção e Proteção Contra Incêndio 
SPDA – Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................10 
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..........................................................................................13 
1.1 FOGO .................................................................................................................................13 
1.2 CLASSES DE INCÊNDIO ................................................................................................15 
1.3 CAUSAS DE INCÊNDIO .................................................................................................16 
1.4 PROPAGAÇÃO DO FOGO ..............................................................................................17 
1.5 MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO ..........................................................................18 
1.6 AGENTES EXTINTORES ................................................................................................19 
1.6.1 A água..............................................................................................................................19 
1.6.2 Espuma aquosa ou mecânica .......................................................................................20 
1.6.3 Gases inertes ..................................................................................................................20 
1.6.4 Pó químico seco .............................................................................................................20 
1.7 SISTEMAS DE COMBATE AO FOGO ...........................................................................21 
1.8 MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO .......................................................21 
1.9 PROJETOS ........................................................................................................................22 
1.10 DETALHAMENTO DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO ..........23 
1.10.1 Isolamento de riscos ....................................................................................................23 
1.10.2 Compartimentação vertical e horizontal ..................................................................24 
1.10.3 Resistência das estruturas ao fogo .............................................................................25 
1.10.4 Resistência dos materiais ao fogo ..............................................................................25 
1.11 CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES ......................................................................26 
1.11.1 Classificação da edificação quanto ao risco ..............................................................26 
1.11.2 Classificação da edificação quanto a sua ocupação .................................................26 
1.11.3 Classificação da edificação quanto a sua altura .......................................................26 
1.11.4 Classificação da edificação quanto a sua área ou dimensões em planta ................27 
1.11.5 Classificação da edificação quanto as suas características construtivas ................271.11.6 Classificação da edificação quanto a sua carga de incêndio ...................................27 
1.12 CÁLCULO DA POPULAÇÃO .......................................................................................28 
1.13 SAÍDAS DE EMERGÊNCIA ..........................................................................................29 
1.14 CÁLCULO DO NÚMERO DE UNIDADES DE PASSAGEM .....................................30 
1.15 NÚMERO MÍNIMO DE SAÍDAS DE EMERGÊNCIA ................................................30 
1.16 DISTÂNCIAS MÁXIMAS A SEREM PERCORRIDAS ...............................................31 
1.17 DESCARGA ....................................................................................................................31 
1.18 TEMPO NECESSÁRIO PARA A DESOCUPAÇÃO ....................................................31 
1.19 CORREDORES ...............................................................................................................32 
1.20 PORTAS ..........................................................................................................................32 
1.21 ESCADAS .......................................................................................................................33 
 
 
 
9 
 
1.22 GUARDA-CORPOS E BALAUSTRADAS ...................................................................34 
1.23 CORRIMÃOS ..................................................................................................................35 
1.24 SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA .............................................................................35 
1.25 ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA ..............................................................................37 
1.26 EXTINTORES DE INCÊNDIO ......................................................................................37 
1.27 SISTEMA DE PROTEÇÃO DE DESCARGAS ATMOSFÉRICAS ..............................39 
1.28 PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO ....................................................................39 
2 METODOLOGIA...............................................................................................................41 
2.1 DESCRIÇÃO DO ESTUDO ............................................................................................41 
2.2 DESCRIÇÃO DO OBJETO DO ESTUDO .......................................................................41 
2.3 LEGISLAÇÃO E NORMAS UTILIZADAS ....................................................................43 
3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .............................................45 
3.1 DESCRIÇÃO DA EDIFICAÇÃO .....................................................................................45 
3.1.1 Classificação da edificação quanto ao risco.................................................................45 
3.1.2 Classificação da edificação quanto a sua ocupação ...................................................45 
3.1.3 Classificação da edificação quanto a sua altura .........................................................45 
3.1.4 Classificação da edificação quanto as suas dimensões em planta..............................45 
3.1.5 Classificação da edificação quanto as suas características construtivas ..................46 
3.1.6 Classificação da edificação quanto a sua carga de incêndio .....................................46 
3.1.7 Cálculo da população.....................................................................................................46 
3.2 DEFINIÇÃO DAS EXIGÊNCIAS MÍNIMAS DE PROTEÇÃO DE UMA EDIFICAÇÃO 
...................................................................................................................................................46 
3.3 DETALHAMENTO DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO.............47 
3.3.1 Isolamento de riscos.......................................................................................................47 
3.3.2 Saídas de emergência ....................................................................................................47 
3.3.3 Cálculo do número de unidades de passagem ............................................................48 
3.3.4 Distâncias máximas a serem percorridas ....................................................................48 
3.3.5 Descarga .........................................................................................................................48 
3.3.6 Tempo necessário para a desocupação ........................................................................48 
3.3.7 Exigência de alarme ......................................................................................................49 
3.3.8 Exigência de sistema de instalação hidráulica ............................................................49 
3.3.9 Corredores .....................................................................................................................49 
3.3.10 Portas ............................................................................................................................49 
3.3.11 Escadas .........................................................................................................................49 
3.3.12 Guarda-corpos e balaustradas....................................................................................50 
3.3.13 Corrimãos ....................................................................................................................50 
3.3.14 Sinalização de emergência ..........................................................................................50 
3.3.15 Iluminação de emergência ..........................................................................................50 
3.3.16 Extintores de incêndio ................................................................................................51 
3.3.17 Sistema de proteção de descargas atmosféricas .......................................................51 
3.4 PREVISÃO DE CUSTOS .................................................................................................52 
CONCLUSÃO ........................................................................................................................53 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................55 
ANEXOS .................................................................................................................................57 
ANEXO A – PROJETOS GRÁFICOS ....................................................................................57 
ANEXO B – PSPCI .................................................................................................................66 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
Ao se analisar o tema Prevenção e Combate a Incêndios, observa-se que esse contexto 
é uma das principais medidas de controle e prevenção de acidentes e tragédias, como grandes 
incêndios. 
Historicamente, desde as décadas de 70 e 80, grandes incêndios em edifícios altos 
chocaram e paralisaram o Brasil, tais como o Edifício Joelma, com 25 pavimentos, em 1974; 
o Edifício Andraus, com 31 pavimentos, em 1972; as torres da CESPI, com 21 e 27 
pavimentos, em 1987, em São Paulo; entre outros. Estes incêndios marcaram o país, pela 
perda de centenas de vida de pessoas, documentos importantes, geraram danos materiais 
incalculáveis e uma fobia coletiva do fogo em grandes edificações. 
A realidade é que não havia preocupação sobre instalações de incêndio naquela época, 
pois nas décadas anteriores não ocorreram grandes incêndios no Brasil. Coincidentemente, 
neste mesmo período, as edificações começaram a ter alturas mais elevadas, excesso de vidros 
nas fachadas, utilização de estruturas de concreto armado, divisórias leves e materiais não 
resistentes ao fogo, ou seja, não se pensava em técnicas construtivas, materiais ou soluçõesarquitetônicas adequadas para cada tipo de edificação para evitar a propagação do fogo. 
Estes eventos desencadearam uma preocupação nacional com a segurança contra 
incêndios nas edificações. Foi o despertar para o problema no Brasil. 
Através destes episódios, o assunto sobre prevenção e proteção contra incêndio 
começou a ser discutido, com isso surgiu à necessidade da elaboração de normas técnicas e 
legislações a serem seguidas. 
Os grandes incêndios continuam acontecendo até hoje, no Brasil e no mundo, e são 
exemplos repetidos do quanto ainda temos de aprender para entender os fenômenos 
relacionados com a origem e a propagação do fogo (Beltrano 2010). 
A população está frequentemente exposta a situações adversas, sem uma adequada 
capacidade de reconhecimento dos riscos e efetiva atuação na resposta e enfrentamento. 
 
 
 
11 
 
Sobre este assunto, é importante relatar que tragédias e acidentes desta natureza 
continuam acontecendo, como é o caso recente do incêndio da Boate Kiss, acontecido em 
janeiro de 2013, em Santa Maria/RS. Este caso sugere uma significativa falta de cultura de 
segurança; seja por negligência dos proprietários ou descaso dos órgãos públicos. Conforme o 
Relatório Técnico apresentado pelo Conselho Regional de Engenharia do Rio Grande do Sul 
(CREA/RS 2013), o incêndio ocorreu no interior de um galpão, adaptado de forma errônea 
para ser um bar ou danceteria. As mudanças arquitetônicas efetuadas não levaram em 
consideração os possíveis riscos e os investimentos realizados no âmbito da segurança foram 
mal direcionados ou insuficientes. 
Atualmente, com o objetivo de preservar e proteger as pessoas e o patrimônio público 
ou privado, em cada estado brasileiro existe uma legislação específica, composta por Normas 
Técnicas, Leis, Portarias e Resoluções do Corpo de Bombeiros, a qual norteia e orienta a 
elaboração dos projetos de prevenção e proteção contra incêndio. 
A proteção contra incêndio deve ser encarada como uma obrigação e necessidade de 
proteger acima de tudo as vidas humanas, e secundariamente o patrimônio envolvido; 
independente do seu custo financeiro. A construção de qualquer tipo de edificação mais 
segura deve ser um dever indeclinável e ético do projetista, executor da obra e do 
empreendedor, independente das exigências legais. 
Portanto, este trabalho tem como finalidade aprofundar os conhecimentos adquiridos 
no Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e produzir subsídios 
técnicos, através da análise crítica de um Plano de Prevenção e Combate a Incêndios de um 
prédio residencial multipavimentado, neste caso o Residencial Dona Laura, na cidade de 
Santa Rosa/RS. 
O trabalho tem como tema o Plano de Prevenção e Combate a Incêndios (PPCI). 
 Fica delimitado à análise crítica de um Plano de Prevenção e Combate a Incêndios, 
com estudo de um caso. 
Sua questão de estudo é: Quais os procedimentos e métodos eficazes e corretos 
utilizados para atender as exigências e normas técnicas vigentes na elaboração e análise do 
Plano de Prevenção e Combate a Incêndios em edificações prediais, no caso em estudo? 
Os objetivos do estudo estão divididos em objetivo geral e objetivos específicos, sendo 
o objetivo geral: analisar e aprofundar o estudo sobre o Plano de Prevenção e Combate a 
Incêndios (PPCI) de uma edificação residencial multipavimentada, tomando por base as 
normas técnicas e a legislação brasileira que versam sobre o assunto em questão; e, em 
 
 
 
12 
 
decorrência do objetivo geral, constituem objetivos específicos a serem atendidos, dentro da 
área de estudo delimitada: 
• Aprofundar os conhecimentos adquiridos no Curso de Especialização em 
Engenharia de Segurança do Trabalho, com ênfase em Plano de Prevenção e 
Combate a Incêndios (PPCI), através da análise do estudo de um caso; 
• Produzir subsídios técnicos e ter acesso a informações, tomando como base as 
normas técnicas e legislação brasileira para a elaboração de projetos de PPCI 
exigidos pelo Corpo de Bombeiros. 
 
O trabalho em questão será estruturado da seguinte maneira: 
Inicialmente é introduzido o trabalho, apresentando a importância, justificativa e seus 
objetivos referente ao tema em estudo. 
No Capítulo 1 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA são apresentados, de forma sintética, 
definições coletadas na revisão da bibliografia realizada a partir da definição do tema. 
No Capítulo 2 – METODOLOGIA são apresentadas as principais características da 
pesquisa aplicada, qualitativa e quantitativa. Também é descrito o objeto em estudo. 
O Capítulo 3 – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS descreve os 
resultados obtidos pela execução da pesquisa, a quantificação e a previsão de custos para 
implantação do PPCI. 
O Capítulo 4 – CONCLUSÃO encerra o trabalho, apresentando as considerações 
finais sobre o estudo. Na sequência contam as REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS e os 
ANEXOS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
 
 
 
1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
 
1.1 FOGO 
 
Toda edificação, sob o ponto de vista de segurança, está sujeita a uma calamidade 
imprevisível: o fogo. O fogo é capaz de causar grandes acidentes e catástrofes, gerando perdas 
de vidas humanas e enormes prejuízos materiais. Para se fazer à prevenção e o combate 
efetivo a incêndios, deve-se se conhecer a mecânica do fogo em todos os seus aspectos: 
causas, formação e suas conseqüências. 
A vida moderna aumenta os riscos de incêndios devido às grandes concentrações 
humanas nas grandes cidades, edificações mais próximas e altas, concepções arquitetônicas 
que favorecem a propagação do fogo, materiais empregados de fácil combustão e pela 
proliferação e concentração de toda espécie. 
“O fogo sempre irá conviver com o homem, por isso ambos devem viver em harmonia 
e, para que isso aconteça, ele deve ser controlado para que esta relação não seja quebrada”. 
(BRENTANO, 2010, p. 89) 
O fogo pode ser definido como uma reação química, denominada combustão, que é 
uma oxidação rápida entre um material combustível, sólido, líquido ou gasoso, e o oxigênio 
do ar, provocada por uma fonte de calor que gera luz e calor. 
Em outras palavras, o fogo é uma combustão viva que se manifesta através da 
produção de chamas que geram luz e desprendem calor, além da emissão de fumaça, gases e 
outros resíduos. Segundo Brentano (2010), cada um desses produtos derivados da combustão 
geram consequências: 
• As chamas formam a parte espetacular e visível do fogo, iluminam e atraem; 
• A fumaça impede a visibilidade, provoca pânico, intoxica e/ou asfixia, dificulta 
a saída e a aproximação para o combate ao fogo, corrói objetos frágeis; 
• Os gases são invisíveis, podem ser tóxicos, inodoros e a sua difusão provoca a 
propagação do fogo. Atualmente, com os materiais sintéticos cada vez em 
 
 
 
14 
 
maior quantidade usados nos revestimentos de construções, aumentou a 
quantidade de produtos gasosos prejudiciais ao homem em uma situação de 
incêndio. A fumaça e os gases tóxicos são responsáveis por mais de 80% das 
mortes em incêndios; 
• O calor aquece o ar chegando a altíssimas temperaturas, provocando a 
propagação do fogo através da combustão espontânea de certos materiais e a 
deformação e a perda de resistência de outros; como exemplo a própria 
estrutura de uma edificação; 
• O oxigênio do ar é consumido durante a combustão em ambientes fechados 
tornando-o irrespirável; 
• Os resíduos deixados pelos combustíveis sólidos comuns, como as cinzas, 
além de emitirem fumaças. 
Para que haja a ocorrência do fogo, deve haver a concorrência simultânea de três 
elementos essenciais: material combustível, comburente (oxigênio) e uma fonte de calor, 
formando o triângulo do fogo. Caso haja a propagação do fogo após a sua ocorrência, deve 
havera transferência de calor molécula para molécula do material combustível, ainda intacta, 
que entram em combustão sucessivamente, gerando então, a reação química em cadeia. 
As principais características dos elementos componentes do fogo são: 
• O combustível é toda a matéria suscetível à queima, isto é, após a inflamação, 
continua queimando sem nenhuma adição suplementar de calor. Pode ser 
sólido, líquido ou gasoso. A maior parte dos combustíveis sólidos possui um 
mecanismo seqüencial para a sua ignição. Para entrar em combustão devem ser 
primeiramente aquecidos liberando vapores combustíveis que se misturam com 
o oxigênio do ar gerando uma mistura inflamável. Os combustíveis líquidos se 
vaporizam ao serem aquecidos, misturando-se com o oxigênio do ar, formando 
uma mistura inflamável. Os gases, para entrar em combustão devem formar 
uma mistura inflamável com o oxigênio do ar, cuja concentração deve estar 
dentro de uma faixa ideal; 
• O comburente, geralmente o oxigênio do ar, é o agente químico que ativa e 
conserva a combustão, combinando-se com os gases ou vapores do 
combustível, formando uma mistura inflamável; 
 
 
 
15 
 
• O calor, energia que dá início, mantém e incentiva a propagação do fogo. O 
calor é o provocador da reação química da mistura inflamável, proveniente da 
combinação dos gases ou vapores do combustível e do comburente. 
• A reação química em cadeia, que é a transferência de calor de uma molécula 
do material em combustão para a molécula vizinha, ainda intacta, que se 
aquece e entra em combustão, assim sucessivamente, até que todo o material 
esteja em combustão. 
 
1.2 CLASSES DE INCÊNDIO 
 
 Os incêndios são classificados, de acordo com o material combustível, em quatro 
classes: 
• Classe A: São incêndios que ocorrem em materiais combustíveis comuns, como 
madeira, papel, tecidos, etc. Estes materiais queimam em superfície e em 
profundidade, deixando resíduos após a sua combustão, como brasas e cinzas. A 
extinção mais eficaz se dá pela ação da água, pois estes materiais necessitam de 
resfriamento para a extinção do fogo. 
• Classe B: São incêndios que ocorrem na mistura do ar com os vapores que se 
formam nas superfícies dos líquidos combustíveis inflamáveis, como óleos, 
gasolina, entre outros, que queimam somente em superfície, não deixando 
resíduos; e nos gases inflamáveis como gás liquefeito do petróleo (GLP), gás 
natural (GN), hidrogênio e outros. A extinção se dá por abafamento, pela quebra 
da reação química em cadeia ou pela retirada do material combustível. Os agentes 
extintores podem ser produtos químicos secos, líquidos vaporizantes, CO2, água 
nebulizada e a espuma química, que é o melhor agente extintor. 
• Classe C: São incêndios que ocorrem em equipamentos elétricos energizados. 
Deve ser usado agente extintor não condutor de eletricidade. São usados os pós 
químicos secos, líquidos vaporizantes e CO2. 
• Classe D: São incêndios que ocorrem em metais combustíveis, chamados de 
pirofóricos, como magnésio, titânio, lítio, alumínio, entre outros. Estes metais 
queimam mais rapidamente, reagem com o oxigênio atmosférico, atingindo 
temperaturas mais altas que outros materiais combustíveis. O combate exige 
equipamentos, técnicas e agentes extintores especiais para cada tipo de metal 
 
 
 
16 
 
combustível, que formam uma capa protetora isolando o metal combustível do ar 
atmosférico. 
 
1.3 CAUSAS DE INCÊNDIO 
 
Para ocorrer o início de um incêndio em uma edificação, deve-se ter à concorrência 
simultânea e fundamental de uma fonte de calor, de um combustível e de um componente 
humano. O componente humano passa a ser fundamental neste evento, podendo ser 
encontrado através de falhas no projeto e/ou execução de instalações, bem como pela 
negligência comportamental na ocupação da edificação. Tais componentes, aliados a reação 
química em cadeia e ao oxigênio, garantem a manutenção do fogo, bem como o seu 
crescimento. 
 Segundo Pozzobon (2010), quando se estudam as causas de um incêndio, procura-se 
saber como, porque e onde iniciou o processo de combustão, se a sua origem é proveniente da 
ação direta do homem ou não. 
 Assim sendo, pode-se classificar as causas de um incêndio como: 
• Causas humanas (culposas e criminosas): A causa humana culposa é causada 
pela ação direta do homem por negligência, imprudência ou imperícia. 
Exemplificando: quando o homem manipula uma determinada fonte de calor 
sem observar os cuidados necessários, deixando, por exemplo, o ferro de 
passar roupa ligado, sobre a mesa; usar o maçarico próximo a um material 
inflamável; deixar velas acesas sobre o móvel, etc. A causa criminosa se 
identifica quando o homem, por motivos psicológicos e materiais, 
voluntariamente, provoca um incêndio ou explosão. É o chamado 
incendiarismo. Vários são os motivos que levam um homem a provocar um 
incêndio: vingança, motivos financeiros, destruição de documentos, ocultação 
de crimes, etc. Também, por motivos psicopáticos o homem pode provocar um 
incêndio. São os chamados piromaníacos, que provocam incêndios com o 
intuito mórbido de se emocionar com o espetáculo apresentado pelas chamas. 
• Causas naturais: Ocorrem pelos chamados fenômenos naturais, tais como raios 
elétricos, descargas atmosféricas, terremotos, erupções vulcânicas, 
desabamentos, o sol (através da concentração de seus raios em vidros e lentes); 
cujo controle foge dos procedimentos preventivos. 
 
 
 
17 
 
• Causas acidentais (elétricas, mecânicas e químicas): são as que ocorrem devido 
às falhas ocasionais, mesmo que o homem tenha tomado às devidas precauções 
para que isso não ocorra, entretanto, devido a inúmeros fatores independentes 
da sua vontade, eles acontecem. São exemplos de causas elétricas: 
Aquecimento excessivo de um motor por falta de lubrificação, que pode 
provocar um curto-circuito; superaquecimento na fiação devido à sobrecarga 
nos circuitos ou circuitos mal calculados; arcos elétricos e centelhas, devido, 
principalmente, a curtos-circuitos; faíscas provenientes de chaves ou outros 
aparelhos elétricos; falta de proteção nos circuitos; eletricidade estática, etc. 
São exemplos de causas mecânicas: Atritos ou fricção provocados por falta de 
lubrificação em rolamentos e mancais; emperramento de correias de sistema de 
transmissão ou transporte em indústrias, causando sua queima; explosão 
mecânica dos vasos de pressão de caldeiras, autoclaves e tubulações 
pressurizadas. Como exemplo de causas químicas, podemos citar o fenômeno 
chamado de auto-combustão causado pela absorção da umidade em 
determinados produtos químicos, tais como: hidrosulfito de sódio, óxido de 
cálcio, pentasulfeto de fósforo, pó de alumínio, pó de bronze, pó de zinco, 
potássio, dentre outros. 
• Causas industriais: o risco de incêndios industriais vem aumentando devido à 
utilização de novos materiais e projetos de edificações, além do grande 
consumo de energia, onde uma das fontes de energia é a calorífica. Com a 
Revolução Industrial, os países que implantaram parques industriais 
observaram o crescimento assustador dos casos de incêndios, principalmente 
nos centros urbanos criados para atender a demanda de mão-de-obra para as 
indústrias. 
 
1.4 PROPAGAÇÃO DO FOGO 
 
 O fogo se comporta de forma complexa, tendo sua propagação muitas vezes 
imprevisível. Os fatores que contribuem para a propagação do fogo estão relacionados com a 
transmissão de calor, que pode ocorrer de três formas principais: 
• Condução ou contato, pelas próprias labaredas que passam de um para outro 
pavimento através de janelas, cortinas e outros materiais, ou através de um 
 
 
 
18 
 
meio físico aquecido pelo fogo que conduz o calor até o outro, como paredes e 
tetos. 
• Convecção, isto é, pelo meio circulante gasoso, como os gases e o ar quenteproduzido pelo fogo, que sobem entrando em contato com outros materiais que 
são aquecidos até entrar em combustão. 
• Radiação, isto é, por meio de ondas ou raios caloríficos gerados por um corpo 
aquecido, que irradia calor em todas as direções através do espaço, 
semelhantes à luz. É a sensação térmica sentida na pele devido aos raios 
solares ou na aproximação de um fogo. 
Num incêndio as três formas de propagação do fogo geralmente são concomitantes, 
embora, em determinado momento, uma delas predomine sobre as demais. 
A propagação do fogo deve ser sempre pensada e analisada com muito cuidado na 
elaboração de um plano de proteção contra incêndios, eliminando assim, a possibilidade de 
uma reação em cadeia. 
 
1.5 MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO 
 
 Segundo Brentano (2010), sempre que se deseja extinguir o fogo, deve-se neutralizar 
um dos seus três elementos componentes, pelo menos, ou interromper a reação química em 
cadeia. 
 Os métodos de extinção do fogo são utilizados de acordo com o elemento 
componentes do mesmo que se deseja neutralizar, são: 
• Extinção por isolamento (retirada do material): Em algumas situações de 
incêndio é possível retirar o material combustível. Em incêndios em 
edificações, a neutralização desse elemento é difícil, se não impossível. 
• Extinção por abafamento (retirada do comburente): Neste caso procura-se 
evitar que o material em combustão seja alimentado por mais oxigênio do ar, 
reduzindo sua concentração na mistura inflamável. 
• Extinção por resfriamento (retirada do calor): Com a utilização de um agente 
extintor, este agente absorve o calor do fogo e do material em combustão, com 
o conseqüente resfriamento deste material. De forma geral, o resfriamento do 
material combustível é a forma mais comum de extinguir o fogo em 
edificações e o agente mais utilizado é a água. 
 
 
 
19 
 
• Extinção química (quebra da cadeia de reação química): Com o lançamento ao 
fogo de determinados agentes extintores, suas moléculas se dissociam pela 
ação do calor, formando átomos de radicais livres, que se combina com a 
mistura inflamável resultante do gás ou vapor do material combustível com o 
comburente, formando uma mistura não inflamável, interrompendo a reação 
química em cadeia. 
 
1.6 AGENTES EXTINTORES 
 
Segundo Brentano (2010), para se extinguir o fogo é necessário eliminar, no mínimo, 
um dos elementos formadores do fogo. Para isso, na maioria das vezes, deve-se utilizar a água 
ou certas substâncias químicas, sólidas, líquidas ou gasosas, chamadas de agentes extintores, 
que atuam diretamente sobre um ou mais desses elementos. Cada material combustível tem as 
suas características de combustão, exigindo, com isso, formas específicas para extinguir o 
fogo. O agente extintor a ser utilizado deve ser apropriado, para que sua ação seja rápida e 
eficiente, causando o mínimo de danos à vida das pessoas, ao conteúdo e a edificação. 
Os principais agentes extintores utilizados são: água, espuma aquosa ou mecânica, 
gases inertes e pós químicos secos. 
 
1.6.1 A água 
 
A água é a substância mais usada como agente extintor de incêndio por várias razões: 
• É a mais difundida na natureza e, portanto, a mais disponível, abundante e 
barata. 
• É a mais efetiva no combate ao fogo, porque tem grande poder de absorção de 
calor. 
• É um agente extintor seguro, não tóxico, não corrosivo e estável. 
Como agente extintor, a água age sobre o fogo porque tem a capacidade de 
resfriamento e abafamento, simultaneamente, conforme seu estado físico. 
No estado líquido a água pode ser utilizada na forma de: 
• Jato compacto, que age por resfriamento. 
• Jato de neblina, que age por resfriamento e abafamento (melhor ação sobre o 
fogo). 
 
 
 
20 
 
No estado gasoso, a água pode ser usada na forma de vapor, que age unicamente por 
abafamento. O vapor é utilizado como agente extintor de incêndios em indústrias onde ele já é 
usado ininterruptamente nos processos produtivos. 
 
1.6.2 Espuma aquosa ou mecânica 
 
A espuma aquosa ou mecânica é composta por bolhas de gás, normalmente o ar, 
formada a partir de uma solução aquosa de um agente concentrado líquido formador de 
espuma (extrato). É produzida com a agitação de uma mistura de água com extrato em 
determinadas proporções com a aspiração simultânea de ar atmosférico. 
Com a espuma é mais leve e flutua sobre o líquido combustível, extingue o fogo por 
abafamento e resfriamento. 
 
1.6.3 Gases inertes 
 
Os gases inertes mais usados nas composições são o dióxido de carbono, o nitrogênio, 
o argônio e outros. Desses, o mais usado, barato e um dos mais efetivos é o próprio dióxido de 
carbono, anídrico carbônico ou gás carbônico. Os dois últimos, embora sendo mais caros, são 
cada vez mais usados, como na composição do gás Inergen. 
São usados no combate a incêndios em equipamentos energizados eletricamente, 
arquivos, bibliotecas, centro de processamento de dados, etc., e em quase todos os materiais 
combustíveis, principalmente quando o agente extintor não deve danificar estes materiais. 
 
1.6.4 Pó químico seco 
 
Os pós químicos secos têm com bases químicas principais o bicarbonato de sódio, o 
bicarbonato de potássio, o cloreto de potássio, bicarbonato de potássio-uréia e o monofosfato 
de amônia, misturados com aditivos que dão estabilidade ao pó frente à umidade e à 
aglutinação. 
A extinção do fogo se dá por abafamento, resfriamento e, principalmente, pelo 
rompimento da cadeia de reação química. 
Os pós químicos secos são eficientes para extinguir fogos líquidos inflamáveis, 
podendo ser usados no combate a fogos em alguns equipamentos elétricos energizados. O seu 
 
 
 
21 
 
uso deve ser evitado em equipamentos eletrônicos, pois o pó químico em contato com a 
umidade do ar corrói as placas dos circuitos atingidos. 
 
1.7 SISTEMAS DE COMBATE AO FOGO 
 
Segundo Brentano (2010), para se combater o fogo numa edificação, devem ser 
usados os agentes extintores específicos para os materiais combustíveis existentes na 
edificação. 
Os sistemas de combate ao fogo que podem ser adotados de acordo com o tipo de 
material combustível que se quer proteger e o grau de risco da edificação são: 
• Sistema de extintores de incêndio. Este sistema é o obrigatório em todas as 
edificações. 
• Sistema de hidrantes e de mangotinhos. 
• Sistema de chuveiros automáticos (“sprinklers”). 
• Sistema de projetores de água. 
• Sistema de espuma mecânica. 
• Sistema fixo de gases. 
 
1.8 MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO 
 
Para se alcançar um grau de eficácia contra incêndios, quanto a sua concepção e 
operacionalidade, são preconizadas pelas normas técnicas e legislações vigentes medidas de 
proteção. 
As medidas de proteção podem ser divididas em: 
• Passivas ou preventivas: Estas medidas têm por objetivo minimizar as 
possibilidades da eclosão de um principio de fogo, bem com reduzir a 
probabilidade de seu alastramento. 
• Ativas ou de combate: Estas medidas visam agir sobre o fogo já existente, para 
extingui-lo ou, então, controlá-lo até à chegada do corpo de bombeiros ao 
local, criando facilidades para que este combate seja o mais eficaz possível. 
As principais medidas de proteção preventiva ou passiva nas edificações são: 
• Afastamento entre edificações; 
• Segurança estrutural das edificações; 
 
 
 
22 
 
• Compartimentações horizontais e verticais; 
• Saídas de emergência; 
• Sistema de controle e detecção da fumaça de incêndio; 
• Sistema de detecção de calor; 
• Instalação de sistema DRR-disjuntor referencial residual; 
• Controle dos materiais de revestimento e acabamento; 
• Controle das possíveis fontes de incêndio; 
• Sistema de proteção contra descargas atmosféricas; 
• Central de gás; 
• Acessode viaturas do corpo de bombeiros junto à edificação; 
• Brigada de incêndio. 
As principais medidas de proteção ativa ou de combate a focos de fogo são: 
• Sistemas de detecção e de alarme de incêndio; 
• Sistema de sinalização de emergência; 
• Sistema de iluminação de emergência; 
• Sistema de extintores de incêndio; 
• Sistema de hidrantes ou de mangotinhos; 
• Sistema de chuveiros automáticos (“sprinklers”); 
• Sistema de espuma mecânica para combate em alguns tipos de riscos; 
• Sistema fixo de gases limpos ou CO2 para combate a incêndios em alguns tipos 
de riscos. 
 
1.9 PROJETOS 
 
Segundo Brentano (2010), a vida humana é o objetivo principal e, como tal, sempre 
deve ser pensado como sendo o mais importante e delineador de todos os parâmetros 
determinantes do projeto da edificação. 
 Os projetos dos meios de proteção para os ocupantes da edificação dependem do tipo 
de ocupação da mesma, como: 
• Quais são as atividades desenvolvidas na edificação? 
• Quais são as possíveis fontes de fogo na edificação? 
• Que produtos combustíveis são usados ou existem na edificação? 
• Que características físicas ou mentais possuem seus ocupantes? 
 
 
 
23 
 
• Como pode ser o comportamento dos mesmos durante uma emergência de 
incêndio? 
Também, merece destaque a proteção do patrimônio, pois os investimentos são 
bastante elevados, e, conseqüentemente, as perdas por decorrência de um incêndio. 
Muitas medidas de segurança que devem ser tomadas e só podem ser executadas 
quando previstas no projeto arquitetônico, porque envolvem áreas e volumes das edificações. 
Para tanto, podemos afirmar da importância do projeto arquitetônico como o início da 
proteção contra incêndios. 
O projeto de prevenção contra incêndios são todas as medidas de proteção contra 
incêndios de uma edificação que devem ser tomadas, tanto passivas como ativas, devendo ser 
encaminhado aos órgãos públicos competentes para análise e aprovação. O projeto é 
constituído por um conjunto de documentos escritos e gráficos. 
O projeto arquitetônico e o projeto de PPCI devem ser focados em duas premissas 
básicas: 
• Evitar o início do fogo. Para isso, no projeto da edificação devem estar previstas 
todas as medidas construtivas para que seja evitado que o fogo aconteça. 
• Havendo a ocorrência de foco de fogo, devem ser previstos meios apropriados 
para a desocupação com segurança e rapidez da edificação e instalações 
adequadas para que seja isolado no seu local de origem e combatido de forma 
rápida e eficaz. 
 
1.10. DETALHAMENTO DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO 
 
1.10.1 Isolamento de riscos 
 
Conforme descrito no item 1.4 PROPAGAÇÃO DO FOGO, o fogo se propaga entre 
edifícios isolados através de radiação térmica, através das aberturas nas fachadas, cobertura da 
edificação e pelas chamas que alcançam a edificação vizinha; através de convecção, quando 
os gases quentes emitidos por uma edificação atingem a edificação vizinha; ou através da 
condução, quando as chamas se propagam de uma edificação para a outra. 
Para que haja o isolamento, deve-se se ter afastamentos mínimos entre edificações e 
compartimentações horizontais e verticais na própria edificação para confinar o fogo durante 
um determinado período, de maneira que permita a saída segura de seus ocupantes, e que 
também o combate possa ser iniciado evitando a propagação do fogo. Também, para facilitar 
 
 
 
24 
 
as operações de resgate, evitar ou retardar o colapso parcial ou total da edificação e para 
minimizar os danos às edificações vizinhas e à infra-estrutura pública. 
 
1.10.2 Compartimentação vertical e horizontal 
 
Para que seja evitada a propagação do fogo, deve-se compartilhar fisicamente a 
edificação, visando dividir a mesma em células que tenham capacidade de suportar a queima 
dos materiais combustíveis, impedindo e minimizando seu alastramento. 
 Uma compartimentação elaborada corretamente depende dos elementos construtivos 
utilizados e suas características físicas que fazem com que ele resista a determinado tempo à 
ação do fogo. Ela deve possuir três características construtivas básicas, como a estabilidade 
estrutural, a estanqueidade às chamas, gases e fumaça e por fim o isolamento térmico durante 
um tempo predeterminado. 
 Assim as compartimentações de isolamento podem ser do tipo horizontal e vertical. 
 A compartimentação horizontal se destina a impedir a propagação do fogo no plano 
horizontal do pavimento de origem para outros ambientes ou setores do mesmo pavimento 
através de aberturas diversas existentes entre eles ou para edificações vizinhas através de 
janelas das fachadas. Ela pode obtida através de paredes e portas corta-fogo, registros corta-
fogo nos dutos que transpassam as paredes corta-fogo, selagem corta-fogo da passagem de 
cabos elétricos e tubulações das paredes corta-fogo e afastamento horizontal entre janelas de 
setores compartimentados. 
 A compartimentação vertical se destina a impedir a propagação do fogo do pavimento 
de origem para os pavimentos consecutivos no plano vertical através de aberturas diversas 
existentes entre eles ou para as edificações vizinhas através das janelas das fachadas. Ela pode 
ser obtida através de lajes corta-fogo, enclausuramento de escadas através de paredes e portas 
corta-fogo, registro corta-fogo em dutos que intercomunicam os pavimentos, selagem de abas 
verticais ou abas horizontais projetando-se além da fachada, resistentes ao fogo, separando as 
janelas de pavimentos consecutivos. 
 Segundo Brentano (2010), a compartimentação é a forma mais econômica e eficaz de 
se proteger passivamente do fogo uma edificação. 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
1.10.3 Resistência das estruturas ao fogo 
 
 Sempre que ocorre um incêndio em uma edificação de forma generalizada, a 
temperatura alcança níveis tão elevados que, a estrutura normalmente não suporta. Para isso, 
elas devem ser projetadas e construídas dentro de certos padrões mínimos de desempenho, 
com os objetivos de: 
• Que os materiais de revestimento e acabamento não só não propaguem o fogo 
como não contribuam para o mesmo. 
• Que as paredes de compartimentação permitam evitar e retardar a propagação 
das chamas, do calor e da fumaça. 
• Evitar o colapso estrutural parcial ou total da edificação. 
A estrutura de uma edificação deve resistir ao permitindo que os seus ocupantes 
consigam sair em segurança, garantir condições para se combater o fogo pelo socorro externo 
e minimizar as possíveis perdas materiais, inclusive de edificações vizinhas. 
 
1.10.4 Resistência dos materiais ao fogo 
 
Cada material componente de uma edificação possui características que auxiliam ou 
não no combate a um foco de incêndio. 
 As características construtivas da edificação, as características e quantidade dos 
materiais utilizados na obra e os materiais combustíveis depositados no local estão 
relacionados aos níveis elevados de temperatura que o incêndio possa alcançar, sob o ponto de 
vista de sustentar a combustão e propagar as chamas. 
 Na queima do material combustível, um fator importante a ser considerado é a fumaça. 
Em função da quantidade e opacidade da fumaça, o material pode provocar empecilhos à fuga 
das pessoas e ao combate do incêndio. 
 Os materiais empregados em uma edificação possuem dois objetivos; 
• Dificultar o alastramento de um foco de incêndio. 
• Limitar a severidade do ambiente onde o fogo se originou. 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
1.11. CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES 
 
Esta classificação é importante porque a partir dela serão definidas as condições 
construtivas de prevenção à eclosão de foco de fogo na edificação e os equipamentos 
necessários para o combate efetivo, caso ele ocorra. 
 
1.11.1. Classificação da edificação quanto ao riscoPara elaboração do PPCI é necessária à consulta à tabela de tarifa de Seguro-Incêndio do 
Brasil que classifica os tipos de ocupação de cada edificação. De acordo com esta tabela, o 
Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) apresenta as seguintes classes de ocupação quanto ao 
risco: Classe A (risco baixo), Classe B (risco médio) e Classe C (risco alto). 
Conforme a NBR 12693/2013, os tipos de ocupação de cada edificação são 
classificados de acordo com a carga de incêndio especifica, podendo ser de risco baixo, risco 
médio ou risco alto. 
 
1.11.2 Classificação da edificação quanto a sua ocupação 
 
 Esta classificação é necessária para um correto dimensionamento do PPCI, cujo valor 
será utilizado na determinação do cálculo de população, sendo seus parâmetros importantes 
para verificarmos a proteção necessária na elaboração do mesmo. Para tal classificação 
utilizamos a Tabela 1 da NBR 9077/2001. 
 
1.11.3 Classificação da edificação quanto a sua altura 
 
Segundo Brentano (2010), considerando as medidas de proteção contra incêndio 
devem ser implementadas três alturas: 
• Altura descendente (hd): Esta altura é definida como a diferença de nível entre 
o piso do último pavimento-tipo ou pavimento habitável e o nível do piso do 
pavimento de descarga que dá acesso ao passeio público. 
• Altura ascendente (ha): Esta altura é definida com a diferença de nível entre o 
piso mais baixo da edificação, no caso o subsolo ou o último subsolo, quando 
houver mais de um, e o nível do pavimento de descarga que dá acesso ao 
passeio público. 
 
 
 
27 
 
• Altura real ou total (ht): Esta altura é definida como o desnível entre a saída 
para a via pública do nível de descarga mais baixo e o nível mais alto de 
qualquer edificação, geralmente o topo do reservatório superior de água fria. 
Ela é utilizada no dimensionamento do sistema de proteção de descargas 
atmosféricas (SPDA). 
A altura é um fator importante no correto dimensionamento do PPCI, pois com 
edificações cada vez mais altas, precisamos verificar os sistemas adequados para cada 
empreendimento. Para tal classificação utilizamos a Tabela 2 da NBR 9077/2001. 
 
1.11.4 Classificação da edificação quanto a sua área ou dimensões em planta 
 
A área do pavimento ou de toda a edificação é um parâmetro determinante para a 
escolha do tipo de proteção contra o fogo a ser utilizado. 
Segundo Brentano (2010), as edificações são classificadas em dois grandes grupos, 
para todas as ocupações com área: 
• Inferior ou igual a 750 m². 
• Superior a 750 m². 
As edificações são classificadas quanto às suas dimensões em planta de acordo com a 
Tabela 3 da NBR 9077/2001. 
 
1.11.5 Classificação da edificação quanto às suas características construtivas 
 
As edificações podem apresentar maior ou menor facilidade para a propagação do 
fogo, conforme as suas concepções arquitetônicas e estruturais e os materiais utilizados. 
 As edificações são classificadas quanto às suas características construtivas de acordo 
com a Tabela 4 da NBR 9077/2001. 
 
1.11.6 Classificação da edificação quanto a sua carga de incêndio 
 
Para entender esta classificação, deve se compreender a designação de carga de 
incêndio e de carga de incêndio especifica. 
Carga de incêndio na edificação é a soma da adição das energias caloríficas possíveis 
de serem liberadas pela combustão completa de todos os materiais combustíveis contidos num 
 
 
 
28 
 
ambiente, pavimento ou edificação, inclusive os revestimentos das paredes, divisórias, pisos e 
tetos. 
Carga de incêndio especifica é o valor da carga de incêndio total dividido pela área de 
piso correspondente, expresso em megajoules por metro quadrado (Mj/m²). 
As cargas de incêndio específicas podem ser determinadas por valores característicos 
nas edificações e áreas de risco, conforme a ocupação e uso específico, de acordo com a 
Tabela A.1 da NBR 12693/2013. 
As edificações quanto a sua carga de incêndio especifica, de acordo com a NBR 
12693/2013, podem ser classificadas em risco baixo, risco médio e risco alto. 
Segundo Brentano (2010), as edificações quanto a sua carga de incêndio especifica 
podem ser classificadas de acordo com detalhamento do Quadro 1. 
 
Quadro 1: Classificação das edificações quanto a sua carga de incêndio especifica 
CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES QUANTO A SUA CARGA DE INCENDIO ESPECIFICA 
 
RISCO 
Carga de incêndio especifica 
MJ/m² 
BAIXO Até 300 
MÉDIO Entre 300 e 1200 
ALTO Acima de 1200 
Fonte: Brentano (2010, pag. 70). 
 
1.12 CÁLCULO DA POPULAÇÃO 
 
A importância do cálculo da população em uma edificação se dá pelo fato de fornecer 
dados para o dimensionamento das saídas de emergência, independente do número real de 
ocupantes da mesma. 
Segundo Brentano (2010), o cálculo da população é determinado pela sua ocupação, 
área do pavimento ou da edificação, obtida pelo projeto arquitetônico e pela sua densidade 
ocupacional, obtida pela Tabela 4 da NBR 9077/2001. 
A fórmula utilizada é: 
P = A x Do 
 Onde: P = População em número de pessoas, 
 A: Área do ambiente, pavimento ou edificação em m², 
 Do: Densidade ocupacional, em nº de pessoas/m² 
 
 
 
29 
 
1.13 SAÍDAS DE EMERGÊNCIA 
 
Segundo Brentano (2010), a saída de emergência ou rota de saída de emergência é um 
caminho contínuo, devidamente protegido, sinalizado e iluminado, constituído por portas, 
corredores, vestíbulos, escadas, rampas, saguões, passagens externas, etc., a ser percorrido 
pelos ocupantes, por seus próprios meios, em caso de incêndio ou de outra emergência, a 
partir de qualquer ponto da edificação, até atingir a via publica ou outro espaço externo 
devidamente seguro. 
De acordo com a NBR 9077/2001, os objetivos básicos das saídas de emergência são 
possibilitar que os seus ocupantes se desloquem com segurança por seus próprios meios, de 
qualquer ponto da edificação para um lugar livre da ação do fogo, calor, fumaça e gases, 
independente da origem do fogo. Também, se deve permitir o acesso externo do corpo de 
bombeiros, para efetuar de forma rápida e segura o salvamento dos ocupantes. 
As saídas de emergência devem atender as determinações legais de acessibilidade às 
edificações dispostas na NBR 9050/2004. Também devem possuir uma rota acessível para um 
trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado, que conecta os ambientes das edificações, e que 
possa ser utilizada de formas autônomas e segura por todas as pessoas, inclusive aquelas com 
deficiência física ou mobilidade reduzida. 
As rotas das saídas de emergência compreendem de forma geral: 
• No plano horizontal: São considerados todos os caminhos ou espaços 
localizados no interior dos pavimentos, que podem dar acesso a uma área de 
refugio no mesmo pavimento ou diretamente às escadas, rampas ou elevadores 
de emergência. Estas rotas podem ser corredores, passarelas, varandas, 
terraços, sacadas, etc. 
• No plano vertical: São considerados todos os caminhos ou meios utilizados 
para se deslocar entre pavimentos de diferentes níveis, que dão acesso a áreas 
de refugio ou ao pavimento de descarga. Estas rotas são escadas, rampas e 
elevadores de emergência. 
Os elementos de cálculo necessários para o dimensionamento das rotas de saída de 
emergência de uma edificação são: 
• Cálculo da população de acordo com a sua ocupação. 
• Cálculo do número de unidades de passagem necessário. 
• Distâncias máximas a serem percorridas. 
 
 
 
30 
 
• Determinação do número mínimo de saídas de emergência. 
• Tempo necessário para a desocupação total da edificação. 
 
1.14 CÁLCULO DO NÚMERO DE UNIDADES DE PASSAGEM 
 
Conforme a NBR 9077/2001, a largura das saídas deve ser dimensionada de acordocom a população que por ela transitar, sendo que os acessos são dimensionados em função da 
população de cada pavimento, porém as escadas, rampas e descargas são dimensionados em 
função do pavimento de maior população, considerando-se o sentido da saída. 
Para o cálculo do número de unidades de passagem necessário nas rotas de saída de 
emergência usa-se a formula: 
N = P / C 
Onde: N = Número de unidades de passagem, 
 P = População do ambiente, pavimento ou edificação, em nº de pessoas, 
 C = Capacidade da unidade de passagem, em nº de pessoas por minuto/ unidade 
de passagem, de acordo com a ocupação da edificação, de acordo com a tabela 5 da NBR 
9077/2001. 
As larguras mínimas das saídas de emergência estipuladas pela NBR 9077/2001, são 
as seguintes: 
a) 1,10 m, correspondendo a duas unidades de passagem e 55 cm, para as 
ocupações em geral, ressalvado o disposto a seguir; 
b) 2,20 m, para permitir a passagem de macas, camas, e outros, nas ocupações do 
grupo H, divisão H-3. 
As larguras das saídas deve ser medida na sua parte mais estreita, não sendo admitidas 
saliências de alizares, pilares e outros, com dimensões maiores que 10x25 cm. 
 
1.15 NÚMERO MÍNIMO DE SAÍDAS DE EMERGÊNCIA 
 
O número mínimo de saídas exigidas para os diferentes tipos de ocupação é 
determinado em função da sua altura, dimensões em planta e características construtivas de 
cada edificação, de acordo com Tabela 7 da NBR 9077/2001. Também, admite-se saída única 
em habitações multifamiliares (A-2), quando não houver mais de quatro unidades autônomas 
por pavimento. 
 
 
 
 
31 
 
1.16 DISTÂNCIAS MÁXIMAS A SEREM PERCORRIDAS 
 
Consiste na distância entre o ponto mais afastado e o acesso a uma saída de 
emergência segura, devendo sempre considerar o risco à vida humana decorrente do fogo, 
podendo variar de acordo com a ocupação, características construtivas da edificação e a 
existência de chuveiros automáticos para a contenção dos incêndios. 
As distancias máximas a serem percorridas constam na Tabela 6 da NBR 9077/2001. 
Segundo Brentano (2010), as saídas e as escadas devem ser localizadas de forma a 
propiciar efetivamente aos ocupantes a oportunidade de escolher a melhor rota de saída, mas 
para isso devem estar suficientemente afastadas umas das outras. 
 
1.17 DESCARGA 
 
Descarga ou área de descarga é o trecho da rota de saída de emergência de uma 
edificação constituída pelo espaço entre o término de uma escada, rampa ou elevador de 
emergência e uma porta, que dá acesso a uma área externa protegida ou para a via pública. 
A descarga pode ser constituída por: 
• Corredor ou saguão enclausurado, 
• Área aberta com pilotis, 
• Corredor a céu aberto. 
 
1.18 TEMPO NECESSÁRIO PARA A DESOCUPAÇÃO 
 
Um dado importante nas saídas de emergência é o tempo necessário para que toda a 
edificação seja desocupada numa situação de incêndio, considerando as diversidades de 
possibilidades de locomoção e de velocidade de deslocamento de seus ocupantes. 
Segundo Brentano (2010), recomenda-se para as velocidades médias de 
deslocamentos e o tempo máximo de desocupação a seguir: 
• Velocidade de deslocamento 
o Trajetos horizontais = 20 m/min. 
o Escadas = 5 m/min. 
• Tempo máximo para a desocupação total de uma edificação = 20 min. 
 
 
 
 
32 
 
1.19 CORREDORES 
 
Os corredores têm um papel fundamental na evacuação de uma edificação, sendo que 
nos mesmos recomenda-se ter paredes revestidas com materiais resistentes ao fogo e que não 
desprendam gases tóxicos e fumaça. Além disso, corredores longos devem possuir aberturas 
para exaustão. 
 
Os corredores devem arbitrar as seguintes considerações: 
• Permitir o fluxo fácil de todos os ocupantes dos pavimentos da edificação. 
• Permanecer totalmente desobstruídos e livres de quaisquer obstáculos em todos 
os pavimentos. 
• Ter larguras mínimas de acordo com as unidades de passagem. 
• Devem possuir pé-direito mínimo de 2,50 m, conforme NBR 9077/2001. 
• Ter sinalização visual, sonora e tátil junto as portas que dão acesso às escadas e 
nos seus corrimãos. 
• De desníveis máximos de 5 mm. Na forma de rampa com desníveis de 5 até 15 
mm. Em degraus e ser sinalizados como tais, acima de 15 mm. 
 
1.20 PORTAS 
 
As portas das rotas de saída e aquelas das salas com capacidade acima de 50 pessoas e 
em comunicação com os acessos e descargas devem abrir no sentido do trânsito de saída e não 
podem ser trancadas. 
 Em salas com capacidade acima de 200 pessoas, as portas de comunicação com os 
acessos, escadas e descarga devem ser dotadas de ferragem do tipo antipânico, conforme NBR 
11785/1997. 
Segundo Brentano (2010), as portas de saídas de emergência devem ter as seguintes 
dimensões mínimas de vão de luz: 
• 80 cm, valendo por uma unidade de passagem. 
• 1,00 m, valendo por duas unidades de passagem. 
• 1,50 m, em duas folhas, valendo por três unidades de passagem. 
• 2,00 m, com duas folhas, valendo por quatro unidades de passagem. 
 
 
 
33 
 
Acima de 2,20 m de vão de luz é exigida a divisão do vão por uma coluna 
central. 
As portas de saída de emergência incluídas na rota de fuga são elementos importantes 
para a contenção e proteção contra o fogo, sendo definidas como corta-fogo (PCF), resistentes 
ao fogo (PRF) e à prova de fumaça pressurizada (PF), conforme a NBR 11742/2003. 
 
1.21 ESCADAS 
 
As escadas podem ter diversas formas, larguras e degraus, porém qualquer escada de 
uma edificação deve ser incombustível, os elementos estruturais oferecerem resistência ao 
fogo de, no mínimo de 2 h, ser dotadas de guarda-corpos nos seus lados abertos e corrimãos, 
ter pisos e patamares em condições antiderrapantes. 
Para correto dimensionamento de uma escada devemos observar a largura da escada, 
altura e largura dos degraus, bocel e comprimento dos patamares. 
De acordo com a NBR 9077/2001, os degraus devem atender as seguintes condições 
geométricas: 
a) Ter a altura do espelho “h”compreendida entre 16 e 18 cm, com tolerância de 
0,5 cm. 
b) Ter a largura da base do piso “b”calculada pela fórmula: 
 63 cm ≤≤≤≤ (2h + b) ≤≤≤≤ 64 cm 
As escadas devem ter um patamar a cada 3,70 m de desnível, no mínimo, e sempre 
que houver mudança de direção. 
Os patamares das escadas devem atender às seguintes condições: 
• Eles não podem ter degraus. 
• Nas mudanças de direção eles devem estar totalmente planos, com largura 
mínima igual à largura da escada que servem. 
• Devem ter o comprimento calculado pela formula de Blondel, não interessando 
a largura da escada; 
 P = (2h + b) n + b 
 Sendo: P = Comprimento do patamar em cm, 
 h = Altura do espelho do degrau em cm, 
 b = Largura da base do degrau em cm, 
 n = Número inteiro igual a 1, 2 ou 3. 
 
 
 
34 
 
Segundo Brentano (2010), as escadas, que podem ser utilizadas nas saídas de 
emergência, podem ser dos seguintes tipos: 
• Escada enclausurada protegida (EP): É uma escada devidamente ventilada, 
situada em ambiente envolvido por paredes resistentes ao fogo por um tempo 
mínimo de 2 horas, dotadas de portas corta-fogo PCF/P-90 e com continuidade 
até uma saída final para um local que ofereça segurança às pessoas. 
• Escada enclausurada à prova de fumaça (EPF) ou (PF): É uma escada cuja 
caixa é constituída por paredes resistentes ao fogo por 4 horas, no mínimo, e 
dotada de portas corta-fogo estanques à fumaça PCF/P-60, cujo acesso é por 
antecâmara, igualmente enclausurada e com porta corta-fogo PCF/P-60, ou 
local aberto, como varanda, balcão ou terraço, de modo a evitar a entrada de 
fogo, de calor e de fumaça em caso de incêndio e que tenha continuidade até 
uma saída final para um local que ofereça segurança às pessoas.• Escada enclausurada à prova de fumaça pressurizada (PFP): É a escada cuja 
caixa é constituída por paredes resistentes ao fogo por 4 horas, no mínimo, e 
dotada de portas corta-fogo estanques à fumaça PCF/P-60, cujo acesso é por 
antecâmara, igualmente enclausurada, ou local aberto, que tem estanqueidade à 
fumaça obtida por sistema de pressurização, que mantém a pressão interna 
sempre maior que a dos ambientes contíguos. 
• Escada não enclausurada ou escada comum (NE): É a escada que, embora 
possa fazer parte de uma rota de saída de emergência, se comunica diretamente 
com os demais ambientes como corredores, saguões, etc., em cada pavimento, 
não possuindo portas corta-fogo. 
• Escada aberta externa (AE): É a escada que tem projeção fora do corpo 
principal da edificação, isolada da fachada por parede com resistência ao fogo 
por 2 horas, no mínimo, sendo dotada de guarda-corpo ou gradil e corrimãos 
em toda a sua extensão. 
 
1.22 GUARDA-CORPOS E BALAUSTRADAS 
 
As escadas e rampas em saídas de emergência devem ser protegidas de ambos os lados 
por paredes ou guarda-corpos contínuos sempre que houver qualquer desnível maior que 19 
cm. 
 
 
 
35 
 
A altura das guardas, internamente, deve ser, no mínimo, de 1,05 m ao longo de 
patamares, corredores, mezaninos, e outros; podendo ser reduzida para 92 cm nas escadas 
internas, quando medida verticalmente do topo da guarda a uma linha que uma as pontas dos 
bocéis ou quinas dos degraus. 
A altura das guardas em escadas externas, de seus patamares, de balcões e 
assemelhados, quando a mais de 12 metros acima do solo adjacente, deve ser de, no mínimo, 
1,30 m. 
As guardas constituídas por balaustradas, grades, telas e assemelhados, deverão ter 
aberturas de no máximo de 15 cm de diâmetro. 
 
1.23 CORRIMÃOS 
 
Os corrimãos são elementos fundamentais no ordenamento e no trânsito da população 
numa saída de emergência por ocasião de uma situação de incêndio, diminuindo as 
possibilidades de quedas e as conseqüentes obstruções no caminho. 
Além disso, os corrimãos devem ter uma forma arredondada facilmente adaptada à 
forma anatômica da mão, permitindo serem agarrados facilmente, devendo ter um 
deslizamento contínuo, fácil e confortável em toda a sua extensão. Não são aceitos corrimãos 
em saídas de emergência constituídos de elementos com arestas vivas. 
Conforme a NBR 9077/2001, os corrimãos devem estar afastados 40 mm, no mínimo, 
das paredes ou guardas às quais forem fixados, e prolongados, no mínimo 30 cm além da 
projeção do primeiro degrau. Também, devem ter seção circular ou semicircular com 
diâmetro entre 38 e 65 mm, e a altura deve estar situada entre 80 e 92 cm acima do nível do 
piso. 
As extremidades dos corrimãos intermediários devem ser dotadas de balaústres ou 
outros dispositivos para evitar acidentes. 
 
1.24 SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA 
 
O projeto de sinalização de emergência deve ser elaborado adotando os procedimentos 
previstos nas normas técnicas: NBR 9077/2011 – Saídas de emergência em edifícios, NBR 
13434-1/2004 – Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 1: Princípios de 
projeto, NBR 13434-2/2004 - Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 2: 
 
 
 
36 
 
Símbolos e suas formas, dimensões e cores e a NBR 13434-3/2004 - Sinalização de segurança 
contra incêndio e pânico – Parte 3: Requisitos e métodos de ensaio. 
Conforme a NBR 9077/2001, a sinalização de saída é obrigatória em acessos e 
descargas de escadas de emergência em geral, em prédios não – residenciais (isto é, excluídas 
as edificações do grupo A); em locais de reunião de publico (grupo F), mesmo quando não 
dotados de escadas; e nas edificações das ocupações B, C, D, E, H, quando classificadas em O 
(área maior que 750 m²). 
A sinalização de emergência tem como propósito orientar e guiar os ocupantes de uma 
edificação, podendo ser preventiva e ativa ao combate a incêndio. Elas objetivam identificar e 
alertar para os pontos de riscos potenciais de incêndio, com a finalidade da redução da 
ocorrência de incêndios, orientação da localização dos equipamentos de combate ao fogo e 
indicar as saídas de emergência, entre outras. 
A sinalização de emergência possui quatro categorias distintas, de acordo com a sua 
função, as denominamos como sinalização de condições de orientações e salvamento, alerta, 
proibição e de indicação de equipamentos de combate a incêndios. 
Segundo Brentano (2010), diferenciamos as sinalizações de emergências pela cor de 
cada placa de identificação dentro de um sistema de prevenção e proteção contra incêndio, 
sendo determinadas assim: 
• Vermelho: Identifica as placas de proibição ou identificando os equipamentos 
de combate a incêndios e alarme. 
• Amarelo: Identifica as placas de alerta e sinais de perigos. 
• Verde: Identifica as placas de orientação e salvamento. 
As imagens ou símbolos das placas de sinalização podem ser: 
o Preta: Utilizada nas placas de proibição e alerta. 
o Verde: Utilizadas nas placas de orientação e salvamento. 
o Branca: Utilizada nas placas de identificação dos equipamentos de combate a 
incêndios e de orientação e salvamento. Esta deverá ser fotoluminescente. 
A fixação das sinalizações nas paredes deve ser no mínimo a 1,50 m do piso acabado à 
base da sinalização, sendo que a distância máxima entre as mesmas deve ser entre 13 e 15 m. 
As sinalizações em portas das rotas de saída de emergência devem estar fixadas 
imediatamente acima das portas, no máximo 10 cm acima da verga à base da sinalização; 
diretamente na folha da porta, centralizada, a uma altura de 1,80 m do piso à base da 
sinalização ou logo acima da barra antipânico com orientação do seu acionamento. 
 
 
 
 
37 
 
1.25 ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA 
 
A iluminação de emergência tem como objetivo substituir a iluminação artificial 
normal, que deve ser desligada ou pode falhar em caso de incêndio, por fonte de energia 
própria que assegure um tempo mínimo de funcionamento. Ela deve garantir, durante este 
período, um nível mínimo de iluminância para proporcionar a saída com rapidez e segurança 
dos ocupantes de uma edificação. 
De acordo com o Decreto Estadual n° 38.273 de 09 de março de 1998, o artigo 12, 
trata da instalação de iluminação de emergência que deverá ser instaladas nas edificações 
previstas na NBR 9077/2001 – Saídas de emergência em edifícios e a NBR 10898/2000 – 
Sistema de iluminação de emergência. 
De acordo com a NBR 10898/2000, dois métodos de iluminação de emergência são 
possíveis: 
• Iluminação permanente: As lâmpadas de iluminação de emergência são 
alimentadas pela rede elétrica da concessionária, sendo comutadas 
automaticamente para a fonte de alimentação de energia alternativa em caso de 
falta e/ ou falha da fonte normal. 
• Iluminação não-permanente: As lâmpadas de iluminação de emergência não 
são alimentadas pela rede elétrica da concessionária e, só em caso de falta 
desta fonte normal, são alimentadas automaticamente pela fonte de energia 
alternativa. 
Podem ser encontrados dois tipos de iluminação de segurança contra incêndios: 
• Iluminação de aclaramento: Destina-se a iluminar as rotas de saídas de tal 
forma que os ocupantes não tenham dificuldades de evacuar a edificação. 
• Iluminação de balizamento: Destina-se a iluminar os obstáculos e a 
sinalização, e que indicam as rotas de saída, orientando a direção e o sentido a 
ser tomado pelos ocupantes da edificação em caso de emergência. 
 
1.26 EXTINTORES DE INCÊNDIO 
 
A NBR 12693/2013 estabelece os requisitos exigíveis para projeto, seleção e 
instalação de extintores de incêndio portáteis e sobre rodas, em edificações e áreas de risco, 
para combate a princípio de incêndio. 
 
 
 
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Extintores de incêndio são utilizados com primeira linha de ataque contraincêndio de 
tamanho limitado. Eles são necessários mesmo que o local esteja equipado com chuveiros 
automáticos, hidrantes e mangueiras. 
Este sistema é obrigatório em todas as edificações, exceto em residências 
unifamiliares, independente de qualquer outra medida de proteção. 
Os extintores podem ser dois tipos, os portáteis e os sobre rodas (carreta). 
Segundo Brentano (2010), o número mínimo de extintores de incêndio necessários 
para a proteção contra incêndios de uma edificação é determinado: 
• A classe de risco da edificação a ser protegida e a respectiva área, 
• A classe do fogo a ser extinto, 
• A seleção do agente extintor; 
• A capacidade extintora do extintor de incêndio, 
• A área máxima a ser protegida por extintor e a distância máxima a ser 
percorrida pelo operador, 
• O número mínimo necessário de extintores de incêndio. 
De acordo com a NBR 12693/2013, cada pavimento deve possuir no mínimo duas 
unidades extintoras, sendo que uma para incêndio classe A e outra para incêndio classe B e 
classe C. É permitida a instalação de duas unidades extintoras de pó ABC. Também deve 
haver no mínimo um extintor de incêndio distante a não mais de 5 m da porta de acesso da 
entrada principal da edificação, entrada do pavimento ou entrada da área de risco. 
Os extintores portáteis devem ser instalados nas seguintes condições: 
a) Sua alça deve estar no máximo a 1,60 m do piso acabado. 
b) O fundo, sua parte inferior, deve estar no mínimo a 0,10 m do piso acabado, 
mesmo apoiado em suporte. 
Recomenda-se que os extintores estejam onde haja a menor probabilidade de o fogo 
bloquear seu acesso, seja visível e de fácil retirada, que permaneça protegido contra 
intempéries e danos físicos em potencial e não fique instalado em escadas. 
Os locais destinados aos extintores devem observar os campos visuais, vertical e 
horizontal, através de sinalização de paredes ou pintura sob o piso em área industrial e 
depósitos. 
O sistema de proteção contra incêndios, através de extintores, deverá ser instalado 
conforme o projeto e passar por manutenções e inspeções conforme legislação vigente. 
 
 
 
 
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1.27 SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS 
 
O Decreto Estadual do Rio Grande do Sul nº 37.380/97, alterado pelo Decreto 
Estadual do Rio Grande do Sul nº 38.273/98, estabelece que toda a edificação com mais de 
três pavimentos ou área total construída maior de 750 m² deverão ter sistema de proteção 
contra descargas atmosféricas (SPDA), projetado e executado de acordo com a NBR 
5419/2005 – Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. 
A determinação da projeção ou instalação do SPDA varia de acordo com o tipo, 
ocupação e o porte da edificação. 
Este sistema pode ser relevante na proteção contra sinistro, não assegurando uma 
proteção absoluta, mas reduzindo significativamente a redução de riscos e danos nas 
edificações. 
O sistema de proteção contra descargas atmosféricas consiste em captores, condutores 
de descida e sistema de aterramento. Os captores têm a função de interceptar as descargas 
atmosféricas, podem ser constituídos de hastes, cabos esticados, condutores em malha e 
naturais. 
Os métodos usados nos projetos de captores podem ser: 
a) Método Franklin – ângulo de proteção; 
b) Método de Faraday – condutores em malha ou gaiola; 
c) Modelo eletromagnético – esfera rolante e fictícia. 
Um sistema de SPDA único e integrado a estrutura da edificação constitui a melhor 
solução e assegura uma proteção completa a todas as instalações existentes na edificação. 
O projeto do SPDA deverá ser elaborado e executado por profissional técnico 
habilitado (Engenheiro Eletricista) que será anexado ao PPCI. 
 
1.28 PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO 
 
Todas as atividades de uma obra podem ser planejadas antes do início do 
empreendimento, durante a sua execução e após a sua finalização, agilizando assim todas as 
etapas da construção, diminuindo custos, prejuízos e desperdícios. 
Uma obra planejada começa desde o seu projeto até a sua execução, portanto na área 
de prevenção contra incêndio não é diferente. 
Investir nos projetos é reduzir os custos de construção e, principalmente, os problemas 
de uma edificação no futuro. 
 
 
 
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Segundo Pozzobon (2010), o sistema de planejamento esta contido num sistema maior 
que é o gerenciamento. Portanto são sistemas de geração de informações, dirigidas a dar 
suporte de decisões que buscaram um melhor desempenho. 
Na contratação dos serviços, a questão maior que envolve o proprietário com o 
projetista sempre é o custo. Nos questionamentos sobre o custo de segurança contra incêndio 
surgem perguntas assim: 
• Qual o sistema mais barato? 
• Não existe a possibilidade de se usar outro sistema de menor custo? 
• Não existe alternativa de projeto para que o custo baixe mais ainda? 
• Que alternativas de materiais se tem para baixar o custo da instalação? 
• Precisam ser instalados todos esses equipamentos? 
Segundo Brentano (2010), o custo do empreendimento deve ser uma preocupação 
muito grande, mas jamais deve ser maior que a preocupação com a segurança dos usuários da 
edificação. 
Portanto, para a realização da previsão de orçamento a serem investidos no sistema de 
prevenção e proteção contra incêndios precisa-se identificar as medidas e os serviços a serem 
executados, sendo realizado o levantamento dos quantitativos e discriminação dos custos 
indiretos e diretos desta implementação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. METODOLOGIA 
 
 
 
2.1 DESCRIÇÃO DO ESTUDO 
 
Este estudo objetiva aprofundar os conhecimentos adquiridos no Curso de 
Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, com ênfase em Plano de Prevenção 
e Combate a Incêndios (PPCI). 
A pesquisa realizada foi através do estudo de um caso, analisando-se uma edificação 
residencial multipavimentada. Este método envolve o estudo profundo do objeto, de maneira 
a se obter o seu conhecimento amplo. 
Logo, foi necessária a revisão bibliográfica das normas, legislação e artigos que 
abordam o tema sobre a proteção contra incêndios nas edificações. 
O estudo deste caso trata-se de uma pesquisa qualitativa, uma vez que os dados da 
edificação podem ser descritos tecnicamente a fim de obter-se uma análise do Plano de 
Prevenção e Combate a Incêndios; e de uma pesquisa quantitativa, pois dos dados obtidos 
através da análise e interpretação da pesquisa descritiva podem ser expressos mediante 
símbolos numéricos. 
 
2.2 DESCRIÇÃO DO OBJETO EM ESTUDO 
 
 O estudo de caso foi desenvolvido no Residencial Dona Laura, construído à Rua 
Mauá, localizado no Centro da cidade de Santa Rosa/RS. O residencial é composto por um 
prédio de 4 pavimentos com uma altura total de 16,65 m e um estacionamento externo 
coberto, possuindo uma área total de 1.271,36 m², sendo a sua utilização como condomínio 
residencial. 
O prédio possui dois blocos de apartamentos, sendo que cada bloco possui uma escada 
individualizada de acesso. Cada bloco possui 4 pavimentos, sendo que cada pavimento possui 
 
 
 
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2 apartamentos, totalizando 16 apartamentos. O estacionamento possui 16 boxes para 
garagens, sendo um box de garagem para cada apartamento. Cada apartamento é composto 
por 2 dormitórios, sala com churrasqueira, banheiro, cozinha, lavanderia e sacada. O 
residencial está estruturado conforme a planta baixa no anexo. 
O prédio foi construído em alvenaria de tijolos furados, estrutura de concreto armado, 
cobertura com telhas de fibrocimento, pavimentação com piso cerâmico, acabamento das 
paredes em reboco liso com posterior pintura acrílica, revestimento cerâmico, portas internas 
de madeira, portas externas dos apartamentos de alumínio,

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