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GABARITO – PROVA A TEORIA DO CRIME / SEGUNDA DE NOITE / NOVA IGUAÇU QUESTÃO 1 QUESTÃO 2 QUESTÃO 3 QUESTÃO 4 QUESTÃO 5 A E C B B Nível CONCEITUAL/CONTEXTUALIZADO : 2 QUESTÕES DISCURSIVAS – VALENDO ATÉ 1,0 (CADA UMA) RESPONDA EM NO MÁXIMO 30 LINHAS. 6.- Juana DARQUE, primária e de bons antecedentes, não tendo dinheiro suficiente para comprar um "ovo de páscoa" para dar de presente a sua filha Renata de apenas 4 anos de idade, decide adentrar num grande supermercado de sua cidade, e de lá subtrai o tal "ovo de páscoa da Frozen" no valor de R$ 25,00 (vinte e cinco) reais apontando uma gilete no pescoço da CAIXA que sequer reagiu. Após conseguiu burlar a segurança, mas antes de chegar à rua é surpreendida pelos seguranças, que chamam a polícia e Juana é presa em flagrante por crime de roubo (CP, art. 157), majorado pelo uso de arma branca. Com base nos estudos realizados sobre os princípios norteadores, garantidores e limitadores de Direito Penal, caberia alguma defesa no sentido de afastar a tipicidade material da citada conduta pelo valor ínfimo do produto? Responda à luz dos elementos do fato típico. RESPOSTA: NÃO. Trata-se de crime de roubo praticado com emprego de arma branca (mediante violência e grave ameaça) que NÃO SE COADUNA com o propósito do Princípio da Insignificância, apesar do valor ínfimo da coisa subtraída. A brasileira Juana DARQUE, primária e de bons antecedentes foi presa em flagrante pela suposta prática do crime de furto simples ao sair de um grande supermercado portando apenas um “ovo de páscoa” para presentear sua filha de apenas 4 anos de idade, cujo valor era de apenas R$ 25,00. Qual mãe não ficaria angustiada ao ver que sua pequena, não seria visitada pelo coelho da páscoa. Como ela explicaria que o tal coelhinho não gosta da sua filha e que ela não merecia que o bichinho lhe deixasse nesse dia tão especial o tão esperado ovo de chocolates. NÃO OBSERVAMOS nesse caso, a aplicação do Princípio da Insignificância, que possui o devido amparo legal no direito penal moderno, APENAS quando se tratar de crime que não venha a GERAR ofensa e nem tampouco repugnância a população, mesmo sendo o valor totalmente irrelevante. De tal sorte que a reprovação deve ser mínima em virtude do seu ínfimo valor patrimonial, mas sobretudo sem periculosidade social da ação, o que não vem ao caso. A autora do fato representa um perigo social. O princípio supra aludido se enquadraria tão somente pelo entendimento de que o direito penal não deve se preocupar com condutas em que o resultado não é suficientemente grave e o furto foi de valor irrisório. O crime foi praticado mediante violência ou grave ameaça à pessoa. A condenação se impõe. 7.- VEROCA VERÃO viaja com seu marido George Dragonildo, e seu enteado Felipinho de apenas 8 anos, para um hotel fazenda. Quando estavam na piscina, George pede à Veroca para tomar conta da criança, pois teria esquecido o celular no quarto. Veroca concorda, e após certo tempo, percebe quando a criança está se afogando, mas nada faz, porque na verdade queria se livrar do enteado – uma criança insuportável aceitando a ocorrência de qualquer resultado. No mesmo local, estava Carlos, guardião de piscina, que nada vê porque se distraia no celular vendo "facebook", e Pedro, bebendo um drink no bar alí próximo e que, ao contrário de Carlos, percebe como Veroca o afogamento da criança, mas por ser sádico, nada faz para salvá-la mesmo podendo. A criança acaba se salvando sozinha sofrendo apenas lesões corporais leves. Considerando as condutas dos três envolvidos, e a relevância da omissão e a classificação das condutas (omissivas e comissivas) em dolosas e culposas, defina suas responsabilidades na esfera penal. Responda de forma objetiva e fundamentada. Os fatos foram documentados pelas câmeras de segurança no recinto. RESPOSTA: Inicialmente observemos o comportamento de VEROCA que ao dar o seu assentimento para tomar conta de Felipinho (filho de George) que teve de se ausentar, se tornou AGENTE GARANTIDORA. Daí, aproveitando o ensejo de que o menino começou a se afogar e ela querendo o resultado MORTE, obrou em uma conduta omissiva imprópria (ou comissiva por omissão - CP, art. 13 § 2º, letra b) passando a responder pelo crime de homicídio doloso TENTADO pela sua inércia deliberada. (CP, art. 121 na forma do art. 14, II) CARLOS, o guardião da piscina. Responderá por lesão corporal culposa (CP, art. 129 § 6º.) porque foi negligente em não dar conta do seu ofício no sentido de salvar a criança mesmo ela estando acompanhada de um responsável. Sua conduta também foi comissiva por omissão, mas na modalidade CULPOSA. (CP, art. 13 § 2º, letra b) PEDRO bebia um drink e com sadismo viu FELIPINHO quase morrer afogado. Ele não se enquadra como agente garantidor. Porém sua conduta pode ser considerada OMISSIVA PRÓPRIA e responderá certamente pelo crime de omissão de socorro (CP, art. 135 caput). Trata-se de um crime preterdoloso, havendo DOLO na conduta inicial quando o agente deliberadamente não presta o devido socorro e CULPA se houvesse resultado em morte ou lesão corporal grave. GABARITO – PROVA B TEORIA DO CRIME / SEGUNDA DE NOITE / NOVA IGUAÇU QUESTÃO 1 QUESTÃO 2 QUESTÃO 3 QUESTÃO 4 QUESTÃO 5 A E C B D Nível CONCEITUAL/CONTEXTUALIZADO : 2 QUESTÕES DISCURSIVAS – VALENDO ATÉ 1,0 (CADA UMA) RESPONDA EM NO MÁXIMO 30 LINHAS. 6.- Ulisses um mês antes de completar 18 anos, sequestrou a adolescente Penélope com o fim de obter certa quantia como resgate, levando-a para o Rio de Janeiro. Uma semana depois, Ulisses descobriu que sequestrara a pessoa errada e que Penélope era moça pertencente à família muito pobre. Diante disso, espontaneamente, libertou Penélope, ilesa, sem nada receber. Ocorre que, enquanto Ulisses mantinha Penélope privada de sua liberdade, outra lei penal entrou em vigor, dispondo de modo mais severo quanto à punição do crime. Diante do contexto se questiona: a nova lei pode ser aplicada a Ulisses apesar de ser inimputável? Responda de forma objetiva e fundamentada de acordo com os estudos realizados sobre aplicação da lei penal no tempo. RESPOSTA: NÃO. Segundo o Enunciado de Súmula 711 do STF, é cediço que se a lei mais gravosa entra em vigor antes do término da permanência ela ainda será aplicada. O crime de extorsão mediante sequestro é classificado como CRIME PERMANENTE, posto que o resultado perdura enquanto durar a conduta principal e, o fato de o agente libertar ilesa a vítima, não lhe traz qualquer benefício alusivo à desistência voluntária ou arrependimento eficaz porque a consumação deste delito é antecipada, restando apenas a fase de EXAURIMENTO (pagamento do resgate). O teor da Súmula é bem didático nesse contexto. “A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME PERMANENTE, SE A SUA VIGÊNCIA É ANTERIOR À CESSAÇÃO DA CONTINUIDADE OU DA PERMANÊNCIA.” De certo que a pena se tornando mais gravosa e em se tratando de ato infracional análogo à prática de crime hediondo tudo recairá mais seriamente sobre o adolescente infrator. 7.- VEROCA VERÃO viaja com seu marido George Dragonildo, e seu enteado Felipinho de apenas 8 anos, para um hotel fazenda. Quando estavam na piscina, George pede à Veroca para tomar conta da criança, pois teria esquecido o celular no quarto. Veroca concorda, e após certo tempo, percebe quando a criança está se afogando, mas nada faz, porque na verdade queria se livrar do enteado – uma criança insuportável. No mesmo local, estava Carlos, guardião de piscina, que nada vê porque se distraia no celular vendo "facebook", e Pedro, bebendo um drink no bar alí próximo e que, ao contrário de Carlos, percebe como Veroca o afogamento da criança, mas por ser sádico, nada faz para salvá-la mesmo podendo. A criança acaba morrendo afogada. Considerando as condutas dos três envolvidos, e a relevância da omissão e a classificação das condutas (omissivas e comissivas)em dolosas e culposas, defina suas responsabilidades na esfera penal. Responda de forma objetiva e fundamentada. Os fatos foram documentados pelas câmeras de segurança no recinto. RESPOSTA: Inicialmente observemos o comportamento de VEROCA que deu o seu assentimento para tomar conta de Felipinho (filho de George) que teve de se ausentar. Daí, aproveitando o ensejo de que o menino começou a se afogar e ela querendo o resultado MORTE, obrou em uma conduta omissiva imprópria (ou comissiva por omissão - CP, art. 13 § 2º, letra b) passando a responder pelo crime de homicídio doloso pela sua inércia deliberada. (CP, art. 121) CARLOS, o guardião da piscina. Responderá por homicídio culposo (CP, art. 121 § 3º.) porque foi negligente em não dar conta do seu ofício no sentido de salvar a criança mesmo ela estando acompanhada de um responsável. Sua conduta também foi comissiva por omissão, mas na modalidade CULPOSA. (CP, art. 13 § 2º, letra b) PEDRO bebia um drink e com sadismo viu FELIPINHO morrer afogado. Ele não se enquadra como agente garantidor. Porém sua conduta pode ser considerada OMISSIVA PRÓPRIA e responderá certamente pelo crime de omissão de socorro seguida de morte (CP, art. 135 parágrafo único, 2ª. Parte). Trata-se de um crime preterdoloso, havendo DOLO na conduta inicial quando o agente deliberadamente não presta o devido socorro e CULPA no resultado morte.
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